ESCATOLOGIA
O ESTUDO DAS ÚLTIMAS COISAS
Texto Áureo = “Sobe, porém, isto:
que nos últimos dias sobrevirão
tempos trabalhosos.” (2 Tm 3.1).
Verdade Prática = O estudo da
Escatologia bíblica traz ao coração
dos salvos a esperança de um dia
estarem para sempre com o Senhor
Jesus Crista
Leitura
Bíblica = Mateus 24: 4,5,11-13 = I Tessalonicenses 1: 10
INTRODUÇÃO
Como
diria o apóstolo Pedro, Escatologia é um estudo que envolve doutrinas “difíceis
de entender” (2 Pe 3.16). Sua correta compreensão — bem como a de todas as
matérias teologais — só ocorre mediante a priorização do que está revelado nas
Escrituras, que apresentam a totalidade das informações futuríveis essenciais
(Ap 22.18,19).
A
Escatologia aqui exposta não é especulativa ou teologicocêntrica, e sim
dogmática e biblicocêntrica. Afinal, renunciar a autoridade bíblica para
exercitar o raciocínio a bel-prazer, com o intuito de formular teorias quanto
ao futuro baseadas em passagens interpretadas isoladamente, é o mesmo que
“forçar” a Palavra de Deus a dizer o que não diz.
Acerca
disso Dave Hunt discorreu com precisão: Teríamos
de ser como Deus para que tudo fosse provado e racionalizado para nós.
Obviamente, não somos como Ele: somos finitos, e Deus é infinito. Simplesmente
não temos a capacidade de compreender tudo sobre Deus e seu universo. Portanto,
precisamos confiar nEle quando nos fala sobre coisas que não podemos
compreender deforma plena.
Conquanto
valorizemos até certo ponto algumas teorias extra bíblicas tidas como lógicas e
consistentes, haja vista decorrerem de exaustivas pesquisas, o “estudo das
últimas coisas” (Escatologia) só tem relevância escrituristica quando se
harmoniza plenamente com o conteúdo das páginas sagradas. Se isso não ocorre,
decorre a teologia especulativa, da qual muitos se valem para chegar a lugar
nenhum.
O
ESTUDO DA ESCATOLOGIA
O
profeta Daniel não ousou desvendar por conta própria os mistérios relativos ao
futuro; antes, confessou: “Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso, eu disse:
Senhor meu, qual será o fim dessas coisas?” (Dn 12.8).
As
Escrituras não foram divinamente produzidas para que cada indivíduo, ao
interpretá-las, tire as suas próprias conclusões. Elas são a revelação de Deus,
e nós devemos nos aproximar delas com o objetivo de assimilar as verdades
reveladas pelo Senhor (SI 119.105).
Paulo
é outro exemplo nesse sentido. Apesar de sua elevada e reconhecida erudição,
não abria mão das Escrituras:
Porque primeiramente vos entreguei o que também
recebi: que Cristo morreu por nossos pecas/os, segundo as Escrituras, e que foi
sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e que foi
visto por Cefas e depois pelos doze (1 Co 15.3,4).
Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino
foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos
esperança ( Rm /5.4).
Mesmo
sendo o “doutor dos gentios”, Paulo jamais ousou especular acerca do que não
lhe fora revelado; antes, admitiu: “agora, conheço em parte, mas, então,
conhecerei como também sou conhecido” (1 Co 13.12). Que nunca nos esqueçamos da
“glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18; 1 Pe 5.1), pois muitas
verdades só poderão ser conhecidas no futuro, após o Arrebatamento da Igreja (1
Jo 3.2).
Definição. Escatologia (gr. eschatos,
“último”, “derradeiro”, “final”, “extremo”;
e
logia, “coleta”) é o estudo dos acontecimentos que hão de ocorrer conforme a
soberana vontade de Deus, “segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus,
nosso Senhor” (Ef 3.11). O Eterno disse: “não há outro Deus, não há outro
semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antigüidade,
as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho será firme, e farei
toda a minha vontade” (Is 46.9,I0).
Em
Lucas 21.36 está escrito: “Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais
escapar de todas estas cousas que tem de suceder e estar em pé na presença do
Filho do homem” (ARA). Quando essas coisas acontecerão? A Bíblia Sagrada
apresenta os detalhes desses acontecimentos? Até que ponto podemos entender o
desdobramento deles? O que ocorrerá nos Céus e na Terra? Quem participará
desses eventos?
Por que Escatologia bíblica?
São muitas as perguntas quanto ao futuro, mas não podemos perder de vista a
base para uma proveitosa análise das últimas coisas: não ir além d0 que está
escrito na Bíblia (Dt 29.29; 1 Co 4.6).
E
isso não tira o brilho do estudo escatológico. Embora o set humano seja
obcecado por novidades, os subsídios extra bíblicos, como divagações
filosóficas, supostas divinas revelações, etc., só confundem o estudioso da
Bíblia Sagrada.
Hodge afirmou: É preciso terem mente que teologia não é
filosofia. A teologia não pretende descobrir a verdade nem conciliar o que
ensina como verdadeiro com todas as outras verdades. Seu papel é simplesmente
declarar o que Deus revelou em sua Palavra, e vindicar tais declarações até
onde é possível em face dos equívocos e objeções. E é especialmente necessário
ter em mente este limitado e humilde ofício da teologia, quando nos propomos a
falar dos atos e propósitos de Deus.
A
teologia sistemática deve se harmonizar com a teologia bíblica. Tais matérias
não existem para dividir os teologos. Por isso, ao estudarmos as coisas que
devem acontecer” (Ap 1.19) de modo compendiado e sistemático, nosso objetivo é
fornecer ao estudioso do assunto uma visão global da Escatologia bíblica. Com
isso, podemos analisar cada evento, voltando, quando necessário, ao estudo
panorâmico.
PRINCIPAIS
EVENTOS ESCATOLÓGICOS
Em
que ordem as últimas coisas devem acontecer? Apresentamos abaixo uma seqüência
geral acompanhada de passagens bíblicas, para que, estudando-as, tenhamos em
mente todo o cenário escatológico. Seria muito útil ao estudioso dessas doutrinas
examinar com cuidado, em meditação, cada referência mencionada na relação
abaixo.
O Arrebatamento da Igreja.
Nos ares; antes da Grande Tribulação (1 Ts 4.16,17; 1.10). Esse rapto dos
salvos desencadeará uma série de eventos.
O Tribunal de Cristo.
Ainda nos ares (Ap 22.12; 1 Pe 5.4).
A Grande Tribulação.
Na Terra, por sete anos (Dn 9.25-27); e as Bodas do Cordeiro, no Céu (Ap
19.1-9).
A Vinda de Jesus à Terra.
Em poder e glória, para a batalha do Armagedom (Zc 14.1-4; Jl 3.2; Ap 16.13-16;
17.14).
O Fim do Império do Anticristo
(Ap 19.19-21).
O Julgamento das Nações
(Jl 3.12-14; Mt 25.31-46).
O Milênio. Após a prisão de Satanás
(Ap 20.1-6).
A Revolta do Diabo e seu Julgamento.
Após o Milênio, o Inimigo será solto por pouco tempo, pois logo ele — em última
instância — e suas hostes serão julgados (Ap 20.7-10; Jo 16.8-11; Rm 16.20).
O juízo Final (Ap 20.11-15).
Novos Céus e Nova Terra
(Ap 2 I—22; 2 Pe 3.7).
