BENÇÃO E MALDIÇÃO NA FAMILIA DE NOÉ
Texto Áureo = “Bendito seja o Senhor, Deus de Sem; e
seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e
seja- lhe Canaã por servo.” (Gn 9.26,27)
Verdade
Prática = Por causa de sua irreverência e falta
de respeito, Cam veio a perder boa parte
de sua herança.
Leitura Bíblica = 9: 20-29
INTRODUÇÃO
Aqui a raça
humana tem um novo começo. Através destas oito almas o mundo foi repovoado. Em
todos os continentes nós encontramos vários relatos a respeito do dilúvio, pois
essa história tem sido passada de geração a geração. Somente nas Escrituras nós
temos a história contada sem erros ou falsas fantasias.
I. Um Novo
Começo - versículos 1-2.
Noé recebeu a
mesma diretriz que foi dada para Adão [Gênesis 1:22]. No entanto, houve uma
mudança na maneira de exercer domínio. Em Gênesis 1:28 Deus mostrou ao homem
que a terra foi criada para o seu proveito. Portanto, ele deveria dominar, ou
em outras palavras, utilizá-la em seu benefício. Em Gênesis 9:2, é
acrescentado, que para a proteção do homem, o temor dele estaria presente em
todos os animais. Isto mostra como o pecado produziu miséria e desarmonia mesmo
entre a criação física [Romanos 8:22].
II. O Sangue
- versículos 3-4.
No relato da
criação, foi dito ao homem para se alimentar de todas as ervas que davam
semente [Gênesis 1:29]. Aqui a dieta dele foi ampliada para incluir os animais.
Entretanto, havia uma restrição para que não se comesse os animais vivos, ou
animais cujo sangue não tivesse sido exaurido. Deus estava começando a incutir
no homem o respeito pelo sangue. A vida da carne está no sangue [Levítico
17:10]. A maioria dos sacrifícios levíticos exigia o derramamento de sangue
[Levítico 17:11]. Isto tudo estava nos preparando para entendermos a redenção
através do sangue de Cristo [Apocalipse 5:9].
III. A Pena
de Morte - versículos 5-7.
Antes do
dilúvio, a pena de morte não era permitida [Gênesis 3:14-15]. Deus reservou a
Si mesmo o direito de julgar o homem. Infelizmente o homem encheu a terra com
uma violência incontrolável [Gênesis 6:11]. Certamente nós não podemos entender
porque Deus tomou esta decisão. Talvez Ele desejasse mostrar ao homem a
profundidade da sua natureza depravada, e a necessidade da força de um governo
para restringi-lo.
Após o
dilúvio, Deus autorizou e de fato exigiu o exercício da pena de morte. A razão
pela qual um assassinato exige tão séria penalidade, é explicada pelo fato de
que o homem foi criado a imagem de Deus. Quando este fato é esquecido, a vida
humana é vista como algo sem muito valor. Note como o aborto é promovido por
homens ímpios.
Vamos notar outras verdades bíblicas que caminham juntas neste
tópico:
A. A Bíblia
proíbe a vingança pessoal ou o assassinato [Êxodo 20:13; Romanos 12:19].
B. Deus deu
ao governo civil o direito de exercer a pena de morte [Romanos 13:3-4].
C. Aqueles
que pensam que o sexto mandamento proíbe a pena de morte, deveriam estudar
melhor as Escrituras [Compare Êxodo 20:13 com Êxodo 21:12]. Alguém poderia
questionar por que até mesmo um animal que matou um homem deveria ser morto
também. Obviamente qualquer criatura que tivesse se transformado em um
assassino de homens, era uma ameaça pública. Esta lei também fez uma ilustração
pública de como a vida humana é sagrada.
IV. A Aliança
- versículos 8-17.
Antes do
dilúvio, não havia chuva sobre a terra [Gênesis 2:5-6]. A primeira experiência
do homem com a chuva foi durante o julgamento universal. Imagine o medo
daqueles que vieram da Arca, ou como se sentiam aqueles que mais tarde ouviram
a respeito do dilúvio, quando começava a chover. A fim de aliviar este temor, e
como um sinal da promessa de Deus de não destruir mais a terra com água, foi
feito um arco nas nuvens para servir como memorial deste pacto. O arco nas
nuvens era o penhor da aliança que Deus fez com todos os homens e animais.
Vamos explicar as nossas crianças o significado do arco na nuvem.
V. O Pecado de
Noé - versículos 18-21.
Os eventos
aqui relatados ocorreram alguns anos após o dilúvio. Isto é provado pelo fato
de que Canaã, o filho de Cão, já ter nascido ou mesmo ser bem jovem. Noé
plantou uma vinha e produziu vinho.
Ele bebeu até
ao ponto de ficar bêbado, e por causa do calor que o álcool produziu, ele se
despiu em sua tenda enquanto dormia. Este fato conduziu à uma tragédia.
Podemos tirar as seguintes lições deste episódio:
A. A Bíblia
foi escrita por inspiração de Deus. Em sua completa integridade, ela expõe os
erros de mesmo os melhores homens. Os livros escritos pelos homens têm a
tendência de esconder os pecados e fraquezas daquelas pessoas que são
admiradas.
