UM
LIBERTADOR PARA ISRAEL
TEXTO ÁUREO = “E disse
Deus a Moisés: EU SOU o QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel:
EU 5OU me enviou a vós” (Êx 3.14).
VERDADE
PRÁTICA
= Assim como Moisés, usado por Deus, libertou Israel do cativeiro, Cristo nos
liberta da escravidão do pecado e do mundo.
LEITURA
BIBLICA = Exodo 3: 01-09
INTRODUÇÃO
Pode-se
dizer que tudo começou em Ur dos caldeus, na Caldéia (Babilônia, onde hoje
situa-se o Iraque), com a chamada de um rico cidadão daquela localidade, Abrão,
que significa “pai da altura”: “Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua
terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te
mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o
teu nome; e tu serás uma bênção” (Gn 12.1,2). Deus chamou Abraão para ser o
fundamento de um plano que tinha por objetivo a recuperação e redenção do
gênero humano.
MOISÉS SUA
CHAMADA E SEU PREPARO
O Chamado e
a Comissão de Moisés (3.1—4.17)
a) A sarça
ardente (3.1-6). De acordo com Estevão (At 7.23), Moisés tinha quarenta anos
quando matou o egípcio, e, depois de outros quarenta anos, ele encontrou o
Senhor na sarça ardente (At 7.30). Depois deste período no deserto, Deus viu
que seu povo e Moisés estavam prontos para o milagre de libertação. Aqui, o
sogro de Moisés recebe o nome Jetro (1), embora seja possível que Jetro fosse o
filho de Reuel e, portanto, cunhado de Moisés. Ainda pastor, Moisés estava nas
proximidades de Horebe, o monte de Deus (1), também chamado Sinai (ver Mapa 3).
E provável que Horebe fosse o nome dado à cadeia de montanhas, ao passo que
Sinai dissesse respeito a um grupo menor ou a um único cume.
Os
estudiosos da Bíblia consideram que o anjo do SENHOR (2) na sarça ardente seja
Cristo pré-encarnado, embora o Novo Testamento nunca use essa expressão para se
referir a ele. Na Bíblia, uma chama de fogo simboliza a presença de Deus (Hb
12.29). Este fato despertou a curiosidade de Moisés, momento em que Deus falou
com ele. Então, encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus (6). Ele não
podia ficar em pé levianamente na presença de Deus, e aprendeu que a presença
divina santifica o lugar onde Ele aparece (5).
Nos
versículos 1 a 6, vemos o tema “O Servo de Deus”. 1) O emprego no qual se engajou,
1; 2) A visão que testemunhou, 2; 3) A resolução que fez, 3; 4) A proibição que
recebeu, 5; 5) O anúncio que ouviu, 6.18
b) O plano
divino (3.7-10). Deus se envolveu na situação difícil do seu povo. Ele disse:
Tenho visto atentamente, tenho ouvido e conheci (7). Pode ter esperado muitos
anos, mas sabia o tempo todo. Estas palavras garantem que Deus ouve atentamente
os clamores de tristeza e conhece os apuros humanos.
Deus
sempre está agindo no mundo, “porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos”
(At 17.28). Interfere na história em ocasiões especiais para se revelar e
realizar sua vontade. Ele disse a Moisés que desceu para livrar seu povo do
Egito (8). Havia um lugar preparado para eles numa terra boa, larga e que mana
leite e mel. Esta descrição não significa que Canaã era mais fértil que o
Egito, mas que era uma terra boa, frutífera e suficientemente espaçosa para
Israel. Tratava-se de uma terra identificada pelos nomes dos povos cuja
iniqüidade estava cheia, tendo de renunciar a terra a favor dos escolhidos de
Deus (Gn 15.16-21).’
Embora
Deus pudesse ter livrado Israel diretamente por uma palavra, preferiu fazer sua
obra por seu servo. Disse Deus a Moisés: Eu te enviarei a Faraó (10). Este
homem, outrora autodesignado libertador, tinha de ir à presença do orgulhoso
rei e tirar Israel do Egito sob a direção de Deus.
