PAULO O PLANTADOR DE IGREJAS
Texto Áureo:
Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento.
1 Coríntios 3.6
William MacDonald (professor, escritor e teólogo americano) diz que; “Empregando uma imagem da agricultura, Paulo mostra que o servo, afinal, é muito limitado naquilo que pode fazer. Paulo poderia plantar, e Apolo poderia regar, mas só Deus pode dar o crescimento . O mesmo acontece hoje; alguns de nós podem pregar a palavra e todos nós podemos orar por parentes que não foram salvos e amigos, mas a verdadeira obra de salvação só pode ser realizada pelo Senhor”.
Dwight Lyman Moody (evangelista norte americano) também observa que; “Paulo e Apolo nada mais eram que servos, ministros de Deus. Paulo plantou e Apolo regou, mas só Deus pode fazer a semente crescer”.
Professor José Junior (teólogo, exegeta e escritor) observa que; “Paulo e Apolo ocupavam posições de liderança na “Igreja”, por assim dizer. Todo servo de Deus que exerça alguma função de liderança deve se lembrar de que liderança não é um cargo, liderança na “Igreja” são atitudes e comportamentos de alguém que deseja ajudar outras pessoas a estarem na direção de Deus. E a honra e glória por aqueles que ocupam uma posição de liderança na “Igreja” é toda de Deus e não dos líderes”.
1 – Paulo, o Desbravador sob Uma Gloriosa Obrigação
1. Paulo, o desbravador (pioneiro, explorador no sentido de “percorrer, examinar, ser um dos primeiros”).
Como bem observou Hernandes Dias Lopes; “Paulo foi certamente o maior apóstolo, o maior missionário, o maior teólogo, e o maior plantador de “Igrejas” da história do cristianismo, ele foi mais influente do que todos os imperadores de Roma”.
Mas o que seria “plantar Igrejas”?
Em termos gerais, plantar “Igrejas” significa:
- Abrir uma nova “igreja” ou abrir uma nova congregação. Isto se faz necessário devido ao crescimento da “Igreja local”. Chega o momento em que a sede da “Igreja local” já não comporta o número de menbros em suas reuniões e faz-se necessário abrir uma nova “igreja ou congregação”.
- Ou faz-se novos convertidos que moram longe da sede da “igreja”, tornando-se necessário ter um local de reuniões ali naquele ponto específico.
- Ou ainda, a chegada de um enviado de Deus em um lugar onde não há a pregação do Evangelho, torna necessário depois de algum tempo a “plantação de uma “igreja”.
Plantar “Igrejas” não significa simplesmente “levar a placa de uma denominação para determinado lugar”. Mas significa “Levar o Evangelho aos perdidos e alimentar os cristãos com a genuína Palavra de Deus”.
Paulo se esforçou para anunciar o Evangelho onde o Evangelho genuíno (legítimo, sincero, verdadeiro) ainda não havia sido anunciado;
E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo houvera sido nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio;
Romanos 15.20
2. Uma gloriosa obrigação.
Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!
1 Coríntios 9.16
Jimmy Swaggart (evangelista norte americano) diz que; “a pregação do Evangelho não é apenas uma escolha da parte de Paulo, mas sim um mandamento do Senhor”.
Professor José Junior diz que; “Todo aquele que tem um chamado de Deus para pregar o Evangelho, não pode deixar de fazê-lo sob o pretexto de que não prega porque o pastor não dá oportunidade ou porque não tem tempo. Os homens aceitam desculpas, mas Deus não. Por isso o pregador deve pregar de todas as formas possíveis, onde estiver”.
“E, devemos ter também em mente que todo aquele que tem um chamado de Deus, não ficará em paz, enquanto não cumprir seu chamado”.
Luis Alonso Schökel (estudioso bíblico espanhol) diz que; “Paulo sentia-se como um profeta forçado a pregar , assim como Jeremias (Veja Jeremias 20.7-13)”.
Frederick Brotherton Meyer (pastor, evangelista e teólogo inglês) diz que; “O único objetivo de Paulo era ganhar pessoas para Cristo, ele não se preocupava em ser reconhecido pelos homens, para ganhar mais pessoas para o Senhor ele se privava de confortos, compensações e de um bem merecido descanso”. - Grifo nosso.
Por esta causa, eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios,
Efésios 3.1
John Robert Walmsley Stott (pastor e teólogo britânico) diz que; “Humanamente falando, Paulo não era o prisioneiro de Cristo, mas, sim, do imperador Nero. Paulo apelara ao Imperador e, portanto, tinha sido levado preso para ser julgado diante dele. Paulo, porém, nunca pensava nem falava em termos puramente humanos. Acreditava na soberania de Deus sobre os assuntos dos homens. Assim, chamava-se (literalmente) o prisioneiro de Cristo Jesus, por estar tão convicto de que a sua vida inteira, inclusive a sua prisão tão estafante (cansativa), estava sob o senhorio de Jesus.
