MILÊNIO UM
TEMPO GLORIOSO PARA A TERRA
Texto Áureo = “(..) que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o
sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos.”
(Ap 204)
Verdade Prática = O mundo conhecerá o reinado de Jesus durante
o Milênio. Será um tempo de paz e harmonia
jamais visto.
LEITURA
BÍBLICA = Apocalipse 20.1-6
INTRODUÇÃO
O tempo em que
Cristo estabelecerá seu domínio na terra, nos céus e nos mares.
Que é
o Milênio?
No Milênio, Cristo
estabelecerá seu domínio na terra, nos céus e nos mares. Será um tempo sem precedentes
na história da humanidade.
Constantemente
ouve-se entre os crentes esta interrogação: - Que é o Milênio? -Realmente,
existem interpretações que são amontoados de erros doutrinários; que fazem do
Milênio uma verdadeira aberração. Uns fazem dele um "Reino" especial,
tomando como partida os 144 mil, AP 14.1; 7.1, mas esses pertencem às tribos de
Israel, os quais serão selados para dias especiais, AP 7.4,5. Outros há que já
estão formando um reino aqui na terra, como os mórmons.
Que é o Milênio? - O Milênio é um período de
mil anos, predito pelos profetas como sendo o reinado Messiânico, ou seja, o
reinado do céu estabelecido na terra,inaugurando uma nova era espiritual, a
sétima dispensação, um tempo probatório, especialmente para os que nascerem na
época dourada em que Satanás estiver preso. O Milênio não é o fim nem a
consumação de todas as coisas, como alguns supõem, mas um tempo de provação e
de preparação para o desfecho completo da obra de Deus, quando então o Senhor
Jesus, depois de dominar todas as coisas, entregará o reino ao Pai, lCo 15.24-28.
Há
nas Escrituras uma infinidade de textos referentes ao Milênio. Um dos
primeiros, embora seja muito usado, não encontramos nele a palavra Milênio, mas
seu sentido profético fala de um tempo em que Cristo reinará na casa de Judá,
Gn 49.10: "Não se apartará de Judá o cetro, nem a vara de comando de entre
seus pés, até que venha Aquele (Cristo) de quem ele é, e a esse obedecerão os
povos", (VB).
Aqui
vemos a predição da vinda e do estabelecimento do reino Messiânico. Ao Senhor
Jesus, como rei de Judá, com a vara de comando, que fala de seu governo de
poder e de autoridade, todos os povos hão de obedecer.
Quando
Deus criou o homem colocou sob seu domínio os peixes, os répteis, as aves e
todos os monstros, Gn 1.26. Infelizmente, por causa do pecado, o homem perdeu
esse domínio, embora tenha pretendido sempre, com força bruta, dominar sobre a
terra. Deus, ao criar o homem, dotou-o de faculdades instintivas, além da razão
e tirocínio psicológico. Criou-o capaz de viver uma vida espiritual segundo o
plano do seu Criador. No entanto, o pecado deturpou a criatura feita à
semelhança do Criador, Gn 1.26, reduzindo-a a um ser inferior, como nos diz Pedro:
"Mas estes, como animais sem razão", 2Pe 2.12.O propósito divino foi
criar um ser capaz de governar a terra e de povoá-la, um ser que recebesse,
para o exercício do seu domínio, a bênção de Deus, Gn 1.28.
Como
seria o globo terráqueo se Adão não tivesse transgredido as ordens de Deus?!
Por certo continuaria sendo um paraíso. Seria o reino dos céus implantado em
toda a natureza - esse era o plano do Altíssimo. Com isso, poderíamos ver na
terra formosa os homens vestidos de roupagens luminosas, as vestes espirituais
dos entes celestes. Como Deus, que é coberto de luz como de um manto, nós
seríamos revestidos, SI 104.2. Quando Elias subiu ao céu, deixou suas vestes
naturais para receber as espirituais, vestes permanentes, 2Rs 2.13. Os
arqueólogos descobrem os milhões de anos e vão à fantástica era arqueozônica;
isto equivale dizer que vão além de milhões de anos. Entretanto, o Sagrado
Livro diz somente: "No princípio criou Deus os céus e a terra", Gn
1.1.
Se a
terra existe há milhões de anos, encontramos na Bíblia "No
princípio..." Esse princípio é indefinível pelo saber humano. É possível
que durante o período caótico, a terra toda fosse verdadeiro paraíso, tendo
como governador aquela criatura que se elevou contra o próprio Criador, Is
14.12-17; Ez 28.11-18 onde vemos tudo perfeito, belo e maravilhoso.
Lúcifer,
que significa portador de luz, naturalmente fora criado para serviços
especiais. Em Isaías 14 e Ezequiel 28.11-18 onde vemos tudo perfeito, belo e
maravilhoso.
Lúcifer,
que significa portador de luz, naturalmente fora criado para serviços
especiais. Em Is 14 e Ezequiel 28 ele é, segundo a lei da dupla referência,
como um homem, quer como rei babilônico, quer como rei de Tiro. Por esses dois
textos podemos compreender que, com sua queda, Satanás mergulhou nas trevas por
muitos séculos, Gn 1.2. E, quando Deus deu forma ao vazio da terra, criou um
jardim aprazível, de onde deveria sair a palavra de ordem e de domínio.
Éden
seria o centro do governo, com toda a riqueza e esplendor, e Adão seria o governador
de toda a terra, Gn 1.27. Com a queda de Adão, até o próprio Éden foi destruído
e desfeito. Vemos agora um ser humilhado, envergonhado e expulso do seu lugar;
sujeito também a todas as vicissitudes.
O
homem passou a ser igual a Deus, mas no sentido inverso, pois sabia a ciência
do bem e do mal, mas não tinha domínio espiritual, Gn 3.22. Começou então uma
série de mudanças sucessivas nas dispensações: estava o homem agora sob o
domínio da consciência, no que falhou. Veio a dispensação do governo humano;
também nesta o homem falhou. Veio a da lei, com poder e autoridade, mas ainda
houve falha por parte do homem. Então Deus propôs uma dispensação graciosa, com
domínios especiais, pondo de lado os delitos que haviam sido cometidos no
passado, sob a tolerância de Deus, Rm 3.25. Ainda na graça os homens têm
falhado, embora cercados de misericórdia pela obra redentora do Calvário, Ef
1.7.
Mas a
dispensação da graça, com todos os seus recursos, está no seu término, quando
haverá um período de transição conhecido como os "tempos do
Apocalipse", tempo da angústia de Jacó, Jr 30.7, quando Deus se volta para tratar diretamente com
os judeus. E, após esse período, também
chamado a Grande Tribulação, será implantado o reino Messiânico,
dispensação milenar, ou, ainda, o reino do céu. Será um tempo sem precedentes
na história da humanidade. Satanás será preso, e as hostes espirituais nas
regiões celestes serão aniquiladas. Cristo estabelecerá seu domínio na terra,
nos céus e nos mares - no universo, AP 11.15; 20.4. Nesse tempo os homens
estarão plenamente conscientes da glória de Deus manifestada nos céus, Is
59.19; Ef 1.21-23; Cl 1.16.
Deus
escolherá a Palestina como centro de governo. Os males que assolam a humanidade
serão banidos da terra, tais como enfermidades, e crueldades dos homens e dos
animais, Is 11.6-9; 35.5,6. A terra será de uma fertilidade nunca vista - um
jardim bem regado, Is 35.1,2; Jr 31.12. Os homens voltarão à antiga
longevidade; terão seus dias como as árvores, Is 65.22. Haverá nascimentos em
profusão durante o Milênio, Zc 8.5. Muitos se converterão ao Senhor, e os
apetrechos de guerra serão mudados em ferramentas agrícolas, Is 2.4; Mq 4.3.
Haverá salvação pelo conhecimento do Senhor e pelo juízo do Altíssimo, como
está escrito: "Eis que salvarei o meu povo...", Zc 8.7; Sf 3.19.
O
conhecimento de Deus durante o Milênio será em toda a sua plenitude, Is 11.9.
Os judeus serão tão importantes naquela época que muitos gentios desejarão ter
o nome deles como tutela espiritual, Is 4.1; Zc 8.23.
Os embaixadores de todas
as nações irão a Israel, a fim de tributar-lhe honras, por causa da magnífica
glória do Senhor que existirá em
Jerusalém, Is2.3;45.14; 55.5; Zc 8.21,22; Ap 21.24,26.
Em
nossos dias muitos vão em viagem de turismo à Europa, Ásia e América etc, mas
no Milênio irão a Jerusalém, a fim de receberem instruções espirituais, Is 2;
Mq 4. Poderíamos citar inúmeros textos para provar que o Milênio será um
reinado com base e feições materiais, muito embora haja, então, pleno domínio
espiritual, porque o Milênio consiste em plantar, comer, beber, viver em prazer
santo, e em adorar o Senhor.
