PAULO A VOCAÇÃO PARA SER APÓSTOLO
Texto Áureo:
Paulo ( chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus )..
1 Coríntios 1.1
Russel Norman Champlin observa que; Paulo deixa esclarecido, desde o começo, que o seu apostolado não era obra sua, como também não era idealização humana, e, sim, uma chamada divina. Essa declaração tem um sentido parcialmente apologético, porquanto, na “igreja local” de Corinto tinham surgido dúvidas quanto a esse apostolado de Paulo. Os falsos mestres, que tinham causado divisões, ali, haviam igualmente atacado o seu apostolado, dizendo, entre outras coisas, que Paulo não recolhia salário daquela “igreja” porque não o merecia, embora fosse tradição prática da “igreja cristã”, tomada por empréstimo do judaísmo, que aqueles que vivem inteiramente dedicados à vida religiosa (como ministros do evangelho), devem viver do evangelho, ou seja, devem receber sustento financeiro da comunidade religiosa à qual servem.
Champlin observa ainda que; É notório que Paulo defende ainda mais vigorosamente o seu apostolado na segunda epístola aos Coríntios, conforme vemos nos capítulos dez a doze da mesma, onde ele apresenta uma defesa espalhada em várias frentes: seus labores espirituais abundantes e obviamente produtivos (2 Coríntios 10.14-18); seu interesse apostólico especial por aqueles crentes (2 Coríntios 11.1 e ss); seu ataque direto contra a falsidade das reivindicações apostólicas de seus oponentes (2 Coríntios 11.13 e ss.); uma completa descrição de seu ministério, que ultrapassava a tudo quanto outros estivessem fazendo então (2 Coríntios 11.16 e ss.); e suas muitas e grandiosas experiências espirituais (2 Coríntios 1 e ss.).
Ora, essa vigorosa defesa de seu apostolado se tornara necessária devido aos golpes aplicados por seus adversários, em Corinto, os quais tinham provocado o aparecimento do “espírito de partidarismo” (por assim dizer), levando muitos a duvidarem da autenticidade do apostolado de Paulo. E foi essa nota de discórdia e dissensão que provocou o motivo da escrita da primeira e da segunda epístolas aos Coríntios, por serem livros que têm por intuito abordar os muitos «problemas» surgidos naquela “igreja” cristã, entre os quais se destacava a dúvida em torno do apostolado de Paulo. (Com isso se pode comparar a sua defesa ante os crentes da Galácia—Gálatas 1.11 – 2.14). Talvez nos surpreenda que tenha sido necessária essa defesa, tão firmemente estabelecida é a autoridade apostólica de Paulo na “Igreja universal” de nossos dias.
É óbvio, entretanto, que essa autoridade não era tão universalmente aceita nos seus próprios dias, nem mesmo entre os crentes gentios (Ou seja, é fácil para nós hoje em dia reconhecermos e aceitarmos a autoridade apostólica de Paulo, mas essa autoridade apostólica não era tão bem aceita nos dias do apóstolo).
1 – O Ponto de Partida Para a Vocação de Paulo
1. Chamada e presciência divina.
Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou e me chamou pela sua graça,
Gálatas 1.15
15. Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel.
16. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.
Atos 9.15,16
Estes versículos acima nos mostram que Paulo foi escolhido para apóstolo por presciência divina.
Presciência: Conhecimento do futuro, veja (Atos 2.23;Romanos 8.29; 1 Pedro 1.2,20).
A presciência de Deus lhe permite Eleger e Predestinar seu povo.
ELEIÇÃO: É a escolha (feita por Deus) daqueles que creem em Cristo ( Romanos 8.29-33; 9.6-26; 11.5,7,28: Colossenses 3.12: 1 Tessalonicenses 1.4: 2 Tessalonicenses 2.13: Tito 1.1), a “ELEIÇÃO” (gr. Eklegoe), refere-se a escolha feita por Deus, através de Cristo, de um povo para si mesmo, a fim de que sejam santos e inculpáveis diante dele (2 Tessalonicenses 2.13), essa ELEIÇÃO é uma expressão do amor de Deus, que recebe como Seu todos que recebem seu Filho Jesus Cristo (João 1.12).
PREDESTINAÇÃO: Do grego “PROORIZO”, significa, “Decidir de antemão” (decidir de maneira antecipada, determinar antes) e se aplica aos propósitos de Deus inclusos na eleição.
