A
RESSURREIÇAO DE JESUS
TEXTO ÁUREO = E, estando elas muito atemorizadas e abaixando o
rosto para o chão, eles lhe disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos
VERDADE
PRATICA = A ressurreição de Jesus e a garantia de que todos
os que morreram em Cristo se levantarão do põ da terra.
LEITURA
BIBLICA = Lucas 24.1-8
A
RESSURREIÇÃO, 24.1-12
Para uma discussão detalhada a respeito dos
versículos 1-6a veja os comentários sobre Mateus 28.1-10. Veja também Marcos
16.1-8.
Lembrai-vos
como vos falou, estando ainda na Galiléia, dizendo: Convém que o Filho do Homem
seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e, ao terceiro
dia, ressuscite (6-7). Não tendo entendido as palavras de
Jesus às quais o anjo se refere, as mulheres podem tê-las esquecido. O anjo
lhes refresca a memória em um momento em que elas podiam entender a profecia à
luz de seu recente cumprimento. Assim, tanto o entendimento do ministério de
Jesus na terra como a fé dessas mulheres em sua divindade seriam enriquecidas e
fortalecidas.
Mateus e Marcos omitem o lembrete angelical desta
profecia. Em seu lugar, eles relatam a incumbência dada às mulheres de contar
aos apóstolos que Cristo ia adiante deles para a Galiléia.
E,
voltando do sepulcro, anunciaram todas essas coisas aos onze e a todos os
demais (9).
Veja os comentários sobre Mateus 28.8.
Para uma discussão a respeito do versículo 10, veja
os comentários sobre Marcos
16.1.
O nome de Joana é omitido no relato de Marcos.
Ela era a esposa de Cuza, procurador de Herodes, mencionado em Lucas 8.3.
E as suas palavras lhes pareciam como desvario (11).
Embora Jesus houvesse claramente profetizado a sua morte e ressurreição para
seus discípulos, a concepção que estes tinham do Reino Messiânico não tinha
lugar para tal idéia. Agora que chegara a hora, eles estavam tão indecisos e
surpresos como se nunca tivessem ouvido as profecias do Mestre.
Eles devem ter descartado totalmente essas previsões
de suas mentes, como incompreensíveis, ou então as interpretaram
espiritualmente. O esquecimento dos discípulos está em vivo contraste com a
lembrança pelos membros do Sinédrio a esse respeito.
Estes líderes judeus se lembravam que Jesus havia
previsto a sua ressurreição após três dias, e foi por essa razão que pediram a
Pilatos que colocasse os guardas no sepulcro.’Para uma discussão a respeito do
versículo 12, veja os comentários sobre João 20.2-10.
APARIÔES
DO SENHOR RESSUSCITADO, 24.13-49
1.
O aparecimento de Jesus na Estrada para Emaús (24.13-27)
Godet classifica esta parte como uma das mais
admiráveis do Evangelho de Lucas.2 O relato é peculiar a Lucas, embora Marcos
faça, de fato, uma breve referência a este acontecimento (Mc 16.12-13).
E
eis que... dois deles (13). Não dos Doze, mas dois do círculo
mais amplo dos discípulos. Eles poderiam ser um homem e sua esposa. Um é
identificado no versículo 18. O outro tem sido objeto de considerável
conjectura, tendo Lucas sido identificado por alguns, mas não há evidência real
que nos permita determinar quem seria este discípulo anônimo. Com respeito
àquele a quem Lucas identifica como Cleopas, uma abreviação de “Cleopatros”,
nada se sabe além de seu nome.3 No mesmo dia. O dia da ressurreição, o primeiro
dia da semana. Para uma aldeia... cujo nome era Emaús. A aldeia chama- se hoje
Kolonieh, e é assim chamada porque o imperador Tito fez dela uma colônia para
alguns de seus veteranos de guerra. Está localizada, como diz Lucas, a cerca de
sessenta estádios de Jerusalém. Um estádio mede 606.75 pés. Portanto, essa
aldeia estava a cerca de onze quilômetros de Jerusalém.
