27 de setembro de 2016

A Sobrevivência em Tempos de Crise


A Sobrevivência em Tempos de Crise

ÁUREO = "Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo." (Jo 16.33)

VERDADE PRÁTICA: As crises podem ser superadas com sabedoria, fé e com a ajuda de Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Habacuque 1.1-17

INTRODUÇÃO

Estamos dando inicio ao 4°. Trimestre desse ano 2016 onde estaremos estudando um assunto de suma importância para a nossa igreja, O DEUS DE TODA PROVISÃO, ESPERANÇA E SABEDORIA DIVINA PARA A IGREJA EM MEIO AS CRISES, numa época em muitos estão confiando em bens matériasonde muitos estão pregando prosperidade esquecendo que o verdadeiro evangelho nos ensina diferente.



A vida está uma loucura, para alguns, totalmente desenfreada. Sintomas de uma época e de uma sociedade em crise. Crise, mas de que tipo? Seria apenas a econômico-financeira? Não, várias crises estão nesse bojo. Mas, para todas elas, existe uma resposta disponível e uma remédio eficaz para superá-la. Convidamos você a nos acompanhar em nossa reflexão sobre esse atual e palpitante tema.

Quais as razões ou causas que poderão justificar a crise em que nossa sociedade está, atualmente, imersa? Vivemos tempos difíceis. Vivemos em uma sociedade submersa em crises, e são tantas crises que, só de pensar, entramos em… crise.

A maior das ironias: Nunca houve uma sociedade tão desenvolvida e com tanto acesso a informações e recursos tecnológicos e, ao mesmo tempo, tão pobre, carente e doente.

Por tudo isto, vivemos a era das CRISES: crise de valores, crise financeira, crise moral, crise religiosa, crise do judiciário, crise conjugal, crise de identidade, crise política, crise educacional e tantas outras. Trata-se de um problema social crônico! Salvo raríssimas exceções, as pessoas, independentemente da sua posição social, estão com problemas na alma, feridas emocionais abertas ou enfrentando sérios problemas familiares.

A Bíblia deveria ser o manual não só de fé, como também de prática para uma sociedade mais justa e equilibrada. Se desde os primórdios, tivéssemos seguido as Leis de Deus em sua integralidade, não viveríamos sob um judiciário impotente ou corrompido:“Por isso a lei se enfraquece e a justiça nunca prevalece. Os ímpios prejudicam os justos, e assim a justiça é pervertida.” Habacuque 1.4

1. A CRISE COMO UMA REALIDADE

DEUS CRIOU O MUNDO PERFEITO. Do início ao fim da Bíblia Sagrada podemos conferir milhares porções do trabalhar de Deus. Toda a Sua obra é perfeita, tudo o que Ele faz é bom. Isto não quer dizer que tenhamos que entender exatamente o que Deus está fazendo para considerar boa a sua vontade. Da criação do mundo até os tempos do apocalipse, tudo o que foi realizado pelo Senhor é perfeito. Isto nos leva a concluir que se alguma coisa em nossa vida não está bem, é necessário avaliar o que pode estar fora da vontade do Pai, porque o que ele realiza é bom.

A Bíblia Sagrada nos recomenda a não nos conformarmos com este mundo mal. Paulo falou aos romanos que a vontade de Deus é a melhor escolha que podemos fazer em nossas vidas. Confira Romanos, capítulo 12, versículo 2: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”.

Nossa vida reflete nossas decisões. Não é culpa de Deus, por exemplo, que você não tenha sido aprovado no vestibular. O que Deus faz é bom, mas será que você se preparou para prestar o exame? Será que às vezes não somos duros demais ou cedemos demais? Precisamos estar centrados na boa, agradável e perfeita vontade do Pai para que a nossa vida seja abençoada.

 O primeiro capítulo da Bíblia, no livro de Gênesis, nos mostra como Deus criou o mundo. Se você ler este capítulo vai perceber ao final de cada dia, quando Deus termina seu trabalho, o escritor usa a frase “e viu Deus que era bom”. Ele criou o sol, a lua, as estrelas e viu que era bom o que tinha feito. Criou as aves, os répteis, separou o mar da terra, criou a natureza e viu que era bom o que tinha feito. Mas, bom para quem?

Quando Deus criou a terra em seus mínimos detalhes, Ele fez pensando no homem. Deus entregou tudo em nossas mãos em seu estado perfeito. Tudo era muito bom.  Quando Deus fez o homem e a mulher, a Bíblia diz que Ele não achou simplesmente bom. Ao nos criar e concluir sua obra, viu que era MUITO bom. “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom (Gênesis, capítulo 1, versículo 31)”.

Avalie sua vida, suas intenções, suas escolhas. Se tiver alguma coisa fora do lugar e algo não está bem, é provável que você precise melhorar em algum aspecto. "Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e santo em todas as suas obras (Salmo 145, versículo 17)”. Romanos, capítulo 8, versículo 28 diz: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”.

