OS DEZ
MANDAMENTOS DO SENHOR
TEXTO ÁUREO = “Porque o
fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.”
VERDADE
PRÁTICA
= A lei expõe e condena os nossos pecados, porém, o Senhor Jesus Cristo, pelo
seu sangue expiador, nos perdoa e nos justifica mediante a fé.
LEITURA
BIBLICA
= Êxodo 20: 1-5, 7-10,12-17
INTRODUÇÃO
O
povo de Deus, desde os tempos da criação, é um povo que vive debaixo de normas
e orientações divinas. Essas normas foram anotadas e transmitidas oralmente.
Com o povo de Israel, o Senhor mandou que Moisés escrevesse os mandamentos, os
juízos e os estatutos, que reunissem a lei do Senhor. Os dez mandamentos são um
conjunto de normas espirituais, éticas e morais, para o povo que Deus escolheu
para representá-lo entre todas as nações do mundo, como Sua propriedade
peculiar, reino sacerdotal e povo santo
(Êx 19.5-7).
1.
SIGNIFICADO E CLASSIFICA ÇAO DO DECÁLOGO
Os
dez mandamentos são chamados, também de “O Decálogo”, expressão que vem do
Grego (Dekálogos), significando “dez palavras”, ou dez princípios, leis ou
mandamentos (Dt 4.13). Existem
diversas classificações quanto à ordem dos dez mandamentos. Umas, por conveniência,
e outras, por erro de interpretação.
1.
Classificação católica e luterana. O primeiro mandamento é a reunião dos Êx -
20.2-6.0 segundo, o versículo 7; Do terceiro ao 8º, mandamentos, incluem os versículos 8 a 16; o
nono e o décimo mandamentos são resumidos no versículo 17 de 20. Esta
classificação é enganosa, pois procura evitar o destaque de Êx 20.4, como o
segundo mandamento, que proibe fazer imagens de esculturas e o v.5, que proibe
encurvar-se a elas. Essa artimanha doutrinária é freio da concepção idolatrada
Igreja Católica. Os luteranos também a adotam.
2.
Classificação correta. A Igreja Evangélica, em geral, adota como válida a classificação
que considera o primeiro mandamento como sendo Êx 20.3; o segundo (v.4-6); o
terceiro (v.7); o quarto (v.8-11); o quinto(v.12); o sexto (v.13); o sétimo
(v.14); o oitavo (v.15); o nono (v.16) e o décimo, todo o versículo 17. Essa
ordem é aceita desde a Igreja Primitiva, pela Igreja Ortodoxa Oriental e pelas
igrejas protestantes em geral (Comentário Bíblico Moody, p.90). Essa
discrepância doutrinária mostra como pensadores e lideres religiosos procuram
torcer a Palavra de Deus, de modo a acomodá-la a seus dogmas e ensinamentos
tendenciosos. Eles incorrem na repreensão do Senhor (Jr 22.36b).
IL
ABRANGÊNCIA DO DECÁLOGO
1. No
aspecto estrito. Os dez mandamentos, sob o ponto de vista estrito, contém normas
de relacionamento entre o povo de Israel e o seu Deus e entre os indivíduos e o
seu próximo. O Decálogo proibe matar (6º mandamento). Cristo, doutrinando sobre
o assunto, disse que era pecado não só matar, mas, até, encolerizar-se, sem
motivo, contra o seu irmão (Mt 522). Nesse aspecto estrito, tem-se, por
exemplo, a guarda literal do sábado como sétimo dia da semana. Somente pari os
judeus foi isso determinado (Ex 31.12-18; Ez 20. 12- 13,20; Cl 2.16-17) e não
para todos os povos.
2. No
aspecto mais amplo. O Decálogo contém normas que servem para todos os povos,
respeitando-se sua aplicação, de acordo com o entendimento abrangente dos propósitos
neles incluídos.
Enquanto
para o judeu, o sábado deveria ser observado estritamente, no seu aspecto moral
e cerimonial, para outro povo serve a recomendação quanto a observar- se um dia
de descanso na semana, para restauração das energias físicas e espirituais. Não
matar, não cobiçar nada do próximo, honrar os pais, e não ter outros deuses
além do Senhor, é, em essência, o desejável para todos os povos e nações.