B. Não
importa quanto tempo nós temos de convertidos, ou quão fiéis nós temos sido à
Deus, temos que ser vigilantes. O melhor homem irá cair se ele não vigiar e
orar [Mateus 6:13]. Somente Deus pode nos guardar de tropeçar [Judas 24].
C. O uso de
vinho é um perigo real [Provérbios 20:1; 23:29-35].
D. O abuso do
vinho conduz à outros pecados [Habacuque 2: 15].
VI. O Pecado
de Cão - versículos 22-23.
Os antigos
eram extremamente modestos e reservados. É muito difícil entendermos qual nível
de modéstia eles praticavam. A modéstia é uma virtude e deve ser incentivada
nas crianças. O pecado de Cão foi a falta deste respeito e decência. Ao invés
de honrar ao seu pai, ele o contemplou com satisfação e até contou aos outros
da desgraça de seu pai. Talvez ele estivesse ressentido com a piedade de seu pai
e ficou satisfeito com sua queda. Veja o contraste entre o comportamento de Cão
e o de seus dois irmãos. Não foi o respeito e honra deles para com Noé uma
repreensão a seu irmão?
VII. As
Profecias de Noé versículos 24-27.
A. A Maldição de Canaã - Quando Noé despertou e soube do comportamento de Cão, ele ficou
indignado. Nesta época Cão tinha um filho chamado Canaã. Os traços ruins de Cão
parecem já terem sido manifestos nele. Então, ao invés de a maldição cair sobre
Cão e todos os seus descendentes, caiu sobre Canaã. Ele e seus descendentes
foram amaldiçoados com a escravidão.
Vamos observar as informações bíblicas a respeito de Canaã e seus
descendentes:
1. Canaã foi
apenas um dos filhos de Cão [Gênesis 10:6].
2. Os
descendentes de Canaã se estabeleceram na terra dada a Israel [Gênesis
10:15-19].
3. Os
descendentes de Canaã tinham uma tendência à imoralidade [Gênesis 10:19- Sodoma
e Gomorra; Gênesis 15:16; Gênesis 19. Gênesis 34:1-2 – note Gênesis 10:15-16;
Levítico 18:3-24 - note vers. 3].
4. Os
Cananeus foram dominados e escravizados por Israel e muitas nações de gentios.
5. Os últimos
Cananeus parecem ter sido destruídos em 146 A.C., quando Roma atacou a cidade
Fenícia de Cartago. Até mesmo os Romanos ficaram chocados com a impiedade de
Cartago.
B. Sem é
Abençoado - Sem foi o pai dos povos orientais,
incluindo Abraão e o povo Judeu. Perceba que a benção de Sem está associada a
Deus. Através de Sem vieram todos os Judeus e seus profetas, e finalmente o
Senhor Jesus Cristo. Canaã deveria ser servo deles.
C. Jafé é
Abençoado - Jafé foi o pai
dos povos nórdicos ou Europeus. Várias promessas são feitas aqui:
1. A
descendência de Jafé se alargaria.
Note através da história, as conquistas mundiais realizadas pela semente de
Jafé.
2. Jafé habitaria
nas tendas de Sem. Isto pode se
referir ao fato de que os descendentes de Jafé têm freqüentemente vivido nas
terras de Sem. O mais importante é que isto é sempre visto como uma profecia a
respeito do evangelho chegando até aos gentios [Atos 16].
3. Canaã
deveria ser servo deles. Os Cananeus
foram freqüentemente escravizados e finalmente destruídos pelos descendentes de
Jafé.
O estudo das profecias de Noé e seus
descendentes é ao mesmo tempo complexo e interessante. Nós somente arranhamos a
superfície
VIII. A
Extensão da Vida de Noé - versículos 28-29.
Engrandeça
Deus a Jafé, e habite ele nas tendas de Sem; e Canaã lhe seja servo. (Gênesis
9:27)
Acredita-se que o nome “Jafé” signifique
“engrandecer” ou “aumentar”. Através de jogo de palavras, Noé abençoa Jafé ao
usar seu próprio nome. A bênção de Jafé será encontrada em seu relacionamento
com Sem e não independentemente. Esta promessa é afirmada mais especificamente
no capítulo 12, verso 3: “Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que
te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.”
Deus prometeu abençoar a Abrão, e as outras
nações nele. Todos que abençoassem Abrão experimentariam as bênçãos de Deus,
enquanto aqueles que o amaldiçoassem seriam amaldiçoados. Outra vez, Canaã será
sujeitado todas as vezes em que Jafé estiver unido com Sem.
Há uma clara correspondência entre as
atividades de Cam, Sem e Jafé e as bênçãos e maldições que os seguiram. Sem e
Jafé honraram a Deus quando agiram juntos para preservar a honra de seu pai.
Cam desonrou tanto a seu pai quanto a Deus ao saborear a humilhação de Noé.
Assim Cam foi amaldiçoado e Sem e Jafé foram abençoados numa unidade
cooperativa.
A questão que deve surgir da maldição de Canaã
é: Por que Deus amaldiçoou a Canaã pelo pecado de Cam? Além disso, por que Deus
amaldiçoou os Cananeus, uma nação, pelo pecado de um único homem?
