2 de junho de 2013

A NECESSIDADE E A URGÊNCIA DO CULTO DOMESTICO



A NECESSIDADE E A URGÊNCIA DO CULTO DOMESTICO

TEXTO ÁUREO = “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv 22.6).

VERDADE PRÁTICA = O culto doméstico, além de desenvolver na criança o princípio da adoração a Deus, sedimenta em nossos filhos os verdadeiros valores morais.

LEITURA BIBLICA  = SALMOS 78.1-8

INTRODUÇÃO

Através de Moisés, o Senhor intima os israelitas a repassar aos seus filhos, com toda a diligência, os princípios da Palavra de Deus (Dt 6.7). Isto significa que os mais importantes conceitos da vida são formados na intimidade do lar e reforçados no culto doméstico.
O culto doméstico significa literalmente o culto da família. E, portanto, urna oportunidade da família, reunida, manter a comunhão constante com Deus, através da leitura da Sua Palavra, da oração e dos cânticos de louvor

 PAIS CONSCIENTES DO SEU DEVER

1. Adão. Quando os filhos de Adão ofereceram ao Senhor as primícias do seu trabalho (Gn 4.3,4), demonstraram haver recebido de seus pais conceitos sólidos sobre Deus e seu relacionamento com o homem. Isto significa que Adão e Eva faziam o culto doméstico com os seus filhos; doutra forma: como poderiam eles saber acerca do culto ao verdadeiro Deus?

2. Noé. Por ocasião do encontro de Deus com Noé, ordenou-lhe o Senhor: “Entrarás na arca, tu e os teus filhos, e a tua mulher, e as mulheres de teus filhos contigo” (Gn 6.18). Conclui-se, pois, que se Noé não houvesse ensinado os seus filhos a obedecerem a Deus, eles não teriam entrado na arca com o pai.

3. Abraão. O próprio Deus dá este testemunho de Abraão: “Pois eu o escolhi para que ele ordene a seus filhos ... para que guardem o caminho do Senhor; deste modo o Senhor realizará para Abraão o que lhe prometeu” (Gn 18.19 – A Bíblia de Jerusalém).

Esta passagem assinala a responsabilidade que Deus confia ao sacerdote do lar. Temos por dever ensinar aos filhos os preceitos da vida espiritual e ter a percepção da vontade divina para a vida de cada membro da família, a fim de que Deus encontre lugar neles para os seus propósitos.

4. Os pais de Moisés. As atitudes de Moisés (Hb 11.24-27) denotam a diligência dos seus pais na transmissão do conhecimento de Deus no âmbito doméstico.
Moisés passou muito mais tempo sob a influência da cultura egípcia, no palácio de Faraó, do que com os seus pais. Todavia, o curto período em que estivera na casa paterna foi suficiente para que a sua fé em Deus fosse devidamente estruturada. Este exemplo é apropriado para a vida moderna. Hoje as crianças permanecem mais com os de fora do que com os pais. Por isto todo o tempo de convívio com a família deve ser sabiamente administrado pelos pais para imprimir e reforçar os valores espirituais indispensáveis à vida de seus filhos.

5. Eunice e Lóide. O ministério de Timóteo tinha como base o conhecimento adquirido em três fontes: os rabinos que o instruíram na sinagoga; os mestres cristãos, entre eles, Paulo; e, principalmente, sua família — sua mãe e sua avó. Em 2 Timóteo 3.15, Paulo faz-nos entender que o conhecimento secular torna o homem culto, ao passo que o conhecimento e a prática (Mt 7.24) das Sagradas Letras faz o homem sábio. Eunice é lembrada como a mãe piedosa e dedicada à instrução espiritual de seu filho. Ë o modelo para todas as mães cristãs.

 PAIS NEGLIGENTES

1. A negligência de Ló. A maneira como Ló comportava-se diante de sua família, assentado passivamente à porta da iníqua e pecaminosa Sodoma (Gn 19.1), contribuiu de forma substancial para que suas filhas chegassem à decadência moral a que chegaram (Gn 19.31-38).
Apesar de suas virtudes, ele não foi diligente na formação espiritual e moral de suas filhas permitindo-lhes conviver numa sociedade como a sodomita, que lhes deformaria o caráter e os padrões morais. Esta falta de firmeza teve como conseqüência a desestrutura da família e a geração de uma descendência ímpia.

2. O povo de Israel. Em Juízes 2.10, vemos a negligência de todo um povo quanto à ordenança divina de repassar os conhecimentos de Deus aos filhos. Tudo aquilo aconteceu porque se levantou uma geração que não conhecia ao Senhor. Se os pais estivessem comprometidos com a recomendação de Moisés (Dt 6.7), aproveitando todos os momentos em família para transmitir os valores espirituais aos seus filhos, aquela tragédia teria sido evitada.

Se hoje existem filhos de crentes que não reconhecem o poder e a soberania do Senhor, isto se deve à negligência dos pais em relação às Escrituras Sagradas. Deus exige que os pais cuidem da formação espiritual de seus filhos. Se não atentarmos para este dever, traremos desastrosos resultados à sua vida. Se quisermos uma igreja fiel e consciente de seus deveres, devemos cuidar que nossos filhos sejam fiéis ao Senhor e à sua Palavra. E isto deve ser feito através do exemplo e do diálogo.

a)      A IMPORTÂNCIA DO CULTO DOMÉSTICO = Dt 11.13-23

A importância do culto doméstico evidencia-se no fato de que as Escrituras nos ensinam o dever de adorarmos a Deus (Sl 95.1-6; Ap 14.7).

1. É uma prioridade (vv. 13.22). O desconhecimento dos preceitos de Deus pode ocasionar a desobediência. A diligência em ensinar os preceitos de Deus aos filhos contribui para a obediência que cada filho, em particular, deve ao Senhor.

2. É um fator de segurança e prosperidade. Ao insistir pela obediência aos seus preceitos, Deus ensinava a Israel como tornar-se forte e capaz de dominar as forças inimigas que o cercavam. Era o meio seguro para o sucesso e a prosperidade. (v. 18).
Os versículos anteriores enfocam duas importantes advertências feitas a Israel: a primeira diz que a obediência aos preceitos divinos traria força e tranqüilidade ao povo; e a segunda, que o pecado encurtaria os seus dias na terra e impediria a sua prosperidade, quer como indivíduos, quer como povo (vv. 16,17).

3. É uma escola diária e permanente. Esta é a feliz concepção de muitas famílias. Moisés expõe três importantes regras para quem quiser prosperar e vencer na longa jornada da vida:

a. Coração cheio da Palavra de Deus. “Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma”. Este é também o meio bíblico, recomendado ao crente, para preservar-se do pecado. Leia SI 119.11.

b. Olhos fixos na Palavra de Deus. “Atai-as por sinal na vossa mão”. Este era o único meio para tê-la sempre presente, como guia no caminho da justiça. Só assim seria possível ao israelita meditar na Palavra de Deus.

e. A Palavra na boca para ser proclamada. (v.. 19-ARA). A Palavra de Deus ensina que devemos aproveitar as nossas oportunidades “remindo o tempo” (Cl 4.5).

b) A IMPORTÃNCIA DO CULTO DOMESTICO

De que maneira conseguiremos formar devidamente nossos filhos? Através do culto doméstico. Somente assim haveremos de fortalecer os laços de afeição, amizade e comunhão entre os membros de nossa família. Quando isto acontece, a própria igreja é fortalecida, pois a sua base é formada por famílias.
Se este padrão for seguido, cada geração será melhor e mais forte espiritualmente do que a anterior. Muitos reclamam da frieza espiritual da igreja moderna, mas será que eles formaram filhos “fervorosos” na fé? Será 
que os cultos familiares são aquecidos com a presença do Espírito? (2 Tm 3.14).

Paulo mostra que a vida de Timóteo achava-se alicerçada naquilo que havia aprendido. Por conseguinte, a superficialidade de alguns rebanhos deve-se a um ensino deficiente que não pode ser atribuído necessariamente àquilo que se aprende ou deixa de se aprender na igreja, mas sim no lar. O culto doméstico é a essência da formação cristã em família.

OS PRIVILÉGIOS DO CULTO DOMÉSTICO

Os crentes realizam o culto doméstico com o propósito de obter comunhão com Deus. Consideram- no um motivo de prazer, um privilégio e não uma obrigação enfadonha.

1. Bênçãos diárias. Jesus ao ensinar os discípulos a orar, disse: “O Pão nosso de cada dia nos dá hoje” (Mt 6.11). Ninguém questiona sobre a necessidade que todos têm da alimentação diária para o sustento físico. Do mesmo modo, o culto doméstico deve ser considerado necessário, e, muito mais, ainda, por tratar-se do privilégio da família, reunida, participar da cotidiana “refeição espiritual’.

2. União no lar. Qualquer reunião da família, de algum modo, pode ser um fator de união entre os seus membros. O encontro familiar na presença de Deus, é essencial para esta união. (1 Co 12.12,13).

3. Comunhão com Deus. É óbvio, é lógico, é bíblico que todos os membros da família, os que crêem em Deus e na Sua palavra, participem do culto doméstico, pois eles recebem de Deus as bênçãos materiais indispensáveis à sobrevivência, tais como o alimento e o oxigênio que respiram, bem como todas as outras provisões para a vida e a saúde (At 14.17; Mt 5.45). Além disso, todos têm a esperança da vida eterna, que receberam de graça, mediante a fé em Cristo Jesus (Ef 2.8-10); e, portanto, devem gratidão a Deus pelos benefícios recebidos dEle para esta vida, e, também, para a eterna. (Sl 103.2).

4. A escolha do horário do culto. Cabe à família, por certo, marcar a hora para o culto doméstico, mas, até nisto, a Bíblia oferece uma boa sugestão. “Ensinai-as a vossos filhos.., deitando-te e levantando- te” (v.19). Vemos, então, que o culto pode ser realizado pela manhã ou a noite. Em nossa casa o fazemos na hora do café da manhã, e, também, à noite, antes de deitarmos, em condições de envolver o maior número possível doe filhos neste encontro com Deus e a Sua Palavra. Todavia, qualquer que seja o horário escolhido Imprescindível haver pontualidade, regularidade e devoção na celebração do culto, a fim de não transformado num costume. 

