O JUÍZO FINAL
Texto Áureo
= “E vi um
grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu
a terra e o céu, e não se achou
lugar para eles.” (Ap 20.11)
Verdade
Prática = Todos
os ímpios terão de prestar conta dos seus atos perante o
Supremo Juiz.
LEITURA BÍBLICA = João
3.18,19; Apocalipse 20.11-15
INTRODUÇÃO
Depois
da condenação definitiva do Diabo e suas hostes, ocorrera o ultimo de todos os
julgamentos, o do Trono Branco.
Um grande trono branco, A palavra
“grande”, aqui, denota poder e gloria; e o termo “branco” indica santidade e
justiça. Quem poderia se assentar num trono com esses adjetivos? O Senhor Jesus
Cristo, o Justo Juiz — que disse: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao
Filho todo o juízo” (Jo 5.22) — conduzira esse ultimo julgamento. Ele foi
designado pelo Pai (At 17.31); “Ele mesmo julgara o mundo com justiça; julgara
os povos com retidão” (Sl 9.8).
De
acordo com a Palavra de Deus, o Senhor Jesus será o Juiz em todos os
julgamentos escatológicos:
1)
No Tribunal de Cristo, logo apos o Arrebatamento, Ele galardoara a Igreja (2Tm
4.8; Ap 22.12).
2)
No Julgamento de Israel, no fim da Grande Tribulação, Ele, que também e o
Advogado (I Jo 2.1), será misericordioso ao ouvir o clamor do remanescente
arrependido (Dn 12.1; J1 2.32).
3)
No Julgamento das Nações, Ele julgara com imparcialidade os que sobreviverem ao
Armagedom (Mt 25.31,32; 13.40-46).
4)
No Julgamento do Diabo e suas hostes, apos o Milênio, o Senhor porá termo ao
poder das trevas (Ap 20.10; Rm 16.20).
5)
No Trono Branco, depois da ultima revolta de Satanás e sua derrocada, Jesus
condenara, segundo as obras de cada um, os pecadores impenitentes (Ap 20.13;
21.8; 22.15).
O
poder e a gloria do Justo Juiz serão tão intensos, que a Terra e o Céu, ofuscados
(assim como o Sol ofusca a Lua), fugirão da sua presença. Essa descrição se
encaixa com Apocalipse 2I.I: “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o
primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe”.
Stanley
Horton afirmou:
A gloria do trono branco e intensa.
O universo físico não pode suster-se diante do fogo do julgamento. A terra
atual, contaminada pela transgressão de Adão, foge da presença daquele que se
encontra no trono. A declaração: “Não se achou lugar para eles” indica que os
componentes do universo material deixarão de existir. Será a preparação para 0novo céu e a nova terra de Apocalipse 21.
Quem
participará desse julgamento? Em 2Timóteo 4.1 esta escrito que o Senhor
Jesus Cristo ha de julgar os vivos e mortos, na sua vinda e no seu Reino. Os
vivos, no tempo desse julgamento final, já terão sido julgados. O Juízo Final e
o julgamento dos “mortos”, termo que aparece em Apocalipse 20.11-15 quatro
vezes.
Todos os
mortos em pecado que ainda não tiverem sido julgados estarão em pé diante do
Trono Branco. Quem serão eles?
1)
Os que permanecerem mortos no Arrebatamento da Igreja.
2)
Os mortos na batalha do Armagedom.
3)
Os que não ressuscitarem antes do Milênio.
4)
Os pecadores contumazes que morrerem durante o Milênio.
Não
serão proferidas, nesse ultimo grande juízo, duas sentenças, como ocorreu no
Julgamento das Nações (Mt 25.46). Haverá uma única condenação para os ímpios
(Ap 20.15). Alguns dizem que os salvos também hão de ser julgados, mas isso
contraria o que Jesus afirmou, em João 5.24: “Em verdade, em verdade vos digo:
quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não
entrara em juízo [gr. krisiri], mas passou da morte para a vida” (ARA).