A explicação que parece responder melhor a
estas questões é que as palavras de Noé não trazem somente bênção e maldição,
mas profecia. Ainda que seja verdade que os pecados dos pais visitam os filhos,
isto é só “até a terceira e quarta geração” (Êxodo 20:5). Se este princípio
fosse aplicado, todos os filhos de Cam deveriam ter sido amaldiçoados.
Pela revelação profética, Noé previu que as
falhas morais evidenciadas por Cam seriam mais amplamente manifestadas em Canaã
e em sua descendência. Percebendo isso, vemos que a maldição de Deus recai
sobre os Cananeus por causa da pecaminosidade prevista por Noé.104 A ênfase
então recai sobre o fato de que os Cananeus seriam amaldiçoados por causa de
seu pecado, não devido ao pecado de Cam. Acho que isto explica porque Canaã é
amaldiçoado e não Cam, ou o restante de seus filhos.
As palavras de Noé, então, contêm uma
profecia. Canaã refletirá mais amplamente as falhas morais de seu pai, Cam. E
os Cananeus manifestarão estas mesmas tendências em sua sociedade. Por causa da
pecaminosidade dos Cananeus prevista por Noé, a maldição de Deus é expressada.
O caráter daqueles três indivíduos e seus destinos serão refletidos
associadamente nas nações que deles emergirem.
VIVENDO PELA GRAÇA DE DEUS. Noé foi justo mas era
descendência de Adão e tinha herança pecaminosa. A Bíblia o afirma em Gênesis
8:21: "Porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua
meninice". NOÉ viveu 950 anos, SEM 600 . Seu filho, ARFAXADE 438, SELÁ,
433; ÉBER, 468, PELEGUE, 239 anos. ABRAÃO,175 anos. ISAQUE,180 anos e JACÓ,
147, JOSÉ 120
DEUS DE ALIANÇA ABRAÃO. 3
ALIANÇAS 1656 ANOS 352 ANOS ADÃO NOÉ DILÚVIO NOÉ viveu 950 anos, SEM 600 . Seu
filho, ARFAXADE 438, SELÁ, 433; ÉBER, 468, PELEGUE, 239 anos. ABRAÃO,175 anos.
ISAQUE,180 anos e JACÓ, 147, JOSÉ 120
CONCLUSÃO
ALERTA AOS PAIS. Pais que abriram mão do seu lugar, dando a
outros a tarefa que lhes cabe – educar e cuidar de sua casa. Pais que continuam
“plantando vinhas”, muitas vinhas, e que se embriagam com o resultado do seu
trabalho.
O QUE A PALAVRA ENSINA.
DEUS NÃO POUPOU O MUNDO ANTIGO MAS PRESERVOU NOÉ E MAIS SETE PESSOAS DA SUA
FAMÍLIA. DEUS NÃO ISENTA NOÉ MESMO COM TANTAS QUALIDADES. AS ESCRITURAS NÃO ENCOBRE O FRACASSO DE NOÉ.
OS FILHOS E DESCENDÊNCIA DE NOÉ SOFRERAM O JUGO PESADO DAS MALDIÇÕES. O
FRACASSO DE NOÉ SERVE DE ADVERTÊNCIA PARA TODOS NÓS, E REFORÇA A CONDIÇÃO DE
QUE SOMOS PECADORES.
Elaboração
pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Ministério Belém Em Dourados – MS
Bibliografia
pt.slideshare.net
Comentário Bíblico Mathew Henry
Comentário Bíblico de Matthew Baseado na Obra
Completa sem Abreviações
BENÇÃO E MALDIÇÃO NA FAMILIA DE NOÉ
Texto Áureo = “Bendito seja o Senhor, Deus de Sem; e
seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e
seja- lhe Canaã por servo.” (Gn 9.26,27)
Verdade
Prática = Por causa de sua irreverência e falta
de respeito, Cam veio a perder boa parte
de sua herança.
Leitura Bíblica = 9: 20-29
INTRODUÇÃO
Como
o mundo antigo foi destruído para ser um monumento de justiça, assim este mundo
permanece até agora como um monumento de misericórdia. Mas o pecado, que afogou o mundo antigo, queimará este. Entre os homens se selam acordos, para
que o prometido possa ser mais solene e para fazer que o pactuado seja mais
seguro para mútua satisfação. Esta
aliança foi selada com o arco-íris que, provavelmente, tenha sido visto antes
nas nuvens, mas nunca como sinal da aliança, até então. O arco-íris aparece quando há maior razão para temer que a
chuva prevaleça; então Deus mostra este selo da promessa, de que não
prevalecerá. Quanto mais densa a
nuvem, mais brilhante o arco nela.
Assim, como abundam as aflições ameaçadoras, abundam
muito mais os consolos alentadores. O
arco-íris é o reflexo dos raios do sol que brilham sobre ou através das gotas
da chuva: toda a glória dos selos da aliança deriva de Cristo, o Sol de
Justiça. E Ele derramará glória
sobre as lágrimas de seus santos. Um
arco fala de terror, mas está dirigido para acima, não para a terra; pois os
selos da aliança têm a intenção de consolar, não de aterrar.
