A REBELDIA DOS FILHOS
TEXTO ÁUREO = “Instrui o menino no caminho em que
deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviara dele”(Pv 22.6).
VERDADE PRÁTAICA = Os pais que negligenciam a
educação dos filhos, estão cometendo grave pecado diante de Deus;
LEITURA BIBLICA = Ef.
6: 01 – 04 = Ml 4: 06 = I Samuel 2: 12-14,17,22-25
INTRODUÇÃO
Os filhos são herança do Senhor (Sl 127.3) e não
meros acidentes biológicos na vida do casal. Cada filho que nasce ou que é
admitido na família importa em algumas responsabilidades para os pais: um corpinho para cuidar (vestuário, saúde, etc); um estômago
para alimentar; uma personalidade para formar; uma mente para educar e uma
pessoa completa para ser conduzida a Cristo, seu Salvador e Senhor.
A forma como
interagem os membros da família é extremamente significativa para a construção
de relações familiares saudáveis. A Bíblia, enquanto Palavra de Deus, é o
manual mais completo que conhecemos sobre relacionamentos humanos. Desde o
principio, Deus sempre se mostrou preocupado em instruir o seu o povo
prescrevendo leis e mandamentos que tornem possíveis e abençoadoras as relações
n seio da família, ( Ex 20; 12 ). É o que veremos nesta lição.
O que os filhos devem aos pais
No intuito
de confirmar a família como o berço e a fortaleza da fé cristã, o apóstolo
Paulo procura estabelecer princípios de mutualidade que devem orientar as
relações entre pais e filhos. Sem estes preceitos a família ficaria
extremamente vulnerável tornando-se caótica e a sua existência comprometida.
A casa do sacerdote Eli (1 Sm 2.27-36) faz
parte do universo de famílias que se extinguiram em razão do desprezo dos seus
filhos aos deveres que eles tinham que cumprir na relação com o pai. Sua
historia, embora triste, serve de advertência, chamando-nos a observa,? Algumas
orientações que não podem ser ignoradas, sob pena de colocarmos a nossa família
em risco e vermos todo um projeto se desmoronar de repente.
Os filhos devem obediência aos pais
O apóstolo
Paulo falando da depravação humana (Rm 1.28- 32), inclui a desobediência dos
filhos aos pais, como uma condição abominável a Deus. Vivemos tempos de
insubmissão, o que se percebe é a falência da disciplina nestas unidades
fundamentais da vida: no casamento e nas relações familiares.
O estudo das
culturas traz consigo o reconhecimento e o valor da obediência dos filhos aos
pais como fator da boa ordem social. Imagine o estado de caos numa sociedade
que por um instante os pais devessem obediência aos filhos, no mínimo é uma
condição antinatural, uma vez que até no reino animal se percebe esse
princípio.
De acordo
com Paulo (Ef 6.1) essa obediência é justa, pois a mesma segue a ordenança
divina, sendo amplamente exposta tanto no Antigo Como no Novo Testamento, além
do que é socialmente correta, por refletir uma disposição conveniente e
adequada na sociedade humana.
Os filhos devem honra aos pais
A palavra
honra (Ef 6.2) é tradução do termo grego “timao”, que significa “dar um preço
à”, “valorizar”, “estimar”, ou seja, honrar através do respeito apropriado.
Isto deve ser feito não apenas por palavras, mas por ações e gestos que
reflitam o amor enquanto virtude mediadora da relação entre pais e filhos. Além
de ser agradável é também uma ordenança divina, o quinto mandamento (Ex 20.12)
acentua a maneira de agir do filho temente a Deus para com os seus pais. De
acordo com a Lei, um filho que agredisse o pai ou a mãe ou que os amaldiçoasse
deveria ser morto (Ex 21.15,1 7).
Frutos colhidos devido à honra e à
obediência.
