O Milagre está em Sua Casa
Texto Áureo = “Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses [...], que não faz
acepção de pessoas, nem aceita recompensas; que faz justiça ao órfão e à viúva
e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e veste.” (Dt 10.17,18)
INTRODUÇÃO
Na
lição de hoje veremos um milagre que foi motivado a partir da necessidade
financeira de uma mulher que devido a sua dívida ela iria ficar sem dois
filhos. Deus concede a Eliseu autoridade para que sucedesse Elias marcando
assim o seu ministério por muitos milagres.
·
Eliseu
O nome Eliseu
significa "Deus é salvação". Auxiliar do profeta Elias, Eliseu
era filho de Safate, de Abel-Meolá, no Vale do Jordão. Tinha como trabalho
arar a terra com junta de bois. O jovem Eliseu foi convidado
pelo profeta Elias a segui-lo. O texto bíblico mostra que ele “se
levantou, e seguiu a Elias, e o servia” (1 Rs 19.21). O primeiro ponto
digno de nota na vida do profeta Eliseu foi a sua humildade e a
disponibilidade em aprender com o profeta Elias. Na caminhada
com Deus, saber ouvir e ter o compromisso de aprender com o outro é
muito importante. Na época de Eliseu não havia uma espécie de seminário
teológico ou faculdade que tinha o objetivo de formar,
embora houvesse escola de profetas, mas que nem de longe era parecida
com as instituições modernas. Os profetas eram formados aos pés dos outros
profetas no dia a dia da caminhada, os profetas iam sendo
formados, trabalhados e forjados diante de Deus e dos homens.
Outro ponto
digno de nota é que o ministério do profeta Eliseu é permeado por
milagres. Segundo especialistas em Antigo Testamento, excetuando
a pessoa de Jesus Cristo, ninguém na história sagrada registrou a
quantidade de sinais e maravilhas como consta o registro na vida do
profeta mediante o seu ministério. Ele sarou águas infectadas (2 Rs
2.19-22), fez brotar água no deserto (2 Rs 3.9,16-20), proveu
a necessidade da viúva (2 Rs 5) e ressuscitou mortos (2 rs. 4.18-37), além
de curar leprosos (2 rs. 5). Estes três últimos milagres antecipam o que o
nosso Senhor faria em abundância em seu ministério terreno. A vida e
a obra de Eliseu nos ensinam que Deus traz provisão no momento oportuno. O
ministério do profeta mostra uma profusa quantidade de ações divinas
em favor das pessoas que por intermédio dele eram abençoadas.
Não podemos
perder a dimensão da verdade bíblica de um Deus que provê. O que não
significa abrir barganha com Ele. Nada disso. Resgatar a visão bíblica de
que Deus intervém na circunstância de uma pessoa é urgente a fim de
não cairmos no erro de uma religiosidade sem paixão, de uma ortodoxia
morta e do gélido ceticismo.
À luz da vida
de Eliseu, somos convidados a andar com Deus em fidelidade e verdade.
Amá-Lo de todo o nosso coração, alma e pensamento. À medida que nos
aproximamos mais de Deus por intermédio da oração e da leitura da Palavra,
o Senhor se aproxima mais de nossas vidas. Por isso, busquemos ao
Senhor, o reverenciemos enquanto há tempo.
I – UMA FAMILIA PIEDOSA EM DIFICULDADES
Nós iremos demonstrar a
intervenção divina numa circunstância que nenhum homem comum poderia resolver.
No capítulo 4, Eliseu se volta às famílias dos profetas quando se depara com
uma situação alarmante de uma viúva e seus dois filhos que estavam vivendo um
estado caótico de gênero de primeira necessidade e que era esposa de um profeta
que havia falecido e deixado um dívida.
A situação daquela família era de penúria, pois além da perda
do marido, estavam vivendo uma crise econômica, em que faltavam alimentos básicos
e não tinham nenhum recurso financeiro. A viúva corria o risco de perder seus
dois filhos para os credores. Seus filhos poderiam ser vendidos como escravos
para saldar a dívida. A situação era gravíssima, pois não havia nem dinheiro
nem qualquer tipo de alimentos dentro da casa. Era pobreza total, e isso
significava privação das necessidades básicas da vida. A Bíblia nos dá a
garantia de que Deus faz justiça ao órfão e à viúva (Dt 10.18; Sl 68.5; 146.9).
Vivemos em tempos de grandes
dificuldade econômicas, quando muitas famílias estão em total pobreza material.
