A NECESSIDADE E A
URGÊNCIA DO CULTO DOMESTICO
TEXTO ÁUREO = “Instrui o menino no caminho em
que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv 22.6).
VERDADE PRÁTICA = O culto doméstico, além de
desenvolver na criança o princípio da adoração a Deus, sedimenta em nossos
filhos os verdadeiros valores morais.
LEITURA BIBLICA = SALMOS 78.1-8
INTRODUÇÃO
Através de
Moisés, o Senhor intima os israelitas a repassar aos seus filhos, com toda a
diligência, os princípios da Palavra de Deus (Dt 6.7). Isto significa que os
mais importantes conceitos da vida são formados na intimidade do lar e
reforçados no culto doméstico.
O culto
doméstico significa literalmente o culto da família. E, portanto, urna
oportunidade da família, reunida, manter a comunhão constante com Deus, através
da leitura da Sua Palavra, da oração e dos cânticos de louvor
PAIS CONSCIENTES DO SEU DEVER
1. Adão. Quando os filhos de Adão ofereceram
ao Senhor as primícias do seu trabalho (Gn 4.3,4), demonstraram haver recebido
de seus pais conceitos sólidos sobre Deus e seu relacionamento com o homem.
Isto significa que Adão e Eva faziam o culto doméstico com os seus filhos;
doutra forma: como poderiam eles saber acerca do culto ao verdadeiro Deus?
2. Noé. Por ocasião do encontro de Deus com
Noé, ordenou-lhe o Senhor: “Entrarás na arca, tu e os teus filhos, e a tua
mulher, e as mulheres de teus filhos contigo” (Gn 6.18). Conclui-se, pois, que
se Noé não houvesse ensinado os seus filhos a obedecerem a Deus, eles não
teriam entrado na arca com o pai.
3. Abraão. O próprio Deus dá este testemunho de
Abraão: “Pois eu o escolhi para que ele ordene a seus filhos ... para que
guardem o caminho do Senhor; deste modo o Senhor realizará para Abraão o que
lhe prometeu” (Gn 18.19 – A Bíblia de Jerusalém).
Esta
passagem assinala a responsabilidade que Deus confia ao sacerdote do lar. Temos
por dever ensinar aos filhos os preceitos da vida espiritual e ter a percepção
da vontade divina para a vida de cada membro da família, a fim de que Deus
encontre lugar neles para os seus propósitos.
4. Os pais de Moisés. As atitudes de Moisés (Hb 11.24-27)
denotam a diligência dos seus pais na transmissão do conhecimento de Deus no
âmbito doméstico.
Moisés
passou muito mais tempo sob a influência da cultura egípcia, no palácio de
Faraó, do que com os seus pais. Todavia, o curto período em que estivera na
casa paterna foi suficiente para que a sua fé em Deus fosse devidamente
estruturada. Este exemplo é apropriado para a vida moderna. Hoje as crianças
permanecem mais com os de fora do que com os pais. Por isto todo o tempo de
convívio com a família deve ser sabiamente administrado pelos pais para
imprimir e reforçar os valores espirituais indispensáveis à vida de seus
filhos.
5. Eunice e Lóide. O ministério de Timóteo tinha como
base o conhecimento adquirido em três fontes: os rabinos que o instruíram na
sinagoga; os mestres cristãos, entre eles, Paulo; e, principalmente, sua
família — sua mãe e sua avó. Em 2 Timóteo 3.15, Paulo faz-nos entender que o
conhecimento secular torna o homem culto, ao passo que o conhecimento e a
prática (Mt 7.24) das Sagradas Letras faz o homem sábio. Eunice é lembrada como
a mãe piedosa e dedicada à instrução espiritual de seu filho. Ë o modelo para
todas as mães cristãs.
PAIS NEGLIGENTES
1. A negligência de Ló. A maneira como Ló comportava-se
diante de sua família, assentado passivamente à porta da iníqua e pecaminosa
Sodoma (Gn 19.1), contribuiu de forma substancial para que suas filhas
chegassem à decadência moral a que chegaram (Gn 19.31-38).