Como Deus olha o arco para lembrar esta aliança, assim
nós devemos ter presente a aliança com fé e gratidão. Sem revelação não poderia ser conhecida esta bondosa
seguridade; e sem fé não seria útil para nós; e assim é no que diz respeito aos
perigos ainda maiores a que todos estão expostos, e em quanto à nova aliança
com suas bênçãos.
A VINHA DE NOÉ
A
embriaguez de Noé está registrada na Bíblia, com essa transparência que somente
se encontra na Escritura, como caso e prova da fraqueza e imperfeição humana,
embora tenha sido tomado por surpresa pelo pecado, e para mostrar que o melhor
dos homens não pode permanecer em pé se não depender da graça divina e é
sustentado por ela.
Cão parece ter sido um homem malvado e, provavelmente,
se alegrou de encontrar seu pai numa situação imprópria. De Noé se diz que era perfeito em suas
gerações (capítulo 6.9); mas isto se refere à sinceridade, não à perfeição sem
pecado. Noé, que se manteve
sóbrio em companhia de bêbados, agora está bêbado em companhia de sóbrios. O que pense estar firme, olhe que não
caia. Devemos pôr muito cuidado
quando usamos abundantemente as boas coisas criadas por Deus, para não usá-las
em excesso (Lc 21.34).
A conseqüência do pecado de Noé foi a vergonha. Observe-se aqui o grande mal do pecado
na embriaguez. Descobre aos
homens; quando estão ébrios delatam os males que têm e, então, deixam escapar
facilmente os secretos. Os
porteiros bêbados mantêm as portas abertas. Traz
desgraça aos homens e os expõe ao desprezo.
Na medida em que os delata, os envergonha. Quando estão embriagados, os homens
dizem e fazem coisas que, estando sóbrios, os fariam corar só de pensá-lo. Atentem para o cuidado que põem Sem e
Jafé para cobrir a vergonha de seu pai. Há
um manto de amor que se pode lançar sobre as faltas de todos (1 Pe 4.8).
Além disso, há um manto de reverência que se pode
colocar sobre as faltas dos pais e de outros superiores. A bênção de Deus espera aos que honram
a seus pais, e sua maldição se acende especialmente contra os que os desonram.
A MALDIÇÃO DE CANAÃ
Noé
pronuncia uma maldição sobre Canaã, o filho de Cão; talvez este neto seu fosse
mais culpável que os outros. Ainda
entre seus irmãos seria um escravo de servos, isto é, o menor e mais
desprezível dos servos. Isto
certamente aponta às vitórias obtidas por Israel em épocas posteriores, sobre
os cananeus, nas quais foram passados a espada ou levados cativos para pagarem
tributo.
Todo o continente da África estava povoado
principalmente pelos descendentes de Cão; que por quantas épocas tem estado as
melhores partes desse território sob o domínio dos romanos, depois dos
sarracenos, e agora, dos turcos! Em meio e quanta maldade, ignorância,
barbárie, escravidão e miséria vive a maioria de seus habitantes! E dos pobres
negros, quantos são vendidos e comprados anualmente como bestas no mercado e
levados de um a outro canto do mundo a realizar o trabalho das bestas!
Porém,
isto de jeito nenhum é escusa para a cobiça e a barbárie dos que se enriquecem
com o produto do suor e o sangue deles. Deus
não nos mandou escravizar os negros e, sem dúvida, castigará severamente
todas estas cruéis ruindades.
O cumprimento desta profecia, que contém quase a
história do mundo, libera Noé da suspeita de tê-la pronunciado por raiva
pessoal. Prova plenamente que o
Espírito Santo usou como ocasião a ofensa de Cão para revelar seus propósitos
secretos.
"Bendito seja o Senhor Deus de Sem". A igreja seria edificada e continuaria
na posteridade de Sem; dele vieram os judeus, que foram, durante longo tempo, o
único povo professante que teve Deus no mundo.
Cristo, que era Jeová Deus, em sua natureza humana
descenderia de Sem; pois dele, no que concerne a carne, veio Cristo. Noé também abençoa a Jafé, e nele as
ilhas dos gentios que foram povoadas por sua semente. Fala da conversão dos gentios e a entrada deles na igreja. Podemos lê-lo "Engrandeça Deus a
Jafé, e habite nas tendas de Sem". Judeus
e gentios serão unidos no aprisco do Evangelho; ambos serão um em Cristo. Noé viveu para ver dois mundos; porém,
sendo herdeiro da justiça que é pela fé, agora repousa em esperança, para ver
um mundo melhor que esses dois.
A posteridade de Canaã foi numerosa, rica e
gratamente estabelecida; contudo, Canaã estava sob uma maldição divina, e não
uma maldição sem causa. Os que estão submetidos à maldição de Deus podem,
talvez, florescer e prosperar neste mundo; porque nós não podemos conhecer o
amor ou o ódio, a desobediência ou a maldição pelo que está diante de nós,
senão pelo que está dentro de nós.
