A
Sobrevivência em Tempos de Crise
ÁUREO
=
"Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis
aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo." (Jo 16.33)
VERDADE
PRÁTICA: As crises podem ser superadas com sabedoria, fé e
com a ajuda de Deus.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE = Habacuque 1.1-17
INTRODUÇÃO
Estamos
dando inicio ao 4°. Trimestre desse ano 2016 onde estaremos estudando um
assunto de suma importância para a nossa igreja, O DEUS DE TODA PROVISÃO,
ESPERANÇA E SABEDORIA DIVINA PARA A IGREJA EM MEIO AS CRISES, numa época em
muitos estão confiando em bens matériasonde muitos estão pregando prosperidade
esquecendo que o verdadeiro evangelho nos ensina diferente.
A vida está uma loucura, para alguns, totalmente
desenfreada. Sintomas de uma época e de uma sociedade em crise. Crise, mas de
que tipo? Seria apenas a econômico-financeira? Não, várias crises estão nesse
bojo. Mas, para todas elas, existe uma resposta disponível e uma remédio eficaz
para superá-la. Convidamos você a nos acompanhar em nossa reflexão sobre esse
atual e palpitante tema.
Quais as razões ou causas que poderão justificar a
crise em que nossa sociedade está, atualmente, imersa? Vivemos tempos difíceis.
Vivemos em uma sociedade submersa em crises, e são tantas crises que, só de
pensar, entramos em… crise.
A
maior das ironias: Nunca houve uma sociedade tão
desenvolvida e com tanto acesso a informações e recursos tecnológicos e, ao
mesmo tempo, tão pobre, carente e doente.
Por tudo isto, vivemos a era das CRISES: crise de valores,
crise financeira, crise moral, crise religiosa, crise do judiciário, crise
conjugal, crise de identidade, crise política, crise educacional e tantas
outras. Trata-se de um problema social crônico! Salvo raríssimas exceções, as
pessoas, independentemente da sua posição social, estão com problemas na alma,
feridas emocionais abertas ou enfrentando sérios problemas familiares.
A Bíblia deveria ser o manual não só de fé, como
também de prática para uma sociedade mais justa e equilibrada. Se desde os primórdios,
tivéssemos seguido as Leis de Deus em sua integralidade, não viveríamos sob um
judiciário impotente ou corrompido:“Por isso a lei se enfraquece e a justiça
nunca prevalece. Os ímpios prejudicam os justos, e assim a justiça é
pervertida.” Habacuque 1.4
1.
A CRISE COMO UMA REALIDADE
DEUS
CRIOU O MUNDO PERFEITO. Do início ao fim da Bíblia Sagrada
podemos conferir milhares porções do trabalhar de Deus. Toda a Sua obra é
perfeita, tudo o que Ele faz é bom. Isto não quer dizer que tenhamos que
entender exatamente o que Deus está fazendo para considerar boa a sua vontade.
Da criação do mundo até os tempos do apocalipse, tudo o que foi realizado pelo
Senhor é perfeito. Isto nos leva a concluir que se alguma coisa em nossa vida
não está bem, é necessário avaliar o que pode estar fora da vontade do Pai,
porque o que ele realiza é bom.
A Bíblia Sagrada nos recomenda a não nos
conformarmos com este mundo mal. Paulo falou aos romanos que a vontade de Deus
é a melhor escolha que podemos fazer em nossas vidas. Confira Romanos, capítulo
12, versículo 2: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados
pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa,
agradável, e perfeita vontade de Deus”.
Nossa vida reflete nossas decisões. Não é culpa de
Deus, por exemplo, que você não tenha sido aprovado no vestibular. O que Deus
faz é bom, mas será que você se preparou para prestar o exame? Será que às
vezes não somos duros demais ou cedemos demais? Precisamos estar centrados na
boa, agradável e perfeita vontade do Pai para que a nossa vida seja abençoada.
O primeiro
capítulo da Bíblia, no livro de Gênesis, nos mostra como Deus criou o mundo. Se
você ler este capítulo vai perceber ao final de cada dia, quando Deus termina
seu trabalho, o escritor usa a frase “e viu Deus que era bom”. Ele criou o sol,
a lua, as estrelas e viu que era bom o que tinha feito. Criou as aves, os
répteis, separou o mar da terra, criou a natureza e viu que era bom o que tinha
feito. Mas, bom para quem?
Quando Deus criou a terra em seus mínimos detalhes,
Ele fez pensando no homem. Deus entregou tudo em nossas mãos em seu estado
perfeito. Tudo era muito bom. Quando
Deus fez o homem e a mulher, a Bíblia diz que Ele não achou simplesmente bom.
Ao nos criar e concluir sua obra, viu que era MUITO bom. “E viu Deus tudo
quanto tinha feito, e eis que era muito bom (Gênesis, capítulo 1, versículo
31)”.
Avalie sua vida, suas intenções, suas escolhas. Se
tiver alguma coisa fora do lugar e algo não está bem, é provável que você
precise melhorar em algum aspecto. "Justo é o Senhor em todos os seus
caminhos, e santo em todas as suas obras (Salmo 145, versículo 17)”. Romanos,
capítulo 8, versículo 28 diz: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o
bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu
propósito”.