E
iam falando entre si de tudo aquilo que havia sucedido (14).
Os acontecimentos ligados à morte de Cristo, e o muito incompleto relato de que
Ele havia ressuscitado dentre os mortos.
E...
indo eles... fazendo perguntas (15). Eles estavam tentando
dar sentido a uma confusa mistura de fatos, relatos e noções preconcebidas do
Reino Messiânico e seus próprios sentimentos pessoais a respeito de Jesus. Era
como um quebra-cabeças que parecia ter alguns pedaços faltando, enquanto outros
pareciam não fazer parte dele.
O
mesmo Jesus se aproximou e ia com eles. Mas os olhos deles estavam como que
fechados, para que o não conhecessem (15-16). Ou seja, alguma
coisa “fechou” os olhos deles, de tal forma que não puderam reconhecê-lo.
Uma coisa que não permitia que esses discípulos
reconhecessem Jesus era o fato de que, conforme expresso por Marcos, Ele
“manifestou-se em outra forma” (Mc 16.12). De alguma forma, sua aparência
pessoal estava mudada. Maria Madalena havia visto o Senhor ressuscitado, sem
reconhecê-lo, embora ela o tivesse encontrado nas vizinhanças de seu túmulo (Jo
20.15).
O disfarce de Jesus foi mais eficaz aqui devido à
incredulidade dos discípulos em relação à ressurreição, e também pelo seu
repentino aparecimento na estrada para Emaús.
E
ele lhes disse: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós
e
por que estais tristes? (17). O Mestre não precisava
que lhe dissessem qual era o tema da conversa deles. Esta foi, simplesmente, a
maneira que Ele utilizou para juntar-se à discussão, o que Ele fez a fim de
ensinar-lhes algumas verdades valiosas.
E..um...
disse-lhe: Es tu só peregrino em Jerusalém? (18)
— literalmente: “Estás em Jerusalém de passagem?” Esta pergunta implica que
eles sabiam que Ele havia escutado pelo menos parte da conversa deles. Talvez
Ele tivesse caminhado com eles em silêncio, por um curto espaço de tempo, antes
de se juntar à discussão. Qualquer um que não fosse um forasteiro em Jerusalém,
naquela manhã, saberia a importância, bem como o teor, da conversa sobre Jesus
de Nazaré.
E
ele lhes perguntou: Quais? (19). Ele queria que eles
lhe dessem informações que lhe permitissem ensinar suas verdades a respeito do
assunto. E Ele queria fazer isso sem revelar a sua identidade — pelo menos por
enquanto. Ele também estava lhes dando uma oportunidade de abrirem seus
corações para Ele. E eles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus, o
Nazareno. Com a certeza de que Ele era um forasteiro, eles relatam breve, mas
vividamente, e com profunda emoção, a história de Jesus: que Ele era um profeta
poderoso em obras e palavras, que fora condenado por intermédio dos esforços
dos líderes judeus, e que fora crucificado. Eles, provavelmente, incluíram
outros detalhes não relatados por Lucas.
E
nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel (21).
Eles ainda o amavam; sofriam profundamente por Ele. Mas pode um Messias morto
redimir Israel? Eles estão pensando no Rei-Messias, aquele que expulsaria os
romanos e faria com que Israel se tornasse novamente uma grande nação.
Mas,
agora, com tudo isso, é já hoje o terceiro dia...algumas
mulheres... nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao sepulcro; e, não
achando o seu corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto uma visão de
anjos, que dizem que ele vive (2 1-23).
Este relato das mulheres parece ter confundido estes
dois discípulos, ao invés de tê-los encorajado. Eles ainda continuaram tristes
(versículo 17), e a esperança que tinham de que Jesus fosse o Messias já era
parte do passado. Eles tinham dois problemas: primeiro: Será o relato
verdadeiro? e, segundo: O que tudo isso significa em termos do messianato de
Jesus e da própria felicidade deles? Até o momento, eles parecem estar
suspensos entre a esperança e o desespero.