A maldição de Deus sempre opera realmente e
sempre é terrível. Talvez seja uma maldição secreta, uma maldição para a alma e
não opera de modo que os outros possam vê-la; ou é uma maldição lenta e não
opera logo; porém os pecadores estão reservados por ela para o dia da ira.
Canaã tem aqui uma terra melhor que Sem ou Jafé e, contudo, eles têm melhor
sorte pois herdam a bênção.
Abraão e sua semente, o povo da aliança de
Deus, desceram de Éber, e por ele foram chamados hebreus. Quanto melhor é ser
como Éber, o pai de uma família de homens santos e honestos, que ser o pai de
uma família de caçadores de poder, de riquezas mundanas ou de vaidades. A
bondade é a verdadeira grandeza.
Elaboração
pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Ministério Belém Em Dourados – MS
Comentário Bíblico do Antigo Testamento Mathew Henry
BENÇÃO E MALDIÇÃO NA FAMILIA DE NOÉ
Texto Áureo = “Bendito seja o Senhor, Deus de Sem; e
seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e
seja- lhe Canaã por servo.” (Gn 9.26,27)
Verdade
Prática = Por causa de sua irreverência e falta
de respeito, Cam veio a perder boa parte
de sua herança.
Leitura Bíblica = 9: 20-29
INTRODUÇÃO
1. A FAMÍLIA
DE NOÉ
Já estabelecidos nas imediações do Ararate,
Noé e sua família recebem do Senhor a incumbência de repovoar a Terra. E,
assim, tem início um novo processo civilizatório. Daquele único clã, sairão as
tribos, nações e povos que, espalhados pelos cinco continentes, hão de originar
remos e impérios.
A tarefa será nada fácil. A ruptura cultural
com o mundo de Lameque envidará muito trabalho. Por isso mesmo, os filhos de
Noé empenhar-se-ão em recompor as ciências, engenhos e tecnologias de quase
vinte séculos. Se algum esforço foi requerido de Adão, de Noé há de ser exigida
redobrada pertinácia, para que a nova civilização finque suas raízes.
Em meio a tantos afazeres e preocupações, eis
que um incidente na família do patriarca cinde a humanidade ali representada.
Tudo começou quando Noé retomou suas lides agrárias.
II. NO PRINCÍPIO, ERA A AGRICULTURA
Sem a agricultura, a civilização seria
impossível. E o que nos ensina a História. Os povos que, hoje, nos encantam com
o seu progresso e desenvolvimento são os que mais se entregaram ao amanho da
terra. Os europeus, norte-americanos e japoneses são um exemplo clássico. O
cultivo do solo exigiu-lhes o domínio da meteorologia, da química, da
metalurgia e de outras ciências fronteiriças. Quem lida com a plantação há de
necessitar de enxadas e relhas, adubos e previsões do tempo. Concernente aos
povos que se limitaram à caça e à coleta vegetariana, jazem tão primitivos
quanto há dois mil anos.
1. Noé, o
agricultor. Já fora da arca
e já estabelecido nas imediações de Sinear, passou Noé a trabalhar a terra, pois
não desconhecia os benefícios da agricultura. Assim o autor sagrado descreve a
fadiga do patriarca: Sendo Noe lavrador, passou a plantar uma vinha” (Gn 9,20).
O verbo hebraico natah não significa apenas plantar; seu significado tem sérias
implicações civilizatórias: estabelecer, edificar e construir.
Em sua essência, plantar é fazer cultura.
Ciente da importância da agricultura, eis que Noé põe-se a trabalhar a terra.
E, dessa forma, semeia uma nova civilização que, dentro em pouco, não terá
apenas recuperado o que se havia perdido, mas se haverá surpreendentemente.
Haja vista o que dirá o próprio Senhor quando da soberba de Babel: “Agora não
haverá restrição para tudo que intentam fazer” (Gn 11.6). Noé volta à terra,
Ele planta uma vinha e semeia uma civilização; seus filhos colherão remos e
impérios.
2. A vinha
de Noé. Pelo que depreendo das palavras de
Jesus, a uva já era bastante cultivada no período pré-diluviano, pois os
discípulos de Lameque entregavam-se à comida e à bebida. Vinhas e adegas eram
mui encontradiças naquele tempo. Ninguém desconhecia o poder inebriante do
fruto da vide.
Juntamente com a vinha, o patriarca constrói
uma adega. E, com a ciência que trouxera da primeira civilização, põe-se a
vinificar suas uvas. Desenvolvendo a enologia, produz a primeira safra de vinho
da segunda civilização. De vinhateiro, faz-se vinicultor. Mas essa sua faina
trar-lhe-ia constrangimento e desinteligência ao lar.
III. O BOM E VELHO VINHO DE SEMPRE
Se por um lado, o vinho é o mais notório
símbolo da alegria, por outro, é o emblema mais poderoso da intemperança. Quem
a ele se entrega, por mais avisado e sábio, acaba comportando-se de maneira
inconveniente. Por isso, o rei Salomão alerta-nos a tratá-lo com cuidado e
duplicada prudência. Que o exemplo de Noé sirva-nos de alerta.