O
termo “juízo”, na passagem acima, segundo W.E. Vine, “denota primaria- mente
'separação', portanto, ‘decisão, julgamento, juízo’, muito frequentemente no
sentido forense, e, especificamente, acerca do ‘julgamento’ divino”.39 O salvo
em Cristo, por conseguinte, tem a vida eterna hoje e não será julgado mais
quanto ao pecado (cf. Rm 8.1,33,34), a menos que se desvie do caminho da
justiça (2 Pe 2.20-22; Mt 24.13; Ap 3.5).
A morte e 0 Hades darão os mortos. Em
Apocalipse 20.13 esta escrito que o mar dará os mortos que nele ha. Jesus
também afirmou que “vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão
a sua voz” (Jo 5.28).
Onde
quer que estiverem, os pecadores ressuscitarão para comparecer diante do Trono
Branco. Segundo a Palavra de Deus, a morte (gr. thanatos) e o inferno
(gr. hades) darão os seus mortos, os quais, apos o Juízo Final, serão lançados
no Lago de Fogo (Ap 20.13,14).
O
vocábulo “morte”, na passagem em analise, tem sentido figurado; trata-se de uma
metonímia (figura de linguagem expressa pelo emprego da causa pelo efeito ou do
símbolo pela realidade), numa alusão a todos os corpos de ímpios, oriundos de
todas as partes da Terra, seja qual for a condição deles.40 Ha pessoas cujos
corpos são cremados; outras morrem em decorrência de grandes explosões, etc.
Todas terão os seus corpos reconstituídos para que, em seu estado tríplice (cf.
I Ts 5.23), compareçam perante o Juiz.
No
entanto, para que alguém compareça ao julgamento em seu estado pleno —
espírito, alma e corpo —, estes elementos terão de ser reunidos. Dai a
ênfase
de que “a morte” e também “o inferno” darão os seus mortos. O termo “inferno”
aqui e hades, também empregado de forma metonímica. Em outras palavras, assim
como a “morte” dará o corpo, o Hades dará a parte que não esta neste mundo
físico, isto e, a alma (na verdade, alma+espírito).
Todos
os sentenciados ao Lago de Fogo, no Trono Branco, serão pecadores já condenados
(cf. Jo 3.18,36), haja vista o Hades ser um lugar de tormentos onde os injustos
aguardam a sentença definitiva (cf Lc 16.23). Nenhuma alma salva em Cristo se
encontra no Hades, mas no Paraíso (Lc 23.43; 2 Co 12.2-4). Nesse caso, os
mortos salvos durante o Milênio, como já vimos, ressuscitarão antes do Juízo
Final, mas não para comparecerem diante do Justo Juiz como réus (cf. Jo
5.22-29).
Com
base no que foi dito acima, podemos entender melhor a frase “a morte e o
inferno foram lançados no lago de fogo” (Ap 20.14). Isso denota que os corpos e
as almas dos perdidos — que saíram do lugar onde estavam e foram reunidos na
“segunda ressurreição”, a da condenação (Jo 5.29b) —, depois de ouvirem a
sentença do Justo Juiz, serão lançados no Inferno propriamente dito, o Lago de
Fogo.
A
frase “a morte e o inferno foram lançados no lago de logo” (Ap 20.14) tem uma
correlação com o que Jesus disse em Mateus 10.28: “Não temais os que matam o
corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no
inferno tanto a alma como o corpo” (ARA). Ou seja, as almas (“o Hades”) e os
corpos (“a morte”) serão lançados no Geena. Depois disso, nunca mais haverá
morte, o ultimo inimigo a ser vencido (I Co 15.26).
Todo joelho se dobrara diante de
Cristo. No Juízo
Final, todos estarão em perante o trono (Ap 20.12, ARA), mas haverão de se
prostrar diante do Justo Juiz para receber a sentença (Jo 5.22,23). Todos
aqueles que não quiseram se prostrar diante do Rei dos reis, antes da Segunda
Vinda, durante a Grande Tribulação e por ocasião do Milênio, estarão ali, onde
terá pleno cumprimento o que diz Filipenses 2.10,11: “para que ao nome de Jesus
se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e
toda a língua confesse que Jesus Cristo e o Senhor, para a gloria de Deus Pai”.
