EU SEI EM
QUEM TENHO CRIDO
TEXTO ÁUREO = “(....) porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que e poderoso para guardar o meu deposito
ate aquele Dia.”
VERDADE PRÁTICA = O crente,
assim como o líder, precisa ter convicção de sua chamada e de sua condição de
salvo em Jesus Cristo.
LEITURA
BIBLICA = 2 TIMÓTEO 1.3-8= 2.1-4
INTRODUÇÃO
Esta
segunda epístola Paulo escreveu a Timóteo, de Roma, quando era prisioneiro ali
e corria risco de vida. As seguintes palavras deixam isso claro: Porque eu já
estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida
está próximo (cap. 4.6). Parece que sua remoção deste mundo, em sua própria
percepção, não estava longe. Especialmente considerando-se o furor e a maldade
dos seus perseguidores, e sua ida perante Nero, que chama de sua primeira
defesa, quando ninguém o assistiu; antes, todos o desampararam (cap. 4.16).
Intérpretes concordam que essa foi a última epístola que o apóstolo escreveu.
Não se sabe ao certo onde Timóteo estava. O escopo dessa epístola difere um
pouco da anterior, não se referindo tanto ao seu oficio como evangelista, mas
ao seu comportamento e conduta pessoais.
ORAÇÕES E AÇÃO DE GRAÇAS
A
dedicatória da epístola denomina o próprio Paulo um apóstolo pela vontade de
Deus, simplesmente por sua benevolência e por sua graça, da qual se declara
digno. Segundo a promessa de vida que está em Cristo Jesus, ou de acordo com o
evangelho. O evangelho é a promessa de vida em Cristo Jesus. A vida é o alvo; e
Cristo, o caminho ( Jo14.6). A vida é colocada na promessa; e ambas estão
seguras em Cristo Jesus, a testemunha fiel. Porque todas quantas promessas há
de Deus são nele sim; e por ele o Amém (2 Co 1.20).
Ele chama
Timóteo de filho querido. Paulo sentiu a mais cordial afeição por ele, tanto porque foi
instrumento de sua conversão quanto pelo fato de, como um filho ao pai, ter
servido com ele no evangelho. Observe: Paulo era um apóstolo de Jesus Cristo
pela vontade de Deus. Como ele não recebera o evangelho de homem, nem tinha
sido ensinado por ele, mas o recebeu pela revelação de Jesus Cristo (Gl 1.12),
assim sua comissão para ser apóstolo não foi pela vontade de homem, mas de
Deus. Na epístola anterior, ele diz que foi segundo o mandado de Deus,
Aqui
está nosso Salvador e, aqui, pela vontade de Deus. Deus o chamou para ser
apóstolo. Temos a promessa da vida. Que Deus seja bendito por ela: Em esperança
da vida eterna, a qual Deus, que não pode menti prometeu antes dos tempos dos
séculos (Tt 1.2).
E
uma promessa para descobrir a liberdade e certeza dela. Essa, bem como as
outras promessas, é em Cristo e por meio dele. Todas elas surgem da
misericórdia de Deus, em Cristo, e elas são certas, para que possamos delas depender
com segurança. A graça, misericórdia e paz, que o mui amado filho de Paulo,
Timóteo, queria, vêm de Deus, o Pai, e Jesus Cristo, nosso Senhor.
Consequentemente, tanto um quanto o outro é o doador dessas bênçãos, e devem
ser utilizadas para Eles. As melhores pessoas querem essas bênçãos, e estas são
as melhores bênçãos que podemos pedir para nossos mui amados amigos, para que
possam ter graça para ajudá-los em tempo de necessidade, e misericórdia para
perdoar o que está errado, e dessa forma tenham paz com Deus, o Pai, e Cristo
Jesus, nosso Senhor.
Ações
de graça de Paulo a Deus pela fé e santidade de Timóteo: ele agradece a Deus o
fato de fazê-lo lembrar-se de Timóteo em suas orações. Observe:
Independentemente do bem que fazemos, e dos bons préstimos que dispensamos aos
nossos amigos, Deus deve receber toda a glória, e nós devemos agradecer-lhe. E
Deus quem coloca em nosso coração a memória de pessoas específicas para orarmos
por elas. Paulo orava muito. Ele orava dia e noite. Em todas as suas orações,
ele se lembrava de seus amigos. Ele orava de forma particular por bons ministros;
ele orava por Timóteo e fazia memória dele nas suas orações, noite e dia. Ele o
fazia sem cessar.
A
oração era seu constante afazer. E ele nunca se esquecia de seus amigos, como
ocorre conosco com frequência. Paulo serviu ao Deus dos seus antepassados com
uma consciência pura. Era um consolo para ele saber que Timóteo nascera na casa
de Deus e era a semente daqueles que o serviam, assim como ele o servia com uma
consciência pura, da melhor forma possível. Ele guardou a consciência sem
ofensa e se esforçava diariamente para fazê-lo (At 24.16). Paulo desejava muito
vê-lo, por causa do grande amor que tinha por ele, para que pudesse ter
comunhão com ele, lembrando-se de suas lagrimas na sua última partida. Timóteo
estava triste com a partida de Paulo, e chorou na sua despedida.
Por
essa razão, Paulo desejava vê-lo novamente, porque percebeu a grande afeição de
Timóteo por ele. Ele agradece a Deus que Timóteo tenha guardado a fé de seus
antepassados (v. 5). Observe: A herança da fé foi transmitida a Timóteo por sua
mãe. Ele tinha uma mãe e uma avó devotas:elas creram, embora seu pai não o
fizesse (At 16.1). E uma coisa consoladora quando os filhos imitam a fé e
santidade de seus piedosos pais, e seguem seus passos (3 Jo 4). Habitou primeiro
em tua avó e em tua mãe, e estou certo de que também habita em ti. Paulo tinha
uma opinião muito caridosa de seus amigos. Ele estava bem disposto a esperar o
melhor deles. Na verdade, ele tinha muitos motivos para pensar o melhor de
Timóteo, porque a ninguém tinha de igual sentimento (Fp 2.20). Observe: Devemos,
de acordo com o apóstolo Paulo, servir a Deus com uma consciência pura, de
acordo com os seus e nossos antepassados.
Devemos
fazê-lo com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé tendo o coração
purificado da má consciência (Hb 10.22). 2. Em nossas orações devemos fazer
memória sem cessar dos nossos amigos, especialmente dos fiéis ministros de
Cristo. Paulo se lembrava do seu amado filho Timóteo em suas orações noite e
dia.
A fé que
habita em crentes verdadeiros é não fingida; ela é sem hipocrisia; essa é uma
fé que permanecerá firme diante da provação, e habita neles como um princípio
vivo.
A fé que havia em Timóteo, fora herdada de sua mãe Eunice e da fé que havia em
sua avó, e isso era o motivo da gratidão de Paulo, e deveria ser a nossa sempre
que encontramos exemplo semelhante. Deveríamos regozijar-nos toda vez que
observamos a graça de Deus. Foi o que Barnabé fez (At 11.23,24). Muito me
alegro por odiar que alguns de teus filhos andam na verdade (2 Jo 4).