CARACTERISTICAS DO CULTO DOMÉSTICO

1. Seus inegáveis benefícios.

a. E fator de harmonia. Torna o ambiente familiar mais agradável, contribuindo, assim, para estreitar a comunhão entre os membros da família e evitar as desavenças e a desunião no lar. (Sl 133; Rm 14.18,19).

b. E meio divino de fortalecimento espiritual. Começar o dia com um encontro com Deus fortalece os membros da família, para enfrentar com otimismo e segurança os problemas e as tentações durante dia (Hb 13.5,6).

c. Produz consciência da presença Deus no lar. E meio eficaz de recordar os oráculos de Deus e tornar viva a sua presença, como amigo e protetor ilimitado (Sl 73.16, 17).

d. Aviva a convicção de que Deus se interessa por nós. Dá, aos membros da família, a convicção de que Deus é o companheiro constante no lar, interessado em tudo o que fazemos e falamos (Rm 8.28).

e. Revela agradecimento a Deus. E apropriado expressão de reconhecimento e gratidão a Deus pelas suas misericórdias, através das provisões diárias (Sl 103.1-5). -

f. Traz beneficio à mente. E um meio eficiente para suprir a meditação do dia e proporcionar as bem aventuranças do Salmo 1 (Fp 4.8,9).

FINALIDADE DO CULTO DOMÉSTICO

1. O lar como parte da Igreja.

Já é conhecido o conceito de que é em casa que demonstramos quanto de cristianismo possuímos.
Jesus disse: “porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20). Estas palavras nos ensinam duas coisas: que o culto doméstico, em que toda a família se reúne para ler a Palavra de Deus e orar, é oportuno porque todos podem desfrutar da presença de Deus; e que o reconhecimento dessa presença requer de todos um comportamento santo no lar.

2. Uma fé robusta nos membros da família. Como todos os demais dons, a fé é passível de desenvolvimento. Pode aumentar e crescer (2 Co 10.15; 2 Ts 1.3). A fé, que é o canal das bênçãos de Deus, não progride e não cresce automaticamente e, sim, pela prática dos exercícios que compõem o culto doméstico — leitura da Palavra de Deus (Rm 10.17) e a oração (Jd 20).

3. Recursos para perseverar na doutrina. A vida espiritual deve ser compartilhada, especialmente, com os membros da família (At 16.34).
Não é regra, mas é justo esperar que os pais tenham experiência espiritual, conhecimento da Palavra de Deus e convicção das verdades eternas. Só assim serão capazes de ajudar os filhos e despertar neles interesse pela doutrina. Antes de perseverar na doutrina é necessário aprendê-la e conhecer a sua importância para a salvação.

4. Renovação espiritual no seio da família. Tudo no mundo é passível de desgastar-se e envelhecer, e a vida espiritual também está sujeita a sofrer estas coisas. Mas o plano de Deus é que o nosso homem interior se renove de dia em dia (2 Co 4.16).
E vontade de Deus, e é conveniente a nós, que todo o nosso ser, dia a dia, seja renovado “no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10).

5. Despertamento no seio da família (Gn 35.1-5). Só a eternidade poderá revelar a importância dos lares onde pais zelosos se empenham pelo despertamento da família e pela obediência desta à Pala- via de Deus.

6. Um altar no lar. O altar é símbolo de adoração e sacrifício, e aparece na Bíblia desde Gênesis ao Apocalipse (Gn 8.20; Ap 16.7). O altar está relacionado com o progresso espiritual e com as grandes vitórias alcançadas pelo povo de Deus. Leia Gn 22.1-17; 1 Rs 18.30-40. A adoração a Deus deve ser contínua, isto é, uma prática diária ininterrupta, como meio da família manter a comunhão com Deus.

CONCLUSÃO

A falta de tempo para se refletir na Palavra de Deus, em família, é uma ameaça contra a estabilidade espiritual dos filhos e dos cônjuges. Levemos em conta que os dias atuais são mui difíceis, em virtude de seus perversos ensinos tentarem neutralizar os valores bíblicos e espirituais que devem nortear a casa e a igreja.

O mundo impõe um padrão de conduta que nada tem a ver com o do cristão. Ë no lar que a criança deve adquirir convicções que a tornem capaz de resistir aos valores deturpados do mundo. Portanto, muito cuidado! Se o culto doméstico e o ensino sistemático da Palavra forem negligenciados pelos pais, a família estará fadada ao fracasso, às vezes, irreversível.

Por falta do altar de adoração a Deus, através da leitura da Bíblia, do louvor e de oração no culto doméstico, muitas famílias estão empobrecidas na vida espiritual, e outras tantas têm fracassado totalmente.



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRARFIA

LIÇÕES BIBLICAS CPAD 1987
LIÇÕES BIBLICAS CPAD 2004

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