ESCATOLOGIA
E A VOLTA DE JESUS
Qual o cristão fiel e sincero que não espera com
ansiedade a Segunda Vinda? Quem ama a Palavra de Deus tem a certeza de que
Cristo “aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação”
(Hb 9.28). Há inúmeras profecias sobre esse acontecimento nas Escrituras,
inclusive no Antigo Testamento, conquanto, naquele tempo, os israelitas não
entendessem que seria necessário o Messias vir ao mundo duas vezes.
De
acordo com o pastor Antonio Gilberto, “O povo de Israel conheceu apenas os
rudimentos da revelação divina (Hb 6.1); isto é, conheceu apenas a cartilha de
Deus. Nós, a Igreja de Deus, conhecemos O Livro Completo; isto é, a revelação
divina completa. Que desculpa temos diante de Deus, agora?”4 Hoje, podemos
compreender verdades que nenhum dos profetas antigos conseguiu assimilar.
Cristo,
em sua primeira vinda, resgatou-nos do domínio do pecado (Rm6.14), ressuscitou
para a nossa justificação (Rm 4.25), fundou a sua Igreja (Mt 16.18) e ascendeu
ao Céu (At 1.7-1 1). Sabemos — porque temos a Bíblia completa — que Ele voltará
para arrebatar os salvos, nas nuvens (1 Ts 4.16,17); e que, sete anos depois,
virá à Terra para instaurar o Milênio (Ap 19.11,15; 20.1-6). Os israelitas não
conseguiam vislumbrar, então, todo esse desdobramento.
Ao
lermos Isaías 61.1,2, temos a impressão de um único advento messiânico: O Espírito do Senhor JEOVÁ está sobre mim,
porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas—novas aos mansos, enviou—me a
restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a
abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável d0 SENHOR e o dia da
vingança do nosso Deus.
No entanto, depois de ler essa passagem até ao ponto
que menciona “o ano aceitável do Senhor”, Jesus fechou o livro e concluiu:
“Hoje se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir” (Lc 4.17-21). Por que Ele
não continuou a leitura? Porque o dia da vingança refere-se à Segunda Vinda do
Messias.
Em Zacarias 9.9,10, este profeta também fala das
duas fases da vinda do Messias como se fossem uma:
Alegra—te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de
Jerusalém; eis que o teu Rei virá a ti, justo e Salvador, pobre e montado em
jumento, sobre um asninho, filho de jumenta (’v.9). E destruirei os carros de
Efraim e os cavalos de Jerusalém, e o arco de ,guerra será destruído; e ele
anunciará paz às nações; e o seu domínio se estenderá de um mar a outro mar e
desde o rio até às extremidades da terra(v. 1O).
O versículo 9 cumpriu-se quando Jesus Cristo andou
na Terra (Mt 21.1 - II), mas o 10 faz parte do seu Segundo Advento.
Por que João Batista homem cheio do Espírito Santo
desde o ventre materno (Lc 1.15) e que testificara do Senhor Jesus com tanta
convicção (Jo 1.19-31; 3.38) — mandou perguntar-lhe se Ele era verdadeiramente
o Cristo (Mt 11.1,2)? Para ele, o último representante dos profetas do Antigo
Testamento (Mt 11.13), a vinda de Cristo à Terra era um único acontecimento.
Daí a sua expectativa de que o Messias estabelecesse já naqueles dias o seu
Reino.
Portanto, a nossa compreensão hoje é bem mais abrangente
do que a dos crentes do período veterotestamentário. E preciso distinguir os
dois momentos da vida de Jesus: o Arrebatamento (nos ares), para a Noiva (2 Co
11.2), e a Vinda em Glória (à Terra), com a Esposa (Ap 19.7).
A
PREOCUPAÇÃO COM OS FINS DOS TEMPOS
Escarnecedores. Sempre houve
escarnecedores (Sl 1.1; Is 28.14; Sf 2.8), inclusive no tempo em que Jesus
andou na Terra (Mt 20.19; 27.29,41). Mas a proliferação deles é um claro sinal
da iminência do Arrebatamento: “nos últimos dias virão escarnecedores, andando
segundo as suas próprias concupiscências e dizendo: Onde está a promessa da sua
vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde
o princípio da criação” (2 Pe 3.3,4).
Em
Judas vv.18,19 são mencionadas três características desses escarnecedores:
1)
Andam segundo as suas ímpias concupiscências.
2)
Causam divisões.
3)
Não têm o Espírito Santo.
A
Palavra de Senhor afirma que “nos últimos dias” haveria homens blasfemos (2Tm
3.1,2). E blasfemar significa adotar uma linguagem difamatória, zombeteira,
escarnecedora e maligna acerca da Majestade Divina. Como Deus não se deixa
escarnecer (Gl 6.7), julgará com eqüidade os que “pisam” o Filho de Deus e têm
por profano o sangue do testamento, fazendo agravo ao Espírito da graça (Hb
10.29; Mt 12.3 1,32).
Tempos perigosos (2 Tm 3.1, gr.).
Os dias que antecedem a Segunda Vinda são realmente trabalhosos, difíceis,
perigosos; o espírito do Anticristo já está no mundo (1 Jo 4.3). Na Palavra de
Deus, em 2 Timóteo 3.1-5, ARA, há uma longa lista com dezoito características
anticristãs dos homens maus desses últimos tempos, as quais apresentamos
abaixo, em três grupos de seis.
Primeiro grupo — os que desprezam a Deus e a
família:
1)
Blasfemadores; zombam de Deus, de sua Palavra, da obra expiatória de Cristo e
de tudo o que é sagrado.
2)
Irreverentes; profanos; sem respeito pelas coisas sagradas.
3)
Sem domínio de si; incontinentes, desequilibrados; insaciáveis quanto ao
pecado.
4)
Atrevidos; obstinados; insistem em pecar, mesmo depois de serem advertidos.
5)
Mais amigos dos prazeres que amigos de Deus; dizem-se amigos de Deus, mas é só
“aparência de piedade”; são, na verdade, inimigos do Senhor (Tg 4.4).
6)
Desobedientes aos pais; desonram e amaldiçoam pai e mãe (Ef 6.1-3; Pv 20.20).
Segundo grupo — os que amam a si mesmos:
1)
Egoístas; idolatram-se; só pensam em seus próprios interesses.
2)
Avarentos; fazem o que for preciso para ter dinheiro; também são idólatras (Ef
5.5).
3)
Jactanciosos; presunçosos, orgulhosos; gostam de se vangloriar.
4)
Arrogantes; pensam que não precisam de ninguém,
5)
Enfatuados; cheios de si; egocêntricos.
6)
Ingratos; incapazes de dizer um simples “obrigado”.
Terceiro grupo — os que odeiam o próximo:
1)
Cruéis; matam, seqüestram, estupram, torturam, roubam, por puro prazer.
2)
Inimigos do bem; pessoas sem amor para com os bons; não conseguem amar nem
aqueles que só lhes fazem o bem.
3)
Traidores; fingem-se de amigos, contudo agem como uma serpente ou um cão que se
volta contra o dono.
4)
Desafeiçoados; sem afeto natural; não têm sequer aquela afeição inata, que todo
ser humano deveria possuir, naturalmente.
5)
Implacáveis; irreconciliáveis; incapazes de perdoar; sedentos por vingança.
6)
Caluniadores; inventam males para prejudicar o próximo.
O povo de Israel. A existência do
povo israelita é um grande sinal indicador da Segunda Vinda de Cristo. Séculos
vêm e vão, povos florescem, alcançam seu apogeu, envelhecem e desaparecem. Mas
Israel, ao longo desses quase seis mil anos, não foi atingido pela lei da mortalidade
e desaparecimento dos povos.