Quando nossa vida está no centro da vontade de Deus, até mesmo quando enfrentamos as dificuldades, sentimos a presença do Senhor e ficamos bem. Você conhece a história da mulher sunamita? Você pode ler no capítulo 4 de 2ª Reis. Após uma dor de cabeça, o filho dela morreu. Quando ela procurou o profeta Eliseu lhe perguntaram: “Vai tudo bem com você, com seu marido e com o seu filho?”. A resposta daquela mulher é uma verdadeira lição para as nossas vidas. Disse ela: “Sim! Vai tudo bem”. Mesmo em meio a uma situação de angústia e morte, tudo estava bem, porque tudo o que Deus faz é bom. No final desta história, através do poder de Deus, o filho desta mulher, que estava morto, ressuscita.

Quando olhamos para a sociedade, não há dúvida de que temos feito desordem da ordem de Deus. Mas Deus, por sua natureza divina, em sua misercórdia, ainda quer restaurara ordem, e por isso enviou o seu filho, Jesus (veja Efésios 1:10). Deus enviou Jesus como resposta para a desordem, para poder criar de novo um mundo obediente às ordens de Deus.

O apóstolo Paulo diz "...se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (2 Coríntios 5:17). Onde há trevas, Cristo diz: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida" (João 8:12). Em um mundo de caos, Cristo estabelece a ordem e a união pela sua igreja: "...há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos" (Efésios 4:4-6). Onde há vidas vazias, é Cristo que "...a tudo enche em todas as coisas" (Efésios 1:23).

É responsabilidade de cada pessoa reconhecer que Deus existe e o buscar. A revelação geral de Deus (isto é, o mero fato de ele existir, como é evidente pela criação) nos torna indesculpáveis se o rejeitarmos. Mas, para conseguirmos escapar do estrago feito pela nossa desobediência, é necessário muito mais do que apenas reconhecer que Deus existe.

Paulo avisou: "Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos" (Atos 17:30-31). Jesus Cristo veio para fazer a nova obra criadora de Deus, nos corações e nas almas dos homens. Que busquemos a Deus em espírito e em verdade (João 4:23-24), nos arrependendo de nossa desobediência, o pecado, e obedecendo a ordem de Deus em Cristo, para que ele possa fazer de nós novas criaturas, segundo a vontade de Deus!

UMA SOCIEDADE EM CRISE.

É preciso olhar no retrovisor da história para entendermos melhor o presente. Os tempos mudaram, mas o homem ainda é o mesmo. E nossa natureza decaída (usando um termo teológico) continua tendenciosa para o mal: somos movidos pelas mesmas ambições, pecados, desejos egoístas e loucuras. Nessa avalanche de crises, podemos constatar que a solução para a decadência moral e espiritual encontra-se nos 10 mandamentos, que são mais atuais que pensamos.

Ou a sociedade muda seu estilo de vida, ou continuaremos vivendo tempos cada vez mais difíceis. Sim, ao que tudo nos leva a crer, há coisa ainda pior vindo pela frente.

Os dez mandamentos são a síntese da Lei de DEUS ( Êxodo 20:1-17). Extremamente negligenciados e desprezados na atualidade, neste mundo avesso a tudo aquilo que pertence a Deus, seu cumprimento nos pouparia de problemas pessoais e conflitos mundiais. Inclusive, podemos dizer que o Decálogo é base de boa parte de regras áureas de convivência. Quando Jesus os “resumiu” em Amarás a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo, Ele nos deu a dica de uma vida mais saudável, satisfeita e feliz.

Crise-leis-divinas

 Aquele que se esquece da Lei do Senhor sofre em dobro.

O Senhor sabia que nosso relacionamento com o próximo só melhoraria com a hipótese de desenvolvermos antes um relacionamento com o próprio Deus. Ou seja, além da questão da essência do que fazer, temos a questão da prioridade: o que fazer primeiro, para obter um melhor resultado. Com efeito, os dez mandamentos se dividem em duas categorias principais:

1- Os primeiros 4 mandamentos definem nosso relacionamento com Deus. Indica que fomos criados para adorar ao Senhor. Nada pode ser mais importante que Deus em nossas vidas e nem substituir o reinado de Jesus em nossos corações. Nada deve substituir nosso tempo a sós com DEUS!

Como juiz da terra o Senhor merece reverência. Como Rei, é digno de toda nossa honra. No entanto, nossa cultura está permeada de flagrante desrespeito a Deus, e Seu nome é usado de forma banal e ofensiva por muitos.

Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.

2- E os últimos seis definem nosso relacionamento com as outras pessoas: protegem os laços familiares e as relações sociais, tais como o que prescreve que filhos devem respeitar os pais, o que condena as relações extraconjugais, abusos sexuais, e os que reprovam velhos conhecidos nossos como a cobiça, o furto e o engano.

Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que SENHOR teu Deus te dá.

Não matarás.

Não adulterarás.

Não furtarás.

Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

“Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.”

Nos dez mandamentos encontramos a solução para uma sociedade violenta, a solução para corrupção, a solução para a mentira, enfim, a solução para uma sociedade descontente e insatisfeita. Deus sempre soube que só viveríamos em harmonia e paz se desenvolvêssemos um relacionamento pessoal com Ele.

