A Função Social dos Sacerdotes
TEXTO
ÁUREO = “E [Jesus] ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. Mas
disse-lhe: Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que
Moisés determinou, para que lhes sirva de testemunho.” (Lc 5.14)
VERDADE
PRÁTICA = As funções do sacerdote iam além da liturgia; sua
principal obrigação era zelar pela santidade e pureza do povo de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE =
Levítico 13.1-6
OBJETIVO
GERAL
Refletir a respeito das
funções sociais do sacerdote.
HINOS
SUGERIDOS: 75, 434, 440 da Harpa Cristã
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Apresentar as
funções clínicas dos sacerdotes;
II. Explicar a função
sanitarista do sacerdote;
III. Elencar as funções
jurídicas do sacerdote.
INTRODUÇÃO
O sacerdote era sugeito
as leis especiais para ministrar (Lv 10.8). Suas obrigações eram de três
categorias: 1. Ministrar no santuário perante o Senhor; 2. Ensinar ao povo a
guardare a Lei de Deus; 3. Tomar conhecimento da vontade divina, consultando o
Urim e tumim (Ex 29.10; Nm 16.40; Ed 2.63) O Urim e Tumim (luz e Perfeição),
era o nome de um ou mais objetos pertencentes ao racional do juizo que o sumo
sacerdote trazia ao peito quando se apresentava ao Senhor (Ex 28.30). Era para
consultar a vontade de Deus em casos dificeis de interesse do povo (Nm27.21;Jo
1.1; etc).
FUNCOES CLINICAS
Qual
o significado de sacerdote?
Os termos originais
kohen e kahen encontrados no Antigo Testamento são os principais termos que
geralmente são traduzidos como “sacerdote”, além de outras palavras
relacionadas, como: kehunna, “sacerdócio”, a forma verbal kahan, “ser
sacerdote”, no sentido de desempenhar a função sacerdotal, e os termos
utilizados para indicar o principal dos sacerdotes, como por exemplo,
hakohenhagadol, “sumo sacerdote”. Juntos, esses termos ocorrem pelo menos 775
vezes.
No Novo Testamento,
encontramos alguns termos gregos que se referem aos sacerdotes, sendo eles:
hiereus, “sacerdote”; archiereus, “sumo sacerdote”; hierosyne e hierateia,
“sacerdócio”; hierateuma, “função sacerdotal”; archieratikos, “sumo
sacerdócio”; hierateuo, “ser sacerdote”. Juntos, esses termos ocorrem
aproximadamente 165 vezes.
Com base nesses termos
originais, o significado da palavra sacerdote é debatido. Considerando o
principal termo utilizado no Antigo Testamento para designar um sacerdote, o
hebraico kohen, alguns estudiosos sugerem que talvez essa palavra tenha origem
no termo kun, e aliado à forma verbal kahan, poderia significar algo como
“permanecer”, talvez fazendo uma referência a função sacerdotal que designa um
indivíduo para permanecer perante Deus como representante do povo.
Os
sacerdotes na Bíblia
Quando falamos sobre os
sacerdotes mencionados na Bíblia, é preciso considerar que nem todos os
sacerdotes na narrativa bíblica eram hebreus, bem como, nem todos os indivíduos
que aparecem exercendo o sacerdócio serviam no culto ao Deus de Israel.
Antes de o sacerdócio
hebraico ser instituído oficialmente, a Bíblia menciona outros sacerdotes,
como:
•O rei Melquisedeque, sacerdote do Deus
Altíssimo (Gn 14:18);
•Os sacerdotes que havia no Egito (Gn 41:45;
46:20; 47:22-26);
•Os sacerdotes midianitas (Êx 2:16; 3:1;
18:1).
Além disso, as funções
sacerdotais são mencionadas na Bíblia desde os tempos da primeira família, com
Caim e Abel oferecendo ofertas a Deus. No período patriarcal, podemos notar que
as funções sacerdotais também eram desempenhadas pelos chefes de família, como
por exemplo, no caso de Noé após o Dilúvio (Gn 8:20,21), com o patriarca Abraão
que levantou altares ao Senhor em Betel, Manre e Moriá, e com Jó que oferecia
sacrifícios a Deus (Jó 1:5).