A
partir do ano 70, quando Jerusalém foi destruída pelos romanos, os judeus
ficaram privados de seu território, vindo a sofrer terríveis perseguições. Na
Idade Média, foram queimados aos milhares em praça pública pela Igreja Romana,
sob o domínio do inquisidor Torquemada. E, durante a II Guerra Mundial
(1939-1945), mais de seis milhões foram brutalmente assassinados.
Depois
de ter sido espalhado entre as nações, por desobediência (Dt 4.23-28,63,64; Lc
21.24), Israel foi estabelecido como Estado, em 14 de maio de 1948. O mesmo
Deus que dispensou os israelitas havia feito uma promessa de ajuntá-los em sua
terra (Dt 4.30; 30.1-6; Ez 11.17-36; 37.21); e isso vem se cumprindo desde o
fim da primeira metade do século XX.
Apenas
24 horas após a proclamação do Estado de Israel, os exércitos de Egito,
Jordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram o país, dando início à Guerra da
Independência. Recém-formadas e pobremente equipadas, as Forças de Defesa de
Israel (FDI) conquistaram uma expressiva vitória depois de quinze meses de
combate.
Terminada
essa primeira guerra, os israelenses concentraram seus esforços na construção
do Estado. David Ben Gurion foi eleito primeiro-ministro, e Chaim Weizmann,
presidente. Ainda em 1949, Israel se tornou membro das Nações Unidas,
aumentando a fúria de seus inimigos, que não reconheciam o Estado de Israel.
Em
1956, sofrendo ameaças de Egito, Síria e Jordânia, Israel tomou a Faixa de Gaza
e a Península do Sinai. Neste mesmo ano, de comum acordo com a ONU, Israel
começou a devolver as terras conquistadas. Esta atitude lhe proporcionou
algumas vantagens, como: a liberdade para navegar no Golfo de Eilat e a
permissão para importar petróleo do Golfo Pérsico.
Quando
a paz parecia consolidada, irrompeu, em 1967, a Guerra dos Seis Dias. O Egito
novamente, deslocando um grande número de tropas para o deserto do Sinai,
ordenou que as forças de manutenção de paz da ONU se retirassem da área.
Entretanto, mesmo com a ajuda militar de Jordânia e Síria, os egípcios sofreram
outra humilhante derrota.
Invocando
o seu direito de defesa, Israel desencadeou um ataque preventivo contra o
Egito, no sul, seguido por um contra-ataque à Jordânia, no leste, Expulsou,
ainda, as forças sírias entrincheiradas no Planalto de Golan, ao norte. E, em
apenas 6 dias, Israel conquistou a Judéia, a Samaria, Gaza, a Península do
Sinai e o Planalto de Golan,
Em
1973, depois de anos de relativa calma, ocorreu a Guerra de Yom Kipur (Dia da
Expiação, o dia mais sagrado do calendário judaico). Egito e Síria atacaram
Israel, dessa vez de surpresa. O exército egípcio atravessou o Canal de Suez, e
as tropas sírias invadiram o Planalto de Golan.
Em
três semanas, Israel repeliu os ataques de forma milagrosa. Havia, nas Colinas
de Golan, 180 tanques israelenses para enfrentar 1.400 tanques sírios!
No
Canal de Suez, havia quinhentos israelenses para enfrentar 80.000 egípcios!
Mesmo
assim, em dois dias, Israel mobilizou seus reservistas e conseguiu fazer
retroceder seus adversários, penetrando no território inimigo. Não fosse a
intervenção da ONU, o Egito teria uma derrota arrasadora.
Depois
dessa guerra, a economia israelense cresceu expressivamente. 0 investimentos
estrangeiros aumentaram, e, em 1975, Israel se tornou membro associado do Mercado
Comum Europeu. Ademais, o turismo se tornou uma das principais fontes de renda
do país.
Hoje,
há ainda uma permanente ameaça: os palestinos (povos árabes que formavam a
população nativa da Palestina antes de 1948). Estes, depois de serem expulsos
da Jordânia, em 1970, perpetraram repetidas ações terroristas contra as cidades
e colônias agrícolas israelenses, causando danos físicos e materiais.
Atualmente, Israel e ANP (Autoridade Nacional Palestina) vêm tentando um acordo
de paz.
A
verdade é que Deus no princípio estendeu sua mão providente e protetora sobre o
povo de Israel. Ao chamar Abraão, pai do povo israelita, Deus lhe disse: “em ti
serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3).
Mas
Israel não foi fiel ao Senhor e trouxe sobre si duras conseqüências (Rm II).
Neste
capítulo, a Palavra de Deus afirma que “o endurecimento veio em parte sobre
Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado” (v.25). O tempo da
plenitude gentílica está chegando. A figueira (Israel) começou a florescer, e este
é um dos principais sinais da Segunda Vinda de Cristo: “Olhai para a figueira
(...) Quando já têm rebentado, vós sabeis (...) que perto está o verão” (Lc
21,29,30).
Diante
de tantos sinais escatológicos, reflitamos acerca do que Jesus disse, em Mateus
24.33-35:
......quando
virdes estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas. Em verdade vos digo
que não passará esta geração sem que todas essas coisas aconteçam. O céu e a terra
passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.
A PREOCUPAÇÃO DOS DISCÍPULOS
1. Preocupados quanto ao templo, Mt 24.1,2. Embora Jesus acabasse
de avisar que rejeitar o reino de Deus, isto é, no caso em apreço, a autoridade
de Cristo como o Messias prometida pelos profetas resulta. ria na destruição
de. Jerusalém (Mt 21.42,43; 23.38), os discípulos não entenderam tal
advertência. Eram como o povo; nos dias de Jeremias e Ezequiel, antes e durante
o Cativeiro dos Setenta anos.
Achavam difícil Deus
permitir que algo acontecesse ao magnificente templo, construído de mármore
branco, com suas colunas elevadas e seu teto de cedro.
Certamente essas
pedras, de seis a 12 metros de comprimento, pesando até 100 toneladas,
suportariam qualquer ataque! Porém Jesus afirmou que nenhuma deixaria de ser derribada.
Em 70 40 anos depois da
predição, o general romano, Tito, destruiu o
templo. Este não era seu propósito mas os soldados, pensando que houvesse
ouro escondido,’ removeram, literalmente, todas as pedras de seu lugar..
Posteriormente, nos anos 361 a 363, o Imperador romano Juliano acabou removendo
as que restaram, de maneira que, hoje, é praticamente impossível determinar o
lugar exato em que o templo se situava. Assim a profecia de Cristo cumpriu-se
integralmente.
2. Preocupados quanto ao futuro, Mt 24.3. Os discípulos ficaram
alarmados quando Jesus predisse a destruição do templo, pensando que ao fim ‘do
mundo pudesse ocasionar tal catástrofe.. Por isso, perguntaram-lhe a respeito.
Como homens desejavam saber quando o fato aconteceria. E QUAL seria O SINAL da
sua segunda vinda (a palavra grega empregada é “parousia” e significa
‘presença”, antônimo de “ausência”). Jesus respondeu a estas perguntas não
observando uma ordem cronológica dos fatos.
Ele não revelou que a
presente dispensação se estenderia por quase 2.000 anos depois da destruição do
templo, não se preocupando assim com o TEMPO que seu retorno envolveria. No
entanto, muito se empenhou em fazê-los compreender a necessidade de uma
preparação para esse evento. Os tempos e as estações estão na mãos de Deus (At
1.7).