3. Cristo e
o Decálogo. O Senhor Jesus Cristo, doutrinando sobre o cumprimento da lei,
fez alusão ao comportamento dos escribas e fariseus. que procuravam ser
legalistas, observando o aspecto formal da lei, mas não praticavam de verdade,
no dia-a-dia, o que era mais importante para a vida espiritual. Por isso, o
Senhor disse aos seus discípulos que a justiça deles deveria exceder à dos
escribas e fariseus (Mt 5.20). Em seguida, o Mestre demonstrou, no Sermão da
Montanha, como Ele entendia e ordenava aos seus seguidores o cumprimento dos
mandamentos:
= 6º.-
mandamento:
não matarás. Jesus disse: “Qualquer que se encolerizar, sem motivo, contra seu
irmão, será réu de juízo”. “Qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do
inferno” (Mt 5.22).
= 7º.-
mandamento: não adulterarás. Jesus disse: “Qualquer que atentar numa mulher
para cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela” (Mt 5.28).
Com
esses exemplos, o Senhor Jesus mostrou que ele não é um legalista formal. Ele
exige dos seus servos não apenas o cumprimento exterior, mas o cumprimento
interior das normas da lei.
4. O
Decálogo e sua unidade com a lei. Alguns crentes, adeptos do legalismo, fazem
questão de dividir a lei em aspectos ou partes, a fim de melhor se acomodarem
com suas doutrinas e equívocos teológicos. Dentre esses, os mais conhecidos são
os Adventistas do Sétimo Dia. Eles dividem a lei em:
1)
Lei Moral, compreendendo os dez mandamentos e
2)
Lei cerimonial, que compreende os demais preceitos da lei. Há quem veja, ainda,
um terceiro aspecto:
A lei Social
ou Civil.
Esse arranjo doutrinário nada mais é do que a tentativa de legitimar a doutrina
da guarda do sábado. Dizem eles que Jesus Cristo aboliu a lei cerimonial
(sacrifícios, rituais,etc), mas que não aboliu a lei moral (os dez
mandamentos), entre os quais está a guarda do sábado. Entretanto, nem Jesus nem
os apóstolos fizeram qualquer referência a essa divisão (arbitrária) da lei. No
Sermão da Montanha, que contém as “leis do Reino”, vemos o Senhor referir-se à
lei de modo geral, incluindo ou não os dez mandamentos. Em Mt 5.21, refere-se
ao 6 mandamento; em Mt 5.28, refere-se ao 7º. mandamento; em Mt 5.31, refere-
se ao divórcio, que não está nos dez mandamentos, mas está na lei, e dá sua
determinação sobre o assunto; Em Mt 5.43, Jesus refere-se ao amor ao próximo,
que está na lei, mas não nos dez mandamentos (Lv 19.18).
Paulo,
referindo-se à lei, não faz qualquer distinção entre moral e cerimonial. Em 01
5.3, ele diz que os que querem justificar-se pela lei estão separados de
Cristo; que são malditos os que não permanecem em todas as coisas da lei ( Gl
3.10).
Naquilo
em que os adventistas chamam de lei cerimonial, há inúmeros preceitos morais.
Por exemplo: Não afligir a estrangeiros, órfãos e viúvas (Êx 22.21,22). É
preceito altamente moral e não cerimonial. Não torcer o juízo (Dt 16.19). Estes
e outros são preceitos morais, que, no entanto, não estão no Decálogo. Diante
disso, verifica-se que os dez mandamentos e os outros preceitos da lei
constituem uma unidade do velho concerto, abolido por Cristo (2 Co 3.14). O
Novo Testamento (concerto), trazido por Cristo, é superior ao de Moisés (Jo 14.15;
1 Jo 2.3,10; 3.22-24; 4.21; 5.1-3; 01 6.2). Os mandamentos de Cristo não são só
dez. São todo o NT.
OS DEZ
MANDAMENTOS (Êx 20.1-17).
Os
quatro primeiros referem-se aos deveres do homem para com Deus. Os outros seis,
incluem os deveres do homem para com os seus semelhantes.
1º = “Não
terás outros deuses diante de mim” (v.3). Refere-se ao único Deus. Nenhuma
adoração a santos, anjos ou a outra criatura ou objeto é permitido pelo Senhor.