São muitos
os frutos colhidos pelos filhos que honram e obedecem aos seus pais. E a
segunda promessa do decálogo, sendo que a primeira é em relação a Deus. Aqui a
promessa não é vida longa apenas, é a permanência na terra que seria dada (Ex
20.12). Certamente é conhecido por nós os vários exemplos de filhos que se
deram bem nas várias áreas da vida tais como: a espiritual, profissional e
matrimonial por terem obedecido e honrado a seus pais. A Bíblia nos traz vários
exemplos tanto negativos quanto positivos.
Um exemplo
negativo foi õ de Sansão, que por não honrar e nem obedecer aos seus pais teve
uma história de vida marcada pelo sofrimento (Jz 16. 21), enquanto que Timóteo
foi um obreiro valoroso tendo a honra e a obediência aos pais como princípio
norteador da sua vida de fé (2 Tm 1.5).
0 que os pais devem aos filhos
Se os filhos
devem aos pais obediência e honra estes também possuem deveres em relação aos
filhos. Ser pai é uma responsabilidade imensa, pois aquilo que afeta o
desenvolvimento dos filhos é primeiramente fruto das relações que se
estabelecem dentro de casa, principalmente nas relações entre pais e filhos. A
admoestação veterotestamentária mais conhecida feita aos pais é: “ensina a
criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho não se desviará
dele” (Pv 22.6).
Os pais
devem buscar direção de Deus na condução da educação dos filhos a exemplo do
que fizeram os pais de Sansão (Jz 13.8).
Não provocar a ira dos filhos
A relação
entre os pais e os filhos é extremamente irritadiça e hostil quando o cotidiano
familiar é mediado pela supervisão estressante. Os pais cobram e os filhos se
justificam, O tom, na comunicação verbal, é sempre agressivo.
O sentimento
de ambos é o de frustração. Os filhos sentem que jamais serão compreendidos e
os pais que jamais serão obedecidos, criando um círculo vicioso. Os pais apesar
de terem a obrigação pela educação dos filhos precisam ter cuidado com os
excessos, não espancar, não gritar, não ameaçar, são condutas paternas que
levam uma criança a ter segurança na vida. Paulo escrevendo aos pais de Colossos
recomendou: “Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem
desanimados” (Cl 3.2 1).
Criá-los na disciplina
e admoestação do Senhor
Estudiosos
afirmam que a família ainda é o lugar privilegiado para a promoção da educação
infantil. Embora a escola, a igreja, as amizades e a televisão exerçam grande
influência na formação da criança, os valores morais e os padrões de conduta
são adquiridos essencialmente através do convívio familiar. E preciso instruir
e educar para a vida, disciplinando os filhos (Pv 23.13, 14). A compreensão
bíblica de educação é que ela seja nos âmbitos moral e espiritual (Dt 6.6, 7).
Pais devem criar os filhos no temor do Senhor e para que isto aconteça é
necessário conversar com eles, disponibilizarem-se para eles no momento em que
eles precisarem, corrigir os maus comportamentos e reforçar aqueles que são
assertivos. Há pais que abriram mão de educarem espiritualmente os seus filhos
e transferiram a responsabilidade para a igreja abrindo mão de um privilégio
que é deles.
Quando os
pais negligenciam seus deveres e deixa de transmitir esses valores mente os
demais veículos formativos ocupam seu papel. Criar na disciplina é condição
básica para o pleno desenvolvimento mental, moral e do caráter dos filhos. A
disciplina deve ser exercida com amor, a exemplo de Deus em relação aos seus
filhos (Ap 3.19), e compreende num sentido mais amplo a ideia de educar.
Relações familiares convertidas
Os nossos
corações não devem ser convertidos apenas a Deus, até porque ninguém se
converte a Deus e consegue permanecer inflexíveis nas outras relações. Pais e
filhos devem se converter uns aos outros. Foi isso que Jesus Cristo veio fazer
na terra, O evangelho começa no lar. Conforme Lucas (1.17), o ministério de
João Batista, seria marcado pela conversão dos corações dos pais aos filhos.
