O PODER DA EVANGELIZAÇÃO NA FAMILIA
Texto Áureo = “[...]
Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa." (At 16.31)
Verdade Prática = A
salvação pela fé em Jesus deve ser pregada aos filhos e aos familiares não
crentes, tanto por meio de palavras quanto por um testemunho bom, eficaz e
amoroso.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Atos 16.25-34
Introdução
Na
noite de um domingo comum, um menininho adormece no sofá ao som da televisão.
Aos poucos, deixa a mamadeira escorregar e sucumbe ao cansaço do fim de semana.
Sua família acabou de voltar da igreja. Todos estão cansados e famintos. Tudo o
que querem é fazer uma refeição rápida, tomar banho e dormir. A filha
adolescente encosta a Bíblia a uma pilha de outras coisas em seu quarto e vem
juntar-se aos pais, diante da televisão, enquanto comem. Eles não se reúnem à mesa.
Não agradecem a Deus pelo alimento. Não conversam. Pouco depois, o pequenino é
posto no berço, já adormecido. A garota dá um beijo nos pais, antes de se
recolher, mas não lhes pede a bênção.
Na
segunda-feira de manhã, como de costume, o pai sai de casa apressado. Lê,
sozinho, uma passagem bíblica aleatória, faz uma oração curta e despede-se do
filho e da esposa. Como a filha está pronta, ele a leva à escola. Talvez
conversem no trajeto, porém é mais certo que ela mantenha os olhos na tela do
celular, e que ele empreste os ouvidos ao programa de rádio, que fala do clima
e do trânsito.
Em
casa, a mãe corre com uma série de afazeres. Ela tem poucas horas para arrumar
a bagunça, e não terá tempo para o bebê, que lhe exigirá toda a atenção. Ela
não conseguirá cantar para ele, ou contar- lhe uma historinha. O dia terminará
da mesma forma. E assim será na terça-feira, e na quarta.
I. A FAMÍLIA É A IGREJA
A
família acima retratada é como muitas que frequentam nossas igrejas. Uma
família normal, dentro dos padrões: pai, mãe e filhos. Todos se acham
plenamente familiarizados ao linguajar dos que comportam-se de forma
apropriada, amam-se mutuamente, n escandalizam a vizinhança com gritos e brigas,
mas são apenas isto: uma família. Todo o seu cristianismo está contido nas
paredes físicas do templo onde congregam, quando deveria acompanhá-los aonde quer que fossem, a ponto de fazer-lhes da casa
uma igreja um local onde Deus é adorado, onde a Bíblia é consultada, onde
existe graça e perdão, e para onde correm os vizinhos incrédulos quando
precisam de ajuda.
Para
que a família crista funcione como uma congregação doméstica, deve seguir a
mesma dinâmica de uma igreja. A igreja tem um líder, que é o pastor. Dele as
ovelhas recebem instrução e cuidados, Os membros da igreja, reunindo-se
regularmente para cultuar a Deus, promovem ações evangelísticas, visando
integrar outras vidas ao corpo de Cristo. Nos tópicos a seguir, veremos como a
família cristã atuará para ser, também em casa, uma igreja evangelizadora
Num mundo de intensas mudanças e incertezas onde
lares sofrem terríveis ataques do inimigo, e muitas famílias não têm resistido,
sucumbindo moralmente e espiritualmente às investidas malignas (Mt 16.18b). Não
podemos negar que alguns psicólogos, filósofos, sociólogos e antropólogos têm
contribuído com “conselhos” a fim de promover a harmonia no seio da família.
Entretanto suas teorias, ainda que valiosas, jamais alcançarão a meta desejada
se o Senhor não estiver ocupando o centro de nosso lar. A Igreja é a única
instituição na terra em que o cristão e sua família podem contar como ponto de
apoio espiritual e moral. Bênçãos espirituais e materiais resultam, quando a
família e a igreja cooperam entre si.