2º. “Não
farás para ti Imagem de escultura”; “não te encurvarás a elas nem as servirás”
(v.4-6). Lembra que Deus é Espírito e não admite ser adorado por meio de imagem
de homem ou de qualquer criatura.
3º. “Não
tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão” (v.7). Evidencia a
santidade de Deus, não sendo permitido o uso de seu nome de modo vão,
desrespeitoso ou frívolo.
4º.,
“Lembra-te do dia do sábado para o santificar” (v.8). Lembra que
Deus é o Senhor, criador de todas as coisas; lembra a sua soberania sobre a
criação. A palavra sábado, em heb. shabbath, do verbo sabath, significa
“cessar” ou “descansar” de trabalhar. Para os judeus, era um concerto perpétuo
(Êx 31.12-18).
5º., “Honra
a teu pai e a tua mãe” (v.12). Impõe o respeito à autoridade paterna, como
símbolo do respeito à autoridade de Deus. É o primeiro mandamento com promessa
(Ef 6.2,3).
6º. “Não
matarás” (v.13). Defende a preservação da vida como dom de Deus, proibindo o
homicídio. No tempo de Moisés, era permitida a,pena de morte pela autoridade
judicial (Ex 21.12-15).
7º. “Não
adulterarás” (v.14). Refere-se à santidade e pureza do casamento. O Senhor Jesus, no
Novo Contesto, trouxe nova maneira de aplicar esse mandamento, tornando-o mais
abrangente (Mt 5.28).
8º. “Não
furtarás” (v.15). Valoriza o respeito à propriedade dos bens alheios. Há muitas
maneiras de desrespeitar esse mandamento. Não é só pela apropriação indevida de
coisa materiais; não pagar o salário condignamente, é furtar o direito do
trabalhador.
9º. “Não
dirás falso testemunho contra o teu próximo” (v.16). Uma pessoa
pode prejudicar a boa reputação de alguém, mediante uma calúnia. O Código Penal
é severo, quando dispõe sobre os crimes de calúnias, injúria ou difamação. É
interessante notar-se que, em muitas igrejas, alguém é excluído por causa do
adultério (7 mandamento), mas ninguém é excluído por causa dos pecados contra
os mandamento. Isso é praticar dois pesos e duas medidas, é
juízo contrário a
Palavra de Deus.
10’. “Não
cobiçarás...” (v.17). Cobiçar é atitude mental, interior, apenas sentida pelo pecador.
Deus não quer santidade apenas no exterior. Ele quer a santidade do corpo, da
alma e do espírito. O último mandamento proibe cobiçar a casa do próximo, sua
mulher, seu servo ou serva, seu boi ou jumento, etc. Esse mandamento é tão
importante quanto os outros, pois o pecado, antes de ser praticado, começa na
mente, no desejo interior (Tg 1.14,15). No Velho Testamento, o Decálogo é o
princípio básico do Velho Concerto. No Novo Testamento, o Sermão da Montanha
(Mt 5.6 e 7), proferido por Cristo, é mais abrangente, pois inclui todos os
princípios do Decálogo, em conformidade com a vida cristã, expressando no N.
Testamento. Jesus resumiu toda a lei em dois mandamentos: Amar a Deus e amar ao
próximo (Mt 22.37-40; Rm 13.8-10).
Elaboração
pelo:-
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 1991
ESTUDO
COMPLEMENTAR
OS DEZ
MANDAMENTOS, 20.1-17
Deus
falou (1) com o povo do monte em chamas. O texto em Deuteronômio declara
nitidamente que Deus “no monte, do meio do fogo, da nuvem e da escuridade, com
grande voz” (Dt 5.22) deu estes mandamentos para a assembléia. Não sabemos como
Deus falou em voz audível, mas Israel entendia que a voz que ouviam era de
Deus. Esta era “uma voz audível e terrível, a voz de Jeová, soando como
trombeta pela multidão (19.16; 20.18)”.’ Este modo de descrever o evento não
indica que Deus tenha cordas vocais como o homem, mas assevera que Deus criou
um som audível que, de forma inteligível, enunciava suas palavras para o homem.
