A Evangelização das Pessoas com
Deficiência
Texto
Áureo = "[...] Sai depressa pelas ruas e bairros da
cidade e traze aqui os pobres, e os aleijados, e os mancos, e os cegos."
(Lc 14.21)
Verdade
Prática = A evangelização que não inclui as pessoas com deficiência
é incompleta e não expressa plenamente o amor de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = João
5.1-9
INTRODUÇÃO
Para
Jesus, os deficientes eram oportunidades através dos quais o poder de Deus
podia ser revelado. A Bíblia diz em João 9:2-3 “Perguntaram-lhe os seus
discípulos: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?
Respondeu Jesus: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para que nele se
manifestem as obras de Deus.”
As nossas limitações são temporárias. A Bíblia diz em 1 Coríntios 15:53 “Porque é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade.” Os deficientes serão curados. A Bíblia diz em Isaías 35:5-6 “Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se desimpedirão. Então o coxo saltará como o cervo, e a língua do mudo cantará de alegria; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo.”
As nossas limitações são temporárias. A Bíblia diz em 1 Coríntios 15:53 “Porque é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade.” Os deficientes serão curados. A Bíblia diz em Isaías 35:5-6 “Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se desimpedirão. Então o coxo saltará como o cervo, e a língua do mudo cantará de alegria; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo.”
Mc 16:15-16 - A vontade
de Deus é que todos sejam salvos
At 10:1-22 - Um Deus
que quebra barreiras e preconceitos
At 10:23- 48 - Deus não
faz acepção de pessoas, mas faz o bem
2Sm 9:1-13 - O amor faz
superar preconceitos e gera bondade
João 9:1-12 - Para que
se manifestem nele as obras de Deus
1:13 a 2:13 - Deus é
Senhor nas alegrias e nas tragédias.
Quando o Amor é Maior Que o
Preconceito
Em 2 Sm 9:1-13 há uma
bela história de amor que vence o preconceito e as tradições e costumes que
discriminam e excluem as pessoas. No texto, o rei Davi fica sabendo através de
Ziba, um ex-servo do falecido Rei Saul, que um filho de Jônatas e neto de Saul
estava vivo e vivia de favor na casa do rico proprietário Maquir. Mefibosete,
devido a um acidente em sua infância (2 Sm 4:4) tornara-se um portador de
deficiência física em ambos os pés. Davi se lembra da promessa de bondade para
com os descendentes de seu grande amigo Jônatas (1Sm 20:14-17) e manda buscar
Mefibosete. Mefibosete compara-se a um cão morto, indigno da atenção e bondade
de Davi, mas o rei Davi o coloca sob sua proteção e como parte de sua família,
pois comia sempre à mesa do rei como um filho (2 Sm 9:11 e 13).
Davi restitui a
Mefibosete todas as propriedades que haviam pertencido a Saul e ordena a Ziba
que passe a trabalhar para Mefibosete, administrando as propriedades e os que
trabalhavam nelas para que não falte o sustento e o conforto a Mefibosete e à
sua família.
Numa época e num lugar
em que a sociedade e a religião (inclusive o judaísmo) afirmavam que a pessoa
portadora de deficiência era alguém que tinha uma maldição colocada por Deus, e
que precisava viver isolada para não contaminar o povo de Deus, Davi prefere,
por amor, ouvir a voz do seu coração para exercitar a bondade e a justiça.
Podia acomodar-se aos valores e preconceitos de seu tempo e não fazer nada.
A deficiência não é da
vontade de Deus, não é um castigo de Deus e não tem um sentido em si mesma. Se
a deficiência tem algum sentido, é a sua superação. E a mais fantástica
superação é quando as pessoas portadoras de deficiência são incluídas na vida
social, tratadas com respeito e, como pessoas, sentindo-se vivas e companheiras
e achando que isso é bom e vale a pena. Com e apesar das deficiências.
O amor sempre rompe
barreiras. O amor sempre faz diferença.
Pra início de conversa.
a)
Há poder em nossas palavras, tanto para abençoar e apaziguar quando para ferir
e criar ódio. Qual deve ser a sensação de uma pessoa
portadora de deficiência ser chamada de louca, aleijada, defeituosa ou
deficiente?
b)
Na prática do dia a dia, como nossa Igreja tem tratado as pessoas portadoras de
deficiência? Há pessoas portadoras de deficiência em
nossa igreja local? Elas se sentem acolhidas, entrosadas e participantes ativas
da igreja?
PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA
SÃO PESSOAS
Os portadores de
deficiência física, motora, mental ou múltipla (portadoras de duas ou mais
deficiências) têm sido um grupo de pessoas que a sociedade teimava em não
enxergar, mantendo-as devidamente “guardadas” (protegidas e escondidas) em
casa. Hoje, graças a Deus, essa história está mudando: os portadores de
deficiência estão se organizando para exigir cidadania, que começa pelos
direitos constitucionais básicos de qualquer brasileiro: educação, saúde,
trabalho, lazer e o direito à mobilidade, ou seja, que ruas, calçadas,
elevadores, banheiros, transporte coletivo, táxi, escolas, acesso a prédios,
etc, sejam adequados a eles. Muito particularmente aos portadores de
deficiência física.
Há também uma
sensibilização de organizações e da sociedade em favor dos portadores de
deficiência, afinal com o número significante de portadores de deficiência em
nosso país, naturalmente somos família, parentes e amigos de algum deles.
A Organização Mundial
da Saúde (OMS) estima a existência do seguinte quadro no Brasil: 5% da
população são portadores de deficiência mental; 2% são portadores de
deficiência física; 2% são portadores de deficiência auditiva; 1% são
portadores de deficiência visual; e 1% são portadores de deficiência múltipla.
