O CATIVEIRO DE JUDÁ
Texto Áureo
Porém zombaram dos mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e escarneceram dos seus profetas, até que o furor do SENHOR subiu tanto, contra o seu povo, que mais nenhum remédio houve.
2 Crônicas 36.16
Crônicas dá apenas um sumário (resumo) geral mostrando como a destruição da cidade foi o resultado inevitável do seu pecado.
Entre os mensageiros enviados a chamar o povo de Deus ao arrependimento estavam Isaías, Jeremias, Ezequiel e outros (veja Jeremias 25.3-7; 35.12-15). Zombar dos mensageiros de Deus é a mesma coisa que desprezar as palavras de Deus. Quem menospreza os servos de Deus que condenam o pecado, a idolatria e a apostasia está rejeitando o próprio Deus (veja Atos 9.4). A rejeição contínua dos profetas de Deus por Israel resultou no endurecimento do coração daquele povo até que não houve mais remédio (aprenderemos mais sobre isso no decorrer da lição).
1 – O Declínio Espiritual de Judá
1. As advertências dos profetas.
9. Disse-me mais o SENHOR: Uma conjuração (ou seja, uma associação de pessoas que firmam um acordo, geralmente através de um juramento, buscando um objetivo comum. Aliança, acordo harmônico; em que há concordância) se achou entre os homens de Judá, entre os habitantes de Jerusalém (apesar do que acontecera, das Palavras de Deus e do mal que estava por vir, o povo estava decidido a prosseguir na sua idolatria. Quantas vezes Deus fala com seu povo, mas seu povo decide continuar no erro, que Deus nos livre de tal situação, aquela situação em que Deus fala, e o povo não dá ouvidos).
10. Tornaram às maldades de seus primeiros pais, que não quiseram ouvir as minhas palavras; e eles andaram após deuses estranhos para os servir; a casa de Israel e a casa de Judá quebrantaram o meu concerto, que tinha feito com seus pais.
11. Portanto, assim diz o SENHOR: Eis que trarei mal sobre eles, de que não poderão escapar, e clamarão a mim; e eu não os ouvirei.
12. Então, irão as cidades de Judá e os habitantes de Jerusalém e clamarão aos deuses a que eles queimaram incenso; eles, porém, de nenhuma sorte, os livrarão no tempo do seu mal (Este trecho registra a atração exercida pelos pecados passados e o seu castigo inevitável. Quando o vigor espiritual está ausente na vida de uma pessoa, a camuflagem ética logo cai e a pessoa regressa rapidamente aos velhos ídolos, isto é, ás velhas práticas pecaminosas e à antiga iniqüidade).
Jeremias 11.9-12
O vers. 10 prova que a reforma de Josias deixara já de ser eficaz, mesmo externamente. No reinado de Jeoaquim, o povo, juntamente com o seu rei, regressou à idolatria, como o porco para a lama. Jeremias vê assim que uma religião sem vigor não exerce qualquer influência redentora pelo que o castigo estava mais próximo do que nunca (vers.11-12).
2. Previsão dos acontecimentos que levaram Judá ao exílio.
1. Palavras de Jeremias, filho de Hilquias (Este Hilquias pai de Jeremias provavelmente fazia parte de uma família sacerdotal, mas, não era o sumo sacerdote Hilquias dos dias de Josias), dos sacerdotes que estavam em Anatote (uma cidade no território da tribo de Benjamin, esta era a cidade natal de Jeremias), na terra de Benjamim.
2. A ele veio a palavra do SENHOR, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá, no décimo terceiro ano do seu reinado (O ministério de Jeremias estendeu-se por pelo menos cinco décadas, desde os dias do rei Josias, a partir do terceiro ano do seu reinado até os dias do rei Zedequias que foi o último rei de Judá).
3. E lhe veio também nos dias de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, até ao fim do ano undécimo de Zedequias, filho de Josias, rei de Judá, até que Jerusalém foi levada em cativeiro no quinto mês (Josias reinou por mais dezesseis anos depois da vocação de Jeremias, e foi sucedido por Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias. Jeoacaz e Joaquim provavelmente foram omitidos neste versículo porque reinaram pouco tempo, somente alguns meses cada um. O exílio de Jerusalém ocorreu em 587 a.C., mas Jeremias continuou seu ministério profético ainda por mais algum tempo).
