NAAMÃ É CURADO DA LEPRA
Texto Áureo
Então, desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou, como a carne de um menino, e ficou purificado.
2 Reis 5.14 (Para uma melhor compreensão do texto leia 2 Reis 5.9-14).
Veremos a explicação do Texto Áureo no decorrer da lição.
1 – Naamã, o Chefe do Exército Síri
1. Naamã, um comandante honrado.
E Naamã, chefe do exército do rei da Síria, era um grande homem diante do seu senhor e de muito respeito; porque por ele o SENHOR (Deus) dera livramento aos siros; e era este varão homem valoroso, porém leproso (A grandeza e a honra de um homem não são capazes de isentá-lo das calamidades mais penosas da vida humana. Na vida existem muitas pessoas loucas e enfermos sob roupagens ricas e alegres).
2 Reis 5.1
Apesar de os sírios (ou siros, dependendo a tradução) serem um povo idólatra que oprimia Israel, esta passagem atribui ao Senhor a vitória, em que Naamã foi o instrumento usado por Ele.
Isto nos lembra as palavras de João Batista em João 3.27: “..O homem não pode receber coisa alguma, se lhe não for dada do céu”.
2. A Escrava, uma testemunha de Deus.
2. E saíram tropas da Síria e da terra de Israel levaram presa uma menina, que ficou ao serviço da mulher de Naamã.
3. E disse esta à sua senhora: Tomara que o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra.
4. Então, entrou Naamã e o notificou a seu senhor, dizendo: Assim e assim falou a menina que é da terra de Israel.
2 Reis 5.2-4
Nas Escrituras, com frequência a lepra é um símbolo do pecado. Naamã foi atacado de lepra, e era incapaz de ajudar ou curar a si mesmo. Naamã ficou sabendo por intermédio de uma menina israelita que havia esperança.
A lepra era grandemente temida, não apenas por causa do sofrimento físico envolvido, mas também devido à rejeição social.
A menina descrita nos vers. 2 e 3 havia sido trazida de uma vila saqueada para servir à mulher de Naamã.
Champlin observa que era comum nas guerras antigas que, entre os derrotados, os poucos que sobrevivessem fossem reduzidos à posição de escravos. Também era comum que mulheres e crianças fossem levadas como escravas ou para haréns estrangeiros.
A menina poderia se recusar a falar do Deus de Israel para uma família que a havia tirado de sua família e a tinha como escrava, mas mesmo assim, a menina mostra compaixão de Naamã e sua família e também fé (se estivessemos no lugar desta menina, será que demonstrariamos compaixão de nossos algozes?).
Aquela jovem, mesmo em situação difícil, não se esqueceu de Deus e desejou fazer o bem aqueles que a mantinham como escrava. Não sabemos o nome daquela jovem e nada mais sobre ela, mas suas poucas palavras á mulher de Naamã trouxeram cura e fé em Deus ao general sirio. Deus permitiu que aquela jovem posse parar ali com um propósito, e a jovem foi fiel.
Pense, onde Deus o colocou?
Não importa quão humilde e pequena seja a sua posição, Deus pode usá-lo para divulgar a sua Palavra. Busque oportunidades para dizer aos outros o que Deus pode fazer, nunca se sabe quem ouvirá a sua mensagem, mas certamente alguém ouvirá.
3. A caravana de Naamã.
5. Então, disse o rei da Síria: Vai, anda, e enviarei uma carta ao rei de Israel. E foi e tomou na sua mão dez talentos de prata, e seis mil siclos de ouro, e dez mudas de vestes (Trazendo para os nossos dias os presentes de Naamã seriam avaliados hoje em cerda de 330 mil reais. Naamã acreditou nas palavras da jovem menina e o rei da Síria também. Quando falamos sobre Deus e sua Palavra, não precisamos nos preocupar com o fato de será que/ ou quem ouvirá. Nosso trabalho é simplesmente anuncia, falar sobre Deus, e, o que isto fará, é uma obra exclusiva do Espírito de Deus).
6. E levou a carta ao rei de Israel, dizendo: Logo, em chegando a ti esta carta, saibas que eu te enviei Naamã, meu servo, para que o restaures da sua lepra.