A CONVICÇÃO
EM DEUS
Temos
aqui uma exortação e um estímulo a Timóteo em relação ao seu dever (v 6): te
lembro. As pessoas mais devotas precisam ser lembradas. Devemos ser lembrados
daquilo que sabemos. O apóstolo Pedro diz, em 2 Pedro 3.1: Escrevo-vos, agora,
esta segunda corte, em ambas as quais desperto com exortação o vosso ânimo
sincero.
Ele
o exorta a despertar o dom de Deus que estava nele. Despertar ou avivar como o
fogo no meio das brasas. Aqui significa todos os dons e graças que Deus tinha
dado a ele, para qualificá-lo para a obra de evangelista. Dons do Espírito
Santo, dons extraordinários que foram conferidos pela imposição de mãos do
apóstolo. E isso que ele deve despertar. Ele deve exercitá-los e crescer neles:
use dons e tenha dons. Porque e qualquer que tiver será dado (Mt 25.29).
Ele
deve aproveitar todas as oportunidades para usar esses dons, e, assim,
despertá-los, porque essa é a melhor maneira de torná-los mais eficientes. Quer
o dom de Deus em Timóteo fosse comum, quer não (embora eu me incline para o
sobrenatural), ele deveria despertá-lo, caso contrário esse dom definharia.
Além disso, verifica-se que o dom veio sobre ele pela imposição das mãos do
apóstolo, o que deduzo ser um ato distinto de sua ordenação, pois esta fora
efetuada pelas mãos do presbitério (1 Tm 4.14).
E
provável que o Espírito Santo, em seus dons e graça extraordinários, tenha sido
conferido a Timóteo pela imposição das mãos do apóstolo (porque entendo que
ninguém, a não ser os apóstolos, possuía autoridade para invocar Espírito
Santo) e, mais tarde, sendo assim ricamente suprido para a obra do ministério,
foi ordenado pelo presbitério. Observe: O grande impedimento de proveito no
progresso de nossos dons é a hesitação escrava. Paulo, portanto, adverte
Timóteo contra isso: Porque Deus não nos deu o espírito de temor (v. 7).
Foi
devido ao medo vergonhoso que o servo mau enterrou seu talento e não negociou
com ele (Mt 25.25). Por isso, Deus tem nos fortalecido contra o espírito do
medo, dizendo repetidas vezes para não temermos. “Não tema a face de ninguém;
não tema os perigos que possa enfrentar no seu dever”. Deus nos libertou do
espírito de temor e nos deu um espírito de fortaleza, e de amor; e de moderação.
O espírito de fortaleza, ou de coragem e resolução para combater dificuldades e
perigos; o espírito de amor a Deus, que nos ajudará durante a oposição que
podemos encontrar, como Jacó que não se incomodou com o serviço pesado que
precisou suportar por amor a Raquel.
O
espírito de amor a Deus vai nos colocar acima do medo do homem e toda dor que o
homem possa nos causar; e o espírito de moderação, ou quietude na mente, um
desfrutar pacifico de nós mesmos, porque somos, às vezes, desencorajados em
nosso caminho e trabalho pelas criaturas da nossa própria fantasia e
imaginação. Mas uma mente sóbria e sólida preveniria e facilmente contestaria
esse temor. O espírito que Deus dá aos seus ministros não é um espírito
medroso, mas, sim, corajoso; ele é um espírito de fortaleza, porque falam em
nome daquele que tem todo o poder, tanto nos céus como na terra; e é um
espírito de amor, porque o amor a Deus e aos homens deve inflamar os ministros
em todas as suas tarefas; e é um espírito de moderação, porque anunciam as
palavras da verdade e da sobriedade.
Ele
o exorta a contar com aflições e se preparar para elas: “Portanto, não te
envergonhes do testemunho de nosso Senhor nem de mim, que sou prisioneiro seu.
Não te envergonhes do evangelho e do testemunho que tu deste dele”. Observe:
1. Nenhum de
nós tem motivos para se envergonhar do evangelho de Cristo. Também não
devemos nos envergonhar daqueles que estão sofrendo pelo evangelho de Cristo.
Timóteo não deve se envergonhar do querido e idoso Paulo, embora estivesse
agora em cadeias. Assim como ele não devia ter medo de sofrei ele também não
devia temer de reconhecer aqueles que sofriam pela causa de Cristo. (1) O
evangelho é o testemunho do nosso Senhor.
Por
meio do evangelho Ele dá testemunho de si mesmo a nós. Ao professarmos nossa
lealdade a Ele, damos testemunho dele e para Ele. (2) Paulo era o prisioneiro
do Senhor (Ef 4.1). Por causa dele estava preso em cadeias. (3) Não temos
motivos para nos envergonhar do testemunho de nosso Senhor ou de seus
prisioneiros. Se estivermos envergonhados de um ou de outro agora, Cristo se
envergonhará de nós na vida futura. “Antes, participa das aflições do evangelho,
segundo o poder de Deus, isto é, conta com as aflições por amor ao evangelho,
prepara-te para elas, está pronto a sofrer com os santos sofredores neste
mundo”.
“Participa
das aflições do evangelho”; ou como podemos ler: Sofra com o evangelho; “não
somente compadeça-se com aqueles que sofrem pelo evangelho, mas esteja pronto a
sofrer com eles e sofrer como eles”. Se em algum momento o evangelho está
passando por dificuldades, aquele que espera a vida e a salvação por meio desse
evangelho estará contente em sofrer com ele. Observe: [1] Teremos condições de
suportar as aflições bem, quando extrairmos força e poder de Deus para nos
capacitar a suportá-las: Participo das aflições do evangelho, segundo o poder
de Deus. [2] Todos os cristãos, mas especialmente os ministros, devem esperar
aflições e perseguições por amor ao evangelho. [3] Elas serão proporcionais ao
poder de Deus (1 Co 10.13) que está sobre nós.
2. Ao
mencionar Deus e o evangelho, ele observa as grandes coisas que Deus fez por
nós pelo evangelho (vv. 9,10). Para animá-lo a sofrer, ele faz duas
considerações: (1) A natureza do evangelho pelo qual foi chamado a sofrei e os
desígnios e propósitos gloriosos e graciosos dela. E comum em Paulo, ao
mencionar Cristo e seu evangelho, fazer uma digressão de seu tema e
prolongar-se sobre o assunto. O coração dele transbordava daquilo que é toda
nossa salvação e deveria ser todo nosso desejo. Observe: [1] O evangelho almeja
a nossa salvação: Ele nos salvou; e não deveríamos nos incomodar em sofrer por
aquilo que esperamos poder nos salvar. Ele começou a nossa salvação e a
completará no seu devido tempo; porque Deus chama as coisas que não são (que
ainda não estão completas) como se já fossem (Rm 4.17).
