ZACARIAS
O REINADO MESSIÂNICO
TEXTO
ÁUREO = “Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi
um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a
justiça na terra” (ir 23.5).
VERDADE
PRÁTICA = Jesus é tanto o Salvador do mundo, como rei do Universo.
LEITURA
BIBLICA = Zacarias 1: 1; 8:1-3,20-23
INTRODUÇÃO
Entre os Profetas Menores, Oséias é o livro de mais difícil
aceitação quanto à razão, enquanto que Zacarias é o de mais difícil
interpretação. Ambos têm 14 capítulos. Em Zacarias, o último capítulo é mais
longo, tomando-se assim o maior em tamanho dentre os 12 Profetas Menores Com
suas visões, símbolos e parábolas, enquadra-se na mesma categoria de Daniel,
Ezequiel e Apocalipse Ao pesquisar suas páginas, encontramos fatos, verdades e
mensagens destacadas concernentes a Israel, tanto para aqueles dias, como para
o futuro. Daniel escreveu sobre o futuro dos impérios gentílicos e Zacarias
profetizou sobre o futuro próximo e distante dos judeus.
Quanto à sua relação com outros profetas, Zacarias e Isaías
foram os grandes mensageiros messiânicos (o Messias é um tema importante do seu
livro, não somente no que tange o seu primeiro advento, como também, no
segundo). Como Ageu, Zacarias profetizou acerca do templo de Jerusalém e salientou
o Dia do SENHOR.
Zacarias é um dos livros de maior ênfase messiânica e dos
mais apocalípticos e escatológicos de todos os escritos do Ai Procure então
aproveitar o máximo deste tratado profético, misterioso e sobretudo, ungido
pelo Santo Espírito; útil, portanto, ao extremo para a edificação de nossa vida
cristã.
O
LIVRO DE ZACARIAS
Autor
- Zacarias
Data
A visão dos primeiros capítulos foi dada, aparentemente, enquanto o profeta ainda era um jovem (2.4). Os caps 7-8 ocorrem dois anos mais tarde, em 518 aC. A referência à Grécia em 9.13 pode indicar que os caps. 9-14 foram escritos depois de 480, quando a Grécia substituiu a Pérsia como o grande poder mundial. As profecias que abrangem o Livro de Zacarias foram reduzidas à escrita entre 520 e 475 aC.
Contexto
Histórico
Conteúdo
O livro de Zacarias começa com a veemente palavra do Senhor para o povo se arrepender e se voltar novamente para seu Deus. O livro está repleto de referências de Zacarias à palavra do Senhor. O profeta não entrega sua própria mensagem, mas ele, fielmente, transmite a mensagem dada ele por Deus. O povo é chamado para se arrepender de sua apatia e completar a tarefa que não foi terminada.
Deus, então, assegura ao seu povo o seu amor e cuidado por eles, através de oito visões. A
visão do homem e dos cavalos lembra ao povo o cuidado de Deus. A Visão dos quatros chifres e dos quatro ferreiros trazem à memória o julgamento de Deus. A Visão do homem com um cordel de medir, existe uma olhada apocalíptica na vele e pacífica cidade de Deus. A visão grandiosa do castiçal todo revestido de ouro entre os vasos de azeite assegura a Zorobabel que os propósitos de Deus serão cumpridos somente pelo seu Espírito. A visão do rolo voante emite o pronunciamento de Deus contra o furto e contra o juramento falso. A visão da mulher num efa significa a santidade de Deus e a remoção do pecado. A visão dos quatro carros retrata o soberano controle de Deus sobre a Terra.
As visões são seguidas por uma cena de coroação na qual Josué é coroado tanto como rei como sacerdote. Isso é poderosamente um simbolismo da vinda do Messias.
Nos caps 7-9, Deus usa a ocasião de uma questão sobre o jejum para reforçar sua ordem para justiça e juízo, para substituir as formalidades religiosas.
Os caps 9-14 Contêm muita escatologia. (Estudos das últimas coisas)
Seis
aspectos básicos caracterizam o livro de Zacarias.
(1) É o mais messiânico dos livros do AT, em virtude de suas
muitas referências ao Messias, que ocorrem em seus catorze capítulos. Somente
Isaías, com seus sessenta e seis capítulos, contém mais profecias a respeito do
Messias do que Zacarias.
(2) Entre os profetas menores, possui ele as profecias mais
específicas e compreensíveis a respeito dos eventos que marcarão o final dos
tempos.