Além do mais, o país
está descobrindo que as pessoas portadoras de deficiência são consumidoras como
as demais e o mercado está atrás desse grupo especial de consumidores,
adequando-se às necessidades especiais que eles têm. O país está descobrindo
que sai mais barato aos “cofres públicos” inserir com leis e incentivos fiscais
os portadores de deficiência do que sustentá-los com pensões da previdência
social.
Ou seja, estamos
descobrindo que os portadores de deficiência, antes de serem deficientes, são
pessoas, com sonhos e medos, qualidades e pecados, e igualmente vocacionadas
para a vida em sociedade e para a salvação em Jesus Cristo.
DEUS QUER QUE TODOS SEJAM SALVOS
O Evangelho não conhece
fronteiras. Saiu da Palestina e do judaísmo para alcançar os samaritanos e os
gentios, incluindo sucessiva e crescentemente mulheres, crianças, os escravos,
os pobres, negros, índios e os povos dos "confins da terra".
Mas um grupo em
especial não recebeu e nem tem recebido a atenção necessária por parte da
Igreja: os portadores de deficiência. Ainda são poucas as igrejas que têm se
despertado para acolher, evangelizar, ensinar e tornar as pessoas portadoras de
deficiência participantes ativas dos cultos, das classes da Escola Dominical,
dos ministérios e outras programações. Diante da história de descaso com os
portadores de deficiência e dos muitos desafios missionários, poucas igrejas se
deram conta da necessidade de facilitar o acesso de pessoas cadeirantes (que se
locomovem em cadeiras de roda). Certamente há outras igrejas alargando o seu horizonte,
mas ainda são bem poucas.
Deus quer que essas
pessoas sejam alcançadas pelo Evangelho, que sejam salvas e batizadas, que
façam parte da família da fé e sejam capacitadas a serem testemunhas do amor de
Deus. Mas como crerão se não conseguirmos lhes transmitir o Evangelho? Como
farão parte da família se os acessos ao nosso lugar de culto e reunião lhes
impede de entrar? Como permanecerão na igreja se não temos nos educado para
acolhê-las, integrá-las e torná-las parte ativa e produtiva da comunidade de
fé? A nossa “casa” (nosso espaço físico, nosso grupo) deve estar adequada às
necessidades especiais dos portadores de deficiência para que eles se sintam
bem, para que eles se sintam parte do povo de Deus.
Ir missionariamente ao
encontro das pessoas portadoras de deficiência física, evangelizá-las e adequar
nossas instalações físicas e programas para atendê-las e discipulá-las não é um
favor para atender a um suposto "modismo" da inclusão social e nem
uma concessão pura e simplesmente a um grupo que exige atenção especial da
igreja. Atender carinhosa, solidariamente, criteriosa e estruturalmente aos
portadores de deficiência é missão. Jesus veio para salvar a todas as pessoas,
inclusive as portadoras de deficiência.
Devemos começar
imediatamente a nos preparar para evangelizar, acolher e discipular as pessoas
portadoras de deficiência. Mesmo que em nossa Igreja não exista nenhuma pessoa
portadora de deficiência, temos de sinalizar para a comunidade externa (para o
bairro, para o mundo!) que essas pessoas são bem-vindas em nossa Igreja.
Ao construir,
planejemos os acessos para todos. Inclusive salas de Escola Dominical no térreo
ou elevadores e rampas para as salas noutros pavimentos. As pessoas portadoras
de deficiência não podem ir aonde não conseguem entrar, não conseguem
permanecer num lugar se não são percebidas e incluídas no grupo e na
programação. Imaginemos uma pessoa surda participando de um de nossos cultos
sem que haja o cuidado da igreja para ela possa perceber o que se passa e o que
é cantado e pregado. Imaginemos uma pessoa cadeirante em nossa igreja que tenha
necessidade de usar o banheiro. Se não houver instalações físicas adequadas e a
atenção amorosa e solidária da igreja, melhor pra ela ficar em casa. Já é um
desafio chegar à Igreja (sobretudo se tiver de pegar transporte público!),
imagine chegar lá e não valer a pena, não ouvir, nem ver, nem locomover-se até
salas ou outras dependências, nem aprender nada. É ultrajante!!!
Se em nossa Igreja
houver uma ou duas pessoas portadoras de deficiência, vamos nos aproximar
dela(s) e buscar atendê-la(s) para que ela(s) se sinta(m) não como “um peixe
fora da água”, mas como um irmão ou irmã, parte do corpo que é enxergado,
cuidado, incluído, alimentado e capacitado para ser discípulo(a) de Jesus. Se
nos abrirmos para fazer missão junto às pessoas portadoras de deficiência e
lado a lado com elas, uma pessoa portadora de deficiência bem atendida contará
para outras, e, o Senhor nos abençoará acrescentando a nós os que vão sendo
salvos. Precisamos deixar que o Espírito Santo tire as escamas de nossos olhos
que nos impedem de enxergarmos as pessoas portadoras de deficiência.
Devemos nos lembrar que
o Plano para Vida e Missão da Igreja nos afirma que “a evangelização, como
parte da Missão, é encarnar o amor divino nas formas mais diversas da realidade
humana, para que Jesus Cristo seja confessado como Senhor, Salvador, Libertador
e Reconciliador. A evangelização sinaliza e comunica o amor de Deus na vida humana
e na sociedade pela adoração, proclamação, testemunho e serviço”. Ou seja,
devemos falar do grande amor de Deus às pessoas portadoras de deficiência, e se
necessário, usar palavras. As pessoas, de fato, só conhecem a Deus através do
amor. Por isso o serviço de inclusão e promoção das pessoas portadoras de
deficiência é um serviço maravilhoso de evangelização.
Deus quer que todos
sejam salvos. A Igreja tem a competência de ir missionariamente ao encontro de
todas as pessoas.
