O TRIBUNAL
DE CRISTO E OS GALARDÕES
Texto Áureo = “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Crista, para
que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2
Co 5.10)
Verdade Prática = Todos os crentes deverão comparecer diante do
Tribunal de Crista para que cada um receba a sua recompensa.
Leitura
Bíblica = I Coríntios 3: 11-15
INTRODUÇÃO
Neste estudo
iremos meditar sobre o que acontecerá logo após o encontro entre Jesus e sua
Igreja, nas nuvens (1 Ts 4.17), no “dia de Cristo”, Fl 1.8. Então o povo
arrebatado, já com seus corpos glorificados, comparecerá ante o Tribunal de
Cristo, 2 Co 5.10; 1 Co 1.8, para que as suas obras, feitas no corpo como
crentes, sejam provadas, a fim deque recebam ou não o galardão. Aqui não se
trata do “julgamento ante o trono branco”, isto acontecerá logo após o Milênio,
Ap 20.11-15.
A. O QUE DIZ
A PALAVRA DE DEUS A RESPEITO DO JULGAMENTO ANTE O TRIBUNAL DE CRISTO.
1. Quando terá lugar este julgamento. Será no dia
em que Jesus vier. Vindo Ele, traz consigo o galardão, Ap 22.12. Paulo disse
que “naquele dia” receberia sua coroa, 2 Tm 4.8. Pedro escreveu que, quando
aparecer o SUMO PASTOR, a coroa da glória lhe será dada, 1 Pe 5.4. Este
julgamento será realizado num lugar determinado pelo Senhor, mas não nos foi
revelado ainda pela sua palavra.
2. Quem será julgado ali. Paulo escreve que “todos devemos comparecer
ante o Tribunal de Cristo” (2 Co 5.10), referindo-se tanto aos que
ressuscitarem como aos que forem arrebatados, no momento da vinda de Jesus, 2
Co 5.8. Cada um irá ali “dar conta de si mesmo”, Rm 14.10-12.
3. O que é que ali há de ser julgado.
a. Não se trata dos nossos pecados, pois, do que Jesus perdoou,
Ele não se lembra jamais, Hb 8.12; 10.17. Se tivesse havido qualquer pecado no
momento do arrebatamento, teria sido um impedimento para subir, pois ali “não
entrará coisa alguma que contamine”, Ap 22.27.
A Noiva de
Jesus é pura, sem mancha nem ruga (Ef 5.27), vestida de vestes brancas, Ap
19.7,8.
b. Não haverá ali julgamento que exija castigo, pois a
Bíblia diz que aquele que crer, não entrará em condenação, Jo 5.24; Rm 8.1.
Como filhos de Deus, receberam vida e, por isto, entrarão na glória. Como
servos de Deus, receberão galardão.
c. Neste julgamento serão provadas as obras que os salvos fizeram
como salvos, a fim de que sejam aprovadas ou reprovadas. As obras aprovadas
receberão galardão, 1 Co 3.14,8.
4. Quem será o juiz no julgamento ante o Tribunal de Cristo. O Juiz será
Jesus, o nosso querido Salvador, 2 Tm 4.8. Deus lhe entregou todo o juízo, Jo
5.22. Por isto este julgamento é chamado O Tribunal de Cristo, 2 Co 5.10, Rm
14.10. Será assistido pelo Espírito Santo, que operará como um fogo, pelo qual
o resultado aprovado há de aparecer, 1 Co 3.13; At 2.4.
5. Como será feito o julgamento. A Palavra de Deus nos mostra que
as obras feitas por meio do corpo, pelos salvos, aparecerão com o valor e
qualidade que possuem perante Ele, conforme 1 Co 3.12-15, que fala do
julgamento ante o Tribunal de Cristo. Aparecem as obras dos salvos em forma de
diferentes materiais; tudo passará pelo fogo que há de prová-las. Aqui não se
trata, então, da aparência externa ou de propaganda nem de louvor próprio ou
aplausos de outros.
Não. O valor
perante Deus está relacionado com a fidelidade, a obediência, o amor, a
abnegação e a humildade com que as obras foram feitas. Aqueles que aqui
procuram a sua própria glória, já receberam o seu galardão, e nada lhes sobra
para aquele grande dia, Mt 6.2,5,16. Vejamos portanto, os diferentes materiais,
que o Espírito Santo usa, para mostrar a maneira como o Senhor vê a obra dos
crentes:
a. Ouro. Simboliza as coisas de procedência divina, as coisas celestiais
(Jó 22.23-25; Ap 22.18,22; 3.18; Ml 3.3), assim como a Palavra de Deus, Sl 119.
10,11. As obras figuradas em ouro, significam obras feitas em Deus (Jo 3.21) ou
conforme a Palavra de Deus, 1 Co 4.6.
b. Prata. O material usado no pagamento da redenção dos primogênitos,
simboliza a redenção de Cristo, Êx 30.11-16; 26.25. As obras figuradas em
prata, significam que foram feitas pela fé em Cristo, e não através da força
natural do homem. Paulo disse que trabalhava pela graça de Deus, 1 Co 15.10.
Prata
simboliza, conseqüentemente, espírito de conciliação que tanto caracterizou
Jesus (Lc 23.34) e que deve dominar todos quantos servem ao Senhor (Mc 11.25;
Gn 45.15; 2 Tm 4.16), pois sem este sentimento nobre, mesmo grandes obras
realizadas poderão perder o seu valor, Mc 11.25; Mt 18.35.
c. Pedras Preciosas. Simbolizam o Espírito Santo dado pelo Senhor
como um a- domo à sua noiva (Jo 17.22), pois antigamente os noivos adornavam as
noivas com jóias, Ez 16.11-14; Gn 24.22,45; Ct 1.10,11; 4.9. As obras figuradas
por pedras preciosas significam que são feitas pelo poder do Espírito Santo, Rm
15.19; Fl 3.3; Cl 1.29.
Observe,
portanto, que nesse julgamento a Trindade está presente, simbolizada por ouro,
prata e pedras preciosas; operando ativamente nas obras que, desta maneira,
terão valor perante Deus. Onde a operação de Deus falta, há obras assemelhadas
a material fraco que representam o trabalho meramente humano.
d. Madeira. Simboliza as coisas humanas, pois cresce de “si mesma”. Existem
obras que qualquer pecador pode fazer, Lc 6. 32-34. Sansão, sem o poder de
Deus, não podia apresentar nada de valor sobrenatural, Jz 16.17, 19 e 21. Só
lhe restava operar segundo os homens, 1 Co 3.3.
e. Feno. Erva seca; simboliza tudo que carece da renovação. É triste viver
e trabalhar sem receber renovação, pois também não receberá galardão. Quem
somente trabalha por costume alcançará resultado negativo no Tribunal de
Cristo.
f. Palha. Significa a instabilidade, pois é muito fraca, Ef 4.14. “Que tem
a palha com o trigo?”, diz o Senhor, Jr 23.28. Palha fala também de escravidão:
foi palha que os israelitas tiveram de colher no Egito, Êx 5.7. Devemos,
portanto, servir a Deus na liberdade do Espírito, e não numa escravidão imposta
por nós mesmos ou por outros.
No
julgamento ante o Tribunal de Cristo aparecerão todos perante o Senhor, que já
os conhece, como também as suas obras. O Espírito Santo se manifestará como um
fogo, que fará queimar tudo que não tiver valor eterno, enquanto tudo que foi
feito conforme a vontade do Senhor permanecerá, e servirá como base do galardão
que Jesus dará.
B. O QUE NA
NOSSA VIDA E NAS NOSSAS OBRAS SERÁ SUBMETIDO À PROVA ANTE O TRIBUNAL.
1. As nossas vidas como crentes serão provadas. A maneira
como edificamos a nossa vida espiritual sobre Jesus toma-se evidente.
Aquele que
crê em Jesus, tendo-o como fundamento para toda sua vida, tem a vida eterna (Mt
7.24,25; 1 J0 5.12), mas somente aquele que sobre este fundamento edificar a
sua vida receberá galardão.
É possível
ser salvo e perder o galardão (1 Co 3.15); por isso, “veja cada um como edifica
sobre Ele”, 1 Co 3.10. Os que aqui vivem com os seus corpos entregues a Deus
como sacrifício vivo, compreenderam a vontade de Deus e edificaram conforme
ela, Rm 12.1-2. Esta obediência e a inteira vontade de ser-lhe agradável serão
lembrados ante o Tribunal de Cristo, 2 Co 5.9,10; Rm 14.9, 10. Ali se verá a
diferença de se7 mear na carne e semear no espírito, Gl 6.6,8; Rm 2.6.
2. A nossa maneira de viver e agir em conformidade com a Palavra
de Deus.
Isso entrará também na prova. Deus nos deu sua Palavra como regra de agir, para
agirmos do modo como Ele quer que ajamos, Rm 6.17; Gl 6.18. E essa regra não
deve ser desrespeitada (Jo 10.35), mas observada, Si 119.4. Os que obedecem à
Palavra de Deus expressam, com isso, o seu amor para com Deus, Jo 14.21; 1 Jo
2.5.
Do mesmo
modo como o Senhor antigamente fez a sua glória encher o tabernáculo — como
confirmação de que havia sido levantado conforme o modelo que Ele entregara (Êx
40.16,34 — assim Ele reconhece aqueles que guardam a sua Palavra, Ap 3.10; J0
14.23). Mas o que não estiver edificado, conforme a Palavra de Deus é meramente
humano: queimar-se-á naquele dia!
3. A maneira de tratarmos nossos irmãos será também submetida à
prova.
Quando o apóstolo Paulo escreve a respeito do Tribunal de Cristo, pergunta no
mesmo versículo: “Mas tu, por que julgas a teu irmão?”, Rm 14.10. E continua, a
fim de que ninguém ponha tropeço ou escândalo ao seu irmão: “aquele por quem
Cristo morreu”, Rm 14.13,15. Jesus está tão ligado aos seus, que sente o que
lhes estamos fazendo; o bem ou o mal que fazemos a qualquer irmão, reflete-se
na pessoa de Jesus, 1 Co 8.12; Mt 25. 40,45; At 9.4,5.
Se isto
estivesse bem vivo no coração de todos, muitos crentes de hoje seriam mais
amorosos. Alguns são culpados, pela sua dureza, da perdição daqueles com quem
lidaram. Ainda que esses que assim procedem salvos pelo perdão de Jesus, o
procedimento deles, influirá quanto ao galardão. Mas a que se sacrificaram para
ajudar seus irmãos alcançarão misericórdia “naquele dia”, 2 Tm 1.18; Ef 6.7; Cl
3.23, Lc 14.14. Irmão, tu que amas a Jesus, mostra o teu amor para com Ele,
também no trato com teus irmãos!