1. Um homem
piedoso e íntegro. Na História
Sagrada, foi Noé considerado um dos três varões mais piedosos de todos os
tempos (Ez 14,14), Pontificando-se ao lado de Jó e Daniel, não soube, porém,
como se comportar diante do vinho. Para comemorar a primeira safra de sua vide,
embebedou-se e pôs-se nu na tenda patriarcal (Gn 9.21). Que escândalo! O homem
que sobrevivera ao Dilúvio deixava-se, agora, afogar numa taça de vinho. O
patriarca, embriagando-se, desveste-se e cai num sono profundo. Sua vinolência
chega a tal ponto que o leva a perder a noção do certo e do errado, Por algum
tempo, faz-se dissoluto. Por isso, recomenda-nos Paulo: “E não vos embriagueis
com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).
2. Quando o
vinho faz-se irresistível.
Aconselhando Timóteo a selecionar avisadamente os obreiros, Paulo é incisivo:
“Que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio,
modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento,
porém cordato, inimigo de contendas, não avarento” (1 Tm 3,2,3).
O Senhor dera a vinha a Noé, mas Noé,
imoderando-se, dera-se à vinha, entregando-se ao desprezo doméstico. Se um
homem santo e piedoso como o patriarca não se houve com moderação ante o vinho,
sejamos precavidos. Doutra forma, corremos o risco de cometer até inimagináveis
torpezas (On 19,31-38). Quem não pode conter-se, abstenha-se. O ideal é agir
como os recabitas que, ansiando por agradar a Deus, evitavam o vinho (Jr
35.1-19).
O patriarca não ignorava os efeitos da
fermentação. Certamente vira ele, no período antediluviano, o que os seguidores
de Lameque faziam sob o jugo da bebida. Além de comer imoderadamente,
imoderadamente bebiam, dando-se a todos os excessos. Noé, embriagado, caiu num
pecado que, sóbrio, condenara,
3. A nudez
de Noé. Dando-se ao vinho, Noé embriaga-se.
Perde a noção do certo e do errado. Ignora os limites da ética e do decoro
mínimo. Agora, ei-lo irreconhecível em sua tenda. Despe-se e deixa-se vencer
pela vinolência, Ali estava um dos três homens mais piedosos da História
Sagrada exposto diante da esposa, filhos, noras e netos.
Vejamos como se comportavam Jó e Daniel
citados por Ezequiel juntamente com Noé. Pelo que nos relata o autor sagrado, o
patriarca de Uz, ao contrário dos filhos, não se dava ao vinho. Quanto a
Daniel, observamos que, de fato, ele não compartilhava do vinho do rei. Mas,
particular e reservadamente, bebia o seu vinho. Num momento de ansiedade e
interrogações, o profeta abstém-se das iguanas e bebidas: “Manjar desejável não
comi, nem carne, nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com óleo algum,
até que passaram as três semanas ínteiras” (Dn 10.3).
Dos três varões mais piedosos da História
Sagrada, observamos três diferentes posturas: duas louváveis e uma condenável.
Jó era abstêmio, e Daniel, moderado. Quanto a Noé, deixou-se dominar pela
imoderação, trazendo escândalo ao lar. Nos países mediterrâneos, onde o vinho
fermenta a cultura e o cotidiano das gentes, a bebida é larga e, às vezes,
prodigamente consumida até por cristãos professos.
Não são poucos os servos de Deus que se
permitem embriagar, comprometendo a saúde física e espiritual. Enfermam o corpo
e a alma. Nossa piedade resiste ao orgulho, à concupiscência e aos pecados mais
grosseiros.
Todavia, é incapaz de resistir ao vinho, Na
taça, fruto da vide; no estômago, reação química e escândalo. Se imoderados,
agiremos soberbamente, dar-nos-emos à lascívia e agiremos como os mais
grosseiros e vulgares pecadores. Portanto, moderação e cuidado, Se você dele se
abstiver, melhor, Embora todas as coisas sejam-nos lícitas, nem todas
convém-nos. Afinal, somos a comunidade ética e moral por excelência,
IV. A IRREVERÊNCIA DE CAM
Cam, o filho mais novo de Noé, representou à
nova civilização o que Caim, o filho mais velho de Adão, representara à antiga.
De sua pouquíssima história, podemos extrair muita conclusão, Embora salvo do
Dilúvio, não conseguira livrar-se dos pecados que ocasionaram a grande
inundação.
Na primeira oportunidade, sua loucura e
irreverência vieram à tona, revelando quem, de fato, era ele. Pelo jeito, em
nada diferia dos herdeiros espirituais de Lameque. Não fora seu pai, teria
perecido nas águas da ira divina.
1. O
desamor. Quem ama não é indecente. Mas
discreto, lhano, gentil. Se assim devemos portar-nos em relação aos estranhos,
o que não faremos concernente aos nossos pais? O filho mais novo de Noé,
conforme já vimos, não se importava com tais questões. Imbuído ainda do
espírito da geração que perecera no Dilúvio, estava
sempre disposto a caçoar e irreverenciar a
todos, inclusive o próprio pai. Ao deparar-se com o pai desnudo na tenda, Cam
não se conteve.
Saiu a contar a todos o que presenciara.