7. E sucedeu que, lendo o rei de Israel a carta, rasgou as suas vestes e disse: Sou eu Deus, para matar e para vivificar, para que este envie a mim, para eu restaurar a um homem da sua lepra? Pelo que deveras notai, peço-vos, e vede que busca ocasião contra mim (O rei de Israel nesta época era Jorão. O rei da Síria não esperava que Jorão fizesse o trabalho de Deus, de salvar e curar. Só queria que ele o enviasse a Eliseu, que tinha a autoridade de Yahweh e poderia realizar a obra de cura. Mas Jorão imaginou que fosse tudo um truque, a fim de que o rei da Síria tivesse um motivo para lançar um ataque contra Israel, que não “cooperara" quando fora solicitado, para beneficiar um grande general sírio. Por isso, o rei de Israel rasgou suas roupas para demonstrar sua indignação.
A fé daquela pequena jovem israelita e o pedido do rei da Síria confiantes no Deus de Israel constrastavam com a obstinação do rei de Israel. Um líder da Síria, um país pagão, buscou o Deus de Israel, já o rei Jorão não o fez. Isto me lembra uma velha frase evangélica; “Tem gente que conhece o caminho certo ,isto é, o caminho de Deus, mas continua perdido”).
2 Reis 5.5-7
2 – O Mergulho no Rio Jordão
1. Eliseu não se impressionou com a pompa.
8. Sucedeu, porém, que, ouvindo Eliseu, homem de Deus, que o rei de Israel rasgara as suas vestes, mandou dizer ao rei: Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel.
9. Veio, pois, Naamã com os seus cavalos e com o seu carro e parou à porta da casa de Eliseu.
10. Então, Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne te tornará, e ficarás purificado (Eliseu mandou Naamã se lavar nas águas sujas do rio jordão como uma simples demonstração de humildade e obediência. Além disso, ao fazer assim, Naamã acharia impossível atribuir a sua cura a seres humanos ou a meios naturais. Tanto os israelitas quanto os siros sabiam que o rio jordão não poderia curar lepra. Naamã precisava saber que a cura provinha milagrosamente da graça e do poder de Deus, mediante a palavra de seu profeta).
2 Reis 5.8-10
Naamã estava acostumado não apenas a ser respeitado, mas também bajulado, quando Eliseu o tratou como uma pessoa comum, ele se sentiu ofendido. Naamã precisava aprender que a obediência a Deus deve começar com a humildade.
No mundo em que vivemos a maioria das pessoas não respeita caráter, mas sim cargo, status, posição social.
Mas, com Eliseu aprendemos que o homem de Deus não deve ser bajulador e não deve simplesmente se impressionar com cargo, status e posição social.
Veja abaixo uma foto do rio Jordão hoje (certamente há partes do rio Jordão mais vistosas do que esta da imagem, mas escolhi esta foto pelo fato de, esta parte do rio Jordão se assemelhar mais ao que Naamã viu).
O teólogo escocês George Adam Smith tem uma descrição bem ilustrativa sobre o rio Jordão. Smith disse:
“Na maior parte silencioso e negro
a despeito de sua velocidade, mas aqui
e acolá irrompendo em louvor e embranquecendo-
se de espuma, o Jordão corre
em frente, barrento, entre bancos de lama,
despreocupado com a beleza, despreocupado
com a vida”
2. A decepção e a cura de Naamã.
11. Porém Naamã muito se indignou e se foi, dizendo: Eis que eu dizia comigo: Certamente ele sairá, pôr-se-á em pé, e invocará o nome do SENHOR, seu Deus, e passará a sua mão sobre o lugar, e restaurará o leproso.
12. Não são, porventura, Abana e Farpar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? (Champlin diz que Abana e Farpar, eram rios relativamente limpos, muito melhores do que o lamacento rio Jordão, de Israel. Então, se a cura pela água tivesse de ser ordenada, por que os rios da Síria não podiam ser utilizados? Parecia humilhante para Naamã sujeitar-se àquele miserável rio em Israel. Portanto, lá se foi Naamã queixando-se, desconhecendo quão grande verdade curadora lhe tinha sido dita). Não me poderia eu lavar neles e ficar purificado? E voltou-se e se foi com indignação.
(A hostilidade de Naamã em resposta às ações de Eliseu deriva de pelo menos três considerações:
.Primeiro, Eliseu não veio ao encontro de Naamã, fato de que Naamã
se ressentiu, uma vez que socialmente o profeta estaria em posição inferior à de
Naamã.
Em segundo lugar, Eliseu deixou de executar os atos rituais e pronunciar as
palavras que Naamã julgava serem ritualmente apropriadas. Naamã, com efeito,
desejava prescrever sua própria cura.
Em terceiro lugar, Naamã ressentiu-se da ordem de mergulhar no Jordão. Certamente o Jordão era menos atraente do que os rios de Damasco).