II. A Igreja e a Família
Cl 4.15 =
QUANDO ESTA EPÍSTOLA TIVER SIDO LIDA. As epístolas de Paulo eram lidas em alta
voz diante da congregação, quando esta se reunia para o culto, nas casas. Os
cristãos colossenses, tendo recebido esta epístola, provavelmente fizeram cópia
para si mesmos e também enviaram cópias aos crentes da cidade vizinha de
Laodicéia. A epístola de Paulo, que os colossenses deviam receber, vinda de
Laodicéia, era provavelmente a que chamamos de epístola aos Efésios.
1. A importância da FAMÍLIA nos planos divinos
É a partir da Família Cristã que DEUS desenvolve
sua obra na terra. Uma família bem ajustada no evangelho será sempre uma bênção
para seus vizinhos, para a sociedade e para a Igreja. Foi a partir da família
de Abraão que DEUS trouxe à terra seu filho, esta família tinha um sinal
externo de sua missão, a circuncisão. Hoje DEUS tem uma família na terra que se
identifica pelo pela circuncisão interna do ESPÍRITO SANTO e pela circuncisão
externa que é o batismo nas águas
2. A Igreja do Lar
É formada por cada membro da família, que tem
seus membros diferenciados segundo o ministério de cada um; um canta, outro
prega, outro ensina outro ora, outro toca um instrumento, outro profetisa,
enfim, o pai como líder deve distribuir as oportunidades para que cada membro
contribua para que esta Igreja no lar se desenvolva como Verdadeira Igreja,
sendo bênção para a sociedade e para a Igreja.
3. Cada Lar Cristão uma Igreja
A palavra "Lar" vem do Latim
"Lare" que significa Lareira, local de fogo e calor, assim o lar é
local da presença de DEUS que irradia amor, paz e segurança.
A consciência de que cada lar pode ser uma
Igreja pode trazer imensos benefícios tanto à Igreja como à sociedade, pois
assim a família estará sendo fortificada em DEUS pela oração e estudo da
Palavra de DEUS e ao mesmo tempo estará evangelizando seus vizinhos. Família
significa literalmente Reunião de escravos ou servos, assim a Igreja é a
reunião de servos de DEUS.
4. A FAMÍLIA no Novo Testamento: quase
sinônimo de Igreja
Era a partir das famílias que a Igreja ia
sendo formada, foi assim na casa de Lídia (At 16.15), na casa do Centurião
Cornélio (At 10.24), na casa do soldado carcereiro de Filipos (At 16.30-34), na
casa de Maria, mãe de João (onde oravam por Pedro - At 12.12), etc... Era nas
casas que se reuniam e era nas casas que oravam e buscavam o poder de DEUS para
continuarem firmes a obra de DEUS.
5. O marido ensina a esposa.
Ao
contrário do que muitos pensam a submissão da esposa ao marido não é um
conceito ultrapassado; é mandamento bíblico. Deus fez o homem e a mulher com
distinções que vão além das que podemos ver na anatomia masculina e feminina.
Quanto aos sentimentos e às estruturas psicológicas, o homem e a mulher também
diferem. Em 1 Pedro 3.7, vemos a mulher ser descrita como “vaso mais fraco”.
Deus criou o homem e a mulher, macho e fêmea (Gn 1.27), para que formassem a
família. E, dentro dessa organização, todos desempenham um papel muito
importante.
Em
Efésios 5.23, o apóstolo Paulo afirmou que a liderança da família compete ao
pai: “porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da
igreja”. Isso não significa que o líder da família esteja numa posição
privilegiada, ou que possa esbravejar ordens à esposa e aos filhos,
suscitando-lhes a ira. Contudo, ser o líder, ou a cabeça, implica responder por
todos os membros da família.