O DECURSO DESSE SÉCULO,
Mt 24.4-2
1. Os falsos cristos, Mt 24.4,5. Antes de Jesus falar
sobre os sinais abordados pelos discípulos, avisou-os para não se deixarem
enganar ou desviar.se dos ensinos básicos do Evangelho. A preocupação extremada
sobre o. “quando” da volta de Cristo já levou muitos a acompanharem falsos
mestres, religiões espúrias e “cristos” enganadores. Os apóstolos Paulo, Pedro
e João, já no Século 1, alertaram a Igreja concernente a este perigo (Cl 2.8; 1
Tm 4.1,2; II Pe 2.1; 1 J0 2.18).
A Bíblia nos revela os
sinais, mas não devemos nos preocupar em demasia a ponto de sermos atraídos pôr
qualquer “líder” que se apresente. Quando Jesus voltar, seremos arrebatados a
encontrá-lo nos ares. Aqueles que se dizem “messias” ou “cristos” não passam de
ladrões e salteadores (Jo 10.1,8; 1 Ts 4.17).
2. O esfriamento do amor seria outro sinal, hoje em dia
muito em evidência, O movimento ecumênico nas igrejas protestantes não é outra
coisa. Conseqüentemente, nessas organizações religiosas há um relaxamento da
moral. Os pastores de tais rebanhos fazem “vista grossa” ao pecado e tudo
passa. Até perversões sexuais, inclusive pastores homossexuais, são, muitas
vezes, acobertados! Imagine o que o apóstolo Paulo diria a uma congregação
dessas! (Rm 1.18-32)
3. O testemunho triunfante, Mt 24.13-16. O propósito de Jesus é
que sua Igreja permaneça firme até o fim, quando será tirada deste mundo
através do arrebatamento, ocasião em que seremos transformados à sua imagem.
Ele não prometeu que o mundo todo seria convertido antes de seu retomo, mas
disse que seu Evangelho deveria ser pregado como “testemunho” a todas as
gentes. A Bíblia afirma que, de toda língua e nação, haverá um povo lavado no
sangue de Cristo (Ap 5.9). Por essa razão devemos esforçar-nos para pregar,
publicamente, as boas novas entre todos os povos da terra, mesmo onde não as
querem ouvir.
INTERPRETAÇÕES
ESCATOLÓGICAS
O CAMPO DA ESCATOLOGIA BÍBLICA
1. A escatologia tem sua base na revelação
divina. A Bíblia é a revelação da vontade de Deus à humanidade.
Inicialmente, Deus escolheu a semente de Abraão, ou seja, o povo de Israel,
para revelar a sua vontade. Mais tarde, Deus ampliou o campo da sua revelação e
formou um novo povo, a Igreja, constituída de judeus e gentios (Ef 2.11-19). A
partir de então, a Igreja é o alvo da revelação divina. Toda a revelação aponta
para o futuro e a Igreja caminha neste mundo com uma esperança, pois é
identificada como “peregrina e forasteira”, 1 Pe 2.11.
Ela existe por causa da esperança (Rm 5.2; 8.24; Ef 4.4; 1 Ts
4.13). A esperança indica uma meta; traça planos para um futuro, O mundo pagão
se fecha dentro de um fatalismo histórico, sem expectativas, sem futuro, mas a
Bíblia revela o futuro.
2. A escatologia pertence ao campo da
profecia. A preocupação principal do estudo da escatologia é interpretar
os textos proféticos das Escrituras. As verdades proféticas se tornam claras e
definidas quando se tem o cuidado de interpretá-las seguindo os princípios de
interpretação, observando o seu contexto histórico e doutrinário, O apóstolo
Pedro teve o cuidado de explicar essa questão quando escreveu: “E temos mui
firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma
luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva
apareça em vosso coração”, 2 Pe 1.19. Na verdade, o apóstolo procura contrastar
as idéias humanas com a palavra da profecia escrita na Bíblia.
Ele fortalece a origem divina das Escrituras e da sua profecia.
Não podemos duvidar nem admitir falha na Palavra de Deus. Ela é inspirada pelo
Espírito Santo (2 Tm 3.16). A inerrância das Escrituras tem sua base na
infalibilidade da Palavra de Deus. Outrossim, o mesmo autor declara que
“nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia
nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus
falaram inspirados pelo Espírito Santo”, 2 Pe 1.20,21.
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA ESCATOLOGIA
Na história da Igreja têm sido adotados vários métodos de
interpretação no que concerne às escrituras proféticas. Eles têm produzido
explicações e posições que obrigam os cristãos a serem cautelosos. Há idéias
divergentes, por exemplo, com respeito ao arrebatamento da Igreja. Alguns o
admitem antes e outros crêem que se dará no meio da Grande Tribulação. As
teorias são várias, mas precisamos ser definidos sobre o assunto. Para isso,
dois métodos de interpretação devem merecer a nossa atenção.
1. O método alegórico ou figurado. Alguns teólogos definem a alegoria “como qualquer declaração de
fatos supostos que admite a interpretação literal, mas que requer, também, uma
interpretação moral ou figurada”. Quando interpretamos uma profecia bíblica,
sem atentarmos para o seu sentido real, figurado ou literal, negamos o seu
valor histórico, dando uma interpretação de somenos importância. Corremos o
risco de anular a revelação de Deus naquela profecia. Daí, as palavras e os
eventos proféticos perderem o significado para alguns cristãos.
Quando o sentido de uma profecia é literal e se interpreta
alegoricamente, se está, de fato, pervertendo o verdadeiro sentido da
Escrituras, com o pretexto de se buscar um sentido mais profundo ou espiritual.
Por exemplo, há os que interpretam o Milênio alegoricamente. Não
acreditam num Milênio literal. Por esse modo, além de mutilarem o sentido real
e literal da profecia, anulam a esperança da Igreja.
Tenhamos cuidado com interpretações feitas superficialmente ao
bel-prazer das especulações do intérprete, com idéias próprias ou ao que lhe
parece razoável.
Declarações como: “eu penso que é isso”, “eu sinto que é isso”,
são típicas de interpretações vaidosas, irresponsáveis e vazias de temor a
Deus. Portanto, o método alegórico deve ser utilizado corretamente. Paulo
utilizou-o em Gálatas 4.21-31. Ele tomou as figuras ilustradas no texto com
fatos literais da antiga dispensação, mas apresentou-os como sombras de eventos
futuros.
2. O método literal e textual. Esse é o método gramático-histórico. Isto é: se preocupa em dar
um sentido literal às palavras da profecia, interpretando-as conforme o
significado ordinário, de uso normal. A preocupação básica é interpretar o
texto sagrado consoante a natureza da inspiração da profecia. Uma vez que
cremos na inspiração plena das Escrituras através do Espírito Santo, devemos
atentar para o fato de que há textos que têm apenas um sentido espiritual, sem
que exija, obrigatoriamente, uma interpretação literal ou figurada.
Ambos os métodos são válidos, mas devem ser utilizados com
cuidado e precisão. Há uma perfeita relação entre as verdades literais e a
linguagem figurada. Temos o exemplo bíblico da apresentação de João Batista no
texto de João 1.6, que diz: “Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era
João”. Notemos que o texto está falando literalmente de um homem, cujo nome, de
fato, era João. Os termos empregados referem-se literalmente a alguém
fisicamente. Mais tarde, João Batista, ao identificar Jesus, usou uma linguagem
figurada, quando diz: “Eis aí o Cordeiro de Deus”, J0 1.29. Na verdade, Jesus
era um homem real e literal, mas João usou a forma figurada para denotar o
sentido literal da pessoa de Jesus.