Quando nossa vida está no centro da vontade de Deus,
até mesmo quando enfrentamos as dificuldades, sentimos a presença do Senhor e
ficamos bem. Você conhece a história da mulher sunamita? Você pode ler no
capítulo 4 de 2ª Reis. Após uma dor de cabeça, o filho dela morreu. Quando ela
procurou o profeta Eliseu lhe perguntaram: “Vai tudo bem com você, com seu
marido e com o seu filho?”. A resposta daquela mulher é uma verdadeira lição
para as nossas vidas. Disse ela: “Sim! Vai tudo bem”. Mesmo em meio a uma
situação de angústia e morte, tudo estava bem, porque tudo o que Deus faz é
bom. No final desta história, através do poder de Deus, o filho desta mulher,
que estava morto, ressuscita.
Quando olhamos para a sociedade, não há dúvida de
que temos feito desordem da ordem de Deus. Mas Deus, por sua natureza divina,
em sua misercórdia, ainda quer restaurara ordem, e por isso enviou o seu filho,
Jesus (veja Efésios 1:10). Deus enviou Jesus como resposta para a desordem,
para poder criar de novo um mundo obediente às ordens de Deus.
O apóstolo Paulo diz "...se alguém está em
Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram
novas" (2 Coríntios 5:17). Onde há trevas, Cristo diz: "Eu sou a luz
do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da
vida" (João 8:12). Em um mundo de caos, Cristo estabelece a ordem e a
união pela sua igreja: "...há somente um corpo e um Espírito, como também
fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé,
um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de
todos e está em todos" (Efésios 4:4-6). Onde há vidas vazias, é Cristo que
"...a tudo enche em todas as coisas" (Efésios 1:23).
É responsabilidade de cada pessoa reconhecer que
Deus existe e o buscar. A revelação geral de Deus (isto é, o mero fato de ele
existir, como é evidente pela criação) nos torna indesculpáveis se o
rejeitarmos. Mas, para conseguirmos escapar do estrago feito pela nossa
desobediência, é necessário muito mais do que apenas reconhecer que Deus
existe.
Paulo avisou: "Ora, não levou Deus em conta os
tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda
parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo
com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos,
ressuscitando-o dentre os mortos" (Atos 17:30-31). Jesus Cristo veio para
fazer a nova obra criadora de Deus, nos corações e nas almas dos homens. Que
busquemos a Deus em espírito e em verdade (João 4:23-24), nos arrependendo de
nossa desobediência, o pecado, e obedecendo a ordem de Deus em Cristo, para que
ele possa fazer de nós novas criaturas, segundo a vontade de Deus!
UMA
SOCIEDADE EM CRISE.
É preciso olhar no retrovisor da história para
entendermos melhor o presente. Os tempos mudaram, mas o homem ainda é o mesmo.
E nossa natureza decaída (usando um termo teológico) continua tendenciosa para
o mal: somos movidos pelas mesmas ambições, pecados, desejos egoístas e
loucuras. Nessa avalanche de crises, podemos constatar que a solução para a
decadência moral e espiritual encontra-se nos 10 mandamentos, que são mais
atuais que pensamos.
Ou a sociedade muda seu estilo de vida, ou
continuaremos vivendo tempos cada vez mais difíceis. Sim, ao que tudo nos leva
a crer, há coisa ainda pior vindo pela frente.
Os dez mandamentos são a síntese da Lei de DEUS (
Êxodo 20:1-17). Extremamente negligenciados e desprezados na atualidade, neste
mundo avesso a tudo aquilo que pertence a Deus, seu cumprimento nos pouparia de
problemas pessoais e conflitos mundiais. Inclusive, podemos dizer que o
Decálogo é base de boa parte de regras áureas de convivência. Quando Jesus os
“resumiu” em Amarás a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti
mesmo, Ele nos deu a dica de uma vida mais saudável, satisfeita e feliz.
Crise-leis-divinas
Aquele que se
esquece da Lei do Senhor sofre em dobro.
O Senhor sabia que nosso relacionamento com o
próximo só melhoraria com a hipótese de desenvolvermos antes um relacionamento
com o próprio Deus. Ou seja, além da questão da essência do que fazer, temos a
questão da prioridade: o que fazer primeiro, para obter um melhor resultado.
Com efeito, os dez mandamentos se dividem em duas categorias principais:
1-
Os primeiros 4 mandamentos definem nosso relacionamento com Deus.
Indica que fomos criados para adorar ao Senhor. Nada pode ser mais importante
que Deus em nossas vidas e nem substituir o reinado de Jesus em nossos
corações. Nada deve substituir nosso tempo a sós com DEUS!
Como juiz da terra o Senhor merece reverência. Como
Rei, é digno de toda nossa honra. No entanto, nossa cultura está permeada de
flagrante desrespeito a Deus, e Seu nome é usado de forma banal e ofensiva por
muitos.
Não
terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti
imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em
baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as
servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a
iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me
odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os
meus mandamentos.Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR
não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.
2-
E os últimos seis definem nosso relacionamento com as outras pessoas:
protegem os laços familiares e as relações sociais, tais como o que prescreve
que filhos devem respeitar os pais, o que condena as relações extraconjugais,
abusos sexuais, e os que reprovam velhos conhecidos nossos como a cobiça, o
furto e o engano.
Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem
os teus dias na terra que SENHOR teu Deus te dá.
Não matarás.
Não adulterarás.
