A CORRUPÇÃO
DOS ÚLTIMOS DIAS
Texto Áureo = “Mas estes, como animais irracionais, que seguem a
natureza,feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem,
perecerão na sua corrupção.” (2 Pe 2.12)
Verdade Prática = O ensino da Palavra de Deus,de modo
cuidadoso, pode evitar que a corrupção domine os corações dos salvos.
LEITURA
BIBLICA = 2 TIMOTEO 3: 1-4, 14-16
INTRODUÇÃO
Timóteo não
deve achar estranho o fato de haver pessoas más na igreja, porque a rede do
evangelho inclui peixes bons e ruins (Mt 13.47,48). Jesus Cristo tinha predito
(Mt 24) que viriam enganadores, e, portanto, não devemos ficar escandalizados
por isso, nem pensar o pior da religião ou da igreja por causa disso. Mesmo no
minério que contém o ouro há impurezas, e o trigo quando está deitado no campo
vem acompanhado de uma grande parte de palha.
O anúncio do
final dos tempos sempre nos assusta. Em geral, ouvimos a respeito de grandes
catástrofes, guerras e perseguições (Mt 24:7). Na Segunda Carta a Timóteo (base
bíblica desta lição), Paulo faz uma descrição dos homens que viverão nesses
“últimos dias”. A influência dessas pessoas pode ser destrutiva, através da
corrupção da mente. Por causa disso, Paulo encoraja Timóteo a se manter firme
na fé.
Enfatize
para a classe que cada crente é chamado a estar firme na fé, assim como Paulo
exortou a Timóteo.
Em nossos
tempos, a corrupção é uma grande ameaça dentro das igrejas, embora muitos achem
que não ocorra. Paulo contestou essa hipótese. Na verdade, Jesus também o fez
(Mt 24:24). A expressão “tempos difíceis” descreve um tempo “furioso, violento
ou selvagem”.
A palavra
usada para ‘difíceis’ é encontrada em Mateus 8:28, descrevendo a ação de um
demônio furioso. Estamos vivendo esse tempo violento e somos chamados a uma
reflexão sobre a transformação da nossa vidapelo poder do Espírito Santo, uma
vez que a moralidade e a decência serão cada vez menos respeitadas. Paulo
também identifica a prática religiosa do nosso tempo. Depois de analisar esses
homens, veremos como podemos combater as suas ações e a eles mesmos dentro da
igreja.
O caráter
desses homens = (2Tm 3:2-4)
Paulo mostra
que é possível encontrar pessoas com desvio de caráter profundo dentro das
igrejas. Muitas dessas pessoas irão estar no centro das atividades, recebendo
respeito e admiração dos homens. Sua revelação é contundente.
1. Egoístas, avarentos, jactanciosos e arrogantes
Esses homens
querem tudo para si mesmos, nenhuma soma de dinheiro os satisfaz, são cheios de
orgulho do que fazem e têm gosto especial pela própria imagem, achando que um
homem pode ser melhor que outro em essência.
O que a Bíblia nos ensina?
a. Romanos 12:3 — Devemos ter pensamento justo e adequado
sobre nós mesmos.
b. Filipenses 4:11 — Devemos aprender a estar contente com o que
temos.
c. 1 Pedro 5:5 — Devemos cultivar a humildade em todos os
tempos.
2. Blasfemadores
‘Blasfemar’
significa dizer palavras ofensivas a alguém: praguejar, maldizer ou amaldiçoar.
A blasfêmia referida no texto pode ser entre eles mesmos ou contra homens que
se levantam para contestar suas atitudes.
O que a Bíblia nos ensina?
a. 1 Pedro 1:22 — Quando cultivamos o amor, combatemos a
blasfêmia nos corredores da igreja.
“O amor
apontado aqui nada tem a ver com o ‘amor’ tão comentado nos nossos dias
(fala-se ‘eu te amo’ com a mesma intensidade e freqüência com que se declara
‘não amo mais’). O amor, de acordo com a Palavra, não é um sentimento que muda
por qualquer razão — é uma decisão cristã fraternal, em cumprimento à ordenança
divina.”
b. Romanos 12:14— Mesmo quando temos razão, não devemos
amaldiçoar nem praguejar contra alguém.
c. Provérbios 5:22 — Quem cultivar a corrupção e a iniqüidade,
ficará preso nelas.
3. Desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes e desafeiçoados
O
individualismo imperará no final dos tempos. Crimes contra a família iniciam
com pequenos atos de insubordinação e desrespeito. A irreverência é o pouco
caso do que é respeitado, como o sexo dentro do casamento, a fidelidade e o
perdão. Sem temor a Deus esses homens não amam nem respeitam nada.
O que a
Bíblia nos ensina?
a. Êxodo 20:12 — O servo do Senhor sempre honra seus pais. E
mandamento do Senhor.
Infelizmente,
não é raro presenciarmos maus tratos (palavras duras, falta de educação) de
filhos aos pais (estamos falando de filhos crentes!). Pergunte: “Por que será
que jovens crentes têm comportamento rude e desrespeitoso para com os pais?”
Solicite algumas participações.
Lembre os
jovens de que o mandamento de honrar os pais é incondicional. Não importa como
agem os pais; eles têm que ser honrados. Se agem mal, isso vai ser tratado por
Deus. Aos filhos cabe, primeiramente, agradar ao Senhor, obedecendo a Ele.
b. Salmo 100:4 — Nós não merecemos nada do que recebemos de
Deus. Cada dia é um milagre, e devemos entrar na Sua presença com profunda
gratidão.
c. 1 Coríntios 1:4 — Criar afeição na Igreja é uma forma poderosa
de combater a corrupção. Vale a pena olhar para os menos favorecidos da
sociedade também.
4. Implacáveis, caluniadores, sem domínio de si e cruéis
A crueldade
humana chegou a dimensões inimagináveis. Há ações que não são consideradas
corruptas pela sociedade, como a escravidão e a pirataria, por isso, muitos
crentes se envolvem achando que estão certos. Contudo, a corrupção corrói o
homem e o deforma, fazendo com que se torne uma pessoa sem controle e cruel.
Para manter o status, perseguem os homens honestos e caluniam descaradamente. Muitos
já foram mortos por defenderem a lei e a ordem.