Jeremias 1.1-3
No tempo do profeta Jeremias havia muita discórida e confusão sobre o que era verdadeiro e o que era falso com relação a Palavra de Deus, pois havia muitos “falsos profetas”. A forma como Jeremias advertiu o povo sobre os falsos profetas foi tão peculiar que parece que Jeremias está nos advertindo hoje contra os falsos profetas da nossa época:
16. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas que entre vós profetizam; ensinam-vos vaidades e falam da visão do seu coração, não da boca do SENHOR.
17. Dizem continuamente aos que me desprezam: O SENHOR disse: Paz tereis; e a qualquer que anda segundo o propósito do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós (Jeremias identifica as palavras dos falsos profetas como uma separação fundamental da realidade espiritual, moral e política. Os profetas falsos criam naquilo que eles queriam que fosse verdade, expressando expectativas falsas de paz. Suas visões eram auto-induzidas, não inspiradas por Deus. Cristo avisou que nos últimos dias surgiriam profetas falsos, enganando a muitos (Mateus 24: 5,11). Se os colegas falsos de Jeremias tivessem se apresentado para ouvir as palavras do Senhor e proclamá-las, estariam falando de julgamento, como Jeremias falou, e não de paz).
“É muito importante observar aqueles pregadores que todas as vezes que pregam, trazem sempre palavras de bençãos, profecias positivas, dizendo sempre que Deus vai te honrar, vai abrir as portas, vai abençoar e nunca trazem uma palavra de concerto, de advertência, de cuidado. É muito provável que tais pregadores não estejam transmitindo com verdade a Palavra de Deus”.
Jeremias 23.16,17
3. Motivos que levaram Judá ao caticeiro.
Vejamos alguns dos motivos que fizeram com que o povo de Judá fosse levado cativo (e também Israel, pois os motivos que levaram Judá e Israel cativos foi o mesmo, a desobediência a Deus e sua Palavra):
9. Ouvi agora isto, vós, chefes da casa de Jacó, e vós, maiorais da casa de Israel, que abominais o juízo e perverteis tudo o que é direito,
10. edificando a Sião com sangue e a Jerusalém com injustiça.
11. Os seus chefes dão as sentenças por presentes, e os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao SENHOR, dizendo: Não está o SENHOR no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá (Miqueias toca, agora, o cerne da ferida e desmascara a quadrilha de criminosos que havia se instalado no poder, num esquema perverso e cruel para explorar o povo. Nessa quadrilha haviam se ajuntado os magistrados civis, os sacerdotes e os falsos profetas. A política e a religião estavam de mãos dadas pelos piores motivos.
Podemos entender que;
Quando os mestres corrompem a doutrina e os pregadores retêm o evangelho; quando reis e príncipes pervertem a equidade e negligenciam os deveres especiais para cuja defesa foram empossados, envenenam o curso da vida e o transformam em fonte de morte).
Miquéias 3.9-11
Vejamos também 2 Crônicas 24.17-32:
17. Porém, depois da morte de Joiada, vieram os príncipes de Judá e prostraram-se perante o rei; e o rei os ouviu.
18. E deixaram a Casa do SENHOR, Deus de seus pais, e serviram às imagens do bosque e aos ídolos; então, veio grande ira sobre Judá e Jerusalém por causa desta sua culpa.
19. Porém enviou profetas entre eles, para os fazer tornar ao SENHOR, os quais protestaram contra eles; mas eles não deram ouvidos.
20. E o Espírito de Deus revestiu a Zacarias, filho do sacerdote Joiada, o qual se pôs em pé acima do povo e lhes disse: Assim diz Deus: Por que transgredis os mandamentos do SENHOR? Portanto, não prosperareis; porque deixastes o SENHOR, também ele vos deixará.
21. E eles conspiraram contra ele e o apedrejaram com pedras, por mandado do rei, no pátio da Casa do SENHOR.
22. Assim, o rei Joás não se lembrou da beneficência que Joiada, pai de Zacarias, lhe fizera; porém matou-lhe o filho, o qual, morrendo, disse: O SENHOR o verá e o requererá.
2 Crônicas 24.17-32
O povo de Judá buscou a idolatria e mataram o profeta que Deus lhes envio para advertí-los de seus pecados.
Deus advertiu várias vezes o seu povo, mas eles não deram ouvidos a voz de Deus:
16. Porém zombaram dos mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e escarneceram dos seus profetas, até que o furor do SENHOR subiu tanto, contra o seu povo, que mais nenhum remédio houve.