Não furtarás.
Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
“Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás
a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o
seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.”
Nos dez mandamentos encontramos a solução para uma
sociedade violenta, a solução para corrupção, a solução para a mentira, enfim,
a solução para uma sociedade descontente e insatisfeita. Deus sempre soube que
só viveríamos em harmonia e paz se desenvolvêssemos um relacionamento pessoal
com Ele.
Tudo isso, como intuito de nos beneficiar! São
ordens para a preservação de nossa qualidade de vida! E ouso ir além: não
apenas de nosso bem-estar, mas de nossa sobrevivência coletiva!
A
Palavra de Deus tem as respostas para suas crises:
Em Cristo, somos mais que vencedores!
Um breve olhar sobre os dez mandamentos nos ajuda a
entender porque a Bíblia são fundamentos indispensáveis. Decerto, é o remédio
para a nossa nação!
“A lei moral contida nos dez mandamentos… não foi
cancelada por ELE (Cristo)… Cada parte dessa lei deve permanecer irredutível
para toda a humanidade em todas as eras”, John Wesley (veja outras frases de
Wesley aqui, como aquela famosa: “coloque fogo no seu sermão ou coloque seu
sermão no fogo”).
Os 10 Mandamentos devem ser lidos em seu contexto
espiritual, moral, histórico e redentor a fim de que possamos alcançar o Amor,
Graça e a Misericórdia de Jesus Cristo. A meu ver, Deus escreveu os mandamentos
em duas pedras para indicar que Sua lei não muda (veja Salmo 19.7)! E escrevo
naquEle que não aponta para as crises mas, ao contrário, aponta para Aquele que
é a solução das crises: Cristo!
2.
A CRISE COMO UMA CONSEQUÊNCIA DO PECADO
A
CRISE NA SOCIEDADE ANTEDILUVIANA.“Assim como foi nos
dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos
dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento,
até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o
dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mt
24:37-39).
A condição do mundo de hoje reflete muito bem essa
predição de Cristo. Seja pelos jornais, revistas, rádio ou noticiários de
televisão, não passa um dia sem algum relato desmoralizador das doenças da
sociedade. Surpreendentemente e em muitos aspectos, os próprios canais da mídia
não apenas revelam os próprios males que registram, mas freqüentemente são seus
promotores globais.
Uma das características da sociedade antediluviana
era a capacidade altamente cultivada de se comunicar. A habilidade de falar o
mesmo idioma, comunicando as invenções imaginativas do homem, provocou a intervenção
de Deus na construção da Torre de Babel. Essa aceleração das habilidades se
agigantou a ponto de impedir que Deus e Seu plano para a humanidade estejam
presentes hoje na indústria da mídia e comunicação.
Embora disponíveis para melhores propósitos, computadores,
celulares, vídeos, dvds e TV por satélite e cabo estão entre os modernos meios
de comunicação altamente sofisticados que levam a sociedade de hoje à
proliferação da imoralidade. Ellen White escreveu o paralelo entre nosso tempo
e o de antes do dilúvio: ‘A sociedade no tempo presente é corrupta, assim como
foi nos dias de Noé.
Deus concedeu ricos dons à longeva raça
antediluviana, a apenas um passo do paraíso, e eles tinham um vigor físico e
mental de que os homens têm agora somente uma pálida idéia; as bênçãos divinas
e a força e a habilidade que Deus lhes deu foram, porém, usadas para fins
egoístas, para satisfazer apetites ilícitos e para condescender com o orgulho.
Eles baniram Deus de seus pensamentos; desprezaram Sua lei; calcaram aos pés
Sua norma de caráter. Regalaram-se em prazeres pecaminosos, corrompendo seus
caminhos diante de Deus, e uns aos outros.
A violência e o crime enchiam a Terra. Não era
respeitada a relação matrimonial nem os direitos de propriedade. Os clamores
dos oprimidos penetraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos. Contemplando o
mal, os homens se transformaram à sua imagem, até que Deus não mais pôde
tolerar a sua perversidade, e eles foram destruídos pelo Dilúvio (Ellen G.
White, Fundamentos daEducação Cristã, p.421,422).
Inicialmente, grande parte do pecado de nossa
geração contemporânea não pareceu florescer completamente. Apareceu primeiro
como leviandade e frivolidade e, então, intensificou-se em conduta degradante,
violenta. “[Cristo] nos apresenta… os resultados da desenfreada complacência
com o apetite. As faculdades morais são debilitadas a tal ponto que o pecado
não parece condenável. O crime é considerado com leviandade, e a paixão
controla a mente, até que, afinal, os bons princípios e impulsos são desarraigados,
e o nome de Deus é blasfemado. […] Esse estado de coisas é o mesmo apontado por
Cristo como devendo existir em Sua segunda vinda” (Ellen G. White, Conselhos
Sobre Saúde, p. 24; cf.2Tm 3:1-5).
Deus nos chama a fugir da corrupção que caracteriza
o mundo. Em nossos lares e em nossa vida pessoal, devemos estabelecer limites
ao que estamos dispostos a assistir e ler. Cada família deve tornar claros a
todos os seus membros os valores que, como cristãos, deseja preservar. Devemos
estabelecer controles para a TV a cabo e para a Internet, porque, por esses
meios, a corrupção moral alcança o recinto sagrado de nosso lar. Em tempos como
este, precisamos de rededicação diária a Cristo e constante caminhada com Ele.
