CUMPRINDO
AS OBRIGAÇÕES DIANTE DE DEUS
TEXTO
ÁUREO = “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em
cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o” (Ec 5.4).
VERDADE
PRÁTICA = A nossa vida de adoração somente será verdadeira quando
nos conscientizarmos dos nossos direitos e deveres diante de Deus.
LEITURA
BIBLICA = Eclesiastes 5: 1-5
1Guarda o pé, quando entrares na Casa de Deus; chegar-se
para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que
fazem mal.2 Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a
pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu, na
terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras.3 Porque dos muitos trabalhos
vêm os sonhos, e do muito falar, palavras néscias.4 Quando a Deus fizeres algum
voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. Cumpre o voto que
fazes. 5Melhor é que não votes do que votes e não cumpras.
INTRODUÇÃO
Nos capítulos 1— 4 do livro de Eclesiastes, Salomão já havia
tratado praticamente de tudo aquilo que acontece “debaixo do sol. Ele mostrou
que o conhecimento sem o temor de Deus não é sabedoria, mas estultice. Da mesma
forma ele mostra que a busca pelo prazer e lazer pode ser simplesmente correr
atras do vento , se não tiverem como fim ultimo a adoração a Deus. Dentro ainda
dessa perspectiva, a aquisição de muitos bens ou posses pode transformar um
pobre em um rico, mas não em alguém próspero. Por último ele mostrou que o
trabalho sem a visão de Deus como fim último é mero ativismo.
Agora Salomão, no capítulo 5 de Eclesiastes, irá falar sobre
a adoração em um contexto em que se contrastam a obrigação e a devoção. Como
devotos temos direitos, mas também possuímos deveres. E essas obrigações não se
limitarão apenas ao mundo religioso, mas também ao universo político-social.
Eclesiastes mostrará que essas obrigações serão melhores compreendidas quando
vistas à luz dos os atributos de Deus, tais como: Santidade, transcendência e
imanência.
Neste capítulo darei maior destaque a uma prática que é
muito comum entre os pentecostais — a prática de se fazer um “voto” ou
propósito em prol de determinada causa. Fiz isso também porque esse parece ser
o assunto que recebe maior destaque por parte de Salomão em Eclesiastes 5.1-6.
OBRIGAÇÕES
VERSUS DEVOÇÃO
Obrigações
de natureza político-social
Há uma máxima que diz: “Primeiro a obrigação depois a
devoção”. Esse dualismo, que separa obrigação da devoção como se fossem duas
dimensões totalmente distintas não é bíblico. A Escritura orienta-nos a priorizarmos
o Reino de Deus (Mt 6.33), mas sem perdermos de vista a dimensão material da
qual fazemos parte (Mt 22.2 1). Neste aspecto a obrigação deve ocorrer no contexto
da devoção e vice-versa.
Eclesiastes também mantém essa perspectiva — “Eu te digo: observa
o mandamento do rei, e isso por causa do teu juramento feito a Deus”. (Ec 8.2).
Há as autoridades constituídas, e como cidadãos,
além de direitos, possuímos também deveres perante elas. São obrigações com as
quais temos compromisso de cumprir. Por exemplo, precisamos pagar impostos (Rm
13.7), votar e ser votado, etc. Como cristãos não podemos nos eximir dessas
obrigações ou deveres
Obrigações
de natureza religiosa e espiritual
Se há obrigação político-social que são de natureza civil,
por outro lado, há também as de natureza religiosa ou espiritual. Elas
acontecem na dimensão do culto, da adoração e são de natureza mais devocional.
A essência do culto é a adoração! De fato a palavra hebraica
shachar mantém o sentido de prostrar-se com deferência diante de um superior
(Gn 22.5; Ex 20.5). Salomão em Eclesiastes 5 está com isso em mente quando fala
da casa de Deus como o local da adoração (Ec 5.1). Como construtor do grande
Templo, Salomão sabia que aquela casa tinha como objetivo centralizar o culto e
dessa forma proporcionar um dos propósitos mais sublimes do culto que é o de
favorecer a unidade e promover a adoração verdadeira.
