A
MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DA SALVAÇÃO
Texto Áureo = “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a
todos os homens.” (Tt 2.11)
Verdade Prática = A graça de Deus emanou do seu coração
amoroso para salvar o homem perdido, por meio do sacrifícios vicário de Cristo
Jesus.
LEITURA
BIBLICA = TITO 2: 11-14 = 3:4-6
INTRODUÇÃO
Temos aqui
as bases ou as considerações sobre as quais todas as orientações precedentes
estão ratifica das, extraídas da natureza e do plano do evangelho e da finalidade
da morte de Cristo.
Da natureza e plano do evangelho. Jovens e
velhos, homens e mulheres, senhores e servos, o próprio Tito, todas as
diferentes classes de pessoas, devem realizar seus respectivos deveres, porque
esse é o alvo e a tarefa do cristianismo: instruir, ajudar e formar pessoas,
sob todo tipo de distinções e relacionamentos, para uma forma e conduta
corretas.
1. Eles são colocados sob a dispensação da graça de Deus — assim
se chama o evangelho (Ef 3.2). E graça em relação ao surgimento dela — o
livre favor e boa vontade de Deus, não o merecimento na criatura; é a
manifestação e a declaração dessa boa vontade de maneira eminente e marcante; e
como é o meio de transmitir e trabalhar a graça nos corações dos crentes. A
graça compele à bondade: “Não reine o pecado, mas apresentai-vos a Deus, pois
não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Rm 6.1244). “Porque o amor de
Cristo nos constrange” a não vivermos para nós mesmos, mas para Ele (2 Co
5.14,15). Sem esse efeito, a graça é recebida em vão.
2. Essa graça do evangelho traz salvação (revela-a e
a oferece aos pecadores e a assegura aos crentes) — salvação do pecado e da
ira, da morte e do inferno. Por isso ela é chamada de Palavra da vida. Ela leva
à fé, e assim para a vida, a vida de santidade agora e da felicidade no futuro.
A lei é a
ministração da morte, mas o evangelho é a ministração de vida e paz. Isso,
portanto, deve ser recebido como salvação (suas regras e mandamentos
obedecidos), para que se obtenha seu objetivo final, ou seja, a salvação da
alma. Aqueles que negligenciam essa graça de Deus que traz salvação agora serão
mais indesculpáveis, uma vez que:
3. “... se há manifestado”, ou brilhado mais clara e distintamente do
que em qualquer outra época. A antiga dispensação era comparativamente escura e
sombria. Essa é uma luz clara e brilhante; e ela é mais brilhante agora, mais
dispersa e ampla. Porque:
4. Ela apareceu “... o todos os homens”; não somente aos judeus,
da maneira que a glória de Deus aparecia no monte Sinai a esse povo exclusivo,
mas invisível pára todos os outros. Mas a graça do evangelho está aberta a
todos, e todos são convidados para vir e participar do benefício dela, gentios
e judeus. A proclamação dela é livre e geral: Fazei discípulos de todas as
nações: Pregai o evangelho a toda criatura, O muro de separação foi derribado.
Esse muro já
não existe. “. .. a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério
que desde tempos eternos esteve oculto, mas que se manifestou agora e se
notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a
todas as nações para obediência da fé” (Rm 16.25,26). A doutrina da graça e
salvação pelo evangelho é para todas as classes de pessoas (escravos e servos,
bem como senhores), por essa razão todos devem empenhar-se e ser encorajados a
recebê-la e crer nela, e a andar de acordo com ela, ornando-a em tudo.
5. A revelação desse evangelho é para ensinar, não
somente por meio de informação e instrução, como um professor faz com seus
alunos, mas por meio de preceito e comando, como um soberano que dá as leis aos
seus subalternos. Ela orienta sobre do que se deve abster e o que seguir, o que
evitar e o que fazer, O evangelho não é para mera especulação, mas para a
prática e a disposição correta da vida; porque nos ensina:
(1) A abandonar o pecado: “.. renunciando à impiedade e às
concupiscências mundanas”; renegá-las e não ter nada que ver com elas, como
vimos: “...vos despojeis do velho homem, que se corrompe”; isto é, todo o
conjunto de pecados, aqui repartido em impiedade e concupiscências mundanas.
“Abandonem a incredulidade, toda descrença, negligência ou desprezo do Ser
divino, deixando de amá-lo, de temê-lo, de confiar nele, nem obedecer-lhe como
deveríamos, negligenciando suas ordenanças, fazendo pouco caso da sua adoração,
profanando seu nome ou seu dia.
Portanto,
renunciem à impiedade (detestem e se desfaçam); e às concupiscências mundanas,
todos os desejos e paixões corrompidos e viciosos que prevalecem em homens
mundanos, as concupiscências da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da
vida, toda sensualidade e impureza, desejos e ambições cobiçosos, buscando e
valorizando mais o louvor dos homens do que ode Deus. Abandonem tudo isso”.
Uma conduta
sensual e terrena não se ajusta ao chamado celestial. “Os que são de Cristo
crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências” (veja Gl 5.24).
Eles o fizeram por meio de um pacto e uma promessa, e o fizeram inicial e
predominantemente em ação; eles continuam o trabalho, purificando-se cada vez
mais da impureza da carne e do espírito. Assim, o evangelho primeiro faz
desaprender aquilo que é mal, para que se possa abandonar o pecado; e então:
(2) A tomar consciência daquilo que é bom: “...vivamos
neste presente século sóbria, justa e piamente”. A fé cristã não é formada
somente de aspectos negativos. Deve-se fazer o bem e abster-se do mal; quando
isso acontece, a sinceridade é provada, e o evangelho, ornado. Deveríamos viver
sobriamente em relação a nós mesmos, como devido domínio dos nossos apetites e
paixões, guardando os limites da moderação e temperança, evitando todo excesso
desordenado.
Também
devemos viver de maneira justa em relação a todos, tratando cada um de modo
digno, não prejudicando ninguém, mas fazendo o bem aos outros, de acordo com
nossa habilidade e a necessidade deles: isso faz parte da justiça e retidão,
porque não nascemos somente para nós mesmos, e, portanto, não devemos viver
somente para nós mesmos. “Somos membros uns dos outros” e devemos “... buscar o
que é de outrem” (1 Co 10.24; 12.25). Aquilo que é público, especialmente
aquilo que inclui os interesses de todos, deve ter a consideração de todos. O
egoísmo é um tipo de injustiça.
Ele rouba
dos outros a parte em nós que pertence a eles. Quão agradável então é a conduta
justa e reta! Esse tipo de conduta assegura e promove todos os interesses, não
somente o interesse particular, mas o interesse geral e público, e dessa forma
contribui para a paz e felicidade do mundo. Portanto, vivamos de maneira justa,
sóbria e pia em relação a Deus, nos deveres da sua adoração e serviço. Devemos
fazer tudo pensando nele. “Quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer
coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co 10.31).