Às vezes, achamos que o abuso não é tão sério, mas
Deus o considera com muita seriedade. Quando pensamos que homem e mulher foram
criados à imagem de Deus, podemos compreender que qualquer forma de abuso
provoca a ira de Deus! Não existe base bíblica para o abuso.
Falta
de honestidade – Paulo indica que o pecado não existe só
nos elementos criminosos da sociedade. Ele também é expresso em comportamentos
que incluem relações pessoais e comerciais. Ele fala de “injustiça” – todas as
ofensas contra nosso vizinho, nossos pais, nosso país. Isso inclui crimes
cometidos por grandes corporações empresariais.
Paulo diz que a ira de Deus se expressa contra toda
maldade e desonestidade humana. “Eles mudaram a verdade de Deus em mentira,
adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente.
Amém!… E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os
entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas
inconvenientes, cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos
de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores,
caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos,
inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição
natural e sem misericórdia (Rm1:25-31).
Nestes últimos dias, “vivemos em meio a uma epidemia
de crime… E enquanto o mundo está cheio desses males, o evangelho é tantas
vezes apresentado de maneira tão indiferente, que não produz senão uma fraca
impressão na consciência ou vida dos homens” (Ellen G. White, Conselhos Sobre
Saúde, p. 25). Não devemos correr em busca de um abrigo e nos esconder de medo
daquilo que é um sinal da vinda de Jesus. Cristo diz que, por causa da maldade
acrescida, freqüentemente, o amor seria difícil de se encontrar (Mt 24:12).
Como povo de Deus, a esperança dentro de nós precisa
ser uma baliza poderosa do amor de Deus nas trevas da pecaminosidade do mundo
pós-moderno. Devemos viver o amor de Deus em relacionamentos plenos de graça. O
Espírito Santo pode dirigir a vida dos embaixadores de Deus no caminho da vida
justa, guiando outros à cruz de Jesus, nosso Senhor.
Paulo disse a Timóteo que “cada parte das Escrituras
é assopradapor Deus e, de uma ou outra forma, útil – mostrando-nos a verdade,
expondo nossa rebelião, corrigindo nossos enganos, nos preparando para vi -ver
da forma como Deus deseja. Pela Palavra, somos reunidos e moldados para as
tarefas que Deus tem para nós” (2Tm3:17, Mensagem).
As pressões nos relacionamentos de todas as direções
cumprem a predição de que estes são tempos difíceis. Mas as promessas da
Palavra de Deus nos dão certeza e esperança de que podemos enfrentar qualquer
desafio que nos sobrevenha. Isso acontecerá tão-somente se, pessoalmente e em
oração, nos mantivermos em contato com a graça de Deus; quando Ele habitar em
nosso coração, nossa mente e nossa vida.
CRISE
NA SOCIEDADE PÓS-DILUVIO. Como mencionamos antes, um erro
clássico de muitos é pensar em Noé e sua descendência como uma linhagem boa de
pessoas, marcada por um comportamento íntegro constante. Deixe-se saber que Noé
foi "um homem justo". Ele "caminhou com Deus". Deus disse
sobre ele: "Eu te vi íntegro diante de mim". Tudo isso é verdade e é
um resultado da graça, mas deve ficar claro que Noé foi ainda descendência de
Adão, e ele e os seus foram todos pecadores, mas por natureza e imputação.
Poderíamos saber disso observando sua descendência hoje, mas isso não é
necessário. A Bíblia o afirma em Gênesis 8:21: "Porque a imaginação do
coração do homem é má desde a sua meninice".
Essa verdade é demonstrada por toda geração e está
registrada desse modo nas Escrituras, como Gênesis 9:22-29. Aqui, encontramos
Noé em um estado de embriaguez e nudez. Desse modo, ele está sustentando a
tentação para seu filho mais novo, Cão, para pecar, e seu coração depravado
responde prontamente. Isso, alternadamente, traz o julgamento sobre sua
descendência até Canaã, o mais jovem. Isso deve parecer injusto, mas se
entendermos a Bíblia corretamente, veremos a espécie humana como uma raça, e
não todos eles como um conjunto de indivíduos separados. Noé compartilhou o
pecado de Adão tanto na culpa quanto no julgamento, e isso é transmitido
através de Sem, Abraão, Isaque, Jacó, Judá e todos aqueles que nasceram ou
nascerão. Mas, em Cristo, toda a semente santa é feita justa. Considere Romanos
5:19.
Deve ser notado também que, como um resultado do
efeito do pecado sobre o corpo físico, e alguns pensam que por causa das
mudanças na terra depois do dilúvio, a expectativa de vida humana começou a
diminuir rapidamente. Noé viveu 950 anos, mas seu filho Sem (o segundo de três)
viveu apenas 600 anos.
Seu filho, Arfaxade, viveu apenas 438 anos; seu
filho, Selá, apenas 433; seu filho, Éber, 468, e seu filho, Pelegue, apenas 239
anos. Quando observamos dez gerações depois, a de Abraão, a expectativa de vida
diminuiu para 175 anos. Isaque, depois dele, viveu 180 anos e Jacó, 147.