O que a Bíblia nos ensina?
a. Mateus 5:37 — Fale sempre a verdade, mesmo que isso o
coloque em perigo. Não permita que haja dúvidas no seu falar.
b. Atos 20:29-30 — Vigie! Os lobos não pouparão o rebanho.
c. Gálatas 5:22 — A temperança nos ajuda contra a corrupção,
pois controlaremos nossos impulsos de querer algo a qualquer custo.
“Nicolau
Maquiavel, filósofo italiano, escreveu: ‘Os fins justificam os meios’ (em sua
obra O Príncipe). Quer dizer: para alcançarmos o que queremos, não importa o
que façamos. O que a Palavra de Deus ensina é que o que quisermos que alguém
nos faça, isso devemos fazer aos outros. Que orientação tem dirigido suas
atitudes?”
5. Inimigos do bem, traidores, atrevidos
Os corruptos
caminham de mãos dadas com os honestos, mas são seus inimigos na realidade.
Eles não se preocupam em trair e se atrevem a andar bem perto dos servos
verdadeiros de Deus. Uma das imagens mais comuns do corrupto é a do defensor do
bem e da boa prática, contudo suas ações evidenciam pacto com o crime.
O que a Bíblia nos ensina?
a. Gálatas 6:9 — Ao invés de cultivar atos de maldade,
devemos nos esforçar em fazer o bem a todos. A corrupção pode trazer um
benefício imediato, mas gera violência, pobreza e injustiça na sociedade.
b. João 21:15-19 — Seguir a Cristo é um ato de amor, de
fidelidade e de respeito. O Senhor quer extrair uma declaração de fé honesta,
de cada servo.
c. Efésios 5:7-8 — Nós somos filhos da luz e devemos revelar as
obras das trevas ao invés de comungarmos com a escuridão.
6. Enfatuados e mais amigos dos prazeres que amigos de Deus
A palavra
‘enfatuado’ significa uma pessoa cheia de fumaça, inflada e sem conteúdo. Os
ícones da nossa era são, em geral, pessoas vazias de conteúdo moral e que não
acrescentam muita coisa no que diz respeito à integridade do homem. Os mais
famosos se envolvem em impurezas sexuais, escândalos financeiros e são os
primeiros a desafiarem as bases da sociedade cristã, como a família e a própria
vida! Mesmo assim, são venerados por milhões de pessoas; alguns até afirmam que
são amigos de Deus.
O que a Bíblia nos ensina?
a. 2Coríntios 4:17-18 — O servo de Deus passa por experiências que o
enchem de conteúdo espiritual. Seus olhos estão fixos nas coisas espirituais?
b. João 15:15—Jesus nos chama de amigos! Como podemos desejar mais os prazeres
do mundo?
c. Filipenses 4:8-9 — O pensamento do servo de Deus deve revelar o
seu conteúdo bíblico e seu relacionamento com Deus.
Chame a
atenção da classe para o fato de que é fácil observarmos essas características
nas outras pessoas e as criticamos, mas.., e quanto a nós mesmos? Será que vez
por outra não temos algum comportamento semelhante?
A religião
desses homens (2Tm 3:5)
Paulo revela
que esses homens insistem em permanecer dentro da igreja. Eles mostram
interesse pela tradição, pelos costumes e por coisas externas à fé. Contudo há
uma determinação em negar o poder de Deus. Hoje em dia, ser membro de igreja é
fácil, difícil é ter uma vida espiritual transparente e repleta do poder de
Deus.
1. A religião judaica nos tempos de Jesus (Mc 12:24)
Jesus disse
que os judeus estavam no caminho errado, porque não conheciam as Escrituras nem
o poder de Deus. Eles estavam tão preocupados com a Lei que esqueceram do amor
e do perdão.
2. O crente sem o poder de Deus (Lc11:24-26)
Jesus
advertiu os discípulos sobre o perigo de não ser cheio do poder de Deus.
Espíritos imundos buscam locais arrumados para habitar levando consigo outros
demônios. Pessoas religiosas não são necessariamente salvas. Os salvos precisam
se aplicar a conhecer o poder de Deus.
Pergunte e
ressalte: “Percebem o risco que estão correndo aqueles jovens que freqüentam
igrejas porque são obrigados pelos pais, porque são pressionados por amigos?
Estão presentes à igreja e ausentes do Livro da Vida!”
3. O Espírito Santo contra a corrupção (Jr 17:9)
Jeremias
revela o íntimo do homem, por isso, a conversão envolve uma mudança no coração
(Jr 3 1:33) e um novo nascimento ( Jo 3:3). homem salvo é guiado pelo Espírito
Santo na verdade (Jo 16: 13), e isso inaugura o crente em um viver que é agradável
a Deus (Ef 4:1-3).
As obras desses homens (2Tm 3:6-7) = Atentem!
“Teoria e prática têm que andar juntas na vida do crente!” O crente deve estar sempre aprendendo, mas o conhecimento da
verdade só vem quando há aplicação do ensino aprendido e mudança de atitudes.
Os corruptos
estão sempre procurando crentes incontinentes para serem corrompidos. Assim
eram aquelas mulheres. Elas estavam dispostas a coisas novas. Dessa maneira, o
grupo de pessoas enganadas cresce em tempo difícil e violento. Os servos do
Senhor devem evitar as ofertas fáceis. Veja outros exemplos.
1. Judas e os sacerdotes judeus (Lc 22:3-6)
Judas foi
uma presa fácil para os sacerdotes corruptos. Ele estava em desacordo com
Cristo e permitiu que Satanás o tentasse. O ressentimento e a falta de visão
espiritual podem levar o crente à corrupção.
2. Ananias e Safira (At 5:1-11) = Não importa
quem pratica a corrupção, há conseqüências sérias. Um dos dois teve a idéia de
mentir sobre a doação, e o outro concordou. O desejo de parecer benevolente com
a avareza se tornou um exemplo para todos.
3. Pedro e Simão, o Mágico (At 8:17-22)
O poder de
Deus não pode ser comprado. Simão, o Mágico, embora tenha abraçado a fé, não
tinha discernimento, não compreendia o dom de Deus; sua nova natureza ainda
precisava amadurecer. Imagine se Pedro achasse que ele era o detentor do poder
de Deus! Com certeza, há quem diga que pode manipular o poder de Deus, mas isso
é corrupção espiritual.