Tudo isso, como intuito de nos beneficiar! São ordens para a preservação de nossa qualidade de vida! E ouso ir além: não apenas de nosso bem-estar, mas de nossa sobrevivência coletiva!

A Palavra de Deus tem as respostas para suas crises: Em Cristo, somos mais que vencedores!

Um breve olhar sobre os dez mandamentos nos ajuda a entender porque a Bíblia são fundamentos indispensáveis. Decerto, é o remédio para a nossa nação!

“A lei moral contida nos dez mandamentos… não foi cancelada por ELE (Cristo)… Cada parte dessa lei deve permanecer irredutível para toda a humanidade em todas as eras”, John Wesley (veja outras frases de Wesley aqui, como aquela famosa: “coloque fogo no seu sermão ou coloque seu sermão no fogo”).

Os 10 Mandamentos devem ser lidos em seu contexto espiritual, moral, histórico e redentor a fim de que possamos alcançar o Amor, Graça e a Misericórdia de Jesus Cristo. A meu ver, Deus escreveu os mandamentos em duas pedras para indicar que Sua lei não muda (veja Salmo 19.7)! E escrevo naquEle que não aponta para as crises mas, ao contrário, aponta para Aquele que é a solução das crises: Cristo!

2. A CRISE COMO UMA CONSEQUÊNCIA DO PECADO

A CRISE NA SOCIEDADE ANTEDILUVIANA.“Assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mt 24:37-39).

A condição do mundo de hoje reflete muito bem essa predição de Cristo. Seja pelos jornais, revistas, rádio ou noticiários de televisão, não passa um dia sem algum relato desmoralizador das doenças da sociedade. Surpreendentemente e em muitos aspectos, os próprios canais da mídia não apenas revelam os próprios males que registram, mas freqüentemente são seus promotores globais.

Uma das características da sociedade antediluviana era a capacidade altamente cultivada de se comunicar. A habilidade de falar o mesmo idioma, comunicando as invenções imaginativas do homem, provocou a intervenção de Deus na construção da Torre de Babel. Essa aceleração das habilidades se agigantou a ponto de impedir que Deus e Seu plano para a humanidade estejam presentes hoje na indústria da mídia e comunicação.

Embora disponíveis para melhores propósitos, computadores, celulares, vídeos, dvds e TV por satélite e cabo estão entre os modernos meios de comunicação altamente sofisticados que levam a sociedade de hoje à proliferação da imoralidade. Ellen White escreveu o paralelo entre nosso tempo e o de antes do dilúvio: ‘A sociedade no tempo presente é corrupta, assim como foi nos dias de Noé.

Deus concedeu ricos dons à longeva raça antediluviana, a apenas um passo do paraíso, e eles tinham um vigor físico e mental de que os homens têm agora somente uma pálida idéia; as bênçãos divinas e a força e a habilidade que Deus lhes deu foram, porém, usadas para fins egoístas, para satisfazer apetites ilícitos e para condescender com o orgulho. Eles baniram Deus de seus pensamentos; desprezaram Sua lei; calcaram aos pés Sua norma de caráter. Regalaram-se em prazeres pecaminosos, corrompendo seus caminhos diante de Deus, e uns aos outros.

A violência e o crime enchiam a Terra. Não era respeitada a relação matrimonial nem os direitos de propriedade. Os clamores dos oprimidos penetraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos. Contemplando o mal, os homens se transformaram à sua imagem, até que Deus não mais pôde tolerar a sua perversidade, e eles foram destruídos pelo Dilúvio (Ellen G. White, Fundamentos daEducação Cristã, p.421,422).

Inicialmente, grande parte do pecado de nossa geração contemporânea não pareceu florescer completamente. Apareceu primeiro como leviandade e frivolidade e, então, intensificou-se em conduta degradante, violenta. “[Cristo] nos apresenta… os resultados da desenfreada complacência com o apetite. As faculdades morais são debilitadas a tal ponto que o pecado não parece condenável. O crime é considerado com leviandade, e a paixão controla a mente, até que, afinal, os bons princípios e impulsos são desarraigados, e o nome de Deus é blasfemado. […] Esse estado de coisas é o mesmo apontado por Cristo como devendo existir em Sua segunda vinda” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Saúde, p. 24; cf.2Tm 3:1-5).

Deus nos chama a fugir da corrupção que caracteriza o mundo. Em nossos lares e em nossa vida pessoal, devemos estabelecer limites ao que estamos dispostos a assistir e ler. Cada família deve tornar claros a todos os seus membros os valores que, como cristãos, deseja preservar. Devemos estabelecer controles para a TV a cabo e para a Internet, porque, por esses meios, a corrupção moral alcança o recinto sagrado de nosso lar. Em tempos como este, precisamos de rededicação diária a Cristo e constante caminhada com Ele.

Às vezes, achamos que o abuso não é tão sério, mas Deus o considera com muita seriedade. Quando pensamos que homem e mulher foram criados à imagem de Deus, podemos compreender que qualquer forma de abuso provoca a ira de Deus! Não existe base bíblica para o abuso.

