28 de abril de 2021

DONS DE ELOCUÇÃO

 

DONS DE ELOCUÇÃO

 

Elocução significa: Exprimir o pensamento por meio de palavras. Esses Dons se manifestam sobrenaturalmente através de mensagens orais, segundo a orientação do ESPÍRITO SANTO.

Texto Áureo:

2.   Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios ( Russel Norman Champlin observa que Paulo se refere aqui aqueles que falam em

“Línguas” sem interprete, o que evidentemente era uma prática comum na “Igreja” de Corinto (1 Coríntios 14.27,28), porque falar em “Línguas” com

interpretação equivale a “Profecia”. Champlin observa ainda que no que diz respeito a edificação, se pensarmos na edificação dos irmãos, o que fala em “Línguas” no culto, o faz sem propósito, a não ser que haja interprete, para que os irmãos sejam edificados. Champlin observa também que, quem fala em “Línguas” deve fazê-lo privadamente, a não ser que haja intérprete, pois, este “Dom” edifica o seu possuidor (a não ser que haja intérprete).

Observe que Champlin está falando do uso deste “Dom” dentro do contexto de um culto.

 

3.   Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação (Aqui nestes versículos 2 e 3 o “Dom” de “Línguas” é

contrastado com o “Dom” de “Profecia”. Como bem resumiu Champlin; “Todo ser humano fala no seu idioma nativo, mas o que alguém diz na profecia é inspirado por DEUS, não é algo herdado de maneira

hereditária ou aprendido de maneira natural” Grifo Pessoal.

Champlin observa ainda que, na profecia o indivíduo compreende o que diz ou pelo menos entende a maioria das palavras que profere, o indivíduo é guiado pelo ESPÍRITO SANTO para que diga coisas significativas e importantes, não repete meramente algum conhecimento que já tivesse como mestre ou ensinador.

 

Outro detalhe muito importante é que, aquele que profetiza, não ultrapassa o que diz as Sagradas escrituras, não traz revelações que ultrapassem a Palavra de DEUS (veja, 1 Coríntios 4.6).

 

Como havia em Corinto e em várias outras partes do mundo gentílico muitas manifestações sobrenaturais, o “Dom de Profecia” era mais útil para a “Igreja” de modo coletivo do que o “Dom de Línguas” que era muito mais útil para “Igreja” de modo singular do que de modo coletivo, por isso, Paulo faz esse contraste entre o “Dom de Línguas” e “Dom de Profecia”).

1 Coríntios 14.2,3

 

1 – Dom de Profecia (1 Coríntios 12.10)

 

1.     O que é o Dom de Profecia?

Champlin define o “Dom de Profecia” como o Dom principal, a habilidade de usar certos poderes, a inspiração da mensagem a qual transcende o que é meramente didático. Esse Dom inclui o conhecimento prévio, mas envolve especialmente certo poder de ministrar ensino, instrução, consolo, ainda que em um nível superior ao do mestre ordinário, o profeta pode falar por inspiração e revelação mediante alguma forma de discernimento que ultrapassa o que é natural.

Daniel D. Whedon (teólogo, pregador e professor de línguas antigas) define o “Dom de Profecia” como uma inspirada pregação, predizendo o futuro, mas não apenas isso, expõe misteriosas verdades, desvendando os segredos do coração e do caráter dos homens.

Eu (professor José Junior) gosto de definir o “Dom de Profecia” como "falar no lugar de DEUS" de maneira que todos entendam o desejo de DEUS para as suas vidas. O Dom da manifestação momentânea do ESPÍRITO através da profecia pode converter o coração de um pecador quando lhe é revelado os segredos do coração. É uma capacitação especial, sob o impulso do ESPÍRITO SANTO, dada ao crente para transmitir aos outros o sentimento, o pensamento e o desejo de Deus a nosso respeito.

O Dom da Profecia é algo extremamente raro, porque a profecia não tem nenhum tipo de intuito a não ser por “inspiração divina”, exemplo: Você recebeu um sonho de que uma casa iria cair, isto é uma manifestação do Dom de Palavra de Sabedoria, se você disser; amanhã essa casa vai cair as 10 horas da manhã (a assim acontecer) isto é o Dom da Profecia (o Dom de Profecia é mais direto, por assim dizer). Um exemplo de Dom da Profecia é quando JESUS disse; Quanto a estas coisas que vedes, dias virão em que se não deixará pedra sobre pedra que não seja derribada (Lucas 21.6).

 

O pastor Elinaldo Renovato de Lima observa que, uma pregação pode ter caráter profético, mas, nem toda pregação é uma Profecia.