Entretanto
haverá um povo que durante o Milênio estará envolvido em glória e não sujeito a
forças físicas da natureza, pois os seus corpos serão como os dos anjos nos
céus, Lc 20.36-50. Eles estarão em corpos glorificados. Esse assunto, porém,
reservaremos para o capítulo V. O Milênio será um tempo em que Deus vai, mais
uma vez, provar os homens e realizar obras maravilhosas sobre a terra, as quais
farão reunir os ouvidos. Nessa época serão estabelecidas a justiça e a paz
divinas, e a ordem no cosmo.
O
Senhor Jesus será contra os terríveis vendavais e furacões, Is 32.2. Enfim,
todas as coisas que assolam a humanidade serão dominadas por Ele. O céu será
mais claro de dia, e as noites menos escuras, pois o sol brilhará sete vezes
mais, e a lua será como o sol, e as estrelas refulgirão com mais intensidade,
ls 30.26. Sobre a cidade de Jerusalém haverá um resplendor de glória, Is 4.4-6.
Na
parousia isto é, na manifestação do Senhor Jesus em glória, os ímpios
serão consumidos pelo terror, especialmente os que aderiram à Besta. Durante o
Milênio os tais estarão recebendo o seu pagamento, com os seus chefes, Ap
19.19-21. Muitos hão de se converter ao Senhor e a Ele se submeterão por medo e
terror, depois serão provados, Ap 20.7-9. "Porque Jeová é o nosso juiz,
Jeová é o nosso legislador, Jeová é o nosso rei, Ele nos salvará", ls
33.22. Esse texto faz referência ao reino Messiânico. Diz mais Isaías falando
sobre o Milênio: "... até que saia a sua justiça como um resplendor, a sua
salvação como uma tocha acesa...", Is 62.1.
Está
provado pelas Escrituras que a salvação será estabelecida, não por graça, pois
a dispensação da graça já terá passado, mas se salvarão pelo conhecimento do
Senhor e pela sua glória, Jr 31.33,34. Para o reino Messiânico encontramos nas
Escrituras palavras como: perdão, salvação, cura, redenção etc, ls 45.17;
33.24.
O
reino milenar não é tal como o definido pelas "testemunhas" de Jeová,
pois a Escritura apresenta o reino de Jeová como messiânico. O reino de Jeová é
teocrático, isto é, nele é Deus quem governa e governa em todos os setores, e
sobre todos os reinos. 'Governa física, moral, social e espiritualmente. A
previsão do reino do Senhor é encontrada direta ou indiretamente em toda a
Escritura, especialmente nos Salmos e nos Profetas.
Quem
examinar este assunto nos citados livros, principalmente no do profeta Isaías,
que é o profeta messiânico ou o evangelista do Velho Testamento, encontrará
centenas de textos referentes ao Milênio ou reinado de Cristo.
Nessa
época Jerusalém será vista em glória como a cidade celestial, Is 2.2-5; Ap
21.10; 22.25. Em Jerusalém haverá uma espécie de dossel (sobrecéu) da Jerusalém
terrestre. Is 4.5,6; Ap 20.4,6. O profeta Jeremias nos diz: "Eis que vêm
dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; como rei,
reinará; procederá sabiamente e executará juízo e justiça na aterra; nos seus
dias será salvo Judá e Israel habitará seguro, Jr 23.5.
Como
já foi dito, pelo conhecimento da glória do Senhor muitos serão salvos e
converterão até os instrumentos bélicos em ferramentas de utilidade agrícola.,
A mudança se verificará nas águas, Ez 47.6-12, na terra com lavoura produtiva,
Is 30.23, etc, nos animais, que se tornarão mansos, Is 65.25, e entre os homens
haverá paz e entendimento espiritual, Is 60.21; 65.19; 66.12; 55.12. Naquela
época o Espírito Santo escreverá as leis de Deus no coração do povo. Os que
estão num corpo físico sujeito às leis naturais, gozarão da presença de Deus,
Hb 8.10; Zc 14.9.
No
Milênio Israel estará de posse de todo o seu território prometido por Deus a
Abraão que nunca chegou a ser conquistado. "Os mansos herdarão a
terra", Mt 5.5; SI 37.11. Essa promessa é feita a Israel, ainda que os
gentios possam usufruí-la também. Nem mesmo no reinado de Salomão, quando
Israel teve a sua maior extensão, não chegou a ocupar todo o território
prometido por Deus a Abraão. O Milênio será um tempo glorioso, quando haverá
bênçãos especiais, e será estabelecida a glória de Israel em toda a sua
plenitude, Dn 12.12. Todos os que alcançarem materialmente o reino milenar
gozarão de saúde, felicidade e paz, com a presença do Senhor. Aí Deus se
manifestará como "Jeová-Shama", que quer dizer: O Senhor está ali.
Que Deus nos ajude a participar das gloriosas bênçãos em nome do Senhor
Jesus.
Quando será o Milênio?
Logo depois da Grande
Tribulação e de se cumprirem todos os acontecimentos preditos para a 70?Semana
profética de Daniel,Jesus descerá sobre o Monte das Oliveiras e inaugurará o
seu reinado na Terra
A
pergunta do texto nós a ouvimos constantemente: em nossas palestras diárias, em
nossas Escolas Dominicais e mesmo por correspondência. Há os que materializam
tanto o Milênio que este chega a perder o sabor espiritual; outros há que o
espiritualizam tanto que o alvo doutrinário torna-se em miragem. O Milênio,
reino dos céus ou reinado de Cristo são palavras usadas para expressar o
período dispensacional.
Há
também os que, com grande número de citações bíblicas, torcem a doutrina e
invertem os papéis, não dando o verdadeiro lugar à revelação bíblica sobre o
assunto. Devemos ter cuidado para que os inúmeros textos referentes aos judeus
não se confundam com os que se referem aos gentios.
Este
capítulo pergunta: - Quando será o Milênio? Respondemos: O Milênio se dará
depois da setuagésima semana de Daniel, ou seja, depois da Grande Tribulação,
que é o período conhecido como a angústia _de Jacó, Jr 30.7. Daniel, ao
interpretar o sonho do rei Nabucodonosor, viu a pedra sem mãos rolando
dos altos, vindo a bater na magnífica estátua. Isso acontecerá justamente
quando o Anticristo estiver no seu apogeu de glória. Dar-se-á no segundo
advento de Cristo, rio qual haverá duas fases. Na primeira Ele virá buscar os
seus, a Igreja, composta dos crentes já falecidos e dos militantes. Aqueles
serão ressuscitados e estes arrebatados, Mt 24.41; lTs 4.16,17; Ap 3.10. Há
outros textos que confirmam este ponto doutrinário.
Na
segunda fase, isto é, após o arrebatamento e a ressurreição dos santos, como a
respeito já foram citados alguns versos, haverá um período de falsa paz, lTs
5.3; quando os homens andarão dizendo: "Há paz e segurança". Segundo
esse texto, podemos crer que no abrir do primeiro selo, Ap 6.10, haverá um
tempo de falsa paz e de falsa segurança., Não confundamos esse cavaleiro do
primeiro selo com o do capítulo 19 do mesmo livro. Muito embora haja os que
interpretam que o cavaleiro branco do primeiro selo é o triunfo do evangelho
após o rapto da Igreja, isso não é correto.
Muitos
vão aderir ao Anticristo, aceitando-o como mediador e conselheiro espiritual,
como está escrito: "Ele (o Anticristo) fará um concerto com muitos por uma
semana (sete anos) e, na metade da semana (três anos e meio), fará cessar o
sacrifício e a oblação", Dn 9.27. Certamente é nessa época que haverá um
tempo de falsa paz. O Senhor, instruindo seus discípulos, disse: "Logo
depois da aflição daqueles dias o sol escurecerá... "Logo depois
daqueles dias" quer dizer que o Milênio será depois da Grande
Tribulação, no fim, quando se dará a guerra do Armagedom, então o Senhor porá
seus pés no Monte das Oliveiras, Zc 14.4 e aparecerá em glória, Mt 24.30. Isso
concorda com Ap 19.11, quando o Senhor descerá do céu com seus santos para ser
glorificado, 2 Ts 1.10, e destruir os poderes do Anticristo com o sopro de sua
boca, 2Ts 2.8.
Antes
de Cristo estabelecer o seu reino, haverá um período de preparação, como é
predito por Daniel. Esse período é de duas mil e trezentas tardes e manhãs; é o
período que vai da quebra do concerto até o Milênio, Dn 8.14. Devemos comparar
este verso com 12.12 do mesmo livro, o qual diz: "Bem-aventurado é o que
espera e chega aos mil trezentos e sessenta e cinco dias."
Isso
naturalmente se refere aos que esperavam ver o reino milenar, o estabelecimento
do reino dos céus e o julgamento das nações, Mt 25.31. Com isso, a pergunta
está respondida, pois o Milênio só será estabelecido depois da Grande
Tribulação, com a volta de Cristo, como foi anunciado pelos anjos, At 1.11.
