A TRAVESSIA
DO MAR VERMELHO
TEXTO ÁUREO
= “Se, pois o
Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36).
VERDADE
PRÁTICA = A
saída do povo de Israel do Egito para a liberdade da Terra Prometida é uma
figura da caminhada para a Canaã Celeste.
TEXTO
BÍBLICO = Êx 13.17,19-20;
14.13-15,19,21,22,27,29-31
INTRODUÇÃO
A
saída de Israel do Egito foi um fato histórico de repercussão extraordinária
para todos os povos daquela época e de gerações futuras. O império egípcio foi
dobrado diante do Senhor Deus de Israel. Ele permitiu que seu povo fosse
oprimido por muito tempo, mas não para sempre. Caminhando sem bússola e sem
mapa, o povo israelita jamais errou o caminho. Deus os guiava com sua mão
poderosa e perfeita direção. As ameaças do inimigo, não foram suficientes para
frustrar a marcha do povo liberto.Nesta lição, estudaremos o começo da
caminhada dQ povo hebreu em direção à Terra Prometida.
0 CAMINHO
MAIS LONGO (Êx 13.17,18)
Segundo
os estudiosos do Êxodo, Deus não levou o povo israelita diretamente a Canaã,
pelo caminho dos filisteus, porque, naquela rota, havia muitas fortificações de
soldados egípcios. Seria o caminho mais curto. Entretanto, por ali, o povo
poderia arrepender-se da caminhada, ‘vendo a guerra”, e tomar ao Egito. Olhando
um mapa da Palestina àquele tempo, verifica-se que, antigamente, antes de haver
o atual canal de Suez, havia passagem por terra, saindo do Egito para Canaã. O
percurso duraria questão de poucos dias. Mas o povo, ao longo de tantos anos de
vida pacata, na vida pastoril e depois, como escravo, não estava preparado
psicológica e fisicamente para a guerra. Então, Deus, na sua sabedoria, fez o
povo rodear pelo ‘caminho do deserto, perto do Mar Vermelho”. (SG e DF) O
caminho era mais longo, mas era o escolhido por Deus. Muitas vezes, nós
queremos que o Senhor nos conduza por caminhos mais curtos, quando enfrentamos
lutas e dificuldades. Contudo, é melhor confiar no Senhor, aprendendo a
conviver com as circunstâncias propiciadas por Ele, na sua infinita sabedoria e
misericórdia.
O POVO
ARMADO (Êx 13.18b).
O
exército de Israel era formado por 600.000 homens armados, que caminhava à
frente do povo (Nm 1.46). Não teriam eles condições de enfrentar o exército
egípcio, indo pelo caminho mais curto? Certamente não, pois Deus não o permitiu.
Ainda que eram o povo de Deus, precisavam estar armados. Mais adiante,
acostumados ao deserto, enfrentaram tropas mais numerosas e foram vitoriosos.
Nos
dias em que vivemos, o povo de Deus, a Igreja, precisa de manter-se muito bem
armado, diante do inimigo avassalador, que é o Diabo. Em nossa caminhada,
precisamos revestir-nos da ‘armadura de Deus” para vencê-lo Nesta armadura(Ef
6. 10-17), temos o cinto da verdade, a couraça da justiça, os sapatos do
evangelho da paz, o escudo da fé. Moisés, para libertar o povo, não contou com
o apoio dos políticos do Egito, mas com o poder de Deus. Atualmente, a política
é atividade desgastada, ainda que importante. A Igreja do Senhor não pode
confiar na homem para ser vitoriosa, mas nas armas poderosas para a destruição
do inimigo (2 Co 10.4).
NADA FICOU
NO EGITO
Faraó
quis proibir que saíssem do Egito os meninos e as mulheres de Israel (Ex 10.7);
depois, exigiu que ficasse o gado (Êx 10.24). Moisés, com determinação, afirmou
que no Egito não ficaria “nenhuma unha”. Muito tempo antes, José, pela fé,
pedira que, quando o povo fosse para Canaã, não deixasse os seus ossos no Egito
(Gn 50.25; Hb 11.2). Esses fatos têm significados espirituais para os nossos
dias. Quando o crente aceita a Jesus, e vem para a Igreja, o inimigo, o “Faraó
moderno”, deseja que o mesmo mantenha comunhão com o mundo, fazendo concessões
a respeito de interesses, comportamento e conduta. Há aqueles que vêm para a Igreja,
mas o coração fica no mundo. E impossível servir a Deus assim. Jesus disse que
ninguém pode servir a dois senhores (Mt 6.24).