4. Serão julgadas as nossas obras feitas para servir a Jesus. Os que
servirem ao Senhor serão honrados por Ele, Jo 12.26; Pv 27.18. Então, ante o
Tribunal de Cristo, aparecerá tudo que tem sido feito para Jesus, a fim de
receber galardão, 1 Tm 5.25.
a. Deus tem um plano que preparou para cada homem! Ef 2.10. Os que
procurarem seguir esse plano acharão sempre obras já preparadas para fazer e
serão uma grande bênção. O seu fruto permanece, Jo 15.16.
Mas aqueles
que não consideram o plano de Deus, mas andam nos seus próprios propósitos,
estão em perigo de “correr com incerteza” e “bater no ar”, 1 Co 9.26. Trabalham
muito, mas produzem pouco ou nada. O
fogo que há de operar no Tribunal de Cristo manifestará tudo: ali será patente
o que cada um podia ter realizado, se tivesse obedecido ao Senhor.
b. Deus tem dado talentos a todos; a uns, poucos, a outros, mais,
Mt 25.14,20; Lc 12.16. No Tribunal de Cristo, o Senhor fará contas com todos nós, para
saber “o que cada um ganhou negociando”. Ponhamos os nossos talentos
(possibilidades) em movimento, para que, assim, possamos ganhar alguma coisa
para o reino de Deus.
c. No Tribunal de Cristo, os pastores “hão de dar conta” do
rebanho que lhes foi confiado, Hb 13.17. Ë emocionante pensar que nós, naquele dia,
haveremos de ver, à luz da eternidade, a maneira como servimos à Igreja.
Aqueles que, pelo seu serviço e sacrifício próprio, foram usados por Deus, para
conservação do rebanho, resplandecerão, quando aparecer o sumo Pastor, 1 Pe
5.4. Eles têm através de sua mansidão, conseguido ganhar até os que resistem, 2
Tm 2.24,26 e podem agora se alegrar,
porque nenhum se perdeu por causa do cuidado deles.
O próprio
Jesus mencionou na sua oração que “nenhum dos discípulos se perdeu”, Jo 17.12,
e Paulo alegrou-se, porque não tinha nas suas mãos o sangue de nenhum dos
membros da igreja em Efeso, At 20.26. Como será trágico, o crente, lembrar-se
naquele dia que foi pela sua dureza ou imprudência que alguma ovelha do Senhor
se perdeu.
Também os
que tiverem um cargo de confiança no reino de Deus, seja na Escola Dominical,
entre os pobres ou doentes etc., hão de apreciar a sua obra. Deus os chamará
para dar-lhes galardão, Mt 20.3. Naquele dia os fiéis resplandecerão. Mas a
negligência e o descuido no serviço da vida cristã serão revelados naquele dia,
para nossa decepção.
d. O esforço para ganhar os perdidos terá um lugar destacado ante
o Tribunal de Cristo. Quando o apóstolo Paulo escreveu a respeito desse julgamento,
disse: “Assim, sabendo o temor que deve ao Senhor, persuadimos os homens à fé”,
2 Co 5. 10,11. Todos os crentes têm a incumbência de ser atalaias, que, da
parte do Senhor, advertem o pecador do seu mau caminho, Ez 33.17; Pv 24.11,12.
Os que se descuidam neste sentido verão, naquele dia, que os pecadores
pereceram por causa dos seus descuidos.
O sangue
será requerido dos que não cumpriram o dever de atalaias, Ez 33.8; 3.18. Porém
os que ganharam os pecadores resplandecerão com a coroa dos ganhadores de
almas, 1 Ts 2.19,20; 2 Co 1.14; Jo 4.34. Eles hão de encontrar ali aqueles que
eles ganharam, Lc 16.9.
Que dia
maravilhoso! Ante o Tribunal de Cristo, serão conhecidos “os soldados
desconhecidos”! Quantos há que prestaram um grande serviço ao reino de Deus,
mas não chegaram a ser conhecidos, ou foram esquecidos, Ec 8.10! Muitos
brilharam pela sua vida, e pelas suas boas obras e, com isto, ganharam muitos
para Jesus, Mt 5.16; Fl 2.15; 1 Pe 2.12. Muitos fizeram um grande trabalho que
foi decisivo para a obra de Deus, através das suas orações e intercessões.
Eles
sustentaram as mãos de muitos Obreiros. Deus, que conhece tanto as orações como
os jejuns feitos em oculto recompensará agora publicamente, Mt 6.6,18.
Lembremos que o Senhor nunca esquece o que é feito em favor de um profeta, Mt
10.41,42! Também aqueles que contribuíram com as suas generosas ofertas, muitas
vezes em prova de tribulação (2 Co 8.1-5) hão de receber naquele dia o seu
galardão.
Se o rei
Davi procurou recompensar aqueles que o sustentaram nos dias de angústia (1 Sm
19.31,33), quanto mais não fará o Rei dos reis com aqueles que aqui sustentaram
a sua obra com ofertas e dízimos, 1 Tm 6.17,19; Lc 8.3; 21.1,3. Chegará o
momento de receber tudo com juros, Mt 6.20!
C. O
RESULTADO DO JULGAMENTO ANTE O TRIBUNAL DE CRISTO.
Depois que o
fogo houver provado as obras que os crentes fizeram no corpo, só sobrará o que
o Senhor aprovou. Este julgamento pode assemelhar-se a uma pesagem. O Senhor
pesará todas as nossas obras, 1 Sm 2.3; Pv 16.2. Tudo que for meramente humano
será achado em falta, Du 5.27, enquanto o que tiver valor perante o Senhor tem
peso certo.
1. Aqueles cujas obras permanecem receberão galardão, 1 Co 7.14. Jesus trará
o galardão consigo quando vier nas nuvens, Ap 22.12.
Os
ganhadores de almas receberão as suas coroas, 1 Tm 2.19,20; 2 Co 1.14.
Os fiéis do
Senhor receberão a coroa de glória, 1 Pe 5.4; 2 Tm 4.8; 1 Co 9.24,25.
Os que foram
fiéis mesmo nas horas difíceis, receberão a coroa da vida, Ap 2.10.
Que glória
naquele grande dia se manifestará Dn 12.3; Mt 13.43!
Então
veremos a significação da Palavra de Deus que diz que haverá diferentes graus
de glória no Céu, 1 Co 15.40,42.
O “bem está,
servo bom e fiel!” será pronunciado pelo Senhor, Mt 25.21.
2. As obras queimadas. Aqueles cujas obras se queimarem pelo fogo
da prova verão o que poderiam ter feito se na Terra se tivessem dedicado mais
ao serviço do Senhor. Entretanto estarão alegres, pois, como salvos pelo sangue
de Jesus, entrarão na glória, embora que, pela própria negligência, tivessem
perdido o galardão, 1 Co 3.14. Vemos, portanto, que é possível, tanto perder,
como receber o galardão, 2 Jo v.2.
D. PODEMOS,
JÁ NESTE MUNDO, PREPARAR-NOS PARA O JULGAMENTO ANTE O TRIBUNAL DE CRISTO
Sim,
podemos; com toda certeza. Quando a Palavra de Deus fala do julgamento ante o
Tribunal de Cristo, exorta-nos a temer ao Senhor, 2 Co 5.10,11. Temos visto que
é o Espírito Santo, que, como um fogo, vai executar a prova. Mas o mesmo
Espírito está hoje entre nós. Podemos, portanto, pedir que Ele, desde agora,
deixe o seu fogo queimar tudo da nossa vida, que o Senhor não possa aprovar.
Como um
estudante que se esforça e se prepara para uma boa prova na escola, e assim
obtém boas notas, do mesmo modo podemos melhorar o nosso resultado “naquele
dia”, se permitirmos que o Espírito Santo, desde já, inspire no serviço (Rm
12.11), e no remiro tempo, Ef 5.16,18. Paulo procurava ter cuidado na maneira
de correr, para não perder a sua coroa, 1 Co 9.21,27. Fazendo assim, o Espírito
Santo nos ajudará a, com confiança, esperar “aquele dia” (1 J0 4.17), sem
sermos confundidos, 1 Jo 2.25, mas nos apresentando-nos irrepreensíveis, 1 Co
1.8.
Jesus vem
breve! Procuremos, portanto, viver e servir de maneira que “aquele dia” possa
nos trazer glória e alegria, segundo a graça infinita do Senhor Jesus.
Livro:- A Doutrina das Ultimas Coisas
= Eurico Bergstén
O GALARDÃO DO SERVO FIEL
TEXTO ÁUREO = “E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a
cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12).
VERDADE PRÁTICA = O servo fiel receberá o galardão das mãos do
próprio Senhor Jesus, quando Ele julgar as obras de cada um.
TEXTO
BÍBLICO BÁSICO - Ap 22.10-17
INTRODUÇÃO
As duas
vindas do Salvador a esta terra cumpram o plano da redenção traçado pelo Pai
para a raça humana. Ambas se completam. Ele veio à primeira vez para sofrer e
morrer. A segunda virá para reinar triunfalmente. A segunda vinda de Jesus é
uma esperança que se renova a cada dia no coração da Igreja. Essa esperança
resulta das promessas, dos sinais, das profecias, das alegorias e das parábolas
que estão espalhadas por toda a Bíblia.
A promessa
da segunda vinda inclui as profecias sobre as bodas do Cordeiro, o tribunal de
Cristo e, naturalmente, sobre o recebimento do galardão.O galardão difere da
salvação. Enquanto esta é alcançada pela fé no sacrifício do Calvário, aquele
será uma recompensa a ser entregue a cada servo de Deus, com base no seu
trabalho feito aqui na terra, na promoção do Reino de Deus.
I.
O DOADOR DO
GALARDÃO
Em
Apocalipse 22, encontramos alguns dos mais belos títulos dados a Jesus nas
Escrituras. Que linda conexão existe entre estes títulos e o galardão do
Senhor!
1. O Alfa e o Ômega (Ap 22.13). O Senhor usa a primeira e a
última letra do alfabeto grego a fim de identificar-se a si mesmo como o
princípio e o fim no alfabeto da existência e da eternidade. Ele é o primeiro,
o principal na obra da Criação, nas Escrituras Sagradas, nas eternas leis do
Universo, no maravilhoso processo da Redenção, nas operações de maravilhas ao
longo da história e nos grandes pactos com a humanidade, com Israel e com a
Igreja.
Ele é o Alfa
e o Ômega do amor. “Ele nos amou primeiro” e “amou-nos até ao flui1”
(I Jo 4.19;
Jo 13.1). Ele é o Alfa e o Omega da nossa salvação.
