Lição
11 - O Socorro de Deus para livrar o seu Povo
Texto Áureo - “Os
justo clamam, e o Senhor os ouve e os livra de todas as suas angustias.” (Sl
34.17)
Introdução
Deus por muitas vezes trabalha de maneira oculta em favor de seu povo,
mesmo sem ver nitidamente o agir de Deus, os resultados são sempre
surpreendentes pois a sua glória e real e no final ela sempre se manifesta.
Deus sempre age em favor dos que o servem.
ü PERSONAGENS DO
LIVRO DE ESTER
Assuero
(Et 1.1).
Rei
da Pérsia, mais conhecido como Assuero (chamado de Xerxes em algumas versões
bíblicas) é mencionado no livro de Ester e em Esdras 4.6. Um dos maiores reis
do Império Persa, governou de 486 a 465 a.C. Era filho de Dario I, o Grande. No
livro de Ester, Assuero é retrato como um rei poderoso, com um grande império “que
reinou desde a Índia até Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias” (Et
1.1-b).
Vasti
(Et 1.9).
Rainha
da Pérsia, esposa do rei Assuero. No último dia do banquete oferecido por este
monarca, Vasti foi convocada para mostrar sua beleza diante dos convidados. Ela
recusou o convite e essa atitude gerou controvérsias entre os conselheiros do
rei. Receosos de que a desobediência da rainha desacreditasse todos os homens
do reino diante de suas esposas. Eles aconselharam o rei que depusesse Vasti do
cargo e mandasse trazer as donzelas do reino para delas escolher uma nova
rainha. O rei anuiu ao conselho e assim o fez (Et 1.9-22; 2.1-4).
Mardoqueu
(Et 2.5).
Da
tribo de Benjamin, filho de Jair, pai adotivo de Ester, também chamado Mordecai
em algumas versões bíblicas. Vivia na fortaleza de Susã durante o exílio do
povo judeu, reinado de Assuero, onde criou Ester como se fosse sua própria
filha (Et 2.5-7).
Ester
(Et 2.7).
O
nome hebraico dessa mulher era “Hadassah”, que significa “murta”,
o nome de uma planta. Ester era o nome persa que lhe foi dado, quando ela
tornou-se parte do harém real. Era uma jovem judia, da tribo de Benjamin,cujos
pais morreram na época do exílio babilônico. Foi criada por seu primo Mardoqueu
(Et 2.5-7). Estavam entre os judeus que habitavam na fortaleza de Susã, sob o
reinado de Assuero. A vida de Ester mudou, quando foi levada para olharem real
junto com outras donzelas de Susã. Depois de um ano de embelezamento, ela foi
eleita pelo rei como a mais linda jovem entre todas as que foram apresentadas
(Et 2.8-17).
Hamã
(Et 3.1).
Era
Filho de Hamedata e tinha um alto cargo político no reinado de Assuero, na
Pérsia. Josefo, historiador judeu, diz que Hamã era um amalequita. “Ele é
descrito como 'agagita', talvez por causa da sua descendência de
Agague, o rei amalequita (I Sm 15.8,33)”. Ele desfrutava de muita confiança do
rei (Et 3.10). Hamã tinha um grande ódio de Mardoqueu, bem como de todos os
judeus (Et 3.5-6;10).
Dos livros da Bíblia, Ester e Cantares são dois
livros que se distinguem por evitar usar o nome de Deus, não ensinar a Lei de
Moisés, nem destacar a religiosidade israelita. Mas a razão principal que fez
com que o livro de Ester fosse reconhecido no Cânon das Escrituras foi o fato
de revelar o cuidado divino com o povo de Israel em meio à hostilidade, estando
exilado de sua terra.É uma história em que se percebe a presença de Deus de
modo inescrutável e invisível nos seus elementos circunstâncias, destacando, em
especial, dois personagens importantes, Mardoqueu e Ester.