Falta de honestidade – Paulo indica que o pecado não existe só nos elementos criminosos da sociedade. Ele também é expresso em comportamentos que incluem relações pessoais e comerciais. Ele fala de “injustiça” – todas as ofensas contra nosso vizinho, nossos pais, nosso país. Isso inclui crimes cometidos por grandes corporações empresariais.

Paulo diz que a ira de Deus se expressa contra toda maldade e desonestidade humana. “Eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!… E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia (Rm1:25-31).

Nestes últimos dias, “vivemos em meio a uma epidemia de crime… E enquanto o mundo está cheio desses males, o evangelho é tantas vezes apresentado de maneira tão indiferente, que não produz senão uma fraca impressão na consciência ou vida dos homens” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Saúde, p. 25). Não devemos correr em busca de um abrigo e nos esconder de medo daquilo que é um sinal da vinda de Jesus. Cristo diz que, por causa da maldade acrescida, freqüentemente, o amor seria difícil de se encontrar (Mt 24:12).

Como povo de Deus, a esperança dentro de nós precisa ser uma baliza poderosa do amor de Deus nas trevas da pecaminosidade do mundo pós-moderno. Devemos viver o amor de Deus em relacionamentos plenos de graça. O Espírito Santo pode dirigir a vida dos embaixadores de Deus no caminho da vida justa, guiando outros à cruz de Jesus, nosso Senhor.

Paulo disse a Timóteo que “cada parte das Escrituras é assopradapor Deus e, de uma ou outra forma, útil – mostrando-nos a verdade, expondo nossa rebelião, corrigindo nossos enganos, nos preparando para vi -ver da forma como Deus deseja. Pela Palavra, somos reunidos e moldados para as tarefas que Deus tem para nós” (2Tm3:17, Mensagem).

As pressões nos relacionamentos de todas as direções cumprem a predição de que estes são tempos difíceis. Mas as promessas da Palavra de Deus nos dão certeza e esperança de que podemos enfrentar qualquer desafio que nos sobrevenha. Isso acontecerá tão-somente se, pessoalmente e em oração, nos mantivermos em contato com a graça de Deus; quando Ele habitar em nosso coração, nossa mente e nossa vida.

CRISE NA SOCIEDADE PÓS-DILUVIO. Como mencionamos antes, um erro clássico de muitos é pensar em Noé e sua descendência como uma linhagem boa de pessoas, marcada por um comportamento íntegro constante. Deixe-se saber que Noé foi "um homem justo". Ele "caminhou com Deus". Deus disse sobre ele: "Eu te vi íntegro diante de mim". Tudo isso é verdade e é um resultado da graça, mas deve ficar claro que Noé foi ainda descendência de Adão, e ele e os seus foram todos pecadores, mas por natureza e imputação. Poderíamos saber disso observando sua descendência hoje, mas isso não é necessário. A Bíblia o afirma em Gênesis 8:21: "Porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice".

 

Essa verdade é demonstrada por toda geração e está registrada desse modo nas Escrituras, como Gênesis 9:22-29. Aqui, encontramos Noé em um estado de embriaguez e nudez. Desse modo, ele está sustentando a tentação para seu filho mais novo, Cão, para pecar, e seu coração depravado responde prontamente. Isso, alternadamente, traz o julgamento sobre sua descendência até Canaã, o mais jovem. Isso deve parecer injusto, mas se entendermos a Bíblia corretamente, veremos a espécie humana como uma raça, e não todos eles como um conjunto de indivíduos separados. Noé compartilhou o pecado de Adão tanto na culpa quanto no julgamento, e isso é transmitido através de Sem, Abraão, Isaque, Jacó, Judá e todos aqueles que nasceram ou nascerão. Mas, em Cristo, toda a semente santa é feita justa. Considere Romanos 5:19.

Deve ser notado também que, como um resultado do efeito do pecado sobre o corpo físico, e alguns pensam que por causa das mudanças na terra depois do dilúvio, a expectativa de vida humana começou a diminuir rapidamente. Noé viveu 950 anos, mas seu filho Sem (o segundo de três) viveu apenas 600 anos.

Seu filho, Arfaxade, viveu apenas 438 anos; seu filho, Selá, apenas 433; seu filho, Éber, 468, e seu filho, Pelegue, apenas 239 anos. Quando observamos dez gerações depois, a de Abraão, a expectativa de vida diminuiu para 175 anos. Isaque, depois dele, viveu 180 anos e Jacó, 147.

Outro fato que nos ajudará a entender essa história é que a maior parte disso teve lugar durante a vida de Noé. Abraão nasceu cerca de 58 anos depois de Noé morrer e afastou-se de Harã apenas cerca de dezessete anos após a morte de Noé. Há dez gerações de Adão até Noé e dez gerações de Noé até Abraão. Como o efeito do pecado se expande rapidamente! Mas, em tudo isso, vemos a mão de Deus muito determinada e fielmente estabelecendo Sua aliança eterna pela qual produzirá a semente prometida, Jesus Cristo, por Quem Ele redimirá os homens de seus pecados.