CONCLUSÃO
Os tempos
são maus! A corrupção está em ação na sociedade: terrorismo, violência urbana,
pobreza, injustiça social, violação dos direitos humanos, desmatamento,
contrabando, entre muitos outros. Os homens sem lei (2Ts 2:7- 12) estão ativos
e também transitam dentro das igrejas, mas eles serão julgados por Deus. Vamos
enfrentar esse tempo analisando a nossa vida para identificar possíveis
atitudes que, hoje, não chamamos de corrupção, mas que se encaixam com o que
Paulo denuncia. Todo grande fraudador começou com um pequeno desvio. Toda
atenção para que não caiamos em erro!
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia a de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Guia do
Professor = Desafios de Um Jovem Líder - Editora Cristã Evangélica
A CORRUPÇÃO
DOS ÚLTIMOS DIAS
Texto Áureo = “Mas estes, como animais irracionais, que seguem a
natureza,feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem,
perecerão na sua corrupção.” (2 Pe 2.12)
Verdade Prática = O ensino da Palavra de Deus,de modo
cuidadoso, pode evitar que a corrupção domine os corações dos salvos.
LEITURA
BIBLICA = 2 TIMOTEO 3: 1-4, 14-16
MARCAS DE
DEGRADAÇÃO MORAL IMINENTE, 3.1-5
Até este
ponto da carta, Paulo lidou com as demandas impostas em Timóteo por sua tarefa
como pastor. Mas agora, em espírito profético, ele se dirige à sociedade em que
estava a igreja infante e descobre nela fatores que exerceriam influência
trágica no povo de Deus: Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão
tempos trabalhosos (1). A expressão nos últimos dias refere-se ao período do
fim da atual dispensação, imediatamente precedente à volta de Cristo; não há
razão para crermos que o apóstolo tivesse algo diferente em mente. Paulo
acreditava na proximidade da volta de Cristo, embora não vivesse para vê-la, O
período que Paulo está descrevendo poderia estar logo à frente de Timóteo. E
ele o chama tempos trabalhosos.
Servindo-se
de uma lista, ele detalha as atitudes pecadoras dos homens as quais
caracterizarão este período: Homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos,
soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto
natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para
com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que
amigos de Deus (2-4). A lista inteira é somente uma frase. E descrição sórdida
e deprimente dos pecados humanos.
A literatura
ética do século 1 continha semelhantes listas, e o próprio Paulo já havia
recorrido a este dispositivo (Rm 1.30,31). Pecados de diversos graus de
gravidade são reunidos mais ou menos indiscriminadamente, talvez com a idéia de
mostrar que na ótica de Deus todos os pecados são do mesmo jeito sérios, quer
pecados da carne ou do espírito, quer cometidos contra Deus ou contra nosso
semelhante. Estes pecados, comuns no século 1, também vicejam em medida
alarmante hoje em dia. Esta é indicação clara de que estamos nos últimos dias.
No versículo
5 está o pensamento perturbador deste parágrafo: Tendo aparência de piedade,
mas negando a eficácia (“o poder”, AEC, BAR, BJ, NTLH, NVI, RA) dela.
Destes
afasta-te. Kelly afirma que o versículo 5 é uma “frase lancinante”, a qual o
apóstolo “força, por via do clímax, [...] os praticantes dos erros efésios
[...1 a fazer uma grande parada do cristianismo”.’ E deveras surpreendente que
os culpados de tais peca- dos flagrantes ainda encontrem na religião formal um
lenitivo para a consciência. Isto não quer dizer que na verdadeira religião não
haja formalidade. A formalidade e o poder não são inimigos naturais ou mutuamente
exclusivos. Na verdade, tem de haver um casamento entre formalidade e poder
para que o culto a Deus tenha a graça e beleza que ele deseja.
Há muitos
modos de negar a eficácia da religião, O modo mais sutil e mortal é a
disposição de viver dia a dia sem a presença do poder de Deus em nossa vida
religiosa. Este é o risco que afronta muitas pessoas que corariam de vergonha
só com a leitura da lista sórdida de pecados que Paulo enumera.
ATÉ HOJE
ESTAS CONDIÇÕES SE MANTÊM, 3.6-9
Quando
chegamos a esta subdivisão é visível que Paulo acreditava que esses males não
só eram futuros, mas tais condições já eram reais: Porque deste número são os
que se introduzem pelas casas e levam cativas mulheres néscias carregadas de
pecados, levadas de várias concupiscências, que aprendem sempre e nunca podem
chegar ao conhecimento da verdade (6,7). O apóstolo mudou o tempo verbal do
futuro para o presente e trata da situação que Timóteo enfrenta em Efeso.
Os métodos
sutis empregados por tais indivíduos depravados são indicados pelo verbo se
introduzem, que no grego pode ser traduzido por “se insinuam ardilosamente em”
(cf. BAB, BV, CH, RA). Mulheres néscias pode ser traduzido por “mulheres
fracas” (NTLH). Tais pessoas são facilmente seduzidas e levadas a uma multiplicidade
de pecados. Paulo “tem tão pouca simpatia por mulheres dissolutas, que cultivam
a religião junto com outros interesses que as instigam, quanto tem pelos
mestres desonestos que as saqueiam”.
No versículo
8, Paulo faz uma analogia muito interessante: E, como Janes e Jambres
resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens
corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Os dois homens aqui nomeados
faziam parte do grupo de mágicos de faraó que tentaram duplicar as obras maravilhosas
de Deus e, assim, resistiram a Moisés (Ex 7.11; 9.11).
Seus nomes
não ocorrem na narrativa de Exodo, mas aparecem na tradição judaica. Desta
fonte, os nomes foram levados para a literatura cristã primitiva. E evidente
que estes nomes eram bem conhecidos a Timóteo, pois a referência do apóstolo a
eles não necessita explicação. Nesse período, as narrativas do Antigo
Testamento eram interpretadas tipologicamente.
A
experiência de Israel na época da grande libertação do Egito era considerada
antecipação das experiências que sobrevieram à igreja primitiva e seus líderes.
Paulo pode ter visto um paralelo entre a experiência de Moisés no Egito e a
oposição que ele teve de suportar de homens como Himeneu e Fileto.
O apóstolo
está tremendamente confiante de que estes destruidores da fé não conseguirão
infligir dano permanente na igreja: Não irão, porém, avante; porque a todos
será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles (9).
Deus
confunde com sua verdade todos os esforços empreendidos contra o progresso da
igreja.