Deveres pessoais e domésticos devem ser cumpridos em obediência
aos seus mandamentos, com o alvo de agradar e honrar a Ele, por causa dos
princípios do amor santo e do temor a Ele. Mas também há um dever expresso
e direto que devemos a Deus, a saber, nossa convicção e reconhecimento do seu
Ser e sua perfeição, rendendo-lhe adoração e homenagem interna e externa;
amando, temendo e confiando nele; dependendo dele e devotando-nos a Ele;
cumprindo todas as obrigações e ordenanças cristãs que Ele designou; orando,
louvando e meditando na sua Palavra e obras. Essa é a piedade, olhar para Deus
e ir ao encontro dele, de acordo com o nosso estado agora, não sem mediação,
mas como Ele se manifestou por meio de Cristo. E assim que o evangelho orienta
e requer. Buscar a Deus de qualquer outra maneira, a saber, por meio de santos
ou anjos, é impróprio e contrário à regra e ordem do evangelho.
Toda
comunicação de Deus conosco por meio do seu Filho e nossa comunicação com Ele
devem ser por intermédio de Jesus. Devemos olhar para Deus, por meio de Cristo,
como o objeto da nossa adoração e esperança. Assim devemos exercitar-nos na
piedade. Sem essa piedade não pode haver um ornamento desse evangelho, que
ensina e requer esse tipo de conduta. A conduta de acordo com o evangelho deve
ser uma conduta piedosa, em que expressamos nosso amor, temor e reverência a
Deus, nossa esperança e confiança nele, como está manifestado em seu Filho.
“Porque a circuncisão somos nós (que temos na realidade aquilo que era
representado por esse sacramento), que servimos a Deus no Espírito, e nos
gloriamos em Jesus Crista, e não confiamos na carne” (veja Fp 3.3).
Nossa obrigação pode ser reduzida a algumas poucas palavras: renunciando à impiedade e às concupiscências
mundanas, vivamos neste presente século sóbrio, justa e piamente”. O evangelho
nos ensina não somente a crer e esperar de maneira saudável, mas também a viver
de maneira saudável, de acordo com a fé e esperança neste presente século, e
como expectantes de um outro mundo melhor. Existe o mundo atual e o que há de
vir. O mundo presente é o tempo e o lugar da nossa provação, e o evangelho nos
ensina a viver de maneira saudável aqui, não como nosso estado final, mas com
um olho no futuro.
(3) Devemos buscar as glórias de um outro mundo, para o
qual precisamos nos preparar e viver de maneira sóbria, justa e piamente: “..
aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus
e nosso Senhor Jesus Cristo”. Esperança, como uma metonímia, é colocada aqui no
lugar da coisa esperada, a sabei o céu e as suas bênçãos ali, chamados
enfaticamente de a esperança, porque é a grande coisa que esperamos, anelamos e
aguardamos; e é uma bem-aventurada esperança, porque, quando obtida, estaremos
completamente felizes para sempre.
E o
aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo. Isso denota
tanto o tempo do cumprimento da nossa esperança como a certeza e grandeza dela:
isso será na segunda aparição de Cristo, quando Ele.. . vier na sua glória e na
do Pai e dos santos anjos (Lc 9.26). Sua
própria glória que tinha antes da existência do mundo; e a do Pai, sendo a
expressa imagem da sua pessoa, e como Deus-homem, seu Príncipe e Juiz; e a dos
santos anjos, como seus ministros gloriosos. Sua primeira vinda ocorreu em pobreza e humilhação,
para satisfazer a justiça e comprar a felicidade.
Sua segunda
vinda será em majestade, para resgatar seu povo dali. “Assim também Cristo,
oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez,
sem pecado, aos que o esperam para a salvação” (Hb 9.28).
O grande
Deus e nosso Senhor Jesus Cristo; porque eles não são duas essências, mas
somente uma, de acordo com o artigo singular: tou megakm Theou kai Soteros, e
não kai tou Soteros, e assim kai é traduzido em 1 Coríntios 15.24: “quando
tiver entregado o Reino a Deus, ao Pai”, to Theo kai Patri.
Cristo então
é o grande Deus, não figuradamente, como um magistrado (e outros) às vezes é
chamado de deus, ou que aparece e age como se fosse em nome de Deus, mas
própria e absolutamente “.. .0 verdadeiro Deus” (1 Jo 5.20), o “...Deus Forte”
(Is 9.6), “... que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a
Deus” (Fp 2.6). Em sua segunda vinda, Ele recompensará seus servos e os trará
para a glória com Ele. Observe: Existe uma esperança comum e abençoada para
todos os verdadeiros cristãos no outro mundo. Se tivessem esperança em Cristo
apenas neste mundo, seriam os homens mais miseráveis de todos (1 Co 15.19).
A palavra
esperança aqui significa a coisa esperada, a saber o próprio Cristo, que é
chamado de esperança nossa (1 Tm 1.1), e bem-aventurança nele e através dele, e
riquezas da glória (Ef 1.18), apropriadamente chamada aqui de a bem-aventurada
esperança. O intento do evangelho é encorajar todos a uma vida boa por meio
dessa bem-aventurada esperança. “Cingindo os lombos do vosso entendimento, sede
sóbrios e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de
Jesus Cristo” (1 Pe 1.13).
Em relação
ao mesmo propósito lemos aqui: “... renunciando à impiedade e às
concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbrio, justa e piamente,
aguardando a bem-aventurada esperança”; não como mercenários, mas como cristãos
obedientes e gratos. “Que pessoas vos convém ser em santo trato e piedade,
aguardando e apressando-vos para a vinda do Dia de Deus?” (2 Pe 3.11,12).
Aguardando e
apressando-se, isto é, esperando e diligentemente preparando-se para ela. No
aparecimento da glória de Cristo será obtida a bem-aventurada esperança. “A
felicidade deles será a seguinte: “. ..para que estejam com ele, para que vejam
a sua glória” (Jo 17.24).
A glória do
grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo irromperá então como o sol. Ainda que
no exercício do seu poder judiciário, Ele aparecerá como o Filho do Homem e
será poderosamente declarado ser o Filho de Deus. A divindade, que estava em
grande parte velada na terra, brilhará então como o sol em sua força. Assim, a
obra e o desígnio do evangelho são elevar o coração para essa segunda aparição
de Cristo. “Somos gerados de novo para uma viva esperança” (1 Pe 1.3),
convertidos “. para servir ao Deus vivo e verdadeiro e esperar dos céus a seu
Filho” (1 Ts 1.9,10).
Os cristãos
são marcados por isso, aguardando a vinda do seu Senhor (Lc 12.36), amando a
sua vinda (2 Im 4.8). Vamos, pois, olhar para essa esperança; que os nossos lombos
estejam cingidos, e as nossas lâmpadas, brilhando, aguardando a vinda do
Senhor. Não sabemos o dia e hora, mas “.. .o que há de vir virá e não tardará”
(Hb 10.37).