CRISE NOS TEMPOS DE JESUS E NA IGREJA PRIMITIVA. Jesus nasceu na terra de Israel, em uma região conhecida como Palestina. O Filho de Deus veio ao mundo em um tempo em que o Império Romano dominava Israel. A tensão política e a instabilidade social eram grandes. Era um tempo de crise política, social, moral e espiritual. Mas, em meio às crises a luz raiou dissipando as trevas e trazendo esperança para a humanidade. Nos dias de Jesus, havia muitos pobres e necessitados. Por isso, o Mestre ensinava que era preciso cumprir o que fora dito pelo profeta Isaías (Is 58.6,7). Não adiantava dizer que eram filhos de Abraão, caso não desfizessem o jugo do oprimido e repartissem o pão com o faminto. Isso nos faz lembrar que a fé sem as obras é morta (Tg 2.15-17).

A Igreja Primitiva enfrentou uma terrível perseguição. Havia muitos necessitados, todavia os irmãos acudiam os pobres e necessitados. Em tempos de crise, os bens eram partilhados (At 4.34,35). É em meio à crise que podemos ver o quanto as pessoas são generosas. A generosidade aliada à comunhão fazia com que muitos fossem atraídos a Jesus Cristo, contribuindo para o crescimento da igreja.

Maldade e violência. Essas palavras são usadas para caracterizar os pecados que causaram o dilúvio de Gênesis. Maldade é rasab, atos criminosos que violam os direitos dos outros e tiram proveito do sofrimento deles. Violência é hamas, atos deliberadamente destrutivos que visam prejudicar outras pessoas. Quando qualquer sociedade é marcada por situações frequentes de maldade e violência corre o risco de receber o juízo de Deus.

Noé deve ser honrado por sua constante fidelidade. Ele trabalhou durante anos na construção da arca numa planície sem água (Gn 6.3). Ele deve ter sofrido zombaria sem piedade dos seus vizinhos, nenhum dos quais respondeu às suas advertências acerca do juízo divino. Contudo, Noé não deixou de confiar em Deus. Manteve uma postura obediente. Percebemos a qualidade de nossa fé quando passamos por provações" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 29).

 

 A CRISE

A CRISE POLITICA. Esta parte da História de Israel é muito significativa. Antes, sob o reinado de Salomão, de aproximadamente 970 a.C a 931 a.C. ou a. E.C., houve uma grande expansão do reino, quer pelas alianças feitas com outros reis, quer por dominação.

Na Bíblia as causas da divisão do reino de Israel estão descritas em 1 Rs 12. Há uma situação de opressão por parte do rei e de conseqüente insatisfação nas dez tribos do Norte. Quando Salomão morre em 931 a.C. ou a.E.C., seu filho Roboão quer aumentar o jugo imposto por seu pai:  taxas e trabalhos para suprir a mesa do rei, a corte e o exército às tribos, através dos seus prefeitos ou intendentes cf. 1 Rs 4,21-28. As dez tribos do Norte sob a liderança de Jeroboão se rebelam contra isso e se unem constituindo um novo reinado – o do Norte, com a denominação de Israel. No Sul ficam apenas duas tribos apoiando o filho de Salomão, Roboão, a de Benjamim e a de Judá, constituindo o Reino do Sul sob a denominação de Judá.

Os tempos são difíceis no Brasil em vários aspectos (refiro-me a “tempos” porque nossos problemas nacionais emendam décadas e enlaçam gerações); existe a crônica e sistêmica dificuldade da corrupção política derivada de uma outra desvirtuação moral que também emana de mais uma adulteração imaterial (espiritual) – sim, e nesta última a constatação de que a alma do “povo brasileiro” está doente! Ficamos enfermos pois bebemos dos cálices das mentiras variadas e nos alimentaram dos banquetes de enganos e trapaças – por isso que o brasileiro é de alguma forma “corrupto”; nosso espírito geme no que parece um beco escuro e sem saída e nossa vida se esvai em meio a tanta desgraça social.

A última esperança é a “igreja de Jesus”, pois para esta as portas do inferno não prevalecerão; para ela a mentira não triunfa e o pecado em qualquer estágio e meio não é tolerado. Estamos numa “crise de verdade” e num cenário de inverdades onde se mente do “púlpito” ao parlamento; da polícia ao judiciário e da liderança comunitária a Presidência da República. É uma crise moral onde a retidão se extingue frente a intentos de ganância e poder onde tudo vale e se justifica. É uma crise de valores onde o relativo não permite convergirmos em quase nenhum acordo – todo mundo tem a sua verdade e sua isolada posição – e numa sociedade em que ninguém se entende a própria se destrói.