Outro fato que nos ajudará a entender essa história
é que a maior parte disso teve lugar durante a vida de Noé. Abraão nasceu cerca
de 58 anos depois de Noé morrer e afastou-se de Harã apenas cerca de dezessete
anos após a morte de Noé. Há dez gerações de Adão até Noé e dez gerações de Noé
até Abraão. Como o efeito do pecado se expande rapidamente! Mas, em tudo isso,
vemos a mão de Deus muito determinada e fielmente estabelecendo Sua aliança
eterna pela qual produzirá a semente prometida, Jesus Cristo, por Quem Ele
redimirá os homens de seus pecados.
CRISE
NOS TEMPOS DE JESUS E NA IGREJA PRIMITIVA. Jesus nasceu na
terra de Israel, em uma região conhecida como Palestina. O Filho de Deus veio
ao mundo em um tempo em que o Império Romano dominava Israel. A tensão política
e a instabilidade social eram grandes. Era um tempo de crise política, social,
moral e espiritual. Mas, em meio às crises a luz raiou dissipando as trevas e trazendo
esperança para a humanidade. Nos dias de Jesus, havia muitos pobres e
necessitados. Por isso, o Mestre ensinava que era preciso cumprir o que fora
dito pelo profeta Isaías (Is 58.6,7). Não adiantava dizer que eram filhos de
Abraão, caso não desfizessem o jugo do oprimido e repartissem o pão com o
faminto. Isso nos faz lembrar que a fé sem as obras é morta (Tg 2.15-17).
A Igreja Primitiva enfrentou uma terrível
perseguição. Havia muitos necessitados, todavia os irmãos acudiam os pobres e
necessitados. Em tempos de crise, os bens eram partilhados (At 4.34,35). É em
meio à crise que podemos ver o quanto as pessoas são generosas. A generosidade
aliada à comunhão fazia com que muitos fossem atraídos a Jesus Cristo,
contribuindo para o crescimento da igreja.
Maldade
e violência. Essas palavras são usadas para
caracterizar os pecados que causaram o dilúvio de Gênesis. Maldade é rasab,
atos criminosos que violam os direitos dos outros e tiram proveito do
sofrimento deles. Violência é hamas, atos deliberadamente destrutivos que visam
prejudicar outras pessoas. Quando qualquer sociedade é marcada por situações
frequentes de maldade e violência corre o risco de receber o juízo de Deus.
Noé deve ser honrado por sua constante fidelidade.
Ele trabalhou durante anos na construção da arca numa planície sem água (Gn
6.3). Ele deve ter sofrido zombaria sem piedade dos seus vizinhos, nenhum dos
quais respondeu às suas advertências acerca do juízo divino. Contudo, Noé não
deixou de confiar em Deus. Manteve uma postura obediente. Percebemos a
qualidade de nossa fé quando passamos por provações" (RICHARDS, Lawrence
O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por
capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 29).
A CRISE
A
CRISE POLITICA. Esta parte da
História de Israel é muito significativa. Antes, sob o reinado de Salomão, de
aproximadamente 970 a.C a 931 a.C. ou a. E.C., houve uma grande expansão do
reino, quer pelas alianças feitas com outros reis, quer por dominação.
Na Bíblia as causas
da divisão do reino de Israel estão descritas em 1 Rs 12. Há uma situação de
opressão por parte do rei e de conseqüente insatisfação nas dez tribos do
Norte. Quando Salomão morre em 931 a.C. ou a.E.C., seu filho Roboão quer
aumentar o jugo imposto por seu pai:
taxas e trabalhos para suprir a mesa do rei, a corte e o exército às
tribos, através dos seus prefeitos ou intendentes cf. 1 Rs 4,21-28. As dez
tribos do Norte sob a liderança de Jeroboão se rebelam contra isso e se unem
constituindo um novo reinado – o do Norte, com a denominação de Israel. No Sul
ficam apenas duas tribos apoiando o filho de Salomão, Roboão, a de Benjamim e a
de Judá, constituindo o Reino do Sul sob a denominação de Judá.
Os tempos são difíceis no Brasil em vários aspectos
(refiro-me a “tempos” porque nossos problemas nacionais emendam décadas e
enlaçam gerações); existe a crônica e sistêmica dificuldade da corrupção
política derivada de uma outra desvirtuação moral que também emana de mais uma
adulteração imaterial (espiritual) – sim, e nesta última a constatação de que a
alma do “povo brasileiro” está doente! Ficamos enfermos pois bebemos dos
cálices das mentiras variadas e nos alimentaram dos banquetes de enganos e trapaças
– por isso que o brasileiro é de alguma forma “corrupto”; nosso espírito geme
no que parece um beco escuro e sem saída e nossa vida se esvai em meio a tanta
desgraça social.
A última esperança é a “igreja de Jesus”, pois para
esta as portas do inferno não prevalecerão; para ela a mentira não triunfa e o
pecado em qualquer estágio e meio não é tolerado. Estamos numa “crise de
verdade” e num cenário de inverdades onde se mente do “púlpito” ao parlamento;
da polícia ao judiciário e da liderança comunitária a Presidência da República.
É uma crise moral onde a retidão se extingue frente a intentos de ganância e
poder onde tudo vale e se justifica. É uma crise de valores onde o relativo não
permite convergirmos em quase nenhum acordo – todo mundo tem a sua verdade e
sua isolada posição – e numa sociedade em que ninguém se entende a própria se
destrói.
