A fidelidade de deus
TEXTO ÁUREO = “A tua benignidade, Senhor, chega
até os céus, até as nuvens a tua fidelidade” Sl 36.5
VERDADE PRATICA = A fidelidade de Deus é a base sólida da
sustentação de nossa confiança e relacionamento com Ele.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
► Reconhecer
que a fidelidade de Deus é imutável;
► Crer que
todas as promessas de Deus ao Seu tempo se cumprirão;
► Compreender
que a infidelidade humana não altera a fidelidade de Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Sl 89.1 - Cantarei
para sempre as tuas misericórdias, ó Senhor, os meus lábios proclamarão a todas
as gerações a tua fidelidade.
Sl 89.2 - Pois
disse eu: a benignidade está fundada para sempre: a tua fidelidade, tu a
confirmarás até nos céus, dizendo.
Sl 89.5 - Celebrem
os céus as tuas maravilhas, ó Senhor e na assembleia dos santos a tua
fidelidade.
Sl 89.24 - A minha
fidelidade e a minha bondade o hão de acompanhar e em meu nome crescerá o seu
poder.
INTRODUÇÃO
A
fidelidade de Deus, um dos grandes temas da Bíblia, carrega em si a ideia do
compromisso inabalável de Deus em manter, na relação com o Seu povo, tudo
quanto se encontra escrito na Sua Palavra. A fidelidade é uma das gloriosas
perfeições do Senhor, uma vestimenta do próprio Deus (Sl 89.8). Tudo o
que há acerca de Deus é grande, vasto e incomparável, assim é também Sua
fidelidade (Sl 36.5).
1. A FIDELIDADE É UM ATRIBUTO DO
CARÁTER DE DEUS
A
fidelidade é parte inerente do ser divino e Ele tem enorme satisfação em
revelar-se a Seu povo como Deus fiel (Dt 7.9). O apóstolo Paulo afirma
que nem mesmo a infidelidade humana pode alterar a fidelidade divina (2 Tm
2.13).
1.1 A vida de Deus não muda
Ele é
desde a antiguidade (Sl 93.2). O salmista Davi compreende uma revelação
da perfeição divina (Sl 102.26,27), por da qual Deus não está sujeito a
qualquer mudança, não somente em Seu ser, mas também em suas profecias,
propósitos e promessas (Hb 6.13,14). A fidelidade de Deus está expressa
em Sua coerência moral e pessoal no Seu relacionamento com as pessoas. Por
isso. Deus é comparado a uma rocha (Dt 32.4). Ele permanece sempre na
mesma posição. Ele é eternamente o pai das luzes, em que não há mudança nem
sombra de variação (Tg 1.17).
Deus não
envelhece. Sua vida não aumenta nem diminui. Ele não ganha novas forças nem
perde o que possui. Não amadurece nem se desenvolve. Ele não se torna mais
forte nem fica mais fraco, nem mais sábio à medida em que o tempo passa, pois
já é perfeito não pode mudar nem para melhor nem para pior. (Arthur W. Pink).
1.2 O caráter de Deus não muda
No curso
da vida humana, gosto, perspectivas, tempo, temperamento, entre outros, pode
mudar o caráter de uma pessoa, mas nada pode alterar o caráter de Deus. Ele
nunca se torna menos verdadeiro, misericordioso, justo ou fiel (Êx 34.6). O
caráter de Deus é hoje, e sempre será, exatamente como era nos tempos bíblicos,
conforme a auto-revelação de Deus a Moisés (Êx 3.14). Ele tem vida em si
mesmo e o que Ele é agora será eternamente (Hb 13.8).
O
caráter de Deus é imutável. Assim, Tiago, numa passagem que trata da bondade
santidade de Deus, Sua generosidade para com os homens e hostilidade para com o
pecado, menciona Deus como aquele “em quem não pode existir variação ou sombra
de mudança” (Tg 1.17).
1.3 Os propósitos de Deus não
mudam
Os
planos do homem podem mudar por falta de previsão ou ausência de poder. Porém,
os propósitos de Deus nunca se alteram (Sl 33.11), visto que Deus é
Onisciente, Onipotente e Onipresente. O que Deus executa no presente, Ele já
planejara desde a eternidade (Ef 3.3-11). Tudo o que se encontra em Sua
Palavra, Ele se comprometeu a realizar (Mc 13.31). O Seu propósito
abrange grandes reinos (Dn 4.32), mas também tem planos para seus servos
de forma individual (At 9.15) e com relação à Igreja (Fp 1.6). Podemos
ter certeza de que o propósito de Deus com respeito à nossa salvação não é uma
vaga possibilidade, mas uma convicção inabalável. A volta de Jesus e a
consumação da nossa salvação é uma agenda firmada pelo Pai e Ele a levará
avante.