Também estamos em meio a uma crise de respeito e civilidade, há uma guerra entre “cristãos” (com destaque para alas evangélicas) e “gays” neste país, onde os primeiros através de alguns de seus líderes pelo discurso da defesa da família e dos bons costumes formam um cinturão de apelo político e usam do canhão das mídias evangélicas para mobilizarem o segmento a pressionarem os legisladores na aprovação de leis mais “teocráticas”; incitam a promoção de boicotes comerciais a empresas que “apoiam” o homossexualismo, fomentam discussões e desferem acusações ao ativismo gay. Essa “causa evangélica” deixa de ser cristã quando instiga ódio e arranca fobias interiorizadas em mentes fundamentadas na extrema e única opção de condenar pessoas.

O brasileiro têm liberdade se quiser ser gay ou lésbica e ponto. O cristão também tem o direito de continuar pregando o evangelho sem ofender as pessoas – apenas repetindo o que as Escrituras ensinam. Vale lembrar que a Palavra de Deus enquanto o indivíduo está vivo só condena o comportamento dele e não o próprio, de outra forma Deus jamais o chamaria ao arrependimento – não haveria sentido para tal.

Evangelho no sentido vernacular são boas novas de salvação – é isso que a igreja evangélica precisa se ocupar em fazer – quem convence é o Espírito Santo! Se nós temos a verdade e se o ativismo gay quer propor e impor inversões de papéis sociais através de um novo conceito de sexo e família – nosso comportamento precisa basear-se numa apologia fidedigna à Palavra de Deus em todos os sentidos – inclusive naquela de amar o próximo (gays, lésbicas, bissexuais e travestis); se quisermos dialogar com essa sociedade não evangélica onde não impera quase nada de valores bíblicos; teremos de ouvi-la, respeitá-la em seu direito de expressão e para os mais radicais de nosso meio o apelo não é menos radical – você terá que dar a face mesmo àqueles que aprovam demonstrações como a do transsexual que aludiu a Jesus crucificado sobre um trio elétrico em plena parada gay.

Voltando ao campo político e estendendo uma ponte de reflexão ao religioso, eu acredito que a presença de representantes cristãos na câmara dos deputados é necessária, como também representantes de outros segmentos sociais. Acredito que através da política é que conseguiremos fazer um país para e de todos, sob a ordem do respeito mútuo – ninguém obrigando ninguém a nada, quer por sentir-se injustiçado por ser minoria ou por achar-se absoluto pelo apoio da maioria. O Brasil não é uma “igreja” e menos uma “parada GLBT” e enquanto os enfrentamentos e xingamentos continuarem, mais distantes do entendimento ficaremos e os caudais generalizados de nossas crises só aumentarão.

A CRISE ECONÔMICA. Houve ocasiões em que o Nilo não transbordou o suficiente. Isto ocorreu devido a falta de chuvas rio acima ou pela mudança temporária no canal do Nilo Branco, que alimentava o Nilo. Em outras ocasiões, o Nilo transbordou tanto, que quando as águas baixaram a estação de plantio estava perdida. Qualquer uma destas situações poderia provocar a fome. Em anos bons, o Nilo podia produzir uma safra abundante, mas em anos maus, nem uma espiga sequer. Sete anos sem nada, ou sete anos de inundação, seriam um desastre.

Notemos várias verdades contidas aqui:

A. A verdadeira profecia vem somente de Deus [Isaías 41:21-23].                                               B. Deus controla as economias das nações. Pense nos países que passam por recessão. C. Deus controla as nações deste mundo para o bem dos Seus eleitos

Quando o faraó tem sonhos que não podem ser interpretados pelos magos do Egito (Gn 41:8), José é lembrado pelo chefe dos copeiros, que sugere o seu nome como alguém capaz de ajudá-lo.

José não só interpreta os sonhos, mas como a graça de Deus era abundante sobre a vida de José que ele foi capaz de apresentar um plano para salvar o Egito do tempo de fome que estava por vir. O faraó fica tão encantado que entrega a José o comando do seu palácio e determina que todo o povo se sujeite às suas ordens.

José foi chamado por Faraó de “Zafenate- Paneá” (Gênesis 41: 45), que significa “Salvador do mundo”. Essa honra lhe foi atribuída, porque por seu intermédio, milhares de vidas foram salvas de morrer, inclusive sua família. No sentido espiritual, Jesus é o pão da vida (João 6: 48,57,58). Ele é o Salvador do mundo, na verdadeira significação do termo. E assim precisa ser Ele distribuído, isto é, anunciado ao pecador. A palavra de Jesus a Seus discípulos, na multiplicação dos pães, tem sentido de mostrar a responsabilidade dos servos do SENHOR: “Dai-lhes vós de comer...” (Mateus 14: 16). É isto que precisam fazer os embaixadores de Deus, dar o pão ao faminto.

A fome espiritual ainda permanece no mundo. Quem tem o alimento capaz de solucionar essa necessidade é a Igreja de Deus. Os seus servos são escolhidos e enviados para esta nobre missão, como é tão bem delineada em toda a Escritura. Nas páginas áureas do Santo Livro estão registrados os atos de vidas usadas por Deus, verdadeiras fontes de bênçãos na distribuição do alimento que sacia a fome de salvação e prepara para a vida eterna.

