A Importância da Paternidade na Vida dos Filhos - 21-05-2023
OBS. O texto na cor preta, é o mesmo da revista, na cor vermelha é o COMENTÁRIO DA LIÇÃO e na cor AZUL algumas orientações extras.
Lembrando que na aula em vídeo faço muitos outros comentários extras, por isso assista a aula em vídeo e complemente com esse comentário.
TEXTO ÁUREO
“E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do
Senhor.” (Ef 6.4)
VERDADE PRÁTICA
Quando o padrão divino para a criação de filhos é negligenciado, as consequências são terríveis para a família cristã.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Samuel 2.12-17,22; 8.1-3
OBJETIVOS DA LIÇÃO
I) APRESENTAR o conceito de paternidade segundo a Bíblia;
II) APONTAR os tipos de paternidade que são prejudiciais para a família;
III) DESTACAR a importância e o valor da paternidade responsável na formação espiritual e moral dos filhos.
PALAVRA-CHAVE - Paternidade
PLANO DE AULA
Professores(as), a lição de hoje trata do cuidado da família, especialmente no que se refere à educação dos filhos. É importante que seus alunos entendam que isso exige muita dedicação, tempo, comprometimento e responsabilidade. Portanto, é necessário refletir e aprender sobre esse tema em geral. Enfatize que as escolhas que um pai faz, seus exemplos pessoais e o tipo de relacionamento que ele forma com seus filhos podem trazer resultados positivos ou negativos.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Eu preciso fazer uma consideração importante neste momento para evitar que haja um descontentamento nesta lição e, assim, o assunto principal seja perdido.
O pastor Elienai Cabral que é o comentarista dessa revista tem o meu respeito e admiração.
Porém, durante toda a lição, ele tem colocado Samuel como um pai negligente, assim como Eli, mas não há base bíblica sólida para sustentar essa interpretação.
Duas obras publicadas pela CPAD afirmam que Samuel não foi culpado pelos atos de seus filhos.
O Comentário Bíblico Beacon da CPAD - Volume 2, na página 193, nos informa o seguinte: "Nos dois casos (Eli e Samuel), os filhos em quem se confiava provaram ser desleais. No entanto, existe uma diferença, a de que o autor inspirado não sugere a culpa de Samuel em nenhum ponto.
A Bíblia de Estudo Pentecostal publicada pela CPAD, em nota de rodapé em relação a 1Sm 8.1- 3, diz o seguinte: " Samuel nomeou seus filhos juízes, na parte sul de Israel, mas eles não seguiram o bom exemplo do seu pai (v.3). Eles decidiram proceder erradamente, e a Bíblia, neste caso, não culpa Samuel, como culpou Eli (2.29).
Portanto, embora o comentarista afirme que Samuel não cumpriu seu papel como pai, eu prefiro basear minha interpretação no texto bíblico, que foi explicado em duas obras da CPAD, conforme mencionado acima. Nesse caso, não estou avaliando Samuel da mesma forma que o comentarista o faz, embora respeite sua opinião.
Por fim, espero que a opinião do comentarista não se torne motivo de debate na aula, pois isso pode desviar a atenção do conteúdo principal da lição.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, focaremos duas famílias que tiveram problemas na formação de seus filhos. Na família de Eli, seus filhos Hofni e Fineias, sob a conduta negligente de seu pai, tornaram-se profanos no exercício do sacerdócio. Na família de Samuel, seus filhos Joel e Abias tornaram- se avarentos e gananciosos, não tendo respeito pelo que representavam para Israel. A lição mostrará que os pais são os responsáveis pela boa formação moral e espiritual dos filhos, antes da igreja local e das instituições educativas.
I – A PATERNIDADE DENTRO DA FAMÍLIA
Qual foi a importância do seu pai na sua vida? Ou qual a melhor lembrança que você tem do seu pai?
1. A primeira família.
Após a Queda, o primeiro casal criado, Adão e Eva, inicialmente gerou dois filhos, formando, assim, a primeira família (Gn 4.1,2). No princípio da humanidade, a figura do pai definia-se como o líder dentro do lar, responsável por prover alimento e cuidar da segurança de sua família. O papel da mulher era o de cuidar dos filhos, da casa e ser a ajudadora de seu esposo. No caso de alguns sacerdotes, o exercício sacerdotal passava a ser mais importante do que a criação dos filhos. Eli e Samuel, a despeito da vida ilibada perante Deus e o povo, foram displicentes com a sua própria família, principalmente, com seus os filhos.