Chamou a atenção de Sem, Jafé, das cunhadas, filhos e sobrinhos. Ele fez
questão que todos vissem o homem mais piedoso da Terra numa situação
acabrunhante e vergonhosa. Já imaginou se todos tivessem acorrido à porta da tenda
do velho patriarca para ver-lhe o opróbrio? Num único momento a humanidade
teria se desencaminhado e, por certo, haveria de tornar-se pior do que a
geração prédiluviana. Cam era desamoroso, debochado e insolente. Ele
caricaturava tudo o que via.
2. A
irreverência. No meio
pentecostal, a irreverência não é vista como pecado. Brincamos com os dons
espirituais, imitamos as línguas estranhas e, de quando em quando, urdimos
algumas profecias e visões. Ao que parece, o único pecado que leva para o
inferno é o que diz respeito à castidade. Desde que não se adultere, nem se
prostitua, que o deboche seja liberado.
A Palavra de Deus, porém, coloca a
irreverência no mesmo patamar dos pecados grandes e temíveis. Afirma Paulo que
a Lei foi promulgada inclusive para castigar os irreverentes (1 Tm 1,9), O
mesmo apóstolo deixa claro que, nos últimos dias, a falta de respeito surgirá
como um dos mais fortes sinais da chegada da apostasia final.
Por conseguinte, o pecado de Cam não era uma
simples brincadeira. Levando-se em conta que Noé representava a Deus naquele
momento, a irreverência camita avultava-se como gravíssima blasfêmia. Por muito
menos, o profeta Eliseu amaldiçoou uns garotos (2 Rs 2.23). Narra o autor
sagrado que o profeta os desventurou, e, na mesma hora, apareceram duas ursas
que despedaçaram 42 daqueles meninos. Noutras palavras, o pecado de Cam era tão
grave, que poderia ser punido com a morte. Sua transgressão constituiu-se na
primeira apostasia da segunda civilização.
V. O JUÍZO SOBRE CANAÃ
Segundo a doutrina da responsabilidade
pessoal, os filhos não serão castigados pelas transgressões dos pais, nem os
pais serão penalizados pelas iniquidades dos filhos. A sentença divina não
isenta o transgressor nem o iníquo: a alma que pecar esta morrerá. Mas no caso
específico de Cam, parece que há uma exceção a essa regra. No entanto, como
veremos, a justiça divina foi perfeita no castigo imposto a Canaã, filho de
Cam.
1. A
apostasia de Cam. Conforme já
vimos, tudo começou com a irreverência de Cam que, ao ver a nudez do pai, não
somente contemplou-a, mas a expôs a toda a família. A reverência fez-se grave
apostasia, levando a iniquidade e o pecado à nova civilização. Mas, mercê de
Deus, a transgressão não se generalizou. Pelo contexto da narrativa bíblica,
constatamos que Canaã, filho de Cam, não somente caiu no mesmo erro do pai,
como veio a superá-lo.
Portanto, Noé não foi respeitado nem pelo
filho, nem pelo neto; ambos fizeram-se igualmente réprobos. Quanto aos outros
filhos de Cam, não tomaram parte naquele pecado. Por isso, não foram
penalizados.
2. A sedição
de Canaã. O que era irreverência em Cam fez-se
apostasia e sedição em Canaã. Não faltou muito para que a segunda civilização,
ainda no nascedouro, viesse a se corromper. Se lermos os capítulos 10 e 11 de
Gênesis com atenção e cuidado, verificaremos que a rebelião de Canaã não se
deteve com a reprimenda de Noé, Mais adiante, constataremos que ela foi
crescendo até alcançar todos os caimitas, num primeiro momento, e, num segundo,
as demais famílias de Noé. E, assim, os filhos do patriarca irmanaram-se contra
o Senhor, no episódio da Torre de Babel. Por isso, a justiça divina recaiu
pesadamente sobre Canaã e seus descendentes.
3. A
maldição de Canaã. Entre as
mitologias hermenêuticas, há uma que vem causando mal-estar devido à sua
conotação racista. Há gente que ainda acha que a maldição que Deus impôs a Cam
foi a cor que, hoje, caracteriza os povos subsaarianos. Na verdade, o Senhor
não castigou todos os camitas, mas apenas Canaã que, ao contrário de seus
irmãos e primos, pôs-se a debochar da nudez do avô.
Sua maldição consistiu na perda de suas terras
aos filhos de Abraão, o mais ilustre representante de Sem depois de Jesus
Cristo. Eis o que decreta Noé: “Maldito seja Canaã; seja servo dos servos a
seus irmãos. E ajuntou: Bendito seja o SENHOR, Deus de Sem; e Canaã lhe seja
servo. Engrandeça Deus a Jafé, e habite ele nas tendas de Sem; e Canaã lhe seja
servo” (Gn 9.25-27).
Os descendentes de Canaã vieram a habitar as
terras que, hoje, pertencem ao Estado de Israel. Ali, começaram a deteriorar-se
de tal maneira, que o seu modo de vida passou a ser sinônimo de pecado e
abominação. A sociedade cananeia tornou-se irrecuperável; depravara-se
essencial e totalmente. Não havia entre os descendentes de Canaã pensa- dores,
filósofos ou sábios, mas sacerdotes ávidos por sacrifícios infantis. Por esse
motivo, o Senhor removeu, daquelas terras boas e amplas, os descendentes de
Canaã, até que viessem a desaparecer como nação.