Os
textos sobre o “arrependimento” de Deus (Gn 6.6; 1 Sm 15.11; 2Sm 24.16; Jn
3.10; Jl 2.13) abordam a anulação de tratamento prévio dispensado a certos
homens, como consequência da resposta deles a esse processo.
Mas não
há indicação alguma de que essa reação tenha sido prevista, nem que Deus tenha
sido tomado de surpresa, nem que a mesma estivesse estabelecida em Seu plano
eterno. Não há mudança alguma em Seu propósito eterno quando Ele começa a agir
em relação a uma pessoa de maneira diferente. (J.l Packer).
2. DEUS É FIEL NO CUMPRIMENTO DE
SUAS PROMESSAS
A Bíblia
está repleta de promessas de Deus para Seu povo. Em Hebreus 10.23, somos
convidados a guardar firmemente a nossa esperança, sem vacilar, pois quem fez a
promessa é fiel. Vejamos algumas características das promessas de Deus.
2.1 As promessas de Deus podem ser
condicionais
A
maioria das promessas de Deus é incondicional e será cumprida (Gn 18.9-14), outras,
porém, dependem da obediência e fé do Seu povo. Em ascensão ao céu, Cristo
prometeu aos discípulos que enviaria o Espírito Santo (Lc 24.49), mas
estabeleceu uma condição: que permanecesse em Jerusalém até que do alto fossem
revestidos de poder, o que se cumpriu no dia de Pentecostes (At 2.1-4). Precisamos,
portanto, ter uma atitude de fé e perseverança face às promessas de Deus e
buscar o Seu cumprimento por meio da oração, como fez o profeta Daniel. Ele
entendeu que o fim do cativeiro havia chegado para Israel, então clamou ao
Senhor pelo cumprimento da promessa (Dn 9.1,2). Neemias também orou
firmado nas promessas de Deus. (Ne 1.9,10).
Os
cristãos negam a si mesmos os mais altos sólidos conforto pela descrença e
aquecimento das promessas de Deus, pois não há situação tão desesperadora para
qual não exista uma promessa adequada e perfeitamente capaz de trazer alívio.
(Samuel Clark)
2.2 As promessas de Deus podem
parecer demoradas
Os que
pensam que as promessas de Deus são tardias não possuem o discernimento
necessário para saber que a demora de Deus tem o objetivo de afastar o
julgamento e trazer a graça salvadora ao maior número possível de pessoas (2
Pe 3.9). Na vida do cristão, a espera é sem dúvida um amadurecimento
pessoal. O tempo de Deus não é o nosso. Os discípulos só esperaram dez dias e
foram batizados no Espírito Santo.
Alguns
homens de Deus, porém, tiveram que esperar com paciência a realização da
promessa de Deus. José esperou treze anos para tornar-se primeiro-ministro do
Egito. Moisés passou quarenta anos no deserto se preparando (At 7.22,23). Mas
ambos alcançaram o cumprimento da promessa de Deus para suas vidas. Deus não
atrasa nem adianta, chega sempre na hora certa. É preciso aprender esperar no
Senhor (Sl 27.14).
2.3 As promessas de Deus são
atuais
Há nas
Escrituras numerosas ilustrações da fidelidade de Deus em manter Suas promessas
sempre atuais. O juramento feito por Deus de que a terra produziria alimentos
para todos continua (Gn 8.22). No dia de Pentecostes, Pedro relembrou
uma promessa feita por Deus (At 2.39). Após quase dois mil anos, essa
promessa continua se cumprindo e pessoas ainda são batizadas no Espírito Santo
onde o Evangelho é pregado, confirmando assim a atualidade das promessas de
Deus. Vidas libertas, pessoas transformadas, doentes curados e o Evangelho
avançando até as mais longínquas regiões do mundo são provas do cumprimento da
Palavra de Deus (Mc 16.15-18).
As
Escrituras afirmam que Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e eternamente (Hb
13.8), o mesmo se aplica à Palavra de Deus, pois Cristo é a Palavra viva de
Deus (Jo 1.14). Se Cristo permanece
o mesmo, assim acontece com a Palavra de Deus em tudo quanto ela afirma.
Creiamos, portanto, na atualidade das promessas de Deus.