Apesar de
suas virtudes, ele não foi diligente na formação espiritual e moral de suas
filhas permitindo-lhes conviver numa sociedade como a sodomita, que lhes
deformaria o caráter e os padrões morais. Esta falta de firmeza teve como
conseqüência a desestrutura da família e a geração de uma descendência ímpia.
2. O povo de Israel. Em Juízes 2.10, vemos a negligência
de todo um povo quanto à ordenança divina de repassar os conhecimentos de Deus
aos filhos. Tudo aquilo aconteceu porque se levantou uma geração que não
conhecia ao Senhor. Se os pais estivessem comprometidos com a recomendação de
Moisés (Dt 6.7), aproveitando todos os momentos em família para transmitir os
valores espirituais aos seus filhos, aquela tragédia teria sido evitada.
Se hoje
existem filhos de crentes que não reconhecem o poder e a soberania do Senhor,
isto se deve à negligência dos pais em relação às Escrituras Sagradas. Deus
exige que os pais cuidem da formação espiritual de seus filhos. Se não
atentarmos para este dever, traremos desastrosos resultados à sua vida. Se
quisermos uma igreja fiel e consciente de seus deveres, devemos cuidar que
nossos filhos sejam fiéis ao Senhor e à sua Palavra. E isto deve ser feito
através do exemplo e do diálogo.
a)
A IMPORTÂNCIA DO CULTO DOMÉSTICO = Dt
11.13-23
A
importância do culto doméstico evidencia-se no fato de que as Escrituras nos
ensinam o dever de adorarmos a Deus (Sl 95.1-6; Ap 14.7).
1. É uma prioridade (vv. 13.22). O desconhecimento dos preceitos de
Deus pode ocasionar a desobediência. A diligência em ensinar os preceitos de
Deus aos filhos contribui para a obediência que cada filho, em particular, deve
ao Senhor.
2. É um fator de segurança e
prosperidade. Ao
insistir pela obediência aos seus preceitos, Deus ensinava a Israel como
tornar-se forte e capaz de dominar as forças inimigas que o cercavam. Era o
meio seguro para o sucesso e a prosperidade. (v. 18).
Os
versículos anteriores enfocam duas importantes advertências feitas a Israel: a
primeira diz que a obediência aos preceitos divinos traria força e
tranqüilidade ao povo; e a segunda, que o pecado encurtaria os seus dias na
terra e impediria a sua prosperidade, quer como indivíduos, quer como povo (vv.
16,17).
3. É uma escola diária e permanente. Esta é a feliz concepção de muitas
famílias. Moisés expõe três importantes regras para quem quiser prosperar e
vencer na longa jornada da vida:
a. Coração cheio da Palavra de Deus. “Ponde, pois, estas minhas palavras
no vosso coração e na vossa alma”. Este é também o meio bíblico, recomendado ao
crente, para preservar-se do pecado. Leia SI 119.11.
b. Olhos fixos na Palavra de Deus. “Atai-as por sinal na vossa mão”.
Este era o único meio para tê-la sempre presente, como guia no caminho da
justiça. Só assim seria possível ao israelita meditar na Palavra de Deus.
e. A Palavra na boca para ser
proclamada. (v..
19-ARA). A Palavra de Deus ensina que devemos aproveitar as nossas
oportunidades “remindo o tempo” (Cl 4.5).
b) A IMPORTÃNCIA DO CULTO DOMESTICO
De que
maneira conseguiremos formar devidamente nossos filhos? Através do culto
doméstico. Somente assim haveremos de fortalecer os laços de afeição, amizade e
comunhão entre os membros de nossa família. Quando isto acontece, a própria
igreja é fortalecida, pois a sua base é formada por famílias.