Essa
convergência de corações produz mudanças, cura relações e abranda os ânimos e é
uma realidade possível, pois se o evangelho não funcionar na família certamente
não funcionará em lugar algum. A mais bela expressão do evangelho é o lar
feliz, onde os vínculos familiares são saudáveis, permeados de amor, alegria,
paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio
próprio (Gl 5.22,23).
Pais convertidos aos filhos
A situação
do momento é preocupante, marcada acentuadamente pela deterioração das relações
familiares decorrente de um estilo de vida em que as pessoas priorizam mais os
valores materiais do que a família.
Isso resulta
em distanciamento das relações, que por sua vez gera no seio do lar: ódio,
violência, desentendimentos, separações, etc. A conversão do coração dos pais
aos filhos é uma das propostas bíblicas para harmonizar a família e afastar
qualquer possibilidade de maldição. Pais convertidos aos seus filhos são
notadamente: a) pais que assumem o compromisso de amar seus filhos de forma in
condicional. b) pais que se fazem presentes na vida dos filhos. Mesmo depois de
ter levado o pequeno Samuel para servir ao Senhor, no templo, Ana e seu marido
continuavam presentes na vida do filho (1 Sm 2.18-20). c) pais que perdoam os
filhos.
Um dos
exemplos mais triste da história bíblica é o de Davi e Absalão. O
relacionamento entre os dois terminou de forma trágica, porque o pai falhou em
perdoar o filho, ou seja, seu coração não se converteu ao coração de Absalão (2
Sm 18.33); d) pais que vivem intensamente o privilégio e a alegria da
paternidade. Os filhos para eles não são um peso a ser carregado, mas bênção e
herança do Senhor (Si 127. 3-5). Cada fase da vida do filho é vivenciada como
uma experiência única e celebrada com gratidão. Ser convertido ao filho é
assumir o compromisso de uma aliança para a vida inteira.
A parábola
do filho pródigo (Lc 15.11-24) é a mais bela história de amor incondicional. As
principais pesquisas na área da educação infantil têm demonstrado que, em
família nas quais os pais acompanham de forma positiva as atividades da criança
e dos adolescentes, não são encontrados usuários de drogas e indivíduos com
comportamentos antissociais.
Filhos convertidos aos pais
De igual
modo os filhos devem estar comprometidos com os pais em uma aliança de amor e
respeito. Mesmo que esses filhos já tenham alcançado a idade adulta e
conquistado certa autonomia na vida, eles precisam continuar cultivando uma
relação de afeição e cuidado com os pais. Causa-nos perplexidade ver através
dos meios de comunicação situações em que filhos maltratam e até abandonam os
seus pais.
Outra vez
aparece como exemplo a história de Davi com o seu filho Absaláo, este se
revoltou contra o seu pai a quem passou a perseguir (2 Sm 15.1- 18).
Filhos convertidos aos pais são
aqueles que demonstram: a) amor incondicional: é saudável para os pais saberem que os seus
filhos os amam e os aceitam como eles são; b) cuidados especiais com os pais: a
velhice é uma condição inevitável na vida e quando ela chega traz consigo um
peso a ser carregado. c) atitudes de honra: mesmo que haja divergências de
ideias, os filhos saberão entender as opiniões dos pais e nada farão para
desonrá-los. Filhos que assim se comportam, poupam seus pais de muitos
sofrimentos, lágrimas e dores; d) gratidão, enquanto sentimento de
reconhecimento por tudo que seus pais lhes fizeram. Não há melhor maneira de
expressar gratidão do que através de palavras e gestos. Os filhos precisam
aprender a reconhecer o valor e a dedicação dos pais para as suas vidas. Pais
cujos filhos são convertidos não passam pela experiência do abandono. José
cuidou de .Jacá até a sua morte (Gn 47.7-12; 50.1-4).