O consolo
dos cristãos é que o seu Salvador é o grande Deus e se manifestará em glória na
sua segunda vinda. Poder e amor, majestade e misericórdia surgirão então juntos
no maior brilho, para o terror e confusão dos ímpios, mas para o triunfo eterno
e o regozijo dos piedosos. Se Ele não fosse o grande Deus e ao mesmo tempo uma
criatura humana, Ele não poderia ser o Salvador deles, nem sua esperança. Essas
são as considerações sobre as quais se devem guardar essas orientações e as
devidas obrigações da natureza e desígnio do evangelho. E, com isso, está
conectado mais um fundamento, a saber:
A finalidade da morte de Cristo: “...o qual se deu a si mesmo por
nós, para nos remir de toda iniqüidade e purificar para si um povo seu
especial, zeloso de boas obras” (v. 14). A finalidade da morte de Cristo e o
escopo da sua doutrina eram levar-nos à santidade e à felicidade.
1. O comprador da salvação — Jesus Cristo, o grande Deus e
nosso Senhor (“Salvador”, versão RA), que não salva simplesmente como Deus,
muito menos somente como homem; mas como Deus-homem, duas naturezas em uma
pessoa: homem, para que possa obedecer, sofrer e morrer, pelo homem, estando
apto a lidar com ele e por ele; e Deus, para que possa sustentar a humanidade e
dar valor e eficácia às suas tarefas, e ter a devida atenção com os direitos e
honra da divindade, bem como o bem da sua criatura, e realizar a posterior para
a glória da anterior.
2. O preço da nossa redenção: Ele se deu a si mesmo. O Pai deu
seu Filho, mas Ele também se deu a si mesmo; e, na liberdade e voluntariedade,
bem como na grandeza da oferta, estão a aceitabilidade e o mérito dela. “Por
isso, o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma
tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou” (Jo 10.17,18). “Por eles me santifico a
mim mesmo (veja Jo 17.19), ou separo e dedico a mim mesmo para essa obra, para
ser sacerdote e um sacrifício a Deus pelos pecados do homem”.
A natureza humana foi a oferta, e a natureza divina, o altar
santificando o dom e o ato completo da pessoa. “Ele se deu a si mesmo em preço
de redenção por todos” (1 Tm 2.6). “Na consumação dos séculos, uma vez se
manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo”. Ele foi o
sacerdote e o sacrificio. Fomos resgatados não com prata e ouro, “...mas como
precioso sangue de Cristo” (1 Pe 1.18,19), chamado de o sangue de Deus (At
20.28), isto é, daquele que é Deus.
3. As pessoas beneficiadas: “...por nós”, pobres e de- caídos
pecadores, afastados de Deus e em rebelião contra Ele. Ele se deu a si mesmo
por nós, não somente para o nosso bem, mas em nosso lugar. O Messias foi morto,
não por Ele mesmo, mas por nós. “Ele padeceu uma vez pelos pecados, o justo
pelos injustos, para levar-nos a Deus” (1 Pe 3.18). “Ele foi feito pecado por
nós (uma oferta e sacrifício pelo pecado); para que, nele, fôssemos feitos
justiça de Deus” (2 Co 5.21). Maravilhosa condescendência e graça! Ele nos “.
.. amou e se entregou a si mesmo por nós” (veja Ef 5.2). O que podemos fazer se
não amá-lo e nos entregarmos a Ele?
4. Os motivos para entregar-se a si mesmo por nós: (1)”...para
nos remir de toda iniqüidade”. Isso é adequado para a primeira repreensão:
renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas. Cristo deu-se a si mesmo
para nos remir dessas coisas, ou seja, para aniquilá-las. Quem ama e vive em
pecado está pisando no sangue remidor desprezando e rejeitando um dos maiores
benefícios dele e agindo contra seu desígnio. Mas, de que maneira os
sofrimentos de Cristo poderiam nos remir de toda iniqüidade? Resposta: Por meio
da dignidade infinita de sua pessoa. Aquele que era Deus sofreu, mas não como
Deus.
Os atos e propriedades de cada natureza são atribuídos à pessoa. Deus
comprou sua igreja com seu próprio sangue (At 20.28). O pagamento foi feito de
uma vez por todas, sem a necessidade de sofrer para sempre. Uma mera criatura
não poderia fazer isso, por causa da limitação da sua natureza; mas o
Deus-homem podia. O grande Deus e Salvador se entregou a si mesmo por nós: isso
explica tudo. “Com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são
santificados” (Hb 9.25,26; 10.14).
Ele não
precisou oferecer-se muitas vezes, nem pôde ficar preso na morte, uma vez que
passou por ela. Que final feliz para a morte de Cristo! Por meio dela, obtemos
a redenção de toda iniqüidade. “. . para purificar para si um povo seu
especial”. Isso reforça a segunda repreensão: para vivermos neste presente
século sóbria, justa e piamente. Cristo morreu para purificar e para perdoar —
para obter graça, para curar a natureza e para libertar da culpa e da
condenação. Ele se entregou a si mesmo para sua igreja, para purificá-la.
Assim obteve para si um povo seu especial, ao purificá-lo. Dessa
forma, eles são distinguidos do mundo que jaz na iniqüidade. Eles são nascidos
de Deus, assimilados por Ele, carregam a sua imagem, são santos como é santo o
seu Pai celestial. Observe: A redenção do pecado e a santificação da natureza
andam juntas, e ambas formam um povo especial de Deus: libertação do pecado e
da condenação, libertação do poder das concupiscências e a purificação da alma
pelo Espírito. Eles são “... a geração eleita, o sacerdócio rea4 a nação
santa”, e assim, seu povo especial. “...
zeloso de boas obras”.
Esse povo
especial, sendo purificado pela graça, precisa ser visto fazendo o bem e
zelando por isso. Observe: O evangelho não é uma doutrina de licenciosidade,
mas de santidade e vida saudável. Somos remidos da nossa conduta vã, para
servir a Deus “... em santidade e justiça perante ele, todos os dias da nossa
rida” (veja Lc 1.75). Vamos então nos esforçar para fazer boas obras e ser
zelosos nelas. Precisamos cal- dar para que esse zelo seja guiado pelo
conhecimento, estimulado pelo amor, conduzido para a glória de Deus, e esteja
sempre ocupado em fazer alguma coisa boa; e assim sermos dirigidos do motivo
para as obrigações, a partir do propósito da morte de Cristo.
AS BOAS
OBRAS E O TRATO COMOS HEREGES
Em 3.8-11
vem mais uma exortação do pastor experiente ao pastor jovem. A palavra de Paulo
é uma “palavra fiel” (esta expressão
designa uma verdade solene) e Tito deve proclamá-la com firmeza, para que os crentes se apliquem às
boas obras (v. 8). Este é o versículo chave da epístola. O povo de Deus deve
mostrar que é povo de Deus pela sua conduta. Jesus disse que “pelos seus frutos
os conhecereis”, e não “pelo seu louvor os conhecereis”.