Ele veio do
céu, identificou-se conosco, sofreu, morreu, ressuscitou ascendeu à glória e
ainda intercede pelos pecadores (Is 53.12). Ele é o Alfa e o Ômega, porque
ninguém há como Ele em todo o Universo.
2. O princípio e o fim (Ap 22.13). Temos aqui
um testemunho da preeminência, da eternidade e da provisão que são inerente à
pessoa augusta do Senhor Jesus.
• Cristo é preexistente (Jo 1.1; 8.56; Is 9.6). Ele existe
antes do começo de todas as coisas, porque Ele é o poder que originou todas as
coisas. Ele é Deus, e como tal é etano, isto é, não teve começo e não terão
jamais um fim, como os seres comuns.
• Cristo é preeminente: no Céu, na Igreja, na História e na
eternidade, como o atesta abundantemente toda a Bíblia, e mais especificamente
a Epístola aos Colossenses.
• Cristo criou o mundo em que vivemos e toma
todas as providências para que tudo vá bem. Ver Jo 1.3; Cl 1.16; Hb 1.1,2. Ele
criou, sustenta e governa o Universo.
• Cristo é eterno. Ele é o primeiro e o último, porque é Deus
com o Pai e o Espírito
(I Jo 5.7).
• Cristo é nosso provedor. Dele vem a vida, a luz, o poder, a salvação,
a graça, a paz, o sangue remidor, as bem-aventuranças, o batismo com o Espírito
Santo, os ministérios, a comissão missionária e, por fim, o galardão para ser
dado a cada um segundo a sua obra.
3. Eu, Jesus (Ap 22.16). O amado Salvador, nesta última mensagem da
revelação bíblica, volta a identificar-se com os dias passados nesta terra: Eu,
Jesus. Com esta identidade ele apresentar-se a Saulo de Tarso (At 9.5).
Paulo
afirmou que “o mesmo Jesus descerá do céu” (I Ts 4.14,16). E para que de uma
vez por todas se saiba que Jesus tem a soberania do Universo, Ele menciona:
“Eu, Jesus,
enviei o meu anjo”. Aleluia! “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e
eternamente” (Hb 13.8).
4. A raiz e a geração de Davi (Ap 22.16). Este título
de Cristo consolida plenamente sua identificação com a natureza humana. A
certeza do triunfo final da Igreja reside no fato de estarmos ligados a esse
que aqui na terra se apresentou como Filho de Davi e “semelhante aos irmãos”
(Mt 1.1; Hb 2.17).
Além disso,
este título estabelece conexão histórico-profética que há entre Jesus e a nação
judaica e finalmente, aponta o seu futuro ofício real. Como raiz e geração de
Davi Ele sentar se á no trono e remará durante mil anos quando haverá paz sobre
a terra. Ele é o grande Rei, o Desejado das nações (Is 2.4, 52.13-15, Dn 2.44, 7. 13-14, Mq 5
1-4) O Rei Jesus será o galardoador da Igreja no dia que se aproxima.
5. A resplandecente estrela da manhã (Ap 22 16). Esta é a
última identificaçãosolene e pessoal do Senhor à Igreja, sob a notável
expressão EU SOU, que é o titulo adotado por Deus, e que só a Ele é cabível (Ex
3.14).
A metáfora
nos faz lembrar o contexto de trevas que sempre existiu fora do Senhor Jesus.
Ele, todavia, resplandece eternamente (I Jo 1.5).
Este título
fala do brilho externo, interno e eterno de Cristo. Ele brilha como cabeça da
Igreja, como Senhor do Universo como Rei da glória e brilha também como o
Príncipe dos reis da terra (Ap 1.5).
Como Estrela
da Manhã, Ele introduziu a humanidade em um novo e espiritual dia - o dia da
graça, o dia da salvação (II Co 6.2).
Mas também
introduzirá a Igreja na aurora final da redenção, quando Ele próprio aparecerá
diante dos seus, os quais levará consigo na epopéia inaudita do arrebatamento,
“e assim estaremos sempre com o Senhor” (I Ts 4.17).
II.
CARACTERÍSTICAS
DO GALARDÃO
1. O galardão de Deus. A idéia de um Deus galardoador está presente
em todas as partes das Santas Escrituras. Desde o livro de Gênesis, quando Deus se
apresentou a Abraão como o seu galardão pessoal (Gn 15.1). Em Js 24.4 e Jz
1.20, por exemplo, temos a citação dc galardão dado por Jeová a Israel,
relacionados com a conquista da terra prometida.
A Bíblia
promete grande recompensa para os que a lerem e a observarem (SI 19.11).
Existem galardões prometidos aos que lançarem o seu pão sobre as águas (Ec
11.1), aos que busca Tem o Senhor (Am 5.4) e até aos que derem um copo de água
“a um destes pequeninos” (Mt 10.42). Estes são os galardões de Deus.
2. O galardão de Cristo. No texto base de nossa lição, o Senhor alude
a um galardão que lhe pertence: “o meu galardão” (Ap 22.12).
Isto fala de
um galardão que pertence ao Senhor na condição de Juiz, de Senhor e de Cabeça
da Igreja. Ele é o Custo eterno a quem servimos e adoramos e há quem um dia
teremos de prestar contas (Ef 6.8; II Tm 4.8).
O galardão
de Cristo, em forma de coroa, tem várias designações na Bíblia:
• Coroa da
vida (Ap 2.10; Tg 1.12);
• Coroa de
glória (I Pe 5.4);
• Coroa de
Justiça (II Tm 4.7,8);
• Coroa
incorruptível (I Co 9.25).
3. Galardão segundo a obra (Ap 22.12). Ao
contrário da salvação, que provém da fé, o galardão se relaciona diretamente
com as obras. A primeira importante idéia que extraímos da expressão de Cristo
“Para dar a
cada um segundo a sua obra” - diz respeito à valorização bíblica e cristã ao
trabalho.
O falecido
estadista judeu David Ben-Gurion afirmou certa vez: “O trabalho nunca deve ser
considerado uma maldição ou uma necessidade. O trabalho é uma forma de vier”.
Jesus disse: “Meu pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17).
Outro
pensamento digno de consideração é o que nos leva a entender que o trabalho
incessante de Cristo é uma prerrogativa natural e judicial que o credencia e o
habilita a oferecer-nos de igual modo o galardão por nossas obras, pois “o
trabalho de sua alma ele verá e ficará satisfeito” (Is 53.11).
O galardão
oferecido pelo Senhor Jesus é a maravilhosa garantia de que “o vosso trabalho
não é vão no Senhor” (I Co 15.58).
Paulo
aconselhou a fazermos um trabalho de valor eterno, ou seja, aquele que nos
garantirá uma recompensa no céu. Leia I Co 3.10-15 e observe a exortação: “Veja
cada um como edifica” (v.10) e “se a obra de alguém se queimar sofrerá
detrimento” (v.15).
A
importância do galardão que receberemos pode ser aferida de diferentes
maneiras. Uma delas é através da expressão de Jesus: “está comigo”. Ele não
delegou poderes a qualquer de seus anjos, arcanjos ou querubins. Ele próprio
mantém consigo o galardão e no-lo dará na hora precisa. Aleluia!
Essa hora
precisa será por ocasião do Tribunal de Cristo, após o arrebatamento da Eleita
e as bodas do Cordeiro.
III.
QUEM
RECEBERÁ O GALARDÃO
1. Os trabalhadores ativos. Cada servo de Deus deve ser um trabalhador
ativo na seara do Senhor, sabendo que o trabalho de nossas mãos será por Ele
mesmo confirmado
(Sl 90.17),
se trabalharmos fielmente (II Cr 34.12; I Co 4.2) nos negócios dc nosso pai que
está nos céus (Lc 2.49).
Considerando
que a lei espiritual é inflexível, segundo a qual cada trabalhador digno de seu
salário (Lc 10.7), também receberá o nosso, pois Ele conhece as nossas obras (Ap 2.19) e as recompensará devidamente.
Avante, pois, em nosso trabalho para Deus!
2. Os lavados pelo sangue do Cordeiro. O Senhor
afirma que, por causa de nossas transgressões, todos nos tomamos imundos e
somente poderemos trabalhar em sua seara e conseqüentemente receber galardão no
futuro, se formos devidamente lavados de nossa iniqüidade, mediante a lavagem
da regeneração e da renovação (Sl 51.2; Tt 3.5), no nome do Senhor Jesus e pelo
Espírito do nosso Deus, com água limpa e pura (I Co 6.11; Hb 10.22), até que sejamos
tornados mais brancos que a neve (Sl 5 1.7).
3. Os que pertencem à Igreja. Jesus veio edificar a Igreja (Mt
16.18), que é coluna e firmeza da verdade (I Tm 3.15), o verdadeiro templo de
Deus na terra (I Co 3.16), no centro do qual está o Senhor (He 2.20).
No sentido
em que estamos abordando o assunto, a expressão “pertencer à Igreja” não se
refere a ser membro de uma igreja local; não é estar arrolado no livro de
membros de uma igreja; não é ter um cartão de membro ou mesmo de oficial. Não é
no sentido de igreja local, mas de Israel espiritual, universal. É possível
alguém fingir-se crente, ser batizado e arrolado como membro, e enganar os
homens.
Mas a Deus
ninguém engana, pois só recebem a salvação os que são nascidos de novo. Só
estes são membros do Corpo de Cristo - a Igreja.
O tribunal de Cristo
TEXTO ÁUREO
= “Porque todos devemos comparecer
perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito
por meio do corpo, ou bem ou mal”, II Co 5.10.
VERDADE
PRATICA = No julgamento ante o Tribunal de
Cristo, das obras feitas para Deus, somente o que foi realizado para a glória
dele terá valor.
LEITURA EM CLASSE = II Co 5.10; 1 Co 8.11-18; Ap 1.13-17
INTRODUÇÃO
O Tribunal de Cristo é um dos sete julgamentos
de que trata a Bíblia.
O julgamento, no Calvário, dos pecados do
crente (Jo 12.31-32).
O auto-julgamento do crente (1 Co 11.31,32).
O julgamento das obras do crente efetuadas
para Deus, ou seja, o Tribunal de Cristo, (Rm 14.10; II Co 5.10).
O julgamento de Israel, (Ez 20.33-44).
O julgamento das nações, (Mt 25.31-46).
O julgamento dos anjos decaídos, (II Pe 2.4;
Jd 6,7).
O julgamento final, ou do Grande Trono Branco
(Ap 20.11-15).