E
alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro e acharam ser assim
como
as mulheres haviam dito, porém, não o viram (24).
Esta investigação havia resultado na corroboração parcial, mas não na
explicação.
Eles viram o sepulcro vazio, mas não viram Jesus. O
sepulcro vazio era uma valiosa evidência sustentadora, mas somente a presença
do Cristo ressuscitado satisfaria esses discípulos.
E
ele lhes disse: O néscios e tardos de coração para crer tudo o que os
Profetas
disseram! (25). A palavra traduzida como néscios
significa “fracos de entendimento”. Ela não tem a conotação maligna que a
palavra usada em nosso idioma tem em seu uso diário. Esta não é a mesma palavra
usada em Mateus 5.22, onde somos proibidos de dizer: “Louco” aos nossos irmãos.
Godet destaca que esta palavra, néscios, se refere ao entendimento, enquanto a
palavra traduzida como tardos se refere ao coração. Jesus está lhes dizendo que
eles haviam entendido incorretamente a predição profética relacionada ao
ministério messiânico, e que esta deficiência se devia tanto a uma falta de
compreensão intelectual como a uma indolência espiritual. Uma maior aplicação
intelectual, aliada a uma devoção mais profunda e intensa a Deus e à verdade,
os teria levado à solução de seus problemas.
Porventura,
não convinha que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória?
(26). A palavra convinha significa a necessidade do
sofrimento do Cristo. Seus sofrimentos eram necessários para a redenção do
homem, e eram o caminho pelo qual Ele entraria na sua glória — a glória que
começa com a sua ressurreição.
E, começando por Moisés... explicava-lhes o que dele
se achava em todas as Escrituras (27). Esta era a primeira extensa e precisa
lição sobre os ensinos messiânicos das Escrituras do Antigo Testamento que eles
recebiam. Que lição deve ter sido esta, ministrada pelo próprio Senhor
ressuscitado! Neste panorama das Escrituras hebraicas, Jesus fez um
inconfundível retrato de si mesmo, de como Ele havia vivido, ensinado e
sofrido, e de como Ele era agora — o Senhor ressuscitado. Embora eles não o
tivessem visto antes, este quadro e o retrato do rei messiânico estão
claramente desenhados no Antigo Testamento.
2.
O Mestre é Reconhecido (24.28-35)
E
chegaram à aldeia... e ele fez como quem ia para mais longe. E eles o
constrangeram, dizendo: Fica conosco (28-29).
Evidentemente estes dois discípulos, talvez marido e mulher, viviam na aldeia
de Emaús e estavam retornando de Jerusalém para sua casa. O movimento de Jesus
para ir adiante, ao chegarem à casa deles, não era enganoso. Como indicado por
Spence, Ele teria ido em frente, se eles não o tivessem convidado para ficar.
O convite deles testemunha a cortês hospitalidade e
o interesse de ambos por este Forasteiro — um interesse e respeito que devem
ter crescido bastante durante o curto período que haviam caminhado juntos.
E...
estando com eles à mesa, tomando o pão, o abençoou e partiu-o e lho deu.
Abriram-se-lhes, então, os olhos, e o conheceram (30-3 1).
Esta foi quase uma repetição da Ceia do Senhor, que fora instituída havia
poucos dias, e que lhes falava de uma comunhão abençoada e santa. Não é de
admirar que seus olhos se tenham aberto; não é de admirar que eles o tenham
conhecido! Este Forasteiro com quem se dispuseram a compartilhar o seu pão era
o Salvador, que estava pronto e capacitado a lhes dar o Pão da Vida. Este
Forasteiro, que estava à mesa deles, de repente se tornou o Chefe da casa, o
Mestre do banquete, e assim Ele será em cada lar e em cada coração onde for
convidado a residir.