Temos uma história delineada pela providencia
divina. Não há determinismo nos ingrediente da história, mas percebe-se a
soberania de Deus fazendo valer seus desígnios. Todos os fatos que envolvem
pactos e alianças de Deus com o seu povo são cumpridos com aqueles que o
servem.Nessa história podemos observar as operações invisíveis de Deus
delineando todos os fatos que envolvem o povo de Deus em terra estranha,
sofrendo toda sorte de perseguição e rejeição no lugar em que habitavam e os
personagens da história. Além de Mardoqueu (ou Mordecai) e Ester, outros três personagens
fazem parte de todo o enredo da história, que são: o rei Assuero (ou Xerxes I),
a rainha Vasti e Hamã, o oficial da corte do reino de Assuero (Et 1.19; 2.5,6;
3.1).
Desde a divisão
de Israel em dois reinos – o povo de Israel, chamado Reino do Norte, e o de
Judá, chamado Reino do Sul -, os seus reis, com pouca exceção, não foram fiéis
a Deus e, por isso, tiveram que arcar com as consequências graves e trágicas na
vida do povo de Deus. Os exércitos da Assíria entraram em suas terras,
subjugando os dois reinos ao domínio persa. Os judeus serviam aos interesses
persas com trabalho forçado, escravidão e muito sofrimento das famílias. Nesse
tempo do domínio de Assuero (Xerxes I) entra a história de Ester como uma prova
de que Deus não havia se esquecido do seu povo. Ora, o povo de Israel tinha
consciência de sua eleição para representar os interesses de Deus entre as
nações e que aquela situação momentânea era consequência dos pecados de seus
líderes. Por isso, estavam exilados e longe da sua terra.
Ao longo da
história, o povo de Israel tem sofrido com tentativa de exterminação, porque
Satanás odeia esse povo e quer destruí-lo. Então, por desígnio de Deus entra no
cenário dessa circunstancia uma jovem temente a Deus que se torna o
elemento-chave da libertação do seu povo no reino Persia. A jovemHadassa,
criada por seu tio Mardoqueu também chamada Ester entra na cena que Deus armou
para que seus desígnios fossem concretizados. Ester, entre as moças do palácio,
alcançou graça perante o rei e f oi constituída rainha da Pérsia, no lugar de
Vasti. Não imaginava ela que seu papel dentro do palácio real de Assuero seria
o de salvar todo o seu povo do extermínio tramado por Hamã e conquistar espaço
dentro do império para defender e servir ao seu Deus.
I
- O PROJETO DIABÓLICO PARA DESTRUIÇÃO DOS JUDEUS
ü A nomeação de
Hamã (Et 3.1).
O
livro de Rute nos informa que Assuero engrandeceu a um homem chamado
Hamã.Segundo Beacon (2008, p. 550): Hamã “foi elevado à posição de primeiro
ministro. Esta posição lhe trouxe a maior condição entre os príncipes da corte
persa, e tornou-se o segundo abaixo do rei em poder. De acordo com a ordem do monarca,
segundo o costume dos governos orientais antigos, as princesas e nobres, assim
como o povo em geral, todos precisavam inclinar-se perante o grão-vizir quando
ele passava pelo palácio e pelas ruas de Susã”. De fato, todos os servos do rei
se inclinavam diante de Hamã, no entanto, Mardoqueu o judeu, descumpria esta
ordem (Et 3.2). Josefo (2004, p. 503) diz que: “Mardoqueu era o único que não
lhe prestava essa homenagem, porque a lei de Deus o proibia”.Talvez uma alusão
ao Decálogo, que condenava a adoração a qualquer coisa em lugar de Deus (Êx
20.3-6; Dt 5.7-10).
ü O ódio de Hamã
(Et 3.5,6).
Ao
ver que Mardoqueu não se prostava diante de si, contrariando a ordenação real,
Hamãencheu-se de furor. Sua atitude em seguida deste sentimento foi de executar
Mardoqueu e também todo o povo judeu aquem ele pertencia. O registro bíblico
nos diz que Hamã se tornou adversário dos judeus (Et 3.10).
ü O decreto de
Hamã (Et 3.7-15).
