18 de outubro de 2023

Missões Transculturais no Novo Testamento

 

Missões Transculturais no Novo Testamento

Esmiuçando o versículo-chave

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira. A missão do Filho está ligada de maneira inseparável ao supremo amor de Deus pelo "mundo" perverso e pecador da humanidade (Jo 6.32,51; 12.47; Mt 5.44-45), que está em rebelião contra Deus.

A expressão "de tal maneira” enfatiza a intensidade ou grandeza do amor de Deus. O Pai deu o seu único e amado Filho para morrer em favor dos homens pecadores (2Co 5.21).

Adão trouxe a condenação sobre todos os homens por uma só ofensa — o seu ato deliberado de desobediência (Rm 5.16).

Cristo, entretanto, liberta o eleito da condenação de muitas ofensas.

Em 2 Coríntios 5.21, Paulo resume o cerne do evangelho, explicando como os pecadores podem se reconciliar com Deus por meio de Jesus Cristo.

Essas 15 palavras gregas expressam as doutrinas da imputação e substituição como nenhum outro versículo.

Jesus Cristo, o Filho de Deus sem pecado (Cl 4.4-5; L c 23.4,14,22,47; Jo 8.46; Hb 4.15; 7.26; 1Pe 1.19;-2.22-24; 3.18; Ap 5.2-10),

Se fez pecado por nós - Deus, o Pai, usando o princípio da imputação, tratou Cristo como se ele fosse um pecador, embora não o fosse, e o fez morrer como um substituto, a fim de pagar o castigo pelos pecados daqueles que creem nele (Is 53.4-6; Gl 3.10-13; IP e 2.24).

Na cruz, ele não se tornou um pecador (como alguns sugerem), mas permaneceu tão santo como sempre. Foi tratado com o se fosse culpado de todos os pecados já cometidos por todos aqueles que creriam, um dia, embora ele nunca tivesse cometido nenhum.

A ira de Deus foi exaurida nele e a condição justa da lei de Deus atendida para aqueles pelos quais morrera. A justiça creditada na conta do cristão é a justiça de Jesus Cristo, o Filho de Deus (Rm 1.17; 3.21-24; Fp 3.9).

Como Cristo não era pecador, embora tenha sido tratado como tal, do mesmo modo os cristãos que ainda não foram justificados (até a glorificação) são tratados como se fossem justos.

Ele suportou os pecados deles, por isso eles puderam experimentar a sua justiça. Deus tratou-o com o se ele tivesse cometido os pecados dos cristãos, e trata os cristãos como se tivessem realizado apenas as obras justas do Filho de Deus sem pecado.

Esmiuçando a Verdade Prática

A estratégia de Jesus para sua obra missionária deve ser o modelo essencial para a Igreja. E como Jesus fez sua missão? Lucas 10.1-9 nos indica sete princípios a serem seguidos:

1- Organizou o grupo: v.1: Jesus organizou sua equipe de trabalho e designou uma tarefa para realizarem.

2- Oração em todo o tempo: v.2: A oração é o que sustenta a obra de Deus. Somente o Senhor pode levantar pessoas para realizar a missão.

 

3- Existe uma batalha: v.3: Jesus não prometeu que seria fácil, mas como pastor está sempre pronto a defender suas ovelhas (Salmo 23.4).

4- Deus é o provedor: v.4: Tudo o que precisamos Deus sabe, então se estamos na obra Dele, precisamos crer que Ele nos sustentará.

5- A mensagem: v.5,6: A tarefa missionária é levar o evangelho da paz para todos que aceitarem.

6- Conformidade: v.7,8:  obreiro precisa se conformar com o que recebe e acreditar que Deus pode melhorar tudo. É preciso ter perseverança.

7- Milagres: v.9: O sobrenatural acontece na oba de Deus, que responde orações e opera maravilhas.

LEITURA BÍBLICA = Isaías 61.1-2; Lucas 4.17-2

INTRODUÇÃO

A Bíblia revela um Deus missionário em cada página das Sagradas Escrituras. por vezes pensamos erroneamente que o movimento missionário começou no Novo Testamento, e que no Antigo Testamento, Deus não tinha preocupações missionárias. Porém esse é um grande erro. A missão no Novo Testamento começa em Cristo, o cumprimento do plano de salvação proposto por Deus. E se você ao longo das escrituras concluir que Cristo veio apenas aos judeus por ele também ser um, não se esqueça da grande comissão, escrita lá em Marcos 16:15: E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.