OBRIGAÇÕES
FRENTE À SANTIDADE DE DEUS
Reverência
Todo culto possui seu ritual e sua liturgia. Não há nada de
errado nisso. A propósito a palavra liturgia aparece associada ao culto na
Igreja Primitiva: “Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé,
Simeão, por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o
tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando disse o Espírito
Santo: Separai-me agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado”
(At 13.1,2, ARA). A palavra servindo (v.2) é a tradução do termo grego
leitourgeo, de onde vem a palavra portuguesa liturgia. A liturgia, portanto
também faz parte da adoração.
Salomão sabia disso e por isso adverte: “Guarda o pé, quando
entrares na Casa de Deus” (Ec 5.1). Desligue o celular, tire o chiclete da
boca, seja reverente! Comporte-se como um verdadeiro adorador! (Jo 4.20-24).
Observe a liturgia do culto e não faça dele um local para
interesses meramente pessoais. Infelizmente já presenciei casos de obreiros
abandonarem o culto e até mesmo a mensagem para irem atender seus celulares! Se
isso não é uma blasfêmia, no mínimo é pecado!
O culto é um espaço reservado para a adoração. Não pode se
transformar na “casa de mãe Joana”. É ali onde cultuamos a Deus e prestamos-lhe
reverência. Então, por que não se observar a liturgia do culto? Por que não
evitar a movimentação sem fim dentro da nave do templo? Por que não ensinar as
crianças que no templo não é o local adequado para comer “petiscos”?
Por que não desligar o celular em vez de ficar mandando
torpedo para uma outra pessoa? Por que gastar um bom tempo do culto em
intermináveis avisos, se alguns deles podem ser dados até um ano depois? Por
que permitir o uso do púlpito como palanque eleitoral? Por que usar o púlpito
para desabafar? Por que não usar o púlpito única e exclusivamente para a glória
de Deus?
Obediência
A simples obediência a um conjunto de preceitos, normas e
regras, sem atentar para os princípios que lhes dão fundamentação, é puro
legalismo. Não vale a pena observar o preceito ou norma, é necessário atentar
para o princípio por trás dele. No livro de Eclesiastes isso aparece de forma
bem clara: “Guarda o pé, quando entrares na casa de Deus; Chegar-se para ouvir
é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal”
(Ec 5.1). Deus não está interessado na observância do sacrifício em si, mas na
obediência aos princípios que regulamentam a sua prática. Foi exatamente isso
que o profeta Samuel disse a Saul (1 Sm 15.22).
OBRIGAÇÕES
FRENTE À TRANSCENDÊNCIA DE DEUS
Deus, o
Criador
Todas as grandes religiões possuem noção do sagrado e
demonstram temor e respeito diante dEle. A divindade aparece diante dos
adoradores como o totalmente outro. No judaísmo e também no cristianismo esse
conceito é mais elevado ainda, visto existir a consciência de que esse sagrado
trata-se do Deus verdadeiro que se revelou ao homem ao longo da história. Deus,
portanto, é o Criador e se distingue das coisas criadas (Dt 4.15- 20). Na
teologia bíblica isso aparece como a doutrina da transcendência de Deus e é um
dos seus atributos. Deus transcende as suas criaturas, isto é, está acima delas
e por isso se distingue delas. Eclesiastes fala disso:
“Deus está nos céus” (Ec
5.2). Deus está lá e você aqui! Deus pode se humanizar (Jo 1.14), mas o homem
não pode se divinizar. Quem procurou ser igual a Deus foi expulso do céu (Ez
28.1,2; Is 14.12-15).
Homem,
a criatura
O mesmo texto que diz “Deus está nos céus”, também diz: “tu
estás na terra” (Ec 5.2). Deus está no céu, o homem está na terra! Deus é o
Criador, o homem é a criatura. É uma obrigação nossa saber que Deus é Deus e o
homem é homem! Devemos ter muito cuidado para não nos transformarmos em heróis
e supercrentes. Seria bom sempre nos lembrarmos de que estamos aqui “na terra”.