O ensino geralmente exposto nas igrejas é que,
no fim do mundo, haverá um julgamento final dos justos e ímpios, porém a Bíblia
ensina de modo diferente. O primeiro julgamento, que é o do Calvário, já se
realizou. Jesus foi julgado em nosso lugar, sofrendo o castigo do pecado - a
morte, para que pudéssemos ser salvos, O segundo, está sendo realizado
diariamente na vida do cristão fiel e vigilante. Os demais ocorrerão
separadamente e em épocas distintas, onde cada grupo será julgado conforme as
normas judiciais estabelecidas pelo Supremo Juiz. Alguns julgamentos terão
lugar na terra e outros nas regiões celestiais.
Esta lição trata do julgamento das obras do
cristão. Do trabalho realizado para seu Senhor. Não é para decidir se ele terá
entrada ou não no céu; se será redimido ou não, pois este assunto já foi
resolvido no momento em que aceitou a Cristo como seu substituto perante Deus,
pois a salvação é mediante a fé, e não por obras. Ele aceitou o veredicto
divino pronunciado no primeiro julgamento, o do Calvário, quando Cristo bradou:
“Está consumado”. O resultado desse julgamento será recompensa ou perda de
recompensa, conforme 1 Co 3.13-15.
1. NESSE JULGAMENTO SOMENTE OS CRENTES SERÃO
ADMITIDOS.
O termo “tribunal” na expressão “tribunal de
Cristo”, (II Co 5.10) é bema, no original. E um termo técnico. Aparece também
em Rm 14.10. Na antiga Grécia e também no Império Romano o bema consistia de
uma plataforma elevada, com acesso por meio de degraus, onde eram executados os
julgamentos diante da autoridade competente. Nesse sentido o termo aparece em
Mt 27.19; J0 19.13; At 12.21; 18.12; 25.6.
Os crentes serão julgados. ante o tribunal de
Cristo nas regiões celestiais após o arrebatamento da Igreja, quanto as suas
obras, para receberem ou não galardões. (1 Co 4.5; 1 Pe 5.4; II Tm 4.8) - Esse
julgamento mostrará como administramos os bens, dons, dotes, nossa vida,
energias, talentos, enfim.
1. O tempo. Será entre o arrebatamento da Igreja e a
segunda fase da vinda de Cristo, quando ele virá com seus santos (Lc 14.14).
2. O lugar. Será nas regiões celestiais, pois no
arrebatamento a Igreja será levada ao encontro do Senhor, nos ares. (Rm 14.10;
II Co 5.10).
II. A BASE DO JULGAMENTO SERÃO AS OBRAS.
As obras, sejam boas ou más, serão ‘a base
para o julgamento (Rm 14.10; Mt 16.27; Rm 2.6; II Tm 4.14; Ap 2.23; 22.12). Na
sua primeira epístola (2.28), o apóstolo João revela a possibilidade de o
crente sofrer grande vergonha nesse dia, dizendo: “Filhinhos, agora, pois,
permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele
não nos afastemos envergonhados na sua vinda.” Sem dúvida, muitos crentes
ficarão cabisbaixos perante o tribunal, ao reconhecerem como foram tão negligentes
em obedecer às ordens do Mestre durante sua curta vida nó mundo.
O Juiz será o próprio ,Jesus, aquele cujo
aspecto é descrito em Ap 1.13-17. O “Amém”, a testemunha fiel e verdadeira, o
princípio da criação de Deus. Diante do seu olhar coisa nenhuma ficará oculta
(1 Co 4.5). Portanto, é bom que cada crente utilize sempre o seu privilégio de
julgar-se a si mesmo, considerando incompatíveis e ilícitas as coisas que
desagradam ao Senhor. As obras examinadas nesse julgamento referem-se:
1. As
doutrinas. O apóstolo Paulo escreveu aos romanos
destacando a importância da doutrina da salvação e da justiça de Deus, provando
que tanto os judeus como os gentios careciam destas verdades. Nós temos a
obrigação de conhecer as doutrinas básicas do Evangelho e comunicá-las aos
não-salvos e ensiná-las aos crentes.
A igreja que permitir cada crente conduzir-se
como bem entender, e não segundo a doutrina bíblica logo se tornará fria e
impotente diante do mundo e do pecado.
2. A maneira
de tratar os conservos na fé.
Em Mt 18 Jesus ensinou sobre o perigo de se escandalizar até a uma criança.
Melhor seria pendurar no pescoço uma mó de azenha e submergir-se nas
profundezas do mar. Devemos ter o espírito perdoador no sentido de não
guardarmos rancor no coração contra alguém (Mt 18.15-22).
A compaixão também deve exteriorizar-se na
vida do crente. Devemos ser tolerantes para os “fracos na fé”. Jesus antes de
mandar cuidar das ovelhas maduras, mandou cuidar dos cordeirinhos.
3. As palavras proferidas. Semelhante a uma árvore boa que produz fruto
saboroso, assim o crente, cujo coração é verdadeiramente regenerado,
pronunciará palavras de valor (v. 33). “Pois do que há em abundância no
coração, disso fala a boca” (v.34) “...de toda a palavra ociosa (isto é,
frivola, inútil, improfícua, desnecessária) que os homens disserem hão de dar
conta no dia do juízo” (v.36). “Porque por tuas palavras serás justificado, e
por tuas palavras serás condenado” (v.37).
Estas advertências condenam expressões de mau
gosto, palavrões, imprecações e quaisquer palavras injuriosas, ferinas,
grosseiras. O crente não deve usar o nome do Senhor em vão e nem expressões que
aviltam o nome santo, como costumam fazer os ímpios (Mt 5.3S-37). Que a nossa
linguagem seja depurada, sincera, “sim, sim; não, não”, livre de quaisquer
exageros, pois tudo isso parte do coração irreverente e carnal. Devemos
crucificar a carne e não retirá-la da cruz de Cristo (Gl 5.24; 2.20).
4. As coisas
que afetam o próximo e a nós.
O crente que espera receber o seu devido galardão no Tribunal de Cristo, de maneira
nenhuma deve caluniar a alguém, fomenar contendas, fuxicar, calotear,
enganar,praticar atos indignos, fazer dividas além de suas possibilidades e não
pagar e fazer os outros o que não gostaria que lhe fizessem (Rm 1.29- 32; 1 Co
6.9-11; Gl 5.19-21; Cl 3; Ef 4.1-32; 5.1-33; Rm 12.1-21; 14.1-23).
O crente, que receberá a justa recompensa
naquele dia é o que usa seus talentos, dons, tempo, finanças e forças para
servir a Cristo e ao próximo, sem nenhuma negligência, cuja vida é moderada,
demonstrando um alto padrão de espiritualidade (Rm 2.14-16; Hb 2.1-4; Gl
5.1-26; 6.1-10; Cl 3).
Este, anda na luz como ele na luz está, sempre
obediente a Deus, rejeitando tudo o que é contaminado pela carne e vivendo no
plano do Espírito, (1 Co 12; Rm 12; Ef 4.1-32; 5.1-33).
III. O RESULTADO DO JULGAMENTO, 1 Co 3.11-15;
1 Co 9.24-27.
Na antiga Grécia realizavam-se famosos jogos,
grandes corridas e outros certames desportivos. No final, os atletas reuniam-se
defronte ao palanque ou “tribunal”, também chamado “BEMA”, onde o juiz, sentado
distribuía os prêmios aos vencedores. As coroas eram de folhas de louro,
portanto, “corruptíveis”. Bem podemos imaginar o desapontamento dos demais
atletas que não ganhavam troféus e presenciavam a entrega dos lauréis aos
concorrentes classificados, (1 Co 9.24-27).
O Tribunal de Cristo julgará o cristão na
qualidade de Obreiro, tendo, também, por base as razões que o motivaram no
trabalho. Em 1 Co 3.11-15 Paulo compara as “obras”, quando feitas no espírito
de vanglória e egoísmo, a “madeira, feno e palha”, substâncias de fácil
combustão, enquanto as obras realizadas por amor a Deus e às almas, são
semelhantes a ouro, prata e pedras preciosas, que resistem à prova de fogo. O
sábio Salomão afirma em Ec 2.1-11 que as obras do homem são loucura ou vaidade,
isso em razão de tê-las realizado num espírito de exaltação.
A Bíblia menciona as coroas reservadas para o
povo de Deus.
a) A coroa da vida, (Tg 1.12; Ap 2,10). Ë a
coroa especial do mártir que, sendo tão consagrado ao Senhor, alegremente
entregou sua vida pela causa de Cristo. A palavra “testemunha” em At 1.8, no
original grego, significa “mártir”, ensinando que a verdadeira “testemunha” de
Jesus é aquela que está pronta a ser morta pelo seu nome.
b) A coroa de glória, (1 Pe 5.2-4), reservada
aos servos fiéis que trabalharam, não por amor ao lucro, nem para exercerem
domínio, mas de boa vontade (1 Ts 2.19,20; Fp 4.1; Dn 12.3; Pv 4.8);
c) A coroa da justiça, (II Tm 4.8), reservada
aos que amam a vinda de Cristo; d) A coroa incorruptível, (1 Co 9.25-27),
destinada àqueles que venceram a carne, deixando de viver segundo suas cobiças
para andar no Espírito (Gl 6.8). Que Deus nos ajude a aqui viver e trabalhar
para o Senhor, em comunhão uns com os outros e santamente nos conduzindo diante
do mundo e da Igreja, de tal maneira que “no dia do juízo tenhamos confiança”,
1 Jo 4.17.
O
TRIBUNAL DE CRISTO
TEXTO AUREO = “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para
que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, bem ou mal” (2
Co 5.10).
VERDADE PRATICA = O tribunal de Cristo será um trono de
concessão de prêmios aos vencedores deste mundo tenebroso.
LEITURA
BÍBLICA = 2 CORÍNTIOS 5.1-10; APOCALIPSE
19.9; MATEUS 25.10
INTRODUÇÃO
Na seqüência
dos eventos escatológicos, dois deles subseqüentes ao arrebatamento da Igreja
acontecerão no céu: o tribunal de Cristo e as bodas do Cordeiro. Os eventos na
Terra depois do arrebatamento da Igreja acontecem durante a Grande Tribulação.
Nesta lição, trataremos especialmente sobre o tribunal de Cristo, período de
julgamento das obras dos santos arrebatados para a presença de Cristo.
I. O QUE É O
TRIBUNAL DE CRISTO
O apóstolo
Paulo descreve em 1 Co 3.9-15, o cristão como um construtor que usa vários
tipos de materiais numa construção. Assim, no sentido espiritual, o valor do
seu trabalho vai depender dos materiais que usará para construir sua obra.