A PARTIDA DO
EGITO (Êx 13:20).
1.0 lugar. O povo partiu
de Ramessés para Sucote (Êx 12.37), inicialmente. A segunda fase da marcha
começou em Sucote, indo até Etã,, à entrada do deserto (Êx 13.20).
2. Deus Ia
adiante do seu povo (Êx 13.21). Deus não desamparou o povo, nem o deixou sem
direção divina. (SD) Indo à frente do Seu povo, o Senhor garantia a certeza de
uma caminhada segura, sob sua proteção. Durante o dia, havia a coluna de nuvem,
que guiava e, ao mesmo tempo, protegia do excesso de calor e dos raios solares
prejudiciais à saúde do povo. Durante à noite havia uma coluna de fogo, que
iluminava o caminho. Em todo o percurso, naquele imenso deserto, o Senhor os
guiou em segurança (Dt 8.2; 32.2; Is 53.14; Jr 2.6). É muito importante que
tenhamos a direção de Deus, ao iniciarmos qualquer empreitada. O Senhor nos
ensina e nos guia (Is 48.17). O Espírito Santo foi-nos enviado para nos consolar
e ensinar todas as coisas (Jo 14,.26).
3. A
perseguição de Faraó (14.9). O povo já estava à entrada do deserto,
quando Moisés recebeu ordem de Deus para voltar e acampar “diante de PiHirote,
entre Migdol e ornar, diante de “Baal-Zefon” (Ex 14.2). Essa foi urna manobra
determinada pelo Senhor, a fim de manifestar mais uma vez o Seu poder diante
dos egípcios.
Com
esse retomo, Faraó pensava que os israelitas estavam com medo de enfrentar o
deserto, e resolveu persegui-los (Êx 14.5). Não sabia ele, que não passava de
um mortal, manobrado pelo Senhor. A exemplo de Faraó, o Diabo procura perseguir
aqueles que deixam o mundo, e resolvem caminhar para os céus com Jesus em suas
vidas. Ameaças, opressões, críticas, zombarias e até violência, são algumas das
armas usadas pelo inimigo para intimidar o servo de Deus, principalmente o novo
convertido. Daí, porque é por demais indispensável que, em cada igreja, haja um
trabalho de assistência e integração do novo convertido, a fim de que o mesmo
se fortaleça, enfrentando os desafios do inimigo.
4. 0
desânimo do povo (Êx 14.10- 12). O povo, ao perceber a aproximação do
exército de Faraó, com canos e cavalos, temeu e clamou ao Senhor. Essa foi uma
atitude correta. Buscar o socorro do Senhor (v.10). Contudo, após isso, o povo
desesperou-se e passou a murmurar contra Moisés, dizendo-lhe que prefeririam
ter ficado no Egito, servindo aos egípcios. Ao que parece, eles não passaram na
primeira grande prova de fé. A caminhada cristã assemelha-se à do povo de
Israel. Uma das táticas do inimigo é a perseguição. Ela pode ocorrer no
emprego, no lar, na vizinhança e, por incrível que pareça, até na igreja.
Diante disso, há uma tendência de desânimo e muitos desejam voltar para o
mundo, para a escravidão. Entretanto, Jesus disse que quem perseverar até o
fim, será salvo (Mt 10.22).
5. A
serenidade e a confiança de Moisés (Êx 14.13-14). Ante o
temor e as murmuração do povo, o líder soube conduzir-se naquela ocasião
difícil. Era uma multidão de milhares de pessoas amedrontadas,
responsabilizando o homem de Deus pela situação crítica. Moisés passava pelo
teste da liderança eficaz.
a. Manteve a
calma.
Diante do desespero do povo, Moisés demonstrou tranqüilidade. Essa é uma
qualidade indispensável ao líder.
b. Palavra
de encorajamento. “Não temais, estai quietos...”. Cremos que essas palavras foram
de grande valor para o ânimo do povo. Todos olhavam para Moisés, e ele, ao
invés de se abalar, dava uma injeção de coragem a todos.
c. Palavra
de Fé.
“Vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará”. “0 Senhor pelejará por vós e vos
calareis”. Decerto, Moisés refletiu perante o povo tanta convicção em suas
palavras, que o povo ficou a esperar o resultado de tanta fé. Que Deus nos
ajude a termos líderes que inspirem confiança e fé nestes dias de tanto
desânimo e descrença, como resultados de certos escândalos.
A PASSAGEM
PELO MAR VERMELHO
O
homem de Deus, que vira o Senhor operar tantas maravilhas no Egito, agora, via
diante de si e do povo o maior obstáculo natural à viagem para Canaã.
Momentos
antes, pela fé, ele afirmara que Deus daria o livramento necessário. Ele não
esperou para ver,mas creu antes de o fato acontecer, referindo-se, inclusive, à
ruína do exército egípcio.
1. Obstáculo
na caminhada. A multidão de cerca de 600.000 homens de guerra, mais suas
famílias, compunha um total de aproximadamente três milhões de pessoas. Todos
diante do Mar Vermelho, tendo, no seu encalço, o exército de Faraó. Era
situação muito difícil. Na vida cristã há momentos em que parece não haver
solução para os problemas. Mas todas as coisas contribuem para o bem dos que
são chamados por Deus (Rm 8.28).
2. Deus
manda Ir em frente (Êx 14.15-17). Diante da fé demonstrada por Moisés, o
Senhor ordenou que o povo marchasse pelo mar em seco. Moisés levantou a vara e
o mar abriu-se em duas partes, enquanto o povo caminhava a pé enxuto. Certos
críticos dizem que foi um fenômeno natural; que, ali, havia uma parte rasa, um
palmo d’água. Eles só não sabem explicar como o exército de Faraó afogou-se num
palmo d’ág1a.
3. O anjo de
Deus gula o povo (Ex 14.19). O anjo, que ia à frente, passou para irás,
para defender o povo do ataque inimigo. A estratégia divina é desconcertante
para o inimigo. O Senhor arvora sua bandeira pelo seu povo. (Is 59.19). A
coluna de nuvem passou para trás, onde estava o perigo. Para Israel, a nuvem
iluminava; para os egípcios, era escuridão (v.20). Durante toda a marcha, o
chão estava seco, um muro de água à direita e à esquerda do povo. Isso nos fala
da proteção total do nosso Deus. Seu anjo acampa-se e nos guarda (Sl 34.7).
Elaboração
pelo:-
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições
bíblicas CPAD 1991
ESTUDO
COMPLEMENTAR
A Partida do
Egito (12.37-42)
a) O número
dos que se puseram em marcha (12.37-39). No dia seguinte à noite da morte dos
primogênitos dos egípcios, partiram os filhos de Israel para Sucote (37). Não
sabemos a localização certa deste lugar, embora fosse viagem curta de um dia de
Ramessés para o leste em direção ao mar Vermelho (ver Mapa 3). Deve ter sido
tarefa custosa levar este grande grupo a um ponto central; talvez tivessem
feito um planejamento para quando o momento da vitória chegasse.
Muita
controvérsia gira em torno da questão do número de israelitas que saiu do
Egito. Os estudiosos liberais, pouco propensos a considerar providência
milagrosa, recusam-se a aceitar um número alto como implica o montante de
seiscentos mil homens. 15 Contestam a possibilidade de a população israelita
aumentar tanto levando em conta o tempo decorrido e as condições adversas
descritas.
Também
rejeitam a possibilidade de tantas pessoas sobreviverem no deserto. Existe a
indicação de que a palavra hebraica que se refere a mil (elep) “possa ser
traduzida por ‘clã’ ou ‘família’, como ocorre em outros lugares da Bíblia
(e.g., Jz 6.15).16 Neste caso, o número total de 600 clãs seria bem menos.
Mas
considerando a bênção especial de Deus, aceitamos que Israel crescera a uma
população estimada de quase três milhões de pessoas. Sob o poder especial de
Deus, as provisões no deserto teriam sido adequadas.