Também estamos em meio a uma crise de respeito e
civilidade, há uma guerra entre “cristãos” (com destaque para alas evangélicas)
e “gays” neste país, onde os primeiros através de alguns de seus líderes pelo
discurso da defesa da família e dos bons costumes formam um cinturão de apelo
político e usam do canhão das mídias evangélicas para mobilizarem o segmento a
pressionarem os legisladores na aprovação de leis mais “teocráticas”; incitam a
promoção de boicotes comerciais a empresas que “apoiam” o homossexualismo,
fomentam discussões e desferem acusações ao ativismo gay. Essa “causa
evangélica” deixa de ser cristã quando instiga ódio e arranca fobias
interiorizadas em mentes fundamentadas na extrema e única opção de condenar
pessoas.
O brasileiro têm liberdade se quiser ser gay ou
lésbica e ponto. O cristão também tem o direito de continuar pregando o
evangelho sem ofender as pessoas – apenas repetindo o que as Escrituras
ensinam. Vale lembrar que a Palavra de Deus enquanto o indivíduo está vivo só
condena o comportamento dele e não o próprio, de outra forma Deus jamais o
chamaria ao arrependimento – não haveria sentido para tal.
Evangelho no sentido vernacular são boas novas de
salvação – é isso que a igreja evangélica precisa se ocupar em fazer – quem
convence é o Espírito Santo! Se nós temos a verdade e se o ativismo gay quer
propor e impor inversões de papéis sociais através de um novo conceito de sexo
e família – nosso comportamento precisa basear-se numa apologia fidedigna à
Palavra de Deus em todos os sentidos – inclusive naquela de amar o próximo
(gays, lésbicas, bissexuais e travestis); se quisermos dialogar com essa
sociedade não evangélica onde não impera quase nada de valores bíblicos;
teremos de ouvi-la, respeitá-la em seu direito de expressão e para os mais
radicais de nosso meio o apelo não é menos radical – você terá que dar a face
mesmo àqueles que aprovam demonstrações como a do transsexual que aludiu a
Jesus crucificado sobre um trio elétrico em plena parada gay.
Voltando ao campo político e estendendo uma ponte de
reflexão ao religioso, eu acredito que a presença de representantes cristãos na
câmara dos deputados é necessária, como também representantes de outros
segmentos sociais. Acredito que através da política é que conseguiremos fazer um
país para e de todos, sob a ordem do respeito mútuo – ninguém obrigando ninguém
a nada, quer por sentir-se injustiçado por ser minoria ou por achar-se absoluto
pelo apoio da maioria. O Brasil não é uma “igreja” e menos uma “parada GLBT” e
enquanto os enfrentamentos e xingamentos continuarem, mais distantes do
entendimento ficaremos e os caudais generalizados de nossas crises só
aumentarão.
A
CRISE ECONÔMICA. Houve ocasiões
em que o Nilo não transbordou o suficiente. Isto ocorreu devido a falta de
chuvas rio acima ou pela mudança temporária no canal do Nilo Branco, que
alimentava o Nilo. Em outras ocasiões, o Nilo transbordou tanto, que quando as
águas baixaram a estação de plantio estava perdida. Qualquer uma destas
situações poderia provocar a fome. Em anos bons, o Nilo podia produzir uma
safra abundante, mas em anos maus, nem uma espiga sequer. Sete anos sem nada,
ou sete anos de inundação, seriam um desastre.
Notemos várias
verdades contidas aqui:
A. A verdadeira
profecia vem somente de Deus [Isaías 41:21-23]. B.
Deus controla as economias das nações. Pense nos países que passam por
recessão. C. Deus controla as nações deste mundo para o bem dos Seus eleitos
Quando o faraó tem sonhos que não podem ser interpretados
pelos magos do Egito (Gn 41:8), José é lembrado pelo chefe dos copeiros, que
sugere o seu nome como alguém capaz de ajudá-lo.
José não só interpreta os sonhos, mas como a graça
de Deus era abundante sobre a vida de José que ele foi capaz de apresentar um
plano para salvar o Egito do tempo de fome que estava por vir. O faraó fica tão
encantado que entrega a José o comando do seu palácio e determina que todo o
povo se sujeite às suas ordens.
José foi chamado por Faraó de “Zafenate- Paneá”
(Gênesis 41: 45), que significa “Salvador do mundo”. Essa honra lhe foi
atribuída, porque por seu intermédio, milhares de vidas foram salvas de morrer,
inclusive sua família. No sentido espiritual, Jesus é o pão da vida (João 6:
48,57,58). Ele é o Salvador do mundo, na verdadeira significação do termo. E
assim precisa ser Ele distribuído, isto é, anunciado ao pecador. A palavra de
Jesus a Seus discípulos, na multiplicação dos pães, tem sentido de mostrar a
responsabilidade dos servos do SENHOR: “Dai-lhes vós de comer...” (Mateus 14:
16). É isto que precisam fazer os embaixadores de Deus, dar o pão ao faminto.
A fome espiritual ainda permanece no mundo. Quem tem
o alimento capaz de solucionar essa necessidade é a Igreja de Deus. Os seus
servos são escolhidos e enviados para esta nobre missão, como é tão bem
delineada em toda a Escritura. Nas páginas áureas do Santo Livro estão
registrados os atos de vidas usadas por Deus, verdadeiras fontes de bênçãos na
distribuição do alimento que sacia a fome de salvação e prepara para a vida
eterna.