Depois que ouviram aquela voz, preferiram que Moisés (19) lhes falasse.
E
importante saber que era o SENHOR, teu Deus (2), que estava falando. Nos dias
de hoje, quando se fala em “nova moralidade” e quando há teólogos que anunciam
que “Deus está morto”, precisamos saber onde está a autoridade divina. Estas
palavras foram ditas por Deus ao povo como normas orientadoras para toda a
humanidade. Não basta afirmar que são pertinentes apenas para a época em que
foram dadas. “Deus queria que os israelitas entendessem claramente que fora Ele
mesmo que lhes dera os mandamentos.”
Além
disso, as pessoas ouviram todas estas palavras (1). No original hebraico, os
Dez Mandamentos são chamados “dez palavras” (34.28; Dt 4.13; 10.4; daí o título
Decálogo, lit., “dez palavras”). Estes dizeres não foram copiados do Egito ou
de outras nações, como alguns suspeitam. “As declarações do monte Sinai são
nobres e inteiramente diferentes de qualquer coisa encontrada em todo o
conjunto da literatura egípcia.”
Deus
deu estas palavras não como meio de salvação, porque este povo já estava salvo
do Egito, mas como norma de conduta. Levando em conta que a obediência era uma
cláusula para a continuação do concerto (19.5), estas palavras se tornaram a
base de perseverança na qualidade de povo de Deus. Paulo deixou claro que a
observância da lei não é meio de salvação pessoal, pois a justificação é pela
fé em Cristo (Gl 2.16). A lei conduz a Cristo, mas não salva (Gl 3.24). “Se não
é verdade que podemos cumprir a lei para ganhar o céu, é igualmente falso que
podemos quebrá-la sem sermos punidos ou sentirmos remorso.”7 Deduzimos que esta
lei moral foi dada como fundamento providencial para a fé do povo de Deus. Quem
o ama observa sua lei.
Dividir
a lei em lei moral, lei cerimonial e lei civil é, por um lado, útil, e, por
outro, enganoso. Lógico que a lei moral do Decálogo é básica e expressa a
responsabilidade de todos os homens. Mas as outras leis dadas a Israel também
eram igualmente obrigatórias.
As
leis de Deus eram demonstração de sua justiça por meio de símbolos e forneciam
uma disciplina pela qual os israelitas poderiam ser conformados à santidade de
Deus. As leis sociais e cerimoniais mudam, mas as relações fundamentais entre
Deus e o homem, e entre os homens, conforme exaradas no Decálogo, são eternas.
A
divisão dos Dez Mandamentos é entendida de modos variados. Seguindo Agostinho,
a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Luterana consideram os
versículos 2 a 6 o primeiro mandamento e dividem o versículo 17, que trata da
cobiça, em dois mandamentos. O judaísmo hodierno reputa que o versículo 2
ordena a crença em Deus e é a primeira palavra; e combina os versículos 3 a 6
na segunda. A divisão aceita nos primórdios da igreja torna o versículo 3 o
primeiro mandamento e os versículos 4 a 6 o segundo. Esta posição foi “apoiada
por unanimidade pela igreja primitiva, e é mantida hoje pela Igreja Ortodoxa
Oriental e pela maioria das igrejas protestantes”.
Os
primeiros quatro mandamentos compõem a primeira tábua do Decálogo e mostram a
relação apropriada do homem com Deus. Têm seu cumprimento no primeiro grande
mandamento: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua
alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22.37). Os últimos seis mandamentos lidam
com as relações humanas e cumprem-se no amor ao próximo como a si mesmo.
1. O
Primeiro Mandamento: Não Ter Outros Deuses (20.3)
O
versículo 2 é a introdução do primeiro mandamento. Deus identifica quem tirou
os filhos de Israel da servidão egípcia: O SENHOR. Visto que ele os libertara e
provara que era supremo, eles tinham de torná-lo seu Deus. Não havia lugar para
competidores. Todos os outros deuses eram falsos.
Diante
de mim (3) significa “lado a lado comigo ou além de mim”.2° Deus não esperava
que Israel o abandonasse; Ele sabia que o perigo estava na tendência de prestar
submissão igual a outros deuses. Este mandamento destaca o monoteísmo do
judaísmo e do cristianismo.