A
mistura de gente (38) que partiu com Israel eram egípcios que se ligaram a
Israel e sua religião; também eram escravos estrangeiros que, por esse meio,
buscavam liberdade, e pessoas que tinham se casado com os hebreus. Mais tarde,
essa gente se tornou tropeço para Israel (Nm 11.4). E interessante observar que
Israel possuía ovelhas e vacas. Estes rebanhos já eram deles antes das pragas e
foram protegidos da destruição (9.4). O registro bíblico não explica como os
israelitas poderiam possuir tanto gado no Egito. Conjeturamos que as bênçãos de
Deus estavam sobre Israel durante a escravidão. Chadwick sugere que pode ter
havido uma revolta antes desta época, a qual concedeu certos privilégios para
estes escravos no Egito.’8 Em todo caso, Deus lhes abas- tecera com grande
multidão de gado.
A
partida súbita do Egito pegou os israelitas até certo ponto desprevenidos, pois
não haviam preparado comida (39) para a viagem. Só comeram bolos asmos. Este
era o tipo de alimento que deveriam comer por sete dias durante a festa comemorativa
(15).
b) A data da
partida (12.40-42). O tempo que os filhos de Israel habitaram no Egito foi de
quatrocentos e trinta anos (40). O autor não especifica se toda essa estadia
foi só no Egito, ou também incluía o tempo na Palestina. Paulo (Gl 3.17) dá a
entender que a lei foi dada 430 anos depois de Abraão. Mas Estêvão (At 7.6)
disse que Israel ficou na escravidão em terra estrangeira por 400 anos. O
número redondo 400 concorda com o número que aparece em Gênesis 15.13, cuja
passagem também indica que estes anos foram passados em aflição. E seguro
presumir que o autor quis se referir aos anos passados na terra do Egito. Na
realidade, o tempo foi datado no relógio de Deus com uma exatidão que
comprovava a Palavra divina (41).
Que
noite inesquecível! “Essa foi a noite em que o SENHOR ficou vigiando” (NTLH);
manteve seus filhos sob observação cuidadosa (42). No futuro, todas as gerações
de israelitas a celebrariam como “noite da vigília”. Para Israel, foi como o
dia em que nasceram de novo; os cristãos o celebram como o dia feliz em que
seus pecados foram lavados pelo sangue de Jesus!.
A Lei da Páscoa (12.43—13.2)
Moisés
recebeu mais instruções pertinentes à celebração da Festa da Páscoa: 1) O filho
de estrangeiro não deveria comer a Páscoa (43); 2) estrangeiros e servos,
depois de circuncidados, tornavam-se israelitas e poderiam comer a Páscoa
(44,48); 3) deviam comer o cordeiro numa casa e nada dele poderia ser levado
para fora da casa (46); 4) não podiam quebrar osso algum do cordeiro (46); 5) a
mesma lei se aplicava ao natural e ao estrangeiro (49).
Os
últimos três pontos enfatizam a unidade na comunhão. Não devia haver divisão na
congregação de Israel — o cordeiro era um e o povo era um. Assim, em Cristo
todos são um; as divisões não têm lugar em seu corpo (1 Co 1—3).
A
resposta dos israelitas foi imediata (50). A recente vitória tornou seus
corações obedientes. Quando Deus trabalha, a vitória é completa. Exércitos
(51), melhor “turmas” (NVI) ou “tribos” (NTLH). Mas as bênçãos de Deus dadas a
um povo trazem responsabilidades. Visto que o Senhor poupara homens e animais,
agora estes deveriam ser consagrados a Ele (2). Deus pediu a estes homens que
lhe dessem o que lhe era devido. O verbo santificar conforme é usado aqui e ao
longo do Antigo Testamento tem o significado de “consagrar ou separar” para
propriedade especial de Deus, tendo paralelo no significado do Novo Testamento
que inclui pureza moral (Ef 5.25-27; Hb 9.13,14). Neste sentido mais amplo do
Antigo Testamento, o termo santificar é usado para se referir a pessoas e
coisas.
O Discurso
de Moisés (13.3-16)
a) O dia da
recordação (13.3-10), Moisés tinha de relatar ao povo as instruções que Deus lhe dera.
Os versículos 3 a 7 repetem grande parte do que aparece em 12.14-20 (ver
comentários ali). No versículo 5, Moisés nomeou cinco das sete nações cuja
terra Israel herdaria. As outras duas eram os ferezeus e os girgaseus que
provavelmente eram menos importantes (cf. CBB, vol. II).
A
importância de lembrar este mesmo dia (3) devia ser passada para os filhos (8).