Como Conhecer os Desafios das
Pessoas Portadoras de Deficiência
Precisamos ler e
pesquisar. Precisamos ver, mas sobretudo precisamos ouvir e aprender. Há muitos
livros publicados e tem sido diversa a publicação de reportagens e entrevistas
em jornais e revistas, bem como a exibição em programas na televisão.
Precisamos criar na
igreja uma agenda para tratarmos desse assunto. Seja na Escola Dominical, nas
reuniões de ministério, palestras pelos ministérios da Ação Social e Ação
Docente e Evangelização, etc... Que a igreja seja um fórum abençoado para
discutir e promover o acesso físico às facilidades públicas, direito à vida e à
não discriminação das pessoas com deficiência, liberdade de ação, respeito às
pessoas portadoras de deficiência, igualdade dos direitos, respeito, cidadania,
vida independente e inclusão na comunidade.
Visitar e conversar com
pessoas portadoras de deficiência e suas famílias também é muito importante.
Uma boa e franca conversa tem muito a nos ensinar como igreja e como cristãos.
É boa a visita a projetos de igrejas ou Ongs que promovem a inclusão das
pessoas portadoras de deficiência. Quando a gente aprende a gente se torna uma
pessoa de visão mais ampla. Uma pessoa melhor, mais esclarecida e mais
solidária.
Tânia Maria Silva de
Almeida, coordenadora da Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência (CORDE), da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos
do Ministério da Justiça, numa entrevista respondeu a algumas perguntas, das
quais destacamos duas:
“O que as famílias
podem fazer para ensinar a sociedade a se livrar do preconceito contra a pessoa
portadora de deficiência?Tânia – Como formadora do cidadão, a família é o
núcleo da sociedade. Em nosso país é o núcleo da sociedade. Em nosso país as
famílias de portadores de deficiência se organizaram em cerca de 2.500
associações, referentes às diversas áreas da deficiência, que desenvolvem ações
que vão desde o atendimento direto até a conscientização da comunidade sobre as
potencialidades das pessoas portadoras de deficiência.
Com os avanços das
políticas públicas, este segmento social tem se inserido, progressivamente, nos
programas comuns aos demais cidadãos, principalmente nas escolas. E esperamos
que o preconceito existente, provavelmente por desconhecimento das pessoas que
não convivem com esse grupo social, se reduza, permitindo que a inclusão das
pessoas portadoras de deficiência na sociedade se torne uma realidade.
O que a sociedade civil pode fazer
para ajudar essas famílias?
Portar uma deficiência
independe de raça, sexo, nível sócio-econômico e cultural. Uma vez instalada no
indivíduo, ela passa a fazer parte da sua condição. A sociedade civil pode
incluir os portadores de deficiência em seus programas, apoiar os serviços já
existentes, promover ações de voluntariado, campanhas, etc. E principalmente
deve amadurecer e derrotar o preconceito.
COMO LIDAR COM AS PESSOAS
PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA
• Não se acanhe em
fazer perguntas relacionadas às deficiências, pois a maioria das Portadoras de
Deficiências não se incomodam em respondê-las; porém, se você não for muito
próximo da pessoa, evite fazer perguntas íntimas;
• Dirija-se sempre ao
portador de deficiência, mesmo que ao seu lado esteja um intérprete;
• Ofereça apoio sempre
que verificar alguma necessidade, aguarde para que seja aceito e pergunte como
você poderá ajudar;
• Não se ofenda com a
recusa do auxílio oferecido. Nem sempre ele é necessário;
• Se um portador de
deficiência lhe pedir algum tipo de ajuda e você não se sentir preparado para
tal, sinta-se à vontade para recusar. Nessa situação, procure alguém que possa
fazê-lo.
PARA
PENSAR
O que podemos fazer
concretamente para que a nossa Igreja seja um lugar acolhedor para as pessoas
portadoras de deficiência? Vamos nos dividir em grupos. Cada grupo pode propor
um ou dois serviços de acolhimento e evangelização das pessoas portadoras de
deficiência. Vamos depois conversar com o pastor(a) da nossa Igreja para
viabilizar as melhores propostas.
Essa é
uma dúvida que muitos tem pois é uma questão que deve ser vista e discutida com
cautela e muito,mas muito cuidado.Nesse topico,falarei sobre a salvação dos
doentes mentais que não são responsáveis pelos seus atos.Uma pergunta em um
outro blog me motivou a escrever e a dar a minha opinião sobre o assunto.Veja
Deus quer que todos sejam salvos!
Que quer que todos os homens se
salvem, e venham ao conhecimento da verdade. (1Timóteo 2:4)
Deficiêntes mentais são salvos?
É uma questão bem delicada.A
princípio podemos até pensar que não tem jeito e que quem é deficiente mental
não tem salvação em Cristo Jesus.Porém se analisarmos bem,veremos que a
salvação é para todos,Jesus Cristo morreu por todos nós naquela cruz.Então,um
doente mental também tem o direito a salvação.
Apesar de ele não ser responsável por suas ações,ele poderá ser salvo,pois é como se fosse uma criança/um bebê que não tem controle sobre as suas ações e não está ciente do que faz.Ele é como uma criança,é inocente,e portanto,penso eu (pois não cabe a mim julgar a quem é lícito entrar no reino dos céus ou não) Que assim como uma criança,essa pessoa entraria no reino de Deus, pois não há maldade em suas ações.
Muitos podem pensar de outra forma,porém expressei minha opinião sobre o assunto,agora eu preciso da opinião de todos,pois,só assim podemos chegar a uma conclusão e tentar esclarecer ao máximo sobre o assunto.
Apesar de ele não ser responsável por suas ações,ele poderá ser salvo,pois é como se fosse uma criança/um bebê que não tem controle sobre as suas ações e não está ciente do que faz.Ele é como uma criança,é inocente,e portanto,penso eu (pois não cabe a mim julgar a quem é lícito entrar no reino dos céus ou não) Que assim como uma criança,essa pessoa entraria no reino de Deus, pois não há maldade em suas ações.