Portanto, eleição é a escolha feita por Deus em Cristo, de um povo para si mesmo (a igreja verdadeira).
E a predestinação abrange o que acontece e acontecerá com o povo de Deus (todos os crentes genuínos em Cristo).
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2. Um ministério na plenitude do Espírito.
E Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo (O Espírito Santo foi assim conferido a Saulo de Tarso. E, conforme se deve observar neste caso, não através da instrumentalidade apostólica, ainda que, naqueles primeiros dias do cristianismo, tal intervenção parecesse necessária. Neste caso, porém, isso foi feito através de um simples crente fiel, Ananias, esta foi a primeira vez que o Espírito Santo foi concedido por meio de um crente comum, isto é, que não fosse apóstolo) .
Atos 9.17
Vemos que Ananias realizou uma obra de ajuda que atingia tanto o físico como a alma de Saulo. Tirou a cegueira material de Saulo (assim Saulo reconheceu o poder de Deus, que flui através do Senhor Jesus) e conferiu-lhe o dom do Espírito (a realidade da presença do Espírito demonstraria a realidade e a autenticidade das reivindicações do Senhor Jesus, porquanto o Espírito Santo é o “alter ego” (substituto perfeito, grande amigo, pessoa em que se pode confiar) de Cristo.
Isto mostra também que, para fazer a “obra de Deus” é necessário ser “batizado no Espírito Santo”, pois é impossível fazer a “obra de Deus” da maneira correta sem a plenitude do Espírito.
A imposição de mãos desde muito tempo, faz parte das cerimônias religiosas, visando ou a consagração do indivíduo que a recebe, ou a transferência de poderes curadores ou miraculosos.
É quase certo que, nos primitivos tempos cristãos, o rito da imposição de mãos realmente conferia poder espiritual e energia, não se tratando de mera cerimônia simbólica, essa cerimônia degenerou em quase todos os setores da moderna “Igreja” cristã (eu particularmente vi a “imposição de mãos em apenas um ministério da “Igreja contemporânea” a cerca de 3 anos). E, é claro que a imposição de mãos, caso seja feita, deve ser feita por crentes fieis, cheios do Espírito Santo e não por qualquer um.
Vejamos o que diz Atos 9.20:
E logo, nas sinagogas, (Paulo) pregava a Jesus, que este era o Filho de Deus. Atos 9.20
A unção do Espírito Santo capacitou Paulo a pregar imediatamente, em oração ele recebeu uma abundância das revelações de Deus (1 Coríntios 2.1-16; e 2 Coríntios 12.1,7; Gálatas 1.11-16; 2.7), ele havia estudado as Escrituras durante anos e, por meio da unção do Espírito Santo pregou e convenceu muitas pessoas de que Jesus é o Cristo, Filho de Deus.
3. Deus mudou o nome de Saulo para Paulo?
Não. Não há qualquer menção sobre isso na Bíblia e nem em livros históricos confiáveis. Esta crença de que Deus mudou o nome de Saulo para Paulo surgiu (pelo menos ao que parece) entre filósofos e teólogos católicos.
Mas a Bíblia diz:
Todavia, Saulo, que também se chama Paulo,.. Atos 13.9
(Como visto na lição 1) Vemos em Atos 13.9 que Paulo tinha dois nomes. Paulo (nome romano que quer dizer pequeno) também chamado Saulo,(nome hebraico que significa procurado ou pedido).
Ou seja, não houve troca de nomes, o que vemos é que o texto afirma que ele (Paulo) tinha 2 nomes, fato considerado comum para muitos judeus, especialmente aqueles que tinham cidadania romana, como era o caso de Paulo (Atos 16.37,38; 22.25-29).