Identificamos
“O Envolvimento de Deus com o seu Povo” em cinco declarações: 1) Tenho visto
atentamente, 7; 2) Tenho ouvido, 7; 3) Conheci, 7; 4) Desci, 8; 5) Eu te
enviarei, 10.
c) As
instruções divinas (3.11-22). A princípio, Moisés contestou o plano de
Deus usá-lo. Viu: a) sua incapacidade: Quem sou eu?; e b) a impossibilidade da
tarefa: E tire do Egito os filhos de Israel? (11). O príncipe que há quarenta
anos era confiante em si mesmo agora temia a tarefa. Era mais sábio no que
concerne à capacidade humana de ocasionar a libertação, mas ainda tinha de
aprender o poder de Deus. Como é freqüente hesitarmos quando olhamos para nós
mesmos — ato que devemos fazer —; mas não precisamos ter medo quando olhamos
para Deus!
Certamente
eu serei contigo (12) sugere que quando Deus escolhe um mensageiro, Ele não se
baseia na habilidade do indivíduo, mas na submissão deste à vontade de Deus.
Deus assegurou a Moisés que ele e o povo serviriam a Deus neste monte depois
que Israel fosse libertado do Egito. A expressão: Isto te será por sinal, está
corretamente traduzida.
Moisés
percebeu que, como porta-voz de Deus, ele tinha de convencer o povo. As pessoas
perguntariam: Quem é este Deus que está te enviando? Qual é o seu nome? (13). Os
deuses egípcios tinham nomes, e as pessoas iam querer saber o nome do Deus
delas.
Aqui em
Horebe, Deus disse: EU SOU O QUE SOU (14). O original hebraico é uma forma da palavra
Yahweh (Jeová).
O
tempo é indefinido, podendo significar igualmente o passado, o presente ou o
futuro.2° Deus “se revelou a Moisés não como o Criador — o Deus de poder —
Elohim, mas como o Deus pessoal de Salvação, e tudo o que contém o ‘eu sou’
será manifestado pelos séculos por vir”. Este nome também revelou sua
eternidade — Ele era o Deus de vossos pais e este seria seu nome eternamente:
Seu memorial de geração em geração (15).
Mais
tarde, este Ser divino disse que seria ele aquele “que é, e que era, e que há
de vir, o Todo-Poderoso” (Ap 1.8). E evidente por Gênesis 4.26 (onde Yahweh é
traduzido por “o SENHOR”) que aqui Moisés recebeu uma explicação de um nome há
muito conhecido (cf. tb. 6.3 e os comentários feitos ali).
Moisés
foi comissionado a reunir os anciãos de Israel (16), informá-los quem era Deus
e que Ele ouvira os clamores do povo. Ele falaria que Deus prometeu libertar os
israelitas do Egito e lhes dar por herança a terra de Canaã (17; cf. CBB, vol.
II). Deus disse a Moisés que o povo lhe daria ouvidos (18). As pessoas
concordariam em levar a petição ao rei.
Pedir
uma viagem de três dias para sacrificar ao SENHOR (18) era um teste da
disposição de Faraó em cooperar com Deus. “E indubitável que havia reticência
[retenção de informação] aqui, mas não falsidade.”Deus deu a Faraó todas as
chances para cooperar com Ele. Mas Ele sabia que o rei não concordaria, nem
mesmo por uma mão forte (19). Deus sabe tudo, até o que Ele não faz por
decreto.
Deus
prometeu fazer grandes maravilhas no Egito, para que, no fim, Israel tivesse
permissão de sair (20). Quando saíssem, cada mulher deveria pedir haveres dos
egípcios (22), que mostrariam graça a estas pessoas (21) dando dos seus
tesouros. Considerando que estavam escravizados por longo tempo, os israelitas
tinham direitos a esta remuneração. Desta forma, Israel despojaria o Egito (22).
Nos
versículos 14 a 22, há uma revelação de “O Deus Eterno”: 1) Ele revela seu
nome, 14-16; 2) Ele mostra seu plano, 17,18; 3) Ele assegura seu poder, 19-22.
d) Os sinais
divinos (4.1-9). Moisés era muito humano, e sua fé ainda estava fraca. Ele disse
acerca dos hebreus: Eis que me não crerão (1). Deus então pacientemente lhe deu
mais garantias. Usando o cajado comum de pastor, Deus deu provas do seu poder
sobrenatural (2,3) transformando a vara em cobra.