Para evitar o descaso com a família, é necessário que haja submissão mútua entre todos os membros. A família deve se submeter, em primeiro lugar, a Deus e em seguida à liderança do pai, que deve suprir as necessidades essenciais da esposa e dos filhos com amor. Da mesma forma, os filhos devem se submeter à autoridade dos pais, enquanto os pais se submetem às necessidades dos filhos, oferecendo cuidado amoroso e conselhos sem irritá-los. A submissão é o princípio orientador em tudo, como nos ensina Efésios 5:21: "Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo".
LIÇÃO PRINCIAL
Devemos observar importância de valorizar e priorizar a família, principalmente no cuidado com os filhos, mesmo que se tenha uma posição de destaque na sociedade.
2. A falta de autoridade no lar.
Os sacerdotes Eli e Samuel eram homens que exerciam autoridade no serviço sacerdotal, mas foram descuidados com relação à autoridade no lar. No contexto atual, a história se repete. Muitos obreiros cuidam bem das coisas espirituais e proveem as suas famílias, mas falham com suas responsabilidades a respeito da criação dos filhos. Esse desempenho negativo tem produzido inconsoláveis decepções dos filhos com seus pais. É possível imaginar dois sacerdotes que ministravam em Israel no Tabernáculo, mas seus filhos tornaram-se profanos e enganosos perante toda a congregação de Israel (1 Sm 2.12; 8.3)? Infelizmente, somente seus pais não percebiam que seus filhos apresentavam problemas de ordem moral e espiritual. Os velhos sacerdotes exerciam autoridade em todo o Israel, mas não a exerciam dentro de casa, porque os filhos os enganavam.
No contexto atual, onde a falta de amizade entre pais e filhos é comum, transtornos emocionais como a depressão encontram um ambiente propício para se desenvolverem. É importante entender que a autoridade dos pais e o respeito dos filhos não excluem a possibilidade de uma amizade sincera. Por um lado, é fundamental estabelecer limites e não se tornar refém dos filhos, mas por outro, é essencial cultivar uma relação de amizade e diálogo com eles. Na era da admiração, a verdadeira autoridade e o respeito são conquistados através de uma comunicação aberta e saudável.
Na lição 6, estudamos sobre o tema: Pais zelosos e filhos rebeldes. Manoá e sua esposa são exemplos de pais que cumpriram tudo o que foi ordenado na criação de Sansão e mesmo assim ele se tornou um filho rebelde.
Por isso, não devemos julgar os pais que fizeram o melhor que podiam para direcionar a vida de seus filhos para uma vida cristã vitoriosa, não podemos culpar os pais porque seus filhos, mesmo recebendo bons ensinamentos, se tornaram rebeldes.
LIÇÃO PRINCIAL
É importante que aqueles que exercem autoridade no serviço espiritual, também exerçam autoridade em casa, especialmente na criação dos filhos, para evitar decepções e problemas de ordem moral e espiritual.
3. Os problemas de uma paternidade ausente.
Na vida da família, os pais são os responsáveis pela formação moral e espiritual dos filhos. O modo como os filhos são educados se revela nos seus padrões de comportamento quando se tornam adultos. Não é papel da escola e muito menos da igreja a educação do filhos. Isso compete aos pais. Especialistas atestam que a presença da figura paterna é muito importante para o desenvolvimento do indivíduo. Ela oferece uma espécie de sustentáculo afetivo. Nesse sentido, a ausência da figura do pai é um problema grave para a família. Há estudos que mostram o impacto da ausência paterna na formação dos filhos. O pai cristão é uma referência de segurança para eles, de equilíbrio, controle das emoções e de estabelecimento de prioridades para a vida (1 Tm 3.4).
Observar o desempenho de uma pessoa em uma pequena responsabilidade é uma forma de avaliar sua capacidade de lidar com grandes responsabilidades. O treinamento para administrar a família de Deus começa com a capacidade de governar a própria casa. A mesma dedicação, amor e firmeza são essenciais em ambas as tarefas.
Além disso, de modo geral, os pais transmitem aos filhos valores quanto à bondade, à gentileza, o falar correto, dentre muitos outros. Infelizmente, quando isso é negligenciado, o resultado pode ser desastroso. No caso dos sacerdotes em questão, eles não dispensavam tempo para os filhos que se tornaram rebeldes e profanos.
O ser humano é influenciado por modelos de imitação. A falta de um pai como exemplo pode dificultar a formação de um filho como um bom marido e pai. O mesmo pode acontecer com as filhas, que precisam de um modelo de marido através do exemplo de um pai que é marido de sua mãe. Mesmo que seja possível superar essa falta, o processo pode ser difícil.