O
chefe da casa tem o dever de ensinar a Palavra de Deus à esposa: “As mulheres
estejam caladas nas igrejas, porque lhes não é permitido falar; mas estejam
sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa,
interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é indecente que as mulheres
falem na igreja” (1Co 14.34,35),
Esse
versículo de Coríntios não foi deixado à igreja para evitar que as mulheres
cooperem ensinando, mas para acentuar que a responsabilidade de seu discipulado
cabe antes ao marido que ao pastor. Em troca, a mulher deve obedecer a Cristo,
sujeitando-se à orientação do esposo. Na função de chefe do lar, o marido
ensinará também os filhos a trilhar os caminhos do Senhor e será ele próprio,
um exemplo. Os filhos devem obedecer a Jesus submetendo-se à autoridade
paterna.
O
maior serviço que um homem pode ofertar ao Senhor é o bom governo de sua casa.
Ao discorrer sobre os deveres dos bispos e dos diáconos, Paulo advertiu: “Que
governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a
modéstia (porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado
da igreja de Deus?)” (1Tm 3.4,5). Nessa mesma carta, disse o apóstolo: “Mas, se
alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé
e é pior do que o infiel” (1Tm 5.8).
6. Ensinando os filhos pelo exemplo (Dt
11.18).
O exemplo
de amor pela palavra de Deus que os pais demonstram aos filhos — falando dela
com amor, lendo-a e ouvindo-a com sede, prazer, atenção e reverência —
perdurará neles por toda a vida, estimulando-os a também amá-la e deste
modo serem igualmente abençoados. A Bíblia é a mensagem de Deus para
nós, e nos transmite o conhecimento e a sabedoria de Deus.
7. Ensinando a criança com amor (Dt 11.18).
Os termos
"coração" e "amor" são interligados e semelhantes. O
ensino dos pais à criança deve ser de coração para coração, e não simplesmente
de cabeça para cabeça, como se a Palavra de Deus fosse uma matéria secular —
português ou matemática — que aprendemos e depois esquecemos. O amor à criança
precisa ser dosado com firmeza de atitudes para que haja equilíbrio na formação
de uma personalidade cristã ideal. Psicólogos e pedagogos modernos e distanciados
da Palavra de Deus estão propagando que basta cuidar da criança com amor
e esquecer da firmeza, correção e disciplina. Eles acham que sabem
educar mais do que Deus e afirmam que a correção da criança pelos pais
prejudica o desenvolvimento da sua personalidade. A Bíblia ensina diferente
(Pv29.15,17). Amor sem disciplina é sentimentalismo; torna-se
vulnerável e fenece.
8. Ensinando pelo falar (D t 11.19).
A criança
enquanto pequenina vive em casa e nas imediações. Vemos aí o lar como a primeira
escola da criança e os pais como seus primeiros mestres. Os anos da infância
passam rápido e os pais precisam de conhecimento, sabedoria e preparo
para aproveitarem todas as oportunidades e ensinar a seus filhos o que é
necessário. A fala continua sendo o maior meio de comunicação no ensino. Os
pais devem utilizá-la bem no lar.
9. Ensinando a criança pela visão (Dt 11.20).
A escrita
é um tipo de código visual linguístico para a comunicação no ensino. Nos primórdios da Lei, a escrita era limitada. A página impressa
com sua imensa riqueza de imagem visual era desconhecida. O desenho e outras
artes similares eram raros e primitivos.
Deus
ordenou aos pais que escrevessem a lei divina primeiro em suas casas; mas
também disse: "e nas tuas portas", isto é, nos portões das cidades.
Naqueles tempos, era um local único de entrada e saída, de atos sociais e
legais, e transações comerciais. A lei divina não era somente ensinada em casa
— às crianças pelos pais — mas também em público, o que incluía os estrangeiros,
nos portões da cidade.
10. Os pais ensinando sempre aos filhos (Dt
11.19).
Noutras
palavras, ensinando em todo o tempo; aproveitando todas as oportunidades. Esta
mensagem também foi dirigida aos pais concernente aos filhos. Os pais devem
estar bem conscientes e apercebidos de que os anos da infância não voltam
mais. Lembre-se: o que for aprendido nessa fase, durará por toda a vida.