2- Uma Vocação Efetivada Pelo Cristo Ressurreto
1. Saulo viu o esplendor glorioso do Cristo ressurreto (Atos 9.3-6).
3. E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu (Isto simbolizou a revelação espiritual que mudaria para sempre a alma do jovem e orgulhoso fariseu)
4. E, caindo em terra (Ele provavelmente estava a pé e não a cavalo, os judeus mais tradicionais eram avessos a andar a cavalo, um modo de transporte popular entre os romanos), ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
5. E ele disse: Quem és, Senhor? (Essa foi uma forma respeitosa de se dirigir a alguém que o assustou e o surpreendeu, pois até aqui Paulo ainda não sabia quem estava falando com ele) E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues (Quando Paulo perseguia a “Igreja”, ele estava perseguindo o próprio Jesus, o chefe da “Igreja”, este é um aviso solene não apenas aos de fora que podem atacar a “Igreja”, mas também aos menbros da “Igreja”, se deliberadamente agirem contra algum companheiro, pois ao fazerem isso estão agindo contra Cristo.). Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.
6. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer (Paulo entrou em Damasco de uma maneira completamente diferente daquela que ele tinha imaginado, ao invés de arrastar homens e mulheres e conduzí-los a prisão, ele mesmo é conduzido, humilhado, afligido e cego, como um prisioneiro de Jesus Cristo).
Atos 9.3-6
2. Uma vocação inevitável para o apostolado entre os gentios.
Paulo foi escolhido por Deus para ser Apóstolo, ou seja, Deus escolheu Paulo para propagar e defender a doutrina de Cristo.
A palavra “Apóstolo” tem um significado tanto “singular”, “estrito” (único), quanto “abrangente”, “geral” (amplo),
“Apóstolo” é um termo que se aplica a certos líderes cristãos do Novo Testamento. O verbo grego “Apostello” significa (no entendimento da “Igreja”): Enviar alguém em missão especial como mensageiro e representante pessoal de quem o envia. O termo “Apóstolo” é usado para Cristo (Hebreus 3.1), os doze discípulos escolhidos por JESUS (Mateus 10.2-4), o Apóstolo Paulo (Romanos 1.1; 2 Coríntios 1.1; Gálatas
1.1) , e outros (Atos 14.4,14; Romanos 16.7; Gálatas 1.19; 2.8,9; 1 Tessalonicenses
2.6,7).
O apostolado dos doze (e de Paulo) tem uma conotação bem singular (única) em relação aos demais encontrados em Atos e também nas epístolas paulinas.
Apóstolos no sentido “Estrito” (único, minucioso, exato) da palavra já não existem mais, pois para ser apóstolo no sentido “Estrito” da palavra é necessário ter sido testemunha ocular da ressurreição de Cristo e/ou ter recebido Dele a comissão apostólica especial para ser um dos “líderes maiores” da “Igreja” primitiva (por assim dizer). Não há qualquer evidência Bíblica de que este ofício de Apóstolo no sentido “Estrito” da palavra tenha sido transferido a outros depois dos primeiros doze, de Matias (Atos 1.21-26) e de Paulo (Atos 9.4-6,15,16; 1 Timóteo 1.1).
Observe que, depois da morte do Apóstolo Tiago (Atos 12.2) irmão do Apóstolo João, não foi colocado nenhum substituto entre os doze, o que mostra que, Apóstolos no sentido “Estrito” da palavra foram apenas os doze primeiros, Matias e Paulo.
Matias foi escolhido para tomar o lugar de Judas, pois havia convivido com os
Apóstolos todo o tempo em que JESUS andou entre os Apóstolos, ou seja, Matias era um dos crentes que esteve presente desde o início do ministério de JESUS (Atos 1.21), e Paulo, embora não estivesse presente desde o início do ministério de JESUS e mesmo não pertencendo ao colégio apostólico original (isto é, não fazia parte dos doze primeiros) foi chamado por questões particulares e soberanas de DEUS.
Os Apóstolos não eram perfeitos, mas, quando DEUS chama, Ele capacita, da mesma forma os que possuem Dons e realizam funções na “Igreja” contemporânea (atual) também não são perfeitos, mas quando DEUS chama, Ele capacita (2 Coríntios 3.4- 6).
Paulo foi escolhido por “questões particulares de Deus” (por assim dizer).
Augustus Nicodemus Lopes observa que “o apóstolo Paulo tem todas as qualificações dos 12 primeiros apóstolos embora não tenha sido chamado entre os 12 primeiros apóstolos. Paulo viu o Cristo ressurreto, foi comissionado diretamente por Ele, recebeu poder para realizar sinais e prodígios que são as credenciais de apostolado, foi inspirado por Deus para escrever boa parte das Sagradas Escrituras e lançar o “fundamento da “Igreja”, Paulo era um interprete autorizado do Antigo Testamento, Deus lhe revelou verdades ocultas, Paulo disvenda mistérios nas suas cartas, assim como os demais apóstolos que escreveram inspirados por Deus”.