Por
isso ele diz: aquele que nos salvou. [21 O evangelho foi designado para a nossa
santificação. E nos chamou com uma santa vocação; Ele nos chamou para a
santidade. O cristianismo é um chamado, uma santa vocação; esta é a vocação com
a qual somos chamados, a vocação para a qual somos chamados, para trabalhar
nele. Observe: Todos os que forem salvos no futuro são santificados agora. Onde
quer que a vocação do evangelho seja uma chamada eficaz, ela é declarada para
ser uma vocação santa, tornando santos os que são de fato chamados. [3] A
origem dela é a graça livre e o propósito eterno de Deus em Cristo Jesus. Se a
tivéssemos merecido, teria sido difícil sofrer por ela; mas nossa salvação é
graça livre e não de acordo com nossas obras, e, portanto, não devemos pensar
muito em sofrer por ela.
Essa
graça nos foi dada antes dos tempos dos séculos, isto é, no propósito e nos
desígnios de Deus desde toda a eternidade; em Cristo Jesus, porque todos os
dons que vêm de Deus para o pecador vêm em Crista Jesus e por meio dele. [4] O
evangelho é a manifestação desse propósito e graça: pelo aparição de nosso
Salvador Jesus Cristo, que estava no seio do Pai desde a eternidade, e estava
perfeitamente ciente de todos os seus propósitos graciosos. Pela sua aparição,
esse propósito gracioso foi manifesto a nós.
Se
Jesus Cristo sofreu por ele, será que não deveríamos estar prontos a sofrer por
ele? [5[ A morte é abolida pelo evangelho de Cristo: Ele aboliu a morte, não
somente a enfraqueceu, mas a tirou do caminho, quebrou o seu poder sobre nós.
Ao tirar o pecado, Ele aboliu a morte (porque o aguilhão da morte é o pecado, 1
Co 15.56), ao alterar a natureza dela e quebrar o poder dela. De inimiga, a
morte tornou-se amiga. Ela é a porta por onde saímos de um mundo difícil, opressivo
e pecaminoso, para um mundo de paz e pureza perfeita. E o poder dela foi
quebrado, porque a morte não triunfa naqueles que crêem no evangelho, mas eles
triunfam sobre ela. Onde está, ó marte, ateu aguilhão? Onde está, ó inferno, a
tua vitória? (1 Co 15.55). [6] Ele trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo
evangelho.
Ele
nos mostrou um outro mundo mais claramente do que era antes de ser descoberto
debaixo de qualquer dispensação anterior, e a felicidade daquele mundo, a
recompensa certa de nossa obediência pela fé: todos nós, com cara descoberta,
refletimos, como um espelho, a glória do Senhor (veja 2 Co 3.18). Ele a trouxe
à luz, não somente a colocou diante de nós, mas a ofereceu, pelo evangelho.
Vamos valorizar o evangelho mais do que nunca, porque é por meio dele que a
vida e a imortalidade são trazidas à luz, porque dessa forma ele tem a
preeminência acima de todas as descobertas anteriores. Ele é o evangelho de
vida e imortalidade, à medida que as descobre para nós e nos orienta no caminho
preparado que nos leva para lá, bem como propõe os motivos mais convincentes
para estimular nossos esforços em buscar a glória, a honra e a imortalidade.
Considere o
exemplo do bendito Paulo (vv. 11,12). Ele foi designado para ensinar aos gentios.
Ele achava que essa era uma causa digna de sofrimento. Por que Timóteo não
deveria achara mesmo? Ninguém precisa ter medo, nem estar envergonhado de
sofrer pela causa do evangelho: Não me envergonho, diz Paulo, porque eu sei em
quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito
até àquele Dia. Observe: [11 Homens bons muitas vezes sofrem muitas coisas pela
melhor causa no mundo: por cuja causa sofro essas coisas; isto é: “por causa da
minha pregação e lealdade ao evangelho”. [2] Eles não precisam se envergonhai a
causa os confirmará; mas aqueles que se opõem ao evangelho serão vestidos de
vergonha. [3] Aqueles que confiam em Crista sabem em quem têm crido.
O
apóstolo fala com um triunfo e exultação santos: “Estou numa base firme. Sei
que depositei o grande depósito nas mãos do melhor curador”. E estou certo etc.
O que devemos entregar a Crista? Qual é esse depósito? A salvação da nossa
alma, e a sua preservação para o Reino celestial. E o que entregarmos dessa
forma a Ele, o Senhor certamente guardará. Está chegando o dia em que a nossa
alma será inquirida: “Homem! Mulher! Você tinha uma alma que lhe foi confiada.
O que fez com ela?
A
quem foi oferecida, a Deus ou a Satanás? De que maneira ela foi usada, a
serviço do pecado ou a serviço de Cristo?” Está chegando um dia, e será um dia
muito solene e terrível, quando prestaremos contas da nossa mordomia (Lc 16.2)
da nossa alma. Se por meio de uma fé obediente e ativa a confiamos a Jesus
Cristo, podemos estar certos de que Ele é capaz de guardá-la, e ela surgirá
para o nosso conforto naquele dia.
Ele
o exorta a conservar o modelo das sãs palavras (v. 13). 1. “Tenha um modelo das
sãs palavras” (assim pode ser lido), “um modelo breve, um catecismo, dos
primeiros princípios da religião, de acordo com as Escrituras, um esquema de
palavras sãs, um breve resumo da fé cristã, com um método apropriado, tirado
das Sagradas Escrituras para o seu uso próprio”.
Observe:
Por
modelo das sãs palavras eu entendo as próprias Sagradas Escrituras. “Tendo-o, conserve-o, lembre-o, preserve-o,
dedique-se a ele. Dedique-se a ele em oposição a todas as heresias e doutrinas
falsas, que corrompem a fé cristã. Dedique-se aquilo que de mim tem ouvido”.
Paulo estava divinamente inspirado. E bom dedicar-se a esses modelos das sãs
palavras que temos nas Escrituras. Porque elas, certamente, eram divinamente
inspiradas. Essa é uma linguagem sã e irrepreensível (Tt 2.8).
Mas
como ela pode ser conservada? Nafé e na caridade; isto é, devemos reconhecê-la
como uma palavra fiel, e declará-la bem-vinda e digna de toda aceitação.
Conserve-a em um coração honesto, que é a arca do concerto, na qual as tábuas
da lei e do evangelho estão mais seguramente depositadas (Sl 119.11). A fé e o
amor (caridade) devem andar juntos. Não é suficiente crer nas sãs palavras e
concordar com elas, mas devemos amá-las, crer na verdade delas e amar a sua
benevolência, e devemos propagar o modelo das sãs palavras em amor; falando a
verdade em amor (Ef 4.15). Nafé e na caridade que há em Crista Jesus.