O
segundo sinal para Moisés foi a mão que ficou leprosa (6,7). Se as pessoas não
cressem no primeiro nem no segundo sinal, creriam no terceiro: a transformação
das águas do rio em sangue quando fossem despejadas em terra seca (9).
Além
do caráter miraculoso, estes sinais ensinavam lições importantes. Avara,
símbolo do pastor ou trabalhador comum, quando entregue a Deus se torna
maravilha e poder.
A
lepra, símbolo do pecado e corrupção no Egito, pode ser curada imediatamente
pelo poder de Deus. O sangue, sinal de guerra e julgamento, garantia vingança
pela maldade dos egípcios.23
e) O método
divino (4.10-17). Depois de receber estes sinais, Moisés tinha todos os motivos
para aceitar a tarefa de Deus e crer em sua palavra. Mas ainda não estava
propenso a obedecer, dando mais uma desculpa: Sou pesado de boca e pesado de
língua (10). Moisés não sentiu mudança alguma embora tivesse falado com Deus;
ainda se sentia pesado de boca. Mas Deus lhe assegurou que a vitória seria dada
por meio de Moisés (11,12), mesmo quando prometeu vencer o problema da
incredulidade do povo. Moisés, porém, não estava convencido; a verdade é que
ele não queria ir para o Egito. O significado do versículo 13 é: “Ah! Senhor!
Envia outra pessoa” (cf. ARA).
Por
causa disso, se acendeu a ira do SENHOR contra Moisés (14). Mas, o único castigo
dado a Moisés foi o compartilhamento de liderança com Arão, seu irmão. Arão seria
a boca (16), ou o porta-voz, e Moisés seria Deus, ou o profeta. Moisés parece
que concordou com este arranjo, pois suas objeções cessaram. Deus respondeu a
todos os receios deste homem.
Mas
o arranjo foi secundário em termos de qualidade e perfeição. Arão mostrou-se
ser muito mais um obstáculo que uma ajuda (e.g., 32.1-25; Nm 12.1,2).
O
segredo do sucesso de Moisés foi levar esta vara na mão (17). Neste capítulo, levar
“A Vara de Deus” significa: 1) A rendição completa de si mesmo a Deus, 2-4; 2)
O meio pelo qual as pessoas reconheceriam a presença de Deus, 5; 3) O canal
pelo qual Deus mostraria seu poder, 17.
AS DESCULPAS
DE MOISÉS E A SUA VOLTA AO EGITO
a) A
prestação de contas (4.18-20). Moisés, agora submisso ao plano de Deus,
primeiramente foi obter permissão de Jetro para ir embora e voltar ao Egito
(18). Não lhe apresentou todas as razões para a mudança, mas o motivo que deu
foi suficiente para obter aprovação. Seus irmãos eram as pessoas de sua nação,
os israelitas. Jetro disse: Vai em paz. Deu liberdade a Moisés e, assim, não
pôs impedimento ao plano de Deus.
Deus
garantiu que as pessoas que procuravam a vida de Moisés estavam mortas (19).
Moisés começou a viagem com sua mulher e dois filhos (20; cf. 18.3,4), embora
pareça que depois do episódio da circuncisão (24-26), ele os tenha mandado de
volta a Jetro (18.2) e prosseguido sozinho com Arão (29). E lógico que as
palavras tornou à terra do Egito (20) é uma declaração geral que teve
cumprimento no versículo 29. Pode ser traduzida por: “Pôs-se a voltar para a
terra do Egito”.
b) A
repetição da mensagem (4.21-23). Deus instruiu Moisés mais uma vez que,
quando chegasse ao Egito, executasse as maravilhas diante de Faraó. Deus também
lhe disse que endureceria o coração de Faraó para que o rei não deixasse o povo
ir (21; ver comentários em 7.13 acerca do endurecimento do coração de Faraó). A
vitória de Deus sobre este tirano não seria rápida, mas a vitória final seria
do Senhor (cf. 3.20). Deus deu todas as oportunidades para Faraó obedecer. Logo
o Senhor lhe avisaria que, visto que Israel era o primogênito (22) de Deus, a
recusa em obedecer significaria morte aos primogênitos do rei (23). Pouco a
pouco ficaria claro para Faraó que ele estava oprimindo o povo de Deus e a
recusa era rebelião contra o Deus Todo-Poderoso.