Houve
um período na história eclesiástica que muitos julgaram ser a época do Milênio.
Essa época foi especialmente a dos séculos VI a XVI, quando parecia que a
Igreja estava com todos os poderes sobre os governadores e reis da terra. Mas
foi, antes, a época do obscurantismo. Uns têm a idéia de que no Milênio serão
feitas diversas reformas, como a agrária e outras, tudo num melhoramento
sucessivo. Há, ainda, os que julgam que o Milênio será nos céus, e que Satanás
andará na terra sobre corpos mortos. Assim pensam interpretando mal Isaias
66.22-24. Essas doutrinas não passam de um amontoado de deturpações da palavra Milênio.
Paulo
diz: "Convém que Ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo de
seus pés, e a morte será o último a ser destruído, lCo 15.25,26. Isso se dará
no fim do Milênio, quando Satanás for solto e sair a seduzir as nações contra
Israel, o povo santo, e contra a cidade amada. Primeiramente o Senhor descerá
do céu e batalhará contra a Besta e o Falso Profeta, 2Ts 2.8; Ap 19.11-20.
Então Satanás, nessa época, será aprisionado, Ap 20.1,2. Mil anos depois será
culminado o plano de Deus, Ap 20.7-10. O Armagedom será uma batalha terrível,
quando sangue será derramado sem precedência na história, Ap 14.20; 16.16;
19.10; Jl 3.12-14. Que o Senhor nos dê graça para, nessa época, estarmos na
glorificação do Senhor! Amém.
Como será o Milênio?
Mil anos de paz e justiça
sobre uma Terra restaurada, totalmente libertada poluição, do ódio e de todos
os terríveis efeitos do pecado.
Já
temos, em parte, respondido a pergunta do título, entretanto, o pensamento
doutrinário a respeito traçaremos aqui, expondo alguns pensamentos de acordo
com a Palavra de Deus. Na primeira parte apresentamos o Milênio do lado
material e físico, embora glorioso; desejamos agora descrever como será o
Milênio de acordo com a visão profética. Apesar de ser essa dispensação um
período probatório para as criaturas, é conhecida como o reino de Davi
(constituído com promessas feitas a Davi) e nela, diz a Escritura: "...
será estabelecido para sempre o teu trono", Lc 1.32,33,69,70.
Os
profetas tiveram visões com respeito ao futuro de Israel e alguns viram a
glória, o "shekinah" de Deus sobre as alturas dos montes de Sião.
Gostaríamos de citar todas as referências sobre esse tão importante assunto,
mas temos de nos limitar, para podermos concluir o pensamento.
O
apóstolo João viu a cidade, a Nova Jerusalém descendo dos céus com tal
esplendor que deslumbra os mortais, Ap 21.10 etc. Ele nota que a cidade desce,
mas não toca à terra, Ap 21.2.
Enquanto
os profetas viram a glória dessa cidade sobre os montes de Sião, Jerusalém
terrestre, João vê a da Jerusalém celeste, dizendo: "As nações caminharão
na sua luz...", Ap 21.24; naturalmente as nações que ficarem após a grande
tribulação. Assim, notamos, segundo a Palavra de Deus, duas cidades: a
terrestre e a celeste. Uma está embaixo e a outra nos ares, com muita glória.
Naqueles
dias sairá a palavra de ordem de Sião (a cidade celeste), e será anunciada em
Jerusalém terrestre, Is 2.3. Quanto ao tamanho da cidade celeste, é impossível
descrever com algarismos de matemática. A cidade será imensurável! Vejamos: 12
mil estádios multiplicados por 185, e o resultado elevado à terceira potência,
dará a medida cúbica da cidade: dez bilhões, novecentos e quarenta e um milhões
e quarenta e oito mil quilômetros.
Mas
esse número é ainda pequeno para calcular o que, em realidade, são as grandezas
do Altíssimo, e a maravilhosa cidade Celestial! Foi certo o que Jesus disse:
"Na casa de meu Pai há muitas moradas...", Jo 14.2. Note bem: há
moradas preparadas.
Durante
o Milênio, a glória de Deus será manifestada de um modo imprevisto, pois,
segundo Isaías, durante aquela dispensação a cidade Celestial iluminará com
glória a cidade de Jerusalém terrestre, tal como sucedeu com Israel no deserto,
quando uma nuvem de glória os acompanhou, guiando-os até a terra prometida,
dando sombra de dia, e luz de noite, Ex 14.19,20; 40.34-36. Isaías descreve
algo sobre isso quando diz: "Então a lua se confundirá e o sol se envergonhará,
porque Jeová dos Exércitos reinará em Sião e em Jerusalém; na presença dos seus
anciãos haverá glória.Is 24.23.
Tamanha
será essa glória que tanto a lua como o sol ficarão conturbados. E os povos,
moradores de Jerusalém, darão gritos por causa da majestade do Senhor; até do
mar se ouvirão, de muito longe. Concluímos que o "shekinah" divino
será tão majestoso que muitos irão a Jerusalém para contemplá-lo, por causa de
sua glória. Zc 8.22,23; Mq 4.2; Ap 21.26. Portanto na dispensação milenar haverá
uma mudança excepcional, primeiro porque a glória do Senhor será manifestada, e
segundo porque Satanás será aprisionado, Ap 20. Contudo ainda não será tirada a
maldição da terra: morte, doenças, etc, Zc 14.12-16; Is 65.20.
Nesse
sentido, Paulo instruiu a igreja de Corinto, dizendo: "É necessário que
Ele reine até que ponha todos os seus inimigos debaixo de seus pés (falando do
reino milenar).
O
último inimigo que será destruído é a morte; porque todas as coisas lhe serão
sujeitas. Claro é que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas, l Co
15.25-27. Somente no fim do Milênio a morte e todos os poderes infernais serão
totalmente destruídos, na completa obra de Cristo no seu reinado, l Co
15.55,56; Rm 16.20; Hb 2.14,15. Isso concorda com a doutrina bíblica.
Como
já iniciamos no capítulo anterior, há os que concebem um reino fora deste
mundo. A terra, nesse tempo, estaria toda corrompida; cheia de corpos mortos e
exalando um cheiro nauseante. Satanás andaria de um lado para outro, sem poder
tentar, uma vez que todas as criaturas estariam mortas. Isso, como já dissemos,
é tirado de Is 66.22-24 interpretando-se ao pé da letra.
É
provável que, durante o Milênio, Deus deixe alguns corpos mortos, como sinal,
num lugar qualquer, para servir de lembrete aos que nascerem durante a
dispensação, para que estes vejam o fim dos desobedientes e rebeldes.
Nesta
altura surge a pergunta: - Onde estará a Igreja nessa época? - Para tal
resposta, aguardamos os capítulos seguintes. Primeiramente no Milênio haverá
paz e justiça sobre a terra, muito em especial no que diz respeito à política
governamental do Senhor Jesus, Is 11.5. Os animais terão mudança de instinto:
perderão a ferocidade e deixarão de ser carnívoros, passando a herbívoros, Is
11.6-9; 65.25.
Quanto
ao estado de saúde no tempo milenar, diz a Escritura que "Nenhum morador
dirá: estou doente...", Is 33.24; "No dia em que Jeová atar as
feridas do seu povo, e curar o golpe da sua chaga", Is 30.26. Os cegos, os
surdos, os mudos e os coxos receberão cura naquela época, Is 35.5,6; Zc 13.1
(VL). Portanto, oitenta por cento das enfermidades serão banidas da face da
terra; para isso haverá os recursos da parte de Deus na própria natureza, Ez
47.12; Ap 22.2. Aqui está tanto o espiritual como o material.
Pergunta-se,
então: Não haverá morte no Milênio nem enfermidades? Respondemos: Haverá, porém
em proporções resumidas, pois Isaías diz: "Um mancebo ao morrer com cem
anos ainda é menino (Hoje é um macróbio) e o pecador de cem anos será
amaldiçoado", Is 65.20, porque não creu nem desejou o conhecimento do
Senhor. E os que não adorarem o Senhor receberão as devidas pragas, Zc
14.12,17-19.
Uma
das características do reino milenar é a longevidade dos seres humanos. Os
homens em todas as épocas têm estado preocupados com o sonhado "Elixir da
Longa Vida" e os laboratórios têm procurado uma droga que dê ao homem o
prolongamento da vida física. No Milênio, porém, os homens terão vida como a
das árvores, Is 65.22.
Certamente
isso não será para todos, mas para os escolhidos de Deus. No Milênio haverá
plenitude de poder espiritual, principalmente em Israel, Jl 2.28. Haverá também
salvação para quem invocar o nome do Senhor, Jl 2.32.