Muitos podem pensar de outra forma,porém expressei minha opinião sobre o assunto,agora eu preciso da opinião de todos,pois,só assim podemos chegar a uma conclusão e tentar esclarecer ao máximo sobre o assunto.
JESUS E O
PODER DO EVANGELHO DE DEUS
Para Jesus, os deficientes eram oportunidades através dos quais o poder de Deus podia ser revelado. A Bíblia diz em João 9:2-3 “Perguntaram-lhe os seus discípulos: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para que nele se manifestem as obras de Deus.”
As nossas limitações são temporárias. A Bíblia diz em 1 Coríntios 15:53 “Porque é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade.”
Para Jesus, os deficientes eram oportunidades através dos quais o poder de Deus podia ser revelado. A Bíblia diz em João 9:2-3 “Perguntaram-lhe os seus discípulos: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para que nele se manifestem as obras de Deus.”
As nossas limitações são temporárias. A Bíblia diz em 1 Coríntios 15:53 “Porque é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade.”
Os deficientes serão curados. A Bíblia diz em Isaías 35:5-6 “Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se desimpedirão. Então o coxo saltará como o cervo, e a língua do mudo cantará de alegria; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo.”
CONCLUINDO
A evangelização e os
serviços de ação social, sociabilidade, educação cristã e discipulado, entre
outros, devem ser planejados e executados de modo que estejam interessados,
atentos e preparados para atender também as pessoas portadoras de deficiência
física.
Mas se em último caso,
a igreja não conseguir criar mecanismos e serviços para a participação plena
das pessoas portadoras de deficiência, que ao menos elas se sintam muito amadas
pelo povo da igreja. Queremos que a Igreja seja o melhor lugar e a melhor
companhia para as pessoas portadoras de deficiência. A Igreja tem de ser um
pedacinho do Céu na terra.
Devemos nos lembrar
que, independente das necessidades — especiais ou não — cada pessoa é um ser
humano, com virtudes, qualidades, pecados, contradições, com sua própria
personalidade e jeito de ser, com sonhos, anseios, desejos. São também filhos e
filhas de Deus, aos quais Deus quer salvar. E, como acontece com qualquer
pessoa, todos nós gostamos de respeito, educação e cortesia.
Assim sendo, seja com
quem for que estivermos tratando, independente da condição física, classe
social ou qualquer outro fator, há uma regra de ouro que faz a nossa vida e a
vida dos demais sempre melhor. Esta regra é: “Sê tu uma bênção!” (Gn 12:2).
UMA
PALAVRA AOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA:
Deus amou também os
portadores de deficiência de tal maneira que deu seu filho Unigênito para que
todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Confie em Deus. Busque
força, capacitação e superação em Deus. Todas os mandamentos de Deus são também
para as pessoas portadoras de deficiência. Todas as promessas de Deus são
também para as pessoas portadoras de deficiência física, inclusive as
bem-aventuras de Mt 5:1-12, a promessa do Espírito Santo de At 1:8; da salvação
pela graça de Deus de Ef 2:8-9 e também a herança do Reino: "Vinde
benditos do meu pai para o Reino que vos está preparado desde a fundação do
mundo" (cf. Mt 25:34).
BIBLIOGRAFIA
=MULLER, Iara -
Encarando a deficiência - Editora Sinodal - 1989 - pág. 49.
=Há ainda alguns sites
(endereços eletrônicos) que podem ser acessados na internet, entre os quais:
=http://www.cedipod.org.br
- Centro de Documentação e Informação do Portador de Deficiência
=
http://www.entreamigos.com.br - Entre Amigos - Rede de Informações sobre
Deficiência
=http://www.pgt.mpt.gov.br/deficiente/legislacao/index.html
- Página do Ministério do trabalho com a Legislação relacionada a pessoa
portadora de deficiência
=http://www.mpdft.gov.br/Orgaos/PromoJ/prodide/prodide.htm
- Promotoria de Justiça de Defesa do Idoso e do Portador de Deficiência.
A Evangelização das Pessoas com
Deficiência
Texto
Áureo = "[...] Sai depressa pelas ruas e bairros da
cidade e traze aqui os pobres, e os aleijados, e os mancos, e os cegos." (Lc 14.21)
Verdade
Prática = A evangelização que não inclui as pessoas com deficiência
é incompleta e não expressa plenamente o amor de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = João
5.1-9
Introdução
Isaías descreve uma
época em que “se abrirão os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos
surdos; os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará” (Is
35.5,6, ARA). O profeta, ao realçar o amor inclusivo de Deus, mostra que nem
mesmo as pessoas com deficiência mental terão dificuldades em atinar com o
caminho divino: “E ali haverá bom caminho, caminho que se chamará o Caminho
Santo; o imundo não passará por ele, pois será somente para o seu povo; quem
quer que por ele caminhe não errará, nem mesmo o Ióuco” (Is 35.8, ARA).
Ainda que a visão do
profeta seja sobre o Milênio, a cura e o refrigério físico, mental e espiritual
podem ser experimentados, hoje, por todo aquele que vem a Cristo. A profecia
revela o interesse de Deus por todas as pessoas, inclusive pelas que trazem
deficiências e limitações.
O amor de Deus é
inclusivo. Ele não admite que ninguém fique de fora, mas “quer que todos os
homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2.4). A
evangelização que não inclui as pessoas com deficiência é incompleta e não
expressa plenamente o amor de Deus.
Neste capítulo, fui
buscar a assessoria de minha filha, a professora Karen Bandeira, que estudou
com carinho a educação inclusiva, a fim de adaptá-la à evangelização das
pessoas com deficiência.