Para
levar adiante o seu plano de provocar um genocídio dos judeus, Hamã, que tinha
acesso direto ao rei, lhe propôs exterminar e saquear os bens de um povo que
segundo ele tinha leis e costumes diferentes dos povos que estavam sob o
domínio de Assuero (Et 3.8). Além de Hamã estar propondo varrer do reino um povo
“insubmisso ao rei”, prometeu-lhe também que pagaria ao rei por esta prestação
de serviço (Et 3.9). Ao que o rei consentiu, colocando-lhe na mão o seu anel
com o qual o decreto poderia ser assinado (Et 3.10). O decreto de morte então foi
assinado, para ser colocado em prática no dia 13 do mês de Adar, segundo
consultou os seus deuses (Et 3.7,12-14).
II – A PROVIDÊNCIA INVISIVEL DE DEUS
Existe uma
palavra profética de Mardoqueu par Ester que revela a providência divina no
cenário daquela história que se iniciava como uma simples jovem do povo judeu.
A palavra aconteceu quando uma trama contra o povo de Deus foi armada por Hamã,
oficial da corte do rei Assuero. Mardoqueu, tendo notícias da trama, preparou
Ester para ser o elo de Deus para salvação do seu povo, e disse-lhe: “Não
imagines, em teu ânimo, que escaparás na casa do rei, mais do que todos os
outros judeus. Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento
doutra parte virá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem
sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?” (Et 4.14). Indiscutivelmente,
o dedo de Deus delineia a história do seu povo.
A expressão “dedo de Deus” encontrada na Bíblia em
algumas circunstâncias especiais é uma metáfora antropomórfica que atribui a
Deus coisas, figuras e órgãos humanos, como coração, mãos, pés, olhos, ouvidos,
que representem ações de Deus. Deus é Espírito, e qualquer figura humana em
relação a Deus tem sentido de revelação de um Deus que é Pessoa e fala conosco.
Em relação à história do livro de Ester,
o dedo de Deus é
uma figura invisível da providência divina. A palavra “providencia” vem do
latim providentia, e o prefixo “pro” significa “antes” ou “antecipadamente”,
mas o sufixo da palavra, Videntia, deriva de videre, que significa “ver”.
Quando nos referimos a Deus, sua providencia diz respeito ao que Ele faz e vê
antecipadamente. É o que Deus vê, e Ele vê todos os incidentes da vida antes
que ocorram, algo humanamente não podemos fazer (Sl 139.1-14).
Nesse sentido,
constatamos que os incidentes históricos naqueles dias dentro do império Pérsia
foram delineados e orientados pelo dedo de Deus dirigindo cada circunstância.
Por esse modo invisível e providencial, o Senhor colocou a jovem Ester dentro
do palácio de Assuero para que o seu povo fosse salvo da destruição.
Comprova-se esse fato pelo que Deus disse a Isaias, o profeta: “[...] os meus
pensamentos [são] mais altos do que os vossos pensamentos” (Is 55.9).
III – SOB O DESÍGNIO DE DEUS, ESTER
ENTRA NO PALÁCIO DE ASSUERO
Segundo o
historiador judeu Josefo, do primeiro século da era Cristã, depois que os
servos mais leais ao rei sugeriam que ele escolhesse uma das moças do seu harém
no palácio para ocupar o lugar de Vasti, foram selecionadas 400 moças virgens
como candidata sao trono de rainha junto a Assuero. Depois de todos os
preparativos necessários em termos de estéticas e beleza, as moças seriam
apresentadas individualmente perante Assuero. Todas as que estavam no palácio e
faziam parte do harém do rei teriam a oportunidade de conquistar seu coração, e
uma delas seria elevada à posição de rainha (Et 2.14). Foi assim que Deus
preparou Ester para ser a moça que conquistaria o coração do rei e seria
elevada à posição de rainha.
ü Ester foi designada por Deus para o lugar de Vasti
Entre
a deposição de Vasti e a chegada de Ester ao palácio, passaram-se quatro anos
aproximadamente. Logo depois daquela festa, Assuero empreendeu uma guerra
contra a Grécia e todos os planos elaborados não deram certo. Dois anos depois
ele volta a Susã, completamente decepcionado porque a guerra não foi vencedora.
Ao voltar para o palácio, Assuero estava só e o trono de rainha ao seu lado
estava vazio.