O sinal sobre tua mão e a lembrança entre teus olhos (9) não seriam os escritos
físicos ou “filactérios” (cf. Dt 6.48). O que devia ser lembrado era a festa e
as palavras da boca que vêm do coração. Em certa medida, os objetos físicos ajudam
a lembrar os atos graciosos de Deus, mas o meio mais eficaz de transmissão é a
lei do SENHOR... em tua boca (9) o coração transbordante de louvor e testemunho
passado para os filhos.
Deus
sabe que os homens o esquecem com facilidade, por isso ordenou: Tu guardarás
este estatuto a seu tempo [“no dia certo”, ARA] de ano em ano (10).
b) A
consagração dos primogênitos (13.11-16). Outra lembrança constante era a entrega
dos primogênitos a Deus (2,12) e as respostas às perguntas dos filhos (14) a
respeito das cerimônias. Todos os primogênitos machos do gado pertenciam a Deus
(12) e deveriam ser oferecidos em sacrificio ao SENHOR (15).
Tudo
o que abre a madre (15) diz respeito a “todos os machos que abrem a madre”
(ARA). O vocábulo tudo aqui deve ser considerado alusão a animais limpos. Os
animais imundos, como os jumentos (13), tinham de ser resgatados pela
substituição de um cordeiro ou cabrito. Se não fossem resgatados, os animais
imundos deveriam ser mortos. O jumento é mencionado porque foi o único animal de
carga levado do Egito.
Para
os meninos havia um arranjo especial. Considerando que não podiam ser
sacrificados como oferta, tinham de ser resgatados (15). Mais tarde, a
obrigação do serviço a Deus foi transferida para os levitas, e o preço da substituição
pelo primogênito macho foi fixado em cinco siclos (Nm 347). Este pagamento
servia como reconhecimento do direito de Deus sobre os primogênitos.
A
razão para esta exigência é clara. Deus tirou Israel do Egito matando os
primogênitos (15) egípcios. Portanto, os israelitas deveriam contar a história
repetida- mente a todos os filhos, sobretudo ao primogênito. Este ato redentor
e sacrifical deveria ser uma lembrança — por sinal sobre tua mão e por frontais
entre os teus olhos (16; ver comentários sobre o v. 9).
A Coluna de
Nuvem e a Coluna de Fogo (13.17-22)
A
rota direta e norte entre o Egito e a Palestina (ver Mapas 2 e 3) tinha
aproximadamente 320 quilômetros e podia ser percorrida em cerca de duas
semanas. Quando Deus tirou os israelitas do Egito, Ele os levou por um percurso
mais longo a fim de evitar o encontro com os filisteus (17) bélicos. Os filhos
de Israel não eram treinados para a batalha e a fé em Deus ainda era fraca.
Eles poderiam se arrepender quando vissem a guerra e voltar para o Egito. O
Senhor conhecia a força limitada do seu povo e o protegeu de tentações
inadequadas (ver 1 Co 10.13). Por vezes, os caminhos de Deus não são os mais
simples e diretos. Ele guiou Israel pelo caminho do deserto perto do mar
Vermelho (18; ver comentários sobre o mar Vermelho em 14.2).
A
palavra armados (18), embora termo militar no original hebraico, deve ser
referência à maneira organizada da marcha. Moffatt diz: “Os israelitas saíram
do Egito em formação metódica”. Esta organização pode ter sido planejada
durante o período de disputa com Faraó.
Atendendo
ao pedido de José quando estava morrendo (Gn 50.25), Moisés levou os ossos (19)
deste patriarca. Pode-se afirmar que Moisés sabia de tudo sobre este antigo
líder e que se fortaleceu na fé pela firme esperança que havia em José. No
devido tempo, Israel enterrou respeitosamente os ossos de José na terra de
Canaã (Js 24.32).
A
próxima parada de Israel depois de Sucote foi Etã, à entrada do deserto (20;
ver Mapa 3). A localização destes lugares é incerta, em grande parte por que
não sabemos o ponto exato da travessia do mar Vermelho.
Mas
onde quer que tenha sido o local, Deus era o Líder. Ele aparecia diante de
Israel na forma de uma coluna de nuvem (21, provavelmente de fumaça) de dia, e
uma coluna de fogo, à noite. A coluna ficou bastante tempo com Israel servindo
de guia nas viagens. Simbolizava o Espírito Santo, um Fogo (Mt 3.11), que guia
o cristão no andar cotidiano.