1.
Pessoas com Deficiências também Carecem da Salvação
A inclusão de pessoas
com deficiência não deve ser vista apenas como política pública, mas como a
maior expressão do amor de Deus. Porque o Pai Celeste, amando-nos como nos ama,
enviou o seu Filho ao mundo, para que todos viéssemos experimentar a salvação
em sua plenitude. Iniciaremos este tópico, buscando uma definição que descreva
corretamente a pessoa com deficiência.
1.
Definição. Pessoa com deficiência é a que se acha privada quer
de seus sentidos, quer de seus movimentos, ou do pleno uso de suas faculdades
mentais. Nessa definição acham-se os cegos, mudos, surdos, paraplégicos e
tetraplégicos, os autistas e os que têm a síndrome de 1 Down. Deveríamos
incluir, também, os que se encontram acometidos pela doença de Alzheimer.
Aliás, com o envelhecimento da população, cresce o número de idosos que, mais
cedo ou mais tarde, poderão apresentar algum tipo de deficiência. Por isso,
estejamos atentos aos anciãos, entre os quais faremos preciosas colheitas para
a Seara do Mestre.
Segundo a Organização
Mundial de Saúde. “deficiência é o termo usado para definir a ausência ou a
disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica”.
2.
Nem inaptos nem desculpáveis. No que tange à
salvação das pessoas com deficiências, ou limitações, há pelo menos dois
posicionamentos errados. O primeiro é o que não as contempla como alvo do
evangelho e aptas a servirem a Deus. Simplesmente não se ocupa delas e não as
incluem nos projetos evangelísticos. O segundo é o que as vê como desculpáveis
e já santificadas pelo sofrimento.
No passado, certos
enfermos suscitavam compaixão e chegavam a ser chamados de “santinhos”. E, para
reverenciá-los, algumas pessoas tocavam- nos como se deles pudessem receber
alguma virtude. Enganosamente, muitos veem como não condenáveis os indivíduos
com deficiências, ou limitações, como se a entrada no céu lhes fosse franqueada
em compensação das dificuldades enfrentadas na vida terrena.
Mas a Palavra de Deus é
clara: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23).
Com ou sem deficiências, todos nascemos pecadores e estamos “debaixo do pecado,
como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda;
não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se fizeram
inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só” (Rm 3.10-12). Infelizmente,
achar que os indivíduos mental ou fisicamente limitados não carregam, em si, a
natureza de Adão é mais cômodo, porque libera a igreja da tarefa de
evangelizá-los e integrá-los espiritual e socialmente ao corpo de Cristo.
Eis, portanto, um
desafio que enfrentaremos com amor e prontidão. Sei que a tarefa não é fácil,
pois a evangelização das pessoas com deficiência requer esforços concentrados e
específicos. No entanto, temos de falar de Cristo aos que não ouvem, mostrar as
belezas da vida cristã aos que não veem, apontar o caminho da salvação aos que
não conseguem andar e discorrer sobre a razão da nossa fé aos que não logram
pensar com clareza. Esta é a nossa missão: tomar o evangelho acessível a todos,
inclusive aos que trazem alguma deficiência. Ajamos, pois, como seus olhos,
ouvidos, boca e pernas, pois assim agiu o Senhor Jesus em seu ministério
terreno.
3.
Carentes e ao alcance da graça. A verdade é que todos
precisam ser alcançados pelas Boas-Novas: os que enxergam bem, os que veem
pouco e os que nada veem; os que escutam e falam, os que não ouvem nem falam;
os que aprendem rápido e os que precisam de mais tempo para aprender; os que
caminham com as próprias pernas e os que usam cadeiras de rodas, próteses ou
muletas; os autistas, aqueles com síndrome de Down, com dislexia, com Transtorno
de Déficit de Atenção e Hiperatividade, com paralisia cerebral, epilepsia... “Todos
devem ser conscientizados de sua situação perante Deus, por causa do pecado, e
saber que podem ser ‘justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção
que há em Cristo Jesus” (Rm 3.24).
Nesse sentido, cabe-nos
uma reflexão. Se o governo, com suas políticas ineficazes e, às vezes,
fundamentadas em ideologias contrárias ao cristianismo, busca integrar as
pessoas com deficiência à sociedade, por que deixaríamos nós, a Igreja de
Cristo, de cumprir nossa obrigação?
Além do mais, o Senhor
Jesus adverte-nos seriamente a respeito de nossa inércia evangelística: “Porque
vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e
fariseus, jamais entrareis no reino dos céus” (Mt 5.20, ARA). O que isso
significa? Antes de tudo, que devemos fazer um trabalho de comprovada
excelência; um trabalho que venha a exceder, em muito, ao que o Estado diz
realizar.
II.
A Tarefa da Igreja
A tarefa de trazer os
deficientes a Jesus cabe a mim e a você. Por meio de uma didática apropriada,
podemos incluir os deficientes no Plano da Salvação, ensinando-lhes a Palavra
de Deus. Somente assim, poderão eles vir a superar todos os seus limites espirituais,
emocionais e sociais.
1.
A singularidade e a preciosidade de cada indivíduo.
A triste verdade é que as igrejas dão-se por satisfeitas em poder atender a
maioria das pessoas, quando Jesus quer que todas sejam incluídas. Ele não veio
para a maioria, mas para “toda a criatura”, para “todo aquele que nele crê” e
para “todo aquele que invocar o nome do Senhor” (Mc 16.15; J0 3.16; Rm 10.13).
Mas “como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem
pregue?” (Rm 10.14). Ainda que em nossa comunidade haja apenas uma única pessoa
que demande atenção especial, é bíblico que façamos o necessário para acolhê-la
e discipulá-la.