c) A
disciplina para Moisés (4.24-26). Estes três versículos são difíceis de
interpretar. Embora Moisés estivesse obedecendo a Deus ao voltar para o Egito,
algo estava errado. Deus instituíra o rito da circuncisão para todos os filhos
de Israel. Parece que Moisés se circuncidou e executou o rito em seu primeiro
filho. A reação de Zípora (25,26) indica forte desaprovação do ato e sugere que
Moisés havia concordado em não circuncidar o segundo filho a fim de agradar a
esposa. Mas Deus exigia obediência, e forçou Zípora a aceitar o que parece ter
sido extrema aflição para o marido (24). A obediência trouxe cura para Moisés
(26), mas o incidente ocasionou a volta de Zípora para a casa do pai (18.2).
d) O relato
a Arão (4.27,28). O Senhor instruiu Arão para que fosse ao encontro de Moisés, ao
deserto (27). Deus fez o trabalho preparatório em ambos os irmãos. Talvez
tenham se encontrado no monte Sinai depois da volta de Zípora para casa.
Moisés
contou a Arão tudo que Deus lhe dissera, e também lhe falou sobre os sinais
(28). O relato é breve, mas obviamente Arão aceitou a revelação que Deus dera a
Moisés sem colocar nada em dúvida.
e) O relato
para o povo (4.29-3 1). Os dois irmãos voltaram para o Egito e conclamaram uma reunião
com os anciãos (os homens de liderança) dos filhos de Israel (29). Tendo Moisés
contado a Arão as palavras de Deus no encontro que tiveram (28), foi Arão que
falou todas as palavras e fez os sinais perante os olhos do povo (30). Como
Deus prometera (3.18), o povo creu nas palavras e nos sinais (31). Era ocasião
de alegria, quando estes hebreus oprimidos ficaram sabendo que Deus ouvira seus
clamores e estava pronto para agir; eles inclinaram-se e adoraram.
MOISÉS SE
APRESENTA A FARAÓ
A Primeira
Visita a Faraó (5.1-23)
Chegou
o momento da prova. Moisés e Arão estavam equipados e instruídos. O povo estava
informado e parecia preparado para seguir a Deus. Estava na hora de confrontar
o tirano.
a) A recusa
do rei (5.1-5). Ao homem que mantinha Israel em seu poder, Moisés e Arão
proferiram a palavra de Deus: Deixa ir o meu povo (1). Não há que duvidar que
Faraó ficou surpreso, porque ele considerava que Israel era seu povo. Fazia
mais de quatro séculos que os hebreus estavam no Egito. Como alguém poderia
pedir a lealdade destes escravos e exigir que fizessem uma festa de sacrifício?
Além
disso, Faraó não reconhecia autoridade senão a si próprio. Ele perguntou:
Quem
é o SENHOR, cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? (2). Havia muitos
deuses no Egito, e este rei conhecia todos. Para ele, as pessoas tinham de
manipular os deuses e não lhes obedecer. Seu ultimato foi: Não conheço o SENHOR,
nem tampouco deixarei ir Israel.
Moisés
e Arão mantiveram-se firmes na petição. Disseram ao rei: O Deus dos hebreus nos
encontrou (3). Pediram permissão para fazer uma viagem de três dias a fim de
sacrificar ao Deus que serviam. No único tipo de linguagem que Faraó entendia,
avisaram que, caso o pedido fosse negado, o Senhor o julgaria: E ele não venha
sobre nós com pestilência ou com espada. Mas o rei recusou assim mesmo.
Faraó
os acusou de preguiçosos, indivíduos que procuram fugir da responsabilidade
apelando para a religião. Por que fazeis cessar o povo das suas obras? (4).
