A Promessa para Pais e Filhos
TEXTO ÁUREO
“Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.” (Ef 6.2,3)
Aqui a autoridade da lei revelada é adicionada à lei natural. que é…promessa –
A “promessa” não é feita como o principal motivo para a obediência, mas uma consequência. O principal motivo é, porque é a vontade de Deus (Deuteronômio 5:16; “Honra a teu pai e a tua mãe, como o Senhor teu Deus te mandou”); e que sua peculiaridade, é mostrada por seu acompanhamento “com uma promessa”.
Primeiro – no decálogo com uma promessa especial. A promessa no segundo mandamento é geral. Seu dever é mais expressamente prescrito aos filhos do que aos pais; porque o amor desce ao invés de ascender (Bengel). Este versículo prova que a lei no Antigo Testamento não é abolida.
Muito tempo sobre a terra – Em Êxodo 20:12, “por muito tempo sobre a terra que o Senhor teu Deus te dá”, que Paulo adapta aos tempos do Evangelho, tirando a referência local e limitada propriamente aos judeus em Canaã.
Os piedosos são igualmente abençoados em todas as terras, como os judeus estavam na terra que Deus lhes deu. Essa promessa é sempre cumprida, literalmente, ou pela substituição de uma bênção maior, a saber, uma espiritual e eterna (Jó 5:26; Provérbios 10:27).
A substância e a essência da lei estão eternamente em vigor: seus acontecimentos isolados (aplicados ao Israel de antigamente) são abolidos (Romanos 6:15).
VERDADE PRÁTICA
Entre desafios e responsabilidades, o relacionamento entre pais e filhos deve ser de bênçãos e proteção.
Entenda a Verdade Prática:
- Uma família espiritualmente saudável, que vive debaixo da graça de Deus, caracteriza-se pelo bom relacionamento entre pais e filhos.
LEITURA BÍBLICA = Salmos 127:3-5 – Efésios 6:1-4
Salmos 127.3-5
3. Eis que os filhos são
herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão.
Como Ele concedeu a Israel a posse de Canaã Êxodo 15:17; Deuteronômio 4:21), não como um direito hereditário, mas de Sua própria vontade, de acordo com Sua promessa, assim Ele concede a bênção de inúmeras crianças. O P.B.V. expressa bem o sentido:”as crianças e o fruto do ventre são uma herança e um dom que vem do Senhor”. Se o pensamento de recompensa está incluído em ‘recompensa’, é, de acordo com o espírito de Salmo 127:1-2, como recompensa pelo temor de Deus (compare com Salmo 128) que as crianças são dadas, não, como os comentários do Targum, introduzindo a posterior doutrina judaica do mérito, como recompensa por boas obras. o fruto do ventre. Uma expressão mais geral incluindo as filhas. Cp. Salmo 132:11; Gênesis 30:2; Deuteronômio 7:13.
4. Como flechas na mão do valente, assim são os filhos da mocidade.
- Como flechas na mão do guerreiro – Elas são o que um pai pode confiar para se defender em perigo ou para obter ajuda para garantir o sustento para si e sua família – assim como o guerreiro ou o caçador dependem de suas flechas.
Assim são os filhos da juventude – Filhos na juventude; em seu auge e vigor. A comparação de filhos com flechas ou lanças é comum na poesia árabe.
5. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.
- Bem-aventurado é o homem – hebraico, A felicidade do homem.
Veja as notas no Salmo 1:1. que enche deles seu porta-flechas – A aljava é um caso em que flechas são carregadas; e como um homem – um caçador ou guerreiro – se sente seguro quando tem sua aljava cheia de flechas, o homem é abençoado na proporção do número de seus filhos. Isso está de acordo com a ideia frequentemente apresentada na Bíblia, e com a promessa muitas vezes feita lá de uma numerosa posteridade como prova do favor divino. eles não serão envergonhados – Eles não voltarão desanimados, baixando suas cabeças com vergonha e confusão.