11. A
relevância do culto doméstico
O culto doméstico é relevante para a família, pois
cremos que quando realizado de forma persistente e contínua se torna um abrigo
espiritual e seguro para a família. Lares que exercitam o culto doméstico há
pouquíssimas e remotas chances de haver separação e divórcio. No lar em que
cotidianamente se lê, estuda, comenta e vive a Palavra, em que todos oram
juntos, em que se aproveita todos os momentos para falar com Deus e acerca
dEle, os membros da família se tornarão mais aptos para reconhecerem oportunidades
e armadilhas, para lidarem com revezes, tribulações, perdas e tragédias.
Crianças que crescem em um lar onde se praticam o culto doméstico serão mais
eficientes em rejeitar a mentalidade do mundo quando forem expostas à educação
formal, a outros convívios e ambientes fora de casa.
Moisés tinha consciência de que é impossível formar
um povo forte, uma nação feliz, sem que as famílias que a compõem sejam fortes,
felizes e poderosas em Deus. Para tal, o único método eficiente que ele
conhecia era o culto doméstico (Dt 6.6-9). Essa prática era bastante exercida
pelos cristãos mais antigos. Porém, atualmente, ele é tido como algo
ultrapassado, e por isso, este hábito tão abençoado tem decrescido. Calcula-se
que menos de cinco por cento dos cristãos, hoje, praticam o culto doméstico.
A consequência é que nossos filhos crescem sem
qualquer experiência da fé cristã. Se não voltarmos com urgência à pratica do
culto doméstico, nossos filhos poderão não resistir às investidas das trevas.
Portanto, não podemos ver o culto doméstico como uma opção, mas como uma
necessidade indispensável à nossa família (Dt 6.1-7).
Vale a pena sacrificar algumas horas semanais no
altar do culto doméstico. Ele é um verdadeiro investimento à família!
12. A
Educação Cristã Começa Dentro de Casa
A educação cristã é o alicerce de uma família
abençoada por Deus, quando uma família exerce princípios, ética, ordem e
guardam os ensinamentos da palavra de Deus, reflete em uma sociedade justa,
sólida e disciplinada, o que traz benefício à igreja e a própria sociedade.
Nossa casa precisa ser a igreja que congregamos, o que apresentamos na igreja é
o que vivemos no interior de nossa casa, se isso não tiver acontecendo é
necessário que façamos como a mulher da dracma perdida (Lc 15.8-9). Acender a
lamparina da nossa convicção e entendermos que algo muito valioso está perdido
e precisa ser encontrado, leva tempo de procura. É necessário abrir a janela
dos nossos olhos espirituais para que a luz do espírito possa brilhar e clarear
os cantos mais escuros no interior de nosso lar para que possamos encontrar
valores que foram perdidos e são úteis para o bem de nossa família.
III. A Família Evangelista
Sinto-me
feliz em minha igreja. Os irmãos e irmãs com quem congrego são realmente povo
de Deus. Tenho a alegria de ir com minha família a uma igreja onde as pessoas
são capazes de rir e chorar juntas. E sabe o que seria perfeito? Tê-los como
vizinhos. Imagine um bairro cheio de crentes! As crianças brincariam livres, só
haveria rostos alegres pelas ruas e cumprimentaríamos o porteiro do condomínio
com a paz do Senhor! Mas as coisas não são assim. Pelo contrário! Veja como
Paulo descreveu, em 2 Timóteo 3.1-5, as pessoas dos últimos dias:
Sabe,
porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá
homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos,
desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural,
irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os
bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos
de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes
afasta-te.
Como
seguir o conselho do apóstolo, se a nossa rotina em casa e no trabalho leva-nos
à convivência com pessoas que não servem a Deus? O que afastar-se quer
realmente dizer? A resposta está no Salmo 1: “Bem-aventurado o varão que não
anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem
se assenta na roda dos escarnecedores” (Sl 1.1).