Para
ele, tratava-se de preguiça e afronta. Em outras palavras: “Por que afastar as
pessoas do trabalho?” Os déspotas sempre acham difícil acreditar que os súditos
tenham uma causa justa.
b) O aumento
de trabalho (5.6-14). O rei, furioso, ordenou imediatamente que os exatores do povo e
os oficiais (6)25 israelitas aumentassem o trabalho dos escravos. Em vez de
fornecer a palha dos campos já cortadas e prontas para uso, os exatores do povo
exigiram que as pessoas mesmas colhessem palha para si (7). A palha era
misturada com barro para deixar mais forte os tijolos secos ao sol. O restolho
era a parte inferior do talo das gramíneas. Embora houvesse o trabalho extra de
juntar a palha, a conta (o número) dos tijolos fabricados devia permanecer a
mesma (8). Este tirano, insensível ao bom senso, estava determinado a minar a
vontade do povo. Nem se dava conta de que não podia ir contra Deus. Ele poderia
ser cruel com o povo de Deus, mas as palavras que ouvira não eram palavras de mentira
(9).
Os
exatores do povo e seus oficiais executaram as ordens de Faraó (10,11). Os escravos
se espalharam por toda a terra do Egito a colher restolho (12). Os exatores (13),
com medo de perderem o emprego, pressionavam duramente os oficiais hebreus.
Quando
a cota de tijolos não foi atingida, açoitaram os oficiais dos filhos de Israel (14).
Os esforços de Moisés e Arão tiveram efeito oposto ao esperado.
c) Os três
apelos (5.15-23). Os oficiais dos filhos de Israel (15) achavam que tinham feito
algo de errado. E lógico que Faraó não exigiria que estes escravos cumprissem
tarefas descabidas. Foram diretamente à presença do rei para pedir explicações:
Por
que fazes assim a teus servos? Pensaram que a falha estava no povo do rei (16).
Mas estes oficiais hebreus ficaram sabendo da verdade. Fora o próprio rei que
fizera a exigência. Ele afirmou que os hebreus eram ociosos (“preguiçosos”),
porque queriam sacrificar ao SENHOR (17). Desumanamente renovou a demanda do
trabalho (18).
O segundo
apelo foi feito pelos oficiais a Moisés e Arão (20). Viram que,
com Faraó, a porta estava fechada e que estavam em situação ruim. Em aflição
(19) significa “em extrema dificuldade”. Botaram a culpa em Moisés e Arão (20),
afirmando que eles tornaram os israelitas (não o nosso cheiro, mas simplesmente
“nos”, ARA) repelentes diante de Faraó e diante de seus servos e deram a eles a
espada nas mãos (21), ou seja, puseram em perigo a vida dos hebreus.
As
vezes, a fé iniciante é fraca. No princípio, estes homens tinham crido em Moisés,
mas esta prova severa levou-os a duvidar. Moisés logicamente estava errado!
Como Deus poderia estar em ação quando as coisas ficaram piores?
Ainda
tinham de aprender que fica mais escuro justamente antes do raiar do dia, que
todas as coisas devem ser contadas como perda (Fp 3.8) para que Deus se torne
tudo e que Deus liberta quando a pessoa chega ao fim de si mesma.
O terceiro
apelo foi feito por Moisés ao SENHOR (22). Em vez de dar uma resposta aos
oficiais, ele foi diretamente a Deus. Muitas vezes é fútil fazer o contrário,
sobretudo quando a mente está confusa. Era nitidamente claro que a situação
piorara. Não havia sinal externo de que Deus começara uma libertação. Moisés
perguntou: Por que me enviaste? (22).
O
Senhor se agrada quando vamos à sua presença com nossos “por quês?” e “para
quês?” Quando a fé está em crescimento sempre há retrocessos. Deus
freqüentemente nos humilha antes de mostrar seu braço forte. Muitos santos
clamaram: “Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador?” (Ap 6.10), mas Deus
cuida de cada movimento dos seus filhos sofredores.
Deus
não deixou Moisés na mão. A demora na libertação não significava renúncia da
promessa. Deus estava trabalhando em seus propósitos. Smith-Goodspeed traduz o
versículo 1 assim: “Agora verás o que farei a Faraó; forçado por um grandioso
poder ele não só os deixará ir, mas os expulsará da terra”. Outras dificuldades
tinham de vir sobre Israel (5.19), mas a promessa de Deus ainda era certa.