(3) Representa a harmonização mais bem sucedida entre os
ofícios sacerdotal e profético em toda a história de Israel.
(4) Mais do que qualquer outro livro do AT, suas visões e
linguagem altamente simbólicas assemelham-se aos livros apocalípticos de Daniel
e Apocalipse.
(5) Revela um exemplo notável de ironia divina ao prever a
traição do Messias por trinta moedas de prata, tratando-as como “esse belo
preço em que fui avaliado por eles” (11.13).
(6) A profecia de Zacarias a respeito do Messias no capítulo
14, como o grande Rei-guerreiro reinando sobre Jerusalém, é uma das que mais
inspiram reverente temor em todo o AT.
O Livro de Zacarias ante o NT Há uma aplicação profunda de
Zacarias no NT. A harmonização da vida pessoal de Zacarias, entre os aspectos
sacerdotal e profético pode ter contribuído para o ensino do NT de que Cristo é
tanto sacerdote quanto profeta. Além disso, Zacarias profetizou a respeito da morte
expiatória de Cristo pelas mãos dos judeus, que, no fim dos tempos, leva-los-á
a prantearem-no, arrependerem-se e serem salvos (12.10—13.9; Rm 11.25-27). Mas
a contribuição mais importante de Zacarias diz respeito a suas numerosas
profecias concernentes a Cristo.
A
Unidade de Zacarias
A erudição bíblica conservadora levanta sérias objeções à
teoria pós-alexandrina e pós-zacariana de Zacarias, e firma-se nos seguintes
fundamentos:
1) O
argumento mais forte aduzido a favor da teoria pós-alexandrina é a referência
aos filhos da Grécia em 9.13. Na época, pensava-se que os
gregos fossem uma ameaça contra Sião e os consideravam potência mundialmente
dominante. No entanto, a profecia é de derrota, não de vitória, para os filhos
da Grécia. Além disso, a passagem de 9. 12,13 não descreve uma batalha, mas
profetiza um futuro confronto entre Sião e a Grécia, do qual os judeus sairiam
triunfantes. Nos dias de Zacarias, as vitórias gregas sobre Xerxes em Salamina,
Platéia e Micale (480-479 a.C.) seriam suficientes para colocá-las na atenção
de seus contemporâneos.
A menos que rejeitemos a possibilidade da predição profética
em base dogmática, não há motivo para Zacarias não poder ter escrito estas
palavras na década de 470 a.C.
2) O
argumento literário também foi abordado. Os críticos afirmam que o
estilo de Zacarias II difere de Zacarias 1. A frase: “Assim diz o Senhor”, tão
freqüente nos capítulos 1 a 8, ocorre apenas uma vez na segunda divisão. Por
outro lado, a expressão “naquele dia” é usada 18 vezes em Zacarias II contra
somente quatro ocorrências em Zacarias 1. Ademais, dizem que o estilo da última
seção é mais poético. Contudo, os estudiosos conservadores mostram que há
características de estilo até mais significativas que são comuns a ambas as
seções. E de comum acordo que o estilo de um autor muda com o transcurso dos
anos e ao tratar de uma situação histórica diferente. Nos dias em que o profeta
convocava os compatriotas judeus a reconstruir o Templo, a frase profética:
“Assim diz o Senhor” era necessária para reforçar a autoridade divina da
convocação. Por outro lado, a expressão escatológica “naquele dia” é mais
apropriada em profecias que olham o futuro mais distante de Israel, o tema de
Zacarias II.
Os defensores da unidade da autoria de Zacarias ressaltam a
persistência das seguintes características estilísticas:
a) A
expressão: “Diz o Senhor”, ocorre 27 vezes em Zacarias 1 e sete vezes
em Zacarias II.
b) A
frase hebraica traduzida com o sentido de “os olhos do Senhor” ocorre
duas vezes em Zacarias 1(4.10; 8.6) e uma vez em Zacarias 11(9.8; duas vezes se
aceitarmos 12.4: “os meus olhos”).
c) O
título divino: “O Senhor dos Exércitos”, é encontrado 46 vezes, ou
seja, 38 na primeira divisão e oito na segunda.
d) O
verbo hebraico traduzido por “habitar”, no sentido especial de “estar
habitado”, “estar povoado”, “estar instalado”, acha-se duas vezes em cada
divisão e muito raramente em qualquer outro lugar do Antigo Testamento.
e) Há
um tipo peculiar de paralelismo hebraico dividido em cinco partes que ocorre
escassamente fora de Zacarias, mas que aparece uma vez em
Zacarias 1(6.13) e três em Zacarias 11(9.5,7; 12.4).