Mesmo depois da
instituição oficial do sacerdócio hebreu, a Bíblia menciona pessoas que, em
ocasiões específicas, exercerão alguma atividade comum aos sacerdotes, como por
exemplo, Gideão (Jz 6:24-26), o profeta Samuel (1Sm 7:9), o rei Davi (2Sm
6:13-17) e o profeta Elias (1Rs 18:23-38).
Os
sacerdotes hebreus
O sacerdócio hebreu foi
oficialmente ordenado no tempo de Moisés, com Arão e seus filhos (Nadabe, Abiú,
Eleazar e Itamar) sendo consagrados como sacerdotes por Moisés de acordo com a
ordem divina. A cerimônia solene da consagração de Arão e seus filhos foi
repleta de detalhes e bastante significativa, durando sete dias (Êx 29:1-37;
cf. Lv 8).
Dos quatro filhos de
Arão, apenas dois sobreviveram, Eleazar e Itamar, e, portanto, a linhagem
sacerdotal de Arão ficou preservada nos descendentes de ambos (Lv 10:1,2; Nm
3:4; 1Cr 24:2).
No entanto, para ser um
sacerdote não bastava apenas ser descente legítimo de Arão, pois algumas
limitações tanto de ordem física, como deficiências, quanto de ordem
cerimonial, como impurezas, impediam que alguns indivíduos exercessem o
sacerdócio (Lv 21). Além disso, houve muitos casos complicados em que pessoas
não conseguiram comprovar pertencer à genealogia da família de Arão.
Como os sacerdotes não
recebiam nenhuma parte na distribuição de terras na Palestina, seu sustendo
dependia de partes dos sacrifícios, das ofertas oferecidas pelo povo e dos
dízimos (Nm 18:3-32; cf. Êx 13:12,13; Lv 2:3-10; 5:13; 7:30-34; 24:5-9;). No
entanto, posteriormente, especialmente no período da monarquia em Israel, os
sacerdotes até podiam adquirir propriedades particulares (1Rs 2:26; Jr 32:6-8;
Am 7:17).
As
funções dos sacerdotes
A principal função dos
sacerdotes era servir de representante de Deus junto ao povo ao mesmo tempo em
que também era o representante do povo perante Deus, oferecendo sacrifícios
agradáveis e expiatórios. Logo, basicamente o sacerdote de fato era um tipo de
mediador entre Deus e o homem.
Além dessa função
principal, os sacerdotes também deviam se ocupar com outras atividades
secundárias, como por exemplo, o ensino da Lei (Lv 10:10,11; Dt 33:10; 2Rs
17:27,28); em alguns casos atuar na jurisprudência e até em alguns diagnósticos
na área da saúde (Lv 13; 14; Dt 21:5), na purificação corporal de homens,
mulheres e determinados objetos (Lv 15), entre outras funções.
O sumo sacerdote e a organização do sacerdócio
Ficava responsável pelo
serviço religioso no Antigo Testamento, os sacerdotes, o sumo sacerdote e os
levitas. Os levitas formavam uma classe subordinada aos sacerdotes, e
executavam uma série de funções relacionadas à adoração e ao cuidado com o
santuário.
Já o sumo sacerdote era
um tipo de chefe dos sacerdotes. Na ocasião da consagração da família de Arão,
o próprio Arão ocupou esse posto. Somente o sumo sacerdote podia entrar no
Santo dos Santos, e apenas no Dia da Expiação, uma cerimônia que acontecia uma
vez por ano.