Homens e mulheres, jovens e crianças podem ser usados por Deus, e na força poderosa do Espírito Santo, realizar feitos extraordinários. O nome de Jesus precisa ser conhecido e louvado, de maneira que o mundo conheça que só Ele é poderoso e Salvador. A Igreja está na terra exatamente para realizar essa bendita obra e, para fazê-la, usa essas vidas dominadas pelo amor e paixão pelas almas. Seja você, amado irmão, um instrumento para o uso do SENHOR, como diz Paulo a Timóteo: “De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para o uso do SENHOR, e preparado para toda boa obra”. 2 Timóteo 2: 21.

A CRISE ESPIRITUAL.O caos ético e social que o texto de 1:2-4 apresenta combina com a decadência moral com os dias de reinado de Jeoaquim, conforme Jeremias denunciou.

A proximidade da realização dos eventos descritos em 1:6-11, conforme a expressão “nos dias de vocês” no verso 5. Javé havia prometido a Josias que seu reinado não terminara com a invasão e cativeiro (2 Rs. 22:18-20). Talvez os oráculos de Habacuque se refiram aos últimos 20 anos de independência de Judá.

A ascensão da Babilônia como superpotência mundial no século VII a.C. acontece no período previsto em Habacuque, embora isso não sirva como prova irrefutável.

O verso 5 ainda nos ajuda a definir esse período, pois, tendo o Egito como aliado, Judá dificilmente acreditaria que seriam vencidos pela Babilônia; o que de fato aconteceu quando Nabucodonosor derrotou o faraó Neco em Carquêmis (Jeremias 46:2,6,10; II Reis 24:7).

Alguns argumentam que as denúncias de injustiça de Habacuque não se encaixam no período de governo do rei Josias (pai de Jeoaquim), uma vez que este recebe uma avaliação tão boa. Entretanto, a reforma que o rei Josias fez, abrangeu apenas a parte litúrgica da sociedade hebraica, sem atingir a parte social. Por isso a reclamação de Habacuque acerca da injustiça não se choca com os relatos do governo de Josias, embora tenha tido uma boa apreciação. Além disso, os efeitos negativos dos cinquenta anos do reinado catastrófico de Manassés (avô de Josias) demorariam a desaparecer.

Habacuque baseou seus questionamentos em sua experiência com os eventos históricos de seu tempo. Tal qual Jeremias (Jr. 22:13-23), Habacuque também se indignou com a situação de injustiça, violência e opressão gritantes em Judá; por isso reclama para Deus pedindo o castigo para os maus e a defesa dos justos. A crise teológica de Habacuque começa justamente com o atraso do julgamento dos líderes injustos.

Habacuque fica espantado e confuso diante da revelação de Deus sobre a vinda dos babilônios como instrumento de Deus para o julgamento de Judá, ao invés de um discurso sobre a salvação ou livramento. O questionamento de Habacuque foi: poderia um Deus justo e bom usar meios perversos para executar sua justiça? (Hc. 1:12-17).

O diálogo 1 começa com a reclamação de Habacuque a Deus sobre as injustiças que estavam à sua volta, e porque os perversos não eram julgados. Judá ainda não havia sido julgada por sua impiedade, e o primeiro alvo da queixa de Habacuque não é o povo, mas Deus (1:2-4). Deus então responde a Habacuque (1:5-11) dizendo que essa situação de opressão e injustiça não duraria muito tempo mais, pois, ainda nessa geração, os ímpios seriam castigados. Deus usaria a nação da Babilônia para aplicar o seu julgamento. Até este momento, as nações vizinhas eram alvo do castigo divino, e a surpresa de Habacuque reside no fato de Deus escolher uma das nações mais agressivas daquele tempo para executar seu julgamento contra Judá.

Em vez de anunciar o livramento e restauração em forma de promessa, o livramento e a salvação viriam por meio do ataque de uma nação inimiga. Aqui, Deus não responde apenas ao profeta, mas a toda nação, conforme percebemos pelo emprego do plural.

O segundo diálogo propõe um problema lógico. Além de não resolver o problema da injustiça, as pessoas corretas seriam prejudicadas; e, ademais, um inimigo impiedoso seria vitorioso a despeito de ser castigado. Habacuque afirma a Deus que essa medida de julgamento não se ajusta com o caráter santo de Deus (1:12). Habacuque, embora soubesse das injustiças de Judá, achava que a perversidade dos babilônios era muito pior. Por isso se horroriza ao imaginar a destruição que os babilônios fariam em Judá. Habacuque os compara com um pescador inescrupuloso que pesca pelo simples prazer de matar os peixes. Outro problema de lógica levantado por Habacuque é em relação à soberania de Deus, que não interviria para proteger o seu povo. Habacuque não faz essa declaração de maneira leviana ou desrespeitosa, entretanto buscava sinceramente uma resposta. Deus responde que o julgamento se cumpriria e não procura defender sua justiça, mas afirma que o justo seria preservado (2:4).

No NT Paulo usa este versículo para ressaltar a fé do cristão, contudo, no contexto de Habacuque, indica a integridade na vida do servo de Deus, mesmo que não consiga entender todo o processo. Deus prossegue em sua resposta apontando para a sua justiça, na qual o perverso é castigado.