E
ele desapareceu-lhes. Não somos capazes de entender a
natureza do corpo ressuscitado que permitiria um movimento tão livre como vemos
aqui e em outras passagens na história do Cristo ressuscitado. O corpo de Nosso
Senhor era real e não apenas aparente. Ainda assim, estava isento das
limitações comuns do corpo humano.
Nestes dois versículos (30-3 1) que descrevem a
refeição em Emaús, Maclaren nota que os três pontos da narrativa são: 1) A
distribuição do pão; 2) A descoberta; 3) O desaparecimento.
E
disseram um para o outro: Porventura, não ardia em nós o nosso coração
quando... nos falava e... nos abria as Escrituras? (32).
Agora que o haviam reconhecido como o Senhor Jesus, eles entenderam porque seus
corações queimavam quando Ele lhes ensinava ao longo do caminho. Estes não
foram os últimos discípulos de Cristo que passaram pela experiência do coração
ardente. A Palavra Viva, a Revelação de Deus, havia comunicado a verdade divina
e seus espíritos libertos responderam naturalmente à sua voz — que era, sem
dúvida, a voz de Deus.
E,
na mesma hora, levantando-se, voltaram para Jerusalém e acharam congregados os
onze..os quais diziam: Ressuscitou, verdadeiramente, o Senhor e já apareceu a
Simão (33-34). O espanto e a emoção que sentiram estava
em completo contraste como pessimismo destes discípulos quando começaram a
caminhar para Emaús Desconsiderando completamente os perigos que os espreitavam
na estrada semidesértica à noite, retornaram logo a Jerusalém. Porém, as
alegres notícias deles teriam que aguardar até que uma segunda aparição do
Senhor ressuscitado fosse relatada. Ao entrarem na residência dos onze, ouviram
as palavras de júbilo de um discípulo entusiasmado, que dizia: Ressuscitou,
verdadeiramente, o Senhor e já apareceu a Simão. A evidência estava começando a
se multiplicar.
E
eles lhes contaram o que lhes acontecera no caminho, e como deles foi conhecido
no partir do pão (35). Eles relataram todo o episódio,
desde a triste conversa até à gloriosa percepção da presença do Senhor. A
expressão partir do pão tem implicações sacramentais definitivas, especialmente
quando nos lembramos de que na ocasião em que Lucas estava escrevendo o seu
Evangelho, esta expressão era o nome habitual da Ceia do Senhor.
3.
O Senhor Ressuscitado Visita os Seus Discípulos (24.36-43)
E,
falando ele dessas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles(36).
Tanto João como Lucas situam esta aparição no anoitecer do dia da ressurreição
de Cristo. João nos informa que “cerradas as portas... com medo dos judeus...”
(Jo 20.19). A expressão Jesus se apresentou no meio deles indica uma aparição
repentina em vez de uma entrada perceptível. E disse-lhes: Paz seja convosco.
Esta era a saudação judaica usual. Mas, desta vez, ela tinha mais do que o
significado habitual para os discípulos de Jesus. Ela transmitia uma mensagem
de conforto, coragem e esperança. Para informações adicionais a respeito deste
e dos versículos seguintes desta seção, veja os comentários sobre João
20.19-23.
E
eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito.
Eles tinham discutido, com júbilo, os relatos de suas aparições
pós-ressurreição e deveriam estar esperando que Ele aparecesse a todos eles.
Mas, apesar da alegria e da esperança deles, sua aparição repentina — quando
todas as portas estavam fechadas — os aterrorizou. Apesar da aparente
contradição de sentimentos aqui, temos que confessar que a reação deles foi
muito humana e muito normal. A única explicação que parecia de alguma forma
razoável para eles, no momento, era que se tratava de um espírito. Como é que
Ele poderia aparecer desta maneira?
Neste ponto parece haver uma contradição entre Lucas
e João, pois João diz: “Os discípulos se alegraram, vendo o Senhor” (Jo 20.20).