Irmãos como amigos
A rivalidade
entre irmãos vem desde o princípio mais remoto através da história de Caim e
Abel (Gn 4.1-8) e passa por tantas outras como Esaú e Jacó, José e seus irmãos.
O que leva irmãos à rivalidade são relações adoecedoras que se estabelecem no
sistema familiar. Os pais são grandes responsáveis e têm uma enorme influência
na qualidade dos relacionamentos entre irmãos.
Há pais que
suscitam competitividade entre irmãos, quando estabelecem aliança com um dos
filhos em detrimento do outro, é o que se chama comumente de tratamento
diferenciado. O exemplo bíblico mais contundente é o de Isaque e Rebeca (Gn
27.1-10). Irmãos precisam ser estimulados a se tornarem os melhores amigos
entre si, deixando de lado as disputas e as brigas que por vezes chegam às
barras da violência.
FILHOS REBELDES
Os filhos maus de Eli (I Sm 2.12-17). Hofni e Finéias são descritos como
filhos de Beijai e não conheciam o Senhor. (12) Veja os comentários de 1.16
sobre os filhos de Belial. Nas Escrituras, “conhecer” ou “não conhecer” o
Senhor normalmente se refere a um conhecimento pessoal de Deus em adoração e
obediência. Os hebreus não consideravam o conhecimento primeiramente como algo
intelectual, mas sim como algo completamente pessoal. O termo usado significava
“ter proximidade de”, em vez de simplesmente “conhecer” treinados no ritual e
nas cerimônias do Antigo Testamento e, sem dúvida, familiarizados com as
exigências da lei, esses dois jovens eram maldosos e inescrupulosos em caráter
pessoal.
A lei
prescrevia cuidadosamente a natureza das ofertas que deveriam ser trazidas ao altar
do Senhor, juntamente com a maneira pela qual o sustento dos sacerdotes era
provido (cf. Lv 7.28-34). A iniqüidade dos filhos de Eli residia em suas
exigências magnânimas e pouco razoáveis de receberem sua porção antes de o
sacrifício ser formal- mente dedicado ao Senhor. O resultado foi que os homens
desprezavam a oferta do Senhor (17).
Por todo o
texto dos capítulos 1 a 4 o autor inspirado estabelece um contraste entre a
maldade dos filhos naturais de Eli com a espiritualidade crescente e o discernimento
de Samuel, filho adotivo do sumo sacerdote. Sem dúvida, o ambiente do início da
vida desempenha um papel importante no caráter moral e na experiência
espiritual das crianças. Contudo, uma das mais certas evidências de liberdade e
autodeterminação da alma humana é vista em situações como as apresentadas aqui.
As Visitas de Ana a Samuel ( I Sm 2.18-21). A visita anual de Elcana e sua
família a Siló tinha um duplo significado agora, pois, além da adoração
religiosa, havia a alegria de se reunir com o filho que fora dedicado ao
serviço do Senhor. O éfode de linho (18) era um traje cerimonial usado por
aqueles que serviam em um local religioso. E provável que ele cobrisse apenas a
parte frontal do corpo e, por isso, às vezes era chamado de avental. Ana também
trazia para Samuel, a cada ano, uma túnica feita por ela. A família de Elcana
foi abençoada com mais três filhos e duas filhas (21), todos de Ana.
O desconsolo
de Eli (2.22-26). A razão do fracasso de Eli em lidar com a imoralidade de seus
filhos pode ser explicada parcialmente em função de sua idade avançada. Tal
imoralidade era agravada por ser cometida no próprio Tabernáculo. A presença de
mulheres ligadas ao funcionamento do Tabernáculo é expressa em Exodo 38.8. O
escândalo era evidente (24).
A advertência
de Eli a seus filhos abrangia tanto o efeito da conduta deles sobre os outros —
fazeis transgredir o povo do Senhor (24) — como as conseqüências sobre eles
mesmos (25).