No que tange ao idioma, todos os estudiosos concordam que o
hebraico em ambas as partes de Zacarias é puro e notavelmente livre de
aramaísmo. Pusey observa: “Em ambas as divisões há certa completude de
linguagem, produzida pela insistência no mesmo pensamento ou palavra: em ambas
as seções, o todo e suas partes são, para dar ênfase, mencionados juntos. Em
ambas as partes, como conseqüência desta completude, ocorrem a divisão do
versículo em cinco porções, ao contrário da regra habitual do paralelismo
hebraico”.
3) Por
fim, temos de observar que aqueles que rejeitam a autoria de Zacarias dos
capítulos 9 a 14 estão em discordância extrema e incorrigível entre si
concernente a uma teoria alternativa. As referências nos capítulos 9
a 14 conduzem a diversas datações de suas diversas partes integrantes, variam
desde aproximadamente 330 a 140 a.C., e dependem de quais correlações sejam
feitas com episódios e personagens ligados com a história helenística.
As dessemelhanças aceitas entre Zacarias 1 e Zacarias II
podem ser tratadas sem comprometer a convicção na unidade da autoria. Collins
expressou bem a idéia:
[...] Nos capítulos 1 a 8, o profeta preocupa-se primariamente
com os acontecimentos contemporâneos, particularmente com a reconstrução do
Templo; ao passo que nos capítulos 9 a 14, lida com os acontecimentos futuros,
como a vinda do Messias e a glória de seu reinado. Por conseguinte, é natural
que a primeira divisão seja de estilo histórico, enquanto que a última, de
estilo apocalíptico.
Outrossim, é provável que a primeira parte da profecia
pertença à vida do jovem Zacarias, e a segunda à sua idade avançada. As
evidências internas do livro são favoráveis, como mostra tão claramente W. H.
Lowe, à origem pós-exílica de ambas as divisões e à unidade de autoria.
AS
PRIMEIRAS QUATRO VISÕES = (Zc 1.1-3.10)
Este Texto e o próximo ressaltam a primeira divisão do Livro
de Zacarias, que tem por conteúdo oito visões noturnas. As oito revelações
constituem uma base ou introdução para o restante do livro e salienta a
sobrevivência de Israel em meio à queda das nações vizinhas. As primeiras cinco
visões têm uma mensagem conciliadora, enquanto que as últimas três, um aspecto
condenador.
1º.- visão: os cavalos entre as murteiras ( Zc
1:7-17)
Antes de cada comentário sobre as visões de Zacarias, você
deve ler com muita atenção na Bíblia o relato do profeta sobre a respectiva
visão.
A primeira visão ocorreu no décimo primeiro mês do ano 520.
Nesta visão, Zacarias viu três grupos de personagens em cavalos vermelhos,
baios e brancos a andar entre as murteiras, com um dos personagens montado, à
frente dos demais, em um cavalo vermelho.
O homem do cavalo vermelho que pára entre as murteiras e o
anjo do SENHOR (vv. 8,10,12) são a mesma pessoa — Cristo. As murteiras
representam Israel, ou o povo de Deus. As murteiras são arbustos comuns em
Israel, dos quais exalam um perfume agradável, têm flores brancas, frutos
comestíveis e madeira amarelada e muito bonita.
Os cavalos representam guerra (vermelho), pragas (baios) e
vitória e glória (brancos). Os cavaleiros (possivelmente anjos), após
percorrerem a terra, anunciam que ela “... está, agora, repousada e tranquila.”
(v. 11).
Isto indica que as nações estavam gozando tempos de
prosperidade e de paz. Israel, porém, não estava. O anjo do SENHOR clama a
Deus: “... até quando não terás compaixão de Jerusalém... contra as quais estás
indignado faz já setenta anos?” (v. 12). Deus responde que está zelando por
Jerusalém e que está irritado com os países que agravaram o mal contra ela (vv.
14,15). Brevemente, Ele tomará providências e Seu povo será restaurado, sua
cidade principal, reedificada e habitada (vv. 16,17). Notem as palavras “será”
e “ainda” nesses últimos versículos, indicando cumprimento futuro da profecia.
Em suma, a interpretação da visão é a de que Deus, por
intermédio de Seu Filho, está prestes a intervir ao mundo, que se encontra
acomodado e indiferente, para restabelecer e abençoar Sua cidade e Seu povo.