PAULO, UM
EXEMPLO DE OBREIRO EM TEMPOS DIFICEIS
Agora o
apóstolo fala sobre o exemplo de resistência que ele mesmo fixou: Tu, porém,
tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade,
caridade (“amor”, ACF, AEC, BAB, BV, CH, NVI), paciência, perseguições e
aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio e em Listra; quantas
perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou (10,11). No original grego, o
verbo traduzido por tens seguido é muito mais forte que a leitura casual
sugere.
Significa
que Timóteo acompanhara Paulo e, assim, teve conhecimento de primeira mão
dessas experiências. Como destaca Kelly: “Também é um termo técnico que define
a relação do discípulo para com seu mestre, podendo ser parafraseado por
‘estuda de perto’, ‘segue em espírito’, ‘observa cuidadosamente com a intenção
de reproduzir’ [cf. BV] e, daí, ‘toma como exemplo”.’ Phillips traduz a
passagem assim: “Mas você [...] tem seguido de perto meus ensinos e minha
maneira de viver” (CH; cf. NTLH; cf. tb. “tens seguido de perto”, AEC, BAB, BJ,
NVI, RÃ).
Estes
exemplos de perseguições e aflições que Paulo suportou foram tirados da
primeira viagem missionária do apóstolo à região da Asia Menor, onde Timóteo
morara. O jovem pode ter sido testemunha ocular de algumas dessas perseguições
e aflições, ocorridas, talvez, antes de se converter. E possível que esta série
de acontecimentos na vida de Paulo tenha sido o fator decisivo para ganhar a
família de Timóteo para Cristo. Barclay observa que “é prova de coragem e
consagração o fato de Timóteo ter visto às claras o que poderia e realmente
aconteceu a um apóstolo, e, ainda assim, não ter hesitado em participar da
mesma sorte com Paulo”.
O ponto que
o apóstolo realça é a fidelidade de Deus em livrar seu servo. Ele não buscou
ser perseguido ou a glória ligada a isso para o seu próprio bem; ele recorda
esses fatos apenas para louvar a Deus pela força e graça que o salvou.
A FIRMEZA É
ESSENCIAL, 3.12-15
Paulo está
convencido de que não há caminho fácil para os filhos de Deus: E também todos
os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições (12). Jesus
declarou que a cruz seria inevitável para quem o seguisse, e assim sempre tem
sido. Podemos ser cristãos nominais sem sofrer muitos inconvenientes.
Mas os que
querem ser cristãos genuínos têm de pagar o preço inevitável do sofrimento,
embora tenham a garantia do poder libertador de Deus.
Viver em
rebeldia à vontade de Deus e entregar-se à propagação de erros resultarão na
intensificação da desgraça: Mas os homens maus e enganadores irão de mal para
pior, enganando e sendo enganados (13).
Aqueles que
se deixam ser seduzidos pelos erros dos desviadores efésios estão fadados a
situação cada vez pior; eles enganarão outras pessoas e sua condição passará de
mal para pior até que fiquem em total cegueira espiritual. A experiência humana
confirma seguramente que este é o destino final daqueles que rejeitam Cristo.
Com Timóteo
o caso é diferente. O apóstolo o exorta: Tu, porém, permanece naquilo que
aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido (14).
Indubitavelmente, o jovem tivera o beneficio de muitos mestres cristãos, o
principal dos quais foi o próprio Paulo. Que privilégio extraordinário e
deveras invejável! Continue nessa herança da verdade, exorta o apóstolo.
Mas Paulo
sabe muito bem que, na vida de Timóteo, o edifício da verdade está sobre
fundamento que outros fundaram: E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas
letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo
Jesus (15). Este é um tributo à instrução fiel que Timóteo recebera de sua mãe
e avó piedosas. A instrução nas Escrituras era considerada responsabilidade
sagrada em toda casa judaica ortodoxa e deve ser reputada com seriedade igual
em toda casa verdadeiramente cristã. Não há nada maior que isso que enriqueça a
vida de nossos filhos.
TEMPOS DIFICEIS DO ENSINO DA PALAVRA DE DEUS
Os últimos
dias, citados no v. 1, incluem a era Cristã em sua totalidade. Paulo, porém,
profetiza pelo Espírito Santo que as dificuldades aumentariam gradativamente à
medida que a volta do Filho do Homem se aproximasse.
Por
problemas que se multiplicam -
Descontentamento, doenças,decepções, medo, desemprego, solidão, traição,
injustiça, divórcios, discórdia, dissensão são alguns dos problemas que
enfrentam os cristãos desse século.
Confusos e
sem conhecimento, lêem livros, pedem conselhos diversos sem orientação bíblica,
participam de reuniões de auto-ajuda, e ao final descobrem que estão com mais
dificuldades que antes, visto que buscam família, cônjuge, filho e/ou igreja
perfeitos. Muitos cristãos se dedicam especialmente a crises, desconhecendo
onde está a raiz da dificuldade real.
Por não
entender - Será que as nossas dificuldades
estão relacionadas com o que Paulo escreveu alertando a Timóteo? “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias
virão tempos trabalhosos” (v.1). O aumento da iniqüidade, a
procura desesperada em busca de soluções de problemas excluindo a vontade de
Deus, o desinteresse pelas coisas do Senhor, são fatores ímpares que
desequilibram o entendimento do cristão que não está arraigado na confiança
plena em Deus. São tempos trabalhosos de fato, e não há como mudar essa
realidade, os últimos dias estão assinalados por um aumento cada vez maior da
iniqüidade, um colapso nos padrões éticos e morais, a multiplicação de falsos
crentes sem nenhum compromisso com a Sã doutrina. Os servos do Deus altíssimo
devem agora mais que nunca se arraigar no conhecimento das Escrituras a fim de
não serem enganados.
Por se
aproximar o fim - Na busca
desesperada de sobrepor aos seus limites e se tornar sempre maior, o homem
aprendeu que devia “se amar em primeiro lugar,
valorizar a si mesmo sem importar com mais nada”. Fizeram ecoar a
quatro ventos: “Você é o mais importante!
Merece mais! Honre-se acima de tudo!”, essa exaltação sutil
acentuou-se logo após a revolução industrial, que marcou o mundo e mudou a
relação do homem com Deus.