As
vestes sacerdotais. Os sacerdotes vestiam basicamente
calções, uma túnica ou manto, utilizavam um cinto ou faixa, e na cabeça, usavam
um gorro ou tiara que servia de adorno (Êx 28:40,42). Já a veste do sumo sacerdote era diferenciada, e representava a
santidade e o próprio sacerdócio (Êx 28:2,4; 29:29; 31:10; etc.). Assim, a
vestimenta do sumo sacerdote incluía: calções ou calças de linho, uma primeira
túnica, um cinto feito com uma longa tira de linho bordado, a túnica do éfode
de material tecido de cor azul onde em sua barra ficavam sinos de ouro, outra
túnica composta por dois aventais, um peitoral contendo 12 pedras preciosas de
diferentes espécies que representavam as 12 tribos de Israel, junto ao peitoral
também havia o Urim e o Tumim que são de natureza desconhecida, o gorro ou
tiara de linho e a mitra que continha uma lâmina de ouro onde estava gravada a
frase “Santidade ao Senhor” (Êx 28).
Precisamos
de sacerdotes na atualidade?
O Novo Testamento
responde claramente essa pergunta dizendo que não precisamos mais de
sacerdotes, pois Cristo é o nosso Sumo Sacerdote perfeito. Dessa forma, o
sistema sacerdotal do Antigo Testamento era provisório e deveria ser encerrado
com a vinda do Messias prometido.
O autor do livro de
Hebreus foi quem mais falou sobre isso, especialmente enfatizando a
superioridade do Sacerdócio de Cristo em relação ao sacerdócio da Lei, de modo
que o sacerdócio hebreu não era efetivo na expiação dos pecados, mas apenas
servia para apontar para o Sacerdócio de Cristo que é perfeito e plenamente
capaz, pois Ele é Sumo Sacerdote para sempre (Hb 7).
Para quem argumentava
que Jesus não poderia ser sacerdote, pois não pertencia à linhagem de Arão, o
escritor da epístola recorreu à figura de Melquisedeque, como um tipo de
sacerdote antes da Lei que tipificou o Sacerdócio definitivo de Cristo. Daí vem
a expressão “Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque”, emprestada do salmo
messiânico de Davi (Sl 110:4), mostrando que desde o início, ainda antes de
Arão, Cristo já era o mediador.
Dessa forma, Cristo é o
único intermediário, e não há qualquer necessidade de que alguém complete sua
função, pois seu sacrifício foi perfeito e definitivo (Hb 7:27). Aqui também
vale lembrar que o sacerdócio histórico dentro da religião judaica, incluindo o
sistema sacrifical, acabou cessando após a destruição de Jerusalém e o Templo
em 70 d.C.
O
sacerdócio da Igreja
O Antigo Testamento nos
mostra que o povo de Israel deveria ser um reino de sacerdotes (Êx 19:5,6; Lv
11:44,45; Nm 15:40), um objetivo e promessa cumpridos na Igreja no Novo
Testamento, que através da obra de Cristo foi feita “sacerdócio real”, como
assim designou o apóstolo Pedro em sua epístola (1Pe 2:9).
Dessa forma, todo
cristão genuíno é feito sacerdote em Cristo, não no sentido intermediário,
representativo e sacrifical, pois a obra redentora do Sumo Sacerdote que é
Cristo é definitiva e eficaz, mas no sentido de ter um relacionamento direto
com Deus através da reconciliação em Cristo e por meio da obra santificadora do
Espírito Santo que capacita o redimido a viver uma vida santa de acordo com a
vontade do Senhor.
A
LIMITACAO DO SACERDOTE
A doença parece ter
sido frequente na antiguididade, mas – e talvez por causa disso – o rótulo pode
ter incluído vários outros problemas de pele. Além disso, havia o estigma; o
contágio com enfermidades da pele muitas vezes envolve o contato íntimo, com
todas as implicações possíveis. Durante muitos anos, os sacerdotes estiveram à
frente do cuidado de pessoas que sofriam de lepra. À época de Moisés não
existia ainda o templo de Jerusalém; mas, na construção deste, foi previsto um
lugar especial para o exame de suspeitos. A doença é a maneira pela qual Deus
castiga os pecadores e os inimigos do povo eleito: “Se não guardares e não
cumprires as palavras da Lei e se não tiveres temor ao nome glorioso e terrível
do Senhor teu Deus, Ele te castigará, e a teus filhos, com a praga”
(Deuteronômio, 28:58-59).