A ênfase do
Novo Testamento é no caráter que devemos ter. Hoje se enfatiza muito o louvor,
a atividade, as reuniões, e nem sempre o caráter cristão, marca distintiva da
conversão e o melhor testemunho que podemos dar, como vemos nas palavras de
Jesus, em Mateus 5.13-16.
QUALIFICAÇÕES
PARA BOAS OBRAS
Quem pode realizar uma obra à vista de Deus? As
Escrituras tornam bem claro que ninguém, a não ser os salvos, podem fazer isto.
"Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas
obras", Efésios 2:10. "Portanto os que estão na carne não podem
agradar a Deus", Romanos 8:8.
As boas
obras são o fruto do Espírito, e ninguém, a não ser os salvos, tem o Espírito.
As boas obras são o resultado e não a causa da salvação. A ordem divina é
salvação, depois o serviço. Somos salvos para servir a Deus e aos outros. Em
cada campo, exceto na mecânica, é preciso que haja vida antes da atividade.
Cada homem, por natureza, está morto em pecados e alienado de Deus. A crença
que o pecador pode trabalhar para ganhar a salvação é uma das piores heresias.
"Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua
misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito
Santo", Tito 3:5. Tudo o que o perdido faz para merecer o favor de Deus é
uma obra morta. É preciso haver o arrependimento. Não há meios de se ganhar o
favor de Deus, a não ser por intermédio de Seu Filho. "Mas agora em Cristo
Jesus, vós que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes
perto", Efésios 2:13.
A
IMPORTÂNCIA DAS BOAS OBRAS
As boas
obras. são importantes como evidências necessárias da salvação. Elas não buscam
a salvação, mas a manifestam. Não são a causa, mas o efeito do novo nascimento,
"criados para as boas obras".
As boas
obras do crente estarão diante dele no juízo, a fim de serem rejeitadas ou
recompensadas. Elas foram colocadas sobre Cristo e Ele as levou em Seu próprio
corpo no madeiro. Com relação a salvação, os pecados do crente foram colocados
sobre Cristo e julgados nEle. Com relação à correção será tratada nesta vida.
Leia Hebreus 12:5-11. O crente será galardoado por suas obras quando Cristo
vier. "Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o
qual não somente trará a plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também
manifestarão os desígnios dos corações; e então cada um receberá o seu louvor
da parte de Deus", 1 Coríntios 4:5.
O Modo de
Tratar com os Hereges.
Na última
passagem, encontramos o quinto e último tópico da epístola: o que Tito deve
evitar no ensino e como deve lidar com um herege; há ainda algumas outras
orientações. Observe: Para que o propósito do apóstolo possa ser mais claro e
completo, e especialmente adequado à situação da igreja em Creta, e para os
muitos judaizantes nomeio dela, ele mostra a Tito o que, em seu ensinamento,
deveria evitar (v. 9).
Existem
questões necessárias a ser discutidas e esclarecidas, especialmente as que são
úteis para o aperfeiçoamento e conhecimento; mas questões inúteis e loucas, que
não visam à glória de Deus nem à edificação devem ser deixadas de lado. Alguns
podem aparentar sabedoria, mas são vaidosos, como muitos doutores judaicos, bem
como estudiosos posteriores que afluíam com perguntas sem importância para a fé
ou a prática cristã.
Tito devia
evitar esses homens. “.. genealogias” (dos deuses, alguns entendem, acerca dos
quais os poetas pagãos faziam tanto barulho; ou que deixavam os judeus tão
curiosos): algumas indagações úteis e legais podem ser feitas acerca dessas
coisas, para ver o cumprimento das Escrituras em alguns casos e especialmente
em relação à descendência de Jesus Cristo, o Messias; mas tudo aquilo que
servia apenas para a ostentação e para alimentar a vaidade em relação a árvores
genealógicas longas deveria ser abolido. Esses mestres judaicos estavam dispostos
a ocupar seu tempo e aborrecer seus ouvintes com essa distinção de famílias e
tribos, que, desde a vinda de Cristo tinha ficado sem efeito. Eles insistiam em
querer impô-la novamente aos crentes.
Tito deveria
opor-se a essas coisas e considerá-las inúteis e vãs contendas e nos debates
acerca da lei. Havia aqueles que defendiam a continuidade dos ritos e
cerimônias mosaicas na igreja, embora tivessem sido substituídos e abolidos por
Cristo. Tito não devia tolerar essas coisas, mas evitar e opor-se a elas, “. .
porque são coisas inúteis e vãs”. Isto se refere a todas as questões loucas e
às genealogias, bem como àqueles que debatiam acerca da lei. Eles estão tão
longe de instruir e edificar na piedade que são obstáculos a ela.
A fé cristã
e as boas obras, que devem ser colocadas em prática, serão enfraquecidas e
prejudicadas por essas coisas, a paz da igreja, perturbada, e o avanço do
evangelho, retardado. Observe: Os ministros devem não somente ensinar coisas
boas e úteis, mas evitar e opor-se às coisas más e vãs, que corrompem a fé e
impedem a piedade e as boas obras. O povo também não deveria ter coceira nos
ouvidos, mas amar e adotar a sã doutrina, que melhor edifica a igreja.
Mas, visto
que, apesar de tudo, haverá heresias e homens hereges na igreja, o apóstolo
orienta a Tito o que fazer num caso desses e como lidar com esse tipo de
pessoas (v. 10). Aquele que renuncia à verdade em Cristo Jesus, que defende
publicamente falsas doutrinas e as propaga para a corrupção da fé acerca de
pontos importantes e graves, quebrando a paz da igreja, depois de fazer o
possível para corrigi-lo, mas sem sucesso, deve ser evitado, “Admoeste-o
repetidas vezes, para que, se possível, ele possa ser reintegrado e você acabe
ganhando o seu irmão; mas, se não o convencer, lance-o fora da comunhão, para
que os outros não sejam prejudicados e advirta os cristãos para evitá-lo”.
“Sabendo que esse tal está pervertido (afastado da base ou fundamento) e peca
gravemente, estando já em si mesmo condenado”.
Esses que
não se deixam corrigir pelas admoestações, mas continuam obstinados em seus
pecados e erros, estão pervertidos e em si mesmo condenados. Eles infligem a si
mesmos o castigo que os dirigentes da igreja deveriam infligir a eles. Eles
mesmos se lançam fora da igreja, afastando-se da comunhão com ela, e, dessa
forma, condenam-se a si mesmos.
Observe: Uma
heresia realmente nociva pode causar grande estrago, por isso, ninguém deveria
ser acusado levianamente, embora todos tenham de ter o máximo de cuidado com
ela. Um herege é pervertido — uma metáfora de uma construção tão destruída que
é difícil, senão impossível, consertá-la e edificá-la novamente. Hereges de
verdade dificilmente são restaurados à verdadeira fé.