Vemos
“A Luz Guia de Deus” nos versículos 17 a 22. 1) Conduz os filhos de Deus para
longe dos caminhos de maior perigo, 17; 2) Leva, às vezes, por caminhos
circulares passando por lugares indesejáveis, 18a; 3) Dirige de forma ordeira e
obediente, 18b; 4) Lidera com provas incontestáveis de que Ele está com eles,
21,22.
A Travessia
do Mar Vermelho (14.1-31)
a) Um lugar
arriscado (14.1-4). Visto que o texto bíblico não anuncia o local preciso onde
ocorreu a travessia, é melhor presumir que os filhos de Israel iniciaram a
jornada da terra de Gósen (ver Mapa 3) rumo à fronteira do Egito, onde cruzaram
para entrar no deserto. Em seguida, Deus lhes ordena que voltem (2;
“retrocedam”, ARA) e acampem junto ao mar. Não há como definir se viraram para
o norte, em direção ao lago Manzalé, ou para o sul, em direção aos lagos
Amargos. O que está claro é que havia um volume de água diante deles como
obstáculo ao cruzamento.
Faraó
começou a reavaliar a libertação dos escravos. Talvez soube da jornada
aparentemente a esmo, e supôs que estivessem embaraçados na terra (3) e que o
deserto os encerrara. Para ele, o Deus dos israelitas, embora poderoso no
Egito, era impotente no deserto. Pensou que estavam irremediavelmente perdidos.
Lógico que Israel teria sido destruído se não fosse a intervenção do Deus
Todo-poderoso. Por vezes, Ele nos coloca em situações de aperto para nos livrar
e nos mostrar que Ele é o SENHOR (4).
b) A
perseguição de Faraó (14.5-9). Irritados pela recente derrota e frustração
causa- da pela perda de tantos trabalhadores (5), Faraó e seus servos (os
conselheiros) mudaram de idéia. Pensando que Israel estava praticamente
encurralado no deserto, o rei aprontou o seu carro e tomou consigo o seu povo
(6; “exército”, NVI). Também tinha seiscentos carros escolhidos (7) e muitos
outros que conseguira reunir sem demora (pensamento subentendido na expressão
todos os carros). Com esta força militar humana, Faraó saiu apressadamente em
perseguição dos israelitas. Seu coração duro ficou mais duro ainda, porque,
para ele, estes escravos tinham saído com alta mão (8; “afoitamente”, ARA;
“triunfantemente”, NVI). Contraste esta condição com o grande medo que logo
sentiriam (10). Foi a toda velocidade ao local onde estavam acampados junto ao
mar (9; ver Mapa 3). Pi-Hairote significa “lugar de juncos, no lado egípcio do
mar Vermelho” (VBB, nota de rodapé).
c) O medo do
povo (14.10-12). Vendo o exército de Faraó se aproximando, o coração dos
israelitas se derreteu, levando-os a clamar ao SENHOR (10). Foi um clamor
desesperado, porque viam nada mais que a morte diante de si; só restava
repreender Moisés por tê-los tirado do Egito para morrerem no deserto (11).
Para eles, a escravidão e a melhor que a morte, e Moisés deveria tê-los deixado
em paz no Egito (12). Em termos de um slogan dos dias atuais, eles sentiam que
seria melhor sofrer e estar vivo do que não sofrer e estar morto.
Estes
israelitas, como tantos novos-convertidos, embora libertos da escravidão do
trabalho forçado, ainda possuíam “um coração mau e infiel”. Estavam com muito
medo e cheios de dúvida, logo esquecendo os atos poderosos de Deus feitos a seu
favor. Tinham concordado com os líderes, mas agora, diante da iminente
catástrofe, a falta de compromisso sério se revelou.
d) O
propósito de Deus (14.13-18). Como é freqüente a fé fraquejar justamente
quando Deus está pronto para fazer sua maior obra! Mas Deus tinha seu homem de
fé. O texto não diz o quanto Moisés tremia por dentro, nem é perceptível que
ele já soubesse o que Deus ia fazer. Mas os encontros que teve com Deus lhe
deram a certeza de que Deus estava no controle. Não havia nada que as pessoas poderiam
fazer, exceto aquietar os temores, ficar quietas e ver o livramento do SENHOR
(13). Deus disse a Moisés (4) que ocorreria outra vitória, e ele creu na
palavra de Deus. Ele pôde declarar: O SENHOR pelejará por vós, e vos calareis
(14). “Tão-somente acalmem-se” (14b, NVI).