A PROFECIA NA PERSPECTIVA ESCATOLÓGICA
Não entenderemos a profecia bíblica se a confundirmos com “o dom
da profecia”. A profecia bíblica tem um caráter inerrável, porque ela está rias
Escrituras inspiradas pelo Espírito Santo. A profecia, como dom do Espírito,
tem a sua importância no contexto da Igreja de Cristo na Terra, pois depende de
quem a transmite e, por isso, sujeita a erro e julgamento (1 Co 14.29), e não
pode ter validade se a mesma choca-se com o ensino geral das Escrituras.
1. A profecia cumprida e a futura. Para que a profecia bíblica tenha o crédito que merece, devemos
estudá-la no que concerne ao que já foi cumprido e, também, referente ao
futuro. Uma grande parte dos livros da Bíblia contém predições.
Quando estudamos as profecias cumpridas podemos enxergar o seu
caráter divino, e fazer distinção com as profecias não cumpridas. Jesus, em seu
discurso aos discípulos no aposento alto, falou do ministério do Espírito Santo
após sua ascensão aos céus, e disse: “Ele vos ensinará e vos anunciará as
coisas que hão de vir”, Jo 16.13.
2. A profecia e o ministério da Palavra. Toda declaração bíblica sobre profecia é tão crível quanto
àquelas declarações históricas. Certo autor de teologia declarou que “a
história da raça humana é a história da comunicação de Deus com o homem”. Deus
mesmo recorre à sua Palavra, não como uma simples evidência da verdade
declarada, mas como a única forma pela qual, nós podemos obter uma perfeita e
completa visão do propósito divino em relação à salvação. Por isso, precisamos
observar a história do passado, presente e futuro. Devemos ter confiança de que
assim como teve cumprimento a Palavra de Deus no passado e o tem no presente, o
mesmo acontecerá com as profecias relacionadas ao futuro.
As Escrituras Sagradas apresentam um só sistema de verdade. Não
importa o que dizem as várias escolas de interpretação. Suas interpretações
podem variar e até estar equivocadas. E, nem a Bíblia se presta a dar apoio a
qualquer sistema de interpretação. O futuro é uma parte do plano de Deus, e só
Ele conhece tudo o que encerra a profecia. As opiniões humanas têm valor
enquanto estiverem em conformidade com as Escrituras.
CONCLUSÃO
A partir de agora, portanto, dedique-se à Escatologia Bíblica,
não para satisfazer a sua curiosidade acerca do porvir; mas a fim de
preparar-se melhor para a chegada do Rei. Você está preparado? Já nasceu de
novo? Não perca esta oportunidade. “...Aquele que não nascer de novo não pode
ver o Reino de Deus” (Jo 3.3).
Senhor Jesus, ajuda-nos a estudar, com santa reverência, os fatos
concernentes à tua vinda. O Cristo Amado, não tardes em vir buscar a tua
Igreja. Maranata! Ora vem, Senhor Jesus!
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em
Dourados – MS
Bibliografia
Lições bíblicas CPAD 1998
Lições bíblicas CPAD 2004
Lição Bíblicas 1º. Trimestre
1979 - CPAD
Teologia
Sistemática Pentecostal – CPAD - 2º.
Edição
ESCATOLOGIA
O ESTUDO DAS ÚLTIMAS COISAS
Texto Áureo = “Sobe, porém, isto:
que nos últimos dias sobrevirão
tempos trabalhosos.” (2 Tm 3.1).
Verdade Prática = O estudo da
Escatologia bíblica traz ao coração
dos salvos a esperança de um dia
estarem para sempre com o Senhor
Jesus Crista
Leitura
Bíblica = Mateus 24: 4,5,11-13 = I Tessalonicenses 1: 10
INTRODUÇÃO
O século XXI, na marcha inexorável do perpassar do tempo, não
prenuncia melhores expectativas para o fim dos tempos. Em todos os aspectos da
vida da humanidade, não há um sequer que dê margem para otimismo e esperança
com fundamentos sólidos. A vida religiosa poderia ser uma exceção diante das
calamidades morais que avassalam o mundo pós-moderno. No entanto, no meio das
religiões, seitas e movimentos ditos espirituais, também se percebem os sinais
da decadência espiritual e moral.
Cumpre-se de forma cabal a previsão profética do apóstolo Paulo,
quando escreveu a seu jovem discípulo Timóteo: “Sabe, porém, isto: que nos
últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si
mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e
mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores,
incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados,
orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de
piedade, mas negando a eficácia dela.
Destes afasta-te” (2 Tm 3.1-5). Em muitas igrejas locais, há uma
verdadeira profanação das coisas sagradas. O púlpito se transforma em palco, e
a nave em circo, onde espetáculos carnais, travestidos de espiritualidade,
impressionam e atraem muitas pessoas que não têm a mínima noção do que é ser
salvo nem tão pouco do que a Palavra de Deus ensina sobre a verdadeira adoração
a Deus.
No meio social, em todo o mundo, há uma onda avassaladora de
manifestações claras da rebelião contra Deus, que teve início com Lúcifer,
passou por Adão, e por este “passou a todos os homens” (Rm 5.12). Na Europa,
que já foi berço de grandes avivamentos mundiais, a rebelião contra Deus foi
tão terrível que há países em que menos de 2% da população vai a qualquer
igreja. O Velho Continente, que já deu ao mundo missionários famosos, como
Adoniran Judson, Hudson Taylor, William Care, David Livingstone, Daniel Berg,
Gunnar Vingren, e outros, hoje, é um cemitério da cristandade, e já é
considerado um “país pós-cristão”, com muito orgulho por parte de muitos
governantes.
Em seu Sermão Profético, Jesus predisse o que ocorreria no fim
dos tempos. “Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos
outros, e uns aos outros se aborrecerão. E surgirão muitos falsos profetas e
enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se
esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. E este evangelho do
Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então
virá o fim” (Mt 24.10-14).
Que o Senhor nos ajude a entender a revelação do futuro,
vaticinada na Bíblia, e possamos ser fiéis até o fim, quando receberemos a
coroa da vida, das mãos do Senhor Jesus, Rei dos reis, e Senhor dos senhores.
1. O ESTUDO DA ESCATOLOGIA
1. Definição
A palavra escatologia tem origem em dois termos gregos:
escathos, ultimo , e logos, estudo , mensagem , palavra ; o termo grego cognato
é éschata, que significa “últimas coisas”. Daí, vem a expressão “estudo”, ou
“doutrina”, das “últimas coisas”, Escatologia, portanto, é o estudo sistemático
das coisas que acontecerão nos últimos dias. Ou “Doutrina das Últimas Coisas”.
2. A Abrangência da
Escatologia
A escatologia pode ser dividida em dois tópicos: Escatologia
Geral e Escatologia Individual.
1) A Escatologia Geral abrange um estudo fascinante acerca dos seguintes temas:
a) O Fim dos Tempos;
b) O Arrebatamento da Igreja;
c) A Grande Tribulação;
d) A Vinda de Cristo;
e) O Milênio;
f) O Juízo Final;
g) O Perfeito Estado Eterno.
2) A Escatologia Individual refere-se aos aspectos futuros da vida das pessoas, e estuda
temas igualmente de muita importância para a compreensão da vida futura:
a) O estado intermediário (após a morte física);
b) A ressurreição dos mortos;
c) O destino final.