Entretanto, João evidentemente se refere à situação de alguns momentos depois,
após terem se recuperado da aparição súbita e sobrenatural, e depois de Jesus
tê-los tranqüilizado com suas preciosas palavras.
E
ele lhes disse: Por que estais perturbados... Vede as minhas mãos e os meus
pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem
ossos (38-39). Jesus prossegue mostrando-lhes que seus
medos eram infundados e que a sua noção de que Ele era um espírito desencarnado
estava errada. Ele primeiro lhes mostra suas mãos e pés — as cicatrizes da
recente crucificação. Espíritos não têm cicatrizes das feridas terrenas. Ele,
então, os convida a apalpá-lo — para sentir a carne sólida de um corpo
material. Espíritos não têm materialidade; eles não têm carne e ossos.
E,
não o crendo eles ainda por causa da alegria e estando maravilhados (41);
isto é equivalente à nossa expressão moderna: “é bom demais para ser verdade”.
Era tão maravilhoso que eles temiam que pudesse não ser verdade. Estavam
alegres e, ao mesmo tempo, com medo, como alguém que de repente consegue o que
desejava mais do que qualquer outra coisa no mundo.
...disse-lhes:
Tendes aqui alguma coisa que comer? Então, eles apresentaram-lhe parte de um
peixe assado e um favo de mel, o que ele tomou e comeu diante deles (41-43).
Esta é a terceira demonstração de sua materialidade. Espíritos não comem peixe
e mel. Em todas estas demonstrações, nosso Senhor está tentando mostrar que o
que os discípulos vêem diante de si não é o espírito desencarnado de um Jesus
de Nazaré morto, mas o corpo ressuscitado do Filho de Deus encarnado. Ele está
mesmo diante deles — corpo, alma e espírito. Sua ressurreição é, em todos os
sentidos, uma gloriosa realidade.
4.
A Incumbência e a Promessa (24.44-49)
Deste ponto até o final do Evangelho, o leitor deve
saber que há uma passagem de tempo que Lucas não deixa particularmente clara na
narração. Se este Evangelho fosse a única fonte de informação referente ao
período entre a ressurreição e a ascensão de Jesus, o leitor poderia ficar com
a impressão de que não teriam se passado mais de vinte e quatro horas. Mas o
próprio Lucas nos informa, em Atos 1.3, que aquele período durou quarenta dias.
Não é claro se a instrução relatada na seção presente foi dada aos discípulos
na noite da ressurreição do Senhor, na mesma ocasião do versículo anterior, ou
mais tarde. Mas esta falta de informação não afeta a interpretação.
São
estas as palavras que vos disse estando ainda convosco (44).
Jesus se refere ao seu ministério, até à hora da sua crucificação, como a
alguma coisa que já fazia parte do passado. As palavras estando ainda convosco
não só predizem a sua ascensão, mas também indicam que mesmo naquele momento em
que está falando, Ele não está “com eles”, no mesmo sentido usado
anteriormente. Sua morte e ressurreição mudaram o mortal para imortal, e
criaram uma diferença entre eles que apenas a morte e a ressurreição deles
próprios poderiam lhes permitir transcender.
Convinha
que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos
Profetas, e nos Salmos. A Lei, os Profetas e os Salmos são
as três principais divisões das Escrituras Hebraicas. Deste modo, Jesus está se
referindo à série completa da profecia messiânica, da primeira promessa em
Gênesis 3.15 até o Livro de Malaquias. Ele deixa claro um vinculo inseparável
entre Ele mesmo e esta profecia do Antigo Testamento. O Senhor lembra aos seus
discípulos que Ele deixou este ponto claro enquanto ainda estava com eles. Antes
de sua morte, a ênfase era de que se cumprisse tudo, e se referia ao seu
ministério terreno.
Então,
abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras (45).
Não é dito exatamente de que modo Jesus lhes abriu o entendimento. E possível
que Ele tenha feito isso explicando apenas o que as profecias messiânicas
mencionavam.