Se do Senhor é a Terra e a sua plenitude,
conclui-se que Ele a dá a quem lhe aprouver, e, dela, desaloja os povos segundo
o seu querer e justiça. Por isso, houve por bem desalojar os cananeus daquela
boa terra, para dar-lha aos hebreus, Não somente a História, mas a própria
Geografia, acham-se sob o absoluto controle de Deus. Eis porque o Senhor
entrega o território cananeu a Israel. Aquelas terras, portanto, são
propriedade dos filhos de Abraão.
VI. O DESTINO DOS CAMITAS
Se Deus o quisesse, poderia ter amaldiçoado
todos os clãs provenientes do caçula de Noé. Mas, castigando Cam, amaldiçoou a
seu filho, Canaã, que, à sua semelhança, era também irreverente, debochado e
sedicioso, Quanto aos outros filhos de Cam, imigraram à Africa, ao Oriente
Médio e, segundo é-nos possível depreender linguisticamente, até mesmo ao
Extremo Oriente.
1. Os
camitas da África. Segundo a
genealogia de Gênesis 10, estes são os filhos de Cam: Cuxe, Mizraim, Pute e
Canaã. Os três primeiros, já em solo africano, dão origem a poderosos remos e
impérios. De Cuxe, veio a Etiópia, cujo poderio militar amedrontava povos e
nações. Vamos encontrá-los no Novo Testamento, na figura daquele oficial de
Candace, rainha dos etíopes. Mizraim foi o pai dos egípcios que, na História
Sagrada, detinha a hegemonia na região do Oriente Médio.
Quanto a Pute, é o patriarca que deu origem à
Líbia que, nos tempos bíblicos, era uma potência não desprezível. Canaã, o
caçula de Cam, seguiu o caminho do pai. E, hoje, já não há indícios de sua
civilização, a não ser as informações da Bíblia Sagrada.
2. Os
camitas da África e os hebreus.
Foi numa nação camita que os filhos de Israel abrigaram-se até que tivessem
condições de assumir o controle das terras que o Senhor prometera a Abraão. No
Egito, os hebreus peregrinaram por 430 anos. De início, o relacionamento entre
semitas e camitas, em solo egípcio, foi amistoso e mui produtivo. José, filho
de Jacó, assumiu o governo egípcio e, dessa forma, preservou a progênie hebreia
num momento de dificuldade e fome.
Passados quatro séculos, porém, eis que um
Faraó, que não conhecia a José, passou a oprimir os hebreus.
Sua intenção era destruir a nação que, embora
escolhida por Deus, ainda não havia assumido a sua identidade profética e
sacerdotal. Por essa razão, interveio o Senhor com mão poderosa, a fim de
arrancar Israel do Egito.
Na verdade, o Senhor castigou severamente o
Egito, mas não o destruiu, porque tinha, e ainda tem, grandes promessas a essa
nação camita. Os israelitas, por exemplo, eram exortados a não maltratar os
egípcios, pois em sua terra peregrinaram (Dt 23.7). Nos últimos dias, o Egito
terá um lugar especial no plano divino, e estará relacionado estreitamente com
o povo de Israel (Is 19,21-25).
O interessante é que Israel abrigou-se entre
um povo camita até que tivesse condições de apossar-se do território de outro
camita que, segundo a promessa divina, cabia-lhe como lembrança. Mas qual a
diferença entre o Egito e Canaã. Os cananeus, devido à sua deplorável
idolatria, jamais produziram moralistas
ou reformadores sociais, ao passo que entre os
egípcios, os sábios eram comuns, conforme observamos nesta passagem do livro
dos Reis: “Era a sabedoria de Salomão maior do que a de todos os do Oriente e
do que toda a sabedoria dos egípcios” (1 Rs 4.30). Vê-se, pois, que o saber dos
egícpios era proverbial e lendário, Quanto aos cananeus, eram tidos como
grandes pecadores. Haja vista que os sodomitas e gomorritas provinham de clãs
cananeus.
CONCLUSÃO
Sem e Jafé, ao contrário de Cam, não
escarneceram da embriaguez de Noé. Mas, reverentemente, cobriram a nudez do
pai, impedindo que o incidente levasse a sua família a um escândalo ainda
maior.
Se agirmos assim, evitaremos falatórios,
maledicências e sedições na família de Deus. Por isso, foram eles abençoados de
uma forma peculiar. O primeiro tornou-se num dos principais ascendentes legais
de Jesus Cristo. Quanto a Jafé, pai dos europeus, ajudou a propagar a mensagem
do Evangelho até aos confins da Terra.
Portanto, não exponhamos as faltas de nossos
irmãos. Mas, discreta e amorosamente, ajudamo-los a se reerguerem. Afinal,
todos podemos cair em muitas faltas e tentações. Se quisermos, pois, ser
tratados com amor e consideração, usemos de iguais medidas.
Elaboração
pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Ministério Belém Em Dourados – MS
Livro o Começo de Todas as Coisas = CPAD =
Claudionor de Andrade
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