Será
no Milênio que a tenda de Davi se reerguerá, e Deus mesmo o constituirá como
príncipe do seu povo, Ez 37.24,25. E Deus porá o seu tabernáculo sobre eles, Ez
37.26; Ap 21.22. Como um dossel de glória, a Jerusalém terrestre será
grandemente iluminada com a glória do Senhor. Todas as nações hão de saber que
o Senhor é quem santifica Israel, Ez 37.27. Durante o Milênio haverá um templo,
um lugar inteiramente santo, em cujo recinto sagrado nem todos poderão
penetrar,Ez 38.8-12. Esse lugar santo estará na Jerusalém terrestre, que é
exclusivamente para os filhos de Levi, os sacerdotes a quem Deus escolher, Ez
38.11; Ml 3.3,4; Ap 20.4-6.
Que o
Senhor nos dê da sua graça, para gozarmos de todas as bênçãos celestiais em
Cristo! Amém.
Para quem será o Milênio?
De Jerusalém, Cristo
reinará sobre toda a Terra, tendo por súditos judeus e gentios. A Igreja, nessa
época, estará num estado de grande glória!
A
pergunta de referência é realmente importante, porque várias seitas se ufanam
de serem chamadas de israelitas. Para isso procuram certos textos bíblicos que
lhes pareçam favoráveis, como:
"A
quantos andarem conforme esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e
sobre o Israel de Deus", Gl 6.16; como a referência aos cento e quarenta e
quatro mil, Ap 7.5-8, e outros textos. Mas essas passagens nada têm a ver com
os gentios, embora sejam eles filhos espirituais de Abraão, Gl 3.7. Os textos
acima citados e outros semelhantes se referem a judeus.
A
Palavra de Deus é explícita: judeu é judeu; gentio é gentio, porque nós não
herdamos pela fé o título de judeu ou de israelita, mas o de Cristão, At.
11.26. Disse Paulo: "Pois em Cristo Jesus nem a circuncisão (sinal dos
israelitas) nem a incircuncisão (sinal dos gentios) valem alguma coisa, mas o
que vale é a fé que opera por amor, Gl 5.6. Continua ele demonstrando que nem
ser judeu nem ser de outra raça tem importância, mas o importante é ter a
semente de Abraão, que é Cristo, Gl 3.28,29.
Ser
um novo homem não é ter pretensão de raça, mas é ser revestido de Cristo, Rm
13.14; Ef 4.23,24; Cl 3.10,11. Em todos os textos notamos que Paulo deixa bem
claro o ponto de vista cristão, que nada tem a ver com judeu ou israelita.
Que a
salvação vem dos judeus, é claro na Bíblia, pois a eles foram confiados os
oráculos divinos, para serem anunciados entre os povos, mas a essa incumbência
de Deus eles não foram fiéis, Jo 4.22.
Encontramos
na Bíblia muitas promessas referentes ao crente judeu, mas como são dirigidas a
judeu-cristãos, julgamos que essas promessas são para todos os crentes. Por
outro lado, encontramos referências diretas aos judeus e não aos gentios. Paulo
sempre teve o cuidado de dizer "nós" quando se referia aos judeus, Ef
1.12,13: "Nós que antes havíamos esperado em Cristo...". No
verso 13 ele faz referência aos gentios, dizendo: "No qual vós, tendo
ouvido a palavra da verdade, o Evangelho da vossa salvação..." Note-se que
Paulo faz distinção entre judeu (nós) e gentio (vós). Há outros textos que
falam do mesmo assunto. Nesta altura, dirá alguém: Mas, nas suas epístolas,
Paulo, escrevendo aos coríntios (gentios) deixa transparecer que as promessas
com respeito ao Milênio ou reino do céu são acessíveis a todos. De fato, a
Igreja participará do reino celeste, mas num estado de glória. O reino
Messiânico, no entanto, é inteiramente para os judeus, ainda que todas as
demais nações gozem dos benefícios do reino milenar.
Com
respeito ao Milênio, as promessas de Deus aos judeus são irrevogáveis, e eles
as estão esperando. Os gentios, os que não tiverem a marca da Besta, certamente
terão privilégios e gozarão da bênção do reino do Messias, Ap 20.4. Quanto à
prioridade, ela é dos judeus, como diz Paulo, tanto nas bênçãos, como nas
tribulações, Rm 2.9,10. Ele diz: "... se pois já morremos com Ele, com Ele
também viveremos: se perseverarmos, reinaremos..."
A
palavra traduzida por perseverar é. no original, upomene, que tem
o sentido de: ficar e sofrer firme e heroicamente, não se desviando no tempo da
angústia. 2Tm 2.11. Certamente os que não forem raptados passarão com grande
angústia os dias tenebrosos da tribulação; uns selarão sua fé com o martírio,
outros escaparão das tormentas apocalípticas. Isto concorda com Rm 2.9; Ap
12.12. Não devemos confundir-nos contextos entre judeus e gentios, entre os
glorificados e os deixados, isto é, os que, não sendo arrebatados, ficaram aqui
na terra. Diz o texto de Ap 12.11: "Ai da terra..."
Notemos
em Ap 20.4-6 um grupo que se assentou em tronos para julgar com poder: "Vi
também tronos, e se assentaram sobre eles e foi-lhes dado o poder de
julgar..." Esse é um grupo especial de que fala lCo 6.2,3. Também os
apóstolos se assentarão em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel,
Mt 19.28.
Vemos
ainda outro grupo em Ap 20.4, cujos componentes foram mortos pela tirania do
Anti-cristo, mas voltaram à vida, com pujança espiritual.
Esses
reinarão com Cristo e serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele
por mil anos, v 6. Note bem: voltaram à vida, isto é, viveram
fisicamente, cumprindo assim, em parte, l Co 15.56.
Devemos
notar que todos os textos que se referem ao reino de Cristo falam de que, já
nos primeiros dias da Igreja, esse reino era esperado com ansiedade. Pois eles
deveriam esperar a vinda e o reino de Cristo como um lavrador aguarda o
precioso fruto da terra, Tg 5.7,8. Portanto, é bem patente nas Escrituras que o
Milênio é prometido aos judeus e, depois, aos que viverem fisicamente naquela
época quando tudo será abundante, Zc 8.4-12; Ez 47.9-12; Jr 31.13; Is 65.21,23,
etc.
Os
judeus serão a cabeça federativa do governo. Cristo reinará e a glória do
Senhor encherá a terra. Como já dissemos, a sede do governo milenar será na
Palestina, e Jerusalém será a capital do mundo. O domínio de Cristo será no
universo, Is 2.2-4; 4.2,3; Jl 3.17-20; Mq 4.2. Davi será o príncipe, Ez
34.22-24; 37.24-27; Jr 30.9; Os 3.5. Entretanto, Cristo e seus santos, em corpos
glorificados, reinarão na nova Jerusalém, conforme prevê a Palavra de Deus, Fl
3.20,21; 2Co 4.18; 5.21; Hb 11.10,16; 12.23; Ap 21.8-24; 22.1-5.
Note-se
que tudo o que foi comentado não é o estado eterno, mas apenas a glória do
reinado de Cristo durante o Milênio. Durante o Milênio, os santos glorificados
serão os portadores da mensagem de Cristo, diretamente do Trono, como Deus
enviou Elias e Moisés para falarem com Jesus, Mc 9.4; Lc 9.30,31.
Como
e onde estará a Igreja no Milênio?
A vida futura dos crentes
é descrita na Palavra de Deus como translúcida, em corpos glorifica dos que
refletirão a imagem de Deus!
Primeiro
estudaremos sobre o estado e depois sobre a posição da Igreja durante o
Milênio. A posição futura da Igreja é descrita na Bíblia com tanta clareza que
não deixa dúvidas. Notemos o que diz Paulo ao escrever aos romanos: "O
Deus de paz em breve esmagará Satanás debaixo de vossos pés", Rm 16.20. O
texto não insinua que cobra, pois aqui o sentido é espiritual. Como sabemos,
Satanás é um espírito. Há, portanto, necessidade de corpos espirituais para
realizar o seu esmagamento.
Deus,
no Éden, prometeu à mulher que a semente dela esmagaria a cabeça da serpente.
Cristo, portanto, dará autoridade, em tempo próprio, para que seja efetuada
essa operação que leve a completa vitória espiritual. - Quando? - perguntará
alguém. - Quando a morte for tragada na vitória juntamente com aquele que tinha
o poder da morte, Hb 2.14, Satanás será esmagado, por autoridade divina,
debaixo dos pés dos santos.
Nesse
tempo, os crentes no Senhor Jesus terão passado de um lado para o outro, isto
é, da posição material ou física para a espiritual, com corpos glorificados,
como os dos anjos, Mt 22.30.
A
primeira parte da pergunta é: Como estará a Igreja no Milênio? - Naturalmente
se fala do estado espiritual da Igreja, pois nesse tempo já se terá processado
a ressurreição dos santos que dormiam e o arrebatamento dos que estavam vivos
nesse glorioso dia, lTs 4.13-18. Em todos os textos bíblicos que se referem a
esse estado espiritual, é revelado um período glorioso.