A lepra é conhecida
como "a doença mais antiga do mundo", afetando a humanidade há pelo
menos 4000 anos e sendo os primeiros registros escritos conhecidos encontrados
no Egito, datando de 1350 a.C..
FUNÇÕES SANITARISTAS
A
FUNCAO SANITARISTA DO SACERDOTE.
O exame do sacerdote
deveria examinar o leproso e, em caso de alguma dúvida, era necessário mais
alguns dias para um novo exame (Lv 13.4-5). Era necessário que o sacerdote
tivesse cuidado, vigilância e paciência para com o doente. Nenhum caso deveria
ser julgado ou decidido precipitadamente, pois acabaria sendo prejudicial para
a pessoa ou para a congregação. O sacerdote deveria ser bem criterioso na sua
análise, pois toda a responsabilidade estava sob a sua pessoa.
A responsabilidade
daqueles que Deus coloca perante o Seu rebanho é de cuidar para que o mal não
se instale no seio do Seu povo. Além de ensinar, administrar, entre outras
funções está se instalando na Igreja do Senhor. Como o sacerdote no passado,
atualmente os líderes devem examinar com muita atenção para que a Igreja não seja
contaminada com ensinos ou práticas que tornem o crente impedido de permanecer
na congregação por causa da sua situação espiritual.
A
LEPRA
O capitulo 13 de Leviticos descreve a lepra que se
manifesta na pele. Como podemos saber que alguém tem lepra? Quais são os
primeiros sinais? Pois bem o versículo 2 diz: ? O homem que tiver na sua pele
inchação ou pústula, ou mancha lustrosa, e isto nela se tornar como praga de
lepra, será levado a Arão o sacerdote, ou a um de seu filhos sacerdotes.
Primeiramente aqui fala de inchação na pele, que representa o orgulho, soberba
ou auto-exaltação. A lepra se eleva acima do resto da pele, indicando alguém
que se considera superior aos outros. Paulo no entanto, exorta-nos a considerar
aos outros superiores a nós mesmos.(Fp.2:30).
O versículo 3 diz: 'O sacerdote lhe examinará a
praga na pele, se o pelo na praga se tornou branco, e a praga parecer mais
profunda do que a pele da sua carne, ,é praga de lepra, o sacerdote o
examinará, e o declarará imundo.' O pelo brancos descrito aqui denota perde a
força.
Normalmente os pêlos são pretos, mas a medida que
envelhecemos tornam-se brancos. Ainda que tenhamos idade avançada, não podemos
de maneira nenhuma tornar-nos velhos espiritualmente, devemos sim, amadurecer,
mais nunca envelhecer quem envelhece espiritualmente perde a força para servir
ao Senhor.
A
LEPRA NA CASA
Podemos ver, então, que
no Antigo Testamento, a lepra foi vista como uma praga, inclusive nas casas
(trata-se de mofo). Quando as tentativas de purificá-las não eram
bem-sucedidas, derrubavam-se casas inteiras para não deixar a praga se espalhar
(Lv 14: 43-45). Além de casa, templo ou santuário serem símbolos do nosso
corpo, como diz o apóstolo Paulo (1 Co 6: 19-20: “Acaso não sabeis que o vosso
corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de
Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço.
Agora, pois glorificai
a Deus no vosso corpo” e 2 Co 6: 16 b-18: “Porque nós somos santuário do Deus
vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu
Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles,
separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei,
serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor
Todo-Poderoso”), a palavra casa também é usada, muitas vezes, na bíblia como
sinônimo de família, descendência.
As
Vestes: (Lepra )
A lepra na veste são fungos que podem estar
presentes em tecidos. São “mofos ou míldios”, segundo Russel Norman Chaplin.