Veja as notas em Jó 6:20. quando falarem com os inimigos à porta. A palavra hebraica, entretanto, significa “falar”; e o significado é que eles “falavam” com seus inimigos no local de conflito – pois uma batalha ocorria frequentemente no portão de uma cidade, pois a posse de um portão ou a entrada de uma cidade era tão importante para aqueles que atacaram e para aqueles que os defenderam.
A ideia é que eles falariam com efeito; eles se distinguiriam; eles deixariam sua presença ser conhecida.
A conexão não nos permite entender isso de controvérsia forense, ou de transações de negócios, embora estas geralmente fossem realizadas nos portões das cidades. O significado é que eles honrariam a família e gratificariam o coração dos pais, por seu valor em defender sua cidade e casa, ou em atacar as cidades dos inimigos de seu país.
O salmo destina-se a inculcar a lição de dependência de Deus para o sucesso em tudo. [Barnes, aguardando revisão]
Salmos 127.3-5
1. Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
Sede obedientes – uma expressão mais forte do que a utilizada às esposas, “submissão” ou “estar sujeito” (Efésios 5:21). A obediência é mais irracional e implícita; submissão é a sujeição voluntária de um inferior no sentido da ordem àquele que tem o direito de comandar. no Senhor – Pais e filhos, sendo cristãos “no Senhor”, expressa a essência na qual a obediência deve ocorrer e o motivo da obediência.
Em Colossenses 3:20, é: “Filhos, obedeçam seus pais em todas as coisas”. Esta expressão, “no Senhor”, sugere a limitação devida da obediência requerida (Atos 5:29; compare, por outro lado, o abuso, Marcos 7:11-13).
Porque isso é justo – Mesmo pela lei natural, devemos prestar obediência àqueles de quem recebemos a vida.
2. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa,
Aqui a autoridade da lei revelada é adicionada à lei natural. que é…promessa – A “promessa” não é feita como o principal motivo para a obediência, mas uma consequência. O principal motivo é, porque é a vontade de Deus (Deuteronômio 5:16; “Honra a teu pai e a tua mãe, como o Senhor teu Deus te mandou”); e que sua peculiaridade, é mostrada por seu acompanhamento “com uma promessa”.
Primeiro – no decálogo com uma promessa especial. A promessa no segundo mandamento é geral. Seu dever é mais expressamente prescrito aos filhos do que aos pais; porque o amor desce ao invés de ascender (Bengel). Este versículo prova que a lei no Antigo Testamento não é abolida.
3. Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.
Muito tempo sobre a terra – Em Êxodo 20:12, “por muito tempo sobre a terra que o Senhor teu Deus te dá”, que Paulo adapta aos tempos do Evangelho, tirando a referência local e limitada propriamente aos judeus em Canaã. Os piedosos são igualmente abençoados em todas as terras, como os judeus estavam na terra que Deus lhes deu.
Essa promessa é sempre cumprida, literalmente, ou pela substituição de uma bênção maior, a saber, uma espiritual e eterna (Jó 5:26; Provérbios 10:27).
A substância e a essência da lei estão eternamente em vigor: seus acontecimentos isolados (aplicados ao Israel de antigamente) são abolidos (Romanos 6:15).
4. E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.
Pais – incluindo mães; os pais são especificados como sendo as fontes da autoridade doméstica. Os pais são mais propensos à cólera em relação aos filhos do que às mães, cuja culpa é ser excessivamente tolerante. não provoqueis – não irritar, por ordens humilhantes, desaprovação irracional e intemperança (Alford).
Colossenses 3:21, “para que não desanimem”. disciplina – ou seja, educação por castigo no ato, quando necessário (Jó 5:17; Hebreus 12:7).
Correção – treinamento por palavras (Deuteronômio 6:7; “catequese”, Provérbios 22:6), seja de encorajamento, ou exemplo, ou repreensão, conforme for necessário (Trench).
Em contraste 1Samuel 3:13. do Senhor – como o Senhor aprova, e pelo Seu Espírito dita.
INTRODUÇÃO
O relacionamento entre pais e filhos é uma área da convivência familiar em que a família cristã deve cultivar o respeito, a honra e a consideração. Essa dimensão da vida familiar é amplamente considerada na Bíblia.