1. A família cristã deve estar
convicta de sua missão na vizinhança:
1)
dar bom testemunho de Cristo;
2)
aproveitar as oportunidades para falar de Jesus; e
3)
demonstrar o amor de Deus socorrendo os vizinhos em suas necessidades.
Quando
os membros da família cristã compreendem que o seu papel na vizinhança não é
ser íntimo dos vizinhos, mas evangelizá-los, torna-se mais fácil manter uma
postura íntegra e contrastante ao estilo de vida mundano.
2. A família evangelista é cortês e
cumpre as regras. Ser cortês, ou afável, é seguir as
normas básicas da boa educação. É importante saber o nome dos vizinhos e, se
você mora em um condomínio, conhecer os funcionários e cumprimentá-los
diariamente.
De
que adianta a vizinhança toda ver que a família vai e volta dos cultos com a
mesma cara emburrada, e com os mesmos maus hábitos?
Quanto
ao cumprimento das normas, a família cristã deve: manter sua calçada limpa, não
colocar o lixo à frente do portão dos vizinhos, não sujar o condomínio, guardar
o silêncio nos horários estabelecidos, não piratear sinal de televisão ou de
internet, pagar as contas em dia e evitar gritos. E, por que não, ser
misericordiosa e fazer o bem aos que nos aborrecem, oferecer a outra face,
emprestar ovos ou açúcar, sem esperar em troca um pedaço de bolo (Lc 27.36)?
3. A família evangelista é seletiva
e consistente. Ninguém pode escolher os vizinhos que
tem. Mas pode, sim, escolher o relacionamento que terá com eles. A família
evangelizadora será educada, amistosa e receptiva. Mas haverá momentos em que
terá de provar a consistência de seu relacionamento com Deus dizendo não a
determinados convites, O fato de gostarmos dos nossos vizinhos não é desculpa
para participarmos de bailinhos de carnaval, de festas juninas ou de halloween.
Ao sermos convidados a esses eventos, respondamos gentilmente, em nome de toda
a família, e não inventemos desculpas para a nossa ausência: “Estamos felizes
em receber o convite. Entretanto, a nossa família serve a Jesus e não participa
dessa festa”. Ao recusar um convite desses, não devemos ser agressivos, nem
atacar a religião dos vizinhos.
A
postura seletiva e consistente da família cristã evitará a assimilação dos maus
costumes e dos valores corrompidos de seus vizinhos. Em Êxodo 23 .24,25, vemos
que esta era uma preocupação de Deus. Ele conhecia o risco que os israelitas
corriam de adotar as práticas idólatras dos povos adjacentes. Além disso, a
nossa firme decisão de não nos contaminarmos é exatamente o que os vizinhos
esperam de uma família proclamadora do evangelho.
4. A família evangelista socorre os
vizinhos e leva-os a Jesus. Admita: Os seus
vizinhos parecem tão felizes e realizados, que você já chegou a pensar que eles
não precisam de Jesus? Que engano terrível! Todos precisam ouvir as Boas-Novas
da salvação, pois todos pecaram e estão separados de Deus (Rm 3.23). Embora não
exista família perfeita, nem entre os crentes, existe uma diferença entre o lar
que serve a Cristo e aquele que não o conhece como Salvador: a presença
redentora de Jesus.
Em
Marcos 2.1,2, lemos: “E, alguns dias depois, entrou outra vez em Cafarnaum, e
soube-se que estava em casa. E logo se ajuntaram tantos, que nem ainda nos
lugares junto à porta eles cabiam; e anunciava-lhes a palavra”. Observe: a
vizinhança soube que Jesus estava em casa, e por isso ajuntou-se. Dentre
aqueles que encheram os cômodos e até o quintal, certamente havia pessoas
deprimidas, injustiçadas, com vícios, enfermas e infelizes. Em nossa vizinhança
também é assim. E além dos problemas mencionados, também há, entre os nossos
vizinhos, gente que pensa estar no caminho certo e que se sente razoavelmente
satisfeita com as respostas obtidas na religião que professa.