Nas parábolas de Lucas
15, ao mostrar a preocupação do pastor por uma única ovelha desgarrada, o
desvelo da mulher por uma única moeda perdida e a solicitude do pai por um
filho distante, o Senhor destacou a unicidade e a preciosidade de cada
indivíduo ao coração de Deus. A Igreja deve ter essa mesma visão e não se
contentar enquanto lá fora houver uma alma perdida. E se essa alma for alguém
com uma deficiência que demande investimento humano e financeiro, a Igreja não
deverá encolher-se no pensamento mesquinho de que só valeria a pena se fosse um
grupo inteiro.
Alguém, ao discorrer
sobre a graça divina, afirmou que, se todas as pessoas do mundo fossem justas,
com exceção de apenas uma, Jesus Cristo ainda assim desceria do céu, para
morrer por essa única pessoa. Porque Deus não nos ama apenas coletivamente. Ele
nos ama também individual e particularmente. Portanto, ninguém ficará de fora
de nossas atividades evangelísticas, principalmente os que não podem ver,
ouvir, falar, locomover-se ou atinar com a razão.
2.
Tempo determinado e paciência. Um dos argumentos
daqueles que são contrários à inclusão de pessoas com deficiência,
principalmente nas escolas, é que a presença delas retardaria o aprendizado das
outras. No entanto, a experiência tem mostrado que, quando se procura fazer a
inclusão, todos aprendem, cada um dentro do seu tempo, e conforme a sua
capacidade.
Mesmo numa classe de
Escola Dominical, frequentada por alunos sem qualquer deficiência, nem todos
conseguirão memorizar o nome das doze tribos de Israel, ou dizer com perfeição
a sequência dos livros da Bíblia. Alguns adultos nem conseguirão discorrer
acerca dos atributos de Deus. No entanto, todos poderão vir a crer, se bem
evangelízados e discipulados, que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Infere-se,
pois, que o evangelho exige e comporta a inclusão de todos, pois o Espírito
Santo trabalha, em cada coração, as verdades que nos conduzem à salvação.
Na igreja, acolher e
incluir pessoas com deficiência não significa criar um espaço separado para
que, ali, elas aprendam a Bíblia. Assim como todas as ovelhas ficam dentro do
aprisco para serem cuidadas pelo pastor, a pessoa com deficiência deverá ser
ensinada junto aos demais crentes e, juntamente com eles, tomar parte no culto
de adoração. A inclusão de pessoas com deficiência faz parte da comunhão
perfeita entre os membros do corpo de Cristo.
III.
Mudar para Receber
Para ser inclusiva, a
igreja deve: a) possibilitar o acesso de pessoas com deficiência ao templo e
facilitar o trânsito por suas dependências, como salas de Escola Dominical,
banheiros e cantina; e b) apresentar a mensagem evangelística levando em conta as
limitações da audiência e os diferentes estilos de aprendizagem. Cada igreja,
conforme a sua realidade, deve adaptar-se a fim de cumprir o que diz a lei dos
homens (Lei 13.146, de 6 de julho de 2015) e a do Reino (Mc 16.15-18).
Existem inúmeros
recursos que auxiliam a inclusão. Abaixo, destacamos os principais:
1.
Rampas, elevadores e barras. Estes recursos
destinam-se àqueles que usam cadeira de rodas. A inclinação das rampas seguirá
as normas estabelecidas por lei. As portas dos elevadores, e também as demais
passagens do templo, serão largas o bastante para possibilitar o trânsito dos
cadeirantes.
Todos os acessos da
igreja serão sinalizados com o Símbolo Internacional de Acesso. Nenhuma área de
circulação será obstruída com móveis. Nos banheiros, o lavatório terá altura
apropriada, e ao menos um box com mobília adequada (vaso sanitário próprio e
barras laterais).
2.
Sinalização em relevo. São os pisos e mapas táteis que
alertam as pessoas com deficiência visual quanto à topografia do ambiente. Ao
sentir, com as mãos ou com os pés, as informações em relevo, o indivíduo poderá
circular com maior segurança e independência pelos recintos. Essa sinalização
adverte, entre outras coisas, quanto à presença de degraus, rampas, elevadores,
portas, janelas e telefones públicos.
3.
A Bíblia em Braile. O braile é um sistema de leitura e de
escrita para pessoas com deficiência visual. Foi inventado pelo francês Louis
Braille em 1827.
No Brasil, a primeira
Bíblia em Braile foi lançada em 30 de novembro de 2002 pela Sociedade Bíblica
do Brasil. Essa Bíblia é composta por vários volumes e está disponível na Nova
Tradução na Linguagem de Hoje.
Pessoas, bibliotecas e
instituições de apoio podem se cadastrar nos programas sociais da SBB e receber
os volumes gratuitamente.
4.
A linguagem brasileira de sinais, ou Libras. É um sistema
linguístico que comunica fatos, conceitos e sentimentos por meio de gestos,
expressões faciais e linguagem corporal. Essa língua, que possui regras
gramaticais próprias, é a usada pela maioria das pessoas com deficiência
auditiva no Brasil, com pequenas variações regionais.
Na igreja, os cultos e
aulas de Escola Dominical podem ser facilmente traduzidos à linguagem
brasileira de sinais por um obreiro treinado. Ações evangelísticas em hospitais
e centros de apoio às pessoas com deficiência auditiva também podem ser
realizadas de forma mais proveitosa se os crentes enviados souberem transmitir
as Boas-Novas em Libras.
O acesso ao aprendizado
das Libras felizmente é facilitado pela intemet. E possível achar bons manuais,
dicionários de Libras e vídeoaulas gratuitos. A professora Siléia Chiquini, da
Assembleia de Deus em Curitiba, vem desenvolvendo um grande trabalho junto aos
surdos, por meio do Ministério Mãos Ungidas. Na internet, ela compartilha seu
trabalho e experiência com os que desejam fazer a voz divina bem audível aos
que não podem ouvir a voz humana.