Paulo adverte: “cada um veja como edifica” (1 Co 3.10). A construção do cristão
precisa ser feita sobre um fundamento eficaz e correto, e com materiais de
qualidade que dêem sustentação à sua vida espiritual.
Duas
palavras distintas na língua original do Novo Testamento esclarecem bem o
sentido da palavra tribunal: criterion, conforme está em Tg 2.6 e 1 Co 6.2,4; e
bimá, encontrada em 2 Co 5.10, (também em Ne 8.4). O termo criterion significa
“instrumento ou meio para provar ou julgar qualquer coisa”. Ou seja: “a regra
pela qual alguém julga”, ou “o lugar onde se faz um juízo”, o tribunal de um
juiz ou de juízes. O termo bimá comumente significa uma “plataforma ou um banco
de assento onde o juiz julga”.
Havia
naqueles tempos tribunais militares e, também, o tribunal (bimá ou assento) da
recompensa, especialmente utilizado nos jogos gregos de Atenas. Os atletas
vencedores eram julgados perante o juiz da arena e galardoados por suas
vitórias.
II. ASPECTOS
GERAIS DO TRIBUNAL DE CRISTO
1.O tempo. É lógico que o tribunal não pode acontecer logo após a morte de
qualquer cristão. Ele se dará por ocasião de um tempo especial e determinado
depois do arrebatamento da Igreja.
2. O lugar. Não há texto específico que declare o local, mas o contexto
bíblico indica que, uma vez a Igreja arrebatada até as nuvens, nos céus, a
instalação do tribunal de Cristo, inevitavelmente, terá de ser no céu, nas
regiões celestiais.
3. Os julgados. Quem será julgado no tribunal? Quais são os
sujeitos desse tribunal? Indubitavelmente, as pessoas julgadas nesse tribunal
são os santos remidos por Cristo. O texto de 2 Co 5.1-10 fala daqueles que
lutam nesta vida para alcançarem o privilégio de serem revestidos de uma
habitação espiritual no céu. Não haverá discriminação nesse lugar. Só entrarão
os salvos, os remidos. Não haverá lugar nesse tribunal para julgamento
condenatório.
4. O juiz. O apóstolo Paulo declara que o exame das obras dos crentes será
realizado perante o Filho de Deus (2 Co 5.10). O próprio Jesus falou que todo o
juízo é colocado nas mãos do Filho de Deus. Faz parte da exaltação de Cristo
depois de Sua conquista no Calvário receber do Pai toda a autoridade e poder para
julgar.
III. COMO
PROCEDERÁ O TRIBUNAL DE CRISTO
1. A forma do exame. É claro que não se trata de examinar quem
será salvo ou não. A salvação do crente implica no ato especial da misericórdia
divina mediante a aceitação da obra expiatória de Cristo e a sua manutenção
enquanto ele estiver neste mundo. Todo crente está livre do Juízo se permanecer
fiel até o fim (Rm 8.1; J0 5.24; 1 Jo 4.17). Então, o julgamento não tratará da
questão do pecado, de condenação, uma vez que o pecado já foi abolido na vida do
crente e, por isso, ele estará no céu.
2. Os materiais da obra de cada crente (1 Co 3.12). O apóstolo
Paulo mencionou seis diferentes materiais que, figurativamente, representam os
elementos que empregamos na construção de nossa vida cristã. Os materiais são
indicados como ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno e palha. Os três
primeiros são resistentes ao fogo do julgamento de Cristo. Os três últimos são
frágeis e não resistem ao juízo de fogo.
3. A obra de cada um será provada (1 Co 3.13-15). O tribunal
de Cristo avaliará os materiais que temos utilizado na construção do edifício
da nossa vida cristã. As obras feitas com madeira, feno e palha serão
manifestas naquele dia, e o galardão será consoante à avaliação. divina.
Os materiais
de madeira, feno e palha são inflamáveis e perecíveis, por isso, tudo o que for
construído com eles não subsistirá.
4. O juízo que determinará a qualidade das obras feitas (2 Co
5.10).
As obras praticadas pelo crente serão submetidas ao julgamento naquele dia para
se determinar se são boas ou más. A palavra “mal” na língua grega aparece como
kakos ou poneros, e ambas significam aquilo que é eticamente mal. Porém, a
palavra poneros, além de denotar maldade, tem o sentido de se estar praticando
alguma coisa de total inutilidade. Portanto, o que Paulo entendia como obras
más era a prática de coisas sem utilidade alguma, feitas com materiais
espiritualmente imprestáveis.
IV. EXAME
FINAL NO TRIBUNAL DE CRISTO
No texto de
1 Co 3.14,15 está declarado que haverá dois resultados finais do exame (a prova
do fogo) das obras manifestas: o recebimento e a perda da recompensa.
1. Perda da recompensa. Esse fogo nada tem a ver com o fogo do
Geena. O fogo do tribunal de Cristo é figura da luz que revela as impurezas, ou
seja, a purificação. Portanto, as obras feitas por impulso carnal e para a
ostentação da carne não suportarão o calor do fogo de Deus, por mais bonitas
que sejam, serão desaprovadas.
2. Obtenção da recompensa. As obras praticadas com materiais
indestrutíveis na prova do fogo serão dignas da recompensa final, O Novo
Testamento apresenta várias recompensas, mas destaca algumas relativas às
atividades especiais. O próprio Senhor Jesus, Juiz desse tribunal, é quem fará
a entrega dos prêmios, galardões, recompensas (2 Co 9.6). Ele declara a João,
na ilha 4e Patmos, dizendo: “O meu galardão está comigo para dar a cada um
segundo as suas obras” (Ap 22.12). O apóstolo Paulo declara, também, que todo
crente receberá o seu louvor (elogio) da parte de Deus (1 Co 4.5).
3. Tipos de recompensas. O Novo Testamento usa uma linguagem
especial dos tempos do primeiro século da era cristã relativa ao tipo de
galardão que os vencedores das olimpíadas gregas e romanas recebiam como
prêmio. Havia coroas de vários materiais representando o tipo de vitória
conquistada por aqueles vencedores (1 Co 9.24,25),
a) A coroa da vitória (1 Co 9.25). A vida
cristã se constitui numa batalha espiritual contra três inimigos terríveis: a
carne, o mundo e o Diabo. Esta coroa é denominada, também, como coroa
incorruptível, porque se refere à conquista do domínio do crente sobre o velho
homem.
b) A coroa de gozo (1 Ts 2.19; Fp 4.1). A palavra
gozo significa prazer, alegria, satisfação. Uma das atividades cristãs que mais
satisfazem o coração do crente é o ganhar almas. Isto é, praticar o evangelismo
pessoal e ganhar pessoas para o reino de Deus. Na busca do gozo nesta vida,
nada é comparável ao de salvar almas para Cristo, livrando- as da perdição
eterna. Por isso, quem ganha almas, sábio é (Pv 11.30; Dn 12.3).
c) A coroa da justiça (2 Tm 4.7,8). É o prêmio
dos fiéis, dos batalhadores da fé, dos combatentes do Senhor, os quais vencendo
tudo, esperam a Sua vinda.
d) A coroa da vida (Ap 2.10; Tg 1.12). Não se
trata da simples vida que temos aqui. Essa coroa é um prêmio especial porque
implica conquista de um tipo de vida superior à vida terrena, ou à simples vida
espiritual, como a tem os anjos. É a modalidade de vida conquistada mediante a
obra expiatória de Cristo Jesus — a vida eterna. É o galardão da fidelidade do
crente.
e) A coroa de glória (1 Fe 5.2- 4). Certos
eruditos na Bíblia entendem que esta coroa é o galardão dos ministros fiéis que
promoveram o reino de Deus na Terra, sem esperar recompensa material.
CONCLUSÃO
A lição
maior que aprendemos acerca do tribunal de Cristo consiste em atentarmos
diligentemente para a nossa responsabilidade individual como cristãos no que se
refere às ações tanto as de caráter social quanto as espirituais praticadas em
benefício do reino de Deus.
Lições
bíblicas CPAD 1998
O TRIBUNAL
DE CRISTO
Texto áureo = “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para
que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou
mal.”2 Co 5.10.
Verdade prática = No tribunal de Cristo nossas obras e conduta
serão retamente julgadas e haverá recompensa ou perda de recompensa.
LEITURA
BIBLICA EM CLASSE = 2 Co, 5.10; 1 Co 3.11-15; Ap 1.13-17
INTRODUÇÃO
Nesta lição
estudaremos a respeito do julgamento da Igreja diante do tribunal de Cristo. A
este tribunal todos os crentes comparecerão, logo após o seu encontro com Jesus
nos ares, no arrebatamento da Igreja. Ali serão avaliados todas as nossas
obras, nosso trabalho que executamos através do corpo (2 Co 5.10). Ë de muita
importância para cada crente conhecer esta doutrina, porque muito breve
estaremos ali para sermos provados quanto aos méritos daquilo que fizermos para
Deus.
O julgamento
do crente diante deste tribunal não é para decidir se ele terá entrada ou não
no céu; se será remido ou não, pois este assunto já foi resolvido no momento em
que ele aceitou Jesus como seu Salvador. A salvação é mediante a fé, e não por
obras, O resultado deste julgamento será a recompensa ou perda da recompensa,
conforme o trabalho e o testemunho de cada crente (1 Co 3.13-15).
Deus é
galardoador dos que O buscam (Hb 11.6). Jesus disse que o que ceifa recebe
galardão (Jo 4.36). O que planta e o que rega recebem galardão, cada um segundo
o seu trabalho (1 Co 3.8).
1. ESTE
JULGAMENTO É EXCLUSIVO DOS CRENTES
1. Tipos de julgamento da Bíblia. O tribunal
de Cristo é um dos sete julgamentos de que trata a Bíblia:
1°) O
julgamento dos pecados dos crentes no Calvário (Jo 12.31- 32)
2º) O auto
julgamento dos crentes (1 Co 11.31-32)
3º) O
julgamento das obras do crente (Rm 14.10; 2 Co 5.10)
4º) O
julgamento de Israel (Ez 20.33-44)
5°) O
julgamento das nações (Mt 25.31,46)
6º) O
julgamento dos anjos de- caídos (2 Pe 2.4; Jd 6,7)
7º) O
julgamento final, o do Trono Branco (Ap 20.11-15).