São muitos os textos bíblicos que tratam dessa questão, responsabilizando tanto os pais quanto os filhos. Por exemplo: Êxodo 20.12; Deuteronômio 6; Provérbios 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7; 22.6; 23.22; Efésios 6.1-4; Colossenses 3.20,21.
Sobre os pais, pesa a responsabilidade de instruir os filhos com palavras e exemplos pautados nos mandamentos do Senhor, demonstrando o seu amor, inclusive, através da disciplina. Eles são orientados a educar seus filhos no caminho em que devem andar, criando-os na disciplina e na admoestação do Senhor.
Quanto aos filhos, são exortados a amar, respeitar, obedecer e a honrar os pais. Devem guardar no coração os ensinos recebidos, seguindo os bons exemplos dos pais. Devem ampará-los na velhice.
Um dos sinais da manifestação da graça de Deus, por meio de Cristo, segundo o profeta Malaquias, é a conversão do coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos aos pais (Ml 4.6).
I. O RELACIONAMENTO BÍBLICO ENTRE PAIS E FILHOS
1. Pais e filhos. O assunto do salmo é reconhecidamente diferente de um típico salmo de peregrino. Barnes explica essa diferença com base na preocupação do salmo com o estabelecimento do povo em Jerusalém depois do seu retorno do exílio, reconstruindo suas casas e restabelecendo suas vidas.
Taylor acredita que esse salmo se refira mais diretamente à literatura sapiencial: "Os escritores sapienciais se preocupam em ensinar alguns dos princípios e a prática da observância de aspectos que trarão maiores dividendos de felicidade para esta vida. Seu ponto de vista é secular em vez de sacerdotal. Eles se dirigiam mais para os leigos do que para os cultos. Nosso salmo, nesse sentido, não é nenhuma exceção [...] A presença do salmo na coletânea peregrina provavelmente ocorre por causa do toque humano e do frescor e beleza da expressão literária que esse salmo tem em comum com outros do seu grupo".
Os filhos são herança do SENHOR (3) tem sido traduzido como: "Os filhos são uma dádiva do Eterno, e as crianças são uma bênção dele" (Moffatt). Os filhos da mocidade são particularmente valiosos (4), filhos nascidos enquanto o pai ainda é relativamente jovem.
Eles serão a sua força quando estiver velho, como flechas na mão do valente, uma defesa contra os seus inimigos. Alguns interpretam falarem com os seus inimigos à porta (5) como indicando uma defesa contra acusações falsas no tribunal, visto que a porta da cidade era o lugar onde os anciãos se reuniam para julgar as disputas.
A NVI traduz essa expressão da seguinte maneira: "Não será humilhado quando enfrentar seus inimigos no tribunal". Outros interpretam essa expressão como a necessidade de defender a cidade contra inimigos que estão atacando, visto que os ataques normalmente ocorriam diante da porta de entrada da cidade. "Ele não precisa temer em enfrentar um bando hostil" (Moffatt). Independentemente da situação, os filhos numerosos de um homem eram considerados sua força e segurança, uma fonte de satisfação e alegria.
2. Um mandamento com promessa para os filhos. Uma segunda dimensão da estrutura doméstica recebe a atenção de Paulo, qual seja, a relação entre pais e filhos. Quando há amor genuíno em casa, prevalece a base adequada da vida saudável para todos os membros da família. Não obstante, os deveres recaem sobre cada membro. Ao incluir estes poucos versículos, Paulo dignifica o lugar da criança no lar e na comunidade cristã.
Tal preocupação não era a atitude do mundo antigo. O sistema romano dava ao pai poder absoluto sobre os filhos. Ele tinha o direito de castigá-los conforme sua ira depravadamente ditasse, vendê-los à escravidão se achasse que eles estavam dando muitas despesas ou lhe fossem inúteis, ou, sob certas condições, matá-los. Este poder do pai sobre os filhos predominava por toda a vida.
A vida infantil não tinha valor, conforme revela uma carta datada do ano 1 a.C., escrita por Hilário, um soldado romano de Alexandria, Egito, para sua esposa, Alis.