I – O DEUS MISSIONÁRIO REVELADO NO NOVO TESTAMENTO

1. A Bíblia mostra um Deus missionário. Lucas relata que Jesus, depois de ressuscitar, reuniu seus discípulos e falou-lhes duas coisas: A primeira foi que o Antigo Testamento ensinava claramente que o Messias tinha de morrer e ressuscitar. Em seguida, acrescentou que o evangelho seria pregado a todas as nações. O ensino que Jesus transmitiu aos discípulos após a ressurreição deve ter sido uma novidade para eles, mas estava claramente expresso no texto sagrado: “Está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém” (Lc 24.46,47). A ordem de fazer missões é muito clara no Novo Testamento, porém Jesus buscou no Antigo Testamento a base para essa declaração. Se lermos a Bíblia toda sem observar sua ênfase sobre missões, provavelmente a estamos lendo superficialmente, sem notar a centralidade do plano de Deus para as nações.

2. Uma perspectiva missionária do Novo Testamento. A mensagem principal dos Evangelhos é a vida do Filho de Deus. Jesus é o centro de cada frase dos Evangelhos. E a vida de Jesus é o exemplo maior de missão. Muitos missionários deixam suas casas, seu conforto, suas famílias para irem ao encontro dos necessitados, dos sofridos, daqueles que estão distantes de Deus. Jesus deixou sua glória, seu trono, e veio estar entre nós, como homem.

E mais, Ele deu a vida por essa missão. Filipenses 2. 7-8 diz que: “sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz.”

O maior privilégio de uma Igreja é experimentar o cumprimento da vontade de Deus, pois quando vê o envio de missionários, alegra-se sobremodo, sabendo que o coração de Deus, é um coração missionário! David Livingstone disse: “Deus tinha um único filho e fez dele um missionário”.

Essa frase não nos faz, imediatamente, repensar o que temos pensado ultimamente? Até que ponto estamos dispostos a nos sacrificar, por amor, à algo que nem ao menos merece nosso amor? Esse sacrifício incomparável já foi feito por mim e por você e por toda humanidade, contudo essas boas novas ainda não chegaram a muitos lugares do mundo.

3. A Igreja à luz dessa revelação. Com base na autoridade de Jesus, os discípulos foram enviados a fazer "discípulos de todas as nações" (Mt 28.19). O amplo escopo do comissionamento dos discípulos é consumado por meio da autoridade ilimitada de Jesus.

Marcos registra esta ordem, que Jesus dá aos seus discípulos: “ide e pregai o evangelho”. A responsabilidade é dos discípulos. Pregar as boas novas da salvação pela fé. “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” Os discípulos de Jesus entenderam a mensagem, obedeceram à ordem e pregaram o evangelho. Em consequência, conforme o Livro de Atos dos Apóstolos registra, houve crescimento da igreja.

Paulo escreve que devemos ir e pregar, as pessoas devem conhecer a Cristo para crer: "Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito. Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas"(Rm 10.12-15). Não é dever de um ou outro, mas sim da igreja, é dever da igreja ir, enviar e sustentar, toda ação da igreja deveria ter por base a sua missão, e alcançar a sua missão, que é cumprir o Grande Comandamento.

O Pr Esequias Soares escreve: “Fazer missões é mandamento bíblico. Trata-se de uma ordem bíblica imperativa e não meramente um parecer ou uma recomendação. É algo que não depende mais de mandamento específico ou de receber uma visão especial da parte de Deus para iniciar a obra missionária. Essa ordem, como vimos, já está na Bíblia (1Co 9.16). Essa mensagem de salvação é para ser pregada a "todo o mundo" (Mc 16.15), até os confins da terra, mediante a atuação do Espírito Santo (At 1.8). Essa incumbência foi dada à Igreja. O que é necessário é buscar a direção do Espírito para saber como realizar tal tarefa”

A mensagem do Evangelho é necessária para que vidas sejam resgatadas da condenação eterna. O campo (mundo) se encontra branco para a ceifa, precisamos colocar as mãos no arado. O Pr Elienai Cabral escreve: “O progresso de um igreja local não pode ser medido ou avaliado primeiramente por suas atividades filantrópicas, educacionais e materiais. O progresso real de uma igreja é avaliado por eu alcance evangelístico, juntamente com seus frutos espirituais. Como resultado da semeadura da Palavra de Deus. Todas as demais atividades são importantes, mas a prioritária e incessante é a evangelização”. Revista Lições Bíblicas – 1º Trimestre - 2007 - CPAD - Pág.13-14.