A conduta
ética imprópria — o pecado de um homem contra outro — poderia ser julgado nas
cortes da lei; mas o pecado religioso contra Deus seria punido pelo próprio
Senhor. Pelo fato de o termo hebraico traduzido como juiz ser ha-Elohim, que
também significa “Deus”, a ARA e outras traduções modernas trazem: “Pecando o
homem contra o próximo, Deus lhe será o árbitro”, ou “Deus o julgará”. Em vista
do mal agravado, a repreensão de ELI parece ser muito branda. Para pecados “com
alta mão” — desafio e rebelião contra o próprio Deus — o Antigo Testamento não
apresenta uma solução. Somente Cristo pode ser o mediador entre o homem e Deus
(1 Tm 2.5,6).
Porque o
Senhor os queria matar — a partícula primitiva hebraica kee, porque, é usada em
relações causais de todos os tipos, antecedentes ou conseqüentes. Também pode
ser apresentada como “portanto”.
Os homens
não eram pecaminosos porque Deus desejava matá-los, mas, porque eles se
tornaram ímpios, o Senhor os julgaria e traria uma morte dolorosa e prematura.
Mais uma
vez, a piedade de Samuel é contrastada com a pecaminosidade dos filhos de Eli.
No mesmo ambiente, o jovem Samuel ia crescendo e fazia-se agradável, assim para
com o Senhor como também para com os homens (26). Uma declaração similar é
feita em relação ao menino Jesus (Lc 2.52). Isso demonstra aprovação completa,
tanto em sua conduta ética como religiosa.
O ESTRUPO DE TAMAR (I Sm 13.1-39)
Há um
contraste patético entre os grandes sucessos de Davi como um soldado e general,
e a rápida desintegração moral dos membros de sua própria casa. Os frutos tanto
da poligamia (casamentos múltiplos) como da decadência moral de Davi podem ser
vistos nos acontecimentos que se seguem. O exemplo do pai só poderia ter tido
um efeito nocivo sobre os filhos.
Absalão e
sua formosa irmã Tamar eram filhos de Davi com Maaca, com quem ele tinha se
casado durante os anos em que fugia de Saul. Amnom, cuja luxúria foi exacerbada
pela beleza de Tamar, era filho de Davi com Ainoã, também uma das primeiras
esposas dele (cf. 3.2,3). Tal era a paixão descontrolada deste filho do rei, e
a sua satisfação parecia tão impossível, que o resultado foi ele realmente
ficar doente. O casamento entre irmão e irmã era proibido na lei (Lv 18.11);
portanto, a união legal parecia impossível. O isolamento de Tamar no cômodo das
mulheres no palácio, bem como seu caráter admirável (12), mostram que o desejo
de Amnom também não poderia ser satisfeito de modo ilícito (2).
Tinha,
porém, Amnom um amigo, cujo nome era Jonadabe (3) — um amigo muito superficial
e desumano, conforme 32-35. Ele era seu primo, filho do irmão de Davi, Siméia,
ou Samá como é chamado em 1 Samuel 17.13. Este jovem era conhecido como um
homem mui sagaz (3), astuto e ardiloso, e a partir do conselho que deu,
percebe-se que não passava de um homem perverso. Jonadabe notou o estado de
tormento de Amnom e perguntou: Por que tu de manhã em manhã tanto emagreces,
sendo filho do rei? (4) Literalmente, “filho do rei”, pode sugerir que Amnom já
tivesse demonstrado ser como seu pai. Emagrecer é dai em hebraico, “fraco,
magro, débil”. Quando o príncipe confessou a sua paixão incestuosa por Tamar,
Jonadabe aconselhou-o a fingir estar gravemente enfermo. Então quando Davi
viesse para vê-lo, ele deveria pedir que fosse permitido que Tamar viesse e
preparasse comida para ele (5).
A trama
covarde funcionou como Jonadabe havia previsto e como Amnom tinha planejado.