17. Porque fez subir contra eles o rei dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada, na casa do seu santuário; e não teve piedade nem dos jovens, nem das moças, nem dos velhos, nem dos decrépitos; a todos os deu nas suas mãos.
18. E todos os utensílios da Casa de Deus, grandes e pequenos, e os tesouros da Casa do SENHOR, e os tesouros do rei e dos seus príncipes, tudo levou para a Babilônia.
19. E queimaram a Casa de Deus, e derribaram os muros de Jerusalém, e todos os seus palácios queimaram, destruindo também todos os seus preciosos objetos ( Por quê Deus permitiu que o templo fosse destruído?
R: Provavelmente porque o povo acreditava que, enquanto o templo de Deus estivesse ali era um sinal da presença de Deus, mesmo que estivessem em desobediência. Olhar e ver o templo ali, no meio do povo era, na visão do povo, um sinal de que Deus estava entre eles, por isso Deus permitiu que o templo fosse destruído, para que entendessem que Deus não estava com eles por causa de sua grande desobediência. Atualemte há muitas pessoas que frequentam uma denominação religiosa, ou tem algum parente cristão mas vivem em desobediência a Deus acreditando que Deus está com eles por fazerem parte de alguma denominação religiosa ou terem parentes cristãos, mas é um triste engano ter este tipo de pensamento).
20. E os que escaparam da espada levou para a Babilônia; e fizeram-se servos dele e de seus filhos, até ao tempo do reino da Pérsia,
2 Crônicas 36.16-20
Deus advertiu várias vezes os habitantes de Judá contra os pecados que praticavam, eles se arrependiam por um curto espaço de tempo, mas logo se voltavam contra as advertências de Deus, por fim, a situação se mostrara irremediável.
Devemos tomar muito cuidado para não abrigar o pecado em nossos corações, pois pode chegar o momento em que a situação tornar-se -á irremediável e o castigo de Deus pode substituir a sua misericórdia como ocorreu com Judá e Israel.
2 – A Obstinação de Zedequias e Sua Queda
1. A teimosia de Zedequias.
2. Surdos aos avisos dos profetas.
14. Então, enviou o rei Zedequias e fez vir à sua presença Jeremias, o profeta, à terceira entrada, que estava na Casa do SENHOR; e disse o rei a Jeremias: Pergunto-te uma coisa; não me encubras nada (O profeta foi levado até a terceira entrada do Templo (local exato desconhecido) para encontrar-se com o rei. Essa acabou sendo sua última entrevista com o monarca infeliz. O rei parecia fora de si e desesperado, esperando ouvir alguma palavra positiva da parte do Senhor, ao pedir a Jeremias: não me encubras nada. Ao mesmo tempo, ele não estava disposto a fazer aquilo que salvaria sua vida e a do seu povo, ou seja, ele não estava disposto a fazer o que Deus lhe ordenou).
15. Disse Jeremias a Zedequias: Se eu ta declarar, com certeza, não me matarás? E, aconselhando- te eu, ouvir-me-ás?
16. Então, jurou o rei Zedequias a Jeremias, em segredo, dizendo: Vive o SENHOR, que nos fez esta alma, que não te matarei, nem te entregarei nas mãos destes homens que procuram a tua morte.
17. Então, Jeremias disse a Zedequias: Assim diz o SENHOR, Deus dos Exércitos, Deus deIsrael: Se, voluntariamente, saíres, aos príncipes do rei da Babilônia, então, viverá a tua alma, e esta cidade não será queimada, e viverás tu e a tua casa (Jeremias inquiriu o rei severamente: “Se eu lhe der uma resposta, você não me matará? Mesmo que eu o aconselhasse, você não me escutaria ?”. Zedequias então jurou não fazer mal a Jeremias, e que não permitiria que os príncipes lhe fizessem mal. Convencido pelo juramento do rei de que ele estava sendo sincero, Jeremias aconselhou-o a entregar- se aos príncipes do rei da Babilônia).
18. Mas, se não saíres aos príncipes do rei da Babilônia, então, será entregue esta cidade nas mãos dos caldeus, e eles a queimarão, e tu não escaparás das mãos deles (Jeremias assegurou a Zedequias que, se ele se entregasse, não salvaria apenas a sua vida, da sua família, mas também salvaria a cidade de Jerusalém: esta cidade não será queimada. Jeremias declarou, por outro lado, que se Zedequias não se entregasse, a cidade seria queimada e ele não escaparia das mãos dos caldeus).