Com o avanço
da ciência e sua auto-exaltação, o homem não enxerga mais a necessidade em
Deus, essa atitude é seguida a risca, e os danos para as gerações seguintes,
inclusive a de hoje, são irreparáveis. Observe o resultado de pessoas que são “amantes de si mesmas” : São
egoístas, pois não conseguem ajudar ninguém; avarentos, porque não querem
dividir; jactanciosos, porque negam a humildade; arrogantes, pois procuram
sempre ser melhor e maior que os outros com o intuito de humilhá-los;
blasfemadores, pois desfazem de Deus; desobedientes aos pais; irreverentes;
desafeiçoados, pois não há nenhum afeto para oferecer; implacáveis; duros de
coração; não perdoadores; caluniadores; mentirosos; ingratos, pois a ninguém
reconhecem para a necessidade de agradecer; sem domínio de si próprio;
traidores; atrevidos, enfatuados; mais amigos dos prazeres que amigo de Deus,
logo, inimigos de Deus (1Jo 2.15-16) .
Esse é o
retrato do caráter de um homem guiado pelo príncipe deste mundo, e em nada se
parece com o que pede o evangelho.
TEMPOS QUE NOS DIFERENCIA
Uma decisão
de atitude deve ser tomada pelo cristão desse século: Estar atento para não se
achar parecido nem semelhante aos homens dos últimos dias. Ter um referencial a
seguir, e negar os costumes do mundo evitando a influência de ímpios,
sobretudo, na família.
Por conhecer
as armas do inimigo - Já não é
novidade ao cristão,que o inimigo trabalha para desintegração das famílias
(v.2). Os filhos são desobedientes aos pais, os homens não têm “afeto natural”; os filhos
negligenciam os devidos cuidados aos pais idosos, idolatram o dinheiro, os
prazeres e seus objetivos egoístas.
De outra
forma, Paulo também nos adverte quanto aos falsos crentes, “não demonstram reallibertação, não possuem
um coração que aceite a verdade do evangelho, e se escondem na aparência de
piedade”.
Por nossa
fidelidade - Ser leal
ao Senhor em tempos de crise,sobretudo nos últimos dias, mantendo e conservando
a genuína Palavra em nosso viver, é o que manterá a igreja imune aos ataques de
falsos profetas com suas doutrinas. Um exemplo disso é a fábula de que o
evangelho é a resolução e fim de todos os problemas e dificuldades na terra,
contrariando o qual Paulo nos ensina que o cristão deve esperar por perseguição
e dias difíceis (v.12).
TEMPOS DE APRENDER
A cultura e
o pouco incentivo à leitura têm afastado o cristão da palavra do Senhor, poucos
são os que valorizam as letras do Sagrado livro, pois não sobra tempo. Os
resultados são doutrinas inventadas de momento e um crescimento assustador do
religiosismo exagerado; de outra forma um liberalismo extremo, o que consiste
em erro.
1. Para
edificar a nossa fé - A partir
do v.14 Paulo enfatiza a inspiração e a autoridade das Escrituras que é
divinamente inspirada. A palavra Theopneustos (gr.) provém de duas palavras, “theos” que significa Deus, e “pneou” que significa respirar
logo, “respirado por Deus”. Ele é a
fonte e autor final das escrituras, o qual mantém em todas as gerações a
autoridade (2Pe 1.21). Essa é a verdade que mantém viva a certeza de fé
salvífica em meio aos dias atuais, o verdadeiro evangelho desvenda os olhos e
edifica a fé em Cristo Jesus, formando uma conduta e caráter contrários aos
citados nos versículos 1 a 7.
2. Para
praticar e instruir corretamente - Cientes da
extrema corrupção, destruição moral, caráter iníquo e deturpação do evangelho,
cabe ao cristão assegurar-se naquilo que aprendeu, tendo posição firme na
justiça em Cristo, praticando, em gestos e atitudes, o evangelho “criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes
da verdade” (Ef 4.24), “afim de
que o homem seja perfeito e perfeitamente habilitado para a boa obra” (2Tm
3.17) Não há nada melhor que instruir homens, com a pureza do evangelho. Tenha
o auxílio do Espírito Santo, pois Ele é quem abre nossa mente e dá testemunho
em nosso interior. Esmere-se, busque o entendimento, tenha sede de conhecer as
riquezas guardadas na Palavra (Sl 42.1).
CONCLUSÃO
O cristão
não deve perder o equilíbrio em meio aos tempos que vivemos. A Palavra de Deus
é testemunha de Suas promessas, acredite! (Hb 10.23). Quanto ao homem dominado
pelas paixões e prazeres desse mundo, não irão avante, são réprobos quanto a fé
e não conseguem deter o conhecimento da verdade, porque está guardado àqueles
que permanecerem fiéis a Deus.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
missaoaupe.com.br
Comentário
Bíblico Volume 09 -Beacon As Epistolas Pastorais
A CORRUPÇÃO
DOS ÚLTIMOS DIAS
Texto Áureo = “Mas estes, como animais irracionais, que seguem a
natureza,feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem,
perecerão na sua corrupção.” (2Pe 2.12)
Verdade Prática = O ensino da Palavra de Deus,de modo
cuidadoso, pode evitar que a corrupção domine os corações dos salvos.
LEITURA
BIBLICA = 2 TIMOTEO 3: 1-4, 14-16
INTRODUÇÃO
A humanidade
poderia ter começado bem. Mas começou mal. Com o pecado da desobediência a
Deus, em sua origem, o ser humano não soube aproveitar a bondade de Deus ao
criá-lo. Feito “imagem’ e “semelhança” de Deus” (Gn 1.29), ou mal o livre arbítrio,
concedido pelo Criador. E, já no princípio no cenário do Jardim do Eden, lugar
maravilhoso, onde não faltava absolutamente nada, o homem preferiu ouvir a voz
do Diabo. Além disso, o homem desencaminhou-se, construindo deuses falsos para
adorar, desprezando a adoração ao Deus verdadeiro, Criador dos céus, da terra e
do homem.
O pecado é a
raiz de todos os inales e comportamentos inadequados do homem enquanto
criatura, perante o seu Criador. E a origem da corrupção que acompanha o homem,
desde o seu princípio passando pela História, em suas diversas fases ou
períodos chegando aos dias presentes e se prolongará e se projetará no futuro,
até o final de todas as coisas, conforme o que nos relata a Palavra de Deus.