O
valor da promessa estava no fato de Deus endossá-la: Eu sou o SENHOR (2). Os
antepassados de Israel conheciam o Deus Todo-Poderoso (3), o Deus de poder e
“força dominante”. “Aqui a idéia primária de Jeová concentra-se, pelo
contrário, em sua existência absoluta, eterna, incondicional e independente.”
Ambos os nomes eram muito antigos e amplamente conhecidos (Gn 4.26; 12.8; 17.1;
28.3), mas Deus se manifestou principalmente pelo nome de El Shaddai, Deus
Todo-Poderoso. Para este grande livramento, o próprio Deus revelou o pleno
significado de Yahweh, “o Senhor”. Esta não é outra narrativa do chamado de
Moisés, diferente da anterior, como advogam muitos estudiosos liberais,27 mas
trata-se de uma renovação das promessas a Moisés com maior destaque a um povo
desanimado.
A
nova revelação neste nome retratava que Deus se ligara com seu povo por
concerto (4). Este concerto começou com os patriarcas e incluía a promessa da
terra de Canaã, por onde, durante muitos anos, vaguearam como peregrinos e
estrangeiros (Gn 15.18). Deus se lembrou do concerto quando ouviu o gemido dos
filhos de Israel por causa da escravidão (5). Ele não esqueceu; somente
esperara até que os filhos estivessem prontos para cumprir sua parte no
concerto.
DEUS PROMETE
LIVRAR SEU POVO
Deus
ordenou que Moisés renovasse a confiança dos israelitas. Ele tinha de lhes
dizer que seriam libertos da servidão egípcia, que Deus os resgataria com braço
estendido (“ação especial e vigorosa”,ATA) e com juízos grandes (6) sobre os
opressores. Israel seria o povo especial de Deus e lhe daria a terra da
promessa por herança (7,8). Estas palavras tranqüilizadoras foram apoiadas pela
declaração: Eu, o SENHOR.
Embora
a promessa fosse feita com firmeza, os líderes de Israel não ouviram a Moisés,
por causa da ânsia do espírito e da dura servidão (9). Embora tivessem crido
antes (4.3 1), o aumento da crueldade os abatera tanto que meras palavras de
promessa não bastariam. As vezes Deus tem de operar para que creiamos em suas
promessas. Mais tarde, nos lembraremos das palavras da promessa.
Quando
Moisés (10) não pôde convencer Israel, duvidou que pudesse convencer Faraó
(11), a quem agora Deus o dirigia. Se Israel não lhe dava ouvidos, por que
Faraó escutaria? Incircunciso de lábios (12), de acordo com a expressão
idiomática em hebraico, seria um defeito que interfere com a eficiência. O ouvido
incircunciso era um ouvido que não ouvia (Jr 6.10), e o coração incircunciso
era um coração que não entendia. A boca de Moisés não podia falar com clareza.
Mas a despeito da debilidade humana, Deus falaria. Ele daria mandamento para os
filhos de Israel e para Faraó, e o assunto seria resolvido (13).
Encontramos
em 5.22 a 6.13, certos “Problemas para a Fé”: 1) A demora de Deus em agir,
22,23; 2) Espíritos desanimados e abatidos, 9; 3) Pessoas indiferentes, 12; 4)
Enfermidades físicas, 9.
Nos
versículos 1 a 8, temos estas “Garantias para a Fé”: 1) O poder de Deus, 1; 2)
O nome de Deus, 3; 3) A resposta de Deus, 5; 4)0 relacionamento de Deus, 7; 5) A
promessa de Deus, 8.
CONCLUSÃO
Lembremo-nos
de que a chamada que Deus tem para cada um deve ser obedecida, e que no devido
tempo, Deus cumpre suas promessas e honra a fé daqueles que confiaram nEle.
Elaboração
pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
Comentário Bíblico Beacon
Livro
Uma Jornada de Fé = PAD = Alexandre Coelho e Silas Daniel
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