Se este padrão
for seguido, cada geração será melhor e mais forte espiritualmente do que a
anterior. Muitos reclamam da frieza espiritual da igreja moderna, mas será que
eles formaram filhos “fervorosos” na fé? Será
que os cultos familiares são
aquecidos com a presença do Espírito? (2 Tm 3.14).
Paulo mostra
que a vida de Timóteo achava-se alicerçada naquilo que havia aprendido. Por
conseguinte, a superficialidade de alguns rebanhos deve-se a um ensino
deficiente que não pode ser atribuído necessariamente àquilo que se aprende ou
deixa de se aprender na igreja, mas sim no lar. O culto doméstico é a essência
da formação cristã em família.
OS PRIVILÉGIOS DO CULTO
DOMÉSTICO
Os crentes
realizam o culto doméstico com o propósito de obter comunhão com Deus.
Consideram- no um motivo de prazer, um privilégio e não uma obrigação
enfadonha.
1. Bênçãos diárias. Jesus ao ensinar os discípulos a
orar, disse: “O Pão nosso de cada dia nos dá hoje” (Mt 6.11). Ninguém questiona
sobre a necessidade que todos têm da alimentação diária para o sustento físico.
Do mesmo modo, o culto doméstico deve ser considerado necessário, e, muito
mais, ainda, por tratar-se do privilégio da família, reunida, participar da
cotidiana “refeição espiritual’.
2. União no lar. Qualquer reunião da família, de algum
modo, pode ser um fator de união entre os seus membros. O encontro familiar na
presença de Deus, é essencial para esta união. (1 Co 12.12,13).
3. Comunhão com Deus. É óbvio, é lógico, é bíblico que
todos os membros da família, os que crêem em Deus e na Sua palavra, participem
do culto doméstico, pois eles recebem de Deus as bênçãos materiais
indispensáveis à sobrevivência, tais como o alimento e o oxigênio que respiram,
bem como todas as outras provisões para a vida e a saúde (At 14.17; Mt 5.45).
Além disso, todos têm a esperança da vida eterna, que receberam de graça,
mediante a fé em Cristo Jesus (Ef 2.8-10); e, portanto, devem gratidão a Deus
pelos benefícios recebidos dEle para esta vida, e, também, para a eterna. (Sl
103.2).
4. A escolha do horário do culto. Cabe à família, por certo, marcar a
hora para o culto doméstico, mas, até nisto, a Bíblia oferece uma boa sugestão.
“Ensinai-as a vossos filhos.., deitando-te e levantando- te” (v.19). Vemos,
então, que o culto pode ser realizado pela manhã ou a noite. Em nossa casa o
fazemos na hora do café da manhã, e, também, à noite, antes de deitarmos, em
condições de envolver o maior número possível doe filhos neste encontro com
Deus e a Sua Palavra. Todavia, qualquer que seja o horário escolhido Imprescindível
haver pontualidade, regularidade e devoção na celebração do culto, a fim de não
transformado num costume.
CARACTERISTICAS DO
CULTO DOMÉSTICO
1. Seus inegáveis benefícios.
a. E fator de harmonia. Torna o ambiente familiar mais
agradável, contribuindo, assim, para estreitar a comunhão entre os membros da
família e evitar as desavenças e a desunião no lar. (Sl 133; Rm 14.18,19).
b. E meio divino de fortalecimento
espiritual. Começar
o dia com um encontro com Deus fortalece os membros da família, para enfrentar
com otimismo e segurança os problemas e as tentações durante dia (Hb 13.5,6).
c. Produz consciência da presença
Deus no lar. E meio
eficaz de recordar os oráculos de Deus e tornar viva a sua presença, como amigo
e protetor ilimitado (Sl 73.16, 17).
d. Aviva a convicção de que Deus se
interessa por nós.