LIÇÃO PRINCIAL
A presença da figura paterna cumprindo o seu papel é crucial na formação dos filhos e sua ausência pode causar impactos negativos na família.
SINÓPSE I
A paternidade é uma função que proporciona um sustentáculo afetivo importante para o desenvolvimento da criança.
II – TIPOS DE PATERNIDADE EXTREMISTA
Não existe um padrão duplo quanto às regras morais dentro da família. O padrão ético é um só e a ética cristã orienta os pais quanto aos cuidados que devem ter na criação dos filhos. Há, pelo menos, dois tipos de paternidade que devem ser evitados e corrigidos.
1. A paternidade autoritária.
O pai autoritário trata os filhos como se fossem elementos neutros, sem sentimentos, sem memória e sem vontade. Geralmente, a paternidade autoritária é aquela que tão somente dá ordens aos filhos. Esse tipo de autoridade de imposição sabe apenas manipular os filhos e exigir deles comportamentos forçados. Muitas vezes o pai exige do filho aquilo que ele mesmo não prática. Os filhos obedecem por medo, culpa, remorso e rancor. O zelo extremo de certos pais os tem feito perder seus filhos, que se desviam e, infelizmente, alguns nunca mais voltam à igreja e, consequentemente, desviam-se da presença do Senhor. Esses pais precisam ouvir e praticar a Palavra de Deus que diz: “E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai- os na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4).
Durante o governo romano no Novo Testamento, os pais tinham o poder de castigar, vender, escravizar, abandonar e até mesmo matar seus filhos. Essa prática era comum, especialmente com filhos considerados fracos, doentes ou aleijados, que tinham poucas chances de sobrevivência.
Seis atitudes dos pais que provocam ira nos filhos: 1) excesso de proteção; 2) favoritismo; 3) desestímulo; 4) não reconhecimento do fato de que o filho está crescendo e, portanto, tem o direito de ter suas próprias ideias e de que não precisa ser uma cópia exata do pai para ter êxito na vida; 5) negligência; e 6) palavras ásperas e crueldade física.
Paternidade autoritária pode levar à perda dos filhos na fé. Pais devem praticar a doutrina de criar seus filhos com amor e admoestação do Senhor.
2. A paternidade permissiva.
Quando o pai não se importa com os princípios bíblicos e deixa à mercê dos filhos a liberdade para decidirem sobre o que quiserem, o fim será calamitoso. Essa paternidade, ou até mesmo a maternidade, é um tipo de tolerância sem freio algum, que induz a criança até a imaginar que seus pais não as amam e nem se importam com suas necessidades emocionais e físicas. Ora, o pai permissivo é aquele que entende que os filhos devem tê-los como exemplo, mas não os corrigem quando cometem erros e nem os aconselham quando se decepcionam com situações mais complexas na vida. O sábio Salomão adverte-nos: “Visto como se não executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para praticar o mal” (Ec 8.11).
Os dois tipos de paternidade são negativos e prejudiciais ao bem-estar da família. A falta de uma paternidade segura, presente e responsável produz uma família infeliz.
Embora Davi fosse um rei piedoso e servo do Senhor, ele foi permissivo com seus filhos e não os corrigiu de forma adequada quando cometeram erros graves, como o caso de Amnom que estuprou sua meia-irmã Tamar e Absalão que matou Amnom, se revoltou contra o pai e tentou tomar o trono à força. Davi não puniu seus filhos com a justiça que eles mereciam, o que acabou causando problemas para toda a família e para o reino.
LIÇÃO PRINCIAL
A falta de uma paternidade presente e responsável, seja por excesso de permissividade ou falta de correção, pode ser prejudicial ao bem-estar da família, resultando em infelicidade.
3. Eli criou filhos que se tornaram profanos.
O texto bíblico diz: “Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial” (1 Sm 2.12). A palavra “belial” é um termo um pouco obscuro, mas o hebraico tem na palavra beliya-al, cujo prefixo bel e o seu sufixo ya’al podem significar “sem proveito, imprestável, inútil”. Pode também significar “perversão ou ser pervertido”, e os filhos de Eli foram homens pervertidos e irreverentes, que não respeitavam as coisas sagradas do Tabernáculo (1 Sm 2.13-17). É lamentável um pai que tinha uma posição especial de representação de Deus perante Israel, tornar-se um pai relapso com a família.
A negligência do pai pode levar à perdição dos filhos, mesmo que ele ocupe uma posição de destaque e responsabilidade diante de Deus e da sociedade.
SINÓPSE II
A paternidade autoritária e a permissiva são prejudiciais à família.