Ele ordena à esposa grávida que deixe a criança viver se for menino, mas que a lance ao desterro se for menina.' Deixar as crianças para que se arranjem como puderem era prática comum naqueles dias.
Quando Jesus chamou as criancinhas para si, ele estava falando contra essa desvalorização da vida humana jovem (Mt 19.14).
Paulo se coloca ao lado de Jesus quando vê o valor infinito de cada criança, fato apoiado pela descrição cuidadosa das responsabilidades mútuas entre filhos e pais. Paulo encarrega: Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais (1).
Martin observa que "obediência é termo mais forte que sujeição, estipulada como dever da esposa".
A palavra geralmente traduzida por "obedecer" (hupakouo) é verbo composto derivado da palavra "ouvir" (akouo). Portanto, há em sua formação a ideia de "escutar" ou "atender", e daí "obedecer". Muita desobediência é o resultado da má vontade dos filhos em ouvir as instruções recebidas e as razões para essas instruções. A paráfrase de Moule é sugestiva: "com o ouvido atento da atenção firme".
Os filhos têm a obrigação moral, na medida em que a concebem, de manter abertas as linhas de comunicação entre eles e os pais, estando prontos para ouvir e obedecer. No Senhor é paralelo de expressões já encontradas (Ef 4.1,17; 5.22) e define a esfera na qual a obediência deve ocorrer. Salmond diz que é "uma obediência cristã satisfeita na comunhão com Cristo".'
Pelo que deduzimos, Paulo está tratando de uma situação na qual todos são cristãos, sem especificar qual deve ser a atitude quando as ordens parentais forem contrárias à lei de Cristo. Há duas sanções para esta determinação.
A primeira é que Paulo diz que a obediência é justa (dikaios). No vocabulário paulino, esta palavra significa justificado. O apóstolo não está afirmando que a obediência é meramente adequada e correta, mas que "é agradável ao Senhor" (Cl 3.20).
O significado de justa é reforçado pela citação do quinto mandamento. Os justos vivem segundo as leis de Deus. Os filhos que fossem justos em sua relação com os pais deveriam cumprir esta lei em particular. A segunda sanção, estreitamente relacionada com o apelo anterior, é a declaração de Paulo de que a obediência honra os pais. O apóstolo cita Êxodo 20.12 e Deuteronômio 5.16: Honra a teu pai e a tua mãe (2).
Salmond comenta: "A obediência é o dever; a honra é a disposição da qual nasce a obediência".' Não basta a prontidão em obedecer; tem de haver a obediência efetiva para que apareça a honra aos pais.
O texto também enfatiza o fato de que este é o primeiro mandamento com promessa (2). De que modo este é o primeiro (prote) mandamento que tem uma promessa? Esta questão tem gerado certas dificuldades, porque o segundo dos Dez Mandamentos também tem uma promessa (Êx 20:4-6).
A melhor explicação é que aqui Paulo usa primeiro no sentido de "primeiro em importância" para os filhos." Paulo combina elementos de Êxodo 20.12 e Deuteronômio 5.16 para ao expor a dupla promessa.
A ideia de prosperidade — para que te vá bem — é tirada de Deuteronômio; ao passo que vida longa — e vivas muito tempo sobre a terra — acha-se em Êxodo.
Esta promessa deve ser descartada como resquício da fé israelita, ou tem pertinência para hoje? Será que podemos tomar por certo que a prosperidade e a longevidade são os benefícios devidos por nossa obediência?
Hoje em dia o cristianismo é oferecido no balcão de ofertas, e o uso que tem sido feito dele é revoltante para a igreja cristã. Mas não devemos perder de vista a declaração bíblica de recompensas.
Como escreve Theodore Wedel: "Há recompensas que vêm para os não-crentes — recompensas não materiais, se as analisarmos corretamente, mas não menos reais humanamente falando".' Hodge insiste que esta é "revelação de um propósito geral de Deus, e mostra qual será o curso habitual da providência divina".' Contudo, isso pode não ser efetivado em todas as pessoas. "A promessa geral cumpre-se para indivíduos, na medida em que `ela sirva para a glória de Deus, e para o bem deles' "."