Seja
qual for o problema que enfrentam, ou a religião que seguem, todos precisam de
Jesus e correrão em busca dEle, tão logo saibam que Ele está em nossa casa.
Além do bom testemunho cristão, a família salva pode evangelizar de forma
intencional. Considere as sugestões a seguir e pense em outras maneiras de
falar de Jesus aos vizinhos:
a) Convide os amiguinhos de seus filhos
para o culto doméstico. Prepare uma história bíblica
atraente e adequada à idade das crianças. Apresente-lhes, de forma simples, o
plano da salvação e pergunte se desejam aceitar Jesus. Ore com a criança que se
decidir. Encerre a reunião com brincadeiras e um lanche simples.
b) Dê presentes que falem de
Cristo. Aproveite aniversários e outras datas comemorativas
para dar cartões, livros e CDs que comuniquem a mensagem da salvação. Ao
oferecer à família ao lado um pedaço de bolo, entregue junto um folheto
evangelístico.
c) Pergunte “Como vai? “.
Ao cumprimentar os vizinhos, indague: “Como vai?” A resposta a essa pergunta
corriqueira pode surpreender você e abrir-lhe uma grande oportunidade
evangelística. Escute o problema de seu vizinho e mostre-lhe que achará
descanso ao entregar a vida a Cristo.
d) Convide-os a ir à igreja.
A maioria não aceitará esse convite, e por isso você precisará repeti-lo
diversas vezes. Uma boa tática é aproveitar os cultos de Páscoa, ou natalinos.
Em vez de chamar os vizinhos para o culto, convide-os para “assistir a uma
apresentação do coral”, ou “uma peça teatral”.
III. A Igreja Vazia
Você
já entrou em uma igreja vazia? Já teve a oportunidade de percorrer a nave e a
galeria fora do horário dos cultos? Tudo fica diferente. Qualquer palavra que
você diz, por mais que tente cochichar, propaga-se pelo templo e ganha volume
graças ao eco. Os passos também podem ser ouvidos enquanto você caminha em
direção ao altar. Os bancos reservados aos pastores estão vazios. Não há
ninguém para ministrar a Palavra. A Bíblia está no púlpito, e você pode abri-la
se quiser.
Se
olhar à direita, verá os bancos do coral. Todos vazios. A acústica da igreja é
boa. Você pode arriscar um solo, mas sabe que ninguém se unirá a você para
criar uma harmonia. A esquerda estão os instrumentos. Sem os músicos, eles não
oferecem acompanhamento. Você tenta um acorde ou outro ao piano, bate de leve
nas caixas da bateria, e sai pela porta lateral. O pátio da igreja está deserto.
Não há crianças correndo, e a cantina está fechada. Subindo as escadas, você
chega a um corredor com muitas portas. São as salas de Escola Dominical.
Você
não avança porque sabe que as classes estão trancadas e as luzes, apagadas. De
volta à nave da igreja, você sente a presença de Deus. Mas você está sozinho,
sem amigos para cumprimentá-lo, sem um professor para ensiná-lo, sem um
conselheiro, sem um pastor. Você está sozinho na igreja.
Abrimos
este capítulo defendendo o conceito do lar como igreja — o lar como um lugar de
adoração, comunhão, cura e salvação. Mas é possível fazer do lar uma
congregação quando você é o único em sua casa que serve ao Senhor? Você pode
ser um chefe de família crente, mas sua esposa e filhos não o acompanham em sua
jornada cristã. Ou você é a esposa salva de um homem iníquo, ou o filho
convertido de pais incrédulos. Seja como for, a sua igreja, não a que você
frequenta, mas o seu lar, está vazia. Os bancos estão lá, esperando que os seus
familiares os ocupem. Mas enquanto isso não acontecer, você terá de assumir
todas as funções: evangelista, recepcionista, professor, pastor, conselheiro,
intercessor, cantor e, dependendo do estado em que se encontre a família, ainda
fará a limpeza do templo.