2º.- visão: quatro chifres e quatro ferreiros ( Zc
1:18-21)
A segunda revelação simboliza a derrota dos inimigos de
Israel. Os quatro chifres representam forças opressoras, possivelmente
Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma (ou Assíria, Egito, Babilônia e Medo-Pérsia).
Os quatro ferreiros são os agentes de Deus (anjos ou homens) que esmagarão os
chifres, findando assim suas ameaças e tirania.
3º.- Visão: Jerusalém medida ( Zc 2:1-13)
A explicação da terceira visão em que a cidade de Jerusalém
é medida mostra que a cidade santa será grande e populosa. Fala da volta à
Jerusalém dos judeus espalhados pelo mundo afora. A população será tão numerosa
que se estenderá além das muralhas da cidade. Deus estará no meio deles,
habitando (v. 11) e oferecendo Sua proteção (v. 5). Esse trabalho do SENHOR é
tão vital que Ele requer silêncio de toda a terra para efetuá-lo (v. 13).
Notemos que, durante essa terceira revelação, um segundo
intérprete angelical aparece para transmitir informações ao primeiro anjo que
falava com Zacarias (v. 3). O primeiro mensageiro tinha explicado o significado
das primeiras duas visões para o profeta (1.9,19,21).
4º.-
visão: Josué o sumo sacerdote ( Zc
3.1-10)
“Deus
me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do SENHOR, e
Satanás estava à mão direita dele, para se lhe opor. Mas, o SENHOR disse a
Satanás: o SENHOR te repreende, á Satanás; sim, o SENHOR, que escolheu a
Jerusalém, te repreende; não é este um tição tirado do fogo? Ora, Josué,
trajado de vestes sujas, estava diante do Anjo.” (Zc
3.1-3).
Na quarta visão, o sacerdote Josué simboliza todo o
sacerdócio de Israel. Suas vestes sujas representam manchas do pecado. A
remoção dessas vestes e os finos trajes que lhe foram dados significam perdão,
bem como a sua restauração ao seu primeiro estado glorioso. O simbolismo
abrange todos os judeus, um povo de vocação sacerdotal, representado por Josué.
Vemos aí, a promessa da purificação da nação israelita.
O sumo sacerdote e os homens de presságio (ou “homens que
são um sinal”, isto é, protótipos de eventos e coisas futuras) precederão a
vinda do “Renovo”, o Messias. E uma segunda promessa registrada nessa visão que
iria se cumprir em meio ao povo escolhido de Deus.
AS
SEGUNDAS QUATRO VISÕES (Zc 4.1-6,15)
Entre a quarta e a quinta visão, o profeta entrou em um
estado de profunda sonolência. Note no primeiro versículo do capítulo quatro
que, antes que o anjo falasse Zacarias despertou. Ou o profeta estava exausto e
adormeceu, ou, extasiado pelas maravilhas sobrenaturais das revelações, ficou
atônito com isso. Seu ajudante celestial o acordou e perguntou: “... Que
vês?,..” (4.2)
5º.-
visão: o candelabro entre duas oliveiras ( Zc 4: 1-14)
O que o servo do SENHOR vislumbrava nesta quinta visão era
um castiçal dourado, completo, com um vaso de azeite, sete lâmpadas e sete
tubos que estava entre duas oliveiras.
A mensagem principal do trecho se encontra no versículo 6:
“... Não por força nem por poder, mas, pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos
Exércitos.” O sucesso da obra divina depende da unção do Espírito Santo. Deus,
por meio dos “... dois ungidos..” (v. 14) iria reconstruir o Seu templo em
Jerusalém.
Os dois servos: Josué, o sumo sacerdote, e Zorobabel, o
governador de Judá e responsável pela reedificação do templo (Ag 1.1; 2.23),
são simbolizados pelas duas oliveiras. O óleo, obviamente, representa o
Espírito Santo; o candelabro é o templo que, por sua vez, representa Israel. A
montanha (v. 7) simboliza os obstáculos que serão derrubados e não impedirão o
avanço do trabalho restaurador do SENHOR.
Os sete olhos de Deus (v. 10) significa a perfeição da Sua
visão, que percorre toda a terra e olha com grande satisfação o empenho de
Zorobabel, com o prumo na mão.
Deus mostra ao mensageiro que Seus desígnios se cumprem
quando Seus servos são ungidos pelo Espírito Santo e cooperam com o Mestre
Arquiteto, lançando mãos à obra. Sua energia vem do SENHOR, não de fontes
humanas.
