ABRAÃO, A ESPERANÇA DO PAI DA FÉ
4º
TRIMESTRE 2016 (Gn 12.1-10)
TEXTO
ÁUREO = Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar
que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia." (Hb 11.8)
VERDADE
PRÁTICA = A fé que Abraão tinha em Deus fez com que ele vencesse todos os obstáculos em sua caminhada.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Gênesis
12. 1-10
Introdução
Abrão
nasceu quando seu pai estava em Ur dos Caldeus (Gn 11.27,28). Essa cidade antiga
ficava cerca de 160 km a sudeste da cidade de Babilônia, e perto do rio
Eufrates, na região chamada Iraque. “Sin” o deus-lua, era o deus padroeiro
dessa cidade. Tinha uma grande movimentação turística e comercial e
constituía-se num importante complexo de atividades da Suméria. Provavelmente
Abrão nasceu no ano de 2166 a.C..
O
nome primeiro de Abrão (Gn 11.26) significa: “pai elevado”, ou “pai
das alturas”.
Posteriormente,
depois de uma aliança feita com Deus, seu nome passou a ser Abraão, que
significa: “pai fecundo” ou “pai de uma multidão”.
Este último nome dado por Deus ao patriarca era profético, pois, no tempo
certo, ele haveria de ser o pai de uma numerosa multidão (Gn 17.5,6).
Abraão
era filho de Terá, o décimo na linhagem depois de sem, portanto, ele era um
semita. A Escritura diz que enquanto os cananeus filhos de Cam receberam a
maldição de Deus, os filhos de Sem tornaram-se ancestral do povo de Deus e
encabeçaram a genealogia que introduziu Terá, o pai de Abraão (Gn 11.10-32)
mencionado na genealogia de Jesus (Lc 3.36).
Abraão
havia casado com uma mulher chamada Sarai. A Bíblia diz que ela era estéril (Gn
11.30). Na ocasião em que Deus mudou o nome de Abraão, também mudou o nome de
sua esposa, que ao invés de Sarai, agora seria chamada Sara, que significa: “princesa”
(Gn 17.15).
I – CHAMADA DE ABRAÃO
A
chamada de Abraão conforme a narrativa de Gênesis 12, dá início a um novo
capitulo na revelação do AT sobre o proposito divino de redimir e salvar a raça
humana. A intenção de Deus era que houvesse um homem que conhecesse e o servisse
e guardasse os seus caminhos.
·
Gn 18.19 -
Porque eu o tenho conhecido, e sei que ele há de ordenar a seus filhos e à sua
casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para agir com justiça e
juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado.
De
vital importância na chamada de Abraão foi o propósito de Deus para que ele
fosse um líder espiritual em sua casa e ensinasse a seus filhos o caminho do
Senhor. Com a chamada de Abraão, Deus estabeleceu o pai como o responsável na
familia para ensinar os filhos “para guardarem o caminho do Senhor, e para
agirem com justiça e juízo”.
A
Bíblia em Gn 11.27, começa a história de uma única familia escolhida por Deus,
para por ela trazer a redenção da raça humana.
A renúncia Gn 12.1
ü Sua
pátria, ...Sai-te da tua terra;
ü Seu povo
e e seus familiares, ...da tua parentela e da casa de teu pai;
Não
foi fácil para Abraão sair de sua terra, de sua parentela e da casa do seu pai.
Na verdade apesar da exigência divina de lhe pedir tal renúncia, ele levou consigo
seu pai e também seu sobrinho (Gn 11.31; At 7.2-4). No caminho, seu pai faleceu
e seu sobrinho lhe trouxe grandes problemas (Gn 11.32; 13.7; 14.12-14). Abraão
aprendeu que não é bom caminhar com aquilo que Deus pede para nos
desvencilharmos (Mt 10.37; 16.24,25).
A Orientação Divina
ü ...para a terra que eu te mostrarei Gn 12.1. Abraão
não sabia para onde ir, aprendeu a confiar em Deus, “Pela fé
Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por
herança; e saiu, sem saber para onde ia Hb 11.8”.
A
separação de sua pátria, de seu povo e de seus familiares (12.1), para
tornar-se estrangeiro e peregrino na terra (Hb 11.13). Em Abraão, Deus estava
estabelecendo o princípio importante de que os seus deviam separar-se de tudo
quanto possa impedir o proposito divino na deles.