3. A FIDELIDADE DE DEUS NA RELAÇÃO
COM O SEU POVO
No
relacionamento entre Deus e o Seu povo, Ele tem se mantido fiel. As gerações
vão e vem, e Deus permanece fiel a todas elas. Mesmo quando o povo peca ou se
desvia, Deus permanece fiel, pronto a perdoar, restaurar e socorrer, quando
estes se voltam para Ele (2 Tm 2.13).
3.1 Deus é fiel em perdoar
Essa é
uma promessa que precisa ser celebrada e ao mesmo tempo compreendida. Não é um
convite à licenciosidade, nem um incentivo ao erro. De forma alguma deve se
brincar com o pecado. Sansão brincou e quase foi destruído (Jz 16.29,21). Esaú
foi profano com as coisas de Deus e não encontrou lugar de arrependimento
(Hb 12.16,17). Esses exemplos nos servem de advertência. Deus é fiel em
perdoar o cristão sincero e verdadeiramente arrependido. Somos restaurados
porque o Senhor é fiel.
Dentre
as riquezas de Deus está Sua capacidade de perdoar, expressas nas riquezas de
Sua misericórdia que transcendem aos nossos mais elevados pensamentos (Sl
103.11). Ninguém pode medi-la. O profeta Miquéias afirma que ninguém pode
comparar a Deus, porque além de perdoar a pessoa arrependida, Deus, de forma
maravilhosa, esquece-se da transgressão se Seu povo (Mq 7.18).
3.2 Deus é fiel em socorrer e
livrar
O povo
de Israel, ao longo de sua história, é testemunha viva dos feitos poderosos do
Senhor e Sua fidelidade para livrá-los dos seus inimigos. Davi confessou que
sem o Senhor os seus opositores teriam engolidos vivos (Sl 124.1-3).
Na
passagem pelo Mar Vermelho (Êx 14.1-31), Moisés disse que Deus pelejaria
pelo Seu povo. Na ação de Deus que livrou os jovens hebreus da fornalha ardente
(Dn 3.23-25), até o soberbo Nabucodonosor reconheceu Sua grandeza (Dn
3.29). Essas mesmas promessas se aplicam aos cristãos hodiernos. O Senhor
não nos prometeu uma vida fácil e sem dificuldades, pelo contrário, Ele nos
conscientizou de que neste mundo teríamos aflições (Jo 16.33), mas pediu
que tivéssemos ânimo, porque Ele venceu e não desampara nem abandona os Seus
servos (Hb 13.5,6). Deus não permite uma luta acima do que podemos
suportar (1 Co 10.13). A Palavra assegura que quem nasceu de novo e não
vive na prática do pecado, o maligno não lhe toca (1 Jo 5.18).
A
libertação do apóstolo Pedro é um dos mais poderosos atos do socorro de Deus
(At 12.1-10). Herodes representava a lei, ninguém podia escapar das suas
mãos. Dentro da ótica humana era o fim de Pedro, fortemente guardados por
dezesseis soldados, mas Deus maior que qualquer poder deste mundo, enviou Seu
anjo e libertou a Seu servo, revelando tanto a Sua fidelidade, quanto Seu poder
em livrar e socorrer.
3.3 A promessa da Sua presença
A
promessa da presença de Deus é uma verdade gloriosa revelada em toda a Bíblia.
Quando recebeu a ordem de partir em direção à Canaã, Moisés pediu a Deus que a
Sua presença fosse com Eles, caso contrário não sairia dali (Êx 33.12-15). Deus
lhe fez uma promessa e, durante quarenta anos no deserto, Ele foi fiel: de dia
numa coluna de nuvem e de noite numa coluna de fogo (Êx 13.21,22), ou
seja, não importam as circunstâncias (Sl 23.4; Is 43.2), Ele estará
presente. O Senhor Jesus corroborou essa promessa de forma maravilhosa para a
Igreja (Mt 18.20). Ele estará presente e de forma ativa por todos os
dias até o fim dos séculos (Mt 28.20; Ap 2.1).
CONCLUSÃO
A
infidelidade, um dos pecados mais proeminentes destes dias maus, está presente
na vida social, nos negócios, nas amizades que se dissolvem tão facilmente e
até na vida conjugal. No entanto, é encorajador erguer os olhos e contemplar
aquele que é fiel em tudo e em todo o tempo, no qual podemos confiar plenamente
na certeza de que Ele nunca falhará conosco.
FONTES:
Revista bete – jovens e
adultos: Jovens e Adultos. Fidelidade. Rio de Janeiro:
Editora Betel – 1º Trimestre de 2015. Ano 25 n° 94. Lição 1 – A fidelidade de
Deus.
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