Habacuque abre o terceiro diálogo expondo sua confiança em Deus, que a seu tempo castigaria o ímpio; e apelou à sua misericórdia na execução do julgamento de Judá. A consciência do verdadeiro relacionamento com Deus produziu o salmo de louvor registrado em 3:3-15, que descreve os feitos poderosos de Deus, não somente para julgar, mas também para livrar (3:13). Habacuque recorre à história de Israel comprovando sua obra redentora contra os inimigos do seu povo, fazendo um contraponto literário com a ameaça babilônica no capítulo 1. O livro termina com a confiança de Habacuque na justiça de Deus. Mesmo com tantas desgraças que viriam acontecer, a fé inabalável de Habacuque permitiu-lhe ter a alegria que não dependia mais das circunstâncias externas, mas do seu relacionamento verdadeiro com Deus.

O problema em Habacuque gira basicamente em torno do mesmo tema de Jó. No final do livro que narra seu drama, Deus aparece para mostrar que a finitude humana não consegue dar respostas para todas as questões da vida; mas, Deus está presente em todos os momentos de dúvidas e aflição pelos quais a humanidade passa. Em Habacuque, a teofania do capítulo três tem a mesma função. Muito embora Habacuque não tivesse todas as respostas, a presença de Deus era suficiente para dar toda a confiança que o profeta precisava para aquele momento.

No Antigo Testamento, as ações boas e más de todas as nações são pesadas. Quando o lado com as ações más atinge um determinado limite o julgamento de Deus é acionado. Cada geração contribui com as ações boas e más contrapostas umas às outras e retardam ou adiantam a execução do juízo de Deus. O arrependimento era uma forma de se retardar o julgamento, como se as ações boas fossem somadas diminuindo o limite das ações más (Jn. 3:10; 2 Rs. 22:19-20).

A nação voltaria a enfrentar o risco de julgamento somente se voltasse a realizar ações más. O texto de Jeremias 18:7-10 exemplifica esse tratamento que Deus dava às nações.

Além desse aspecto do “peso” das boas e más ações a misericórdia de Deus tem um efeito mais prolongado do que seu castigo, de acordo com Deuteronômio 5:9-10. Outra característica de Deus em seu agir com as nações é que sua misericórdia, aplicada sobre o lado das boas ações retarda o julgamento pelas más ações, entretanto o peso das más ações não é eliminado até que o castigo seja aplicado. O texto de Êxodo 32:34 mostra como este princípio de aplica. Deus não puniu o povo naquele momento, por terem feito o bezerro de ouro em virtude de sua misericórdia. Contudo, chegaria a hora de serem punidos também por isso futuramente.

 

Ainda mais um princípio pode ser entendido. Os povos que contavam com a revelação de Deus, tal qual os hebreus, eram punidos com mais severidade em detrimento daqueles que não conheciam acerca de sua revelação indicando que a tolerância de Deus com os pagãos é maior. O Novo Testamento aplica esse princípio em Lc. 12:48.

Esse princípio pode ser aplicado a Judá. Embora os babilônios fossem realmente muito mais cruéis os israelitas deveriam ter sido mais obedientes em virtude da revelação da Lei e do aviso constante dos profetas sobre sua apostasia. Agora o momento da execução do castigo havia chegado. Esse esquema só é atribuído às nações, não a indivíduos e não se trata de salvação. Por isso não há a preocupação de uma salvação baseada em boas obras.

A vida de fidelidade. Deus mostrara a Habacuque que, embora o castigo fosse severo, isso não seria o fim de Judá, mas haveria um remanescente preservado. O fundamento da preservação seria a fidelidade. No Novo Testamento, o apóstolo Paulo usa o conceito de Habacuque 2:4 para fundamentar a doutrina da justificação pela fé. Paulo cria uma ponte entre ‘emûnâ, que significa fidelidade e pistis, fé.

Em Habacuque a fidelidade, ou o posicionamento correto diante das circunstâncias adversas foi percebido por Paulo como o elemento universal de salvação, expresso mais claramente por Paulo em Romanos 8.

CONCLUSÃO

O Senhor é zeloso conosco e Ele sabe que muitas das coisas deste mundo poderiam nos afligir e amedrontar, por isso, nos deixouem Sua Palavra, tamanha fonte de encorajamento. Mesmo em meio às dificuldades, Ele está conosco, nos sustentando, guardando, protegendo e capacitando.

“… há um conosco maior…” (2Crô 32.7,8). “Não Temas”! Ele está contigo em todo o tempo, em qualquer lugar e em qualquer situação. A presença do Senhor nos envolve de forma tão tremenda e maravilhosa, que nos dá ousadia, coragem, esperança e desaparece todo o medo, mediante a presença segura e a certeza de que o Deus onipotente está conosco.

 

Não Temas, Deus Está no Controle. “… Esforça-te e tem bom ânimo; não pasmes, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo, por onde quer que andares.” (Js 1.9).

 

 

 

 

Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Setor 1 - Dourados – MS

Bibliografia















 

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