Deve
ser fé e amor cristão, fé e amor fixados em Jesus Crista, por meio de quem Deus
fala conosco e nós a Ele. Timóteo, como ministro, deve conservar o modelo das
sãs palavras, para o beneficio dos outros. Podemos ler também: palavras que
curam. Há uma virtude que cura na Palavra de Deus. Enviou a sua palavra e os
sarou (veja Si 107.20).
Em
relação ao mesmo sentido ele diz (v. 14): Guarda o bom depósito pelo Espírito
Santo que habita em nós. Esse bom depósito era o modelo de sãs palavras, a
doutrina cristã, que foi confiado a Timóteo no batismo e ensino, quando se
tornou cristão, e em sua ordenação, quando se tornou ministro. Observe:
(1) A
doutrina cristã é um depósito confiado a nós. Ela é confiada aos cristãos em
geral, mas aos ministros em particular. Ela é um bom depósito, de um valor
inestimável, e que terá um beneficio indescritível. Ela é realmente um bom
depósito, uma jóia inestimável. Ela descobre para nós as riquezas
incompreensíveis de Cristo (Ef 3.8).
Ela
é confiada a nós para ser preservada pura e íntegra, e a ser transmitida
àqueles que virão depois de nós, e devemos guardá-la e não contribuir em nada
para a corrupção da sua pureza, o enfraquecimento do seu poder ou a diminuição
da sua perfeição: Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós.
Observe:
Mesmo esses que são tão bem ensinados não podem guardar o que aprenderam, assim
como não puderam aprender isso no início, sem a assistência do Espírito Santo.
Não devemos pensar que podemos guardá-lo com nossas próprias forças, mas
devemos guardá-lo pelo Espírito Santo. (2) O Espírito Santo habita em todos os
ministros e cristãos genuínos. Cada um deles é o templo dele, e Ele os capacita
a guardar o evangelho puro e incorrupto. Mas, mesmo assim, eles devem usar todo
seu esforço para guardar esse bom depósito, porque o auxilio e o habitar do
Espírito Santo não excluem os esforços das pessoas, mas estão em harmonia.
UM CONVITE
AO SOFRIMENTO POR CRISTO
Neste
capítulo, nosso apóstolo dá a Timóteo muitas exortações e orientações, que
podem ser de grande utilidade para outros, ministros e cristãos, para quem
foram designadas, bem como para ele. Ele o anima em seu trabalho, mostrando onde
deve buscar ajuda (v. 1). Ele deve cuidar da sucessão do ministério, para que o
oficio não morra com ele (v. 2). Ele o exorta à constância e perseverança nesse
trabalho, como soldado e marido, considerando qual seria o fim de todo o seu
sofrimento etc. (vv. 3-15). Ele deve evitar falatórios profanos e vãos (vv.
16-18), porque serão perniciosos. Ele fala do fundamento de Deus, que fica
firme (vv. 19-21). O que ele deve evitar: desejos da mocidade e perguntas
loucas e sem instrução; e o que deve fazer (vv. 22-26).
Aqui
Paulo encoraja Timóteo à constância e perseverança em seu trabalho: fortifica-te
na graça que há em Cristo Jesus (v. 1). Observe: Aqueles que têm trabalho para
fazer para Deus devem despertar-se a fazê-lo e fortalecer-se para isso. Ser
forte na graça que está em Cristo Jesus pode ser entendido em oposição à
fragilidade da graça. Onde há a verdade da graça deve haver um trabalhar para
alcançar a força da graça. A medida que nossas provações aumentam, precisamos
nos tornar mais fortes no que é bom: nossa fé mais forte, nossa resolução mais
forte, nosso amor a Deus, e a Cristo, mais forte. Ou, pode ser entendido em
oposição a sermos fortes em nossas próprias forças: “Sejam fortes, não
confiando em sua própria suficiência, mas na graça que está em Jesus Cristo”.
Compare
com Efésios 6.10: Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Quando
Pedro prometeu antes morrer por Cristo a negá-lo, estava confiando em sua
própria força. Se estivesse forte na graça que está em Cristo Jesus, lograria
mais êxito. Observe:
Existe
graça em Cristo Jesus; porque a lei foi dada por Moisés, mas a graça e a
verdade vieram por Jesus Cristo (Jo 1.17). Existe graça suficiente nele para
todos nós. Devemos ser fortes nessa graça; não em nós mesmos, em nossa própria
força, ou na graça que já recebemos, mas na graça que está nele e que é o
caminho para ser forte na graça. Como um pai exorta seu filho, assim Paulo
exorta Timóteo com grande ternura e afeição: Tu, pois, meu filho, fortifica-te
etc. Observe:
Timóteo
deve contar com sofrimentos, mesmo até o sangue, e, portanto, deve treinar
outros a sucedê-lo no ministério do evangelho (v. 2). Ele deve instruir outros
e treiná-los para o ministério, e, dessa forma, confiar-lhes as coisas que
havia ouvido. Ele deve também ordená-los para o ministério, colocar o evangelho
como um depósito nas mãos deles, e, assim, confiar-lhes as coisas que havia
ouvido.
Timóteo
deve prestar atenção em duas coisas ao ordenar ministros: a fidelidade e
integridade deles (“Confia-o a homens fiéis, que sinceramente buscam a glória
de Deus, a honra de Cristo, o bem-estar das almas e o progresso do reino do
Redentor entre os homens”), e também a habilidade ministerial deles. Eles não
devem ter conhecimento somente, mas ser capazes de também ensinar outros, e ser
aptos a ensinar. Temos aqui: O que Timóteo deveria confiar a outros — o que
tinha ouvido do apóstolo entre muitas testemunhas. Ele deve entregar a outros
apenas aquilo que Paulo entregara a ele e a outros, de acordo com o que havia
recebido do Senhor Jesus Cristo. Ele deveria confiar a eles esse evangelho como
um depósito sagrado, que deveriam guardar e transmitir de maneira pura e
incorrupta a outros.
Esses
a quem ele deve confiar essas coisas devem ser fiéis, isto é, homens
confiáveis, e idôneos para ensinar a outros. 4. Embora os homens fossem fiéis e
idôneos, ainda assim, essas coisas deviam ser confiadas a eles por Timóteo, um
ministro, um homem com um cargo; porque ninguém deve introduzir-se no
ministério, mas deve ter essas coisas confiadas a eles por aqueles que já estão
exercendo esse ministério.
Ele
deve sofrer aflições (v. 3): Sofre, pois etc. Todos os cristãos, especialmente
os ministros, são soldados de Jesus Cri sto. Eles lutam debaixo da sua
bandeira, em sua causa, e contra seus inimigos, porque Ele é o capitão da nossa
salvação (Hb 2.10). Os soldados de Jesus
Cristo devem ser aprovados como bons soldados, fiéis ao capitão, resolutos em
sua causa, e não devem desistir de lutar até que se tornem mais do que
vencedores, por aquele que os amou (Rm 8.37).
Esses
que provam ser bons soldados de Jesus Cristo devem suportar dificuldades; isto
é, devemos esperar por elas e contar com elas neste mundo; devemos suportar e
nos acostumar com elas e carregá-las pacientemente quando surgirem, e não
permitir ser afastados da nossa integridade por causa delas.
Ele
não deve se embaraçar com os negócios deste mundo (v. 4). Um soldado, quando é
alistado, abandona sua opinião, e todos os interesses a ela relacionados, para
que possa atender às ordens do seu capitão. Se nos entregamos a Cristo para
sermos seus soldados, devemos nos desligar deste mundo. E, embora não tenhamos
como escapar completamente dos afazeres desta vida, não devemos nos embaraçar
com eles a ponto de nos distrairmos e nos afastarmos de nossas obrigações para
com Deus e dos grandes interesses do cristianismo. Esses que combaterão o bom
combate devem desligar-se deste mundo. Afim de agradar àquele que nos alistou
paira a guerra. Observe: Um soldado deveria ter um grande cuidado em agradar
seu general. A grande preocupação de um cristão deve ser buscar agradar a Cristo
e ser aprovado por Ele. A forma de agradar àquele que nos chamou para ser
soldados é não nos embaraçarmos com os negócios desta vida, mas estar livres
dos embaraços que nos impedem em nossa guerra santa.
Ele
deve cuidar para que, ao combater na guerra espiritual, siga as normas
adequadas (v. 5):
Se
alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente. Estamos
empenhando-nos pelo domínio, para obter o domínio de nossas concupiscências e
depravações, para sobressair naquilo que é bom. Porém, não podemos esperar o
prêmio sem que observemos as leis. Ao fazer o que é bom, devemos cuidar para
fazê-lo da forma correta, para que o nosso bem não seja mal-interpretado.
Observe o seguinte: Um cristão deve lutar para obter o domínio. Ele deve buscar
dominar seus próprios desejos e corrupções. Ele deve militar de acordo com as
leis dadas a ele. Ele deve lutar legitimamente. Aqueles que o fizerem serão
coroados no final, depois que uma vitória completa for alcançada.
Ele
deve estar disposto a esperar por uma recompensa (v 6): O lavrador que trabalha
deve ser o primeiro a gozar dos frutos. Ou, como deveria ser traduzido: O
lavrador trabalhando primeiro, deve gozar dos frutos, como pode ser comparado
com Tiago 5.7, Se queremos gozar dos frutos, precisamos trabalhar primeiro. Se
queremos ganhar o prêmio, devemos correr a corrida. E, além disso, devemos
primeiro trabalhar como o lavrador, com diligência e paciência, antes de
gozarmos dos frutos. Devemos fazer a vontade de Deus, antes de alcançarmos as
promessas, motivo pelo qual necessitamos de paciência (Hb 10.36).
O
apóstolo destaca ainda mais as coisas que tinha dito a Timóteo e expressa seu
desejo e esperança em relação a ele: Considera o que digo, porque o Senhor te
dará entendimento em tudo (v. 7).
Aqui:
Paulo exorta Timóteo a considerar aquelas coisas que mereceram sua admoestação.
Timóteo deve ser lembrado a usar suas faculdades reflexivas acerca das coisas
de Deus. A consideração ou ponderação é tão necessária para uma boa conduta
como para uma conversa saudável.
O
apóstolo ora por ele: Considera o que digo, porque o Senhor te dará
entendimento em tudo. Observe: E Deus quem dá o entendimento. O homem mais
inteligente precisa cada vez mais desse dom. Se aquele que deu a revelação na
Palavra não der o entendimento no coração, não somos ninguém. Junto com nossas
orações pelos outros, que o Senhor possa dar entendimento em tudo a eles,
devemos exortar e despertá-los a considerar o que dizemos, porque a
consideração é o caminho para entender, lembrar e praticar o que ouvimos e
lemos.
Encorajamentos
Ministeriais = vv. 8-13
Para
encorajar Timóteo no sofrimento, o apóstolo o lembra da ressurreição de Crista
(v. 8): Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da descendência de Davi,
ressuscitou dos mortos, segundo o ‘meu evangelho. Essa é a grande prova da sua
missão divina, e, portanto, uma grande confirmação da verdade da religião
cristã.
E
a consideração disso deveria nos tornar fiéis à nossa profissão de fé cristã e
deveria particularmente nos encorajar a sofrer por ela. Que os santos
sofredores lembrem-se disso. Observe: 1. Devemos olhar para Jesus, o autor e
consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a
cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus (Hb 12.2).
2. A fé fervorosa na encarnação e na ressurreição de Jesus Cristo, e a
ponderação correta a respeito delas. servirão de suporte ao cristão debaixo de
todos os sofrimentos na vida presente.
Mais
uma coisa para animá-lo no sofrimento era que ele tinha Paulo como exemplo.
Observe:
Como o
apóstolo sofreu (v. 9): Pelo que sofro [...] como um malfeitor Que Timóteo, o filho, não
espere um tratamento melhor do que Paulo, o pai. Paulo era um homem que fazia o
bem, e mesmo assim sofreu como um malfeitor. Não devemos estranhar se esses que
fazem o bem passem mal neste mundo e se os melhores homens recebam o pior tipo
de tratamento. Mas o seu conforto era que a palavra de Deus não estava presa.
Poderes perseguidores podem silenciar ministros e contê-los, mas não podem
impedir a operação da Palavra de Deus no coração e consciência das pessoas.
Ela
não pode ser amarrada por nenhuma força humana. Isso deveria encorajar Timóteo
a não ter medo das cadeias por causa do testemunho de Jesus. Porque a palavra
de Cristo, que deveria ser mais preciosa para ele do que a liberdade, ou a
própria vida, no final não deveria sofrer nada por causa das cadeias do
apóstolo.
Veja
o seguinte: (1) O bom tratamento do apóstolo no mundo: sofro trabalhos; para
isso ele foi chamado e designado. (2) O pretexto debaixo do qual sofria: sofro
como um malfeitor. Assim os judeus disseram a Pilatos concernente a Crista: Se
este não fosse malfeito não to entregaríamos (Jo 18.30). (3) A real e
verdadeira causa de sofrer como um malfeitor:
Pelo
que; isto é, pela causa do evangelho.
O
apóstolo sofreu trabalhos nas prisões, e, mais tarde, resistiu até ao sangue,
combatendo contra o pecado (Hb 12.4). Embora os pregadores da Palavra estejam
muitas vezes presos, a Palavra nunca está.
Por que ele
sofreu alegremente: todo sofro por amor dos escolhidos (a 10). Observe:
(1) Bons ministros podem e devem animar-se diante dos serviços mais duros e dos
sofrimentos mais duros, sabendo que Deus certamente trará coisas boas à sua
igreja, e beneficio aos seus eleitos. Para que também eles alcancem a salvação
que está em Cristo Jesus. Além da salvação da nossa própria alma deveríamos
estar dispostos a fazer e a sofrer qualquer coisa para promover a salvação da
alma dos outros. (2) Os eleitos são destinados a obter salvação:
Porque Deus
não nos destinou para a ira, ousa para a aquisição da salvação (1 Ts 5.9). (3)
Essa
salvação está em Crista Jesus, nele como a fonte, o comprador e doador dela; e
ela vem acompanhada com glória eterna: não há salvação em Crista Jesus sem ela.
(4) Os sofrimentos do nosso apóstolo eram por causa dos eleitos, para a
confirmação e encorajamento.
Ele também
anima Timóteo quanto à perspectiva de um estado futuro.
1. Aqueles
que seguem fielmente a Cristo, suas verdades, e caminhos, não importa o custo,
certamente terão os benefícios disso no outro mundo: se morrermos com ele,
também com ele viveremos (v. 11). Se, em conformidade com Cristo, estivermos mortos para
este mundo, para os seus prazeres, ganhos e honras, iremos morar com Ele em um
mundo melhor e estar para sempre com Ele. Ainda mais, embora sejamos chamados
para sofrer por Ele, não perderemos com isso.
Esses
que sofrem por Crista na terra reinarão com Cristo nos céus (v. 12). Aqueles
que sofreram com Davi em sua humilhação foram elevados com ele na sua
exaltação: assim será com aqueles que sofrem com o Filho de Davi.
2. Estaremos
nos expondo a um grande risco se formos infiéis a Ele: se o
negarmos, também ele nos negará. Se o negarmos diante dos homens, Ele nos
negará diante do seu Pai (Mt 10.33). E a pessoa que Cristo repudiar no final
será para sempre miserável. Esse certamente será ocaso, quer acreditemos nisso
ou não (v. 13): se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si
mesmo. Ele é fiel às suas admoestações, fiel às suas promessas.
Nenhuma
delas deixará de se cumprir, nem o menor sinal ou til. Se formos fiéis a Cristo,
Ele certamente será fiel a nós. Se formos falsos com Ele, Ele será fiel às suas
admoestações: Ele não pode negar-se a si mesmo; Ele não pode retrocederem
relação a uma única palavra falada, porque Ele é Amém e Amém, a fiel
testemunha. Observe: (1) Estar morto com Ele precede nosso viver com Ele, e as
duas coisas estão conectadas: para que um ocorra o outro precisa ocorrer.
Assim,
o nosso sofrimento por Ele é o caminho para reinar com Ele. Vós, que me
seguistes, quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua
glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de
Israel (Mt 19.28). (2) Esta é uma palavra fiel e digna de aceitação e deve ser
crida. (3) Mas, se o negarmos, por medo ou vergonha, ou por causa de um
beneficio temporário, Ele nos negará e repudiará, e não negará a si mesmo, mas
continuará fiel à sua Palavra quando admoestar e quando prometer.
CONCLUSAO
O
bom soldado de Cristo é assim chamado por ser um homem dedicado, que permanece
em guarda e está disposto a sofrer pela causa de Cristo. Os soldados em serviço
não contam com segurança e facilidade. Pelo contrário, dureza, riscos e
sofrimento são aceitos sem contestação.
O
soldado luta em meio ao sofrimento; o atleta compete com honestidade; o
lavrador é destacado pelo seu trabalho árduo, O termo labutar (kopiao)
significa “cansar-se, fatigar-se”. O sucesso na lavoura só é conseguido com
muito trabalho. O agricultor precisa ser conhecedor do solo, das técnicas de
plantio, dos tipos de sementes, das estações climáticas; mas todo esse
conhecimento sem um trabalho exaustivo não lhe dará o resultado desejado.
Elaboração
pelo:-
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
Comentário Bíblico Mathew Henry
Guia
do Professor = Desafios de Um Jovem Líder - Editora Cristã Evangélica
EU SEI EM QUEM TENHO CRIDO
TEXTO ÁUREO =“(....)
porque eu sei em quem tenho crido e
estou certo de que e poderoso para
guardar o meu deposito ate aquele Dia.”
VERDADE PRÁTICA = O crente,
assim como o líder, precisa ter convicção de sua chamada e de sua condição de
salvo em Jesus Cristo.
LEITURA BÍBLICA = 2 TIMÓTEO 1.3-8= 2.1-4
Louvado seja o nosso Deus e pai, criador dos céus e
da terra e que muito nos abençoará - mais uma vez - nessa noite por meio de Sua
palavra.
Nosso texto de hoje é uma tendência oposta ao que
vemos proliferando pelos arraiais evangélicos - ou que acha que entende o
evangelho - pois fala da certeza sobre em quem temos depositado nossa
confiança. Veremos que para o homem de Deus permanecer firme diante das
situações adversas da vida, se faz necessário que ele compreenda algumas - para
não dizer, muitas! - questões referentes ao evangelho e sua mensagem. Paulo nos
orientará
mediante sua confissão inabalável quanto à certeza no seu Salvador.
Enquanto a primeira carta de Paulo a Timóteo teve
um cunho mais eclesiástico - isto é, visava a estrutura daquela igreja - a
segunda - parece - ser dirigida mais especificamente ao próprio destinatário e
às dificuldades com que ele iria se deparar.
Paulo inicia sua segunda carta a Timóteo, afirmando
- novamente, pois o fez também em 1Tm 1:1 - que era apóstolo pela vontade de
Deus, mas não somente isso, mas que havia sido constituído para tal fim "segundo a promessa da vida que está em Cristo Jesus"
(v.1). Paulo não invoca sobre si um mero título - como muitos o fazem hoje em
dia - ou proclama a Timóteo que ele um apóstolo porque gostava de ter alguns
"status" entre os crentes, mas lhe diz que assim é pois
vive "segundo a promessa da vida que está em
Cristo Jesus".
Ele então continua dizendo que serve a Deus com uma
consciência pura, não fingida, não egoísta, mas como uma espécie de amor
altruísta, isto é, voltado para o próximo - "Dou
graças a Deus, a quem desde os meus antepassados sirvo com uma consciência
pura, de que sem cessar faço memória de ti nas minhas orações noite e
dia" (v.2 - ênfase minha).
Após instar a Timóteo para que permanecesse nos
retos caminhos em que havia sido ensinado (vs.4-6), Paulo anima o seu amado
para que não se deixasse levar pelas situações adversas ou pensasse que o
Senhor não o havia instituído para aquele ofício, mas sim que "Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de
amor, e de moderação" (v.7) - pois era necessário que Timóteo
entendesse que a força do Senhor estava com ele, apesar de tudo que teria de
suportar.
Então, Paulo exorta Timóteo para que não perdesse
as esperanças no evangelho - pois, se Paulo continuava a labutar em prol do
reino porque tinha sido constituído apóstolo, "segundo a promessa da vida que está em Cristo Jesus"
(v.1),
Isso também seria verdadeiro para Timóteo que havia
recebido a bênção de Paulo (v.6) - e para que não se envergonhasse do
evangelho, mas "antes participa das aflições do
evangelho segundo o poder de Deus" (v.8). Contudo, a finalidade da
exortação não era apenas para que Timóteo compartilhasse das aflições de Paulo,
mas sim para mostrar que Paulo - e Timóteo também viria a experimentar (veja os
versículos mais adiante) - estava sofrendo por aquele "nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as
nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em
Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos" (v.9), declarando a
Timóteo a grandiosa obra que estava diante dele.
Porém, Paulo não prende-se ao tempo passado, mas
diz que o propósito de sua vida - que já há muito havia sido predestinada - no
tempo presente se dá por meio da "aparição de
nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a
incorrupção pelo evangelho" (v.10).
Ou seja, por meio de Jesus Cristo, aquela "santa vocação" de Paulo e Timóteo que havia sido
predestinada "antes dos tempos dos séculos",
agora havia se tornado realidade mediante "aparição
de nosso Salvador Jesus Cristo" e no qual Paulo havia sido "constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios"
(v.11)
Finalmente, Paulo escreve dizendo como isso se
traduz em sua vida: "Por cuja causa padeço
também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou
certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia" (2Tm
1:12). Nesse momento, como que fazendo uma pausa para recuperar as energias,
ele descreve a Timóteo como que conseguia ser prisioneiro (v.8) e viver a vida
pela fé em Cristo Jesus, e a resposta encontrasse no meio de nosso versículo:
"porque eu sei em quem tenho crido".
Muitos hoje em dia olham para a vida de Paulo e
gritam: "Eu queria ser como Paulo! Ser mestre da Lei, apóstolo de Cristo,
ter servido às igrejas, ter levado o evangelho da salvação, ter presenciado
muitos milagres, ser reconhecido pela igreja, ter minhas palavras perpetuadas
pelo tempo...", contudo, esquecem-se que a vida de Paulo - e de tantos
outros! - não foi apenas isso.
"Porque tenho para
mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte;
pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens.Nós somos loucos
por amor de Cristo, e vós sábios em Cristo; nós fracos, e vós fortes; vós
ilustres, e nós vis. Até esta presente hora sofremos fome, e sede, e estamos
nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa, E nos afadigamos,
trabalhando com nossas próprias mãos. Somos injuriados, e bendizemos; somos
perseguidos, e sofremos; Somos blasfemados, e rogamos; até ao presente temos
chegado a ser como o lixo deste mundo, e como a escória de todos. Não escrevo
estas coisas para vos envergonhar" (1Co 4:9-14).
"Recebi dos judeus
cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma
vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no
abismo.
Em viagens muitas vezes, em perigos de
rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos
gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em
perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas
vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas
exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas"
(2Co 11:24-28).
Paulo também teve alguns - na verdade, muitos! -
conhecidos e companheiros engolidos pelos mares da incredulidade - "Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns,
rejeitando, fizeram naufrágio na fé.
E entre esses foram Himeneu e Alexandre,
os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar"
(1Tm 1:18-20). "Procura vir ter comigo depressa,
Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para tessalônica"
(2Tm 4:9,10). "Alexandre, o latoeiro, causou-me
muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. Tu, guarda-te também
dele, porque resistiu muito às nossas palavras. Ninguém me assistiu na minha
primeira defesa, antes todos me desampararam" (1Tm 4:14-16).
Contudo, esse homem ainda podia dizer: "eu sei em quem tenho crido".
Amados irmãos, certamente que temos muito a
aprender com essas poucas palavras. Aqui, gostaria de frisar 3 apontamentos
importantes para a vida cristã:
1. É necessário que Deus se revele ao homem e o
fortaleça
A força motivadora de Paulo é encontrada no
primeiro versículo: "Paulo, apóstolo de Jesus
Cristo, pela vontade de Deus" (v.1).
Assim como em suas outras cartas, Paulo procurou
deixar claro que o fato dele sofrer o que sofria, era porque havia recebido o
apostolado de Jesus Cristo - isto é, havia sido chamado para proclamar a bênção
de Deus e implantar novas igrejas por onde Ele o guiasse - e que não era ele
mesmo quem batalhava, mas Cristo por ele: "Já
estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a
vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e
se entregou a si mesmo por mim" (Gl 2:20)
Paulo sabia que se não fosse pelo Senhor, ele
não iria a lugar algum e certamente já teria abandonado a fé. - "Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o
efetuar, segundo a sua boa vontade" (Fp2:13).
O apóstolo Paulo - e também todos os demais grandes
homens da Bíblia - tinha a certeza de que era Deus quem o fortalecia, que era
Ele quem o guiava, que era Ele quem o inspirava: "Porque
dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente.
Amém" (Rm 11:36). Paulo não via-se lutando inutilmente, mas "Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus
em Cristo Jesus" (Fp 3:14) - ele sabia em que cria.
Paulo era consciente de que havia sido instituído
como apóstolo "pela vontade de Deus" e
não por suas próprias forças - ou por seu "livre arbítrio" - pois
quem em sã consciência escolheria viver uma vida sofredora em vez de poder
desfrutar dos "prazeres" - ainda que efêmeros e ínfimos - dessa vida?
Que razões Paulo teria para seguir um Cristo crucificado e que era zombado por
todos? De que valeria viver uma vida seguindo um homem que se dizia ser filho
do Rei, mas que no entanto não pôde nem ao menos descer de uma cruz?
Certamente que Paulo levava cativo em seu coração as
palavras ditas aos romanos: "Assim, pois, isto não
depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece"
(Rm 9:16).
2. O homem de Deus precisa conhecer muito bem o
evangelho
É um erro extremamente grosseiro o fato de hoje em
dia vermos pessoas serem tão avessas à intelectualidade. Está "na
moda" ser relativo, ser indiferente, ser voltado para si mesmo, buscar o
seu próprio prazer, ganhar dinheiro à custa de outros e uma série de atos
estranhos à Escritura. É lamentável vermos a deterioração dos inúmeros
"ministérios" que proliferam mais que postos de gasolina, farmácias
ou padarias, sem ao menos atentarem para as palavras de Jesus: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os
que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a
galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!"
(Mt 23:37). Tais "ministérios" não percebem que mais pregam as
"boas novas" do homem pecador do que as boas novas do Santo Salvador.
Quando falamos sobre intelectualidade e o repulso
que isso causa nas pessoas - afinal, para tais, ser intelectual é ser
"nerd", retrógrado, sem alegria pela vida, um indivíduo taciturno,
quase que desconectado da sociedade - isso não significa que somente os crentes
que souberem grego, hebraico, aramaico e geografia bíblica serão salvos,
contudo, importa-nos notar que precisamos conhecer a quem temos seguido.
A Bíblia nos diz: "Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas, e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos" (Jo 10:1-5).
A Bíblia nos diz: "Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas, e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos" (Jo 10:1-5).
Observemos
que em momento algum Jesus nos diz que o pastor fica atrás das ovelhas
dando-lhes chicotadas ou ferindo-as desnecessariamente - como que para
infundir-lhes terror e medo - mas antes vai à frente, guiando-as e tão somente
elas o seguem, "porque conhecem a sua voz".