Depois
da volta da guerra frustrada contra a Grécia, alguns servos de Assuero que o
serviam junto ao trono sugeriam que se buscassem moças virgens e formosas e, quem
sabe, fosse escolhida pelo rei uma delas para assumir o trono de rainha.
Comissários em todas as províncias trouxeram muitas moças bonitas e virgens
para o palácio de Susã para que ficassem sob os cuidados do seu eunuco Hegai,
que era guarda das mulheres. Entre todas as moças levadas para o palácio, foi
levada a jovem judia Ester, que ganhou a simpatia do eunuco do rei (Et2.9). Não
há dúvidas de que Ester fazia parte do desígnio de Deus para ajudar o seu povo,
mas nem ela podia imaginar isso.
ü Ester, uma jovem graciosa que correspondeu à
expectativa de Deus
Seu
nome hebreu era Hadassa que passou a ser chamada Ester, um nome que provinha de
palavra persa que significa “estrela” e derivava do nome de uma deusa
babilônica (Isthar), que siginifca “deusa do amor”. Naturalmente esse nome não
teve qualquer influência em sua vida de comunhão com Deus de Israel. No seu
livro bíblico, Ester é a personagem principal da história que fala de uma jovem
cujos valores morais e espirituais serviram para torna-la um instrumento de
justiça de Deus para salvar a sua gente. Quando levada para o palácio de Susã,
ela era uma jovem entre tantas outras jovens bonitas e prendadas. Entretanto, o
seu tio Mardoqueu tinha uma visão mais ampla acerca do futuro de Ester e, por
isso, disse-lhe: “[...} quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este
reino?” (Et 4.14).
Nesse
ponto estamos fazendo uma pequena digressão histórica que nos leva ao primeiro
estagio de Ester antes de se tornar a escolhida de Assuero. Depois da deposição
de Vasti como rainha, as moça escolhidas de todas as províncias foram levadas
para a casa das mulheres do palácio e, depois de apresentadas, uma delas seria
escolhida para ser a rainha. Quando veio a vez de Ester, sua presença superou a
todas as moças que até então haviam sido apresentadas. Ester achou graça diante
do rei, e ele baixou o cetro sobre ela e colocou a coroa de rainha sobre a sua
cabeça. Mardoque, que havia orientado o comportamento de Ester para várias
situações, estava assentado “à porta do rei” (Et 2.19) e teve o coração
emocionado por ver o desígnio de Deus sendo cumprido na vida de sua sobrinha.
Um grande banquete foi preparado com a coroação de Ester, e o rei deu-lhe
presentes. Essa escolha estava nos designios divinos para que ela, sendo rainha
naquele império, tivesse influencia suficiente para conceder uma grande
libertação ao seu povo, o povo de Deus, e os desígnios malignos de seus
inimigos, especialmente, Hamã, que odiava Ester e Mardoqueu, queria destruí-los
dentro do reino.
ü A trama de Hamã, o Agagita
Hamã
foi um homem descendente de Agague, um rei amalequita (1 Sm 15.8,33). Servindo
no palácio de Susã ao rei Assuero, Hamã foi elevado à posição de primeiro
ministro do reino, dando-lhe condições superiores entre todos os príncipes da
corte persa, tornando-se o segundo homem mais importante do reino depois de
Assuero.Sem dúvida alguma, o inimigo maior do povo de Deus é o Diabo, que
influenciava pessoas para odiarem o povo judeu naqueles dias. Hamã se tornou um
instrumento diabólico para perseguir e desejar a destruição do povo judeu. Sua
descendência agagita o lembrava de uma história de derrota dos amalequitas, que
eram descendentes de Agague e foram derrotados pelo rei Saul no passado, e
tinha o estgma de ódio contra os judeus. Era um povo com uma história de
pilhagem e roubo que assaltava os que viajavam no deserto, especialmente,
Israel. Por isso, esse povo foi amaldiçoado por Deus (Dt 25.17-19).Hamã era um
agagita que odiava os judeus, especialmente Mardoqueu, um judeu que exercia
liderança no meio do seu povo. Visto que Hamã tinha poderes políticos advindos
do seu “status” de primeiro oficial do reino persa, por sua arrogância, ambição
e astúcia resolveu destruir o povo judeu, principalmente, Mardoqueu.