Homens e mulheres, jovens e crianças podem ser
usados por Deus, e na força poderosa do Espírito Santo, realizar feitos
extraordinários. O nome de Jesus precisa ser conhecido e louvado, de maneira
que o mundo conheça que só Ele é poderoso e Salvador. A Igreja está na terra
exatamente para realizar essa bendita obra e, para fazê-la, usa essas vidas
dominadas pelo amor e paixão pelas almas. Seja você, amado irmão, um
instrumento para o uso do SENHOR, como diz Paulo a Timóteo: “De sorte que, se
alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo
para o uso do SENHOR, e preparado para toda boa obra”. 2 Timóteo 2: 21.
A
CRISE ESPIRITUAL.O caos ético e social que o texto de
1:2-4 apresenta combina com a decadência moral com os dias de reinado de
Jeoaquim, conforme Jeremias denunciou.
A proximidade da realização dos eventos descritos em
1:6-11, conforme a expressão “nos dias de vocês” no verso 5. Javé havia
prometido a Josias que seu reinado não terminara com a invasão e cativeiro (2
Rs. 22:18-20). Talvez os oráculos de Habacuque se refiram aos últimos 20 anos
de independência de Judá.
A ascensão da Babilônia como superpotência mundial
no século VII a.C. acontece no período previsto em Habacuque, embora isso não
sirva como prova irrefutável.
O verso 5 ainda nos ajuda a definir esse período,
pois, tendo o Egito como aliado, Judá dificilmente acreditaria que seriam
vencidos pela Babilônia; o que de fato aconteceu quando Nabucodonosor derrotou
o faraó Neco em Carquêmis (Jeremias 46:2,6,10; II Reis 24:7).
Alguns argumentam que as denúncias de injustiça de
Habacuque não se encaixam no período de governo do rei Josias (pai de
Jeoaquim), uma vez que este recebe uma avaliação tão boa. Entretanto, a reforma
que o rei Josias fez, abrangeu apenas a parte litúrgica da sociedade hebraica,
sem atingir a parte social. Por isso a reclamação de Habacuque acerca da
injustiça não se choca com os relatos do governo de Josias, embora tenha tido
uma boa apreciação. Além disso, os efeitos negativos dos cinquenta anos do
reinado catastrófico de Manassés (avô de Josias) demorariam a desaparecer.
Habacuque baseou seus questionamentos em sua
experiência com os eventos históricos de seu tempo. Tal qual Jeremias (Jr.
22:13-23), Habacuque também se indignou com a situação de injustiça, violência
e opressão gritantes em Judá; por isso reclama para Deus pedindo o castigo para
os maus e a defesa dos justos. A crise teológica de Habacuque começa justamente
com o atraso do julgamento dos líderes injustos.
Habacuque fica espantado e confuso diante da
revelação de Deus sobre a vinda dos babilônios como instrumento de Deus para o
julgamento de Judá, ao invés de um discurso sobre a salvação ou livramento. O
questionamento de Habacuque foi: poderia um Deus justo e bom usar meios
perversos para executar sua justiça? (Hc. 1:12-17).
O diálogo 1 começa com a reclamação de Habacuque a
Deus sobre as injustiças que estavam à sua volta, e porque os perversos não
eram julgados. Judá ainda não havia sido julgada por sua impiedade, e o
primeiro alvo da queixa de Habacuque não é o povo, mas Deus (1:2-4). Deus então
responde a Habacuque (1:5-11) dizendo que essa situação de opressão e injustiça
não duraria muito tempo mais, pois, ainda nessa geração, os ímpios seriam
castigados. Deus usaria a nação da Babilônia para aplicar o seu julgamento. Até
este momento, as nações vizinhas eram alvo do castigo divino, e a surpresa de
Habacuque reside no fato de Deus escolher uma das nações mais agressivas
daquele tempo para executar seu julgamento contra Judá.
Em vez de anunciar o livramento e restauração em
forma de promessa, o livramento e a salvação viriam por meio do ataque de uma
nação inimiga. Aqui, Deus não responde apenas ao profeta, mas a toda nação,
conforme percebemos pelo emprego do plural.
O segundo diálogo propõe um problema lógico. Além de
não resolver o problema da injustiça, as pessoas corretas seriam prejudicadas;
e, ademais, um inimigo impiedoso seria vitorioso a despeito de ser castigado.
Habacuque afirma a Deus que essa medida de julgamento não se ajusta com o
caráter santo de Deus (1:12). Habacuque, embora soubesse das injustiças de
Judá, achava que a perversidade dos babilônios era muito pior. Por isso se
horroriza ao imaginar a destruição que os babilônios fariam em Judá. Habacuque
os compara com um pescador inescrupuloso que pesca pelo simples prazer de matar
os peixes. Outro problema de lógica levantado por Habacuque é em relação à
soberania de Deus, que não interviria para proteger o seu povo. Habacuque não
faz essa declaração de maneira leviana ou desrespeitosa, entretanto buscava
sinceramente uma resposta. Deus responde que o julgamento se cumpriria e não
procura defender sua justiça, mas afirma que o justo seria preservado (2:4).