Mas Spence sugere o que é provavelmente o verdadeiro
significado deste versículo. Ele acredita que essas palavras foram ditas ao
anoitecer da primeira Páscoa. Se for assim, a expressão de Lucas: então
abriu-lhes o entendimento, equivale à declaração de João de que Jesus “assoprou
sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo” (20.22). Quando nos
lembramos que “inspiração” significa “respirar para dentro”, vemos a lógica da
sugestão de Spence. Jesus, aqui, estava dando aos seus discípulos a inspiração
necessária para que entendessem as Escrituras.
Assim
está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse... e, em seu nome, se
pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações,
começando por Jerusalém (46-47). Aqui vemos a
necessidade da redenção relacionada, no passado, às Escrituras do Antigo
Testamento e, no futuro, à cruzada evangelística mundial e perene da Igreja. Os
aspectos negativo e positivo da mensagem podem ser expressos assim: Não há
salvação para ninguém sem a expiação; a salvação completa está disponível para
todos os homens por meio da redenção.
E
dessas coisas sois vós testemunhas (48). Os discípulos de Jesus
tinham visto os seus atos e ouvido as suas palavras; eles receberam o presente
da interpretação das Escrituras pela “inspiração” de Cristo. Após o
Pentecostes, eles teriam a pureza e o poder necessários. Tudo isso deve ser
cristalizado em uma missão sublimemente designada: sois vós testemunhas. Jesus
dependia deles para a divulgação de sua mensagem — a notícia da salvação
“Comprada-com-sangue”. Se eles falhassem, Ele não teria outra maneira de
transmitir a sua Palavra. Mas eles não teriam que ir sozinhos; o Espírito Santo
testemunharia tanto para eles, como através deles.
E
eis que sobre vós envio a promessa de meu Pais ficai, porém, na cidade de
Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder (49).
Esta foi uma ordem divina e até o seu cumprimento deve ter precedência sobre a
incumbência divina. Até que recebessem o poder no Pentecostes, eles não
estariam qualificados para levar a cabo a incumbência. O cumprimento da
promessa e da ordem contida neste versículo ocorreu no Dia de Pentecostes,
quando cerca de 120 discípulos foram santificados por intermédio do batismo no
Espírito Santo.
As palavras do versículo 49 foram ditas por Jesus
provavelmente no dia de sua ascensão, dez dias antes do seu cumprimento e
quarenta dias após a ressurreição.
A
ASCENSÃO, 24.50-53
E
levou-os fora, até Betânia (50) — significando uma parte
do Monte das Oliveiras que dá vista para Betânia, pois em Atos 1.12 Lucas nos
conta que Jesus ascendeu do Monte das Oliveiras. E, levantando as mãos, os
abençoou — uma bênção sumo sacerdotal; o Senhor os estava abençoando por
ocasião de sua despedida.
E aconteceu que, abençoando-os ele, se apartou deles
e foi elevado ao céu
(51). Dos quatro autores dos Evangelhos, apenas
Lucas nos fala da ascensão de Jesus, embora ela seja tomada como certa ao longo
de todo o restante do Novo Testamento. Lucas expressa um tratamento completo
deste tema em Atos 1.9-11.
E,
adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém (52).
A adoração a Ele dos discípulos foi um ato de homenagem a um ascendente, mas
sempre presente, Salvador. A alegria deles mostra o quanto, agora, entendem a
sua relação com Jesus. Eles sabem que não o perderam, mas de algum modo
misterioso Ele estará mais próximo deles do que antes.
E
estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a Deus (53).
Esta declaração é amplificada em Atos dos Apóstolos. Lucas resume, assim, a
vida posterior dos apóstolos por intermédio desta breve afirmativa, consciente
de que pretendia cobrir o assunto detalhadamente em outra obra.
Elaboração
pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério
Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAIA
Lucas – Comentário Bíblico Beacon
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