Havia
uma grande dúvida nos primeiros crentes com respeito ao corpo depois da
ressurreição dos mortos. Paulo, por isso, os instruiu dizendo: "Insensato!
o que se semeia não é vivificado se primeiro não morrer... Assim também a
ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção (sujeito a
decomposição), ressuscitará em incorrupção (não mais sujeito a decomposição);
semeia-se em vileza (coisa vil), ressuscitará em glória", lCo 15.35-44.
Logo depois da ressurreição e do arrebatamento, recebe-se um corpo glorificado,
espiritual, não mais sujeito às necessidades físicas. Fome, sede, cansaço,
plantar e gozar dos frutos, tudo isso pertence ao corpo material, a esta vida.
Ap 7.16 fala dos mártires na glória, isto é, dos que morreram durante a Grande
Tribulação. Eles não mais necessitam das coisas materiais.
Perguntará
alguém: Mas como é que Jesus comeu depois da ressurreição? Respondemos: Ele fez
isso para tirar as dúvidas dos seus discípulos, para provar que Ele não era um
espírito, mas que era Ele mesmo, embora em corpo de ressurreição, Rm 1.4. Ainda
cabe outra pergunta: Onde estão os corpos de Elias, Enoque e Moisés? Como
sabemos, esses servos de Deus tiveram experiências especiais em suas vidas:
Elias e Enoque foram elevados ao céu. Quanto a Moisés, embora esteja registrado
que ele morreu, sabemos que seu corpo desapareceu pelo poder de Deus, Jd9; Dt
34.6. O certo é que dois deles apareceram com corpos glorificados no monte da
transfiguração, e falaram com Jesus, Lc 9.30,31.
Da
transfiguração se vê que Moisés e Elias não estavam sujeitos às limitações
físicas. Assim também, depois da ressurreição e do arrebatamento os componentes
da Igreja não estarão sujeitos a essas limitações. Paulo diz que, nessa época,
receberemos de Deus outra habitação, 2Co 5.1-5. Se receberemos uma habitação
que é do céu, como voltaremos para este globo terráqueo, para vivermos sujeitos
à matéria, à decomposição, às fadigas, enfim, a tudo o que se relacione com
esta vida? Fl 3.20; lTs 4.15-17. Por enquanto essa vida está vedada, oculta,
mas um dia há de manifestar-se gloriosamente, Cl 3.1-5, quando formos os
habitantes da cidade de Deus, Ap 19.9; 22.5.
Em
todas as passagens que se referem à Igreja no Milênio, notamos: em glória,
glorificados e em lugares sublimes com o Senhor. Naturalmente isso se refere ao
estado da Igreja naquela época. Materializar esse estado seria confundir o
assunto. Há os que misturam os que estão em corpos físicos ainda na terra com
os que estão glorificados com o Senhor. O certo é que, nesse estado, seremos
como os anjos nos céus, Mt 22.30. Poderia perguntar-se ainda: Para que esses
vão receber terra e plantar, como está escrito: "Os mansos herdarão a
terra", Mt 5.5; SI 37.11. Creio que essa pergunta está respondida no
capítulo anterior. Mas podemos confirmar que esses mansos são os que não usaram
os recursos humanos, mas se entregaram inteiramente à vontade do Senhor, os que
não vindicaram para si os direitos com força bruta, mas esperaram e alcançaram
as promessas de Deus, Dn 12.12.
A promessa é esta: "Na casa de meu Pai
há muitas moradas..." Ali há riqueza e gozo espirituais, Ef 1.18. Essa
parte será respondida na segunda divisão deste capítulo. Como sabemos, os
discípulos estavam sempre interessados nos reino material de Cristo e, por
isso, perguntavam: Quem será o maior? Quem iria assentar-se ao lado de Jesus no
reino? Quando seria estabelecido o reino? etc, Mc 10.35; Lc 22.24; At. 1.6. O
Senhor explicou-lhes bem a questão e levou-os a pensar mais no sentido espiritual,
pois que tudo estava determinado pelo Pai.
Essa
questão de pensar ser alguma coisa no reino de Cristo tem, realmente, preocupado
muita gente. Alguns já estabeleceram até os lugares onde irão residir e quais
serão as suas ocupações no Milênio. Tudo é pura invencionice.
Os
que vão passar pela Grande Tribulação e entrar no reino milenar gozarão, é
certo, de grandes privilégios espirituais e também materiais. Segundo a
revelação da Palavra, os santos que hão de ser arrebatados, e os que alcançarem
a ressurreição receberão corpos glorificados e estarão em glória com o Senhor,
Fl 3.21.
Está escrito: "O qual transformará
o corpo da nossa humilhação", Fl 3.21. Nessa época até a própria criação
será libertada do cativeiro para a liberdade da glória dos filhos de Deus, Rm
8.21. Paulo falou do despir do tabernáculo (o corpo), isto é, deixar o corpo
mortal, material para revestir-se de um corpo de glória, imaterial. Assim,
durante o reino milenar, os glorificados estarão com Cristo num estado
espiritual. Está escrito: "Vede quão grande amor o Pai nos tem mostrado,
para que fôssemos chamados filhos de Deus e agora o somos... e ainda não é
manifesto o que havemos de ser. Sabemos que quando Ele (Jesus) se manifestar,
seremos semelhantes a Ele", I Jo 3.1-3.
A Palavra
de Deus descreve a vida futura dos crentes como translúcida, em corpos
glorificados que refletem a imagem de Deus. Nesse estado, não necessitam de
alimentação nem de roupa.
Elias,
ao subir, deixou suas vestes materiais para revestir-se das espirituais. Assim
também a Igreja de Cristo. Do mesmo modo a Igreja de Cristo num corpo glorioso,
num estado de bem-aventurança espiritual não necessitará das coisas materiais.
Convém permanecermos firmes na fé e no amor de Deus, porque muitos serão
enquadrados em Mt 5.8; Hb 12.14; Ap 22.14; Mt 24.40. Não demorará esse glorioso
dia, o dia da Igreja de Cristo em sua excelsa glória. Glória a Deus nas
alturas!
Passaremos à segunda etapa
da pergunta: - Onde estará a Igreja de Cristo durante o Milênio? - Em parte já
a temos respondido, mas vamos afirmar com toda a certeza: A Igreja estará com o
Senhor em glória. Examinaremos textos em que há uma confirmação dessa promessa
divina. Na primeira resposta falamos sobre a Jerusalém terrestre e a celeste:
uma refletindo a glória de Deus e a outra recebendo a reflexão dessa glória, Ap
21.24-27; Is 4.5,6. A promessa de Jesus foi que nos levaria para a casa do Pai
onde - disse - há muitas moradas, Jo 14.2. É durante o Milênio que essa casa de
Deus estará sob os céus, e da terra será vista e contemplada por causa da
glória da manifestação do Senhor. Paulo, escrevendo, diz dessa casa ou cidade:
"A nossa Pátria está nos céus...", Fl 3.20. Em Hb 11.10 diz que
Abraão aguardava a cidade do Deus vivo, onde estará também a Igreja, v 23. O
apóstolo João descreve a cidade em sua glória, beleza e grandeza espirituais. O
tamanho dessa cidade excede às medidas humanas: é um astro de primeira
grandeza.
João
viu que a cidade não tinha santuário, isso equivale a dizer que toda a cidade é
o próprio santuário, Ap 21.22, pois Deus e o Cordeiro são o seu santuário.
Também a cidade celeste não necessita de luz nem mesmo de sol, Ap 21.23.
Entretanto na cidade terrestre haverá necessidade de luz, Is 30.26, pois haverá
noite e haverá dia -fatores da vida física, Is 24.23. Também durante o milênio,
os servos de Deus glorificados, tanto os do Antigo como os do Novo Testamento
estarão servindo a Deus num corpo especial, face a face, na cidade celestial,
Ap 22.4. Note-se que eles estarão reinando com o Senhor Jesus pelos séculos dos
séculos, ou melhor, por toda a eternidade.
Na
Jerusalém terrestre, no entanto, ainda haverá interrupção, pois somente quando
todos os povos e poderes estiverem subjugados debaixo dos pés de Cristo no seu
reino, Ele entregará o reino ao Pai, I Co 15.24. Isso será no fim do Milênio,
quando Satanás e seus anjos serão julgados pelos santos glorificados, ICo
6.2,3. E nessa época que a terra passará por um grande estrondo, como nos
afirma Pedro em 2Pe 3.10. Então uma nova era será estabelecida, com novos céus,
e uma nova terra onde habitará a justiça, 2Pe 3.13; Is 65.17; Ap 21.1.
É
muito perigoso misturar os assuntos, especialmente os textos bíblicos que dizem
respeito ao estado físico do Milênio com o seu estado espiritual.