3. Mandamentos e bênçãos para os pais. A desobediência dos filhos pode acabar com a paz do lar cristão, mas, por outro lado, a insensibilidade e aspereza parentais podem ser igualmente devastadoras.
Paulo tem uma palavra para os pais e mães, representados aqui pelo pai, a quem é dada a responsabilidade de dirigir e disciplinar a família. O dever do pai é duplo. Primeiramente, há a responsabilidade negativa: Não provoqueis a ira a vossos filhos. O verbo é parorgizo, e ocorre somente nas epístolas paulinas (Rm 10.19; Ef 4.26). Aqui significa "irritar" ou "exasperar" (cf. BAB, BV, NTLH, NVI).
Paulo exorta os pais a não "excitarem as paixões ruins dos filhos por severidade, injustiça, parcialidade ou exercício irracional de autoridade".' Disciplina em casa é absolutamente necessária, mas, muitas regras e regulamentos, junto com a inevitável importunação que tal situação cria, acabam causando justa rebelião. Phillips expressa o ponto sucintamente: "Pais, não exagerem na correção de seus filhos nem lhes dificultem a obediência ao mandamento" (CH).
Em segundo lugar, há a responsabilidade positiva: Criai-os na doutrina e admoestação do Senhor. As duas palavras doutrina (paideia) e admoestação (nouthesia) podem ser traduzidas por "castigo físico" e "repreensão". Esta tradução daria a impressão que Paulo estaria promovendo a punição e a correção oral.
A explicação mais racional é que paideia é educação no sentido mais amplo, "o processo de instrução", como geralmente é usado na literatura grega. Contudo, mesmo neste sentido, a ação disciplinar não está fora de cogitação. Admoestação (Nouthesia) é simplesmente "instrução" (AEC) ou "ensino" (CH).
O uso do verbo "educar" (ektrepho) com "sustentar" (thalpo) na construção paralela, em 5.29, apóia esta tradução mais positiva destas palavras. A tarefa do pai é se envolver num programa sério e carinhoso de treinar os filhos em todas as áreas da vida para proporcionar-lhes crescimento pessoal, social e espiritual.
Toda disciplina e instrução devem ser feitas na mente e espírito do Senhor. Foulkes comenta: "A doutrina e admoestação do Senhor é aquilo que o Senhor coloca na vida de uma criança, se os pais cumprirem sua tarefa de ensiná-la e treiná-la em Sua Palavra.'
II. O CUIDADO DOS PAIS COM OS FILHOS
1. Cultivando o ensino da Palavra de Deus. Os conflitos e as dificuldades entre os pais e seus filhos adultos não são questões entre os cristãos apenas. A revista Time produziu uma matéria de capa sobre o fenômeno social dos twixters, um termo que se refere a adultos que ainda moram na casa dos pais e que permanecem na transição entre a infância e a vida adulta. Em muitos sentidos, eles se parecem mais com crianças grandes no que se refere à administração de responsabilidades maduras.
No filme Armações do amor, Matthew McConaughey retrata um típico twixter, um preguiçoso de trinta e poucos anos que finalmente leva seus pais ao desespero. Determinados a se livrar desse estorvo, eles contratam um especialista para arquitetar circunstâncias que eles esperam induzir o filho a sair de casa. Embora as coisas não tenham funcionado exatamente da maneira como haviam planejado, o filho finalmente sai de casa e o filme termina com os pais cantando alegremente: “Hit the Road, Jack”.
A comunidade cristã está enfrentando seus próprios desafios em relação a isso, pois muitos jovens adultos, criados em lares cristãos, estão decidindo abandonar a fé. Uma pesquisa realizada pelo Grupo Barna divulgou que cerca de seis a cada dez jovens na faixa dos 20 anos que eram envolvidos com a igreja na adolescência deixaram de participar ativamente das atividades cristãs.
Nos últimos anos, a primeira geração de crianças que fizeram ensino domiciliar está se formando e se tornando adulta, mas muitas delas não conseguiram atingir as altas expectativas de seus pais. Não por serem filhos que deixaram de sair de casa; é que deixaram de abraçar a fé de sua família.