Parece
que alguns dos novos convertidos de Corinto enfrentavam uma situação
semelhante. Em 1 Coríntios 7.12-15, lemos:
Mas,
aos outros, digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher descrente, e ela
consente em habitar com ele, não a deixe.’ E se alguma mulher tem marido
descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe. Porque o marido
descrente é santificado pela mulher, e a mulher descrente é santificada pelo
marido. Doutra sorte, OS VOSSOS filhos seriam imundos; mas, agora, são santos.
Mas, se o descrente se apartar, aparte-Se; porque neste caso o irmão, ou irmã,
não está sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz.
A
sensação de estar sozinho, ou o desejo de servir melhor a Cristo, pode levar o
único convertido de uma casa a pensar que deve afastar-se da família. O
apóstolo Paulo, porém, deixa claro que essa não é a decisão sábia a tomar. O
conselho de Paulo a esses crentes concorda com Gênesis 2.24 e com’ Marcos
10.2-12, onde Jesus afirma que “qualquer que deixar a sua mulher e casar com
outra adultera contra ela. E, se a mulher deixar a seu marido e casar com
outro, adultera” (Mc 10.12).
1. Instruções ao esposo salvo.
O marido convertido, ou a esposa crente, não deve repudiar os laços matrimonias
que estabeleceu antes de aceitar Cristo. Contudo, pode se alegrar em saber que
a sua presença santifica o cônjuge e coloca os filhos sob a bênção de Deus. O
marido crente deve amar a esposa conforme instrui a Bíblia:
Vós,
maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se
entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela
palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga,
nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim devem os maridos amar a
sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si
mesmo. Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e
sustenta, como também o Senhor à igreja; porque somos membros do seu corpo.
Por
isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois
numa carne. Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da
igreja. Assim também vós, cada um em particular ame a sua própria mulher como a
si mesmo, e a mulher reverencie o marido. (Ef 5.25-33)
2. Instruções à esposa salva.
A esposa crente deve respeitar o marido e edificar o lar:
Vós,
mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor; porque o marido é a
cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o
salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo,
assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido. (Ef 5.22-24)
Toda
mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola derriba-a com as suas mãos, (Pv
14.1)
Além
disso, deve zelar por sua conduta, ciente de que o bom comportamento faz-se
mais eloquente que as palavras:
“Semelhantemente,
vós, mulheres, sede sujeitas ao vosso próprio marido, para que também, se algum
não obedece à palavra, pelo procedimento de sua mulher seja ganho sem palavra,
considerando a vossa vida casta, em temor.” (1Pe 3.1,2)
3. Instruções ao filho salvo,
O filho convertido pode ganhar os pais para Cristo honrando-os e portando-se
com sabedoria, O fato de não haverem aceitado Jesus não dá ao filho o direito
de desobedecer-lhes. A autoridade que os pais exercem sobre os filhos foi
estabelecida por Deus. A quebra desse princípio é pecado e descumpre um dos
mandamentos: “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias
na terra que o Senhor, teu Deus, te dá” (Êx 20.12).
4. Exemplos bíblicos da eficácia da
evangelização doméstica. Diante da salvação de nossos
familiares e vizinhos, não podemos agir com displicência, Se nos aplicarmos à
evangelização doméstica, colheremos excelentes frutos, como mostram os
seguintes exemplos bíblicos:
a) O endemoninhado de Gadara.
Jesus Cristo, o missionário por excelência, não restringiu o seu ministério às
multidões. Em Gadara, preferiu investir na salvação de um homem, pois sabia que
os habitantes daquela região, majoritariamente pagãos, não formariam um grande
número para ouvi-lo ensinar, nem se disporiam a segui-lo na esperança de ver
milagres.
A
estratégia de Jesus para ganhar Gadara foi salvar “um homem com espírito
imundo, o qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o
podia alguém prender” (Mc 5.2,3).