E mais, não apenas estamos aqui, mas somos feitos do mesmo material: “Temos,
porém, este tesouro em vãos de barro, para que a excelência do poder seja de
Deus e não de nós” (2 Co 4.7, veja Gn 2.7). Não há dúvidas de que essa
conscientização nos levaria a sermos mais cuidadosos com nossas obrigações
diante de Deus.
OBRIGAÇÕES
DIANTE DA IMANÊNCIA DE DEUS
Deus
presente — não estamos sozinhos!
O atributo da imanência divina mostra-nos que Deus, mesmo
não podendo ser confundido com as suas criaturas, todavia pode se relacionar
com elas. Deus cuida da sua criação. Isso significa que o nosso Deus não é um
Deus distante, que após criar o mundo se ausentou dele! Pelo contrário, Ele é
um Deus presente! No capítulo 5 de Eclesiastes, Salomão está falando do culto a
Deus e mostra como Ele se identifica com o mesmo, aprovando-o
ou reprovando-o: “porque [Deus] não se agrada de tolos” (Ec 5.4). Essa mesma
verdade é mostrada no Novo Testamento (2 Co 6.16). Essa proximidade de Deus
deveria nos fazer melhores crentes, melhores cidadãos.
Deus de
promessas o valor das orações e votos
Tudo o que foi dito antes culminará numa das mais belas
verdades bíblicas — Deus não apenas se faz presente, mas também prometeu nos
abençoar atendendo nossas orações e realizando os nossos desejos. Isso
acontecerá quando orarmos de acordo com sua vontade (Jr 29.12,13; Jo 14.13,14).
Os judeus sabiam dessa verdade e por isso não somente oravam a Deus, como
também se empenhavam através de votos (Nm 30.3-16; Dt 23.21-23). Não há dúvidas
de que o livro de Eclesiastes tem em mente essas passagens bíblicas quando
adverte: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não
se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes. Melhor é que não votes do que
votes e não cumpras”.(Ec 5.4,5, ARA). Em o Novo Testamento não encontramos um
preceito concernente à prática do voto, mas o seu princípio permanece válido.
Fazer compromisso ou propósito diante de Deus e cumpri-los é uma verdade que
ultrapassa gerações.
O valor
das orações e votos — uma análise contextualizada dessas práticas
Há algum tempo postei no meu blog um artigo sobre “voto” que
escrevi para um periódico da CPAD. Visto que esse material literário tem
ajudado muitos a dirimir suas dúvidas sobre essa prática, irei reproduzi-lo
aqui.
Observei que essa é uma das postagens mais visitadas do blog
com mais de 15 mil acessos.
Recebi muitos e-mails de internautas que leram a postagem.
Publicarei um deles, resguardando a identidade da autora:
A Paz do Senhor Pr. José Gonçalves. Sou adolescente de 16
anos, já fiz por diversas vezes “votos” com Deus. Só que eu nunca consigo
cumpri-los. Mas a dúvida que me fez buscar a internet é: Nós podemos fazer um
voto com Deus assim que concedida a graça? Um voto não cumprido, quais as
consequências?
Na Bíblia, tem uma passagem que diz mais ou menos assim (nem
me lembro onde nem as palavras certas, mas tenho certeza que o Pr. sabe onde se
encontra) o tempo da ignorância, Deus não leva em conta. Se eu fiz votos, antes
de receber a bênção desejada (porque não fui devidamente orientada) e por
motivos de fraqueza não as cumpri, Deus vai cobrar de mim? Agradeço muito se o
Pr. responder esse meu comentário, pois estou muito angustiada. A Paz do
Senhor.
Pois bem, vamos começar com um texto bíblico que faz alusão
direta ao voto:
Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me
guardar nesta jornada que empreendo, me der pão para comer e roupa que me
vista, de maneira que eu volte em paz, para a casa de meu pai, então, o Senhor
será o meu Deus; e a pedra, que erigi por coluna, será a casa de Deus; e de
tudo quanto me concederes, certamente eu te pagarei o dízimo (Gn 28.20-22,
ARA).