13. Então, chegaram-se a ele os seus servos, e lhe falaram, e disseram: Meu pai, se o profeta te dissera alguma grande coisa, porventura, não a farias? Quanto mais, dizendo-te ele: Lava-te e ficarás purificado (Os servos de Naamã não lhe permitiram abandonar o projeto. A mente deles não estava ofuscada pela ira insensata e pelo orgulho nacionalista. Respeitosamente dirigiram-se a Naamã como seu “pai’ e tentaram acalmá-lo em sua ira. Naamã era homem de valor. Por muitas vezes ele havia arriscado a vida em batalhas. Tinha a reputação de realizar qualquer tarefa, por mais difícil que fosse. Ele não era homem de rejeitar coisas difíceis de ser realizadas. Em conseqüência, seus oficiais raciocinaram com ele à base de sua reputação e valor. Caso o profeta tivesse dito que ele poderia ser curado se realizasse algum ato difícil e perigoso, ele teria cumprido a tarefa sem fazer perguntas. No entanto, o profeta dera uma ordem humilde e de fácil obediência: “Vai e lava-te por sete vezes no Jordão”. Por que, pois, toda aquela indignação? O raciocínio deles penetrou fundo na cabeça dura de Naamã. Sua ira diminuiu. Ele concordou em tentar. Ele continuava tendo suas dúvidas, mas pelo menos faria o que lhe fora ordenado. Este versículo adiciona um pequeno e fino toque à narrativa. Os oficiais do exército sírio, querendo o melhor para o seu general, convenceram-no com palavras gentis. Ele deveria fazer o que estava certo tanto por si mesmo, como por causa deles, pois seus destinos estavam todos entrelaçados).
14. Então, desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou, como a carne de um menino, e ficou purificado (Dramaticamente, Naamã mergulhou por uma, duas, três vezes, e nada aconteceu. seus servos olharam tudo nervosamente. A fé de Naamã ficava um pouco abalada a cada mergulho que abortava em seus resultados. Na sexta vez, todos olhavam cheios de expectação. Nada acontecera. Então veio a sétima vez; ele mergulhou, e reapareceu — e eis que ele estava curado de sua lepra! Houve grandes gritos e muito clamor, e aqueles sírios pagãos louvaram o nome de Yahweh).
“Áh se mergulhássemos na Bíblia e na oração incansavelmente, sem desanimar, e com constância. Certamente seriamos curados de muitas mazelas”
2 Reis 5.11-14
3. Deus ainda opera milagres, e não misticismos.
(Nesta lição não darei uma explicação detalhada sobre os números na Bíblia porque isto tornaria a lição muito extensa, mas em momento oportuno abordarei melhor esta questão).
Champlin dá uma explicação simplificada sobre o número “7”. Champlin diz que é o número da perfeição e da divindade. Também assinala coisas divinas. Deus descansou ao sétimo dia, terminada a sua obra criativa (Gênesis 2.2). Havia um ano sabático (Levítico 25.2-6); e também um ano do jubileu, após sete vezes sete anos (Levítico 25.8). Algumas festas judaicas duravam sete dias (Êxodo 12.15,19; Números 19.12). O dia da expiação era no sétimo mês do ano (Levítico 16.29); ritos estavam ligados ao número sete (Levítico 4.6; Números 28.11). O candeeiro de ouro tinha sete ramos (Êxodo 25.32); o salmista louvava Deus sete vezes por dia (Salmo 119.164). A tribulação final perdurará sete anos (Apocalípes 11.2,3; 13.5). Sete demônios foram expelidos de Maria Madalena (Lucas 8.2). O dragão e a besta têm sete cabeças cada um (Apocalípe 13.1; 17.7).
É bom se atentar também ao fato de que Eliseu teve um ministério específico de milagres, e, nem todo cristão tem este tipo de ministério específico, outro fato que é, lamentável, é ver que inúmeras denominações intituladas “evangélicas” chegam ao ponto de fazer “campanhas” dos “sete mergulhos de Naamã” (além de outras campanhas com nomes e situações bizarras), sem se atentar ao fato de que, nem Jesus e nem os apóstolos ensinaram a “Igreja” a fazer campanhas. Antes vemos na Palavra de Deus a seguinte orientação do apóstolo Paulo:
E eu, irmãos, apliquei essas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós, para que, em nós, aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro.
1 Coríntios 4.6
É um erro terrível “ir além do que está escrito”. Abraçar e ensinar coisas que Jesus e os apóstolos nunca ensinaram.