Infelizmente
há comentários de autores que são uma negação nesse sentido, porque fazem da
vida celeste dos salvos uma espécie de paraíso terrestre, de desejos e prazeres
carnais, onde se cantam músicas, onde há banquetes sucessivos. Mas o reino de
Deus não é comida nem bebida, Rm 14.17. Paulo afirmou sempre que o verdadeiro
sentido do reino de Deus não é de prazeres efêmeros.
No
Milênio, como notamos de vários textos bíblicos, haverá dois estados distintos:
Um o dos crentes glorificados no esplendor da glória de Cristo, habitando na
cidade celestial; estes, seus corpos não estarão sujeitos às leis físicas. O
outro é o estado dos vivos que habitarão na Jerusalém terrestre. Paulo disse:
"Há corpos celestes e corpos terrestres, lCo 15.40. Assim, cada um no seu
próprio corpo, Deus nos revestirá com a habitação dos céus, 2Co 5.2. No reinado
de Cristo, não se disputarão cargos, com espírito de ambição nem de vaidade,
pois os que estiverem com o Senhor no seu reino se identificarão no plano
glorioso e eterno. Não estarão mais vivendo segundo as leis deste mundo, mas
livres de qualquer paixão, Mt 20.25.
Cremos
que a resposta foi dada segundo a Palavra de Deus. Não confundamos os textos
bíblicos, vendo materialmente quando o texto é espiritual ou vice-versa. Também
não devemos confundir quando se fala de Israel e de certas promessas aos
apóstolos ligadas à nação judaica com a fala sobre a Igreja, Mt 19.27,28.
Quando Pedro perguntou ao Senhor: "E nós que deixamos tudo e te seguimos,
que receberemos? Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, vos assentareis nos doze
tronos de Israel (Jesus falava do trono da sua glória ) para julgar as doze
tribos de Israel, Mt 19,27,28. Aqui vemos uma promessa aos apóstolos, com
referência a Israel e não a todo o povo cristão. Em Ap 20.4, vemos quem se
assentará em glória e poder nos tronos: "Vi tronos, e nestes sentaram-se
aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar."
Em I Co 6.2,3 diz: "Porventura não
sabeis que os santos hão de julgar o mundo...? Não sabeis que julgaremos os
anjos?..." Jesus declarou que os apóstolos haviam de julgar as doze
tribos. Disse mais: "E vós tendes permanecido comigo nas minhas tentações.
Eu vos confio domínio real, assim como o Pai o conferiu, para que comais e
bebais à minha mesa no meu reino", v 30. À luz dos textos bíblicos, comer
e beber são coisas materiais, mas sabemos que no reino milenar estarão os
apóstolos em corpo glorificado, não mais sujeitos à fome, sede, sono, etc.
Naturalmente o Senhor usou essas palavras para dar força de expressão e não do
sentido literal.
O
reino de Cristo não repousa sobre o que é material. Promessas materiais são as
feitas aos pais, as quais o povo de Israel vai gozar: Is 11.6-10; Zc 8.3-7; Is
65.20-25. Em Mt 8.11, lemos: "... assentar-se-ão à mesa com Abraão, Isaque
e Jacó... Isso não podemos interpretar materialmente, mas à luz de Ap 19.7-9.
Trata-se,
pois de um banquete espiritual e não material. Assim são muitos textos que,
sendo de sentido espiritual, não podemos materializar o assunto neles contido.
Do mesmo modo, o que fala sobre o reino material de Israel, não podemos
espiritualizar. Concluímos que no reino milenar, a Igreja de Cristo estará
glorificada na Jerusalém celeste. Glória ao Senhor Jesus!
Que sucederá às nações no
Milênio?
No Milênio, as nações
perderão a noção bélica, a estratégia da guerra: serão um povo pacífico, a
desfrutar de grandes privilégios espirituais.
Com o
estabelecimento do Milênio, haverá o chamado julgamento das nações, Mt
25.31-34. Uns serão colocados à esquerda do Senhor, enquanto outros à sua
direita, cada grupo conforme seu destino, vv 37-46. Por certo a base do
julgamento será o trato que deram aos judeus, o povo de Deus. Aí chegou a hora
de serem as obras pesadas em balança fiel e justa: ''Pesados, foram achados em
falta..."
É
certo que durante o Milênio, muitos povos (nações) procurarão o favor do Senhor
por meio dos judeus, Is 2.3; Mq 4.12. "As nações caminharão à sua luz, e
todos os reis da terra (aqui inclui os governos) lhe trarão glória", Ap
21.24, nos Salmos, em Isaías e na maioria dos profetas, encontramos indícios do
reino Messiânico. A época do reino de Cristo será, realmente, maravilhosa, pois
todos os poderosos da terra virão prostrar-se ante Ele, trazendo honra e glória.
Hoje muitos desprezam o Senhor Jesus, mas chegará o dia em que todo o joelho há
de dobrar-se diante dele, Fl 2.11. Nesse tempo haverá profundo conhecimento
espiritual, segundo a revelação da glória de Deus, Is 2.11; 11.9; Zc 14.9; Mq
2.13.
O
muito importante no Milênio é que as nações perderão a noção bélica, a
estratégia da guerra: serão um povo pacífico que transformará a terra inteira
numa imensa cultura de mantimentos, Mq 4.3,4; Is 2.4; Jl 3.18; Jr 31.12.
Oportunamente,
perguntará alguém: Haverá salvação durante o Milênio? Respondemos: Por certo
que sim, porque o Milênio é um tempo probatório, uma dispensação material
durante a qual Deus vai provar os que nela nasceram, dando-lhes conhecimentos
especiais para serem salvos. Está escrito: "Naquele dia (no Milênio), diz
o Senhor: Congregarei o que coxeia..." Congregarei ao Senhor fala
de salvação. Os gentios procurarão a face do Salvador: "As ilhas de longe
me procurarão,", os gentios me procurarão. Embora a profecia abranja
também a pregação do Evangelho em nossos dias, aqui se refere ao Milênio,
porque durante essa época, as nações que restarem vão suplicar o favor do
Senhor, Zc 8.20-22. Haverá bênção e salvação da parte do Senhor, Zc 8.13. Como
será majestoso aquele dia quando o Senhor se assentar no trono da sua glória,
tendo todos os povos humilhados diante dele!
A
cidade de Jerusalém terrestre será cabeça: nela estará a cheia do Governo, e
Cristo estará no trono de sua glória, em esplendor e majestade, rodeado de seus
santos: "Quando vier o Filho do homem na sua glória, e todos os santos com
Ele", Mt 25.31; "E verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu,
com poder e grande glória", Mt 24.30. Ezequiel descreve em cores vivas o
período milenar em Jerusalém, dizendo: "Produzirá novos frutos todos os
meses, porque as suas águas saem do santuário; e o seu fruto servirá de comida,
e as folhas de remédio...", Ez 47.12. “E João conclui: Será para a saúde
das nações...", Ap 22.2. Naquela época haverá novos frutos em todo o
tempo. As nações que restarem serão grandemente beneficiadas durante o período
milenar e gozarão de grandes privilégios espirituais, Ap 21.26.
Mas,
no fim do reino Messiânico, Satanás será solto, para que as nações sejam
provadas (aquelas que durante séculos gozaram as bênçãos de Deus, uma terra
farta e sem enfermidades malignas) quanto á sua fidelidade à bondade do Senhor.
Infelizmente o Maligno encontrará lugar no arcano do coração humano, fazendo
com aqui os homens a eles se unam contra o Senhor, Ap 20.7-10. Estes serão,
certamente, as criaturas que nasceram no Milênio, mas as que não aceitaram o
conhecimento da glória de Cristo nem o seu governo, Is 65.20; Zc 14.17,18.
Após
a destruição total do mal, Cristo dominará com poder e entregará o reino ao
Pai, I Co 15.23. A morte será para sempre destruída e lançada no lago de fogo,
para onde também irão todos os poderes infernais, Ap 20.14, juntamente com
todos os incrédulos, os que não quiseram Deus desde a fundação do mundo até
aqueles dias, Ap 20.11-13. Não devemos confundir o julgamento das nações com o
julgamento final. O julgamento das nações julga pessoas vivas, na Jerusalém
terrestre, que receberão suas recompensas segundo as determinações do Juiz, mas
que continuarão vivendo, uns debaixo da bênção, Mt 25.34, vida eterna e salvação
em suas asas, Ml 4.2, enquanto que os ímpios, ainda os de muitos anos, serão
amaldiçoados, devido à sua incredulidade, Is 65.20; Mt 25.41. Estes certamente
são os que, mesmo desfrutando de todas as bênçãos mileniais e da presença da
glória de Deus, não creram por causa do endurecimento de seus corações. No
final do Milênio, eles se rebelarão contra o Senhor Jesus e contra o Deus Todo
poderoso, instigados por Satanás.
Que
Deus nos dê sua graça, para permanecermos firmes e desfrutarmos com Cristo de
todas as bênçãos celestiais! Ef 1.3. Amém.