5.
O professor mediador. A fim de que o ensino bíblico seja
inclusivo, as classes de Escola Dominical não devem agrupar, em uma sala à parte,
as pessoas com deficiência, ou com transtornos que dificultem o aprendizado.
Entretanto, os alunos com deficiência precisam, em sua maioria, de maior
atenção e cuidados.
Nesse processo, o
professor mediador é o responsável por adaptar à realidade do aluno com
deficiência o conteúdo que o professor regente transmite à classe e as
atividades realizadas pelos demais educandos.
O mediador deve
considerar a limitação do aluno especial, o seu ritmo e estilo de aprendizagem.
Esse profissional também é responsável por facilitar a interação social do
aluno com deficiência, evitando que fique isolado dos demais. Se o nosso
objetivo é incluir a todos, devemos estimular e treinar pedagogos, didatas e
obreiros a que se dediquem a esse ministério. É uma tarefa que demanda não
apenas conhecimentos bíblicos, mas igualmente instruções pedagógicas, didáticas
e psicológicas específicas. Hoje, graças a Deus, contamos com profissionais
competentes entre os membros de nossas igrejas, que muito poderão ajudar-nos no
cumprimento dessa missão. Portanto, ninguém ficará de fora do Plano da
Salvação.
IV.
Exemplos Bíblicos de Inclusão
Por toda a Bíblia,
encontramos personagens com algum tipo de deficiência. No entanto, é
maravilhoso observar a obra divina na vida de cada um deles, restaurando-lhes a
dignidade, salvando-os e até restabelecendo-lhes plenamente a sanidade fisica e
mental. Vejamos alguns deles. Ao conhecer melhor suas histórias, concluiremos
que é possível, sim, incluir a todos no Reino de Deus, pois o Pai Celeste não
deseja que ninguém fique de fora.
1.
A inclusão de Mefibosete. Neto de Saul, Mefibosete ficou
coxo aos cinco anos quando sua ama, tentando salvar-lhe a vida, deixou-o cair
(2 Sm 4.4). No capítulo 9, a reação de Mefibosete ao chamado de Davi revela o
que ele pensava de si mesmo, talvez por sua condição fisica: “Quem é teu servo,
para tu teres olhado para um cão morto tal como eu?” (v. 8). Ao ser beneficente
para com Mefibosete, Davi restaurou-lhe a auto- estima. Mefibosete não viveria
mais como um indivíduo qualquer e sem importância.
Todos os dias ele
comeria pão à mesa de Davi, como se fora um príncipe.
Segundo a Lei de
Moisés, o jovem Mefibosete não poderia exercer o sacerdócio, por causa de sua
deficiência fisica. Todavia, Deus o honrou de tal forma, que veio a estar à
mesa de Davi. O Pai Celeste não discrimina a nenhum de seus filhos. Ao
aceitarem Jesus como Salvador, as pessoas com deficiência passam a ser filhos
de Deus, “logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo” (Rm
8.17).
2.
Parábola das bodas. Em Mateus 22.1-14, Jesus conta a
história de “um certo rei que celebrou as bodas de seu filho”. Ele enviou os
seus servos a chamar os convidados que, pretextando afazeres diversos,
ignoraram1he o convite. Novamente o rei enviou os servos a trazer os
convidados, porém “eles, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, e outro
para o seu negócio; e, os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e
mataram” (vv. 5,6). O rei, então, decidiu trazer às bodas todo aquele que seus servos
encontrassem pelo caminho, “e a festa nupcial ficou cheia de convidados” (v.
10).
O rei poderia ter
ordenado aos servos que fossem “às saídas dos caminhos” e distribuíssem, a
todos quantos encontrassem, o jantar preparado, os bois e cevados já mortos.
Contudo, preferiu trazer “os pobres, e os aleijados, e os mancos, e os cegos”
ao seu palácio (Lc 14.2 1). Graças à sua inclusão, a cerimônia ganhou vida,
alegria e muita beleza.
3.
Acenos e uma tábua de escrever. O sacerdote Zacarias,
ao receber de Gabriel a notícia de que sua esposa daria à luz um filho, não
creu. Por isso, ficou mudo até o dia em que se cumpriram as coisas anunciadas
pelo anjo. Observe, em Lucasl.21-23, que a mudez de Zacarias não o impossibilitou
de comunicar-se com as pessoas que estavam no Templo. Por acenos, o sacerdote
conseguiu fazer-se entender. Alguns versículos à frente, vemos mais um recurso
usado por Zacarias: “E, pedindo ele uma tabuinha de escrever, escreveu...” (v.
63).
O que se conclui da
narrativa sagrada? Todos, apesar de suas limitações, podem receber a
comunicação do evangelho e, assim, experimentar a vida eterna. Se naquele tempo
já era possível aos mudos se comunicar, hoje, com os recursos didáticos e
tecnológicos de que dispomos, podemos integrar mais facilmente as pessoas com
deficiência.
4.
Uma figueira no lugar certo. Em Lucas 19, lemos
sobre o encontro de Zaqueu e Jesus. “E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia
passando. E eis que havia ali um homem, chamado Zaqueu... E procurava ver quem
era Jesus e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura. E,
correndo adiante, subiu a uma figueira brava para o ver, porque havia de passar
por ali. E, quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e
disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque, hoje, me convém pousar em tua casa”
(vv. 1-5).
Zaqueu estava em
desvantagem, pois era de baixa estatura. Se a figueira não estivesse exatamente
naquele lugar, ele não teria conseguido ver Jesus, por mais que se esticasse,
ou ficasse na ponta dos pés. Assim como Zaqueu, muitas pessoas com deficiência
querem ver a Jesus, e certamente frequentariam nossas igrejas se soubessem que
os templos foram devidamente preparados para recebê-las.