“O
primeiro mandamento proibe todo tipo de idolatria mental e todo afeto imoderado
a coisas terrenas e que podem ser percebidas com os sentidos.” Não existe
verdadeira felicidade sem Deus, porque Ele é a Fonte de toda a alegria. Quem
busca alegria em outros lugares quebra o primeiro mandamento e acaba na penúria
e em meio a acontecimentos trágicos.
2. O Segundo
Mandamento: Não Fazer Imagens (20.4-6)
“Como
o primeiro mandamento afirma a unidade de Deus e é um protesto contra o
politeísmo, assim o segundo afirma sua espiritualidade e é um protesto contra a
idolatria e o materialismo.”
Embora
certas formas de idolatria não sejam materiais — por exemplo, a avareza (Cl
3.5) ou a sensualidade (Fp 3.19)—, o segundo mandamento condena primariamente a
fabricação de imagens (4) na função de objetos de adoração. Este tipo de
idolatria sempre existiu entre os povos pagãos mais simplórios do mundo. A
história de Israel comprova que esta tentação é traiçoeira.
Estas
imagens pagãs eram feitas na forma de coisas vistas no céu, na terra e nas
águas. Estas imagens não deveriam se tornar objetos de adoração: Não te
encurvarás a elas (5). Os versículos 4 e 5 devem ser considerados juntos. Não
há condenação para a confecção de imagens, contanto que não se tornem objetos
de veneração. No Tabernáculo (25.31-34) e no primeiro Templo (1 Rs 6.18,29)
havia obras esculpidas. A idolatria consiste em transformar uma imagem em
objeto de adoração e atribuir a ela poderes do deus que representa. Se
considerarmos que gravuras ou imagens de pessoas possuam poderes divinos e que
sejam adorados, então elas se tornam ídolos.
Deus
apresentou os motivos para esta proibição. Ele é Deus zeloso, no sentido de que
não permite que o respeito e a reverência devidos a Ele sejam dados a outrem.
Deus não regateia o sucesso ou a felicidade para as pessoas, como faziam os
deuses gregos. E para o bem dos filhos de Deus que eles devem consagrar e
reverenciar o nome divino.
Deus
pune a desobediência (5) e recompensa a obediência (6). Muitos questionam o
julgamento nos filhos de pais ofensores, mas tais julgamentos são temporários
(ver Ez 18. 14-17) e aplicam-se às conseqüências, como, por exemplo, doenças,
que naturalmente seguem as más ações. O medo de prejudicar os filhos deveria
exercer coibição salutar na conduta dos pais. As perdas que os filhos sofrem
por causa da desobediência parental podem levar os pais ao arrependimento. Na
pior das hipóteses, a pena vai até à terceira e quarta geração, ao passo que a
misericórdia é mostrada a mil gerações quando há amor e obediência.
3. O
Terceiro Mandamento: Não Tomar o Nome de Deus em Vão (20.7)
Tomar
o nome do SENHOR, teu Deus, em vão é “recorrer ao irrealismo, ou seja,
servir-se do nome de Deus para apelar ao que não é expressão do caráter
divino”.24 Tal uso profano do nome de Deus ocorre no perjúrio, na prática da
magia e na invocação dos mortos. A proibição é contra o falso juramento e também
inclui juramentos levianos e a blasfêmia tão comum em nossos dias. “Este
mandamento não obsta o uso do nome de Deus em juramentos verdadeiros e
solenes.”
Deus
odeia a desonestidade, e é pecado sério alguém usar o nome divino para encobrir
um coração mau, ou para se fazer melhor do que se é. A pessoa que procura
disfarçar uma vida pecaminosa, ao mesmo tempo em que professa o nome de Cristo,
quebra este terceiro mandamento.
Tais
indivíduos são culpados diante de Deus (7) e só recebem misericórdia depois de
se arrependerem. Os justos veneram o nome de Deus por ser santo e sagrado.
4. O Quarto
Mandamento: Santificar o Sábado (20.8-11)
O
uso do verbo lembra-te (8) insinua que é fácil negligenciar o dia santo de
Deus. Tinha de ser mantido em ininterrupta consciência e santificado, ou seja,
“retirado do emprego comum e dedicado a Deus” (ATA). Todo o trabalho comum
seria feito em seis dias (9), ao passo que o sétimo dia é o sábado do SENHOR,
teu Deus (10). Era um dia dedicado, separado, a ser dado inteiramente a Deus.