6º.-
visão: o rolo voante ( Zc 5.1-4)
As últimas visões de Zacarias falam de condenação e juízo. O
rolo enorme que aparece na sexta visão representa a maldição ou o julgamento
que recairá sobre os pecadores (v. 3). O rolo simboliza a lei do SENHOR que
declara que aquele que a transgride será amaldiçoado. Por toda a terra os
rebeldes serão procurados, alcançados e expulsos do reino do Messias. Suas
casas e suas vidas serão consumidas (vv. 3,4).
7º.-
visão: a mulher e o efa ( Zc 5:5-11)
Na sétima visão, o efa, uma cesta, significa o mercantilismo
e também, como o versículo 6 indica, “... a iniquidade em roda a terra”.
Somando os dois, o resultado são os negócios ímpios que os comerciantes
praticam. A mulher é a “impiedade”.
A iniquidade é fruto de um coração ímpio. Na visão, o pecado
(o efa e a mulher) é transportado à terra de Sinear pelas duas mulheres com
asas. As mulheres voadoras que levam a “praga” são também impuras. Isto se nota
no tipo de asas que tinham, as de cegonha, considerada uma ave imunda pelos
judeus. Elas retornam à Babilônia (terra de Sinear), onde se originou a
iniquidade e a impiedade. Nos dias de Zacarias, esse local era centro mundial
de idolatria e perversidade. Contudo, observamos nessa visão a remoção do
pecado do mundo, principalmente, a ganância e a ambição.
8º.-
visão: os quatro carros ( Zc 6,l-8 )
Nesta oitava e última revelação o ponto comum entre esta
revelação e a primeira é os cavalos. Agora, há também cavalos pretos que
possivelmente, representam a morte. A ideia geral é a de que os carros puxados
por esses cavalos, que são ventos (anjos) ou espíritos do céu (v. 5), percorrerão
a terra, principalmente, o Norte, executando os propósitos judiciais do SENHOR.
O ciclo das revelações se completa aqui. Começou com o
soberano Deus prestes a intervir no mundo e se encerra com Ele, enviando os
Seus anjos para julgar as nações. Isto acontecerá no fim da Grande Tribulação,
quando terá início a era messiânica.
A
coroação de Josué (Zc 6.9-15)
A seqüência das visões de Zacarias é a coroação simbólica de
Josué. Sua coroação representa a glorificação do Messias, o Renovo, como rei e
sacerdote. O ouro e a prata trazidos de volta do cativeiro por alguns dos
exilados seriam usados para fazer a coroa (uma só coroa com outras sobrepostas,
daí a expressão “coroas”) a ser colocada “... como memorial no templo do
SENHOR.” (v, 14). Não quer dizer que as coroas serão de Helém, Tobias, Jedaías,
Hem, mas que o memorial será em honra a eles por terem trazido o material para
a sua confecção.
No tempo certo, segundo o plano de Deus, Jesus realizará o
que está escrito no Livro de Zacarias, que são atos típicos ou sombras da
imagem real.
“Ele
mesmo (o Messias) edificará o templo do SENHOR e será revestido de glória;
assentar-se-á no seu trono, e dominará, e será -sacerdote no seu trono; e
reinará perfeita união entre ambos os ofícios.” (Zc
6.13)
A
PRIMEIRA MENSAGEM DO SENHOR (Zc 7 )
Quase dois anos se passaram (compare 1.1 e 7.1) até que a
Palavra de Deus viesse novamente a Zacarias. Desta vez, o SENHOR não recorre a
visões, mas a mensagens diretas. Os assuntos das duas mensagens específicas
são: “A Repreensão a Israel por seus Falsos Motivos” e “A Promessa de sua
Restauração”.
Uma
pergunta ( Zc 7: 1-3 )
“...
Continuaremos nós a chorar, com jejum, no quinto mês, como temos feito por
tantos anos?” (v. 3).
A pergunta é feita por um grupo de judeus de Betel representado
por Sarezer e Regén-Meleque (líderes da comunidade) aos sacerdotes e profetas
em Jerusalém. No cativeiro, tinham jejuado. Agora, estavam indagando se ainda
seria necessário tal prática, uma vez que já haviam regressado à sua terra
natal.
A
resposta (Zc 7:4-7 )
A resposta provém da boca de Deus. O SENHOR revela a
rebeldia de seus corações. Não responde diretamente a pergunta, mas chega ao
âmago do assunto mostrando que eles realmente não querem mais jejuar. Em
Babilônia, suas festas e orações não agradavam a Deus porque procediam
hipocritamente dos seus lábios. Os seus jejuns não tinham valor e continuariam
deste modo, caso não mudassem de atitude e permitissem que a misericórdia e a
justiça reinassem em seu meio.