Para Paulo, ser prisioneiro de Cristo, isto é, ser escravo da vontade de Cristo era um privilégio. Precisamos nos atentar que, ter um “Dom ministerial” ou quanquer outro “Dom” traz muita responsabilidade, pois “qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá” (Lucas 12.48), mas também é um grande privilégio.
3. Plantação de Igreja, uma parceria.
Plantar “Igrejas” não é algo tão simples de se fazer. O apóstolo Paulo e tantos outros discípulos do Senhor Jesus foram verdadeiros desbravadores missionários e saíram plantando (isto é, fundando) “Igrejas”. No Brasil, principalmente nos últimos 30 anos, o que se vê são vários pastores pescadores de aquários alheios (ou seja, fundam igrejas e levam para suas novas denominações os membros de outras igrejas) No Estado de São Paulo, por exemplo, existem cidades que tem tantas denominações evangélicas umas próximas das outras, que você poderá até perder as contas, são muitas.
“A grande mensagem que as muitas denominações evangélicas, umas próximas das outras, passam para os descrentes é que os evangélicos são desunidos, por isso é que eles abrem várias igrejas de ministérios diferentes”.
A “plantação de Igrejas” deve ser uma “parceria” entre Deus e o homem, e esta parceria visa alcançar os perdidos e não os menbros de outras denominações. Embora saibamos que, há muitos perdidos dentro de muitas denominações, devemos observar para ver se estamos buscando alcançar os perdidos ou simplesmente os membros de outras denominações.
Vejamos o texto de 1 Coríntios 3.6-9;
6. Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento.
7. Pelo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.
8. Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão, segundo o seu trabalho.
9. Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.
1 Coríntios 3.6-9
Neste texto acima, fica claro que o trabalho de semear e plantar é nosso. Mas quem faz germinar, frutificar e crescer é Deus. Deus e o homem cooperam na plantação de “Igrejas” e a honra e a glória é toda de Deus e não do homem.
2 – Antioquia, o Ponto de Partida Para o Crescimento da Igreja
1. Uma igreja missionária.
Antioquia: Essa cidade, localizada às margens do rio Orontes, foi o berço das missões cristãs. Era conhecida como Antioquia da Síria, a fim de ser distinguida de Antioquia da Psídia (veja Atos 13.14). Antioquia da Síria foi fundada em cerca de 300 a.C. e cresceu a ponto de contar com numerosa população nos tempos de Paulo, incluindo muitos judeus, os quais, desde tempos remotos haviam obtido o direito de cidadania. Durante o período das guerras dos Macabeus, muitas famílias judaicas se estabeleceram em Antioquia. Na época de Paulo, era a terceira maior cidade do império romano, perdendo em importância numérica apenas para Roma e Alexandria. Os romanos fizeram- na capital da província romana da Síria.
Paulo começou e terminou ali a sua segunda viagem missionária. Não sabemos exatamente quão grande era a cidade nos dias de Paulo, mas, à base da informação dada por João Crisóstomo (considerado por muitos estudiosos o “maior pregador da Igreja grega depois dos apostolos”) , deve ter contado com uma população de cerca de oitocentos mil habitantes, em 300 d.C.
A cidade de Antioquia foi fundada por Seleuco Nicator, um dos generais de Alexandre, o grande, em 300 a.C., que lhe deu nome em honra a seu pai, Antíoco. Antíoco havia devastado e poluído a cidade de Jerusalém, mas os seus sucessores, de conformidade com o que diz Josefo, foram mais liberais, tendo criado uma boa atmosfera para o desenvolvimento do judaísmo naquele lugar, e isso teria atraído a muitos judeus, até que, finalmente, Antioquia se tornou grande centro da erudição judaica, bem como cidade onde havia numerosa colônia judaica. Com base nessa circunstância, o caminho ficou preparado para a entrada e o crescimento do cristianismo em Antioquia.
Podemos dizer que, a “Igreja” de Antioquia era rica em líderes (pessoas aptas para aconselhar, ensinar, liderar, fazer discípulos);
1. Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.
2. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.
3. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.
Atos 13.1-3
Atualmente é difícil ver uma “Igreja” rica em líderes, ou seja, é difícil ver uma “Igreja” em que, além do pastor, haja várias pessoas com conhecimento bíblico aprofundado, vida de oração e preparo para aconselhar, ensinar, liderar e fazer discípulos. E, quando eu digo “vida de oração” não me refiro a aquelas pessoas que oram 10 ou 15 minutos por dia e nem aquelas pessoas que tem anos de ministério e nunca leram a Bíblia inteira nem se quer uma vez na vida. Mas me refiro a pessoas que realmente tem “preparo espiritual” que só vem com o tempo, zelo, oração, meditação na Palavra de Deus e obediência a Palavra.