É comum se
ouvir, mesmo em nossas igrejas e até mesmo de parte de alguns de nossos
ensinadores que no fim do mundo haverá um julgamento conjunto dos justos e dos
ímpios, porém a Bíblia ensina de modo diferente. Esses ensinadores deveriam
aprender primeiro para ensinar depois. Eles não querem saber de estudar a
Palavra de maneira gradual e sistemática, e ainda criticam os que se dedicam a
isso, da parte de Deus. Os tais criam para si seu próprio sistema de ensino
centrado na sua própria pessoa, e em conseqüência, edificam a sua própria
igreja (que eles chamam minha) fora dos padrões da doutrina bíblica. Os
pastores e dirigentes deveriam saber que o julgamento deles no Tribunal de
Cristo será mais exigente e mais rigoroso do que eles pensam.
O primeiro
julgamento mencionado, o do Calvário, já se realizou. Nesse julgamento Jesus
foi julgado em nosso lugar, sofrendo o castigo do nosso pecado — a morte, para
que pudéssemos ser salvos.
O segundo
julgamento mencionado, deve ser realizado diariamente pelo próprio crente,
olhando para sua própria vida, examinando o seu viver. Nesse juízo o juiz é o
próprio crente. Por isso o cristão deve vigiar a si mesmo, e iluminado pelo
Espírito Santo deve examinar-se diariamente diante de Deus, quanto à sua
submissão e lealdade ao Senhor; se está fazendo a boa, perfeita e agradável
vontade dEle. Nesse julgamento o crente deve fazer como Davi, pedir que Deus o
sonde e revele o que estiver errado (Sl 139.23,24).
Digamos que
pela convicção do Espírito Santo sintamos algum pecado cometido por nós.
Devemos, arrependidos, confessar e abandonar esse pecado, do contrário a
comunhão com Deus será interrompida e seremos privados dos benefícios dessa
bendita e santa comunhão. Os demais julgamentos ocorrerão separadamente e em
épocas distintas, onde cada grupo será julgado conforme as normas estabelecidas
pelo Supremo Juiz.
2. O local desse julgamento. O termo no original que designa o local é
“bema” como aparece em 2 Co 5.10 e Rm 14.10. É traduzido em português por
tribunal. É, pois, um termo técnico. Na antiga Grécia e no Império Romano o
local do bema consistia de uma plataforma elevada, ao ar livre, tendo acesso
por meio de degraus, onde era realizado o julgamento diante de autoridades
competentes e do público assistente. Neste sentido o termo aparece em Mt 27.19;
J0 19.13; At 18.16,17. O julgamento do crente no tribunal de Cristo terá lugar
nas regiões celestiais, após o arrebatamento da Igreja, para recebermos ou não os
galardões (1 Co 4. 5; 2 Tm 4.8). Jesus não estabeleceria seu tribunal na terra,
após levar sua Igreja da terra para o céu. A terra será palco do julgamento das
nações inconversas, quando Jesus vier à terra para isso. Jesus tem um local
melhor para julgamento dos santos.
3. O tempo do julgamento. Entre o arrebatamento da Igreja e a segunda
fase da vinda de Cristo, quando Ele virá com seus santos (Lc 14.14).. Esta
referência prova que o tribunal de Cristo ocorrerá no tempo da ressurreição dos
justos.
II. A BASE
DO JULGAMENTO NO TRIBUNAL DE CRISTO
O crente foi
julgado como pecador através da pessoa de Cristo, como o Cordeiro de Deus
sacrificado em seu lugar. O crente foi julgado como filho de Deus durante sua
vida. Agora, no tribunal de Cristo, o crente será julgado como servo, isto é,
quanto ao seu serviço prestado a Deus e o seu testemunho. Já foi dito que não
se trata de julgamento dos pecados do crente. Não. Nossos pecados já foram
julgados em Cristo, pela misericórdia e graça de Deus (2 Co 5.21; Gl 3.13).
Também não é julgamento quanto ao nosso destino eterno. Não. Nossa salvação não
depende daquilo que fazemos para Deus, mas, da obra redentora que Jesus
consumou uma vez para sempre por nós (Hb 7.27).
O julgamento
dos santos no tribunal de Cristo é o cumprimento da parábola dos talentos (Mt
25.14- 19), e está baseado em três aspectos da vida do cristão, os quais
passaremos a examinar.
1. Será um julgamento de obras (1 Co 3.8, 14, 15). O
julgamento das nossas obras perante o tribunal de Cristo mostrará como
administramos aqui nossa vida, nossos bens, nossos talentos, dons, energias,
enfim, tudo o que recebemos de Deus. Como remidos pelo sangue de Cristo, fomos
por Ele comprados e desde então não somos mais nossos. Não temos mais direito
de fazer o que quisermos com a nossa vida e tudo o que temos. Não somos mais
donos de nada e sim administradores de Deus — bons ou maus.
a. Todo crente comparecerá ali (2 Co 5.10). Aqui está
dito “todos haveremos de comparecer”, Todo crente, de qualquer posição ou
responsabilidade, inclusive os obreiros, aparecerão ali. “A obra de cada um se
manifestará” diz 1 Co 3.13. Significa que naquele dia cada crente encontrará
diante de si, publica- mente, toda sua obra feita na terra, e que terão que ser
aceitas pelo próprio. Ler Mc 4.22.
Esse será o
dia da prestação de contas da nossa mordomia. Esse dia está chegando e apesar
de ser uma perspectiva tão séria, há muita gente na igreja que deixa de cuidar
de sua vida para cuidar somente da vida dos outros...
b. Materiais de construção (1 Co 3.12).
Figuradamente o apóstolo Paulo menciona seis diferentes tipos de materiais de
construção empregados na edificação da Igreja. Ouro, prata, pedras preciosas
representam o trabalho que resistirá ao fogo do julgamento divino, quando os
olhos de Cristo, qual chama de fogo perscrutará cada trabalho realizado bem
como seus motivos ocultos.
Estes três
materiais resistem ao fogo, bem sabemos. Por outro lado, madeira, feno e palha
figuram as obras não aprovadas pelo Senhor, que não subsistirão no juízo,
ficando portanto nulas. O texto bíblico diz “sofrerá detrimento, mas o tal será
salvo, todavia, como pelo fogo” (v.15).
c. Os motivos e atitudes secretas serão pesados. Sim, os
motivos secretos do coração que levaram aos atos. Atos bons irias originados em
motivos errados e indignos serão conhecidos, para que se saiba porque alguém
tão laborioso perdeu seus galardões ou os teve diminuídos. Ler 1 Co 4.5; Rm
2.16.
d. Todo
trabalho aprovado por Deus será recompensado (1 Co 3.14; Hb 6.10).. Deus não é
injusto.
• Orações,
contribuições e jejuns, aprovados por Deus terão galardão (Mt 6.4,6,18).
• Até um
copo de água fria dado devidamente será recompensado (Mt 10.42).
2. Será um julgamento da conduta do crente. Cada crente
será julgado nesse particular. Trata-se do procedimento de cada crente por meio
do seu corpo. Bom ou mau procedimento. “Por meio do corpo”, diz 2 Co 5.10. Isso
envolve a conduta, o porte, o testemunho. Portanto, temperança em tudo é coisa
de grande valor e importância na vida de qualquer servo de Deus.
3. Será um julgamento do tratamento dispensado ao próximo, seja
quem for.
“Tu, porém, porque julgas a teu irmão? Ou tu, também porque desprezas a teu
irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo” (Rm 14.10).
Cuidado, pois, quanto à maneira de tratarmos uns aos outros, especialmente os
mais fracos.
III. O JUIZ
DO TRIBUNAL (Ap 1.14-17)
Nesta
passagem vemos Jesus como juiz, ao passo que no v. 13 vemo-lo como sacerdote.
Os castiçais de ouro do v. 13 representam as igrejas. Isto mostra que no
tribunal de Cristo a Igreja estará presente.
1. O julgamento dos obreiros. As sete estrelas do Ap 1.16 são
os pastores das igrejas. Significa que eles também estarão naquele julgamento,
e não apenas suas igrejas.
2. O julgamento dos mestres, professores, ensinadores. Seu
julgamento será maior, mais rigoroso, e mais exigente. Basta examinar Mt 5.19 e
Tg 3.1.
Os grandes
cismas que têm fracionado a Igreja através dos séculos, as pelejas e controvérsias
doutrinárias que têm causado toda espécie de males ao cristianismo são quase
sempre motivados pelos mestres, doutores, professores, teólogos e eruditos.
IV. OS
GALARDOES (2 Co 9.6)
1. O próprio Jesus distribuirá os galardões. Jesus tem
um galardão ou recompensa para entregar aos fiéis. Ele não mandará um representante seu fazer
isso, pois Ele mesmo disse: “Meu galardão está comigo para dar a cada um
segundo as suas obras” (Ap 22.12).
2. Tipos de galardões. Haverá diferentes tipos de galardões
simbolizados por coroas, porque no mundo bíblico do Novo Testamento os
galardões que os vencedores recebiam nas olimpíadas gregas (o termo vem de o limpo,
o monte sagrado dos deuses gregos). Uma coroa de ouro era conferida aos
vencedores. Paulo faz menção disso em 1 Co 9.24,25.
a. A coroa
da vida (Ap 2.10; Tg 1.12).
b. A coroa
da vitória (1 Co 9.25).
c. A coroa
de glória (1 Pe 5.2-4).
d. A coroa
da justiça (2 Tm 4.7,8).
e. A coroa
do gozo (1 Ts 2.19; Fp 4.1).
Lições
bíblicas CPAD 1985
O TRIBUNAL
DE CRISTO E OS GALARDÕES
“Porque
todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba
segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co 5.10).
Na primeira
fase da sua volta (arrebatamento), Jesus vem “para” os seus. Na segunda fase,
Ele virá “com” os seus para estabelecer o seu Reino, no Milênio, e implantar o
perfeito estado eterno.
Os cristãos,
em grande número, esperam a volta do Senhor como um evento “muito distante”, ou
bastante “remoto”, a ponto de não se preocuparem com sua vida, seu
comportamento e testemunho; não se importarem com suas atitudes e práticas,
como se, no final, tudo possa ser arranjado, ajustado e resolvido, perante
Deus.
Mas essa
visão pouco séria do que significa a volta de Cristo para buscar a sua Igreja
terá certamente consequências eternas de grande repercussão no futuro de muita
gente. Já vimos que a volta de Jesus encontrará o mundo, incluindo os crentes,
como “nos dias de Noé”, quando a humanidade só se preocupava com as coisas da
vida terrena, e não dava o menor valor às coisas espirituais, “até que veio o
dilúvio e consumiu a todos” (Lc 17,17).