Evangelista
Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Livro: O Milênio Autor João de Oliveira Editado pela CPAD
MILÊNIO UM
TEMPO GLORIOSO PARA A TERRA
Texto Áureo = “(..) que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o
sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos.”
(Ap 204)
Verdade Prática = O mundo conhecerá o reinado de Jesus durante
o Milênio. Será um tempo de paz e harmonia
jamais visto.
LEITURA
BÍBLICA = Apocalipse 20.1-6
INTRODUÇÃO
Um dos pontos altos da
profecia é, sem dúvida, o Milênio. É um assunto controvertido sobre as
profecias acerca dos acontecimentos dos últimos dias. Exatamente por isso, o
nosso interesse por. ele aumenta, ao examinarmos as Escrituras.
A.
O QUE SIGNIFICA MILÊNIO
1.
O Milênio
é um período de mil anos em que Jesus, juntamente com a sua Igreja glorificada,
governará a Terra. Esse governo não será alegórico nem simbólico, mas real,
concreto, visível, Ap 20.4,6.
2.
O começo do Milênio.
Terá início no fim da Grande Tribulação, quando o Anticristo e o Falso Profeta
tiverem sido vencidos, e Satanás estiver preso; mas depois que Jesus tiver julgado
as nações.
3.
Os diferentes nomes aplicados ao Milênio, fazem-nos compreender o significado
desse período:
a. Mil anos, Ap 20.4,6,
expressão que define a extensão do tempo.
b. Regeneração da terra, Mt
19.27,28; mostra-nos a origem do novo tempo de bênçãos para o mundo.
c. “Consolação de Israel” e
“Redenção de Israel”, Lc 2.25,38; isso fala daquilo que Israel esperava: a
plenitude na manifestação do Messias.
d. Reino de Cristo e de
Deus, Ef 5.5; revela- nos Cristo como governante: Ele receberá o poder e o
reino, de Deus, seu Pai, Lc 1.32,33; Dn 7.13,14; Is 9.6,7
e. Dispensação da plenitude
dos tempos, Ef 1.10; mostra-nos que o Milênio será o último dos grandes
períodos históricos, antes do raiar da eternidade.
B.
AS PROFECIAS FALAM DE UM PERIODO LITERAL DE MIL ANOS.
Muitos têm procurado
atribuir sentido alegórico e figurado à palavra Milênio, mas a Bíblia fala do
reinado de mil anos como coisa literal, semelhante a qualquer outro estado
político. Se esse reinado de mil anos não fosse real, concreto, haveria
contradições na Bíblia. Vejamos apenas quatro profecias cuja interpretação só
tem sentido pela existência de um reinado universal, no qual Jesus e sua Igreja
governarão a Terra em sentido real.
1.
As profecias falam de um tempo em que Jesus governará a Terra, Lc 1.32,33; Jr 30.9,11; Zc
14.9; Ml 1.11; Os 3.4,5; Dn 2.44,45; 7.12,14; Ez 34.24; 37.24,28; Is 2.2,4;
9.6,7; Mq 4.7; 1 Co 15.25. Nenhuma delas cumpriu-se na primeira vinda de Jesus.
Elas podem somente ser entendidas como um futuro reinado literal de Jesus sobre
a Terra. Lemos ainda no salmo 22, vv 1 e 21 a profecia acerca do sofrimento e
da morte de Jesus, e nos versículos 22 e 31 acerca do seu triunfo sobre as
nações.
2.
As profecias falam de um tempo de glória e grandeza para Israel, Is 60.1,22; 62.8,13;
14.1,2; At 1.6,7,15,16; Am 9.11,15. Desde que Israel (as dez tribos) perdeu sua
independência em 721 a.C., e Judá em 588 a.C., a nação não a recuperou senão em
14 de maio de 1948, quando se estabeleceu como estado soberano.
O período de grandeza e de
glória que as profecias prometem não chegou ainda, mas terá cumprimento literal
durante o reinado de mil anos.
3.
As profecias falam de um tempo em que Jerusalém será a capital do mundo
inteiro,
Mq 4.8,13; Sf 3.13,20; Is 2.3,5; 60.1,3; 66.20; Zc 14.16,19. Esta predição
ainda não se cumpriu, mas terá seu cumprimento durante o Milênio, quando Jesus
estabelecer Jerusalém como capital do mundo.
4.
As profecias falam do reinado da Igreja, junto com Jesus. Está escrito que somos
reis e sacerdotes e que reinaremos... (Ap 1.6; 5.10; 11.15), e também se diz
que reinaremos com Cristo sobre as nações, Ap 2.26,27.
A Bíblia fala que
herdaremos o reino (1 Co 6.9,10; Hb 12.28; Lc 12.31,32) e que reinaremos com
Cristo, 2 Tm 2.12; 1 Co 6.2,4. Daniel viu em visão que os santos recebiam o
reino e o domínio, Dn 7.18,27.
O salmista falando do
domínio de Jesus sobre as nações, acrescenta: “Esta honra tê-la-ão todos os
santos”, Sl 149.5,9. Em nenhuma das fases de sua existência, a Igreja viu
cumprida essa promessa. Mas sabemos que se cumprirá durante o Milênio, ao pé da
letra.
C.
AS CIRCUNSTÂNCIAS FAVORÁVEIS AO ESTABELECIMENTO DO MILÊNIO.
Motivos que levam Jesus, a
quem hoje pregamos como Salvador, e que é rejeitado pela grande maioria, a
tornar-se governante do mundo:
1.
A conversão radical do povo judeu o ligará a Jesus. Já vimos que os judeus
sofrerão pavorosamente quando o Anticristo atacar Jerusalém e que, nesta
aflição, verão descer nas nuvens o Messias glorificado, a quem invocarão e por
quem serão salvos num só dia, Zc 12.10,12. Verão em Jesus o Salvador e o Rei
Celestial que vencerá o Anticristo e as nações que estão atacando a cidade
deles. Verão aquele que tem todo o poder no Céu e na Terra, seja espiritual,
político ou militar. É evidente que os judeus aceitarão a Jesus como rei e
governante, porque, pelas Escrituras, esperam a gloria do Messias nesse
Milênio.
2.
Também as nações quererão aceitar a Jesus como governante universal. Temos de nos lembrar de
que Jesus iniciará seu governo ao encerrar-se a maior catástrofe da história.
Os que então estiverem vivos terão em lembrança a recente batalha de Armagedom,
pois viram perecer a terça parte da humanidade; viram a guerra atômica destruir
as grandes metrópoles, e viram os povos arruinados.
As nações restantes
lembrarão com pavor o domínio do Anticristo sobre a Terra. Compreenderão que o
próprio Diabo foi o grande inspirador de todos aqueles males. Saberão da
importante vitória de Jesus sobre a Besta e o falso Profeta, que foram
amarrados e jogados no lago de fogo e de enxofre. Serão testemunhas do grande
poder de Jesus. Certamente a humanidade então sentirá que o governo de Jesus
traz benefícios a todos.
O
julgamento das nações terá terminado. Os sobreviventes receberão bênçãos (Mt 25.31,46), pelo modo
como trataram os “menores irmãos de Jesus”. Serão testemunhas da autoridade e
da justiça do Senhor e o desejarão para governante.
O Diabo (Ap 20.1,2), aquele
que poderia semear revolta e resistência contra o governo de Jesus, estará
preso. Não haverá obstáculo para o Senhor. Com toda liberdade e com o
consentimento dos homens, Jesus governará sobre a Terra.
D.
COMO SE EXERCERÁ O GOVERNO MILENAR DE JESUS NA TERRA
Será uma teocracia (governo
de Deus) na expressão completa da palavra.
1.
O Senhor governará os povos por intermédio daqueles que Ele nomear para cargos
administrativos.
Das pessoas que então viverem, Jesus nomeará algumas para exercerem cargos
administrativos. Estas receberão instruções diretamente do Senhor.
Quando Isaías descreve a
glória do Milênio no cap. 4, fala da coluna e da nuvem de fogo, Is 4.4,5. Isto
é muito significativo, pois foi pela coluna e pela nuvem de fogo que Deus,
literalmente, guiou o seu povo através do deserto. Deus dava ordens a Moisés e
a Arão, e estes executavam-nas, Êx 13.21; 14.19; Nm 9.15-23; 12.5,9. Por isso
está escrito: “Guiaste o teu povo, como a um rebanho, pela mão de Moisés, Sl
77.20. Assim também será o governo de Jesus.
2.
Jesus centralizará a direção política do mundo em Jerusalém, que será a capital
da Terra, Is 2.2,3; 60.3; Jr 3.17. Os dirigentes das nações, nomeados por Jesus irão a
Jerusalém para aprender a vontade de Jesus, Is 2.3,4; Zc 8.21-23; 14.16-20; Jr
31.6; 50.5. Haverá ali reuniões importantes, onde o Senhor determinará como o
mundo deve ser administrado.
3.