Ou seja, analisando na íntegra os escritos Bíblicos e a história do Novo Testamento, não há dúvida alguma de que Paulo foi um apóstolo na mesma autoridade e proporção que os 12 primeiros.
Vejamos as palavras de Paulo em Atos 22.14:
E ele disse: O Deus de nossos pais de antemão te designou para que conheças a sua vontade, e vejas aquele Justo, e ouças a voz da sua boca.
Atos 22.14
Agora vejamos as palavras de Paulo em Gálatas 1.15,16:
15. Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou e me chamou pela sua graça,
16. revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei carne nem sangue,
Gálatas 1.15,16
Sobre estes versículos, Russel Norman Champlin faz um comentário bem imparcial (sem defender nem o “Arminianismo” e nem o “Calvinismo”).
Champlin diz que; “É praticamente impossível interpretar esses versículos de conformidade com o ponto de vista da teologia arminiana. À verdade é que Deus tomou resoluções que agora concretiza entre os homens. De alguma maneira, a vontade humana dos remidos coopera com a vontade divina, sem que esta destrua o livre-arbítrio (o Calvinismo rejeita a opinião popular sobre “livre arbítrio”) do homem; todavia, não sabemos dizer como é que isso pode suceder”.
Atenção Professor:
(Eu, professor José Junior concordo com o argumento de Champlin, porque, embora o “Arminianismo” em minha opinião esteja muito mais de acordo com a Bíblia do que o “Calvinismo”, a verdade é que Deus não cabe na “caixinha do Calvinismo” e nem na “caixinha do Arminianismo”, precisamos entender que há pontos nas Sagradas Escrituras que nem o “Arminianismo e nem o Calvinismo” conseguem explicar de maneira plausível, há pontos nas Sagradas Escrituras que a sabedoria humana não consegue explicar, e isso só mostra o amor, a sabedoria, e a soberania de Deus e glória a Deus por isso, e é claro eu, professor José Junior não tenho nenhuma dúvida da existência do livre arbítrio).
3. A vocação mudou o rumo da vida de Saulo.
Certamente a vocação mudou a vida de Paulo. E, a vocação de Deus muda a vida de cada pessoa que aceita o chamado de Deus (por assim dizer). Paulo passou de “religioso cego” a “maior de todos os teólogos” (por assim dizer). Sua vocação mudou não apenas a vida dele, mas a vida de inúmeras pessoas em todos os tempos e nações.
Hernandes Dias Lopes diz que; “Paulo foi certamente o maior apóstolo, o maior missionário, o maior teólogo, e o maior plantador de “Igrejas” da história do cristianismo, ele foi mais influente do que todos os imperadores de Roma”.
Dias Lopes está certo, e Paulo foi tudo isso, por que “ouviu a voz de Deus e aceitou seu chamado e cumpriu seu ministério (2 Timóteo 4.7,8).
Ninguém jamais se arrepederá de cumprir sua vocação, seu ministério. Mas, muitos se arrependerão no dia do “Juízo” de não ter cumprido sua vocação, seu ministério (Pense nisso).
Atenção professor:
(“Apóstolo” é a tradução da palavra grega ἀπόστολος, que significa “enviado”. Esse é seu sentido básico. A palavra já era conhecida antes de ser usada pelos autores do Novo Testamento, embora seu uso fosse raro. No mundo antigo, a palavra “apóstolo” tinha a ver com expedições marítimas, especialmente as de natureza militar, conforme registradas nos escritos de vários autores gregos da antiguidade. Significava simplesmente os navios que eram enviados em missões militares; uma expedição naval. Depois, veio a ser aplicado ao grupo de expedicionários que povoavam uma localidade e, posteriormente, ao comandante daquele grupo. Embora a ideia de enviar ou enviado esteja presente, nenhum destes usos corresponde à maneira como a palavra é usada no Novo Testamento, pois lhes falta o componente de enviados com autoridade e com poderes de representação. O sentido geral era simplesmente o de alguém que era um emissário. Em papiros datados da mesma época do Novo Testamento, a palavra aparece com outro sentido, o de uma remessa via marítima ou de um passaporte. Ou seja, não será na literatura grega de antes e durante o período apostólico que encontraremos paralelos que nos ajudem a entender o surgimento do emprego do termo “apóstolos” por Jesus e seus seguidores. Tem sido apontado que entre os filósofos estóicos e cínicos, havia a consciência de que eram enviados dos deuses, especialmente de Zeus, a divindade suprema, para investigar os erros e fraquezas humanas e consertá-las mediante o discurso e o arrazoado. Assim, o cínico se considerava um κατάσκοπος, um espião de Zeus entre a humanidade. Todavia, além de faltar neste conceito outros elementos peculiares ao termo “apóstolo”, como usado no Novo Testamento, não temos como provar a presença e a influência do estoicismo na Palestina, onde provavelmente se originou este uso, como veremos em seguida. É mais provável que encontraremos o contexto do conceito de “apóstolo” no mundo judaico.