Quando ela apresentou a comida ao falso doente, ele se recusou a comer, e
ordenou que todos saíssem da casa. Ao entrar Tamar em seu quarto, ele fez a sua
proposta infame, e quando ela resistiu, ele a forçou (6-14).
Não se faz
assim em Israel (12), um apelo a um código moral e espiritual que distinguia
Israel das nações pagãs vizinhas. Tal loucura (12); um dos loucos de Israel
(13) — louco ou tolo diz respeito à conduta ética, e não a qualquer tipo de
deficiência mental.
O mau caráter
de Amnom está refletido em seu tratamento com Tamar, uma vez que a sua luxúria
foi satisfeita. A paixão foi seguida de repulsa, e ele ordenou que ela saísse
da casa. Não há razão (16), “não, meu irmão”, ela respondeu; mas ao protestar,
ele chamou seu servo pessoal para levá-la embora e trancar a porta atrás dela
(15-17).
Tamar estava
vestida com uma roupa de muitas cores (18), a túnica de mangas compridas que
era usada pelas filhas solteiras do rei. Ela foi para casa chorando, com cinzas
em sua cabeça e vestes rasgadas, os sinais convencionais de profunda tristeza
(18-20).
Absalão
rapidamente suspeitou do crime que Amnom tinha cometido. Suas palavras para
Tamar não foram tão insensíveis quanto parecem; pois ele evidentemente nutriu
um ódio profundo e a determinação de vingar a honra de sua irmã (20; cf. 22).
Tamar esteve desolada [ou solitária] (20) — em hebraico: “aturdida,
desconsolada, carente”. Davi soube destas coisas e ficou furioso, mas nada fez
para punir o malfeitor (21), uma fraqueza que não só lhe custaria a vida de seu
filho mais velho, Amnom, mas ao final a lealdade e também a vida de Absalão.
Este, por sua vez, aguardou um momento favorável para vingar-se (22).
Dois anos
depois,Absalão sentiu que o momento havia chegado. Seus servos tosquiavam as
ovelhas em Baal-Hazor, não longe de Jerusalém. Este era um tempo festivo, e ele
convidou os outros filhos do rei para compartilhar das festividades. Para ter
certeza do comparecimento de Amnom, o jovem insistiu em convidar Davi, ciente
que ele não deixaria a sua capital para comparecer. Para não te sermos pesados
(25), isto é, “poderíamos ser um fardo para ti”, foi a desculpa de Davi
(Moffatt).
Em seu
lugar, então, Absalão sugeriu que Davi mandasse Amnom, o herdeiro legítimo.
Embora Davi tenha contestado, instando Absalão com ele (27), ele consentiu em
enviá-lo e todos os outros filhos. Absalão havia instruído seus servos a
estarem prontos para quando Amnom estivesse um tanto embriagado, e ao seu
sinal, feri-lo. O plano foi executado, e quando este príncipe foi morto todos
os outros filhos do rei fugiram (28,29).
Embora o
ódio por Amnom e um desejo de vingança fossem sem dúvida alguma os principais
motivos para o ato de Absalão, parece posteriormente que isto o coloca na linha
de sucessão ao trono como o próximo filho mais velho dentre os herdeiros do rei
(cf. 15.1-6). Assim, a morte de Amnom satisfez tanto a vingança de Absalão como
a sua ambição.
O relatório
que primeiro chegou a Jerusalém dizia que Absalão havia massacrado todos os
filhos do rei (30). Davi e seus criados prantearam, mas Jonadabe, cujo mau
conselho havia causado toda a seqüência destes eventos, informou a seu tio que
somente Amnom havia sido morto (31-33). A chegada dos filhos do rei confirmou o
relatório, mas Absalão fugiu para o exílio, a Talmai... rei de Gesur (37), de
quem sabemos a partir de 3.3 que era seu avô. Gesur era uma cidade-estado na
Síria. Davi chorou por seu filho morto diariamente por três anos, até que se
consolou pela morte de Amnom (34-39).