Famílias inteiras que vivem nas favelas das grandes cidades comem restos de
comida encontrados nos lixões das cidades. Sem alimentação, sem educação, nem
segurança, a pobreza gera desespero e violência, e os governos tentam fazer
alguma coisa, mas muito pouco é feito para mudar esse estado caótico de
pobreza. Nesse meio se encontram muitos cristãos fiéis a Deus que vivem de
migalhas e muito pouco que as igrejas fazem por eles. Muitas igrejas ficam ricas
e usam os seus recursos para quaisquer projetos de construções e outra coisas
mais, mais porem muito pouco é investido na obra social para amenizar a pobreza
dos nossos próprios irmãos na fé.
II – O DEUS DE MILAGRES OPEROU DE
MODO ESPECIAL NA CASA DAQUELA VIÚVA
·
Que
te hei de fazer?
Quando
Eliseu pergunta àquela viúva estava confrontando como homem que estava pronto
para ajudar, dentro dos limites desse seu espirito humanitário. Eliseu não agia
com atitudes presunçosa só por causa dos milagres que já haviam sido operados
por seu intermédio. Ele tinha consciência de sua limitações, e não ostentava
atitude de senhorio sobre as operações de Deus.
·
Que
é que tens em casa? (2 Rs 4.2)
Essa
pergunta que, colocada no contexto das famílias na sociedade atual, se choca
com a realidade da pobreza, da mendicância das cidades, da busca de alimentos
nos lixões das grandes metrópoles, dos maus serviços de saúde. A igreja de
Cristo na terra não pode inverter o seu papel social, e sim seguir o exemplo da
igreja que saiu do Pentecostes (At 4.32-35). Em vez de querermos espiritualizar
todas as suas ações, a igreja deveria investir em exercer justiça social.
Existe uma teologia chamada “teologia da pobreza” que ensinam que pobreza
material é garantia de espiritualidade, usando como texto para essa ideia
equivocada uma interpretação da expressão “pobre de espirito” como pobreza
material. Na história desse capitulo, Eliseu era o homem de Deus, que confiava
em Jeová-Jireh e sabia que Deus podia mudar aquele estado de penúria daquela
viúva e seus filhos. Por isso, perguntou-lhe: “Que é que tens em casa”? a
resposta da viúva foi clara e precisa: “Tua serva não tem nada em casa, senão
uma botija de azeite”.
III – DEUS COMEÇA O MILAGRE A
PARTIR DO QUE TEMOS
·
Tua
serva não tem nada, senão uma botija de azeite
A
lição maior que aprendemos com essa declaração da viúva é que, a partir do
nada, ou do pouco que temos, Deus age e opera milagres. Na Bíblia temos
histórias lindas de Deus em prover a necessidade de seus servos. O que é que
temos em mãos para começar a ver a operação de Deus?
Moisés
tinha em mãos “uma vara”, e com essa vara Deus operou grandes maravilhas; Davi
tinha uma funda, e com uma pedrinha matou o gigante Golias (1Sm 17.23-25, 40,
49); Pedro e seus companheiros de pesca tinham uma rede e viram o milagre da
pesca abundante depois de uma noite inteira sem pegar nada (Lc 5.1-7); Dorcas
tinha uma agulha de costura (At 9.36-40).
O
que temos em mãos, ou em casa, para crer no Deus de milagres?
O
que a viúva tinha em casa senão uma “botija de azeite”? Foi um bom começo o
“ter uma botija de azeite”, mas se ela tivesse nada, o Senhor operaria do mesmo
modo.
·
Provisão
Abundante sem Desperdício
·
O
profeta orientou a viúva e seus filhos que pedissem emprestados muitos
vasilhames próprios (vasos de barro), tanto quanto pudessem tomar emprestados.
Sem que os vizinhos e amigos soubessem, seus filhos trouxeram muitos vasilhames
para dentro de casa. Tudo quanto aquela viúva tinha em casa era uma “pequena
botija de azeite”. Fecharam a porta da casa e obedeceram à orientação do
profeta de “tomar a botija de azeite” e começar a derramar em cada vasilhame o
restinho do azeite que havia na botija.
Então
o milagre começou a acontecer, porque o azeite não terminava e quanto mais eles
enchiam os vasos, mias o azeite se multiplicava até o ultimo vaso, quando o
azeite parou de derramar.
O
azeite continuo a fluir enquanto havia capacidade de recebe-los. Não houve desperdício.
Tanto quanto havia em capacidade de receber azeite foi o que Deus fez fluir
para resolver o problema da viúva e seus filhos.