Conforme o Evangelho de Lucas, foi Jesus quem primeiro usou a palavra no período do Novo Testamento, para com ela designar os doze discípulos que havia escolhido: “E, quando amanheceu, [ Jesus] chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos” (Lc 6.13). Desde que Jesus e todos os judeus de sua época na Palestina falavam o aramaico, é provável que ele usou o termo aramaico shaliah, do verbo j"l'v;, “enviar”, que foi traduzido por Lucas e demais autores como ἀπόστολος.
Se algumas das cartas de Paulo foram escritas antes dos Evangelhos, como geralmente se acredita, ele foi o primeiro a empregar o termo (apóstolo) por escrito na literatura canônica. Mas, fica claro que Paulo não criou o termo, pois ele reconhece a existência de pessoas que eram chamadas de apóstolos antes dele: "Nem subi a Jerusalém para os que já eram apóstolos antes de mim” (Gl 1.17; cf. 1Co 15.7). A não ser que duvidemos da historicidade do Evangelho de Lucas e atribuamos esta designação dos doze como “apóstolos” a uma inserção dele nas fontes recebidas, Lucas 6.13 deixa claro que foi Jesus quem primeiro designou os seus doze discípulos como “apóstolos”. A partir deste momento, Lucas se refere aos doze diversas vezes como “os apóstolos” mesmo em situações em que os mesmos demonstravam suas fraquezas,cf. Lc 17.5;22.14; 24.10).
Fonte: Apóstolos : A Verdade Bíblica Sobre o Apostolado – Augustus Nicodemus Lopes
3- Vocação de Paulo e o Aprendizado no Deserto
1. A ida para o deserto.
2. As lições do deserto.
3. Mais lições do deserto.
Paulo foi “chamado por Deus”, mas passou anos exercendo “pouca influência” dentro do cristianismo (por assim dizer). Paulo passou alguns anos “no deserto”, digamos assim.
Paulo é certamente o apóstolo que mais influenciou a “Igreja” cristã. Suas cartas representam quase a metade dos livros canônicos do Novo Testamento. O testemunho que o livro de Atos nos dá de sua conversão, sua chamada, seus labores e sofrimentos pelo Evangelho de Cristo o estabelece como o maior missionário cristão da “Igreja” nascente.
Mas, Paulo começou quase que “no anonimato”, por assim dizer. Assim como os 12 primeiros, que, quando foram chamados por Cristo, certamente não eram notórios. Podemos perceber que, aqueles homens e mulheres de Deus que se tornam “conhecidos” passam anos no anonimato, antes de se tornarem “conhecidos”.
Passam anos orando, jejuando e buscando conhecimento bíblico, antes de se tornarem digamos “conhecidos”.
E, hoje em dia muitos, querem pregar para multidões, buscam fama e até fortuna usando o nome de Deus. Certamente nem Paulo e nem os demais apóstolos buscavam ser reconhecidos, nem fama e nem fortuna. Eles adquiriram certa “fama” por questões particulares de Deus e pela misericórdia de Deus.
Você como homem, mulher de Deus deve ter em mente que “seu nome” (por assim dizer), vai chegar até onde Deus quiser e permitir, você não precisa se preocupar com isso. Preocupe-se apenas em fazer a vontade de Deus.