UMA REFLEXÃO PARA OS
PAIS E SEUS DEVERES COM OS FILHOS
A) Proteção. É responsabilidade dos pais prover no lar paz, harmonia,
sossego, união, proteção e amparo. Ver as lições espirituais de Deuteronômio
22.8.
B) Afeto. As relações afetuosas, fraternas e cordiais
iniciam-se na família. É nesse ambiente, propício e acolhedor, que a criança recebe afeto, cuidado amoroso dos
pais e irmãos mais velhos, e aprende a praticá-lo.
A família de Deus = Deus valoriza tanto a família que a tomou como exemplo para ilustrar
o seu relacionamento com a igreja.
Deus,
nosso Pai. Deus é o nosso supremo exemplo
quanto ao papel da paternidade. Vejamos algumas de suas características como
nosso Pai celestial.
a) Pai cuidadoso e provedor que Jamais falha. Ele cuida de cada um de seus filhos (Mt 10.31) e de suas necessidades
(Mt 6.8). Ele, que já nos deu a suprema dádiva do céu — Jesus, não nos daria
também com Ele todas as coisas? (Rm 8.32).
b) Pai amorável. Não há maior amor que o de Deus
por nós (Jo 3.16; 15.13; 1 Jo 4.10,19; Rm 5.8). Ele é de igual modo compassivo e amoroso para com o filho que erra (Lc 15.20).
c) Pai que disciplina. O filho sempre está sujeito à disciplina amorosa de seu pai. A
disciplina é um sinal do amor de Deus para com seus filhos, visando seu benefício
(Hb 12.5ss). Mediante a disciplina, Deus visa nos tornar melhores discípulos
dEle. Os termos disciplina e discípulo têm sua origem no mesmo radical latino
que significa aprender.
d) Pai perdoador. Não há passagem que ilustre tão
bem esta característica quanto a parábola do Filho Pródigo (Lc 15.11-32).
e) Pai conciliador. Na mesma parábola do Filho
Pródigo, Jesus nos mostra que, muitas vezes, os pais são os apropriados e
idôneos mediadores de conflitos na família (Lc 15.31,32).
CONCLUSÃO
Grande parte
da crise do mundo é oriunda de lares desajustados. São padrões de interações
familiares adoecedoras que desembocam em crises que muitas vezes levam a
destruição total da família. Que neste dia possamos refletir sobre a grande
contribuição que cada um de nós pode oferecer a fim de tornar os nossos lares
ambientes de saúde física, espiritual, pscicológia e social.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
BIBLIOGRAFIA
Bíblia de
Estudo Pentecostal
Comentário Bíblico Beacon
Lições
bíblicas BETEL 2010
PAIS
E FILHOS
Cl 3.21
=
“Vós, pais, não irriteis a vossos
filhos, para que não percam o ânimo.” É obrigação solene dos pais (gr. pateres)
dar aos filhos a instrução e a disciplina condizente com a formação cristã. Os
pais devem ser exemplos de vida e conduta cristãs, e se importar mais com a
salvação dos filhos do que com seu emprego, profissão, trabalho na igreja ou
posição social (cf. Sl 127.3).
(1) Segundo a palavra de Paulo em Ef 6.4 e Cl 3.21, bem como as instruções de Deus em muitos trechos
do AT (ver Gn 18.19 nota; Dt 6.7 nota;
Sl 78.5 nota; Pv 4.1-4 nota; 6.20),
É responsabilidade dos pais dar aos filhos criação que os
prepare para uma vida do agrado do Senhor. E a família, e não a igreja ou a
Escola Dominical, que tem a principal responsabilidade do ensino bíblico e espiritual
dos filhos. A igreja e a Escola Dominical apenas ajudam os pais no ensino dos
filhos.