O problema
não está na forma errada de julgar, mas na perversão da vontade, envolvendo o
orgulho, ou ambição, ou teimosia, ou cobiça, ou alguma corrupção semelhante.
Precisa-se
ter muito cuidado com essas pessoas: “Seja humilde, ame a verdade e pratique-a,
e você escapará da heresia condenada”. Esforços e paciência precisam ser usados
com aqueles que transgridem de maneira mais grave. Não se deve desistir deles
facilmente e rejeitá-los, mas deve-se dar tempo suficiente para buscar a
restauração deles.
Os meios até
mesmo com os hereges são persuasivos e racionais. Eles devem ser admoestados,
instruídos e advertidos; é o que significa nouthesia. Após uma obstinação e uma
atitude irrevogável e contínua, a igreja tem o poder, e a obrigação, de
preservar sua própria pureza, ao separar um membro tão corrupto, para que a
disciplina possa, pela bênção de Deus, se tornar eficaz na restauração do
ofensor. Caso contrário, isso o deixará ainda menos indesculpável em sua
condenação.
O apóstolo
acrescenta mais algumas orientações (vv. 12,13).
Vemos duas
coisas pessoais acrescentadas aqui:
1. Tito
deveria estar pronto para se encontrar com Paulo em Nicópolis (uma cidade da
Trácia, como se supõe, nas fronteiras da Macedônia), tão logo Artemas ou
Tíquico fossem enviados a Creta, para substituí-lo no cuidado das igrejas ali,
quando ele partisse.
O apóstolo
não queria que no seu estado jovem e inexperiente eles estivessem sem uma ou
outra supervisão importante, para guiá-los e ajudá-los. Tito, pelo que parece,
não era o bispo ou pastor comum e fixo, mas um evangelista, caso contrário,
Paulo não o teria chamado tantas vezes para deixar o seu posto. Sabemos muito
pouco de Artemas, mas Tíquico é mencionado em diversas ocasiões. Paulo o chama
de “Tíquico, irmão amado e fiel ministro do Senhor e “.. fiel ministro, e
conservo no Senhor”: alguém apto, portanto, ao serviço proposto.
Paulo então
diz a Tito: “. ..procura vir ter comigo a Nicópolis; porque deliberei invernar
ali”. Fica evidente então que a epístola não foi escrita de Nicópolis, como o
pós-escrito traz, porque então ele teria escrito: Determinei invernar aqui, não
ali.
2. A outra
ordem pessoal a Tito é que trouxesse dois dos seus amigos na sua jornada e
cuidasse para que suas necessidades fossem supridas, para que nada lhes ficasse
faltando. Isso deveria ser feito, não apenas como um ato de cortesia, mas de
piedade cristã, por respeito tanto a eles quanto ao trabalho que foram
convocados a fazer, que provavelmente seria pregar o evangelho ou ser útil de
alguma forma às igrejas. Zenas é chamado de doutor da lei. Não sabemos se é com
referência à lei romana ou à mosaica. Apoio era um ministro eminente e fiel.
Acompanhar
essas pessoas em parte do seu caminho e provê-las em seu trabalho e jornada era
um serviço devoto e necessário. E para promover essas coisas e rever o que
havia exortado anteriormente a Tito que ensinasse (v. 8), ele repete aqui: “...
os nossos aprendam também a aplicar-se às boas obras, nas coisas necessárias,
paro que não sejam infrutuosos” (v. 14).
Permita que
os cristãos, esses que creram em Deus, aprendam a aplicar-se às boas obras,
especialmente apoiando ministros em seu trabalho da pregação e propagação do
evangelho, com isso se tornando cooperadores da verdade (3 Jo 5-8).
Para que não
sejam infrutuosos. O cristianismo não é uma profissão infrutífera. Os seus
adeptos devem estar “.. cheios de frutos de justiça, que são por Jesus Cri si o,
para glória e louvor de Deus”. Não basta ser inofensivo, mas eles devem ser
úteis, fazendo o bem, e fugindo do mal. Alguns interpretam esse texto da
seguinte maneira: “Que os nossos iniciem e se apliquem a alguns trabalhos e
serviços, providenciem para si mesmos e suas famílias, para que não sejam pesas
inúteis na terra”. Eles não devem pensar que o cristianismo lhes dá um direito
ao bem-estar. De forma alguma. O cristianismo coloca uma obrigação sobre eles
para buscar um trabalho honesto e ficar diante de Deus (veja 1 Co 7.24).
Esse é um
bom testemunho, dará crédito à fé cristã e será bom para a humanidade. Eles não
serão membros inúteis do corpo, não serão onerosos e pesados para os outros,
mas habilitados para ser úteis àqueles que estão passando necessidades. “...a
aplicar-se às boas obras, nas coisas necessárias”; não viver como parasitas do
trabalho dos outros, mas sendo frutíferos para o bem comum.
O apóstolo conclui com saudações e bênçãos (v. 15). Embora,
talvez, não conhecido pessoal- mente (pelo menos de alguns deles), no entanto,
todos os que estão com Paulo testificam do seu amor e os melhores votos a Tito,
reconhecendo o seu trabalho e estimulando-o a seguir em frente. Como é
confortador e encorajador contar com as orações de outros cristãos por nós e
sentir o seu amor. “Saúdam-te todos os que estão comigo.
Saúda tu os
que nos amam na fé” ou pela fé, que são nossos amados companheiros cristãos. A
santidade, ou a imagem de Deus em uma pessoa, é uma coisa preciosa que dá força
a todos os outros elos, e é em si o melhor. “A graça seja com vós todos. Amém!”
Esta é a bênção de encerramento, não somente a Tito, mas a todos os fiéis com
ele, que mostra que embora a epístola seja dirigida a Tito no seu prefácio, ela
era para o uso das igrejas de lá, e eles estavam na mente e no coração do
apóstolo quando escreveu a mesma. “graça seja com vós todos, ou seja, o amor e
o favor de Deus, com os frutos e a repercussão disso, de acordo com as
necessidades, principalmente as espirituais, e o sentimento crescente delas na
vossa alma”.
Essa é a oração
e o anelo do apóstolo, mostrando a sua grande afeição por eles, desejando o
bem-estar deles e que obtenham o que pediram. Observe: A graça é a coisa
principal a ser desejada e pedida, com respeito a nós mesmos e aos outros; isto
é, em resumo, todo bem. A oração é encerrada com amém, expressando desejo e
esperança, que assim seja e assim será.
Elaboração
pelo:-
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
www.palavraprudente.com.br
Comentário
Bíblico Mathew Henry
Comentário Bíblico Volume 09 - Beacon As Epistolas Pastorais
A
MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DA SALVAÇÃO
Texto Áureo = “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a
todos os homens.” (Tt 2.11)
Verdade Prática = A graça de Deus emanou do seu coração
amoroso para salvar o homemperdido, por meio do sacrifícios vicário de Cristo
Jesus.