II
- ABRAÃO E AS DIFICULDADES QUE ENFRENTOU
Abraão
recebeu um chamado divino e ele correspondeu a esta convocação de sair de sua
terra e ir para uma terra que Deus lhe mostraria (Gn 12.1-4). Todavia, apesar
de renunciar o que Deus havia lhe pedido e sair rumo a Sua vontade, o patriarca
enfrentou diversas dificuldades. Vejamos algumas delas:
A
terra prometida estava ocupada (Gn 12.5,6; 28.1).
A
primeira grande dificuldade com a qual Abraão se deparou foi o fato de que a
terra para onde Deus o dirigiu para habitar já estava ocupada. Ele estava como
estrangeiro e peregrino, viajando de um lugar para outro. Nunca foi dono de um
metro quadrado de terra, a não ser o local de sua sepultura, pois os cananeus
eram os senhores daquela terra. Por certo eles não facilitariam a vida de
Abraão e sua gente. Acrescenta-se ainda que seus costumes eram estranhos ao
comportamento santo que Deus exigia do patriarca (Gn 17.1; 24.3). Portanto,
para o crente Abraão viver neste ambiente hostil era um grande desafio. Nesta
dificuldade, o patriarca ergueu o altar e invocou o Senhor (Gn 12.7,8) e
esperou no Senhor quanto a promessa da terra que sua semente herdaria (Gn
13.14-17).
A
terra prometida estava em crise (Gn 12.10).
A
segunda dificuldade que Abraão enfrentou naquela terra foi a fome. A terra da
promessa, Canaã, era uma região que estava passando por escassez, o que
aparentemente não correspondia ao que Deus prometeu. Não havia quase nada para
a subsistência do seu povo nem para os animais. Não foi fácil para Abraão sair
de uma rica e próspera cidade, atendendo ao chamado divino que lhes fez grandes
promessas e agora de forma paradoxal estar numa cidade em crise. Será que ele
tinha fé para acreditar que Deus estava guiando a sua história? A atitude de ir
ao Egito mostrou que não. Precisamos confiar em Deus em meio as crises e não
procurarmos aparentes saídas das provações a que fomos submetidos. Assim como
Abraão, somos peregrinos e forasteiros neste mundo e nessa peregrinação
passamos por muitas provações (I Pe 2.11). Um autêntico servo de Deus não está
livre de turbulências (Tg 1.3). Podemos ser contristados pelas dificuldades (I
Pe 1.6), mas devemos ter em mente que o Senhor livra os piedosos (2 Pe 2.9).
A
estrada da maturidade da fé é um teste constante, no qual as pressões da vida
cooperam em forma de “provações” (Tg 1.2), as quais quando
enfrentadas com fé e perseverança, nos tornam “maduros e completos” (Tg
1.4). Deus permite circunstâncias adversas a fim de que aprendamos algumas
lições. Eis algumas lições que Abraão aprendeu:
·
Aprendeu renunciar (Gn 12.1-3).
·
Não foi fácil para Abraão sair de sua
terra, de sua parentela e da casa do seu pai. Na verdade apesar da exigência
divina de lhe pedir tal renúncia, ele levou consigo seu pai e também seu
sobrinho (Gn 11.31; At 7.2-4). No caminho, seu pai faleceu e seu sobrinho lhe
trouxe grandes problemas (Gn 11.32; 13.7; 14.12-4). Abraão aprendeu que não é
bom caminhar com aquilo que Deus pede para nos desvencilharmos (Mt 10.37;
16.24,25).
·
Aprendeu a depender (Gn 12.10-20).
Ao chegar na terra que por Deus foi
mostrada e nela encontrar dificuldades, Abraão deveria buscar a Deus sobre como
deveria agir nessa situação. Na verdade, a sua própria voz falou mais alto e
ele desceu ao Egito afim de garantir sua sobrevivência. Esta descida quase
resultou num grande desastre familiar, senão fosse a intervenção divina. Abraão
reconheceu que agiu precipitadamente e saiu do Egito retornando para o lugar
que Deus lhe dissera (Gn 13.1-4). É melhor estar na dificuldade com Deus do que
na facilidade fora da vontade divina (I Pe 3.17).
·
Aprendeu a confiar (Gn 16.1-16).
Deus já havia prometido que daria um
filho a Abraão com a sua esposa Sara (Gn12.2; 15.4), no entanto, entre a
promessa e o cumprimento, o casal resolveu tomar um atalho (Gn 16.1-4). As consequências
de tal atitude foram desastrosas, trazendo amargura dentro lar (Gn 16.4,5;
21.9). O casal aprendeu na prática que, confiar na promessa de Deus é melhor,
pois traz satisfação e alegria (Gn 21.1-6).