2.     A relevância do Dom de Profecia.

3.     Propósitos da profecia.

 

Levantaram-se nos tempos da “Igreja” primitiva falsos profetas, muito provavelmente esses falsos profetas conseguiam realizar proezas com a ajuda de espíritos enganadores, pois eles conseguiam enganar até mesmo muitos que se diziam cristãos. Por esta razão Paulo avisou aos crentes que pusessem a prova todas as coisas (1 Tessalonicenses 5.20,21). Este Dom era muito relevante (e certamente ainda é) para interpretar certas verdades,

abordar necessidades específicas da “Igreja” local, abordar questões de ensino, questões morais, questões pessoais, que as pessoas não saberiam resolver com sucesso.

O pastor Guy Raymond Carlson observa que “A profecia no Novo Testamento difere de uma pregação comum, é uma manifestação sobrenatural dada para a edificação, exortação e consolação (1 Coríntios 14.3).

Na mesma linha de pensamento de Carlson, Peter Derek Vaughan Prince também observa que, os propósitos da Profecia são: Edificação,

Exortação e Consolação”.

 

Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação.

1 Coríntios 14.3

Atenção professor: Você já viu aquelas pessoas que dizem, “eu oro e profetizo”, “eu profetizo uma benção na sua vida”, “eu vou profetizar na sua vidaaaa, recebaaa”...

Pois bem, infelizmente eu já vi muito esse tipo de tolice, mas o Dom de Profecia não funciona dessa forma. A profecia é dada pela vontade de DEUS e não pela vontade do crente (2 Pedro 1.21).

2 – Variedade de Línguas (1 Coríntios 12.10)

 

1.     O que é Dom de Variedade de Línguas?

Howard Carter diz que esse Dom é o poder de falar de forma sobrenatural pelo ESPÍRITO SANTO em uma língua desconhecida para aquele que possui o Dom (seja essa língua

conhecida no planeta ou não) - Grifo pessoal.

Sam Storms diz que o Dom de línguas e simplesmente a capacidade, ativada pelo ESPÍRITO, de orar, adorar, dar graças ou falar em um idioma diferente do seu, ou de algum que você tenha aprendido na escola.

Luciano Subirá observa que há cristãos que podem falar várias línguas diferentes concedidas pelo ESPÍRITO, há vários tipos de falar em línguas.

Champlin observa que em Atos 2 foram falados idiomas humanos, revertendo, por assim dizer, a maldição da confusão das línguas imposta em Babel.

Sam Storms observa que, já em 1 Coríntios, eram idiomas espirituais (1 Coríntios 14.2) para a edificação dos crentes. - Grifo pessoal.

 

Variedade de línguas refere-se a língua espiritual (ou língua dos anjos, ou línguas estranhas), refere-se também a línguas conhecidas no planeta, mas que não foram aprendidas de maneira natural, mas sim concedidas pelo ESPÍRITO SANTO de maneira sobrenatural.

 

Há aqueles estudiosos que dizem que o Dom de Variedade de Línguas é inferior aos outros Dons, e, há aqueles estudiosos que dizem que estes Dons não são inferiores aos demais. Eu concordo com o comentarista da lição quando ele diz que o Dom de Variedades de Línguas é tão importante para a “Igreja” quanto os demais apresentados em 1 Coríntios 12. Mas não dúvidas de que quando Paulo disse;

 

 

28.E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.

29.   Porventura, são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres?

30.   Têm todos o dom de curar? Falam todos diversas línguas? Interpretam todos?

31.   Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente.

1 Coríntios 12.28-31

 

Fica claro dentro do contexto do texto (acima) que Paulo considerava certos Dons superiores a outros Dons. Mas isso não significa que, aquele que tem o Dom de Profecia é superior aquele que tem o Dom de Variedade de Línguas. Significa apenas que, aquele que tem o Dom de Profecia tem uma responsabilidade maior do que o que tem o Dom de Variedade de Línguas, a quem mais é dado, mais será cobrado (Lucas 12.48).

Portanto, aqueles que tem “Dons” considerados, de maior responsabilidade (1 Coríntios 12.28,31), devem ser ainda mais cuidadosos em seu proceder (caminhar, agir, se comportar).

Vejamos a explicação de Russel Norman Champlin a respeito de 1 Coríntios 12.31:

Portanto, procurai com zelo os melhores dons (Champlin diz que a frase “os melhores dons” se literalmente traduzida do original grego dizem “os maiores dons” e não “melhores dons” como aparece em nossas traduções, estes “melhores dons” são aqueles que trazem mais vantagem para a

“Igreja”, como por exemplo o Dom de Profetizar, por isso Paulo disse; eu quero que todos vós faleis línguas estranhas; mas muito mais que profetizeis (1 Coríntios 14.5); e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente ( o caminho mais excelente é o caminho do amor, como Paulo passaria a mostrar a partir do próximo capítulo (1 Coríntios 13).

1 Coríntios 12.31

Champlin observa ainda que, os cristãos mais bem dotados espiritualmente são os Apóstolos, Profetas e Mestres (ou ensinadores) porque estes são hábeis na “edificação da “Igreja”.