Também
sabemos que, na volta do Senhor, a terra estará vivendo como “nos dias de Ló”,
o velho patriarca, que, em meio à corrupção de seu tempo, soube ficar
vigilante, mantendo sua comunhão com Deus, ainda que nem toda a sua família o
acompanhou em sua vida de santidade, e Deus destruiu Sodoma, Gomorra e cidades
vizinhas, mandando fogo do céu, como juízo sobre a impiedade daquela gente que
debochava de Deus, especialmente no que tange à sexualidade. Diante desses
fatos, a exortação de Cristo é para que seus servos vigiem: “Vigiai, pois, porque
não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mt 24.42),
Mas há outro
motivo, de grande importância, diante do qual a Igreja de Jesus, formada pelos
salvos, em todos os tempos e lugares, esteja preparada, em termos espirituais,
morais e éticos. E que está prevista uma prestação de contas, à qual terão que
responder todos os crentes, desde o princípio do mundo até o dia do
arrebatamento da Igreja. Esse evento se dará no “Tribunal de Cristo”. Não se
trata do Juízo final, que será instaurado para o julgamento dos ímpios (Ler Ap
20.11-15).
Será um
tribunal para julgar as obras e os atos dos crentes, nas igrejas, ao longo dos
tempos. Diz Paulo: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo,
para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou
mal” (2 Co 5.10; Rm 14.10).
I- DEFINIÇÃO E CONCEITUAÇÃO
1. Os Dois Tribunais
Haverá dois
julgamentos, em que as pessoas serão julgadas. No tribunal de Cristo, serão
avaliadas as obras dos salvos. No tribunal do Grande Trono Branco, ou no Juízo
Final, os ímpios serão julgados, segundo as suas obras (Jr 32.19). Até as
palavras serão julgadas. “Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os
homens disserem hão de dar conta no Dia do Juízo. Porque por tuas palavras
serás justificado e por tuas palavras serás condenado” (Mt 12.36,37).
2. O que Será o Tribunal de Crista
Será o
julgamento das obras dos salvos, praticadas na terra, para receberem, ou não, o
galardão correspondente. Não se tratará de julgamento de pecados, pois já são
salvos. Os ímpios é que passarão pelo julgamento de suas obras e pecados, no
juízo do Trono Branco, após o Milênio (cf. Ap 20.11-15). “E o julgamento dos
servos de Deus, quanto às suas obras na terra (2 Co 5.10; Rm 14.10). [...] Não
seremos julgados quanto à nossa posição e condição de salvos que temos em
Cristo, e sim quanto ao nosso desempenho como servos do Senhor”.
Segundo
Olson, “Esse julgamento não foi estabelecido para determinar se as pessoas que
diante dele comparecerem serão culpadas ou inocentes, isto é, salvas ou
perdidas, uma vez que este julgamento é exclusivamente para os salvos. A
questão individual já foi resolvida, há muito. Agora se trata da questão de
recompensas, que será resolvida conforme a fidelidade ou infidelidade do crente,
como mordomo na casa ao Mestre ( I Co 3:
11-15).
3. Nenhuma Condenação para os Salvos
Os salvos em
Cristo Jesus, desde que permaneçam fiéis, em santificação, não mais passarão
por qualquer tipo de condenação. “Portanto, agora, nenhuma condenação há para
os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o
espírito” (Rm 8.1). Estar “em Cristo Jesus” é a condição indispensável para ter
sido salvo e permanecer salvo. O salvo não perde a salvação, “se” estiver em
comunhão com Cristo, se viver em santificação. “[...] mas, como é santo aquele
que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (1 Pe
1.15). Diante desse fato incontestável, acerca da salvação em Cristo Jesus, os
salvos, que “em Jesus dormem” (1 Ts 4.14), serão ressuscitados, e os estiverem
vivos, em sua vinda, serão transformados para o encontro com Jesus nos ares (1
Ts 4.17). Esses comparecerão perante o Tribunal de Cristo, para serem
recompensados por suas obras, ações, atividades, alegrias e tristezas, êxitos e
sofrimentos.
O Justo Juiz
saberá avaliar as obras de cada um. “Desde agora, a coroa da justiça me está
guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a
mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.8). Os que amam a
vinda do Senhor são conservados irrepreensíveis para encontrar-se com Cristo (1
Ts 5.23).
II—O
JULGAMENTO NO TRIBUNAL DE CRISTO
1. A Natureza do Tribunal de Cristo
Aqui na
terra nenhum tribunal é instaurado para dar recompensas a ninguém. Via de
regra, todos os tribunais são estabelecidos para julgar casos de infração da
lei. Nesses julgamentos, comparecem pessoas acusadas de crimes ou infrações
contra a pessoa humana, contra a ordem pública, contra o patrimônio público ou
privado, e contra outros entes jurídicos, de acordo com o que é estabelecido
nas leis do país. Os que comparecem aos tribunais, de um lado, são os
reclamantes ou os autores de ações judiciais. De outro, são os réus, acusados
de delitos ou descumprimento das normas legais, acompanhados de seus advogados,
que os representam perante o juiz. O Tribunal de Cristo é o único, no universo,
que tem por finalidade fazer justiça, recompensando as obras dos salvos, com
maior ou menor galardão, ou recompensa. Jesus disse: “E eis que cedo venho, e o
meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12).
2. Quando Acontecerá?
Logo após o
Arrebatamento da Igreja, os salvos comparecerão perante o Tribunal de Cristo.
Naquele tribunal celeste, os crentes terão o julgamento das obras. De acordo
com a Bíblia, o Tribunal de Cristo ocorrerá antes das Bodas do Cordeiro (Ap
19.7-9), antes daquela que será a maior e mais gloriosa festa nupcial do
universo. Os salvos em Cristo serão reunidos com Jesus, nos ares, ou nas nuvens
(1 Ts 4.13- 17; 2 Ts 2.1). Ali, certamente, Jesus recepcionará a sua Noiva, lhe
dará as boas vindas, e se assentará no trono do seu Tribunal para julgar as
obras dos crentes, e lhes anunciar qual o prêmio ou galardão de cada um pelo
que tiver feito na terra.
3. Quem Será o Juiz e quem Será Julgado?
O Juiz, como
indica a Bíblia, será nosso Senhor Jesus Cristo. “Desde agora, a coroa da
justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e
não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.8; ver
Jo 5.22). Por isso será chamado o Tribunal de Cristo (2 Co 5.10). Serão
julgados, para receber a recompensa, todos os crentes:
“Porque
todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo
o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co 5.10 - grifo nosso).
A expressão “todos devemos” indica que se refere aos cristãos fieis que forem
arrebatados, na vinda de Jesus.
III — AS
OBRAS E SEU JULGAMENTO
O cristão
deve ter cuidado com o que faz, pois seus atos serão julgados no tribunal de
Cristo. “E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e
não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque
a Cristo, o Senhor, servis. Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer;
pois não há acepção de pessoas” (Cl 3.23-25).
1. Os Salvos e as suas Obras
a) O valor das obras do salvo. Jesus disse: “Assim resplandeça
a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem
o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16 — grifo nosso). São obras, vistas
pelos homens, que demonstram a grande mudança na vida do crente e contribuem
para a glória de Deus. Mesmo assim, elas serão julgadas. Será um julgamento
individual (1 Co 3.13).
A salvação
do crente em Jesus é pela graça. Não depende das obras (Ef 2.8,9). Mas as obras
dos salvos têm muito valor diante de Deus. As obras aperfeiçoam a fé (Tg 2.22);
as obras justificam a fé (Tg 1.21); e a fé sem as obras (de salvo) é morta (Tg
2.17) e as obras (da lei, dos atos humanos, da carne — GI 5.19; 2 Tm 1.9) sem a
fé são mortas. A fé salvífica tem que andar lado a lado com as obras de salvo,
demonstradas pela obediência, pela “santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor” (Hb 12.14). No Tribunal de Cristo, serão avaliadas ou julgadas as obras
dos salvos, as quais poderão ser aprovadas ou reprovadas. As que forem
aprovadas darão direito ao galardão (cf. 1 Co 3.14,8). Não serão julgados os
pecados cometidos na terra. Esses já terão sido perdoados por Jesus (Hb 8.12;
10.17).
b) O testemunho do salvo. As obras dos salvos falam de seu testemunho,
comprovando que os mesmos já morreram para o mundo e são novas criaturas em
Cristo (Mt 5.16; 2 Co 5.17). Precisamos dar bom testemunho perante a igreja e o
mundo. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras,
as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Somos salvos,
tendo passado pelo processo divino da regeneração. Paulo diz que foi Deus quem
preparou “as boas obras [...] para que andássemos nelas”. De forma mais
abrangente, podemos dizer que será julgado o nosso trabalho, ou a nossa
administração, na casa do Senhor, como mordomos, encarregados das coisas de
Deus aqui na terra.
E tarefa por
demais sublime para ser tratada de qualquer forma, sem zelo ou cuidado. Na
parábola do mordomo infiel, o seu senhor o chama à prestação de contas (Lc
16.2). Jesus também nos pedirá a prestação de contas cio que nos entregou para
administrar como seus mordomos.
Deus nos
concede muitos bens ou talentos para que façamos a sua obra. No sermão
profético, Jesus proferiu a parábola dos dez talentos. E comparou o seu Reino a
um senhor que, tendo de ausentar-se, entregou todos os seus bens a seus três
servos ou mordomos. E deu a um dez talentos; a outro, cinco, e a outro, apenas
um talento (Mt 25.14-30). Essa parábola nos diz que Deus dá a cada parte dos
seus bens, espirituais, morais, fisicos, ministeriais ou eclesiásticos, de
acordo com a capacidade de cada um (Mt 25.15). Os talentos representam nossos
recursos, nosso tempo, nossa vida, nossas habilidades, concedidas por Deus.
Notemos que
o senhor não dá a todos a mesma responsabilidade. Desde o dia da conversão, o
salvo torna-se servo de Cristo, e tem o dever espiritual e moral de cooperar na
casa do Senhor, Uns de uma forma, outros, de outra. Cada um conforme a sua
capacidade.
2. Como as Obras Serão Julgadas?
A precisão
cio julgamento. O julgamento será tão preciso que é comparado à passagem de
materiais pelo fogo: “a obra de cada um se manifestará; na verdade, o Dia a
declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra
de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá
galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será
salvo, todavia como pelo fogo” (1 Co 3.13-15). O Espírito Santo será o
assistente naquele julgamento. As obras serão comparadas a materiais, na
linguagem humana. Cada tipo de material simbólico mostra o tipo, a natureza e a
forma com a qual terão sido praticadas pelos crentes, em todos os lugares do
mundo, em todas as igrejas.
Vejamos, na
seqüência do texto, a comparação das obras com os respectivos materiais.