II – MISSÕES NOS EVANGELHOS E EM ATOS DOS APÓSTOLOS

1. Nos Evangelhos. Quando lemos Mateus 9.35-36 notamos que o autor descreve a vida missionária de Cristo e vai dizendo como Ele vivia essa vida, como Ele desempenhava a missão. A vida de Jesus é um exemplo vivo de como fazer a obra de evangelização.

Às vezes muitos se prendem a vida de Paulo e ainda acham que Paulo foi o maior missionário, ou as vidas de personagens da história da igreja e não atentam para o maior exemplo: Jesus Cristo. Em Jesus encontramos o Manual de como fazer a missão.

Seu ministério foi missionário, Cristo vivia na missão em todos os lugares, ensinando, proclamando e operando milagres no poder de Deus (Lc. 5.17). Via as necessidades e partia para solucioná-las e trata com seus seguidores ensinando-lhes como fazer missões: orando e indo. Baseado nisso, posso me fazer algumas perguntas: Será que ainda escolho lugar para pregar, ou estou indo a todos sem exceção? Quais são os meus passatempos habituais? Como ocupo meus espaços livres? Todos nós somos discípulos de Jesus e devemos saber que a responsabilidade é nossa. Existe uma obra a ser feita, Jesus Cristo nos deu o exemplo, mas nós estamos muito longe de fazê-la... ainda.

2. Nos Atos dos Apóstolos: os missionários Filipe e Pedro. O que me chama a atenção nestes dois exemplos é que, não havia um plano e uma preparação por nenhum dos dois para missionar. Filipe recebeu uma ordem e prontamente obedeceu. Pedro necessitou ser tratado para poder ir aos gentios.

Judeus que se respeitavam não convidavam nenhum gentio para entrar na sua casa, especialmente soldados do odiado exército romano (At 10.23). Entendo ser necessário, antes do envio, um tratamento por parte do Espírito, missão e sucesso dependem do sobrenatural de Deus. Anunciar o evangelho da paz, ao pagar o preço do pecado mediante morte redentora de Cristo para estabelecer a paz entre o ser humano e Deus (Rm 5.1-11), requer sobretudo, que o próprio Cristo nos prepare para essa missão.

3. Nos Atos dos Apóstolos: os missionários Paulo e Barnabé. O cap. 13 de Atos assinala uma mudança importante: os primeiros 12 capítulos centram-se em Pedro; os demais capítulos giram em torno de Paulo. Com Pedro, a ênfase está na igreja judaica em Jerusalém e na Judeia; com Paulo, o foco é a igreja gentílica dispersa pelo mundo romano, que começou na igreja de Antioquia. O texto começa informando que aquela igreja possuía profetas. Eles desempenhavam papel importante na igreja apostólica. Eram pregadores da Palavra de Deus e eram os responsáveis, nos primeiros anos, pela igreja na função de instruir congregações locais. Em algumas ocasiões, receberam nova revelação de natureza prática, como em Colossenses 11.28 e 21.10.

Antioquia foi a primeira igreja gentílica que veio a ser, depois de Jerusalém, a cidade mais importante para o Cristianismo do primeiro século (At. 11.19-26). Ela não só foi a primeira igreja gentílica a missionar, como também foi a primeira igreja fora de Jerusalém, e tornou-se a maior igreja missionária da época, servindo como base missionária do apóstolo Paulo (At 11.25,26). Antioquia é o exemplo a ser seguido pelas igrejas da atualidade que precisa reconhecer sua responsabilidade na vida dos seus missionários em orar, contribuir, amar, socorrer e compreender.

III – A MISSÃO CUMPRIDA NAS CARTAS E NO APOCALIPSE

1. Nas Cartas Paulinas. A missão de Paulo apóstolo: anunciar o evangelho (1Ts 2,1-12). Ele fala em ousada confiança com o fim de anunciar o evangelho de Deus, em meio a muita luta. As boas-novas de Deus proclamadas por Paulo incluíam estas verdades: 1) a autoridade e a veracidade da Escritura (v. 13); 2) a divindade de Cristo (Rm 10.9); 3) a pecaminosidade da raça humana (Rm 3.23); 4) a morte e ressurreição de Cristo (I Co 15.4-5); e 5) a salvação da pessoa pela graça por meio da fé (Ef 2.3-9). A passagem de 1 Co 15.1-3 é um resumo que Paulo faz do evangelho.