A humanidade
terminará mal. Até que o Deus Criador intervenha, implantando o seu Reino com o
objetivo de restaurar o planeta Terra ao seu destino glorioso, previsto pelo
Senhor. O juízo do Dilúvio universal foi a reação de Deus à corrupção geral do
gênero humano, por volta do ano 600 da vida do patriarca Noé (Gn 7.6,11). E
Deus derramou seu terrível juízo contra os povos diluvianos, em razão da
corrupção generalizada que tomou conta da mente e dos atos daquelas pessoas que
habitavam o planeta (Gn 6.5-7).
Ao longo dos
séculos, em vez de o homem aprender com a experiência e as evidências da
criação que Deus existe e é o Soberano Criador e Senhor do Universo, pelo
contrário, afastou-se mais de Deus, não apenas em termos de crença, mas de
práticas cada vez mais corruptas e abomináveis, em termos de culto, com a
adoração a ídolos ou falsos deuses, mas também por meio de práticas
consideradas abominações pelo Senhor, como a prática da homossexualidade (Lv
18.20; 20.13 e refs.).
Daquela
população mundial, de alguns milhões de pessoas, só escaparam oito seres humanos
(Gn7.7; 2Pe 2.5).
Depois de
séculos, em vez de o homem evoluir, como diz a fábula da Teoria da Evolução,
não só tem decaído em sua vida biológica, como tem piorado terrivelmente em
termos espirituais e morais. Nunca houve tanta corrupção espiritual e moral, na
experiência humana, como nos dias em que vivemos. Certamente, esses dias, do
século XXI, são os “tempos trabalhosos” a que se referiu o apóstolo Paulo, em
sua Segunda Carta a Timóteo (3.1-9). Ele aludia aos atos de corrupção,
imaginados e praticados pelo homem, por sua natureza decaída e destruída pelo
pecado.
Mas nunca
imaginaria que a corrupção, nos fins dos tempos que antecedem a volta de
Cristo, seria institucionalizada, reconhecida e aprovada pelos governos e par-
lamentos, e superaria o descalabro moral dos povos antediluvianos OU depravação
de Sodoma e Gomorra.
No texto em
estudo, neste capítulo, Paulo enumera características dos homens corruptos, na
época de Timóteo, que eram os “falsos mestres” ou ensinadores, que procuravam
incutir na mente dos crentes de Efeso, heresias de perdição, “doutrinas de
demônios” e “vãs contendas”, que só causavam dissensões e divisões no seio da
igreja local. Ele conduz os leitores de sua carta, a partir de Timóteo, ao
cenário escatológico dos “últimos dias” (2Tm 3.1), quando homens de índole
perniciosa haveriam de levantar-se “enganando e sendo enganados” (2 Tm 3.13).
Neste parágrafo da carta, ele nos mostra a corrupção do ser humano, “nos
últimos dias”. Foi uma mensagem profética, pois tudo o que ele previu, em
termos de corrupção moral, numa visão escatológia, está acontecendo em nossos
dias.
I- OS TEMPOS
TRABALHOSOS
1. Protagonistas dos Tempos Trabalhosos
“Sabe,
porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos” (2Tm 3.1). Nos
parágrafos anteriores, o apóstolo tinha seu foco na exortação a Timóteo, tendo
em vista sua pouca experiência diante de situações de desafio, no confronto com
os falsos mestres. Neste capítulo, Paulo volta-se para os “falsos mestres”
propriamente ditos, revelando e ressaltando suas características gerais e
pessoais, que os colocam numa posição altamente negativa e prejudicial à
realidade da vida cristã.
Em outras
traduções, esses tempos são considerados “tempos difíceis”. Na realidade, o
texto faz alusão aos tempos que antecedem a vinda de Cristo. Deus está fora do
tempo, ainda que o criou, mas o homem está inserido no tempo e sujeito às
limitações temporais.
Sempre houve
tempos difíceis ou trabalhosos para a igreja cristã. Ela nasceu debaixo da
perseguição dos judeus; experimentou a perseguição dos imperadores de Roma, que
intentavam eliminar o cristianismo da face da terra; na Idade Média, sofreu a
perseguição dos reis, dos imperadores, e da igreja Católica Romana, que tudo
fizeram para silenciar a voz dos protestantes, que confrontavam os desmandos do
clero corrupto que se aproveitava da ignorância do povo.
Depois,
veio, na História, a perseguição diabólica, por meio do materialismo ateu e
anticristão. Os comunistas entenderam (e ainda entendem) que o cristianismo é
um empecilho aos seus objetivos declarados ou velados de dominação do mundo.
Os
comunistas foram derrotados e alijados em seu próprio berço, a União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas, Esse regime de tirania e injustiças eliminou
muitos cristãos, matando-os nas prisões, na Sibéria, deixando-os morrer de
inanição e frio insuportável. Mas o comunismo foi destruído na Europa Oriental.
No entanto, o cristianismo continuou e continua em sua marcha vitoriosa em
busca do encontro com Cristo, na eternidade.
2. Homens de Má Índole
As
características dos homens maus, ímpios e inimigos do evangelho, constam de
algumas “listas negras”, nas epístolas de Paulo, Logo após esse texto, Paulo
adverte os destinatários das cartas pastorais de que Deus já via a tudo e a
todos no plano espiritual (1Tm 4.1).
A lista de
más qualidades dos homens ímpios contém 18 itens (2Tm 3.2-9), cujo comentário
seria excessivo, mas para melhor entendimento, as resumimos rapidamente. tais
qualificações nada recomendáveis, que, infelizmente, são observadas em muitos
lugares, em igrejas cristãs, na vida de pessoas que se dizem cristãs.
1) Amantes de si mesmos. São egoístas ao extremo. Buscam os seus
interesses em primeiro lugar, antes de valorizarem os outros e a obra do
Senhor. Eles não têm amor, pois o verdadeiro amor “não busca seus interesses”
(1Co 13.5).
2) Avarentos. São amantes do dinheiro, fruto da característica anterior, de seu
egoísmo. Hoje, há falsos obreiros, que só pregam por dinheiro, pensando em
enriquecer (1Tm 6.10).
3) Presunçosos. São homens cheios de orgulho, de arrogância,
que se julgam superiores aos outros. No ministério, tal característica é motivo
de conflitos desnecessários, contrariando Filipenses 2.3.