Ao
experimentar a salvação e ao ver-se liberto daqueles demônios, o homem,
revigorado e exultante, quis acompanhar Jesus, segui-lo por onde fosse. Tenho
certeza de que, se Cristo lhe pedisse, ele percorreria as terras já descobertas
para partilhar a transformação operada pelo evangelho. “Jesus, porém, não lhe
permitiu, mas disse-lhe: Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão
grandes coisas o Senhor te fez e como teve misericórdia de ti” (v. 19).
b) A serva de Naamã.
A salvação que alcança toda a casa graças a um crente também é observável no
Antigo Testamento. Naamã, general do exército do rei da Síria, era um homem
valente, mas leproso (2Rs 5.1). Em sua casa, vivia uma menina cujo nome não
sabemos. Ela fora levada do território de Israel pelo exército sírio, e fora
feita serva da esposa de Naamã.
Conforme
o tempo passou, a menina pôde observar a rotina da família, os modos de sua ama
e a forma pela qual cultuava tantos deuses. Que contraste entre a família de
Naamã e essa pequena serva! Como deveria ser chocante, para ela, presenciar a
idolatria dentro das paredes que a abrigavam. Mas a menina era serva, e era
obediente também.
Um
dia, a jovem ousou falar. Ela não foi insolente, não quebrou os idolos de sua
ama, nem lhe insultou a fé. Sabendo que Naamã era leproso, “disse esta à sua
senhora: Tomara que o meu senhor estivesse diante do profeta que está em
Samaria; ele o restauraria da sua lepra” (2Rs 5.3).
Sendo
o único membro da igreja em seu lar, talvez você seja obrigado a ver os seus
queridos adorando outros deuses, ou até tenha de suportar comentários e
escárnios. Contudo, a história da serva de Naamã ensina que a postura honrosa e
obediente é que produzirá cura e salvação. Na hora certa, a menina soube
apresentar à ama asolução que, embora parecesse simples demais, por fim levou
Naamã a reconhecer: “Eis que tenho conhecido que em toda a terra não há Deus,
senão em Israel” (v. 15).
Conclusão
Diante da constatação de que a família está
intimamente atrelada à Igreja e sua obra de evangelização do mundo, devemos nos
despertarmos com urgência para esta tão importante tarefa, a de trabalharmos
com a educação e aconselhamento de cada família que compõe nossa congregação;
fazendo assim teremos uma Igreja vitoriosa, Igreja que não recua ante as
dificuldades, mas que marcha sobre o inimigo e o derrota nas batalhas do dia a
dia. A família unida jamais será vencida!
A
evangelização doméstica, ou a pregação do evangelho no lar, ocorre quando a
rotina familiar é impregnada pela mensagem da salvação, fazendo com que o lar
espelhe o que é ser salvo pela fé em Jesus. Em uma casa onde Cristo é o centro,
existe alegria, cura, perdão, salvação e comunhão O bom testemunho também
caracteriza a família que serve a Deus.
O
evangelismo doméstico ocorre mesmo quando apenas um familiar é salvo. Através
de seu viver controlado pelo Espírito, os demais moradores da casa têm a
oportunidade de ver o que é servir a Jesus e de conhecer o caminho da salvação.
Evangelista
Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém – Setor I - Bairro Ouro Verde
-Dourados – MS
Bibliografia
Lições
Jovem e Adulto 3º. Trimestre 2013
Lições
Jovem e Adulto 1º. Trimestre 2016
Livro
O Desafio da Evangelização = Claudionor de Andrade = 1º. Edição
LIMA, ElinaldoRenovato de. Ética Cristã:
Confrontando as Questões Morais do Nosso Tempo. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2002.
SOUZA, Estevam Ângelo. ...e fez DEUS a família: O
padrão divino para um lar feliz. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
HUGHES, Barbara; Kent. Disciplinas da Família
Cristã. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
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