A
lição que aprendemos é que, do pouco que temos, podemos exercer nossa fé para
obtermos a benção de Deus em todos os aspectos de nossa vida material,
emocional e espiritual. O apostolo Paulo disse aos romanos que Deus dá sua
graça na medida da nossa fé, ou “conforme a medida da fé que Deus repartiu a
cada um” (Rm 12.3). Deus nos dá tanto quanto precisamos e dá abundantemente.
Nunca Ele dá demais ou de menos, mas sempre na medida da nossa capacidade de
gerirmos aquilo que Ele nos dá.
·
A
Obediência à Orientação do Profeta foi fundamental para Receber a Benção
Aquela
mulher podia discutir com o profeta o seu modo de resolver o problema, mas ela
sabia que o homem de Deus tinha a resposta divina para sua vida. Tudo o que ela
precisava fazer era aceitar a orientação do profeta e colocar sua fé em ação.
Para não haver interferência no milagre, a viúva e seus filhos deveriam “tomar
vasos emprestados”, ou seja, vasilhames de cerâmicas, tantos quantos pudessem
conseguir, trazê-los para dentro de casa. A viúva só tinha uma botija, um
pequeno vasilhame; por isso, precisaria de muitos vasilhames. Ela sabia que
deveria obedecer à orientação do seu líder espiritual como aquele que cumpre o
papel de representar os interesses de Deus na terra. Para não haver a
interrupção dos credores à sua porta, nem o de sentir-se orgulhosa pelo
suprimento miraculoso, ela deveria fechar a porta atrás de si na sua casa. Ela
fez tu conforme a orientação do servo de Deus para que o milagre acontecesse. O
princípio da autoridade espiritual é o mesmo para nosso dias. Um pastor deve
ser respeitado como homem de Deus, e esse respeito se conquista com o exemplo
de vida piedosa.
IV - OS PROPÓSITOS DO MILAGRE
·
Uma resposta
ao sofrimento
Todos os milagres realizados por Eliseu deixam bem
claro que eles ocorreram em resposta a uma necessidade humana e também ao
sofrimento (2Rs 4.1-38; 5.1-19; 6.1-7). O NT mostra-nos que o Senhor Jesus
libertava e curava porque se compadecia do sofrimento humano (Lc 13.10-17; Mc
1.40-45).
Todos os milagres autênticos são operados por Deus,
pois somente Ele é poderoso para realizá-los. Há ocasiões em que Ele interfere
diretamente em determinada situação, sem a instrumentalidade humana (Nm
11.18-23; 31-32; Jo 5.1-9).
·
Um consolo nas
nossas dificuldades.
O fato de sermos cristãos não nos isenta de passarmos
por necessidades e tribulações. “...no mundo tereis aflições...” (Jo
16.33). Por isso, Paulo disse: “Em tudo somos atribulados, mas não
angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados;
abatidos, mas não destruídos” (2Co 4.8,9 ver 1Co 1.4-a). “E faço
misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.”
(Êx 20.6). Ver ainda textos como (Nm 20.7-11).
·
Uma maneira de
glorificar a Deus.
Os milagres, portanto, são uma resposta de Deus ao
sofrimento humano. Todavia, eles não se centralizam no homem, mas em Deus. Os
milagres narrados nas Escrituras objetivam a glória de Deus. Em nenhum momento,
encontramos os profetas buscando chamar a atenção para si através dos milagres
que realizavam nem tirar proveitos deles. Quem tentou fazer isso e
beneficiar-se de forma indevida foi Geazi, o servo de Eliseu. Entretanto,
quando assim procedeu foi severamente punido (2Rs 5.20-27). Em o NT observamos
Pedro e Paulo pondo em destaque esse fato e mostrando que Deus, e não os
homens, é quem deve ser glorificado (At 3.8,12; 14.14,15).
CONCLUSÃO
O milagre da multiplicação do azeite é um testemunho
do poder de Deus, que se compadece dos sofredores que o buscam de todo o
coração. O foco, portanto, dessa bela história não é a viúva nem tampouco o
profeta Eliseu, mas o Senhor que através da instrumentalidade do seu servo
abençoa essa pobre mulher. A história faz-nos lembrar um outro feito
extraordinário e muito mais relevante do que esse: a multiplicação dos peixes e
pães por nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ele foi, é e sempre será a
resposta consoladora a todo sofrimento humano.
Por. Pb. Mickel Souza
REFERÊNCIAS
VINE,
W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
ELIENAI CABRAL. O
Deus de Toda Provisão. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
BARNETT, T. Há um milagre em sua casa. CPAD.
ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. CPAD.
I. E. Ass. de Deus em Pernambuco -
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
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