Esses fungos podem provocar reações nos seres humanos se em contato ou mesmo
ignorados. Ao sacerdote cabia o exame da roupa e somente ele podia declarar se
a roupa estava limpa ou imunda (Lv 13.50-51). Ao tratar das vestimentas, o
princípio exposto em todo o livro de Levítico permanece: santidade por parte do
povo de Deus. Vemos, assim, que Deus estava atento em cada área da vida do povo
de Israel e fazia distinção clara entre o que era limpo e o que era impuro (Lv
13.59). O princípio comum nas Sagradas Escrituras, istoé, Deus usando o físico
e material para significar e ensinar o que é moral e espiritual, é bastante
presente no livro de Levítico.
Interessante notar a linguagem utilizada pelo
apóstolo Paulo sobre tirar as vestes do velho homem e se vestir do novo homem
(Cl 3.8-10; Ef 4.22, 24). Assim comentou Mattew Henry: “Ele (o pecado) não só
corrompe a consciência do pecador; além disso, também mancha tudo o que este
tem e faz. E os que colocam suas roupas a serviço de seu orgulho e luxúria
podem acabar manchados pela lepra. Porém, os mantos de justiça nunca são
furtados nem comidos pela traça.”
A vestes na Bíblia esta
relacionada á conduta humana. Leviticos 13 menciona três tipos de veste: de lã,
de linho e de couro. A lã é macia, por isso representa uma conduta, um
comportamento manso. O linho por ser puro, indica nossa relacionamento com os
outros em simplicidade e pureza. As vestes de couro, por serem as mais quentes,
denotam fervor espiritual que devemos transmitir ao contatar as pessoas. Ao
olhamos para essas figuras, vemos que o Senhor Jesus teve um viver manso,
simples e cheio de amor para com os outros, e nós temos que Ter os mesmos
sentimentos de Cristo.
Além dos três tipos de veste já mencionados,
Levitico 13 fala da urdidura e da trama, em outra versão fala o fio urdido e o
fio tecido que são os mesmos. A urdidura é o fio vertical que forma o tecido e
a trama é o fio horizontal. Nosso relacionamento com Deus é representado pela
urdidura que é o fio no sentido vertical.
E a trama que é o fio horizontal esta representando
nosso relacionamento, com os homens. Por isso para Ter uma comunhão bem
estreita com o Senhor, precisamos que nossa vestes estejam totalmente limpas.
FUNÇÕES JURIDAS
No Israel dos
sacerdotes e levitas, o direito estava sempre ao alcance dos pobres, porque a
Lei de Deus havia sido proclamada a toda a nação, e não apenas a uma minoria
privilegiada. Ali, pobres e ricos, pequenos e grandes, nobres e plebeus; todos,
enfim, estavam sujeitos aos mandamentos divinos. Não havia minoria
privilegiada, nem maioria ignorada; eram todos iguais diante da Lei de Deus.
1.
A função judicial dos sacerdotes. Judicialmente, o livro
de Levítico apresenta várias disposições, a fim de proteger a família, a
propriedade privada e, principalmente, a vida humana. Nesse sentido, o
sacerdote atuava também no campo jurídico. No Israel do Antigo Testamento, não
havia uma lei-maior para dirigir o país; uma espécie de constituição. Ali, toda
a Palavra de Deus funcionava como a ordenança que não podia ser ignorada quer
pelo rei, quer pelo plebeu. E, para zelar pelo fiel cumprimento dos estatutos
divinos, os sacerdotes e demais levitas faziam-se presentes.
2.
Proteção da família. Com o objetivo de manter a pureza e a
legitimidade no relacionamento familiar, o Senhor, por intermédio de Moisés,
proíbe aos israelitas: o sacrifício infantil (Lv 20.2); o incesto, (Lv 18.6-9);
o abuso sexual doméstico (Lv 18.10); a exposição das filhas à prostituição (Lv
19.29); o homossexualismo e a bestialidade (Lv 18.22,23). Os israelitas, como
adoradores do Único e Verdadeiro Deus, eram obrigados a honrar seus pais e a
preservar-lhes a autoridade (Lv 19.3; 20.9).