LEITURA
BIBLICA = TITO 2: 11-14 = 3:4-6
INTRODUÇÃO
A salvação,
concedida ao homem perdido, é fruto da graça de Deus, por intermédio de Cristo
Jesus, que veio ao mundo, como Deus que se fez homem, para redimir o homem. A
graça de Deus é a mais extraordinária manifestação do seu amor para com o
pecador. Mas ele só pode usufruir os benefícios desse recurso divino se
reconhecer o seu estado miserável, em termos espirituais, e converter-se
mediante a aceitação de Cristo como seu Salvador., Embora haja vários
significados para a palavra graça, a mais comum e ser considerada favor
imerecido de Deus visando à salvação do homem.
Essa graça
de que fala o texto em apreço, que estende o favor divino ao pecador, é a
“graça salvadora”, segundo a qual, Deus, o Soberano do universo, concede ao
homem a oportunidade de reconciliar-se com Ele, mediante o sacrifício de
Cristo, no Calvário. Essa graça salvífica é a origem desse favor divino, motivada
pelo grande amor de Deus. Diz Paulo: “Porque pela graça sois salvos, por meio
da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8).
Em João 5.
24 Jesus disse: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra
e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas
passou da morte para a vida”. Para ser salvo, o homem precisa dar ouvidos à
Palavra de Deus. Não é apenas escutar, ou “ouvir dizer”; é necessário abrir o
coração para a mensagem do evangelho.
E
indispensável que creia em Deus, “naquele que me enviou”, conforme ressaltou Jesus.
Só assim pode ter a vida eterna. Esse é o evangelho de Jesus, segundo escreveu
João. Somente satisfazendo essas condições de ouvir e crer, e, mais ainda,
obedecer, é que a pessoa pode ser beneficiada pela graça de Deus, pela graça
salvadora, que só há em Cristo Jesus.
Na carta a
Tito, Paulo declara, de modo enfático e solene: “Porque a graça de Deus se há
manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11), Isso não quer
dizer que a salvação a todos os homens é automática e incondicional.
De forma
alguma. Mas que a salvação foi trazida, por intermédio de Cristo, como
manifestação da graça de Deus, à disposição de todos os homens.
Mas ela só
pode ser efetiva e eficaz para aqueles homens que derem ouvidos à Palavra de
Deus, arrependerem-se de seus pecados e ser converterem a Deus, Jesus iniciou
seu ministério dizendo: “O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo.
Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.1 5). Sem arrependimento e fé, a
graça de Deus não pode agir no coração do homem.
I- A
MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DE DEUS
1. A Graça Comum
A Palavra de
Deus nos mostra que há diversas manifestações da graça divina. É importante
saber o sentido da palavra “graça”. Vem da palavra hebraica hessed, e do termo
grego charis, cujo sentido mais comum é o de favor imerecido que Deus concede
ao homem, por seu amor, bondade e misericórdia; a partir dessa conceituação,
podemos ver a graça comum , pela qual Deus da a todos a vida, a respiração e
todas as coisas” (At 17.25h). Mas a graça comum não opera a salvação do homem.
E expressão da bondade divina sobre toda a criação de Deus.
2. A Graça Salvadora
“Porque a
graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt
2.11). Ela ultrapassa o conceito e o sentido da “graça comum”, que é disponível
para “todos os homens”, independentemente de crerem em Deus ou não. A “graça
comum” é manifestada pela “revelação natural”, pela natureza (Sll9.lss). A
graça salvadora também está à disposição de “todos os homens”, mas só é
alcançada ou eficaz por aqueles que creem em Deus, e aceitam a Cristo Jesus
como seu único e suficiente Salvador pessoal. E também chamada de “graça
especial”, conhecida por meio da “revelação especial” de Deus, que é a sua
santa Palavra.
Na carta a
Tito, Paulo ressalta o valor da “graça de Deus”, no seu mais elevado e nobre
aspecto, entendido como “graça salvadora”. Ela é de tamanha significação, que
se pode desdobrar, para efeito de compreensão, em outros aspectos relativos à
obra salvífica de Cristo Jesus, na redenção do homem.
1) Graça fustificadora
A graça
salvadora opera a justificação do pecador, diante da justiça de Deus. Para Myer
Pearlman, “Justificação é um termo judicial, que nos faz lembrar um tribunal.
O homem,
culpado e condenado, perante Deus, é absolvido e declarado justo — isto é,
justificado. [...] Deus é o juiz, e Cristo é o Advogado; o pecado é a
transgressão da lei; a expiação é a satisfação dessa lei; o arrependimento é
convicção; a aceitação traz perdão ou remissão dos pecados; o Espírito Santo
testifica o perdão; a vida cristã é obediência e sua perfeição é o cumprimento
da lei da justiça.
2) Graça regeneradora
Myer
Pearlman2 considera a regeneração como uma “experiência subjetiva”, da qual resulta
a adoção, que é um “privilégio objetivo”.
Segundo esse
teólogo, “a alma, morta em transgressões e ofensas, precisa duma nova vida,
sendo a mesma concedida por um ato divino de regeneração”. Uma vez nascida de
novo, a pessoa passa a fazer parte da família de Deus: “Assim que já não sois
estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus”
(Ef 2,19).
Passa a ser
“nova criatura”: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as
coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17).
Pela
regeneração, o homem é feito “nova criatura” (2 Co 5.17), e sua história passa
a ser contada diante de Deus a partir de sua decisão de se tornar “filho de
Deus”. Bergstén afirma que a regeneração, ou o novo nascimento, “significa o
ato sobrenatural em que o homem é gerado por Deus, 1Jo 5.18, para ser filho de
Deus, Jo 1.12, e participanteda natureza divina, 2 Pe l.4”. Horton4 diz que “A
regeneração é a ação decisiva e instantânea do Espírito Santo, mediante a qual
Ele cria de novo a natureza interior . .. O Novo Testamento apresenta a figura
do ser criado de novo (2 Co 5.17) e da renovação (Tt 3.5), porém a mais comum é
a de ‘nascer’ (gr. Gennaõ), ‘gerar’ ou ‘dar à luz’ (cf. Jo 3.3; 1 Pe 1.3)”.
Essa gloriosa bênção é fruto da graça de Deus.
3) Graça santificadora
A
santificação é indispensável à salvação (Kh 12.14). A graça de Deus só pode ser
eficaz, na vida do convertido, se ele se dispuser a negar-se a si mesmo, para
ter urna vida de santidade, A santificação é um processo espiritual, que tem início
na conversão, e deve prosseguir por toda a vida do crente, até a morte, ou o
seu encontro com Cristo, em sua vinda. E o estado vivencial daquele que é
santo, que vive em santidade, A falta de santificação anula os efeitos da regeneração
e da justificação. Diz a Bíblia: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a
qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).