Ninguém
deveria trabalhar neste sétimo dia. O senhor não deveria fazer seus servos
trabalharem. Até os animais tinham de descansar do trabalho cotidiano. Havia
proibições específicas, como a ordem de não colher maná (16.26), não acender
fogo (35.3), não apanhar lenha (Nm 15.32-36). Embora o foco seja negativo, a
lei permitia o trabalho necessário, como o trabalho de sacerdotes e levitas no
Templo, o atendimento a doentes e o salvamento de animais (cf. Mt 12.5,11).
A
razão para observar o sábado é que Deus fez a terra em seis dias e ao sétimo
dia descansou; portanto, abençoou o SENHOR o dia do sábado e o santificou (11).
As
Escrituras não fazem uma lista de coisas que se deve fazer no sábado. A
inferência inequívoca é que o dia é de descanso e adoração. As ocupações
seculares e materialistas devem ser substituídas por atividades espirituais.
Cristo condenou o legalismo que deu ao dia a forma severa e insensível, embora
não tenha anulado a sacralidade do dia. Foi ordenado para o bem do homem (Mc
2.23-28).
A
observância do dia do Senhor (domingo) como o sábado cristão preserva o
princípio moral que há neste mandamento. A mudança do sábado judaico para o
sábado cristão foi feita gradualmente sem perder necessariamente o propósito de
Deus para este dia santo. Notamos que os versículos 9 e 10 não especificam o
sábado nem “o sétimo dia da semana” como o dia do descanso sabático. A letra do
mandamento é cumprida pela observação do dia seguinte aos seis dias de
trabalho, como faz o cristão.
5. O Quinto
Mandamento: Honrar os Pais (20.12)
Honra
a teu pai è a tua mãe é o primeiro mandamento em relação aos homens e rege o
primeiro relacionamento que a pessoa tem com outrem: a relação dos filhos com
os pais.
Este
mandamento é tão básico que é amplamente universal. A maioria das sociedades
reconhece a importância de filhos obedientes. A melhor exegese deste versículo
é a exortação de Paulo encontrada em Efésios 6.1-3, onde ele destaca as
responsabilidades de pais e filhos.
Com
este mandamento ocorre uma promessa. Quem honra os pais tem a garantia de vida
longa. O propósito desta promessa visava a nação em sua permanência na
Palestina e o indivíduo que obedece. A promessa ainda vigora: a nação cujos
filhos são obedientes permanece sob a bênção de Deus, e os indivíduos obedientes
aos pais têm a promessa de vida mais longa. Haverá exceções a esta regra, mas
aqui destacamos sua aplicação geral.
6. O Sexto
Mandamento: Não Matar (20.13)
A
vida é a possessão humana mais estimada e é errado privar alguém da vida sem
justa causa. A história de Israel mostra que este mandamento não é absoluto.
Houve a adição de outras cláusulas, como o homicídio desculpável (21.13), o
homicídio acidental (Nm 35.23) e o homicídio justificável (22.2). Israel também
foi autorizado a matar os inimigos. Não há exegese racional que condene a pena
de morte ou a guerra simplesmente com base neste mandamento. Jesus esclareceu
seu significado quando o citou: “Não matarás” (Mt 19.18).
Não
há justificativa para a instigação de motins e rebeliões desnecessárias ou
outras condições semelhantes que levem ao derramamento de sangue. Há
responsabilidade evidente pelo cuidado adequado em viagens, projetos
construtivos e jogos esportivos onde haja perigo. Esforços individuais e
comunitários são necessários para a preservação da vida humana. Mas este
mandamento não requer nem justifica o prolongamento da vida por meio de
remédios e equipamentos auxiliares quando a esperança pela vida normal se
extingue.