2.1. Obras que Serão Aprovadas
a) Obras comparadas a ouro. Na Bíblia, o ouro é símbolo das coisas de
Deus, das coisas divinas (Já 22.23-25; Ap 22.18,22). São obras que são feitas
para a glória de Deus, feitas em comunhão com Ele, “feitas em Deus” (lo 3.21),
de pleno acordo com sua palavra. O crente que glorifica a Deus com suas obras
está praticando obras comparáveis a ouro (Mt 5.16). São “as boas obras, as
quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Se tratamos os irmãos
e os outros com o amor de Deus, isso é comparado a ouro.
Quando
usamos bem os talentos dados por Deus, realizamos obras “de ouro” (Mt
25.14,20). São obras que glorificam a Deus: “Assim resplandeça a vossa luz
diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso
Pai, que está nos céus” (Mt 5.16 — grifo nosso).
b) Obras comparadas a prata. Na tipologia bíblica, a prata é
símbolo de redenção. No Antigo Testamento, a redenção dos filhos de Israel era
paga em prata (Ex 30.11-16; Lv 5.15; 27,3). No Novo Testamento, simboliza a
redenção feita por Cristo: “sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como
prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por
tradição, recebestes dos vossos pais” (1 Pe 1.18; 1 Co 6.20). São obras feitas
em Cristo. O crente que ganha almas, que prega a Palavra, que dá bom testemunho
da sua fé em Jesus, está realizando obras de prata. Os obreiros do Senhor que
cuidam bem do rebanho realizam obras de prata. Visitar os enfermos, os
carentes, evangelizar, podem ser obras de prata.
c) Obras comparadas a pedras preciosas. São símbolos
do Espírito Santo, ou da glória de Cristo no crente (ver Jo 17.22). Os crentes
que possuem os dons espirituais (1 Co 12) têm o adorno do Espírito Santo. São
obras feitas pelo poder cio Espírito Santo (Fp 3.3; Tt 3.5). E adorar a Deus
“em Espírito e em verdade” (lo 4.23). São obras na unção do Espírito Santo.
Evangelizar, pregar, cantar na unção, podem ser pedras preciosas. É o
testemunho eloquente do servo ou da serva de Deus, andando de acordo com a sã
doutrina (Tt 2.10).
As obras que
forem comparadas aos três materiais acima serão aprovadas, e os seus
praticantes terão galardão de Deus (1 Co 3.13,14).
2.2. Obras que Perecerão
“Se a obra
de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como
pelo fogo” (1 Co 3.15). Esse texto mostra que haverá crentes cujas obras não
serão aprovadas no julgamento de Deus, no Tribunal de Cristo. São obras mortas,
obras que não têm valor diante de Deus. São obras que alguns crentes praticam,
para sua própria glória, mas não glorificam a Deus. São obras feitas por muitos
de modo relaxado, sem o zelo necessário a quem serve a Deus,.
As obras não
serão recompensadas, mas “o tal será salvo, todavia como pelo fogo”. Isso quer
dizer que, como não se trata de julgamento. de pecados, quem pratica tais obras
poderá ser salvo, mas sem recompensas ou galardões. Não haverá inveja ou
tristeza, pois tais sentimentos são carnais e não entrarão no céu. Só o fato de
chegar lá já será motivo de grande alegria. Mas é melhor fazer o melhor para
Deus.
a) Obras comparadas a madeira. Na Bíblia, madeira é símbolo
das coisas humanas. E uma figura da árvore, que cresce por si mesma. Há crentes
que fazem muitas coisas, mas buscando a glória humana. No fogo do julgamento,
elas vão desaparecer. Há quem trabalha muito nas igrejas, mas não o fazem para
a glória de Deus. Não terão o reconhecimento por parte do Senhor.
b) Obras comparadas a feno. Feno é capim, é erva seca. São obras
aparentes, mas sem consistência, como erva seca (Is 15.6). O capim precisa ser
renovado. E coisa perecível (Is 51.12). Representam obras de crentes que fazem
muita coisa para aparecer. A preocupação deles é com a quantidade, e não com a
qualidade. Um monte de feno pode ser muito grande, mas, no fogo, desaparece em
segundos. Não haverá galardão para esse tipo de obra. Pregar para aparecer;
pregar por dinheiro; cantar para aparecer, para ter a glória dos homens,
buscando o aplauso das multidões, sem dúvida alguma, são obras de feno;
aparecem muito, mas não têm consistência, e já receberam seu galardão, em termos
de dinheiro; nada terão lá, no céu. “Já receberam o seu galardão”, aqui mesmo
(cf. Mt 6.2,5,16).
c) Obras comparadas a palha. A madeira tem certa consistência, mas a
palha é muito fraca. Não resiste à força do fogo. O vento leva com facilidade
(SI 1.4; Jó 21.18; Os 13.3). E instável. Não pode se misturar com o trigo (Jr
23.28). Segundo o Pr. Eurico Bergstén, “Palha também fala de escravidão: foi
palha que os israelitas tiveram de colher no Egito (Ex 5.7). Devemos, portanto,
servir a Deus na liberdade do Espírito, e não numa escravidão imposta por nós
mesmos ou por outros”. Palha representa obras sem firmeza. Há crentes que não
sabem o que querem na vida cristã. Vivem mudando o tempo todo. Mudam de cargo,
mudam de igrejas com facilidade. São
levados por “todo vento de doutrinas (
Ef 4.14 ).
As obras que
forem comparadas a esses três últimos tipos de materiais não ensejarão
galardões: “Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será
salvo, todavia como pelo fogo” (1 Co 3.15). Deus é um Deus de bondade, de amor,
e também de justiça. No seu julgamento, Ele não falhará: “[...] porque vem a
julgar a terra; com justiça julgará o mundo e o povo, com equidade” (SI 98.9).
Ninguém
escapará do julgamento de Deus. No Juízo Final, os ímpios darão contas de todas
as suas obras de impiedade que cometeram (Sl 9.17). “Porque está escrito: Pela
minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua
confessará a Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus”
(Rm 14.11,12 — grifo nosso). Mais uma vez, Paulo usa o verbo de forma
inclusiva, em relação aos crentes — “cada um de nós”, mostrando que cada crente
dará contas a Deus de todas as obras que houverem praticado aqui. Sem dúvida, é
uma alusão ao Tribunal de Cristo.
III - Os
GALARDÕES DOS SALVOS EM CRI5T0
Galardão
significa prêmio, recompensa. Os salvos em Cristo, que participarem do
arrebatamento da igreja, serão reunidos nas regiões celestiais para receberem o
seu galardão, individualmente, conforme a avaliação de Cristo. A entrega dos
galardões é prevista por Jesus: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está
comigo para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12 — grifo nosso). Cada
crente é considerado um “despenseiro de Deus”, que deve trabalhar com
fidelidade para ser reconhecido por seu Senhor: “Que os homens nos considerem
como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso,
requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel, [...]
Portanto,
nada julgueis antes do tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz
as coisas ocultas das trevas e manifestará os desígnios dos corações; e, então,
cada um receberá de Deus o louvor (1 Co 4.1,2,5). Cada crente receberá o
galardão e o louvor da parte de Deus pelo que houver realizado na igreja e em
sua vida pessoal. Na Bíblia, vemos alguns tipos de galardões e a quem se
destinam.
a) Coma da vida. É o galardão previsto para todos os salvos,
que permaneceram fiéis até à morte ou à vinda de Jesus. “Bem-aventurado o varão
que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a
qual o Senhor tem prometido aos que o amam” (Tg 1.12; Ap 2.10).
b) Coroa da vitória. É o prêmio para todo o salvo, que vencer as
lutas e tentações da vida terrena. “E todo aquele que luta de tudo se abstém;
eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma
incorruptível” (1 Co 9.25). O crente fiel se abstém de tudo o que não agrada a
Deus, mesmo com perda de vantagens, posições ou lucros, por causa da coroa
incorruptível que receberá no julgamento de suas obras. A vitória é sua chegada
aos céus, ao lado de todos os salvos, na vinda de Jesus.
e) Coroa de glória. É a recompensa especial para os obreiros do
Senhor, que labutam na sua obra, com fidelidade, humildade, desprendimento e
amor. “Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não
por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao
rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de
glória” (1 Pe 5.2-4).
d) Coroa de gozo. E o galardão do ganhador de almas, daquele
que, além de ser fiel, vencer as tentações e as barreiras da vida, esforça- se
para ganhar almas para o Reino de Deus (Pv 11.30; Dn 12.3).
Não só
pastores, evangelistas e dirigentes de igrejas, mas muitos pregadores e
evangelizadores anônimos, que fazem um excelente trabalho, divulgando o
evangelho de Cristo, nas casas, nas ruas, nos hospitais, nas escolas, em toda a
parte; principalmente em lugares, onde arriscam a própria vida para tornar
Cristo conhecido. “Porque qual é a nossa esperança, ou gozo, ou coroa de
glória? Porventura, não o sois vós também diante de nosso Senhor Jesus Cristo
em sua vinda? Na verdade, vós sois a nossa glória e gozo” (1 Ts 2.19,20; Fp
4.1).
e) Coroa da justiça. É o prêmio ou recompensa dos que perseveram
até o fim de sua jornada. Como disse Paulo: “Combati o bom combate, acabei a
carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a
qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também
a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.7,8). Jesus disse: “E sereis
aborrecidos por todos por amor do meu nome; mas quem perseverar até ao fim,
esse será salvo” (Mc 13.13). É o coroamento da vida do crente, “pelas veredas
da justiça” (SI 23.3b).
f) Galardão de servos. São recompensas que Jesus dará a todos os que
servem a seus servos, na condição de profeta, justo, pequeninos ou discípulos.
“Quem recebe
um profeta na qualidade de profeta receberá galardão de profeta; e quem recebe
um justo na qualidade de justo, receberá galardão de justo. E qualquer que
tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos, em nome de
discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão”
(Mt
10.41,42).
Esses
galardões, com poucas exceções, como no caso do galardão de obreiros ou de
ganhadores de almas, podem ser recebidos por todos os crentes fiéis e santos
que aguardam a vinda de Jesus. No Tribunal de Cristo, eles verão que valeu a
pena suportar as aflições do tempo presente: “Porque para mim tenho por certo
que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em
nós há de ser revelada” (Rm 8.18), Jesus é que fará a criteriosa avaliação das
obras dos salvos para dar a cada um conforme o seu trabalho (Ap 22.12).
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja: Evangélica Assembléia de Deus
Ministério Belém Em Dourados – MS
Livro: O Final de Todas as Coisas = Esperança
e glória para os salvos = Autor Elinaldo Renovato = 1ª Edição CPAD 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário