Oração - O Diálogo da Alma com Deus –
Texto Áureo: Efesios 6.18
Leitura Bíblica em Classe: Mt. 6.9-13
Objetivo: Despertar os alunos para a prática contínua da oração, não com meras repetições de palavras, mas na forma de diálogo com Deus, falando e ouvindo, seguindo, sobretudo, o padrão que Jesus nos ensinou.
INTRODUÇÃO
É possível saber muito sobre oração, e mesmo assim, não orar. O principal desafio para o cristão não é começar a orar, mas continuar orando. Ademais, o aparato moderno que temos hoje à disposição contribui para que nos distanciemos da oração.
Na lição de hoje, veremos que orar é mais do que uma necessidade é um ato de obediência. A principio, definiremos o que seja oração, mostraremos sua importância, e ao final, meditaremos a respeito do ensino de Jesus sobre a oração.
1 - ORAÇÃO: DEFINIR É FÁCIL
No Antigo Testamento, a palavra bíblica para “oração” é “tepila”. Esse termo é bastante recorrente no livro dos Salmos = (Salmos. 17; = Salmos 86; Salmos 90; = Salmos 102; = Salmos 142), na verdade, a maioria desses é composta por orações.
No Salmos. 4, o autor ora pedindo a Deus que o livre dos seus inimigos (v. 1). No 102, roga a Deus que o livre do sofrimento que o atormenta (v. 1).
A oração bíblica é sempre dirigida a Deus, nunca a qualquer outra pessoa = (II Cr. 6.39; 30.27). O salmista está convicto de que Deus responde a oração = (Salmos. 102.17), principalmente, conforme aponta o autor dos Provérbios, a dos justos = (Pv. 15.29). A solução para os problemas da existência humana, nos Salmos, vem do Senhor por meio da oração = (Salmos. 88.22,13).
No Novo Testamento, a palavra oração é “proseuchê” que é sempre dirigida à divindade, a Jesus = (Ef. 1.6-17; = Ap. 5.8; 8.3,4) e a Deus = (Rm. 15.30). Jesus nos dá o exemplo do valor da oração porque Ele mesmo passou horas, às vezes, noites inteiras em oração = (Lc. 6.12).
Paulo também demonstrou ser um homem de oração = (Rm. 1.10; = Ef. 1.16; = I Ts. 1.2; Fm. 4). Orar não é fácil por uma série de razões, a principal delas é a propensão humana para a auto-suficiência.
O desafio, seguindo o exemplo de Jesus, Paulo e tantos outros, é o de transformar a oração numa prática contínua em nossas vidas, que aprendamos a desfrutar da comunhão que oração possibilita, através do diálogo com Deus.
2 - EMPECILHOS E INCENTIVOS À PRÁTICA DA ORAÇÃO
Existem alguns impedimentos humanos à oração, dentre eles, destacamos:
1) o egoísmo humano faz com que nos distanciemos da oração, e às vezes, se revela na própria oração = (Tiago. 4.3);
2) uma vida voltada para o pecado também impossibilita a prática da oração, pois quanto mais o homem peca mais distante quer estar de Deus (Is. 59.1,2); 3)
3) a entronização de ídolos no coração humano retira-lhe o elo de relacionamento com Aquele que não dá a Sua glória a outro deus = (Ez. 14.3);
4) o descaso em relação aos pobres nos é apresentado pelo autor de provérbios como uma das causas de não sermos ouvidos na oração = (Pv. 21.13);
5) a indisposição para perdoar afasta as pessoas de uma vida de oração = (Mc. 11.25);
6) um relacionamento conjugal desajustado reflete-se improdutivamente na oração = (I Pe. 3.7); e
7) a falta de fé, retratada no materialismo, distancia as pessoas da oração = (Tg. 1.5-7). Esses são alguns dos empecilhos à oração, nós, no entanto, temos muitos motivos para depender da oração, o principal deles, é o exemplo que Cristo nos deu. Jesus sabia que dependemos de Deus para viver.
Por isso, não dispensava seus momentos de oração, fosse de madrugada = (Mc. 1.35), às vezes, Ele passava a noite orando = (Lc. 6.12).
Antes de tomar decisões importantes, e nos momentos de crises, Jesus orou = (Mc. 1.35-38; = Lc. 3.21,22; = 6.12,13; = 9.18,21, 21,22; = 22.39-46).
Quando as ocupações do dia-a-dia queriam fazer com que Jesus perdesse o foco, Ele se distanciava e procurava um lugar isolado onde pudesse ficar à SÓS com o Pai (Lc. 5.15,16; = Mc. 3.20; = 6.31,33,46).
Antes das tentações da vida, Jesus colocou-se debaixo da dependência do Pai por meio da oração = (Mt. 26.36).
Se Cristo sendo quem foi orou não deveríamos nós fazer o mesmo? Lembremos, no entanto que a vida do cristão não deva se satisfazer apenas com momentos de oração, deva ser, acima de tudo, uma vida de oração = (I Ts. 5.17; = Ef. 6.18).
3 - ORANDO COMO JESUS ENSINOU
Há muitas orações na Bíblia, inclusive a de Jabez, bastante citada e imitada, especialmente, por aqueles que postulam a teologia da prosperidade e da confissão positiva.
Mas todas as orações, seja do Antigo e/ou do Novo Testamento, precisam passar pelo crivo de Jesus.
Quando os seus discípulos pediram-No que os ensinassem a orar, Ele lhes apresentou uma oração modelo, dizendo que deveríamos orar “assim” = (Mt. 6.9). A oração do Senhor não deva ser estímulo para a mera repetição = (Mt. 6.7), ela deve nos servir de padrão para que façamos as nossas próprias orações.
Destacamos, a seguir, alguns princípios para a oração cristocêntrica: a princípio, a intimidade, pois somente em Cristo podemos chamar a Deus de “Pai”, expressão aramaica “Abba”, cujo significado aproximado é o de “papaizinho”.
Segundo Paulo, recebemos o Espírito de adoção, pelo qual, clamamos “Abba”, Pai (Rm. 8.15; = Gl. 4.6). Ele não é apenas o MEU Pai, mas o NOSSO Pai, ressaltando, assim, a união de todos aqueles que foram chamados, a Igreja = (Mt. 16.18),
A fim de reconhecer que o Senhor é Santo e que todos são pecadores, necessitados de Sua graça = (Rm. 3.23; 6.23), Mas não apenas isso, que também o Seu reino é chegado entre nós = (Lc. 10.9; 17.21), ainda que ansiamos pelo dia em que se concretizará em Sua plenitude = (Ap. 20.2-6).
Que a vontade de Deus, e não a nossa, prevaleça, que ela seja feita na terra como já é no céu. Somente a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável = (Rm. 12.2).
Para que o pão diário nos seja dado e não todas as riquezas do mundo, a fim de que tenhamos o suficiente para vivermos contentes = (I Tm. 6.6; = Hb. 13.5) e não nos inquietarmos com o dia de amanhã = (Mt. 6.34).
E não esqueçamos que a maior riqueza que o ser humano pode ter é o perdão divino, ainda que esse precise ser repartido com aqueles que nos ofendem = (Mt. 5.7; = 6.14,15; 18.21-23).
Que Deus não nos deixe cair em tentação, cientes de que também devemos vigiar para não sermos tragados pelo Mal = (Mt. 26.41; = I Co. 10.13; = I Pe. 5.8), e por fim, saibamos que somente a Deus, e não a quem quer que seja, pertence o reino, o poder e a glória para sempre (I Cr. 29.11; = I Tm. 1.17; = Ap. 19.1).
CONCLUSÃO
Ainda que não estejamos dispostos, precisamos orar. Deixar de orar é um ato de desobediência a Cristo. Afinal, sabendo Ele da importância da oração, nos instrui: “orai e vigiai” = (Mt. 26.41),
Samuel reconheceu ainda na Antiga Aliança, que deixar de orar se tornaria um pecado: “E quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o Senhor, deixando de orar por vós; antes vos ensinarei o caminho bom e direito” = (I Sm. 12.23).
Consoante a mensagem do evangelho, fica claro, nessa passagem, que não apenas devemos orar, precisamos também agir. Lutero, o sábio reformador, já dizia: “oremos como se todo o trabalho dependesse de Deus, e trabalhemos como se tudo dependesse de nós”.
BIBLIOGRAFIABRANDT, R. L., BICKET, Z. J. O Espírito nos ajuda a orar. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.HANEGRAAFF, H. A oração de Jesus. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
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