O estudo da Doutrina das Últimas Coisas é de grande valor para
os que ésperam a Vinda de Jesus para buscar a sua Igreja, mas de nada serve
para os materialistas, que desprezam e desdenham das verdades bíblicas. Os
seguidores de Charles Darwin, que difundiu a falsa Teoria da Evolução,
normalmente os cientistas ateus, entendem que o ser humano, após a morte,
equivale a qualquer animal irracional, como uma cobra, um cachorro, um gato, um
leão, e os demais irracionais, que simplesmente se tornarão pó, e nada mais
existe após a morte.
Com essa ideia maligna, a maioria da humanidade está enganada e
sendo levada para a perdição eterna. Diz o salmista: “Os ímpios serão lançados
no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus” (Sl 9.17).
II- A PREOCUPAÇÃO COM O FIM DOS TEMPOS
1. Os Discípulos de Jesus
Os discípulos indagaram a Jesus: “[...] que sinal haverá da tua
vinda e do fim do mundo?” (Mt 24.3). A ideia do “fim do mundo” já era BEm
questionada pelos primeiros cristãos. O apóstolo Pedro fala sobre os
“escarnecedores”, que dizem: “Onde está a promessa da sua vinda?”, achando que
a Palavra de Deus não haveria de se cumprir, por causa da demora em chegar o
fim dos tempos (2 Pe 3.3,4).
Desde aquele tempo, nos primórdios do cristianismo, havia
pessoas que não acreditavam na Vinda de Jesus. Os anos se passavam, as décadas
decorriam, e não havia sinais da volta do Senhor para reinar com sua Igreja.
Imaginemos hoje quantos também descreem da volta do Senhor. Há até pastores de
igrejas que desacreditam na volta literal do Senhor Jesus, descendo sobre as nuvens
para buscar a sua Igreja. Ocorre que a Palavra de Deus não pode falhar. Ela é
ao mesmo tempo inspirada, revelada e inerrante, pois seu Autor é Deus, por
intermédio do Espírito Santo, que transmite a mensagem para a Igreja e para o
mundo.
Lucas registrou essa preocupação dos discípulos quando escreveu
o livro de Atos dos Apóstolos. “Aqueles, pois, que se haviam reunido
perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?
E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai
estabeleceu pelo seu próprio poder” (At 1,6,7). Os discípulos de Jesus viveram
num tempo de intensa expectativa quanto ao futuro de Israel e deles próprios. O
país estava sob domínio romano, sob ocupação de um país estrangeiro. Depois de
tantos eventos negativos, sob dominação de outros povos, era natura! que o
anseio dos judeus fosse a restauração de Israel, e com o “fim do mundo”.
A resposta de Jesus, nos últimos momentos junto aos discípulos,
antes de sua ascensão, foi significativa para quem estuda a doutrina dos
últimos tempos.
“Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai
estabeleceu pelo seu próprio poder”. Os discípulos raciocinavam em termos de
tempo cronológico, conforme se conhece, em termos da dias, meses, anos e séculos,
para identificar períodos ou eras da História da humanidade. No entanto, Deus
não se guia pelo tempo cronológico, ou kronos (gr.). Ele se guia por seu
próprio “tempo”, que pode ser traduzido pela palavra grega kairós, que se
refere a um “tempo”, período ou “era” indeterminados, que não podem ser
avaliados ou estabelecidos pela lógica da cronologia humana.
Foi por isso que o apóstolo Pedro, numa inspiração profética,
referiu-se ao tempo da volta de Jesus de forma bem incisiva e profética, quando
escreveu, em sua segunda carta, em alusão aos escarnecedores que duvidavam que
Jesus voltaria, face os anos decorridos, desde seu retorno para os céus:
“Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é
como mil anos, e mil anos, como um dia” (2 Pe 3.8). Quem pode entender a mente
de Deus? Ninguém. Não se sabe se Ele está usando a equação de mil anos, como um
dia, ou de um dia como mil anos.
2. As Previsões Falsas sobre
o Futuro
A História da Igreja testemunhou, ao longo dos séculos, a preocupação
de líderes de movimentos religiosos quanto ao fim do mundo, A maior parte deles
terminou em decepção e vergonha, por propalarem tempos e datas para o “fim do
mundo”. E nada aconteceu. Na verdade, tais pregoeiros do fim não passaram de
falsos profetas, que, além de frustrarem a fé de milhares de pessoas, deixaram
um legado de falsos ensinos e heresias que, ainda hoje, causam prejuízo à vida
espiritual de milhões de pessoas que nelas acreditam.
1) Certo pastor evangélico, no Nordeste, fazia cálculos errôneos sobre a Grande Tribulação
e a Volta de Jesus. Ele marcou o arrebatamento para 1993, e início da Grande
Tribulação (sete anos) considerando que o ano 2.000 seria o fim do 6° milênio;
nada aconteceu. Indagado sobre qual era o calendário em que ele baseava suas
previsões sobre os fins dos tempos, respondeu que usava o calendário romano.
Esqueceu-se de que o calendário que usamos tem um erro de defasagem de quatro
ou cinco anos, cometido por Dionysius Exiguus, que só foi descoberto muitos
anos depois. Segundo os estudiosos, Jesus pode ter nascido em 6 ou 4 a.C.
Mas o referido pastor, homem de mais de 60 anos, considerava-se,
presunçosamente, um dos maiores intérpretes das Escrituras. Desdenhou de uma
comissão que foi ouvi-lo, tachando a todos de “meninos”, que não sabiam bem das
Escrituras.
Por causa de suas apostilas, também houve quem quisesse
desmarcar compromissos, alegando que, se Jesus estava perto de voltar, para que
fazer mais alguma coisa? Mas, para sua decepção e sorte do mundo perdido, Jesus
não veio em 1993.
Mais uma vez, a bigorna da Bíblia quebrou outro martelo das
falsas profecias! Por que tais ensinos eram falsos e fracassaram? Simplesmente,
porque não estavam de acordo com a Palavra de Deus. Jesus, em seu sermão
escatológico, ensinou: “Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui
ou ali, não lhe deis crédito [...j Porque, assim como o relâmpago sai do
oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do
Homem” (Mt 24.23,27).
2) As “profecias” de Nostradamus. Miguel de Nostradamus nasceu em St. Remy, perto de Avinhão, na
Provença (França), em 1481, e morreu em 1566. Descendente de judeus, pai, avô e
bisavô eram ligados a magos e mestres da cabala árabe. O avô, Johann de St.
Remy, ensinou- lhe Astrologia e Astronomia, dizendo que era possível prever o
futuro com base nos astros, na predição, na magia e astrologia, Foi médico da
corte de Henrique II, do Rei Carlos IX, na França. Tornou-se famoso ao escrever
as Centúrias, um conjunto de 100 estrofes de 4 versos cada, com “profecias”,
que vão de 1555 até o Juízo Final, previsto por ele para 3797.
Nostradamus foi um falso profeta por excelência. Previu que em
1986 haveria a devastação da Itália. A terra de Da Vince continua no seu lugar,
apenas invadida por imigrantes africanos. Previu que em 1987 haveria fome e
miséria na Europa, como início da 3’ Guerra Mundial. Até agora, a Europa tem
passado por crises econômicas, mas não consta que ninguém morreu de fome.