3. Condições para Ser Salvo
“[...]
ensinando-nos que, renunciando à impiedade e âs concupiscências mundanas,
vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente, aguardando a
bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso
Senhor Jesus Cristo” (Tt2,12,13).
Essa palavra
de Paulo está em perfeita harmonia com o ensino precioso de Cristo Jesus, em
seus sermões: “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si
mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lc 9.23). É necessário o crente
demonstrar arrependimento sincero, o que significa mudança radical em sua
natureza, pensamentos, atitudes e práticas.
Para ser
salvo, o crente precisa ter duas atitudes, opostas urna à outra. A primeira, é
no sentido da negação ou da renúncia do próprio eu: “renunciando á impiedade e
às concupiscências mundanas” (Tt 2.12b; Lc 9.23); a segunda, é no sentido
positivo, segundo o qual o salvodeve viver “neste presente século sóbria, justa
e piamente” (Tt 2.12c). Viver sobriamente é viver com a “simplicidade que há em
Cristo” (2 Co 11.3).
A vida de
luxo e ostentação não combina com essa condição exemplificada por Jesus. A
sobriedade deve fazer parte do cotidiano da vida do crente (1Pe 1.13; 4.7;
5.8). Viver justamente é ter urna vida pautada pela prática da justiça
fundamentada em Cristo Jesus. Não é a justiça do homem, que é falha e
discriminatória.
A uns, a
justiça humana é aplicada de urna forma; a outros, de outra forma, mesmo que as
circunstâncias das transgressões sejam idênticas. Mas a justiça de Cristo, no
crente, faz com que ele viva de maneira justa, em consonância com a Lei de Deus
(SI 23.3; Pv 12.28). Viver piamente significa viver de acordo com a piedade
(gr. euseheia) cristã, é viver em santidade e respeito à Palavra de Deus, em
santificação. Todo esse cuidado com o comportamento cristão não é sem
finalidade, mas tem um propósito muito elevado, face à vinda de Cristo:
“aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande
Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”.
Pau lo
doutrinou aos coríntios, acerca da salvação, demonstrando de forma consistente
que, para ser salvo, é necessário permanecer no “caminho estreito” (Mt 7.14),
em obediência à vontade de Deus. “Também vos notifico, irmãos, o evangelho que
já vos tenho anunciado, o qual também recebestes e no qual também permaneceis;
pelo qual também sois salvos, se o retiverdes tal corno vo-lo tenho anunciado,
se não é que crestes em vão” (1 Co 15.1,2).
De
propósito, destacamos o “se”, que indica condição indispensável para a
salvação. Sem essa permanência e retenção dos ensinos de Cristo, a fé do crente
é vã e morta (Tg 2.17). Somente valorizando a “graça salvadora” é que o crente
pode fazer parte do povo de Deus. Paulo diz a Tito que Jesus “se deu a si mesmo
por nós, para nos remir de toda iniquidade e purificar para si um povo seu
especial, zeloso de boas obras” (Tt 2,14; 1Pe 2.9).
E ordena que
esse ensino, de caráter devocional e prático, deve ser repassado com muito
cuidado e zelo à igreja local: “Fala disto, e exorta, e repreende com toda a
autoridade. Ninguém te despreze” (Tt 2.15). Nos dias presentes, há muita
pregação, muita prédica ou preleção, mas há pouca exortação com doutrina (2Tm
4.2).
II- A
CONDUTA DO SALVO EM JESUS
1. Sujeição às Autoridades Legítimas
“Admoesta-os
a que se sujeitem aos principados e potestades, que lhes obedeçam e estejam
preparados para toda boa obra” (Tt 3,1). Paulo tinha urna consciência muito
viva quanto aos deveres cívicos e sociais a que os cristãos deveriam (e devem)
submeter-se, desde que tal submissão não implique desobedecer à Lei de Deus.
Nesta parte da carta a Tito, ele exorta a que ensine aos crentes que se
sujeitem “aos principados e potestades”.
E uma
linguagem muito antiga ou arcaica, que pode ser mais bem expressada em termos
mais recentes, na linguística da tradução bíblica, O cristão sincero deve
obedecer aos governantes e autoridades que cuidam da vida administrativa,
social e política das nações.
Ressalvando
que essa obediência cívica não deve suplantar a obediência à cidadania cristã,
ou à cidadania dos céus. Jesus mandou dar “a César o que é de César” e “a Deus
o que é de Deus” (Mt 22.17- 21). O texto em apreço termina com a observação:
“que lhes obedeçam e estejam preparados para toda boa obra” (Tt 3.1 b). Ou
seja: que devemos obedecer às autoridades, no que concerne à prática de “toda
boa obra”, e não de qualquer obra.
2. O Relacionamento Cristão
Após
doutrinar sobre deveres sociais e cívicos, perante as autoridades, Paulo diz a
Tito que ensine aos crentes a saberem comportar-se no relacionamento humano:
“[...] que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas modestos, mostrando
toda mansidão para com todos os homens” (3.2), Vejamos abaixo alguns
comportamentos exigidos dos cristãos,
1) Não infamem a ninguém
Infâmia é
“crime contra a honra”, capitulado no Código Penal do Brasil e de países
civilizados. E sinônimo de calúnia. No original grego, equivale a “blasfêmia”.
E pecado muito grave infamar alguém, na igreja ou fora dela. E passível de
sanção judicial ou condenação na justiça humana. Muito mais, na Lei de Deus.
Normalmente,
a infâmia é ditada com intenção maligna de prejudicar alguém. O cristão
devecultivar o fruto do Espírito da “benignidade”, que é a qualidade de quem só
faz o bem (015.22).
2) Não sejam contenciosos
Escrevendo a
Timóteo, Paulo diz: “E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser
manso para com todos, apto para ensinar, sofredor” (2 Tm 2,24). Contendas, nas
igrejas, geralmente têm resultados muito prejudiciais. Isso não agrada a Deus,
4) Mostrem “mansidão para com todos os homens”
Em um mundo
em que os prepotentes, autoritários e violentos são os que dominam, é difícil
ser manso, sem sofrer consequências morais ou emocionais. Mas deve ser
característica marcante do servo de Deus ser “manso e humilde de coração”,
corno Jesus ensinou (Mt 11,29). Além de não ser interessante a contenda, no
meio cristão, o crente precisa ser “manso para com todos, apto para ensinar,
sofre- dor” (2 Tm 2.24h).
3. A Lavagem e a Renovação do Espírito Santo
“Porque
também nós éramos, noutro tempo, insensatos, desobedientes, extraviados,
servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja,
odiosos, odiando-nos uns aos outros” (Tt 3.3).