A
causa do exílio ( Zc 7: 8-14)
Deus continua Sua mensagem e alerta a memória do profeta para
aquilo que Ele havia mandado o Seu povo praticar: juízo, bondade e misericórdia
(vv. 9,10). Mas ele não fez assim e a ira do Altíssimo recaiu sobre todos (v.
12). Escolheram a vereda da desobediência e o efeito foi um triste e penoso
período de escravidão nas mãos de vizinhos opressores. Viraram as costas e
taparam os ouvidos (v. 11); seus corações estavam duros como diamante (v. 12),
isto é, nada poderia quebrar, cortar ou penetrar a sua resistência rebelde e
obstinada. O SENHOR, ao bradar-lhes, encontrava somente portas fechadas, assim,
teve que espalhá-los com um turbilhão (tempestade ou redemoinho de vento) e
permitir a derrocada da sua terra (v. 14).
A
SEGUNDA MENSAGEM DO SENHOR = (Zc 8)
“A Justiça de Deus” foi o tema do capítulo anterior de
Zacarias. No presente capítulo se evidencia “A Misericórdia de Deus”.
Vemos freqüentemente no AT um Criador amoroso, abençoador,
cuidando do Seu povo e este se afastando; Deus chamando-o de volta e a rebeldia
se intensificando; o SENHOR castigando o e ele, arrependido, voltando ao
Criador. Ele aceitando-os novamente, por Seu grande amor. Um dia, porém, a
misericórdia de Deus findará e aqueles que ainda não O reconhecem como Messias
experimentarão somente a Sua justiça.
“...
voltarei....salvarei..,” (Zc 8.1-8 )
A promessa de Deus aos Seus filhos é que Ele voltará para
Sião (Seu povo) e habitará no meio de Jerusalém. O retorno do SENHOR ao Seu
povo marca o início da sua restauração. O povo se arrependerá, Deus o perdoará
e permitirá que retorne à sua terra. A capital terá, então, o nome de cidade
fiel; o monte do SENHOR dos Exércitos (sobre qual estava sendo edificado o
templo) será chamado Monte Santo (v. 3).
“...
sejam fortes...”(Zc 8.9-17)
Deus procura encorajar Seu povo, mencionando a atitude que
prevalecia no início do trabalho de reconstruir o templo: ninguém recebia
salário e havia inimigos em volta; mesmo assim dedicou-se à obra com vontade e
ardor (v. 10). Zacarias fala que Deus irá abençoá-lo novamente. Não será
envergonhado perante as outras nações, mas, será herdeiro das riquezas
celestiais (vv. 12,13). Por isso, precisa ficar firme, levantar a cabeça, não
temer e começar uma segunda vez esse seu trabalho digno e proveitoso. Ao lado
da tarefa física, os filhos de Israel são advertidos a praticar a justiça, a
viver retamente perante o SENHOR e seu próximo (vv. 16,17). Dessa maneira,
garantirão o sucesso, o avivamento e as bênçãos contínuas dos céus.
“...
amai, pois, a verdade e a paz” (Zc 8.18-23)
Os pensamentos do SENHOR através de Zacarias, nessa
passagem, estão ligados aos dois últimos versículos precedentes (vv. 16,17).
Deus volta ao assunto do jejum, desta vez afirmando que os filhos de Israel
serão “... para a casa de Judá regozijo, alegria e festividades solenes...” (v.
19). A diferença entre o resultado dos jejuns judaicos agora e no passado
(Cativeiro) provinha do tipo de atitude. Antes, só havia ritos e cerimônias;
agora, porém, seriam festas e atos sagrados de honra e louvor genuíno ao
SENHOR. Com corações justos, seus filhos poderiam observar suas festividades,
sabendo que Deus se agradava deles.
Para continuar assim, no entanto, o Pai os instrui: “...
amai, pois, a verdade e a paz.” (8.19). Não meramente gostar, mas, amar de
corpo, alma e espírito. Alguém que se dedica a obedecer e a seguir o caminho da
verdade e da paz é, sem dúvida, uma pessoa santa e exemplar diante do SENHOR e
do mundo. Assim fazendo, pode confiar que a felicidade celestial será sua
porção.