Previu, para 1988, um grande terremoto, com um eclipse de três dias sobre a
Terra. Vaticinou que, em 1989, haveria uma revolução na Itália, terminando com
uma ditadura e proibição do cristianismo; tal evento não aconteceu. Profetizou
falsamente que, em 1998, a Terra sairia do seu eixo (cambaleando), surgindo um
“novo céu” diante dos habitantes da Terra.
Como se trata de um falso profeta, suas previsões, quando
acertadas, podem ser fruto do acaso, visto que as Centúrias são escritas em
linguagem arcaica, como podem ser fruto da ação do Diabo, para que as pessoas
deixem de crer na Palavra de Deus.
3) O aparecimento de falsos
Cristos. No site YouTube, foi divulgado o
aparecimento de um falso messias, de nome José Luiz, líder da Igreja Creciendo
en Gracia. Ele se dizia ser Jesus Cristo encarnado, a quem teria incorporado em
1973. Com tal heresia, quis mostrar que Jesus já tinha voltado, incorporado
nele. Deu entrevista na CNN dizendo ser Jesus Cristo em pessoa. Na “igreja”
dele, nada é pecado.
Diz que Jesus já perdoou todos os nossos pecados na cruz e que,
agora, o homem pode adulterar, ser homossexual, e nada acontecer, pois o pecado
não atinge mais seu espírito. Fica apenas no corpo. E um tipo de ensino tão
grosseiro e absurdo que dispensa comentários. Dizia que era imortal e que Jesus
levou todos os pecados na cruz, e que, por isso, não haveria problema em o
crente pecar, fazer o que quisesse, pois Cristo já levara todos os pecados.
Ensinava que o número 666 ere o número de Deus! E que os crentes
interpretaram errado o Apocalipse em relação ao “número da Besta”. Ele chegou a
pregar, em 2012, que naquele ano seu corpo seria glorificado, e que jamais
morreria. Acabou falecendo, de cirrose hepática, no dia 13 de agosto de 2013. A
ex-esposa desse falso Cristo declarou que ele ensinou falsidades e enganou muita
gente. Mas seus seguidores acreditam que ele vai “ressuscitar num corpo
radioativo”.
Para esse falso Jesus, os Evangelhos de Mateus, Marcos Lucas e
João não têm nenhum valor. Somente as epístolas de Paulo devem ser consideradas
como mensagens de Deus para a igreja. E incrível como o ser humano tem
facilidade em ser enganado pelos falsos cristos. Milhares de pessoas na América
do Norte e em outros continentes têm aderido a essa seita perigosa. Ele
faleceu, mas Jesus já previu esse fenômeno satânico: “porque surgirão falsos
cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se
possível fora, enganariam até os escolhidos” (Mt 24.24).
Há um fascínio ou um desejo inconsciente na humanidade voltado
para o fim dos tempos. Não é novidade. Sempre que se aproxima o fim de um
século ou de um milênio, esse sentimento se aguça. No final do primeiro
milênio, ano 999, houve demonstrações desse clima emocional em torno das
previsões apocalípticas. O escritor Paulo Romeiro, em seu livro Evangélicos em
Crise, cita o que ocorreu naquele ano, com base no depoimento de Frederick
Marten:
Os homens perdoavam as dívidas de seus vizinhos; as pessoas
confessavam suas infidelidades e más obras. (...) As igrejas eram cercadas por
multidões, em busca de confissão e perdão (...). Os prisioneiros eram soltos e
mesmo assim muitos queriam espiar os seus pecados antes do fim. No entanto,
depois que os dias passavam, e o fim não chegava, a vida retomou seu ritmo de
forma constrangedora. Os credores voltaram a cobrar as dívidas; os esposos e
esposas que confessaram suas infidelidades ficaram em pior situação; os presos
foram recapturados, e a descrença e a decepção tomaram conta dos que
acreditaram em profecias falsas.’
Toda essa terrível decepção ocorreu simplesmente porque os seus
profetizadores esqueceram do que Jesus ensinou: “Mas, daquele Dia e hora,
ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai” (Mc
13.32).
Jesus disse essa palavra antes de sua ressurreição. Logo após
ter revivido, Ele afirmou: “... E-me foi dado todo o poder no céu e na terra”
(Mt 28,18). Assim, todos os que marcaram datas para o fim dos tempos, ou a
volta de Jesus, fracassaram.
III - O CUIDADO COM AS INTERPRETAÇÕES ESCATOLÓGICAS
Os livros escatológicos, como Daniel e Apocalipse, têm sido
objeto de muitos tipos de interpretações. Eles foram inspirados por Deus e
contêm a verdade acerca dos acontecimentos que alcançarão todo o planeta e a
humanidade no fim dos tempos. Porém, como em tais escritos há uma linguagem
profética, muitas vezes simbólica ou não literal, muitos intérpretes usam e
abusam de suas conclusões, carregadas de influência de sua linha de pensamento,
ou de doutrinas aceitas por suas igrejas ou denominações, para escrever textos
os mais diversos sobre os últimos tempos e as últimas coisas que afetarão a
humanidade. De modo geral, essas interpretações se incluem nos tipos a seguir.
1. Futurista
Essa corrente de interpretação considera que a mensagem dos
livros escatológicos é futura. A maior parte das profecias ainda vão se
cumprir, começando com o arrebatamento da Igreja e demais fatos subsequentes.
Nessa linha de pensamento, há “os futuristas simples, que aceitam os primeiros
três capítulos do Apocalipse como já cumpridos; tudo o que segue, nos demais
capítulos do último livro da Bíblia, refere-se à aparição vindoura de Cristo.
Depois, há os futuristas extremos, que acham que todo o Apocalipse refere-se à
vinda do Senhor e que os três primeiros capítulos são uma predição acerca dos
judeus depois da primeira ressurreição”.
a) Pré-tribulacionista e pré
-milenista. Essa corrente de interpretação
futurista conclui que a vinda de Cristo ocorrerá antes da Grande Tribulação,
dando lugar à visão pré-tribulacionista, conforme o parágrafo anterior; também
é pre-milenista , pois considera que a vinda de Jesus será antes do Milênio
literal, quando Cristo virá reinar literalmente sobre a terra. E a visão que
esposamos como a mais coerente para a interpretação dos escritos bíblicos
escatológicos.
b) Miditribukicionistas e
pós-tribulacionistas. Entre os futuristas, há os que
crêem que a Igreja passará pela Grande Tribulação. São os miditribulacionistas,
que ensinam que a igreja será arrebatada no meio da Grande Tribulação. Os
pós-tribulacionistas creem que a Igreja só vai ser arrebatada depois da Grande
Tribulação. No entanto, esse ensino não tem base sólida na Palavra de Deus. Diz
N.
Lawrence Olson: “a. Nenhuma passagem bíblica declara
explicitarnente que a Igreja passará pela Grande Tribulação. Israel, sim, está
identificado com a Tribulação e bem corno as nações e os ímpios em todo o
mundo, mas a verdadeira Igreja não é mencionada em conexão com a Tribulação”.
A igreja de Filadélfia, que representa a igreja fiel, que
aguarda a volta de Jesus em santidade, ouviu do Senhor Jesus a promessa de que
não passaria pela “hora da tentação” que haverá sobre todo o mundo. “Corno
guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da
tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra”
(Ap 3.10 — grifo nosso). A Igreja não estará mais na Terra quando começar a
Grande Tribulação.
O apóstolo Paulo recebeu revelação sobre esse fato, quando
escreveu: “L. ..J e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos
mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1 Ts 1.10 — grifo nosso),
Essa “ira futura” refere-se à Grande Tribulação, da qual Jesus livrará sua
Igreja (ver Rm 5.9; Ap 6.17).