Há alguns anos, eu acompanhava um pastor em uma visita a um
outro colega obreiro de uma cidade vizinha a nossa. Ali chegando, enquanto
aguardávamos a hora do almoço, os pastores presentes aproveitavam o tempo com
assuntos informais. As conversas giravam em torno da vida da igreja. Não sendo
ainda um obreiro com funções pastorais, apenas observava de “fora” aquele
saudável debate. Pois bem, a certa altura daquele debate teológico, um dos
pastores pôs no centro das discussões a falta de vitalidade espiritual na vida
de muitos crentes. Ele achava que uma espécie de apatia parecia dominar a vida
de muitos cristãos. Observou que essa “mornidão” sempre existiu, mas que na
época presente a situação parecia ter crescido em escala geométrica. Era algo
com proporções nunca vista. Em palavras mais simples, a percentagem de crentes
frios na presente dispensação da Igreja, era de longe superior a de outros
tempos. Qual a razão para isso? Era a pergunta que todos os presentes
sentiram-se forçados a fazer naquele momento.
Observei que dentre os pastores presentes, muitas
explicações consistentes foram dadas, mas jamais me esquecerei daquela que um
dos obreiros deu naquele momento. Na sua fala simples, porém sem ser simplista,
ele disse que esse esfriamento ocorre por conta da falta de compromisso com
Deus por parte de muitos crentes. Destacou no final de seu argumento a prática
bíblica do voto como algo que estava sendo esquecido. Acrescentando em seguida
que muitos crentes hoje desconhecem até mesmo o que seja um pacto com Deus. Sob
muitos aspectos, destacou que o voto na cultura bíblica revelava propósitos
específicos da vida dos crentes. Embora já se tenham passado muitos anos,
todavia nunca me esqueci daquela cena. Ela me marcou. Ao se referir ao voto
como algo a ser observado em nossos dias, aquele obreiro fez-me refletir sobre
a validade dessa prática bíblica. Todavia estou consciente, em razão do atual
contexto da fé evangélica brasileira, das reações contrárias que podem surgir.
Em um contexto em que se loteia o céu; em que ainda outros
fazem barganha da fé, é compreensível que surjam vozes discordantes da
observância de determinadas práticas ou princípios bíblicos. Isso pode parecer
legalismo. Todavia não tenho a menor dúvida da validade do voto.
A propósito, William Masselink destaca algumas razões que
justificam a prática do voto a Deus em nossos dias.
1. O
voto é um promessa feita a Deus.
O que pode ser uma expressão de gratidão por algum favor
outorgado, ou uma promessa no sentido de manifestar gratidão por algumas
bênçãos desejadas, caso Deus ache por bem outorgá-las.
Neste aspecto o voto bíblico não pode ser confundido com a
“promessa” católica, uma vez que esta é feita a um “santo”, enquanto aquele só
poderia ser feito a Deus.
2. A
Bíblia contém muitas injunções sobre a observância do voto.
Não deve, portanto, o voto ser visto como uma barganha. Uma
espécie de “toma lá dá cá”. O voto deve ser feito como uma expressão de devoção
piedosa do crente a Deus. O Dr. Clyde T. Francisco ao se referir ao voto de
Jacó, observa que “algumas pessoas têm criticado este ato como tentativa típica
de uma barganha com Deus, mas ele estava longe disso. Jacó não pediu fama nem
riquezas. Tudo o que ele desejou foi pão e roupa, até poder voltar. Este fato,
por si mesmo, nos informa que essencialmente ele não era uma pessoa egoísta.” A
passagem de Gênesis 28.20-22 é a primeira referência bíblica sobre a prática do
voto.
Mas como bem observou o rabino Meir Matzliah Melamed, “em
todas os tempos tanto na alegria como no sofrimento o homem sentiu a necessidade
de estender seu coração a Deus por meio de votos e promessas.
Mas afinal o que é, portanto, um voto? William Gesenius,
renomado hebraísta, nos dá a definição para a palavra hebraica nadar, traduzida
como “votar”. Gesenius diz que um voto significa: “Prometer voluntariamente
fazer ou dar alguma coisa”. Gesenius ainda observa que a expressão mais
completa nadar neder, é traduzida literalmente e de forma redundante como
“votar um voto” (Jz 11.39; 2 Sm 15.8). O voto, portanto, é uma promessa que
alguém assume perante a divindade. No conceito dado, fica em destaque que
quando alguém quer fazer algum voto, deve fazê-lo voluntariamente. Todos os
intérpretes fazem questão de destacar a voluntariedade do voto. W. Massilink
observa que um voto “significa uma obrigação ou promessa voluntária feita a
Deus”.