4) Soberbos. Qualidade semelhante á anterior. Paulo acentua, mostrando que
tais homens são orgulhosos (ver 1Tm 1.7, 6.4); são candidatos à queda
espiritual (Pv 16,18),
5) Blasfemos. São os mesmos a que se referiu o apóstolo em 1 Timóteo 6.4,5.
Blasfemar é dizer maldição, praga, imprecação. Ou pronunciar coisas que ofendem
de modo contundente a santidade de Deus.
6) Desobedientes a pais e mães. São péssimos exemplos na
família, pois não honram seus pais e mães (cf. Ex 20.12); e são candidatos a
ter uma vida sem a bênção de Deus, por não considerarem o valor de seus pais.
7) Ingratos. São pessoas egoístas e autos suficientes. Por isso, não cultivam
a virtude da gratidão. São ingratos a Deus, aos pais, aos amigos, à igreja, aos
pastores. Têm distúrbios emocionais que os impedem de ser humildes e gratos.
8) Profanos. São homens que não respeitam as coisas sagradas (Lv19.8, 12; Mt
12.5); há obreiros que transformam igrejas em “casas de show”, em danceteria,
em palco de luta-livre, em casas de jogo e até em boates.
9) Sem afeto natural. É o mesmo que ser “sem amor” (Rm1;31); são
homens ignorantes , grosseiros, estúpidos ou mal educados , no trato com o
cônjuge, com os filhos, com os pais, com outras pessoas.
10) Irreconciliáveis. Que não são humildes para reconciliarem-se
com os outros, em situações de desentendimentos ocasionais; não sabem pedir
perdão, e muito menos perdoar. Não são perdoados por Deus (Mt 6.15).
11) Caluniadores. Cometem o crime de calúnia (Crime contra a
honra — Art. 128 do Código Penal); nas igrejas, esse crime é ignorado.
Raramente se pune um caluniador.
12) Incontinentes. Que não sabem conter-se, sem autocontrole,
sem domínio próprio.
13) Cruéis. São pessoas desumanas, impiedosas. Não fazem parte dos que são
salvos em Cristo Jesus.
14) Sem amor para com os bons. Quem não ama não é salvo. Está
em trevas, perdido. E é considerado homicida em termos espirituais (Ver 1Jo
2.9,11; 3,15); se tais homens não amam “os bons”, imagine como tratam os maus
ou inimigos (Mt 5.44).
15) Traidores. O termo já diz tudo. São “discípulos” de Judas, que traiu seu
Mestre por 30 moedas de prata (Mt 26.15); seu fim foi a perdição (Mt 27.5).
16) Obstinados. Sua obstinação não é no sentido da
persistência em fazer o bem, mas em fazer o mal, em persistir no erro, na
maldade.
17) Orgulhosos.Semelhante à qualidade número 4.
18) Mais amigos dos deleites do que amigos de Deus. Como são
egoístas, presunçosos e autos suficientes, só pensam em si. Para eles, os
prazeres da carne e do mundo são mais importantes do que amarem a Deus (1Jo
2,15,16; Rm8.7,8).
Após
discriminar as péssimas qualidades de falsos mestres, no seio da igreja cristã,
Paulo alerta a Timóteo que tais homens têm “aparência de piedade , mas negam a
eficácia dela e ordena que o discípulo se afaste deles (2 Tm 3.5). Esses maus
obreiros aproveitavam-se de “mulheres néscias, carregadas de pecados, levadas
de várias concupiscências”, entrando em suas casas para a prática do pecado,
naturalmente (2 Tm 3.6).
E conclui
que tais homens são comparados aos magos de Faraó, “Janes e Jambres” (2Tm 3.8),
que fizeram suas feitiçarias ou mágicas, resistindo a Moisés (cf. Ex
7.11,12,22; 8.7). Paulo resume suas qualidades desabonadoras do caráter como
“sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé” (2Tm 3.8), e
que não serão bem-sucedidos em seus intentos malignos.
II- CARÁTER,
ENGANOS E PERSEGUIÇÕES
1. Paulo, Obreiro Exemplar
“Tu, porém,
tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade,
caridade, paciência” (2Tm 3.10). O apóstolo Paulo — outrora perseguidor do
evangelho e dos seguidores de Cristo, fariseu respeitado, mas ignorante acerca
da verdade e defensor ardoroso da Lei de Moisés — tornou-se um dos maiores
exemplos de fé, amor e fidelidade ao cristianismo. Seu caráter era demonstrado
por sua conduta exemplar. Na sua segunda carta a Timóteo, ele elogia seu jovem
discípulo por sua obediência em seguimento de sete aspectos de sua vida, que
bem pode ser um resumo do caráter cristão.
1) Doutrina. Na verdade, o apóstolo usava uma linguagem que Timóteo conhecia
bem; Paulo não fundara um movimento religioso, ou houvera codificado nenhum
sistema de doutrina. Mas era um seguidor autêntico de Jesus, na proclamação do
evangelho e da doutrina de Cristo. Timóteo andava nos caminhos do Senhor,
seguindo os ensinamentos que Paulo lhe ministrava.
2) Modo de viver. Uma coisa é pregar, ensinar, transmitir
mensagens e ensinamentos; outra coisa é, além de pregar, dar o exemplo aos que
recebem o ensino; Paulo discipulara Timóteo e podia dizer: “Sede também meus
imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos
que assim andam” (Fp 3.17; Co 11.1).
3) Intenção. Como poderia Timóteo conhecer a “intenção” de Paulo! Intenção
quer dizer “intento, propósito, plano, ideia; vontade, desejo, querer”
(Dicionário Houaiss); certamente, a intenção de Paulo era demonstrada por suas
práticas, exemplos e testemunho, de um verdadeiro cristão. Seguindo o exemplo
de Paulo, seguia o seu pensamento (Fp 4.8).
4) Fé. Paulo era um homem de fé muito elevada. Suportar o que ele
suportou, em embates, combates e sofrimentos, só seria possível para um humilde
“gigante na fé”; e passava a mensagem do evangelho pela fé genuína (1Co 2.3; Gl
2.20); sua fé não era teórica, apenas mística, mas era uma fé demonstrada na
prática (1 Co 2.4).
5) Longanimidade. Ser eloquente não é difícil, se alguém tem
o dom natural da oratória; ser bom administrador é para quem tem conhecimentos
e capacidade administrativa; há obreiros que possuem esses dotes pessoais; mas
ser longânimo é para quem tem esse requisito como fruto do Espírito Santo (01
5.22).