Horton, renomado escritor, entende que a interpretação futurista
é a mais adequada à realidade das profecias sobre os últimos tempos: “Creio ser
a visão futurista a que melhor se encaixa nas profecias do Antigo Testamento; é
também a que menos problemas de interpretação apresenta”.
2. Histórica e Preterista
Considera que o Apocalipse é um livro histórico, cujos fatos já
se cumpriram na sua maior parte, na História da Igreja. “Os historicistas
interpretam o Apocalipse como um estudo progressivo dos destinos da igreja
desde seu início até a sua consumação. Os que mantêm este modo de ver,
histórico e contínuo, asseveram que as profecias estão cumpridas em parte e em
parte estão por cumprir, e que algumas estão sendo cumpridas perante nossos
próprios olhos”. Os adventistas acreditam que já estamos no cumprimento do
capítulo 6, na abertura do 10 selo, que seria a pregação do evangelho. Mas tal
entendimento não corresponde à realidade bíblica.
Considera que o Apocalipse já se cumpriu totalmente na época do
Império Romano, incluindo a destruição de Jerusalém, no ano 70 a.C. Há
manipulação de datas para tudo, visando acomodar as premissas da interpretação.
Numa linguagem simples, essa corrente entende que, no Apocalipse, tudo é
passado (pretérito). Entretanto, as profecias bíblicas sobre o fim dos temos
indicam que diversos eventos escatológicos ainda não se cumpriram, como o
Arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.17), a Grande Tribulação ou “a hora da tentação
que há de vir sobre todo o mundo” (Ap 3.10), a vinda de Cristo em glória (Mt
16.27) e o Milênio (Ap 20.2-5).
3. Simbolista
É também chamada de interpretação idealista ou espiritualista.
Tudo é “espiritualizado”, tudo é simbólico; nada é histórico nem profético, mas
apenas uma alegoria da luta entre o bem e o mal. E uma interpretação
racionalista, derivada do Humanismo de John Dewey, que nega o sobrenatural e
exalta apenas o homem. Como derivado dessa corrente, existe o ensino
amilenista, ou amilenialista, segundo o qual não haverá um período literal de
mil anos para o reinado de Cristo, Seus defensores afirmam que, “em momento
algum, Jesus irá reinar sobre a terra a partir de Jerusalém. ‘O reino de Cristo
não é deste mundo, mas ele reina nos corações do seu povo sobre a terra. Os mil
anos simbolizam a perfeição e a plenitude do tempo que separa as duas vindas de
Cristo”. E que a Igreja está vivendo esse Milênio simbólico, quando, logo após,
haverá a ressurreição dos mortos. Mas as referências que indicam que o Milênio
será literal são abundantes (Ap 20.2-5 e ref.).
Os acontecimentos históricos do século passado e do atual
desmentem totalmente a doutrina de que a Igreja está vivenciando o Milênio. As
duas guerras mundiais, com milhões de vidas destruídas; o avanço das falsas
religiões e das seitas; o aumento da violência e da corrupção; as grandes
catástrofes naturais, como terremotos de alta intensidade, ceifando tantas
vidas; o aumento da depravação da humanidade, a ponto de superar a
pecaminosidade de Sodoma e Gomorra. Tudo isso desmente a teoria de que desde o
século passado, estaríamos vivendo o Milênio. As características do Milênio
reveladas nas Escrituras são muito diferentes. Diz a Bíblia: “Porque a terra se
encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Hc
2.14). Isso até aqui não aconteceu. Esse ensino tem tido a aceitação de muitas
pessoas, incluindo pastores pentecostais, que antes pregavam a visão da vinda
literal de Cristo à terra.
Dentre os simbolistas há os pós-mitenistas, que veem o Milênio
como uma extensão do período atual da Igreja. Ensinam que o poder do evangelho
ganhará todo o mundo para Cristo, e a Igreja assumirá o controle dos remos
seculares. Após isso, haverá a ressurreição e o julgamento geral tanto do justo
como do ímpio, seguido pelo reinado eterno no novo céu e na nova terra.
Os textos bíblicos, porém, indicam uma ordem diferente dos
acontecimentos escatológicos. A ressurreição dos mortos salvos ocorrerá na vinda
de Cristo. Paulo teve a revelação de Deus em relação à ressurreição dos crentes
salvos, e da transformação dos que estiverem vivos na vinda de Jesus. No texto
a seguir, não vemos hipótese para ser uma profecia simbólica, e, sim, literal e
realista quanto à volta de Cristo, a ressurreição e o arrebatamento dos salvos.
Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que
já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm
esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos
que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto
pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor,
não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com
alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em
Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos
arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e
assim estaremos sempre com o Senhor. (1 Ts 4.13-17 — grifo nosso)
Uma leitura cuidadosa do texto citado toma por base o fato da
ressurreição de Cristo, que não foi simbólico, mas literal, testemunhado por
centenas de pessoas e registrado nas páginas dos Evangelhos. Paulo diz que, da
mesma forma, os que estão mortos (“em Jesus dormem”) serão ressuscitados por
Deus. E acrescenta que “os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor não
precederemos os que dormem”, e que, naquele momento glorioso para a Igreja, “os
que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro”.
Isso não tem nada a ver com simbolismo. A linguagem, aí, só é
figurada ou simbólica, no que respeita ao estado de morte, ou “estado
intermediário”, em que o apóstolo usa a metáfora do sono (“os que dormem”). No
mais, a literalidade é tão clara como a luz de um dia de verão. Completando seu
precioso ensino acerca do arrebatamento da Igreja, Paulo diz que os que
estiveram vivos, por ocasião da volta de Cristo, serão “arrebatados juntamente
com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares”, Somente uma interpretação
equivocada ou tendenciosa pode vislumbrar simbolismo onde não há a menor margem
para tal entendimento.
Na ascensão de Jesus, em Betânia, ele reunira seus discípulos e,
diante de todos, literalmente, venceu a gravidade, em seu corpo glorificado, e
subiu ao céu à vista deles. Diz o texto de Atos: “E, quando dizia isto, vendo-o
eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos.
E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles
se puseram dois varões vestidos de branco, os quais lhes disseram: Varões
galileus, por que estais olhando para o céu?
Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de
vir assim como para o céu o vistes ir (At 1.9,11 — grifo nosso). Jesus vai
voltar, disseram os mensageiros celestiais, “assim como para o céu o vistes
ir”. Ou seja, da mesma forma, sobrenatural, literal, visível, de forma
incontestável.
Evangelista
Isaias Silva de Jesus
Igreja:
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Bibliografia
Livro: O Final de
Todas as Coisas = Esperança e glória para os salvos = Autor Elinaldo
Renovato = 1ª Edição CPAD 2015
FELIZ ANO NOVO
Mais uma etapa concluída, mais um ano que passou. Que você tenha
conseguido aproveitar tudo de bom que Deus lhe ofereceu.
Desejo na paz de Deus que você possa sempre encontrar o seu caminho e que
este caminho seja trilhado com muita fé, para que cada vez mais você possa
acreditar nesse sentimento capaz de transpor obstáculos e ser feliz.
Coragem para assumir e enfrentar as dificuldades, perseverança para que
jamais desista ou desanime dos seus sonhos, esperança para que a cada novo dia
possa a ver novos horizontes.
Que as mãos de Deus guiem sua vida para que essa transporte em paz,
harmonia, saúde e alegria.
É tudo que lhe desejo neste ano que está começando.
Você é especial! Feliz Ano Novo!
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