2. Prioridades na vida familiar. Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (Ef 3.4). Como ressalta E. K. Simpson: "O ideal do celibato sacerdotal é tão totalmente estranho ao modelo primitivo, que se toma por certo que o candidato ao ministério já seja casado de idade madura. A disciplina paterna relaxada o desqualifica imediatamente para a posição de liderança na igreja". Esta é a versão que Phillips fez do versículo 4: "Deve ter a devida autoridade em sua própria casa e ser capaz de controlar e exigir o respeito de seus filhos" (CH).
Temos de admitir que, entre todos os padrões, este é um dos mais difíceis que Paulo estabeleceu. Mas como é importante! Muitos ministros têm tido sua utilidade limitada ou mesmo destruída por não exercerem a disciplina parental. É fácil ficarmos tão envolvidos em salvar os filhos dos outros que acabamos deixando os nossos próprios filhos escapulir de nosso controle. Chega o momento em que os filhos crescem e têm de assumir a direção da própria vida.
Nessa hora, ninguém estará com eles ao tomarem decisões que julgarem acertadas. Mas a disciplina firme, cheia de amor e regada com oração durante os anos formativos da vida de nossas crianças é seguramente o poderoso fator determinante que possuirão quando tiverem de decidir sozinho o curso que seguirão na vida.
Há, portanto, força convincente no fato de Paulo insistir no dever que o ministro tem de controlar a própria casa. E ninguém pode contradizer a verdade básica que está entre parênteses no versículo 5: Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?
3. Disciplina e estímulos aos filhos. Como melhor disciplinar os filhos pode ser uma tarefa difícil de aprender, mas é de importância crucial. Alguns afirmam que a disciplina física (castigo corporal) como a palmada seja o único método que a Bíblia apoie. Outros insistem que "castigos" e outras punições que não envolvam a disciplina física são muito mais eficazes.
O que diz a Bíblia? A Bíblia ensina que a disciplina física é adequada, benéfica e necessária. Não entenda mal - não estamos de modo algum defendendo o abuso infantil. Uma criança nunca deve ser disciplinada fisicamente a ponto de causar-lhe dano físico.
De acordo com a Bíblia, entretanto, a disciplina física, de forma apropriada e controlada, é algo bom e contribui para o bem-estar e correto treinamento da criança. Na verdade, muitas Escrituras promovem a disciplina física.
“Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno” (Provérbios 23:13,14; ver também 13:24; 22:15; 20:30).
Há também outros versículos que apoiam a correção física (Provérbios 13:24, 22:15, 20:30).
A Bíblia fortemente enfatiza a importância da disciplina; é algo de que todos precisamos para que sejamos pessoas produtivas, e é muito mais fácil se aprendido quando somos mais jovens.
Crianças que não recebem disciplina muitas vezes crescem rebeldes, não têm respeito à autoridade e como resultado não estão dispostas a prontamente obedecer e seguir a Deus.
O próprio Deus usa a disciplina para nos corrigir e conduzir ao caminho certo e para encorajar o arrependimento por nossos atos errados (Salmos 94:12; Provérbios 1:7, 6:23, 12:1, 13:1, 15:5; Isaías 38:16; Hebreus 12:9).
A fim de aplicar a disciplina de forma correta e de acordo com os princípios bíblicos, os pais devem estar familiarizados com o que a Bíblia diz sobre a disciplina. O livro de Provérbios contém sabedoria abundante em relação à educação dos filhos, tais como: "A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe" (Provérbios 29:15).
Este versículo descreve as consequências de não disciplinar uma criança - os pais passam vergonha. Naturalmente, a disciplina deve ter como objetivo o bem da criança e nunca deve ser usado para justificar o abuso e maus-tratos infantis. Nunca deve ser usado para descarregar raiva ou frustração. A disciplina é usada para corrigir e treinar as pessoas a seguir no caminho certo. "E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela" (Hebreus 12:11).