Jesus julgará pessoalmente as questões mais importantes. Sendo Rei, a sua glória
causará respeito e acatamento. A justiça será a base de seu trono, Si 72.1-12;
98.1-4,6; Is 11.3-9; Mq 4.3. As leis procederão dele, pois é legislador (Tiago
4.12) e a condenação para os pecadores dele também sairá, Is 65.20.
E.
A INCUMBÊNCIA DA IGREJA DURANTE A GRANDE TRIBULAÇÃO.
Já vimos como a Igreja será
arrebatada com Jesus na primeira fase de sua segunda vinda, e como acompanhará
o Senhor quando, glorificado, voltar à Terra para vencer o Anticristo, Ap
19.11-21. No mesmo momento ocorrerá a ressurreição dos mártires da Grande
Tribulação (Ap 20.4), que se reunirão à Igreja glorificada. São estes que
reinarão com Cristo por mil anos, Ap 20.4.
1.
Esses morarão na Nova Jerusalém, Ap 21. 1-26.
a.
A Nova Jerusalém é uma cidade celestial cujo comprimento, largura e altura são
iguais, Ap 21.16.
É cercada de um muro de jaspe, e seus fundamentos são de pedras preciosas, Ap
21.17-20. As portas da cidade são pérolas puras (Ap 21.21). e a própria cidade,
de ouro puro, como cristal transparente.
Ela é chamada “A santa
cidade” (Ap 21.2) ou “a mulher do Cordeiro” (Ap 21.9-10), porque é a morada dos
remidos de todos os tempos. É também chamada: “Nova Jerusalém” (Ap 21.2), “a
santa Jerusalém” (Ap 21.10), “a Jerusalém celestial”, Hb 12.28. Uma voz do Céu
chamou a cidade de “Tabernáculo de Deus”, Ap 21.3.
b.
Essa cidade virá descendo do Céu, e parará no ar, em cima da Jerusalém
terrestre, Ap 21.20.
Os remidos terão nela a sua morada, com seus movimentos semelhantes aos de
Jesus após sua ressurreição, Fl 3.21; 1 Co 15.40; Jo 20.19-26; Lc 24.15,31.
2.
Entre os remidos, os 12 apóstolos ocuparão posição de destaque, Mt 19.27,28; Lc 22.30.
Terão a incumbência especial de levar as palavras de Jesus às doze tribos de
Israel que, no Milênio, estarão reunidas na Palestina.
3.
Os santos reunir-se-ão com Cristo. Jesus será o Rei, mas os salvos são também reis (Ap 1.6) e
certamente velarão pelo cumprimento das ordens de Jesus na Terra. É provável
que aqui se apliquem as palavras de Jesus acerca da atribuição de administrar
de 5 a 10 cidades, conferida aos servos fiéis, Lc 19.17-19.
F.
AS CARACTERÍSTICAS DO MILÉNIO
Será um tempo de extrema
felicidade. Jesus governará e o Diabo estará preso. Atualmente, parece
acontecer o contrário, Mt 27.2.
1.
Os homens gozarão bênçãos riquíssimas na vida material. Haverá condições
favoráveis à abolição do álcool, dos entorpecentes, e do fumo, que causam danos
à saúde; isso fará os homens alcançar idade avançada, o que era comum no início
da criação, Is 65.20,23; Zc 8.3,4. As bênçãos de Deus operarão saúde para os
povos, Is 35.5,6; Ml 4.2; Jr 33.22,24.
2.
O desenvolvimento tecnológico e econômico será surpreendente. Haverá um tempo de
reconstrução como nunca houve na Terra. Não haverá administradores desonestos
no governo de Jesus! Is 58.12; 61.4; Ez 36.8,12,33,38. As possibilidades de
aquisição da casa própria serão ampliadas, Mq 4.4; Is 65.21,22. O bem-estar
social alcançará progressivamente a todos, Sl 72.1,7; 1.3,6; Is 32.15,20; Am
9.13,16; Zc 1.17; 3.10.
Também a Tecnologia será
posta a serviço do bem comum. Atualmente o objetivo da Ciência é a guerra, o
aperfeiçoamento bélico, mas no Milênio a Ciência estará a serviço da paz e do
bem. Em Is 35.8 lemos acerca da construção de uma importante rodovia, que
certamente não será a única. Cremos que muitas rodovias modernas serão
construídas em direção a Jerusalém.
3.
A própria natureza florescerá no Milênio:
a. A vegetação estará
liberta da maldição do dia da queda, Gn 3.17, 19.
Toda criação será liberta
da escravidão (Rm 8.18,22) e a terra será fértil, de modo que os lugares secos
se tornarão em jardins verdejantes, Si 67.6; Jl 2.19,24; 3.18; Am 9.13; Ez
34.26,27; 36.35; Is 30.23,25; 33.20,21; 35.1,2; 41.18; 51.3; 55.12.
b. A profecia faia de um
rio que sairá de Jerusalém, Zc 14.8; Ez 47.1,12; Jl 3.18; Sl 46.5; Is 35.6.
Este não é tratado com detalhes na Bíblia, de modo que nos limitaremos a crer
no cumprimento da profecia. Suas águas tornarão férteis as terras limítrofes.
c. Até a fauna será
alcançada pelas bênçãos do Milênio. Por ter sido abolida a maldição original,
nenhum animal causará mal ao homem, Is 11.9. As feras conviverão com o homem,
Is 11.6,7,8; 65.25; Ez 34.25; Os 2.18; Is 35.9. Como será maravilhoso para a
humanidade! Os homens estarão livres dos insetos.
4.
No plano político, haverá durante o Milênio, paz e compreensão como nunca
antes:
a. O povo judeu, em cuja
terra será centralizada a administração universal de Jesus, terá alcançado a
glória predita nas profecias. Quando Jesus vier em glória, dará ordem aos seus
anjos para que ajuntem todos os judeus, dos quatros cantos da terra, para trazê-los
à Palestina, para que ali se tornem, de fato, numa única nação, Mc 13.26,27; Ez
39.25,28; Is 11.11,16; 14.1,2; 43.1,6; Mq 4.6,7; Ez 37.19,22. A Palestina terá
todo o território que Deus prometeu a Abraão, Gn 15.14,18; Jr 32.41,46.
Os judeus alcançarão também
a paz e o sossego que atualmente lhes é tão difícil conseguir, Zc 10.10,11; Ez
28.15; Jr 16.15. Viverão a plenitude da promessa feita a Abraão: “Em ti serão
benditas todas as famílias da terra”, Gn 12.1,2. Serão cabeça entre as nações,
Dt 28.13; Ez 20.33,44.
b. Não haverá guerras, nem
armas, nem serviço militar, Is 2.4; Zc 9.10; Mq 4.3; Sl 46.9,11. Cumprir-se-á o
cântico dos anjos na noite de Natal: “Paz na Terra”, Lc 2.14.
c. Haverá completa harmonia
entre as nações, Is 11.13. Nenhuma forma de mentira condicionará as relações
internacionais, Sf 3.9. Os povos viverão felizes, Is 66.18,19; e a glória de
Deus habitará na terra, Sl 85.9; 97.
G.
NO FIM DO MILÊNIO SATANÁS SERÁ SOLTO DA SUA PRISÃO.
1.
O motivo.
Os milhões de cidadãos do Milênio nunca foram provados, porque Satanás esteve
amarrado no abismo por mil anos, Ap 20.2,3. Todos os homens, desde os primeiros
no Paraíso, e até o próprio Jesus, como homem, foram provados por Satanás, Gn
3.1-6; Mt 4.1-7; Tg 1.13-16. Por isso devem também os homens do Milênio ser
provados por Satanás quando for solto da sua prisão.
2.
Quando Satanás for solto, após os 1000 anos, poderá ser verificado que a prisão não
mudou a sua natureza. Também se verá que a velha natureza do homem também não
foi mudada no Milênio, um tempo de paz e felicidade que o mundo gozou sob o
governo de Jesus.
Assim, os homens se
deixarão enganar por Satanás: uma multidão, cujo número é como areia do mar, se
ajuntará para batalhar contra o arraial dos santos (Jerusalém), Ap 20.8,9.
3.
Mas o fogo do juízo de Deus descerá sobre eles. Jesus não terá mais
paciência, nem haverá mais oportunidade para arrependimento. Todos os que se
levantarem contra o Senhor morrerão e serão lançados no Hades a fim de ali
aguardarem a ressurreição para o julgamento final.
Satanás será preso e
lançado no Inferno, onde já estão o Anticristo e o falso Profeta (Ap 19.20), e
para todo o sempre serão atormentados, Rm 16.20. Que vitória maravilhosa!
4.
Desta maneira o Milênio findará com vitória. Muitos milhões jamais se deixaram
enganar. Todos os que se levantaram contra Jesus foram vencidos e julgados.
Satanás foi totalmente vencido e lançado no lago de fogo. Jesus, o REI DOS REIS
é o ETERNO VENCEDOR.
Livro:- A Doutrina das Ultimas Coisas = Eurico Bergstén
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