Paulo disse aos irmãos da Galácia;
Nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia e voltei outra vez a Damasco. Gálatas 1.17
Essa palavra (Arábia) era usada de forma bastante frouxa, referindo-se a um determinado número de lugares que havia naquela região geral. Portanto, é-nos impossível precisar com certeza qual localidade Paulo tinha em mente. Alguns estudiosos pensam que a península do Sinai é que está em foco aqui. Outros preferem pensar no distrito de Aurantites, próximo da cidade de Damasco, o que poderia ter sido local conveniente para a reclusão e meditação do apóstolo. Mas ainda outros eruditos preferem imaginar o distrito árabe de Petréia. A «Arábia Maior» era um território que se estendia de Damasco até ao monte Sinai, e do mar Vermelho até ao golfo Persa.
Alguns supõem que Paulo permaneceu na Arábia por cerca de de três anos, e depois regressou a Damasco (é possível que ele tenha passado menos ou até mais de 3 anos, é impossível datar isso com precisão) O propósito da visita que Paulo fez à Arábia não é declarado diretamente, mas sua associação imediata à questão de não haver ele consultado com “carne e sangue” (Gálatas 1.16) subentende que sua finalidade era meditação e “conferência” com o Espírito do Senhor, para que recebesse maior “luz” acerca do que Cristo significa para os homens. Paulo tinha muita coisa para desaprender e para aprender, porque muitos conceitos da tradição farisaíca, sobretudo no tocante à natureza do Messias, não estavam de acordo com a verdade da questão, conforme lhe havia sido ensinado. A revisão das crenças do apóstolo Paulo, tinha de ser algo revolucionário. A solidão da Arábia era um bom lugar para buscar a iluminação necessária.
O arqueólogo Rodrigo Silva diz que; “Uma das palavras para “deserto” em hebraico é “Midbar”, essa palavra tem o sentido de “lugar da Palavra”, ou “encontro da palavra”, segundo alguns mestre judáicos o “deserto” é o único lugar suficientemente silencioso para “ouvir a Palavra de Deus”.
O “deserto” é o lugar para onde Deus enviava todas as pessoas que Ele estava preparando para uma grande missão. Por exemplo: Deus tirou Abraão da poderosa cidade Ur dos Caldeus e o mandou para “um deserto”, uma terra que ele não sabia o que encontraria.
Moisés passou 40 anos no deserto cuidando dae ovelhas e depois mais 40 anos com os Israelitas no deserto.
Jesus passou 40 dias e 40 noites no deserto. Paulo passou um tempo no deserto.
No “deserto” você se torna totalmente dependente de Deus. O “deserto” é uma espécie de “Universidade de Deus”, um lugar onde Deus “educa” cada um de nós. Depois do “deserto” você se torna mais capacitado por Deus. Se você está passando pelo “deserto” dê glória a Deus, pois só passa pelo “deserto” quem está vivo, quem está respirando. O “deserto” não dura para sempre.
Conclusão
Deus não mudou seu método para vocacionar e chamar a quem Ele quer. Aquele que é chamado por Deus não tem mérito nenhum, o mérito é todo de Deus. O chamado de Deus nunca deve ser visto como um peso, mas sim como um privilégio.
Fontes:
Bíblia de Estudos Arquelógica,
Bíblia de Estudo Pentecostal,
Bíblia de Estudo Holman,
Bíblia Para Pregadores e Líderes – Geziel Gomes,
Bíblia de Estudo Explicada,
Bíblia Dake,
Bíblia do Expositor,
A Bíblia Interpretada Versículo Por Versículo – Russel Norman Champlin,
Pequena Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer, Apóstolos,
A Verdade Bíblica Sobre o Apostolado – Augustus Nicodemus Lopes,
Comentário Bíblico Beacon,
Comentário Expositivo Hagnos – Hernandes Dias Lopes,
Bíblia Bereana,
Bíblia de Estudo Kadosh,
Bíblia de Estudo e Referências Thompson,
Bíblia Judaica,
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal,
Bíblia de Estudo MacArthur,
Comentário Bíblico Broadman,
Comentário Bíblico F. B. Meyer,
Comentário Bíblico Mundo Espano,
Comentário Bíblico F. F. Bruce,
Comentário Bíblico William Barclay,
Devocional da Bíblia – Lawrence O. Richards,
Revista Cristão Alerta 4º Trimestre de 2021,
Apontamentos teológicos professor José Junior.
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