Não
havia necessidade de mais clamores a Deus. Chegara o momento de marchar.
Tratava-se de uma marcha de fé, pois diante deles só havia águas traiçoeiras;
mas a ordem de Deus era clara: Marchem (15). Em nosso andar espiritual, chegamos
a um ponto em que as orações medrosas cessam e o passo de fé deve ser dado.
Todas
as vezes que os filhos de Israel temeram o desamparo de Deus, Ele estava
trabalhando em seus propósitos. A barreira de água à frente deles se dividiria
quando a mão de Moisés se estendesse com a vara (16). O coração duro de Faraó o
levaria a se apoiar demasiadamente na bondade Deus e seguir Israel, mas o plano
de Deus era destruir o exército egípcio para, assim, obter glória e honra para
si (17). Seria tarde demais para Faraó e seus cavaleiros (18), mas o restante
dos egípcios saberia quem é o SENHOR.
No
versículo 15, observamos o desafio de Deus ao seu povo: “Marchem!” 1) A história
os impulsionava para frente, 1.13,14; 2) O presente os empurrava para frente,
14.9,10; 3) O futuro os estimulava para frente, 3.8; 14.13,14 (G. B.
Williamson).
e) A coluna
de proteção (14.19,20). O Anjo de Deus (19), chamado “o anjo do SENHOR” em 3.2, que
estava na frente de Israel, passou agora para trás do acampamento. O movimento
invisível de Deus foi verificado no movimento visível da coluna da nuvem, que
se retirou de diante dos israelitas e se pôs atrás deles. Esta coluna ficou
entre os dois acampamentos, impedindo os egípcios de chegar perto de Israel
toda a noite (20). A coluna trouxe escuridade para os egípcios, enquanto que
Israel tinha luz no acampamento.
Vemos
nos versículos 10 a 20, o processo de “Como Vencer o Medo”. 1) Ficamos
amedrontados ao ver o poder de Satanás, 10; 2) Expressamos nossa angústia pelas
providências de Deus, 11,12; 3) Sentimos alívio quando a palavra de Deus é dada
com clareza, 13- 18; 4) Aquietamo-nos completamente quando a presença de Deus
se manifesta, 19,20.
f) O caminho
pelo mar (14.21-25). Naquela noite, quando Moisés estendeu a sua mão sobre o mar... as
águas foram partidas (21). Um forte vento oriental fez o mar se tornar em seco,
talvez para secar o leito de onde as águas recuaram. Devemos ser cautelosos em
não forçar a linguagem poética (15.8; SI 78.13) em rígida expressão literal e
concluir que as águas desafiaram a gravidade ou se congelaram em bloco sólido. A palavra muro (22) se refere à barreira de
água que ficou em ambos os lados de Israel enquanto atravessavam em marcha.
O
registro bíblico não determina a distância do cruzamento pelo mar e a largura da
passagem. A área era suficiente para que quase três milhões de pessoas
atravessassem em uma noite e bastante ampla para que todos os exércitos de
Faraó ficassem no meio do mar (23). Ou os egípcios consideraram a abertura no
mar uma ocorrência natural ou então, na sua dureza, se apoiaram na misericórdia
de Deus quando marcharam pela abertura. O texto não diz se Faraó entrou com o
exército, mas todos os seus cavalos, carros e cavaleiros (23) entraram (o v. 9
não registra a entrada do “exército”).
Na
vigília daquela manhã (24), entre duas e seis da manhã,” Deus alvoroçou os
egípcios. Pode ser que a coluna diante dos egípcios tenha começado a lampejar,
talvez com raios. Os egípcios ficaram com medo e passaram a ter problemas com
as rodas dos carros (25), que emperravam (ARA) ou atolavam (NTLH), de forma que
transitavam dificultosamente. Pelo visto, o leito seco do mar estava afundando
com o peso dos cavalos e carros. Disseram: Fujamos... porque o SENHOR por eles
peleja contra os egípcios. Mais uma vez, estes ímpios reconheceram o poder de
Deus. A confusão dos egípcios deu tempo para Israel completar a travessia e
para todos os egípcios ficarem no leito do mar.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados –
MS
Comentário Bíblico Beacon
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