6) Caridade. Caridade é o amor na prática. Não se manifesta apenas no falar,
no dizer, na exposição verbal eloquente; só se materializa ou se demonstra de
modo prático, vivencial; Paulo não só falou, ensinou, mas deu exemplo do que é
ter caridade; em 1 Coríntios 13, ele devotou um capítulo doutrinário sobre a
caridade, que é a manifestação do Amor Ágape, o amor de Deus, na vida de seus
servos.
7) Paciência. E sinônimo de “calma, tranquilidade, serenidade”. É um estado de
espírito; é também equivalente a “longanimidade”, mas esta é “paciência para
suportar os defeitos e as faltas dos outros”; o cultivo dessa qualidade requer
tempo e experiências com as situações mais diversas, ou adversas; Timóteo
aprendera com Paulo as lições da paciência.
2. Paulo, o Perseguido
A vicia
cristã de Paulo começou, no caminho de Damasco, quando Jesus o encontrou, numa
jornada que seria de perseguição aos cristãos (Ar 9.5). Naquele encontro
dramático, marcante e inesquecível, o fariseu famoso caiu por terra, e, após
sua conversão, batismo e acolhimento pelos irmãos de Damasco, sua vida mudou.
De perseguidor passou a ser perseguido (At 9.17,23-25). Em várias ocasiões, em
seu ministério, esteve em perigo de morte ou em risco de vida (2 Co 11.23).
Se Timóteo
não houvesse tido um discipulado seguro e eficaz, poderia ter retornado para
sua terra e desistido de ser cristão. Mas seguiu o exemplo do Senhor Jesus, na
companhia de seu tutor espiritual. Enquanto isso, os “homens maus e
enganadores” não teriam um fim proveitoso, mas colheriam o que plantaram.
III - A BOA
FORMAÇÃO CRISTÃ E PERSEVERANÇA NA PALAVRA
1. Permanência na Palavra. Timóteo tivera a oportunidade de ter urna
formação familiar e cristã do melhor nível. Sua educação era esmerada. Como já
visto, no capítulo 7 deste comentário, Timóteo era filho e neto de servas de
Deus, que o educaram nos caminhos do Senhor (1Tm 1.5), No lado espiritual,
doutrinário, ele era oriundo de urna família bem estruturada na fé cristã. Por
outro lado, na vicia ministerial, era discípulo dc) apóstolo Paulo. Sua
formação familiar era tão marcante, que Paulo, nesta seção da segunda carta,
faz referência à sua infância, num lar cristão que valorizava o ensino, no
culto doméstico — coisa rara nos dias atuais.
2. O Valor do Ensino Bíblico
O
discipulado cristão deve ser acima de tudo fundamentado na Bíblia, a Palavra de
Deus. Nos tempos hodiernos, o ensino da Palavra tem sido negligenciado, em
grande parte das igrejas, em muitos lugares no mundo. Não são poucas as igrejas
que eliminaram de seu programa a Escola Dominical e alegam suas conveniências,
de transporte, distâncias, inseguranças, etc.
A nosso ver,
não houve nenhuma vantagem em adotar essa programação, que exclui o ensino
sistemático e voltado para cada faixa etária. Pelo contrário. Quando o ensino
não é cuidadoso, paciente e dedicado, há grande prejuízo para as novas
gerações. Graças a Deus pelas igrejas cristãs que dão valor ao ensino da
Palavra, no lar, através cio culto doméstico, e na igreja, na miniStração cio
ensino na Escola Dominical e nos cultos de doutrina.
Paulo tira o
foco de Timóteo e dos falsos mestres, e se volta para o valor cio ensino da
Palavra de Deus: “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para
ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça” (2Tm 3.16).
Mas ele ressalta que tais resultados só são alcançados se a “Escritura”, ou a
Palavra ensinada for “divinamente inspirada”. Os objetivos do ensino bíblico
divinamente inspirado são:
1) “Ensinar”, ou seja, transmitir ensinos espirituais, com base na Palavra de
Deus, que são úteis e necessários para urna boa formação cristã; sem ensino,
nenhuma igreja se mantém de pé; é necessário que as pessoas escutem a Palavra
do Senhor Jesus e as ponham em prática, para poderem ficar firmes. Do
contrário, serão destruídas pelas intempéries espirituais (cf. Mt 7,24-27; 2.2
5; Tt 2.12).
2) “Para redarguir”ou seja, “retrucar, responder, replicar”, ou
argumentar com segurança; e também, como em outras traduções, “para
repreender”; o ensino fundamentado na Palavra de Deus capacita o cristão para
argumentar com segurança acerca de sua fé (cf. 1 Pe 3.15).
3) “Para corrigir” O ensino bíblico bem fundamentado é como um
prumo, que mostra o que está fora do lugar na construção de urna casa. Na vida
cristã, se não houver o cuidado indispensável com as instruções e orientações
do Senhor, muita coisa fica “torta” ou em desacordo com a vontade de Deus. O
ensino é que conduz o homem à santidade e à santificação (SI 119.105; Rm 15.4;
1Co 4.17).
4) “Para instruir em justiça”. O ensino da Palavra de Deus é
instrução que leva o homem a viver de modo justo e digno. O salmista disse:
“Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome”
(Si 23.3).
5)A perfeição do homem de Deus”. “para que o homem de Deus seja
perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” (3.17). Este é um dos
grandes objetivos do ensino da Palavra de Deus: levar o homem à perfeição
relativa, no seu relacionamento com Cristo(2.21; Tt 1,16).
CONCLUSÃO
O texto
estudado mostra que é plano do adversário da Igreja promover movimentos
contrários à sã doutrina, de tal forma que a corrupção moral e espiritual
encontre espaço no meio da comunidade cristã. Os “tempos trabalhosos” a que
Paulo se referiu seriam acentuados nos últimos tempos que antecedem a volta de
Jesus. Em contraposição aos falsos mestres, Paulo exorta Timóteo a permanecer
no que aprendeu, tanto no seu lar, sob os cuidados de sua mãe e de sua avó,
ambas cristãs, bem como do que absorveu nos ensinos e no exemplo de Paulo, seu
“pai na fé”.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
Livro As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais –
ElinaldoRenovato de Lima
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