Paulo, judeu de língua grega, cidadão romano desde o nascimento (At 22,29), preparado para ser um Rabi, desempenhou com intensa paixão a sua missão entre os Gentios da Ásia Menor e da Grécia. Não foi o primeiro missionário de sua época, mas sem dúvida foi o maior, porque era a pessoa mais qualificada para realizar a missão cristã entre o mundo judaico e o mundo greco-romano, pois pertencia a ambos. É bom lembrar que as cartas mais importantes foram escritas durante o período mais intenso de sua atividade apostólica. Com efeito, todas essas cartas, a não ser Romanos, foram endereçadas a comunidades que surgiram graças ao esforço e à fadiga do trabalho missionário de Paulo.

Já Romanos, surgiu do desejo missionário de chegar mais longe, onde o evangelho ainda não havia sido pregado, e contava com o apoio e ajuda dos crentes de Roma! Romanos é uma carta missional!

Em Paulo, entendemos que a missão consiste:

a. em ter consciência da iniciativa de Deus;

b. em proclamar com franqueza o Evangelho;

c. num contexto de “grandes lutas.”

2. Nas Cartas Gerais. Chamam-se Epístolas Universais ou Gerais às cartas do Novo Testamento que vão de Tiago a Judas. São as oito cartas do Novo Testamento que não foram escritas pelo apóstolo Paulo. São elas: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João e Judas. Com exceção de 2º e 3º João, é difícil determinar a quais problemas específicos, se é que existiam, estas cartas pretendiam tratar, nem fica claro se elas foram escritas para destinatários em especial.

Tanto as Epístolas Paulinas quanto as Epístolas Gerais, tratam da continuidade do ministério de Jesus, e nos apresenta os cuidados que seus autores tiveram com as igrejas que iam sendo abertas, com o discipulado, e a obediência até os confins da terra, como o próprio Jesus orientou em Atos 1.8.

3. No Apocalipse. Falar de Missões a partir do livro de Apocalipse pode soar inusitado sendo o gênero apocalíptico comumente relacionado às revelações catastróficas dos últimos dias, à manifestação de poderes satânicos, à perseguição da igreja e ao juízo final.

A definição de missão num estudo desse livro deve ser ampla, não se delimitando ao trabalho da igreja local em ações evangelísticas ou a missões transculturais, mas no sentido empregado no Novo Testamento, que envolve o comissionamento de pessoas para uma determinada tarefa (Mt 28.18-20; Lc 24.46-48; Jo 20.21-23): a proclamação do evangelho da salvação e perdão dos pecados por meio de Cristo Jesus apropriada pela fé.

Apocalipse 1.7 funciona como uma chave hermenêutica para o tema da missão em todo o livro de Apocalipse. O versículo traz duas citações combinadas de profecias do Antigo Testamento, Daniel 7.13 e Zacarias 12.10, e, estando situado no prólogo do livro, introduz uma deliberada ambiguidade para definir a ação missionária da igreja. A dificuldade interpretativa se encontra no uso do texto de Zacarias 12.10, sendo este o centro das discussões. A tese de que esta profecia fala do futuro das nações em que o lamentar escatológico será em arrependimento não é amplamente aceita pelos acadêmicos. No contexto original de Zacarias 12.10 e no seu uso na literatura no Judaísmo do Segundo Templo, o tom de julgamento está completamente ausente. O lamentar escatológico de todas as tribos de Israel é, então, universalizado para todas as tribos da terra nas citações de Zacarias 12.10 no Novo Testamento

CONCLUINDO

No Novo Testamento há vários paradigmas missiológicos que dão diferentes perspectivas de missão. Por exemplo, os primeiros quatro livros doo Novo Testamento não são simplesmente biografias de Jesus e sim são evangelhos, histórias com uma mensagem específica. A missão no Novo Testamento começa em Cristo, o cumprimento do plano de salvação proposto por Deus. O ide é para todos, não só para os apóstolos, o plano de salvação, como temos visto, não é só para os judeus, desde o começo o plano de Deus era salvar a toda a criatura, como a Bíblia deixa bem claro. A vinda de Cristo não foi aleatória, impensada, feito na emoção, um plano B, ao contrário, Jesus veio em um momento propício, onde existiam estradas, idioma e uma cultura que facilitava a propagação da mensagem. Foi tudo muito bem pensado, planejado como só um Deus o faria, para que o homem ouvisse e recebesse a mensagem de salvação.

BOA AULA COM A PRESENÇA DO ESPIRITO SANTO

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