19. Então, disse o rei Zedequias a Jeremias: Receio-me dos judeus que se passaram para os caldeus; que me entreguem nas suas mãos e escarneçam de mim (A angústia mental do rei ficou evidente ao confessar a Jeremias: Receio-me dos judeus que se passaram para os caldeus; que me entreguem nas suas mãos e escarneçam de mim,. Podemos perceber que o pecado quase sempre traz uma angustia mental aqueles que estão indo contra a direção de Deus. E, quando o pecado não traz uma angustia mental, pode ser um sinal evidente de que tal pessoa está tão espiritualmente seca que simplesmente já não houve mais a voz de Deus.
Que retrato de um rei! Medo do futuro. Com medo de seus próprios oficiais. Sabendo o que era certo, mas totalmente incapaz de fazê-lo, pois não tinha temor a Deus, mostrava amar mais a “posição que ocupava do que o “temer a Deus”. O mais poderoso homem em Judá era o menos livre para agir; o menos capaz de fazer o que era sábio e certo. Devemos aprender com Zedequias, mesmo um rei neste mundo, se não estiver na direção de Deus não passa de um miserável).
20. Disse Jeremias: Não te entregarão; ouve, te peço, a voz do SENHOR, conforme a qual eu te falo; e bem te irá, e viverá a tua alma (Fica claro com base nesse acontecimento que os termos de Deus para nossa salvação sempre são difíceis para a carne e o sangue.
1- As palavras de Deus atacam nosso orgulho.
2-As palavras de Deus subjugam nossa obstinação. 3-As palavras de Deus requerem uma fé real).
21. Mas, se tu não quiseres sair, esta é a palavra que me mostrou o SENHOR.
22. Eis que todas as mulheres que ficaram na casa do rei de Judá serão levadas aos príncipes do rei da Babilônia, e elas mesmas dirão: Os teus pacificadores te incitaram e prevaleceram contra ti; e, agora, que se atolaram os teus pés na lama, eles voltaram atrás.
23. Assim, a todas as tuas mulheres e a teus filhos levarão aos caldeus, e tu não escaparás das suas mãos; antes, pela mão do rei da Babilônia, serás preso, e esta cidade ele queimará.
24. Então, disse Zedequias a Jeremias: Ninguém saiba estas palavras, e não morrerás (Éinteressante observar que Zedequias não tinha nenhum interesse que as pessoas soubessem o que Deus estava requerendo dele. Assim é a pessoa que está se afastando dos caminhos de Deus, tal pessoa não quer que ninguém saiba sobre as advertências de Deus. É como se tal pessoa dissesse; “Me deixe pecar em paz”. Você conhece alguém assim? Você já foi alguém assim? Talvez você esteja sendo alguém assim…
É sempre bom examinarmos nossos corações, para observar se estamos hoje mais próximos de Deus do que quando nos convertemos, ou se estamos mais longe..).
Jeremias 38.14-24
Zedequias preferiu não dar ouvidos ao profeta de Deus, e, pagou caro por isso. Ao rejeitar o conselho de Deus por intermédio de Jeremias, o rei Zedequias acabou sofrendo terrívies desgraças. Na verdade esta é a recompensa daqueles que que rejeitam a palavra de Deus, nada além de desgraças (isto é o que aguarda por aqueles que rejeitam a palavra de Deus). Veja o que aconteceu com Zedequias por ele ter rejeitado o conselho de Deus;
1. No ano nono de Zedequias, rei de Judá, no mês décimo, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, e todo o seu exército contra Jerusalém e a cercaram.
2. No ano undécimo de Zedequias, no quarto mês, aos nove do mês, se fez a brecha na cidade.
3. E entraram todos os príncipes do rei da Babilônia, e pararam na Porta do Meio, os quais eram Nergal- Sarezer, Sangar-Nebo, Sarsequim, Rabe-Saris, Nergal-Sarezer, Rabe-Mague, e todos os outros príncipes do rei da Babilônia.
4. E sucedeu que, vendo-os Zedequias, rei de Judá, e todos os homens de guerra, fugiram, então e saíram de noite da cidade, pelo caminho do jardim do rei, pela porta dentre os dois muros; e saiu pelo caminho da campina.