3 – Geazi é Acometido da Lepra
1. A rejeição dos presentes.
15. Então, voltou (Naamã) ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva, e veio, e pôs-se diante dele, e disse: Eis que tenho conhecido que em toda a terra não há Deus, senão em Israel; agora, pois, te peço que tomes uma bênção do teu servo (É notável observar a forma como Naamã se dirige a Eliseu; te peço que tomes uma bênção do teu servo.., Naamã já não era mais o mesmo homem orgulhoso de antes, agora ele reconhece que o Deus de Israel é o Deus todo Poderoso e que Eliseu é o profeta desse Deus todo poderoso).
16. Porém ele disse: Vive o SENHOR, em cuja presença estou, que a não tomarei. E instou com ele para que a tomasse, mas ele recusou (Se Eliseu tivesse aceitado o presente de Naamã haveria consequências terríveis para Naamã, Eliseu, Israel e a Síria. O rei da Síria não teria nenhum sentimento de gratidão para com Israel e seu Deus, pois o rei da Síria pensaria; “Pagamos ao Deus de Israel pela cura de Naamã”, logo, não devemos nada nem a Israel e nem ao seu Deus”.
Naamã também poderia manter seu orgulho e dizer; “Minha cura não foi de graça, paguei por ela com grande soma de valores”.
Eliseu não seria visto pelos sírios como um grande profeta de Deus, pois mostraria que teve um preço.
E, a nação de Israel não seria respeitada pelos sírios tal como foi após a cura de Naamã).
2 Reis 5.15,16
2. Homens de Deus não se deixam vender.
Homens de Deus tem discernimento espiritual, e, com a ajuda do Espírito de Deus, enchergam aquilo que a grande maioria das pessoas não enxerga.
3. Por ganância Geazi é acometido da lepra.
21. E foi Geazi em alcance de Naamã; e Naamã, vendo que corria atrás dele, saltou do carro a encontrá-lo e disse-lhe: Vai tudo bem?
22. E ele disse: Tudo vai bem; meu senhor me mandou dizer: Eis que agora mesmo vieram a mim dois jovens dos filhos dos profetas da montanha de Efraim; dá-lhes, pois, um talento de prata e duas mudas de vestes.
23. E disse Naamã: Sê servido tomar dois talentos. E instou com ele e amarrou dois talentos de prata em dois sacos, com duas mudas de vestes; e pô-las sobre dois dos seus moços, os quais os levaram diante dele.
24. E, chegando ele à altura, tomou-os das suas mãos e os depositou na casa; e despediu aqueles homens, e foram-se (O servo de Eliseu, decidiu beneficiar-se de sua posição religiosa para obter dinheiro, quantas pessoas agem da mesma forma, se valem de sua posição religiosa para obter todo tipo de vantagens, tais pessoas se esquecem que Deus vê tudo e recompensará a cada um de acordo com suas obras).
25. Então, ele entrou e pôs-se diante de seu senhor. E disse-lhe Eliseu: De onde vens, Geazi? E disse: Teu servo não foi nem a uma nem a outra parte.
26. Porém ele lhe disse: Porventura, não foi contigo o meu coração, quando aquele homem voltou de sobre o seu carro, a encontrar-te? Era isso ocasião para tomares prata e para tomares vestes, e olivais, e vinhas, e ovelhas, e bois, e servos, e servas?
27. Portanto, a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua semente para sempre. Então, saiu de diante dele leproso, branco como a neve (Sendo um leproso. Geazi não tinha mais condições de
servir como servo de Eliseu. A estupidez de Geazi era tão grande que, em nenhum momento vemos Geazi se humilhando e pedindo perdão a Deus e a Eliseu).
2 Reis 5.21-27
Conclusão
A cura de Naamã nos mostra que Deus está disposto a curar e a perdoar a todos, a estupidez de Geazi nos mostra que, muitas pessoas mesmo tendo os melhores professores, os melhores mestres, o melhor ensino, decidem largar tudo e correr atrás dos próprios interesses na primeira oportunidade que tiverem.
Fontes:
Bíblia de Estudo Arqueológica,
Bíblia de Estudo Explicada,
de Estudo Pentecostal,
Bíblia de Estudo MacArthur,
Bíblia de Estudo Holman,
A Bíblia Interpretada Versículo por Versículo Russel Norman Champlin,
Comentário Bíblia Broadman, Comentário Bíblico Matthew Henry, Comentário Bíblico Wiersbe, Comentário Bíblico F. B. Mey
er, Comentário Bíblico Beacon,
Apontamentos teológicos professor José Junior.
gério Sanches
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