·
Aprendeu a amar (Gn 22.1-18).
Abraão precisava aprender que o
relacionamento com Deus não deve ser mercantil,ou seja, obediência em troca de
favores, senão obediência por amor. Para ensinar isso, Deus lhe pediu em
sacrifício o seu único filho (Gn 12.4; 21.5; 22.1). O patriarca não hesitou em
atender a voz divina, levando o seu filho para o monte a fim de ser sacrificado
(Gn 22.3). Lá experimentou a providência divina que, enviou-lhe um carneiro a
fim de poupar Isaque (Gn 22.13). Abraão aprendera que embora ame algo ou
alguém, este amor deve estar sempre abaixo do amor que deve ser tributado a
Deus que é a nossa prioridade (Gn 22.11,12,16; Dt 6.5; Mc 12.30).
III - A PROMESSA DE
DEUS NA VIDA DE ABRAÃO E SEUS DESCENDENTES
ü Gn 12.2,3 - E far-te-ei uma
grande nação, abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção.
E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem, e em ti serão benditas todas as famílias da
terra.
Deus prometeu a Abraão uma terra, uma grande nação
através de seus descendentes e uma benção que alcançaria todas as nações da
terra. O NT ensina claramente que a última parte da promessa se cumpre na
proclamação missionaria do evangelho de Cristo.
Desde os primórdios da
raça humana, o propósito de evangelho era abençoar todas as nações com a
salvação. Deus está agora realizando seu propósito através de Jesus e seu povo
fiel. A promessa da redenção foi confirmada a Abraão, a Isaque seu filho como,
a muitos que posteriormente permearam essa terra.
Por
Abraão possuímos uma fé em Deus, expressada pela obediência.
- Gn
15.5 - Então o levou fora, e disse: Olha agora para os céus, e conta as
estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua descendência.
- Rm
4.1-5 - Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a
carne? Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se
gloriar, mas não diante de Deus. Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão a
Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Ora, àquele que faz qualquer
obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida.
Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua
fé lhe é imputada como justiça.
- Rm 4. 16-24 - Portanto, é
pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme
a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé
que teve Abraão, o qual é pai de todos nós, (Como está escrito: Por pai de
muitas nações te constituí) perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o
qual vivifica os mortos, e chama as coisas que não são como se já fossem.
O qual, em esperança, creu contra a esperança, tanto que ele tornou-se pai
de muitas nações, conforme o que lhe fora dito:
Assim
será a tua descendência. E não enfraquecendo na fé, nào atentou para o seu
próprio corpo já amortecido, pois era já de quase cem anos, nem tampouco para o
amortecimento do ventre de Sara. E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade,
mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus, E estando certíssimo de que o
que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer. Assim isso lhe foi
também imputado como justiça. Ora, não só por causa dele está escrito, que lhe
fosse tomado em conta, Mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que
cremos naquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor.
- At
3.25 -
Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus fez com nossos pais,
dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas todas as famílias da
terra.
·
Gl 3.8 - Ora,
tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios,
anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas
em ti.
Além disso, a chamada de Abraão envolvia, não somente uma pátria
terrestre, bem como uma pátria celestial. Sua visão alcançava um lar definitivo
não mais na terra, e sim no céu; uma cidade cujo artífice e construtor é o
proprio Deus.
A partir de então, Abraão desejava e buscava uma pátria celestial onde
habitaria eternamente com Deus em justiça, alegria e paz.
·
Hb 11.9,10 - Pela fé
habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com
Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade
que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus.
·
Hb 11.14 – 16 - Porque,
os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria.
E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar.
Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade.
E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar.
Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade.
Conclusão
Abraão venceu
pela fé. Recebeu o chamado de Deus, obedeceu e apesar das dificuldades
permaneceu confiante crendo no invisível. Sabia ele que o melhor estava por
vir. De igual modo, nós tambem recebemos de Deus maravilhosas promessas, mas
precisamos usar nossa fé para vencermos as crises que irão se por a nossa
frente. Somente a fé nos fará vencer e esperar inteiramente em Deus o
cumprimento de suas promessas.
Referencias
CABRAL, Elienai. Abraão: as experiências de nosso pai na fé.
CPAD.
HOFF, Paul. O Penteteuco. VIDA.
GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco Superintendência das Escolas Bíblicas
Dominicais
Elaboração pelo Pb.
Mickel Souza
Igreja Evangélica
Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
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