A disciplina de Deus é amorosa, assim como deve ser entre o pai e seu filho. A disciplina física nunca deve ser usada para causar danos ou dores físicas permanentes. A punição física deve ser sempre seguida imediatamente por confortar a criança com a garantia de que ele/ela é amada. Esses momentos são perfeitos para ensiná-la que Deus nos disciplina porque nos ama e que, como pais, fazemos o mesmo pelos nossos filhos.
III. BÊNÇÃOS, PAIS E FILHOS
1. Bênçãos para posteridade. A bênção de um lar feliz acompanha até mesmo as gerações seguintes (Êx 20.6; Dt 7.9). A melhor herança legada aos que virão depois de nós, até que Jesus venha, não são primeiramente as riquezas materiais. Mas o exemplo de fidelidade a Deus, à família, segundo os padrões bíblicos e a nossa invicta fé no Senhor Jesus.
O que mais a nossa igreja e a nossa vizinhança precisa é de famílias que pratiquem o cristianismo bíblico e que demonstrem em sua comunidade o modelo de lar que o Senhor almeja para todos.
2. Família: Lugar onde os filhos devem ser abençoados. Ao criar a primeira família, Deus constituiu, nos limites do Jardim do Éden, o seu espaço de habitação (Gn 2.7-15), o lar em que os primeiros cônjuges viveriam um para o outro, teriam filhos e juntos desfrutariam de tudo quanto Deus lhes preparara. Era um lugar de bênçãos que cumpriria as verdadeiras funções do lar, como descrito na introdução.
Esse foi e continua sendo o propósito de Deus para a família. Esses desígnios foram frustrados por aquele primeiro casal ter dado ouvidos à voz maliciosa e enganosa da serpente ao invés de obedecer a Deus. Expulsos do Jardim do Éden, Adão e Eva enfrentaram consequências gravíssimas para todos, em razão da incredulidade, da inveja, da porfia e do ódio serem também agora características da raça humana (Gn 4.1-8).
3. Pais que protegem seus filhos. Embora o pecado tenha trazido essas desastrosas consequências sobre a família, a promessa de um lar feliz continua sendo o propósito de Deus para o homem, enquanto na terra (Pv 3.33; Sl 128).
Deus quer que os casais tenham vida harmoniosa, que amem um ao outro, pois foram criados para o amor mútuo (Gn 2.24), e façam do seu lar um centro de adoração ao Senhor em que os filhos cresçam num ambiente verdadeiramente cristão. Esse ideal é visto no modelo de casa que Deus ordenou às famílias de Israel (Dt 22.8).
Ela deveria dispor de um parapeito no terraço para evitar a queda e consequentemente a morte de alguém. Era uma medida preventiva com o propósito de resguardar a vida das pessoas que estivessem na casa. Esta rica lição aponta para a função do lar em seu papel social, moral e espiritual. Isso implica que a boa formação de qualquer pessoa, em todos os aspectos, começa em lares bem estruturados na Palavra de Deus e que tenham "parapeitos" bem construídos (Pv 24.3; Jr 22.13).
CONCLUSÃO
A família é um sonho de Deus, um projeto perfeito que reflete seu amor pela humanidade. No mundo atual, muitos valores familiares foram dissolvidos, tornando as relações mais difíceis e fazendo com que muitos dos filhos Deus estejam inseridos em famílias disfuncionais, desestruturadas e cheias de conflitos.
Um pai piedoso ou mãe piedosa têm influência espiritual profunda sobre as crianças na família. O líder familiar define o rumo para a família de várias maneiras, inclusive espiritualmente.
Nós devemos sinceramente esperar, orar e nos dedicar à salvação de nossas famílias. Há muitas vezes quando o Deus de Abraão também se torna o Deus de Sara, e então de Isaque e então de Jacó.
Como Charles Spurgeon disse: "Embora a graça não seja algo encontrado no sangue, e a regeneração não seja de sangue e nem de nascimento, muito frequentemente... Deus, por meio de um membro da família, atrai o resto a si mesmo. Ele chama um indivíduo e então usa-o como uma espécie de chamariz espiritual para trazer o resto da família para a rede do evangelho."
Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.
Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!
Dele seja a glória!
Boa Aula
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