5. Mas o exército dos caldeus os perseguiu; e alcançaram Zedequias nas campinas de Jericó, e o prenderam, e o fizeram ir a Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Ribla, na terra de Hamate, e ali o rei da Babilônia o sentenciou.
6. E o rei da Babilônia matou os filhos de Zedequias em Ribla, à sua vista; também matou o rei da Babilônia todos os nobres de Judá.
7. E arrancou os olhos a Zedequias e o atou com duas cadeias de bronze, para levá-lo à Babilônia.
Jeremias 39.1-7
3 – Jerusalém é Cercada e Levada Cativa
1. A destruição da cidade santa e do templo.
2. A matança, o cativeiro, a peste e a pobreza.
Vejamos agora um pouco da terrível situação de Judá;
1. Como se escureceu o ouro! Como se mudou o ouro fino e bom! Como estão espalhadas as pedras do santuário ao canto de todas as ruas (aqui fala da destruição do templo).
2. Os preciosos filhos de Sião, comparáveis a puro ouro, como são, agora, reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro!
3. Até os chacais abaixam o peito, dão de mamar aos seus filhos; mas a filha do meu povo tornou- se cruel como os avestruzes no deserto (Até animais ferozes e cruéis como os chacais têm sentimentos de ternura para com os filhotes, garantindo que eles receberão leite materno suficiente. Porém, endurecidas pelo que os babilônios lhes fizeram, as mães de Judá terminaram comendo os próprios filhos! (Lamentações 2.20). Elas se tornaram piores que as feras do campo, e se assemelharam a avestruzes, que têm a reputação de negligenciar os filhotes (Jó 39.13-18). A mãe avestruz põe os ovos na areia, onde são pisados sob os pés, e os poucos que sobrevivem não são tratados com nenhum cuidado especial).
4. A língua do que mama fica pegada pela sede ao seu paladar; os meninos pedem pão, e ninguém lho dá (O cerco reduziu Jerusalém à inanição. Os poucos sobreviventes competiam para consumir os alimentos restantes. As crianças pequenas morriam de sede e fome, e muitas estavam feridas e sofriam. As crianças em idade de mamar não tinham mais o leite materno. A mãe deles estava morta, ferida ou moribunda. Algumas mães chegavam a comer os filhinhos famintos! As crianças maiores, entrementes, estavam nas ruas, esmolando pão, mas ninguém compartilhava com elas coisa alguma. Cf. Lam. 2.12,19,20.O profeta “pinta um quadro desesperado e sanguinário”, e devemos entender que a idolatria, o adultério e a apostasia de Judá é que os pusera nessas condições deploráveis).
5. Os que comiam iguarias delicadas desfalecem nas ruas; os que se criaram em carmesim abraçam o esterco (Os ricos, acostumados a comer comidas finas e usufruir os luxos da vida, pereciam nas ruas como esmoleres comuns, de quem ninguém tinha pena. Estavam feridos e morriam de fome em montões de cinzas, pois tinham sido reduzidos a nada. Aquelas pessoas foram acostumadas a usar roupas finas, mas agora sua condição era de miséria, jazendo eles entre as cinzas, feridos e mortos de fome).
6. Porque maior é a maldade da filha do meu povo do que o pecado de Sodoma, a qual se subverteu como em um momento, sem que trabalhassem nela mãos algumas (A destruição de Sodoma foi instantânea, mas Jerusalém ficou agonizando por, muito tempo. Sodoma foi destruída pela mão de Deus, mas no caso de Jerusalém, Deus usou as forças do inimigo do povo. Na destruição de Sodoma, não houve mais oportunidades para o arrependimento, depois do início do julgamento, ao passo que Jerusalém tivera um profeta espiritual, Jeremias, pela boca do qual Deus oferecia várias oportunidades para o povo se arrepender).
7. Os seus nazireus eram mais alvos do que a neve, eram mais brancos do que o leite, eram mais roxos de corpo do que os rubins, mais polidos do que a safira (O profeta falou poeticamente a respeito dos príncipes de Judá. Eles eram mais “alvos do que a neve” e mais “brancos do que o leite”. É provável que isso se refira à ótima aparência física deles, e não a qualidades morais superiores).