III – O FRACASSO DE DOIS PAIS RELAPSOS COM OS FILHOS
1. Omissos para com os filhos.
O texto de 1 Samuel 2.12 diz: “Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não conheciam ao Senhor”. Imaginem um homem dedicado ao ministério sacerdotal por mais de 40 anos, que tinha uma família constituída de, pelo menos, dois filhos, os quais, convivendo com os trabalhos sacerdotais do pai, “não conheciam ao Senhor”. No caso de Samuel não foi muito diferente, seus filhos não tinham nenhuma disciplina, tornaram-se avarentos e profanos. Quando foi confrontado a respeito do mau procedimento de seus filhos, que foram rejeitados pelos anciãos do povo, e mesmo sendo muito respeitado por todos, Samuel sentiu-se também rejeitado (1 Sm 8.5,7).
A filosofia de alguns líderes cristãos, de que a ordem das coisas começa com o ministério e depois a família, é equivocada. A prioridade dos obreiros cristãos, antes do ministério, começa com a sua própria casa. Infelizmente, no meio pentecostal, há uma ideia equivocada de que a obra de Deus só é realizada dentro da igreja ou durante a evangelização. No entanto, quando os pais educam seus filhos, trabalham para sustentar a família ou filhos cuidam dos pais doentes, mesmo que se ausentem do templo por causa disso, estão realizando a obra de Deus. Além disso, é importante reconhecer que momentos de lazer e diversão em família também fazem parte da obra de Deus, pois contribuem para a saúde mental e emocional das pessoas como seres sociais. O apóstolo Paulo destacou que para que alguém “deseje o episcopado”, deve, entre outros princípios, “governar bem a sua própria casa e ter os filhos em sujeição” (1 Tm 3.4). É preciso ensinar a disciplina para seus filhos, mas para isso é preciso estar presente na vida deles. Não há disciplina familiar sem a presença dos pais.
LIÇÃO PRINCIAL
É crucial que os líderes cristãos priorizem suas famílias antes do ministério, ensinando disciplina aos seus filhos e estando presentes em suas vidas. A ausência de disciplina e a falta de presença dos pais pode levar a uma falta de conhecimento e irreverência para com Deus.
2. A isenção de responsabilidade de Eli e Samuel para com seus filhos.
Sem que esses sacerdotes exercessem autoridade em casa, seus filhos se tornaram vulneráveis, frágeis e propensos às fraquezas da carne. Deus espera que os líderes de igreja na atualidade exerçam sua liderança em casa. Eli e Samuel se isentaram da responsabilidade para com seus filhos. Da mesma forma, no ministério, o obreiro deve ser um pai que cuida, principalmente, da própria família (1 Tm 5.8).
LIÇÃO PRINCIAL
Os líderes cristãos precisam exercer liderança em suas famílias, pois a negligência nesse aspecto pode trazer consequências negativas para os filhos. A responsabilidade em casa é tão importante quanto a do ministério, e não deve ser ignorada pelos líderes cristãos.
3. Tratamento inadequado.
Esta lição, inevitavelmente, não pode fugir do assunto que envolve a relação pública dos líderes da igreja com seus filhos no ambiente eclesiástico. Não se pode esperar que os filhos de líderes sejam punidos ou beneficiados por causa de sua filiação. Há uma pressão natural com a família do pastor por causa da natureza pública de sua função. Entretanto, seus filhos, antes de tudo, são filhos como outros filhos. São crianças, adolescentes, jovens e adultos que precisam de cuidados pastorais e espirituais. Infelizmente, quando não se tem um tratamento sábio com os filhos de obreiros, alguns problemas podem surgir, pois muitos deles se revoltam, rebelam-se, não se submetem à liderança como forma de rejeição a esse tratamento. O modelo bíblico de tratamento adequado passa pelo respeito e admoestação (Ef 6.1-4).
LIÇÃO PRINCIAL
Os filhos dos líderes da igreja devem ser tratados com o mesmo cuidado pastoral e espiritual que qualquer outro membro da congregação. A pressão pública sobre esses filhos pode gerar problemas se não houver um tratamento sábio.
SINÓPSE III
Todo pai cristão deve zelar por sua família com dedicação e responsabilidade.
CONCLUSÃO
Os pais são exortados a ensinar os filhos, conversando com eles e orientando-os para a vida. O líder que tem consciência de que seu ministério começa na sua casa, será abençoado, e colherá frutos por ter uma família que serve ao Senhor. Os extremos precisam ser evitados e os filhos precisam da repreensão que deve ser feita com amor e cuidado. Deus espera que os pais estejam presentes na formação de seus filhos.
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