Como
Mardoqueu não se inclinava perante ele quando passava entre o povo, o seu ódio
cresceu e, para tanto, tramou diabolicamente a destruição de todos os judeus
que viviam no império. Pelo fato do enforcamento de dois oficiais que haviam
tramado o assassinato do rei, por informação de Mardoqueu, a crueldade de Hamã
agitou sua adrenalina, e então cheio de empatia e espírito vingativo, ele
sugeriu ao rei a destruição do povo judeu.
A
postura de Mardoqueu em não se inclinar perante ele quando passava causou tanta
fúria em Hamã que este ficou obcecado com a ideia de destruição total do povo
judeu dentro doimpério. Para esse intento, Hamã persuadiu Assuero a fazer um
decreto contra os judeus. Seu plano continha mentiras e calúnias contra o povo
judeu de que queriam a morte do rei e por isso deviam ser destruídos
totalmente. O rei aderiu ao plano de assassinato de Hamã, que ordenou o
massacre do povo (Et 3.13-15). Foi marcado um dia especial para destruição do
povo judeu e, quando esse povo teve notícia desse decreto, houve grande
tristeza e lamento do povo judeu. Mardoqueu, percebendo que a tragédia viria e
seu povo seria destruído, vestiu-se de saco de cilício e foi para a porta do
palácio de Assuero (Et 4.1-6).
IV
- A REAÇÃO DO POVO JUDEU ANTE A AMEAÇA DE EXTINÇÃO
Depois que o
edito real assinado por Hamã começou a ganhar notoriedade, a cidade de Susã “estava
confusa” ( Et 3.15). Mardoqueu e os judeus que estavam na Pérsia,
resolveram agir (Et 4.3). Vejamos quais foram as suas atitudes:
ü Oração (Et
4.1-3).
Diante
da ameaça iminente, os judeus se puseram a orar. Mardoqueu foi o primeiro (Et
4.1). Todo o povo começou a clamar também (Et 4.3). A oração é uma prece
dirigida pelo homem ao seu Criador, com o objetivo de adorá-Lo, pedir-lhe
perdão pelas faltas cometidas, agradecer-lhe pelos favores recebidos, buscar
proteção e, acima de tudo, uma comunhão mais íntima com Ele. Essa atividade é
descrita como: invocar a Deus (Sl 17.6); invocar o nome do Senhor (Gn 4.26);
clamar ao Senhor (Sl 3.4); levantar nossa alma ao Senhor (Sl 25.1). Este deve ser
o primeiro e não o último recurso utilizado pelo crente em todo tempo e
principalmente diante das dificuldades (Sl 4.1; 18.6; 77.2; 91.15).
ü
Quebrantamento (Et 4.1-3).
Além
de os judeus orarem, o registro sagrado diz de que forma eles oraram: “e
em todas as províncias aonde a palavra do rei e a sua lei chegava, havia entre
os judeus grande luto, com jejum, e choro, e lamentação; e muitos estavam
deitados em saco e em cinza” (Et 4.3). Segundo Champlin (2004, p. 620),
“o ato de rasgar as próprias vestes era uma maneira comum e simbólica de
exprimir alguma emoção forte, como ira, tristeza ou consternação”. O que Deus
requer de cada um de nós é um espírito quebrantado (II Cr 7.14; Sl 34.18;
51.17; Is 57.15).
ü Jejum (Et
4.15-17).
Ester ficou sabendo por meio dos seus servos que o
seu parente Mardoqueu estava a porta do rei clamando por misericórdia, mandou
procurar saber do próprio Mardoqueu o porquê daquela atitude (Et 4.4-7). Ele
deu a ela uma cópia do decreto assinado de morte assinado pelo rei e mandou
dizer-lhe que como era a rainha e estava no palácio, deveria comparecer diante
do rei para suplicar em favor do seu povo (Et 4.7-9). Ester sabia que não podia
comparecer ante o rei sem ser chamada (Et 4.11). Diante desta dificuldade,
Ester propôs que junto com ela os demais judeus recorressem a Deus em jejum
para que Ele pudesse intervir nesse caso (Et 4.10-16). O jejum é a abstinência
parcial ou total de alimentos com finalidades específicas. Prática comum entre
os judeus em ocasiões específicas, sendo a principal delas os momentos de
aflição (II Cr 20.3; Dn 9.3; Jl 1.1-14).