5.
Quatro amigos esforçados. Lemos, em Marcos 2.1-12, sobre a
boa vontade de quatro homens em conduzir um paralítico a Jesus. Esse quarteto
não apenas era esforçado, mas tinha fé. Eles sabiam que Jesus era tudo o que o
paralítico precisava (v. 5). Por isso, “descobriram o telhado onde estava e,
fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico” (v. 4).
Esses homens nos
ensinam que não basta ter um templo adaptado. É preciso ter fé e força de
vontade o bastante para, literalmente, buscar as pessoas e levá-las ao local
onde a salvação está.
V.
Os Velhos Terão Sonhos
“O ornato dos jovens é
a sua força; e a beleza dos velhos, as cãs” (Pv 20.29). Que versículo
maravilhoso. A Palavra de Deus é tão inclusiva, que vê os cabelos brancos não
como decadência, mas como beleza, honra e triunfo. O Pai Amado nos inclui desde
o berço à sepultura, pois nos ama com um amor inexplicável e eterno. E, quando
nossa vida, aqui, cessar, não seremos esquecidos, pois Ele nos receberá em suas
mansões.
1.
As Boas-Novas aos idosos. A mensagem da Salvação deve ser
pregada aos idosos nos asilos, hospitais, praças públicas e, também, por meio
do bom testemunho de seus filhos e netos que, em vez de olhá-los como peso
morto, hão de vê-los como lembrança viva de um tempo que não precisa ir embora.
No entanto, a fragilidade da vida e a iminência de seu término devem
impulsionar-nos a evangelizar os idosos “a tempo e fora dc tempo” (2 Tm 4.2),
não os admoestando asperamente, mas “como a pais” e “como a mães” com todo amor
e devoção (1 Tm 5.1,2).
Não somente a alma
dessas pessoas de cabelos brancos é preciosa a Deus, mas também o seu trabalho.
Em sua velhice, elas podem fazer o Reino de Deus avançar, anunciando a esta
geração e a todos os vindouros, as maravilhas do Senhor, sua força e poder (Si
71.17,18).
2.
Alzheimer e demais doenças relacionadas à idade.
Como falar de Cristo a pessoas que já não se lembram dos seus familiares e nem
de si mesmas? Como fazê-las entender o Piano da Salvação e levá-las a Jesus, se
lhes falta autonomia para alimentar-se, tomar remédios, ou banhar-se? Diante de
tal cenário, resta à igreja ter fé suficiente para obedecer à ordem de Jesus ao
pé da letra: pregar “a toda criatura”. E, novamente, os conselhos de Paulo a
Timóteo aplicam-se: “a tempo e fora de tempo”, com amor e paciência, não sendo
ásperos, mas “como a país” e “como a mães”.
Ao expormos a mensagem
de salvação às pessoas com Alzheimer, é preciso crer que “a fé vem pelo ouvir”
(Rm 10.17). Com paciência, devemos esperar o que não vemos, e confiar na obra
do Espírito Santo:
Porque, em esperança,
somos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém
vê, como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o
esperamos. E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas;
porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito
intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações
sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos
santos. E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles
que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto. (Rm 8.24-28)
Mesmo em sua ausência
da realidade, os idosos, ou pessoas com demência, devem ser honradas: “Diante
das cãs te levantarás, e honrarás a face do velho, e terás temor do teu Deus.
Eu sou o Senhor” (Lv 19.32).
No episódio narrado em
Gênesis 9.20-27, Noé não estava doente, nem sofria de demência. Contudo, ao
embebedar-se, tornou-se mentalmente vulnerável e inclinado a agir fora da
razão. Por isso, “descobriu-se no meio de sua tenda” (v. 21). Quando Noé
despertou do vinho e soube o que seu filho menor lhe fizera, o amaldiçoou. A
atitude jocosa de Cam alerta-nos a sermos respeitosos para com os idosos, mesmo
que eles ajam de forma contrária a um comportamento socialmente aceitável.
Conclusão
No ano de 2014, fiquei
internado por um espaço de dois meses. Nesse período, minha esposa, Marta
Doreto, teve oportunidade de evangelizar diversos anciãos no Hospital Barra
D’Or, no Rio de Janeiro. Alguns daqueles velhinhos já estavam em estado
terminal; seus momentos de lucidez eram raríssimos.
Sabendo disso, minha
esposa orou, pedindo a Jesus que eles despertassem, ainda que por alguns poucos
minutos, para que ela lhes pregasse o evangelho. Foi assim que minha esposa
conseguiu ganhar alguns daqueles anciãos para Jesus. Alguns se comunicavam
apenas mexendo as pálpebras, respondendo afirmativamente às perguntas: “O
senhor crê no que eu acabei de ler na Bíblia, que Jesus, o Filho de Deus,
morreu e ressuscitou para salvá-lo de seus pecados? Quer recebê-lo como seu
Salvador? Deseja que eu faça uma oração em voz alta, confessando Jesus como
Salvador, enquanto o senhor a repete com o coração?”.
Um desses queridos
velhinhos era um judeu de 103 anos e, segundo informaram à minha esposa aquelas
três leves piscadas às suas indagações foram os únicos sinais de comunicação
dele em muito tempo. Um mês depois, ele foi para o céu com Jesus.
Não podemos ver os
cabelos brancos como empecilhos à pregação da mensagem da cruz, mas como a
derradeira oportunidade que um ancião ainda tem de receber Jesus como seu
Salvador pessoal. Por isso, incluamos a todos em nossas ações evangelísticas, a
fim de que todos, a tempo e a fora de tempo, recebam Jesus.
Evangelista
Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Livro
O Desafio da Evangelização = Claudionor de Andrade = 1º. Edição
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