No NT Paulo usa este versículo para ressaltar a fé
do cristão, contudo, no contexto de Habacuque, indica a integridade na vida do
servo de Deus, mesmo que não consiga entender todo o processo. Deus prossegue
em sua resposta apontando para a sua justiça, na qual o perverso é castigado.
Habacuque abre o terceiro diálogo expondo sua
confiança em Deus, que a seu tempo castigaria o ímpio; e apelou à sua
misericórdia na execução do julgamento de Judá. A consciência do verdadeiro
relacionamento com Deus produziu o salmo de louvor registrado em 3:3-15, que
descreve os feitos poderosos de Deus, não somente para julgar, mas também para
livrar (3:13). Habacuque recorre à história de Israel comprovando sua obra
redentora contra os inimigos do seu povo, fazendo um contraponto literário com
a ameaça babilônica no capítulo 1. O livro termina com a confiança de Habacuque
na justiça de Deus. Mesmo com tantas desgraças que viriam acontecer, a fé
inabalável de Habacuque permitiu-lhe ter a alegria que não dependia mais das
circunstâncias externas, mas do seu relacionamento verdadeiro com Deus.
O problema em Habacuque gira basicamente em torno do
mesmo tema de Jó. No final do livro que narra seu drama, Deus aparece para
mostrar que a finitude humana não consegue dar respostas para todas as questões
da vida; mas, Deus está presente em todos os momentos de dúvidas e aflição
pelos quais a humanidade passa. Em Habacuque, a teofania do capítulo três tem a
mesma função. Muito embora Habacuque não tivesse todas as respostas, a presença
de Deus era suficiente para dar toda a confiança que o profeta precisava para
aquele momento.
No Antigo Testamento, as ações boas e más de todas
as nações são pesadas. Quando o lado com as ações más atinge um determinado
limite o julgamento de Deus é acionado. Cada geração contribui com as ações
boas e más contrapostas umas às outras e retardam ou adiantam a execução do
juízo de Deus. O arrependimento era uma forma de se retardar o julgamento, como
se as ações boas fossem somadas diminuindo o limite das ações más (Jn. 3:10; 2
Rs. 22:19-20).
A nação voltaria a enfrentar o risco de julgamento
somente se voltasse a realizar ações más. O texto de Jeremias 18:7-10
exemplifica esse tratamento que Deus dava às nações.
Além desse aspecto do “peso” das boas e más ações a
misericórdia de Deus tem um efeito mais prolongado do que seu castigo, de
acordo com Deuteronômio 5:9-10. Outra característica de Deus em seu agir com as
nações é que sua misericórdia, aplicada sobre o lado das boas ações retarda o
julgamento pelas más ações, entretanto o peso das más ações não é eliminado até
que o castigo seja aplicado. O texto de Êxodo 32:34 mostra como este princípio
de aplica. Deus não puniu o povo naquele momento, por terem feito o bezerro de
ouro em virtude de sua misericórdia. Contudo, chegaria a hora de serem punidos
também por isso futuramente.
Ainda mais um princípio pode ser entendido. Os povos
que contavam com a revelação de Deus, tal qual os hebreus, eram punidos com
mais severidade em detrimento daqueles que não conheciam acerca de sua
revelação indicando que a tolerância de Deus com os pagãos é maior. O Novo
Testamento aplica esse princípio em Lc. 12:48.
Esse princípio pode ser aplicado a Judá. Embora os
babilônios fossem realmente muito mais cruéis os israelitas deveriam ter sido
mais obedientes em virtude da revelação da Lei e do aviso constante dos
profetas sobre sua apostasia. Agora o momento da execução do castigo havia
chegado. Esse esquema só é atribuído às nações, não a indivíduos e não se trata
de salvação. Por isso não há a preocupação de uma salvação baseada em boas
obras.
A vida de fidelidade. Deus mostrara a Habacuque que,
embora o castigo fosse severo, isso não seria o fim de Judá, mas haveria um
remanescente preservado. O fundamento da preservação seria a fidelidade. No
Novo Testamento, o apóstolo Paulo usa o conceito de Habacuque 2:4 para
fundamentar a doutrina da justificação pela fé. Paulo cria uma ponte entre
‘emûnâ, que significa fidelidade e pistis, fé.
Em Habacuque a fidelidade, ou o posicionamento
correto diante das circunstâncias adversas foi percebido por Paulo como o
elemento universal de salvação, expresso mais claramente por Paulo em Romanos
8.
CONCLUSÃO
O Senhor é zeloso conosco e Ele sabe que muitas das
coisas deste mundo poderiam nos afligir e amedrontar, por isso, nos deixouem
Sua Palavra, tamanha fonte de encorajamento. Mesmo em meio às dificuldades, Ele
está conosco, nos sustentando, guardando, protegendo e capacitando.
“…
há um conosco maior…” (2Crô 32.7,8). “Não Temas”! Ele está
contigo em todo o tempo, em qualquer lugar e em qualquer situação. A presença
do Senhor nos envolve de forma tão tremenda e maravilhosa, que nos dá ousadia,
coragem, esperança e desaparece todo o medo, mediante a presença segura e a
certeza de que o Deus onipotente está conosco.
Não
Temas, Deus Está no Controle. “… Esforça-te e tem bom
ânimo; não pasmes, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo, por
onde quer que andares.” (Js 1.9).
Evangelista
Isaias Silva de Jesus
Bibliografia
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