8. Mas, agora, escureceu-se o seu parecer mais do que o negrume, não se conhecem nas ruas; a sua pele se lhes pegou aos ossos, secou-se, tornou-se como um pedaço de pau (A beleza transformou-se em feiúra. O branco tornou-se mais escuro que o carvão, a cor da morte. Os poucos sobreviventes foram deixados a morrer nas ruas. Estavam feridos e esfomeados, com o corpo emagrecido e a pele enrrugada. Eram indivíduos ressecados, duros como a madeira. Estavam praticamente mumificados. Estes eram os efeitos da fome que Judá sofria).
9. Os mortos à espada mais ditosos são do que os mortos à fome; porque estes se esgotam como traspassados, por falta dos frutos dos campos.
10. As mãos das mulheres piedosas cozeram seus próprios filhos; serviram-lhes de alimento na destruição da filha do meu povo (Não podemos imaginar os horrores do cerco a Jerusalém, vividamente descrito aqui. Mas o retrato não pretende solicitar simpatia ou solidariedade. Em vez disso, o retrato do sofrimento nos convence da imensidão do pecado que fez com que Deus esmagasse o seu povo tão amado. Qualquer horror que sintamos, deve ser o horror do pecado, e a fonte do nosso alívio é a convicção de que, para o povo de Deus, até mesmo o sofrimento causado pelo pecado terminará).
Lamentações 4.3-10
Analizando o livro de Lamentações, podemos ver que Jeremias advertiu muito o seu povo, mas não lhe deram ouvidos, ao presenciar todo o sofrimento do povo por não terem dado ouvidos as palavras de Jeremias, ele (Jeremias) podia ter dito algo do tipo, “estão vendo agora”, “eu avisei” “agora sofram”…
Mas Jeremias não agiu assim, Jeremias se lamentou profundamente por seu povo e clama a Deus por seu povo (leia o livro de Lamentações para uma melhor compreensão do contexto).
Aí então podemos refletir.
Quando alguém peca e se afasta da “Igreja”, qual é a nossa atitude? Oramos incessantemente para que Deus tenha misericórdia de tais pessoas?
Ou simplesmente esquemos de tais pessoas e não mais nos importamos com elas? (Pense nisso)..
3. A esperança profetizada.
22. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim (Este versículo é um dos mais conhecidos e citados do livro de Lamentações. Talvez seja a luz mais brilhante do livro. Fala de uma misericórdia abundante ou, conforme diz a versão bíblica Revised Standard Version, de um “amor constante”.Através das palavras do profeta Deus lembra a aliança com Seu povo e mostra-se longânimo para com os pecados deles. Portanto, Deus não trata com eles de maneira a abandoná-los totalmente, punindo-os por seus pecados até que todos morram, quando seria razoável fazer assim. Ele permanece com o povo que escolheu e continua a aplicar sua disciplina sem destruí-los. Deus trabalha visando a modificação do povo, e não a sua destruição. Seu amor é poderoso e, assim, atinge mais alto que a mais distante estrela e mais baixo que o mais profundo inferno. Até seus juízos são remediais, e não meramente retributivos).
23. Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade (Deus ainda haveria de escrever outro capítulo contando a história da tragédia e insuflando-a com esperança e prosperidade, finalmente. Diz a Septuaginta: “As misericórdias do Senhor não me abandonaram”. A versão siríaca diz: “As misericórdias do Senhor, elas não têm fim”. Aben Ezra (importante escritor judeu da idade média) lembrou que “não há fim das misericórdias do Senhor”. “O Senhor-é cheio de misericórdias, que Ele concede de maneira livre e soberana”.
Lamentações 3.22,23
Hoje o maior motivo de esperança da “Igreja” é cristo, uma esperança infalível:
aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória;(Observe que Cristo é uma esperança para aqueles que creem nele e o buscam).
Colossenses 1.27
Conclusão
A experiência terrível de Judá no cativeiro, por causa de sua desobediência a Deus e sua Palavra é um alerta para a “Igreja”. Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.Isaías 55.6.
Fontes
Bíblia de Estudo Arqueológica,
Bíblia de Estudo Pentecostal,
Bíblia de Estudo Explicada,
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal,
Bíblia Dake,
O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Russel Norman Champlin, Comentário Bíblico WiersBe,
Comentário Bíblico Matthew Henry,
Comentário do Uso do Antigo Testamento no Novo-G. K. Beali e D. A. Carson,
Comentário Devocional da Bíblia – Lawrence O. Richards,
Comentário Bíblico Beacon,
Comentário Bíblico Broadman,
Revista Cristão Alerta 3º Trimestre de 2021,
Apontamentos teológicos professor José Junior.
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