7. O Sétimo
Mandamento: Não Adulterar (20.14)
A
pureza sexual é o princípio subjacente neste mandamento. Adultério
constituiu-se em relações sexuais ilícitas feitas por alguém casado. Tratava-se
de pecado contra a família. Mas este mandamento é aplicável a todos os tipos de
imoralidade sexual. A concepção em vigor atualmente que afirma haver exceções a
esta regra não tem justificativa. Jesus deixou claro que o adultério está no
coração e ocorre antes do ato (Mt 5.28). Este mandamento condena todas as
relações sexuais que acontecem fora do laço matrimonial. Também infere a proibição
de atos que precedem e conduzem ao ato sexual.
8. O Oitavo
Mandamento: Não Furtar (20.15) -
Este
mandamento regula o direito da propriedade particular. E errado tomar de outro
o que é legalmente dele. Constitui roubo quando a pessoa se apossa do que
legalmente pertence a uma empresa ou instituição. Não há justificativa para a
“apropriação” mesmo quando a pessoa sente que o produto lhe é devido.
Este
mandamento é quebrado quando a pessoa intencionalmente preenche a declaração do
Imposto de Renda com informações falsas, desta forma retendo tributos devidos
ao governo. Esta prática é imprópria mesmo que o cidadão desaprove o governo.
Também
passa a ser roubo o ato de tirar vantagens de outrem na venda de propriedades
ou produtos, ou na administração de transações comerciais. E impróprio pagar
salários mais baixos do que devem receber por direito. O amor do dinheiro é o
pecado básico condenado por este mandamento. A obediência é perfeita somente
com um coração puro.
9. O Nono
Mandamento: Não Dar Falso Testemunho (20.16)
Enquanto
que o roubo nos priva da propriedade, a conduta da falsa testemunha nos rouba
da boa reputação. Seja no tribunal ou em outro lugar, nossa palavra sempre deve
ser verdadeira. Não devemos divulgar um relato até que verifiquemos sua
veracidade. A repetição da fofoca é imoral; antes de falar devemos averiguar a
correção do que dizemos. Há ocasiões em que mesmo a informação verdadeira não
deve ser propagada; não temos a obrigação de anunciar a todos o que sabemos que
é a verdade. Mas quando falarmos, até onde sabemos, sempre devemos dizer a
verdade.
10. O Décimo
Mandamento: Não Cobiçar (20.17)
Este
último mandamento está por baixo dos quatro precedentes, visto que atinge o
propósito do coração. Matar, adulterar, roubar e mentir são resultados de
desejos errados que inflamam nosso ser. E singular que a lei hebraica inclua
este desafio ao nosso pensamento e intenção. “Os antigos moralistas não
reconheciam esta condição” e não condenavam os desejos maus. Mas é no coração
onde se inicia toda a rebelião, e este mandamento revela o aspecto interior de
todos os mandamentos de Deus.
Paulo
reconheceu este aspecto interior da lei quando se conscientizou de sua condição
pecaminosa (Rm 7.7). Muitas pessoas são absolvidas de crimes com base em atos exteriores,
mas são condenadas quando levam em conta os pensamentos interiores. Estes
desejos cobiçosos são, por exemplo, pela propriedade ou pela mulher pertencente
ao próximo (17). Tais desejos criminosos precisam ser purgados pelo Espírito de
Deus; só assim viveremos em obediência perfeita à santa lei de Deus.
O MEDO DO
Povo, 20.18-20
Os
israelitas estavam perto de uma montanha em chamas e ouviram a voz do Deus
Todo-Poderoso. Que experiência tremenda! Quando viram esse cenário,
afastaram-se e se puseram de longe (18). O medo tomou conta deles. Pediram a
Moisés que lhes servisse de intermediário, dizendo:
Fala
tu conosco, e ouviremos; e não fale Deus conosco, para que não morramos (19).
Nestas circunstâncias, sentiram que não estavam tão preparados para questionar
a posição de Moisés como profeta de Deus como antes estiveram (17.1-4).
Moisés
lhes deu uma palavra tranqüilizadora. Não havia necessidade de temerem
excessivamente, pois Deus veio para provar-vos (20), ou seja, “testar se vós
respeitareis seus mandamentos”. Não precisavam ter medo dos relâmpagos, mas
deviam ter um temor santo para que não pecassem contra Deus. Os filhos de Deus
não precisam ter medo das providências divinas, mas é essencial possuírem um
temor piedoso que os leve à reverência e obediência.
Elaboração
pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Comentário Bíblico Beacon
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