Dá, aos membros da família, a convicção de que Deus é o companheiro constante
no lar, interessado em tudo o que fazemos e falamos (Rm 8.28).
e. Revela agradecimento a Deus. E apropriado expressão de
reconhecimento e gratidão a Deus pelas suas misericórdias, através das
provisões diárias (Sl 103.1-5). -
f. Traz beneficio à mente. E um meio eficiente para suprir a
meditação do dia e proporcionar as bem aventuranças do Salmo 1 (Fp 4.8,9).
FINALIDADE DO CULTO
DOMÉSTICO
1. O lar como parte da Igreja.
Já é
conhecido o conceito de que é em casa que demonstramos quanto de cristianismo
possuímos.
Jesus disse:
“porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio
deles” (Mt 18.20). Estas palavras nos ensinam duas coisas: que o culto
doméstico, em que toda a família se reúne para ler a Palavra de Deus e orar, é
oportuno porque todos podem desfrutar da presença de Deus; e que o
reconhecimento dessa presença requer de todos um comportamento santo no lar.
2. Uma fé robusta nos membros da
família. Como todos
os demais dons, a fé é passível de desenvolvimento. Pode aumentar e crescer (2
Co 10.15; 2 Ts 1.3). A fé, que é o canal das bênçãos de Deus, não progride e
não cresce automaticamente e, sim, pela prática dos exercícios que compõem o
culto doméstico — leitura da Palavra de Deus (Rm 10.17) e a oração (Jd 20).
3. Recursos para perseverar na
doutrina. A vida
espiritual deve ser compartilhada, especialmente, com os membros da família (At
16.34).
Não é regra,
mas é justo esperar que os pais tenham experiência espiritual, conhecimento da
Palavra de Deus e convicção das verdades eternas. Só assim serão capazes de
ajudar os filhos e despertar neles interesse pela doutrina. Antes de perseverar
na doutrina é necessário aprendê-la e conhecer a sua importância para a
salvação.
4. Renovação espiritual no seio da
família. Tudo no
mundo é passível de desgastar-se e envelhecer, e a vida espiritual também está
sujeita a sofrer estas coisas. Mas o plano de Deus é que o nosso homem interior
se renove de dia em dia (2 Co 4.16).
E vontade de
Deus, e é conveniente a nós, que todo o nosso ser, dia a dia, seja renovado “no
Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10).
5. Despertamento no seio da família
(Gn 35.1-5). Só a eternidade
poderá revelar a importância dos lares onde pais zelosos se empenham pelo
despertamento da família e pela obediência desta à Pala- via de Deus.
6. Um altar no lar. O altar é símbolo de adoração e
sacrifício, e aparece na Bíblia desde Gênesis ao Apocalipse (Gn 8.20; Ap 16.7).
O altar está relacionado com o progresso espiritual e com as grandes vitórias
alcançadas pelo povo de Deus. Leia Gn 22.1-17; 1 Rs 18.30-40. A adoração a Deus
deve ser contínua, isto é, uma prática diária ininterrupta, como meio da
família manter a comunhão com Deus.
CONCLUSÃO
A falta de
tempo para se refletir na Palavra de Deus, em família, é uma ameaça contra a
estabilidade espiritual dos filhos e dos cônjuges. Levemos em conta que os dias
atuais são mui difíceis, em virtude de seus perversos ensinos tentarem
neutralizar os valores bíblicos e espirituais que devem nortear a casa e a
igreja.
O mundo
impõe um padrão de conduta que nada tem a ver com o do cristão. Ë no lar que a
criança deve adquirir convicções que a tornem capaz de resistir aos valores
deturpados do mundo. Portanto, muito cuidado! Se o culto doméstico e o ensino
sistemático da Palavra forem negligenciados pelos pais, a família estará fadada
ao fracasso, às vezes, irreversível.
Por falta do
altar de adoração a Deus, através da leitura da Bíblia, do louvor e de oração
no culto doméstico, muitas famílias estão empobrecidas na vida espiritual, e
outras tantas têm fracassado totalmente.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRARFIA
LIÇÕES
BIBLICAS CPAD 1987
LIÇÕES
BIBLICAS CPAD 2004
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