Neste
parágrafo da carta, Paulo traz à lembrança o que “nós éramos”, não apenas ele,
Tito e os demais cristãos. E enumera várias qualidades ou adjetivos, e
situações que eram próprias da velha vida de pecado, longe de Deus; ou do
“velho homem”, que foi crucificado com Cristo (Rm 6.6); que era corrompido
“pelas concupiscências do engano” (Ef 4.22; CI 3.9); esse “velho homem”, ou
velha criatura, possuía qualificações dissonantes com o “novo homem, que,
segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24). São seis
características discriminadas por Paulo que caracterizam o homem no pecado:
1) Insensatez
Refere-se à
velha vida, plena de loucura, imprudência, leviandade e incoerência, que leva
muitos à perdição eterna. Trata-se de condiçãode quem não é prudente para
buscar a Deus, esperando a vinda de Jesus. Ele também falou sobre o homem
“insensato”, que edifica sua casa sobre a areia (Mt 7,26). E desastre
espiritual inevitável.
2) Desobediência
Refere-se à
desobediência a Deus e à sua Palavra. O velho homem, dominado pelo pecado, vive
em aberta rebelião ou insubordinação contra Deus. E a desobediência é o pecado
mais comum, a “mãe” de todos os pecados, cometidos pelo homem, em todos os
tempos (Rm 11,30), que são “filhos da desobediência” (Ef 2.2; 5.6; Cl 3.6ss).
3) Extravio
Sem Deus,
sem a salvação em Cristo, o homem é um extraviado, corno ovelha sem pastor (Mt
9.36). E uma situação difícil e por vezes desesperadora. Mas é feliz quem faz
corno o “filho pródigo”, que tornou a decisão sábia de retornar humilhado à
casa do pai, onde foi recebido com amor e misericórdia (Lc 15.18-24).
4) Servindo a “várias concupiscências e deleites”
Outra
tradução fala de “paixões e prazeres”, que dominam a vida do homem sem Deus, Os
deleites da carne impedem que o homem se converta a Deus de verdade, sufocado
pelos “espinhos” da vida (Lc 8.14). As concupiscências da vida, ou os desejos
exacerbados da carne, são impedimento para uma vida de santidade e fidelidade a
Jesus (1Pe 4.3; Jd 16). De modo geral, esse tipo de prática está relacionado aos
pecados sexuais,
5) “Vivendo em malícia e inveja”
Malícia é
sinônimo de maldade, perversidade, malignidade. Um cristão, nascido de novo,
não pode andar com esse tipo de sentimento ou de prática em sua vinda íntima
nem no relacionamento com os outros. A malícia não deve fazer parte da vida
cristã (Ef 4.31; Cl 3.8). A inveja é outro sentimento indigno para um cristão
sincero; é sentimento carnal, ou de influência diabólica, que faz com que uma
pessoa sinta-se mal com o sucesso do outro. É sentimento destruidor não só da
paz interior, mas que é devastador para a saúde física, E “a podridão dos
ossos” (Pv 14.30).
6) Odiosos, odiando “uns aos outros”
Completando
o quadro memorativo do que era o “velho homem”, Paulo lembra a Tito que, no
trato passado, “nós” éramos “odiosos” e odiávamos “uns aos outros”.
Ódio é
sinônimo de rancor, de raiva, interiorizado no coração ou na mente da pessoa.
Quem odeia faz muito mais mal a si mesmo do que à pessoa ou ao objeto odiado. O
ódio ou o rancor, internalizado e guardado no coração é devastador também da
saúde mental e física. Além disso, perante Deus, aquele que odeia ou aborrece
seu irmão não entra no céu, e é considerado criminoso (1Jo 3.15).
Toda essa
lista negra de qualidades ruins foi mudada, na vida do salvo, quando teve o
encontro com Cristo e experimentou a “lavagem da regeneração do Espírito Santo”
(Tt 3.4-7).
III - AS
BOAS OBRAS E O TRATO COM OS HEREGES
1. A Prática das Boas Obras
“Fiel é a
palavra, e isto quero que deveras afirmes, para que OS que creei-n em Deus
procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos
homens” (Tt 3.8). Mais uma vez, Paulo ressalta o valor das boas obras na vida
do crente em Jesus. O cristão deve cultivar e demonstrar o fruto do Espírito em
sua vida.
As boas
obras são sinal evidente de uma vida frutífera e produtiva na presença de Deus.
“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que
vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu
nome pedirdes ao Pai ele vos conceda” (Jo 15.16).
Esse “fruto”
é concretizado por meio do testemunho eloquente de uma nova vida em Cristo.
Materializa-se na prática de boas obras, na demonstração de atitudes e práticas
que concorrem para a glória de Deus: “Portanto, quer comais, quer bebais ou
façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co 10,31).
2. Como Tratar com os Hereges
Os hereges
ou os falsos mestres tinham oportunidade, tanto em Efeso como em Creta e em
outros lugares onde o cristianismo chegava com sua mensagem salvadora. Satanás
logo procurava induzir pessoasque se convertiam ao erro, por intermédio de
homens de má índole, que procuravam perturbar a estabilidade das igrejas que
iam sendo abertas em todos os lugares. Assim, da mesma forma que advertira quanto
aos falsos ensinos na igreja de Éfeso (2Tm 2.2 3),
Paulo chamou
a atenção de Tito para o mesmo tipo de discussão estéril e prejudicial à fé
genuína dos cretenses: “Mas não entres em questões loucas, genealogias e
contendas e nos debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs” (Tt
3.9).
Em uma
exortação de apenas duas linhas de sua carta a Tito, Pauloresumiu a maneira
como se deve tratar o herege, ou seja, aquele que,rejeitando a verdadeira fé,
julga-se mais sábio e conhecedor do que os demais cristãos. Esses São
arrogantes, presunçosos, e se acham “donos da verdade”. O apóstolo demonstra
que é perda de tempo ficar discutindo ou argumentando com quem apostata da fé e
se afasta da sã doutrina de Cristo.
Ele é
incisivo e direto quanto ao trato com o herege: “Ao homem herege, depois de uma
e outra admoestação, evita-o,sabendo que esse tal está pervertido e peca,
estando já em si mesmo condenado” (Tt 3.10,11). Basta admoestar urna ou duas
vezes, e, depois, apenas orar para quese apiede de sua arrogância doutrinária,
CONCLUSÃO
A graça de
Deus, manifestada por meio de Cristo, é a mais alta expressão do seu amor,
misericórdia e bondade para com o homem pecador. Depois da Queda, rompeu-se a
ligação direta entre o homem e Deus. Mas, por intermédio de Cristo, foi
reconstituída essa ligação, tornando-se Ele o mediador entre o ser criado e o
seu Criador. Essa graça que é salvadora, santificadora e redentora está ã
disposição de te- dos os homens, pois “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o
mundo e aqueles que nele habitam” (SI 24.1). Todos os seres humanos pertencem a
Deus por direito de criação. Mas para serem salvos, precisam filhos de Deus,
crendo nEle como seu Salvador (Jo 1.12).
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Livro As
Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais – ElinaldoRenovato de Lima
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