V - A AÇÃO DE DEUS PARA PROTEGER O SEU POVO
O livro de Ester
descreve a soberania e o cuidado de Deus para com o seu povo. Ele relata o
grande livramento dado por Deus ao povo judeu na Pérsia. Embora o nome de Deus
não seja mencionado no livro, cada página está cheia dEle.Mattew Henry (2010,
p. 845), diz: “Ainda que o nome de Deus não se encontre nele, o mesmo não se
pode dizer da sua mão, guiando minuciosamente os fatos que culminaram na
libertação de seu povo”. Vejamos:
ü Agindo
previamente.
O
livro de Ester nos mostra Deus agindo antes que o mal se levantasse sobre o seu
povo, por exemplo:
(a) a nomeação de
Ester a rainha (Et 2.17), se deu antes da nomeação de Hamã para primeiro
ministro
(Et 3.1);
(b) a recompensa pelo livramento que
Mardoqueu deu ao rei Assuero (Et 2.21-23), somente aconteceu na ocasião que Hamã
intentava lhe pendurar numa forca. Deus fez que ao invés de morto, Mardoqueu
fosse honrado pelo próprio opositor (Et 5.14; 6.1-12).
ü Agindo
providencialmente.
O
povo de Israel é a semente de Abraão, a qual Deus fez a seguinte promessa: “e
abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti
serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3-b). Portanto,
pelejar contra a nação de Israel só resultará em desvantagem. Tal concepção foi
assimilada pela própria mulher de Hamã, após ele ter chegado frustrado de sua
tentativa de executar o judeu Mardoqueu (Et 6.13).Embora Satanás tente através
de governantes e nações aniquilar a semente abraâmica jamais conseguirá (Zc
14.1-15).Mardoqueu estava convicto de que Deus providenciaria livramento de uma
forma ou de outra (Et 4.14).
ü Agindo
sabiamente.
Por
certo, Deus orientou a Ester que junto com os judeus orassem e jejuassem por
três dias, para que no terceiro dia, mesmo sem ser chamada, ela comparecesse
diante do trono real arriscando a sua própria vida(Et 4.11-16). No terceiro
dia, Ester corajosamente compareceu diante do rei, o qual estendeu sobre ela o cetro
dizendo que estava disposto a lhe conceder o que pedisse. Ester convidou o rei
e Hamã para dois banquetes e neste a rainha revelou o propósito de Hamã de
destruição de todos os judeus, do qual povo ela também pertencia (Et 7.1-6). Na
mesma hora, o rei também ficou sabendo que Hamã intentava enforcar Mardoqueu, o
benfeitor do rei (Et 7.9). Diante disto, Assuero enfurecido mandou que Hamã
fosse enforcado nela (Et 7.10). Quanto ao decreto real de destruição de todos
os judeus,que foi assinado por Hamã com o anel do rei, que era irrevogável (Et
8.8), Deus sabiamente colocou no coração de Mardoqueu que assumiu o cargo de
Hamã (Et 8.1,2), que se fizesse outro decreto dando aos judeus o direito de se defenderem
(Et 8.9-12). O luto dos judeus terminou em alegria, pois Deus mudou-lhes a
sorte (Et 8.16,17; 9.17-32).
Conclusão
Aprendemos
que Deus está sempre pronto e disposto a ajudar os seus servo quando estes
colocam em seu coração a busca-lo através de orações e jejuns. Deus sabe todos
os perigos que passamos e espera que cada um de nós coloquemos toda nossa
confiança exclusivamente Nele.
Elaboração pelo.
Pb Mickel Souza
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
REFERÊNCIAS
GARDNER, Paul. Quem é quem na
Bíblia Sagrada. VIDA.
HOWARD, R.E et al. Comentário Bíblico. CPAD.
HENRY, Matthew. Comentário
Bíblico. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal.CPAD.
Elienai Cabral. O Deus de Toda Provisão. CPAD
I.E.A.
D. em Pernambuco - Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
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