PROFECIAS
SOBRE O MESSIAS = (Zc 9-11)
Zacarias, no começo do capítulo 9, transporta-se dos seus
dias (520 a.C.) a épocas futuras, principalmente, para os dias de Cristo,
quando Ele viver na terra. Falando desses eventos futuros, o profeta inicia
suas mensagens sobre os dois adventos do Messias.
Primeiro, fala sobre a Primeira Vinda de Jesus e a rejeição
(caps. 9-1 1), depois prega sobre a Sua Segunda Vinda e recepção por parte dos
israelitas (caps. 12-14).
“Alegra-te...
Sião. aí te vem o tei rei...” ( Zc 9)
As várias cidades (Tiro, Sidom, Asquelom etc.) mencionadas
na primeira divisão desse trecho (1-8) foram derrotadas ou conquistadas por
Alexandre, o Grande, no ano 330 antes de Cristo. Sua invasão aniquilou e
dominou estas cidades da Síria, Fenícia e Filístia. O que impressiona, porém, é
que durante suas investidas, Alexandre deixou Jerusalém em paz. Conforme narram
os historiadores, ele passou várias vezes perto da cidade, mas não a atacou. O
SENHOR levou Seu arauto a declarar, “Acampar-me-ei ao redor da minha casa para
defendê-la contra forças militantes, para que ninguém passe, nem volte...” (v.
8).
Serão
fortalecidos no SENHOR ( Zc l0 )
Zacarias continua suas declarações admoestando o povo a
buscar a Deus (v. 1) e deixar de lado os ídolos e adivinhos que ainda estavam
influenciando suas vidas. O profeta ressalta a ira divina contra os pastores
rebeldes e bodes-guias.
Note que, no versículo dois, os judeus são comparados a
ovelhas aflitas, porque não há pastor. Daí, entendemos que os pastores e bodes
do versículo três não são autênticos, ou melhor, são falsos: são os líderes
inimigos que dominavam os judeus. A salvação viria da tribo de Judá, a “...
pedra angular... a estaca da tenda... o arco de guerra;...” (v. 4).
Os
dois pastores (Zc 11)
Este capítulo é uma profecia sobre as terríveis invasões
romanas que assolaram Israel, culminando com a destruição absoluta de Jerusalém
e o templo em 70 d.C. (vv. 1-3). Um historiador comenta que, durante essa época
(o tempo em que Tito sitiou Jerusalém e finalmente a destruiu), mais ou menos
um milhão de pessoas morreu no holocausto.
O profeta usa de linguagem figurativa para expressar o choro
intenso do povo: “Geme, á cipreste... gemei, á carvalhos de Basã.... Eis o uivo
dos pastores, porque a sua glória é destruída! Eís o bramido dos filhos de
leões, porque foi destruída a soberba do Jordão!” (vv. 2,3).
PROFECIAS
SOBRE A SALVAÇÃO DE ISRAEL = ( Zc 12-14 )
O Livro de Zacarias termina salientando a Segunda Vinda de
Cristo e a libertação do povo de Deus. O profeta comenta que desta vez “o
SENHOR será Rei sobre toda a terra;..,” (14.9).
Israel será vingado, exercerá poderes estupendos que
aniquilarão seus inimigos. Com prantos de arrependimento receberá o Supremo
Pastor, a quem tinha crucificado na Sua Primeira Vinda. Ele, por sua vez, o
restaurará e purificará, acolhendo-o a Si novamente. Será a época das vitórias
finais de Deus sobre os homens maus e o estabelecimento da Sua supremacia sobre
tudo e sobre todos; é, enfim, o início do Milênio e do aguardado estado de
restauração e favor divino para os remidos do SENHOR.
Jerusalém,
desagravada e arrependida (Zc 12)
O tema do livro alcança o seu auge neste trecho. O Dia do
SENHOR, que se segue ao arrebatamento da Igreja, prevalecerá durante toda a
Tribulação. Começará então a salvação de Israel. Os primeiros nove versículos
do capítulo ressaltam a vingança do SENHOR contra os adversários de Suas
ovelhas.
“...
farei de Jerusalém um cálice de tontear para todos os povos em redor ... farei
de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a erguerem se
ferirão gravemente;...” (vv. 2,3).
“Naquele
dia, porei os chefes de Judá como um braseiro ardente debaixo da lenha e como
uma tocha entre a palha, eles devorarão, a direita e a esquerda, a todos os
povos em redor, “ (v 6)
Será o dia quando as forças hostis serão subjugadas,
esmiuçadas pelo SENHOR dos Exércitos, a grande batalha de Armagedom (v. 9).