Jesus também não demonstra estar apreensivo com a possível chance de algumas
delas se perderem, pois "conhecem a sua voz".
As
ovelhas do Senhor sempre ouvem e para sempre ouvirão a sua voz, ainda que
durante o tempo de sua peregrinação sofram assaltos, fome, sede, nudez, ventos
contrários, raios, terremotos e qualquer outra coisa que possa lhes tentar a
desviarem-se do único e reto caminho caminho. E para aqueles que saíram e não
mais voltaram, a Bíblia nos alerta: "Saíram de
nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto
é para que se manifestasse que não são todos de nós" (1Jo 2:19).
O pastor puritano Richard Baxter, ao escrever sobre
os sermões e como isso deveria se dar na vida da igreja, escreveu no capítulo
"Orientações Sobre Como
Ouvir com Proveito a Palavra Pregada, no Christian
Directory: Não vinde ouvir com um coração desatento, como se viésseis ouvir
uma questão que pouco vos interessa, mas vinde com um senso da indizível
importância, necessidade e consequência da Santa Palavra que viestes ouvir; e
quando entenderdes o quanto isso vos envolve, será de grande ajuda
compreenderdes cada verdade em particular... Esforçai-vos diligentemente por
aplicar a Palavra, enquanto a estiverdes ouvindo... Não deixeis tudo ao encargo
do ministro, como aqueles que não irão além do que forem empurrados... Tendes
um trabalho a fazer, tanto quanto o pregador, e deveríeis estar tão ocupados
quanto ele... deveis abrir vossas bocas, digerindo a Palavra, pois ninguém pode
digeri-la em vosso lugar... logo, trabalhai o tempo todo, abominando o coração
preguiçoso no ouvir, tanto quanto um ministro preguiçoso. Ruminarei e recordai
tudo ao chegardes em casa, em vossos quartos, e, mediante a meditação, pregai
novamente a vós mesmo. Se a prédica for exposta friamente pelo pregador,
então... pregai com maior vigor aos vossos corações..." Costumamos
lamentar, hoje em dia, que os ministros não sabem pregar; mas não é igualmente
verdadeira que nossas congregações não sabem ouvir? [1]
Para que uma conversão seja sólida, segundo Baxter,
é indispensável o conhecimento da verdade. “Um homem pode ir para o inferno com
conhecimento”, afirma ele, “mas ele certamente irá para o inferno se não o
tiver”, pois como "pode amar e servir a Deus a quem não conhece?" [2]
Certamente que tais palavras nos soam um tanto
ásperas, mas isso não é culpa delas mesmas, mas sim de nossos corações
obscurecidos e ainda propensos para a auto satisfação. É lamentável que
muitos professos da fé cristã não atentem para a exortação bíblica: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não
tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade"
(2Tm 2:15).
Nossas igrejas estão cheias de bodes que são
tratados como ovelhas e ovelhas que são tratadas como bodes. Homens e mulheres
precisam urgentemente ser colocados contra a parede do evangelho e exortados:
"Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis
como é digno da vocação com que fostes chamados" (Ef 4:1) e ainda:
"Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito,
se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de
Cristo, esse tal não é dele" (Rm 8:9).
Novamente, Baxter nos útil nessa questão: Toda
pessoa dotada de uma alma capaz de fazer questionamento, deveria conhecer o
Deus que a criou e para qual finalidade deveria viver; e também deveria
conhecer o caminho para a sua felicidade eterna, tanto quanto os eruditos.
Vocês não têm almas a serem ganhas ou perdidas, tanto quanto os eruditos? Deus
deixou clara para vocês a sua vontade em sua Palavra; Ele lhes tem dado mestres
e muitos outros meios, de tal modo que vocês não terão desculpa se forem
ignorantes; vocês devem saber como ser crentes, mesmo que não sejam eruditos.
Vocês poderão chegar ao céu usando o inglês, embora
não tenham conhecimento do hebraico ou grego, mas nas trevas da ignorância
vocês jamais chegarão lá. ...Portanto, se pensam que podem justificar-se diante
da sua falta de conhecimento, então poderão também pensar que podem
justificar-se diante da falta de amor e de obediência, pois essas virtudes não
podem existir sem o conhecimento... Se ao menos vocês estivessem dispostos a
obter o conhecimento de Deus e das realidades celestes, assim como estais dispostos
a conhecer as artes de seus negócios, vocês já teriam começado a muito tempo,
não poupando esforços nem dores para obter esse conhecimento. Mas vocês pensam
que sete anos é pouco para aprender a sua profissão e, no entanto, não querem
dedicar um dia, em cada sete, para aprenderem com diligência as questões
atinentes à salvação de suas almas. Se o céu é elevado demais para vocês
pensarem nele e se prepararem para ele, então ele é elevado demais para vocês
chegarem a possuí-lo". [3]
"Porque eu quero a misericórdia,
e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos"
(Os 6:6).
3. É necessário que o homem de Deus leve cativo a
promessa da vida eterna
Por fim, Paulo podia viver e seguir em frente a sua
jornada, pois vivia "segundo a promessa da vida
que está em Cristo Jesus" (v.1). "Ora,
a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que
se não vêem" (Hb 11:1).
Paulo não conseguia enxergar - literalmente - o seu
fim, nem tampouco tinha uma "visão além do alcance", contudo, vivia
segundo a fé e a promessa da vida que está em Cristo Jesus.
Meus amados, como temos nos esquecido de que somos
forasteiros nesse mundo, que estamos apenas de passagem e que nada mais importa
a não ser vivermos para proclamar e glorificar a Deus nesse mundo. É
indispensável que nos lembremos diariamente do céu e de suas promessas, pois
caso contrário, certamente fraquejaremos.
Assim como um jardim - na ilustração de Spurgeon -
precisa de constantes cuidados para que não se introduzam sorrateiramente ervas
daninhas e toda sorte de pestes, assim também é necessário que o homem de Deus
examine a sim mesmo a cada dia para que veja se não cresce junto ao seu coração
qualquer semente maligna que possa dissimular heresias e vontades contrárias ao
evangelho de nosso Senhor e Salvador.
Que possamos refletir sobre em quem temos crido e
se de fato estamos conscientes de quem Ele é em si mesmo e o que significa isso
em nossas vidas. Que o Espírito Santo de Deus nos guie junto à nossa
consciência e mostre-nos se de fato temos vivido uma vida segundo o Seu
propósito, e quando isso acontecer, que nos lembremos das santas e sábias
palavras: "E sede cumpridores da palavra, e não
somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos" (Tg1:22).
Elaboração
pelo:-
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Notas:
[1] Citado em:
Entre os Gigantes de Deus, J. I Packer - pág. 275
[3] Citado em:
Entre os Gigantes de Deus, J. I. Packer - pág. 75 e 76 - Richard Baxter viveu
entre 1615 e 1691.
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