2.     Qual a finalidade do Dom de variedade de línguas?

-   Evangelizar (Atos 2.1-12)

-   Edificar o crente (1 Coríntios 14.4)

-   É um sinal para os incrédulos (1 Coríntios 14.22)

 

3.     A atualidade do Dom.

Em nenhum momento a Bíblia diz que os Dons cessaram; algumas pessoas afirmam o término dos Dons, devido a uma interpretação de 1 Coríntios 13:8-12:

 

8.  A caridade (amor) nunca falha; mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; (Aí então podemos perguntar, será que a ciência deixou de existir assim que o cânon* foi concluído? Pois, o texto é claro, ou seja, ao cessar os Dons a ciência também será extinta).

9.  porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos.

10.  Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que o é em parte será aniquilado.

11.  Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

12.  Porque, agora, vemos por espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido.

1 Coríntios 13.8-12

 

Quando se deu a conclusão do cânon, o Apóstolo Paulo já havia morrido. Logo, podemos concluir que o contexto de 1 Coríntios 13.8-12 fala de Cristo como perfeito, mostra que quando estivermos de forma definitiva com JESUS no novo céu e na nova terra, não haverá mais a necessidade dos Dons, isso não quer dizer que os mesmos vieram a cessar quando o cânon foi concluído.

 

*Cânon: No que se refere aos textos bíblicos, o termo “cânon” expressa quais os livros deveriam ser incluídos como sendo a Palavra de DEUS.

 

O Dom de variedade de línguas (assim como todos os demais Dons) são

para a “Igreja” hoje assim como eram para a “Igreja” primitiva. Pois não há na Bíblia (ou cânon) nada que nos faça acreditar que os Dons da “Igreja” primitiva não são para a “Igreja” contemporânea (atual).

 

3 Interpretação de línguas (1 Coríntios 12.10)

1.     Definição do Dom.

Trata-se da capacidade concedida pelo ESPÍRITO SANTO para que o portador deste Dom compreenda e transmita o significado de uma mensagem dada em línguas.

 

Tal mensagem interpretada para a “Igreja” reunida pode conter ensino sobre adoração e oração, ou pode ser uma profecia. Assim toda a congregação pode desfrutar desta revelação vinda do ESPÍRITO SANTO.

 

A interpretação de uma mensagem em línguas pode ser um meio de edificação de toda a congregação, pois todos recebem a mensagem. A interpretação pode vir por aquele que orou em línguas ou por outra pessoa.

 

Quem fala em línguas deve orar para que possa interpretá-las, conforme ensina as Escrituras (1 Coríntios 14.13).

Quando há interprete, o Dom de variedade de línguas é equivalente a uma profecia (1 Coríntios 14.5).

 

Sam Storms também concorda com esta explicação. Storms diz: “A profecia é superior as línguas não interpretadas porque, por ser inteligível, ela edifica os outros. Quando as línguas são interpretadas, elas se tornam um equivalente funcional a profecia (ver 1 Coríntios 14.5).

 

Línguas não interpretadas são ininteligíveis (que não se compreende bem), portanto, não podem edificar os outros. Por essa razão elas são consideradas inferiores a profecia. Línguas interpretadas são inteligíveis (ouve-se nitidamente) e, por conseguinte, edificam”.

 

2.     Há diferença entre Dom de interpretação e o de Profecia?

 

Sim. O Dom de interpretação de línguas necessita de outra pessoa, também capacitada pelo ESPÍRITO SANTO, para que interprete a mensagem e a

“Igreja” seja edificada. Do contrário, os crentes ficarão sem entender nada. no caso da Profecia não existe a necessidade de um intérprete.

Como bem observou o pastor Estevam Ângelo de Souza; "Não haverá interpretação se não houver quem fale em línguas estranhas, ao passo que a Profecia não depende de outro Dom".

Conclusão:

Todos os Dons dados pelo ESPÍRITO são fundamentais e essenciais para a “Igreja”. Não há na Bíblia absolutamente nada que nos faça acreditar que os Dons cessaram ou que alguns Dons não estão mais disponíveis.

 

Fontes: Bíblia de Estudo Pentecostal, Enciclopédia Bíblica Russel Norman Champlin, Revista Cristão Alerta 2º Trimestre de 2021, Dons Espirituais Perguntas e Respostas – Howard Carter, Dons Espirituais – Sam Storms, Escola de Líderes – Dons e Espiritualidade, Dons Espirituais e Ministeriais – Elinaldo Renovato, Dons do Espírito – Gordon Lindsay, Dons Espirituais

obert L. Brandt, Os Dons do Espírito – Derek Prince, Comentários Expositivos Hagnos – Hernandes Dias Lopes, Apontamentos teológicos professor José Junior.

 

 

 

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