Jerusalém passará a ser habitada outra vez pelo seu próprio povo e no seu
próprio lugar — lugar da presença gloriosa do Rei dos reis (v. 6).
Jerusalém,
purificada e provada ( Zc 13)
O penúltimo capítulo de Zacarias, em sua maioria, comenta a
purificação de Israel “Naquele dia,,..” (vv. 1,2,4), não somente no que tange o
pecado em geral, mas, principalmente, à remoção dos falsos profetas (vv. 2,6).
A conclusão deste capítulo (vv. 7-9) converge para o Messias
e o golpe máximo que O levou à crucificação e à morte (v. 7). O resultado da
morte do Pastor é a dispersão das ovelhas, ou de Israel — basta olhar as
páginas da História para verificar o cumprimento dessa profecia.
Notamos, contudo, que Zacarias prevê o primeiro advento de
Jesus, quando Ele seria rejeitado. Já os versículos 8 e 9 apontam eventos em um
futuro mais distante. Fala da eliminação de 2/3 das ovelhas, isto é, de judeus.
A terceira parte restante será purificada e provada pelo fogo. Essa parte, o
remanescente, será salvo e usufruirá das graças eternas de Deus.
Muitos pensam erroneamente que todos os israelitas serão
salvos. A Bíblia diz em Romanos 11.26: “... todo o Israel será salvo... “, mas
isso é uma figura de linguagem chamada “sinédoque”, em que se toma a parte pelo
todo ou o todo pela parte. Nem todo judeu entrará pelas portas celestiais, mas
aquele que confessar Jesus como o Cristo fará parte do grupo que será bem vindo
nos céus. O que for salvo é o remanescente que escapar, a terceira parte
purificada. (Compare Romanos 11.26 com 9.27 e Isaías 10.22).
As palavras “em toda a terra”, de Zacarias 13.8, têm a mesma
aplicação. Não é o mundo significando todas as nações, mas toda a terra de
Israel, ou a parte pelo todo.
Enfim, a triste verdade é que, durante a Grande Tribulação,
grande número de judeus perecerão. Sendo infiéis e sem aceitar o Messias como
seu Salvador pessoal, expirarão debaixo de Sua ira vingadora. Aqueles que
aceitarem o Messias como o SENHOR de suas vidas depois do processo purificador
clamarão a Deus e Ele responderá, dizendo: “... é meu povo, e ela (Israel)
dirá: O SENHOR é meu Deus.” (v. 9).
Jerusalém,
libertada e glorificada (Zc 14)
O apogeu da purificação de Israel encontra-se registrado
nesses versículos. A expressão “Dia do SENHOR” ou “Naquele dia...” acha-se nove
vezes no capítulo. O profeta fala da chegada do Messias sobre a terra,
especificamente sobre o Monte das Oliveiras (v. 4); da peleja contra os
inimigos do Seu povo (vv. 2,3); das pragas que cairão sobre as nações e os
animais (vv. 12,15); da santificação das panelas na Casa do SENHOR (vv. 20,21),
que eram os utensílios de menos valor no trabalho sacerdotal, mas, agora, como
todos os outros vasos de maior valor (como as bacias), serão igualmente
consagradas ao SENHOR.
Zacarias não somente observa os aspectos do julgamento nesse
terrível dia como salienta algumas das suas bênçãos, como:
1. as águas vivas que correrão de Jerusalém (v. 8); 2. a
ausência de maldição e a segurança que haverá na cidade santa (v. 11);
3. as riquezas vindas de outras nações que serão ajuntadas
na cidade santa (vv. 1,14);
4. não haverá mercador (cananeu, pessoa imunda) na Casa do
SENHOR e Seu reino será caracterizado pela santidade (vv. 20,21).
CONCLUSÃO
A magnificência do novo centro governamental do SENHOR vê-se
no versículo 10, onde Jerusalém “... será exaltada e habitada no seu lugar,...
“. Tudo em volta será transformado em planície, a cidade santa será elevada e
será um ponto central, acima de todo o Israel. Nisso, observamos a futura
exaltação da cidade de Deus: Jerusalém liberta, glorificada, cheia de santos —
a nova capital da teocracia eterna do Rei dos reis e grande SENHOR.
Elaboração
pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
BIBLIOGRAFIA
Comentário Bíblico
Beacon
Bíblia Estudo Plenitude
EETAD – Os Profetas Menores = Richard Leroy Hoover
Nenhum comentário:
Postar um comentário