(2) A essência da educação cristã dos filhos consiste nisto:
o pai voltar-se para o coração dos filhos, a fim de levar o coração dos filhos
ao coração do Salvador (ver Lc 1.17 ).
(3) Na criação dos filhos, os pais não devem ter
favoritismo; devem ajudar, como também corrigir e castigar somente faltas
intencionais, e dedicar sua vida aos filhos, com amor compassivo, bondade,
humildade, mansidão e paciência (3.12-14,21).
(4) Seguem-se quinze passos que os pais devem dar para levar
os filhos a uma vida devotada a Cristo:
(a) Dediquem seus filhos a Deus no começo da vida deles (1 Sm 1.28; = Lc 2.22).
(b) Ensinem seus filhos a temer o Senhor e desviar-se do
mal, a amar a justiça e a odiar a iniqüidade. Incutam neles a consciência da
atitude de Deus para com o pecado e do seu julgamento contra ele (ver Hb 1.9 ).
(c) Ensinem seus filhos a obedecer aos pais, mediante a
disciplina bíblica com amor = (Dt 8.5; = Pv 3.11,12; = 13.24; = 23.13,14; = 29.15,17; = Hb 12.7).
(d) Protejam seus filhos da influência pecaminosa, sabendo
que Satanás procurará destruí-los espiritualmente mediante a atração ao mundo
ou através de companheiros imorais (Pv
13.20; = 28.7; = 2.15-17).
(e) Façam saber a seus filhos que Deus está sempre
observando e avaliando aquilo que fazem, pensam e dizem (Sl 139.1-12).
(f) Levem seus filhos bem cedo na vida à fé pessoal em
Cristo, ao arrependimento e ao batismo em água (Mt 19.14).
(g) Habituem seus filhos numa igreja espiritual, onde se
fala a Palavra de Deus, se mantém os padrões de retidão e o Espírito Santo se
manifesta. Ensinem seus filhos a observar o princípio:
“Companheiro sou de todos os que te temem” (Sl 119.63; ver At 12.5 ).
(h) Motivem seus filhos a permanecerem separados do mundo, a
testemunhar e trabalhar para Deus (2 Co
6. 14—7. 1; Tg 4.4). Ensinem-lhes que são forasteiros e peregrinos neste
mundo (Hb 11.13-16), Que seu
verdadeiro lar e cidadania estão no céu com Cristo (Fp 3.20; = Cl 3.1-3).
(i) Instruam-nos sobre a importância do batismo no Espírito
Santo (At 1.4,5,8; = 2.4,39).
(j) Ensinem a seus filhos que Deus os ama e tem um propósito
específico para suas vidas (Lc 1.13-17;
= Rm 8.29,30; = 1 Pe 1.3-9).
(L) Instruam seus filhos diariamente nas Sagradas
Escrituras, na conversação e no culto doméstico (Dt 4.9; 6.5,7; 1 Tm 4.6; 2 Tm 3.15).
(m) Mediante o exemplo e conselhos, encorajem seus filhos a
uma vida de oração (At 6.4; = Rm 12.12;
= Ef 6.18; = Tg 5.16).
(n) Previnam seus filhos sobre suportar perseguições por
amor à justiça (Mt 5.10-12). Eles devem saber que “todos os que piamente querem
viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Tm 3.12).
(o) Levem seus filhos diante de Deus em intercessão
constante e fervorosa (Ef 6.18; = Tg
5.16- 18; ver J0 17.1, ) nota sobre a oração de Jesus por seus discípulos,
como modelo da oração dos pais por seus filhos.
(p) Tenham tanto amor e desvelo pelos filhos, que estejam
dispostos a consumir suas vidas como sacrifício ao Senhor, para que se
aprofundem na fé e se cumpra nas suas vidas a vontade do Senhor (ver Fp 2.17 ).
Bíblia de Estudo
Pentecostal
Nenhum comentário:
Postar um comentário