3.
Proteção da propriedade privada. A posse de uma
propriedade, em Israel, era considerada algo sagrado; uma dádiva de Deus ao seu
povo (Êx 3.7,8). Por esse motivo, os israelitas deveriam tratar suas casas e
campos de maneira responsável e amorosa (Lv 19.9). As colheitas eram feitas de
tal maneira, que os pobres jamais deixavam de ser contemplados (Lv 23.22).
Sendo, pois, a terra
propriedade do Senhor, náo poderia ser explorada de maneira irresponsável e
contrária à natureza (Lv 25.3,4). Do texto sagrado, depreendemos que o
sacerdote tinha por obrigação supervisionar o uso sustentável da terra.
A propriedade da terra
não era considerada roubo, conforme diria o francês Pierre-Joseph Proudhon
(1809 — 1865), mas uma herança pela qual valia a pena lutar (1 Rs 2 1.3). No
Israel de Deus, os governantes não se digladiavam hoje pela esquerda, e, amanhá
pela direita; punham-se todos no centro da vontade divina.
Ali, nas terras do
Senhor, náo havia lugar para o comunismo assassino e mentiroso, nem para o
fascismo desumano e cruel, pois a Lei de Moisés supria todas as carências e
lacunas sociais. E, quando do advento da injustiça, Jeová enviava os seus
mensageiros que, corajosamente, clamavam contra a opressão, o roubo, o crime e
a infidelidade doméstica.
4.
Proteção da vida. Também estava sob o encargo do sacerdote
a inspeção das casas (Dt 22.8) e da criação de animais (Êx 21.36). A mulher
grávida recebia proteção especial (Êx 21.22). Enfim, a vida na sociedade
judaica era e é sagrada; um dom do Criador (Nm 16.22). Por isso, Deus determina
no Sexto Mandamento: “Não matarás” (Êx 20.13). Mencionemos ainda as cidades de
refúgio que, administradas pelos levitas, serviam para acolher o que, sem o
querer, matava alguém (Nm 35.10-15).
Oremos, para que o
nosso país seja realmente justo e misericordioso. Não nos faltam leis, nem
legisladores, nem juízes. Ei-los pelos tribunais; ei-los saindo das faculdades
e academias. Todavia, falta-nos o temor do Senhor, sem o qual não pode haver
princípio algum de sabedoria. E chegado o momento de rogarmos ao Senhor que nos
cure a terra. Achamo-nos tão enfermos, hoje, quanto o Israel dos tempos de
Isaías (Is 1.1-9). Neste momento, conscientizemo_flos de nossa responsabilidade
como sal da terra e luz do mundo.
CONCLUSÃO
Conforme profetizou
Malaquias, a aliança do Senhor com a tribo de Levi era firme e bem conhecida de
todo o Israel. Nesse sentido, seus descendentes deveriam ser o mais alto
referencial da nação no que tange à Lei de Moisés, à instrução e à
administração da justiça (Ml 2.4-7). Infelizmente, os sacerdotes não souberam como
guardar o concerto levítico.
Se o Senhor exigiu
excelência e correção dos levitas, no Antigo Testamento, como devemos nós agir?
Que o nosso culto seja marcado pelo amor e pela não conformação com este mundo.
Nós, obreiros de
Cristo, temos de ser um padrão na sã doutrina, segundo recomenda o apóstolo:
“Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade,
reverência’ (Tt 2.7, ARA). Ainda que não sejamos sacerdotes como os filhos de
Levi, nossa responsabilidade, diante do povo de Deus, não é menor. Se o Senhor
exigiu deles excelência, o que não exigirá de nós, seus despenseiros? Ou será
que já não tememos ser reprovados no Tribunal de Cristo? Que o Senhor nos
ajude.
Por:
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Bibliografia
Livro Adoração,
Santidade e Serviço – lª. Edição CPAD –
Claudionor de Andrade
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