Oremos pois para que Deus levante muitos líderes em nossas “Igrejas”, que nossas “Igrejas” possam ter vários profetas e doutores, como havia na “Igreja” de Antioquia.
A “Igreja” de Antioquia era uma “Igreja” missionária, ali o Espírito tinha total liberdade para dizer; Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado (Atos 13.2).
Será que em nossas “Igrejas” o Espírito tem tido esta liberdade?
Há Jejuns e orações em nossas “Igrejas” como havia na “Igreja” de Antioquia?
(Atos 13.2,3).
2. A primeira viagem missionária.
Basta uma leitura dos capítulos 13 e 14 do livro dos Atos dos Apóstolos e teremos uma lista dos locais por onde Paulo passou evangelizando, fazendo missões, porém resumimos abaixo a primeira viagem de Paulo;
A) A missão em Chipre (Atos13.4 -13)
B) O testemunho de Paulo em Antioquia da Pisídia (Atos 13 .14 ,16 -52)
C) Paulo e Barnabé em Icônio (Atos 14.1- 7)
D) A cura de um paralítico em Listra (Atos 14.8 -19)
E) A volta das missões: A volta para Antioquia da Síria (Atos 14.21-28).
3. A segunda viagem missionária.
A segunda viagem missionária de Paulo iniciou-se no capítulo 16 de Atos, depois da “divulgada” reunião em Jerusalém no capítulo 15. Logo que Barnabé e Paulo deixaram Jerusalém, voltaram para Antioquia e esclareceram sobre as decisões de Jerusalém. Com eles estavam os dois enviados, Judas e Silas, que foram delegados pelos apóstolos para darem as respostas aos questionamentos da igreja.
Os dois enviados, Judas e Silas, ficaram algum tempo em Antioquia, e, depois de cumprida a missão delegada pela igreja de Jerusalém, Judas voltou imediatamente a Jerusalém, mas Silas resolveu ficar mais um pouco. Barnabé e Paulo resolveram permanecer por mais um tempo, ensinando e pregando na cidade a Palavra do Senhor (Atos 15.35). Depois de consagrados para a missão, tiveram a iniciativa de voltar à mesma região da primeira viagem para ver como estavam as igrejas plantadas e confirmar a fé dos novos convertidos (Atos15.36). Em Atos capítulos 16-18 vemos o esforço de Paulo e mais alguns irmãos na missão de pregar, plantar e fortalecer as “Igrejas” com a pregação da Palavra de Deus.
3 – Características de Um Plantador de Igrejas
1. Motivado pelo chamado.
2. Experimentado no deserto da vida.
3. A Igreja segundo as Escrituras.
Quais os principais requisitos para ser um plantador de “Igrejas”? Sobre isto, quais caracteristicas que vemos no apóstolo Paulo?
Vejamos, Paulo;
- É convertido (Atos 9).
- É escolhido para missões (Atos 9.15).
- Tem certeza do seu chamado para missões (Gálatas 1.15).
- É cheio do Espírito Santo (Atos 9.17).
- É de oração (Atos 9.11; Romanos 1.10; 1 Coríntios 14.15; Efésios 1.16; Filipenses
1.4; 1 Tessalonicenses 1.2).
- Evangeliza sob o poder do Espírito Santo (1 Coríntios 2.4,5).
Parafraseando as palavras de John Oswald Sanders (teólogo e escritor neozelandês); “Paulo era um homem de Deus, um homem de ação, porque era um homem de oração”.
Você já se perguntou quais as características de uma “Igreja missionária” produtiva? Uma “Igreja missionária” produtiva;
- Ora e jejua (Atos 13.2,3).
- Tem comunhão e sensibilidade para ouvir as orientações do Espírito Santo, disse o Espírito Santo Apartai me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado (Atos 13.2).
- Tem um alvo bem definido, “anunciavam a Palavra de Deus” (Atos 13.5), proclama o Cristo Vivo (Atos 13.13-52).
Conclusão
Para que o trabalho de plantio de igrejas alcançasse sucesso, Paulo entendeu que o crescimento de uma igreja depende de Deus. Cada igreja tem o seu “potencial” para crescer, frutificar e multiplicar-se. O nosso papel de semeadores é o de preparar a terra para o plantio e semear a “boa semente”, mas é o Espírito quem habilita essa semente a germinar e a frutificar.
Fontes:
A Bíblia Interpretada Versículo por Versículo – Russel Norman Champlin,
Bíblia de Estudo Pentecostal,
Bíblia do Expositor,
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal,
Bíblia Holman, Bíblia de Estudo MacArthur,
Revista Cristão Alerta 4º Trimestre de 2021,
Livro de Apoio 4º Trimestre de 2021 (classe adultos) – Elienai Cabral, Comentário Expositivo Hagnos – Hernandes Dias Lopes,
Comentário Bíblico F. B. Meyer,
Comentário Bíblico Beacon,
Bíblia de Estudo Explicada,
Apontamentos teológicos – professor José Junior
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