De fato a voluntariedade é um elemento essencial para que um
ato se configure como moral. Em outras palavras, só seremos responsabilizados
por aqueles atos que praticarmos voluntariamente.
No caso do voto bíblico, ninguém era obrigado a fazê-lo.
“Abstendo-te de fazer o voto, não haverá pecado em ti” (Dt 23.22). Por outro
lado, uma vez feito o voto, havia a responsabilidade de cumpri-lo. “Quando
fizeres algum voto ao Senhor, teu Deus, não tardarás em cumpri-lo; porque o
Senhor teu Deus, certamente, o requererá de ti, e em ti haverá pecado” (Dt
23.21); “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não
se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes” (Ec 5.4). Antes de se fazer um
voto é necessário ter consciência do compromisso que estamos assumindo. Poderei
cumprir esse voto? Lembro-me que um irmão me procurou certa vez. Ele
demonstrava estar insatisfeito com o líder da congregação da qual ele fazia
parte. Querendo saber a razão do seu descontentamento, descobri que era algo
relacionado a um voto que ele havia feito. Ele votara a Deus dizendo que se o
Senhor lhe desse vitória em algo que pedira, então em cumprimento do voto feito
realizaria um culto semanal em sua casa. Sempre às terças-feiras. Tendo
alcançado o favor do Senhor, aquele irmão viu-se em dificuldades para cumprir
seu voto, O dirigente da congregação disse-lhe, com razão, que ele não deveria
ter feito um voto que dependesse de terceiros para que pudesse ser cumprido. A
igreja tinha a sua própria agenda e não poderia viver em função do voto daquele
irmão. A questão não é, portanto, simplesmente votar, mas o que estamos votando
e de que maneira cumpriremos os nossos votos.
O caso de Jefté é bem conhecido (Jz 11.30,35-36,39). Os
versículos citados deixam claro que Jefté não tencionava que sua filha fosse o
objeto de cumprimento de seu voto precipitado. “Fez Jefté um voto ao Senhor e
disse: Se, com efeito, me entregares os filhos de Amom nas minhas mãos, quem
primeiro da porta da minha casa me sair ao encontro, voltando eu vitorioso dos
filhos de Amom, esse será do Senhor, e eu o oferecerei em holocausto”( Jz
11.30,31). Todavia a forma vaga e precipitada como fez o seu voto foi a causa
do seu posterior lamento. “Quando a viu, rasgou as suas vestes e disse:
Ah! Filha minha, tu me prostras por completo; tu passaste a
ser a causa da minha calamidade, porquanto fiz voto ao Senhor e não tornarei
atrás (Jz 11.35). Por último, convém observar que de acordo com as Escrituras
não podemos oferecer como voto ao Senhor aquilo que já lhe pertence ou que por
Ele é proibido. Por exemplo: o dízimo já é do Senhor, não poderei fazer um voto
tencionando pagá-lo com ele (Ml 3.10). Aquilo que é fruto de alguma coisa
impura ou abominável também não pode ser objeto de voto (Dt 23.18). O voto,
portanto, deve ser visto como uma forma de manifestação da graça de Deus, e com
a qual Ele quer nos abençoar.
Neste capítulo abordamos as palavras do sábio Salomão no
contexto da adoração bíblica. Ficamos logo conscientes de que não há adoração
verdadeira que não leve em conta as obrigações diante de Deus e dos homens. Se
quisermos viver uma vida espiritual plena devemos estar conscientes das
implicações que a acompanham.
De nada adianta termos templos suntuosos, ministrações eloquentes
e cantores famosos se não estamos cumprindo com as obrigações que uma
verdadeira adoração requer.
Elaboração
pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério
Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
Livro = Sábios Conselhos Para Um Viver Vitorioso
=Sabedoria Bíblica Para Quem Quer Vencer na vida! = Josué Gonçalves
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