No
Trono Branco, todos os ímpios, sem exceção, quer queiram, quer não, terão de
reconhecer que Jesus Cristo e o Senhor para a gloria de Deus Pai! Muitos
obreiros infiéis dirão naquele Dia: “Senhor, Senhor” (Mt 7.21,22), mas será
tarde demais (v.23). “Porque esta escrito: Pela minha vida, diz o Senhor, todo
joelho se dobrara diante de mim, e toda língua confessara a Deus. De maneira
que cada um de nos dará conta de si mesmo a Deus” (Rm I4.11,12).
Grandes
e pequenos serão julgados. Participarão do Juízo Final os mortos considerados grandes e
pequenos pelos homens (Ap 20.12), pois perante o Senhor não valerão títulos e
posições ostentados nesta vida. Os adjetivos “grande” e “pequeno” estão
relacionados a importância, prestigio e influencia na Terra.
Em
Mateus 7.22, Jesus se referiu a uma parte desses “grandes”: “Muitos me dirão
naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nos em teu nome? E, em teu nome,
não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?” Os
falsos mestres mencionados por Pedro com certeza estarão entre os que
argumentarão ante o Justo Juiz (2 Pe 2.1-3).
Esses
“doutores” — que terão apostatado da fé (I Tm 4.1), negando o Senhor que os
resgatou, e empregado palavras fingidas, por avareza — entenderão o porque de o
apostolo Pedro ter empregado estas palavras: “melhor lhes fora não conhecerem o
caminho da justiça do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que
lhes fora dado” (2 Pe 2.2!).Títulos, sermões, profecias, exorcismos e milagres
não poderão livrá-los da condenação.
Deus
não considerara posição social, cor de pele ou títulos recebidos na Terra.
Hoje, Ele divide a humanidade em duas categorias: os que estão do lado de
dentro, e os que estão de fora (Mc 4.11; I Tm 3.7). Naquele Dia, isso se
confirmara, pois os que já estão do lado de fora ficarão de fora do Céu, de
acordo com Apocalipse 22.15 e 21.8: Ficarão
de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os
idolatras, e qualquer que ama e comete a mentira.
Mas, quanto aos tímidos, e aos
incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos
feiticeiros, e aos idolatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago
que arde com fogo e enxofre; 0que
e a segunda morte. As passagens acima especificam quem serão esses “grandes e
pequenos” que não entrarão no Reino dos Céus:
I) Os cães. E claro que este termo (gr. kynes) e
metafórico e diz respeito a impureza moral e espiritual (cf. 2 Co 7.1). Segundo
W.E. Vine, “Os judeus usavam o termo para se referir aos gentios, sob a ideia
de impureza cerimonial. Entre os gregos, era um epiteto de impudência”. O
apostolo Paulo empregou o vocábulo “cães” em relação aos maus obreiros, que
pervertiam a sa doutrina (Fp 3.2).
Naquele
Dia, muitos falsos obreiros, a despeito de terem optado por fazer a própria
vontade, a do povo ou a do Diabo, em detrimento da vontade do Pai que esta nos
Céus (Mt 7.21; I Jo 2.17), vão querer se justificar perante o Senhor (Mt 7.22).
Para sua tristeza, esses “cães” ouvirão uma dura sentença: “Nunca vos conheci;
apartai-vos de mim, vos que praticais a iniquidade” (Mt 7.23).
2) Os tímidos.Alguém poderá
pensar que o Juiz será rigoroso ao extremo, ao sentenciar tímidos ao Inferno.
No entanto, a timidez em apreço não e aquele acanhamento natural, como em
pessoas introvertidas. O termo empregado (gr. deilos) implica,
pelo menos, duas atitudes negativas: vergonha de ser reconhecido como cristão e
medo de testemunhar (cf. Mt 10.32,33; I Co 9.16).
3) Os incrédulos.O adjetivo apistois (gr.) significa “incrédulo”, “infiel”,
“descrente”, “cético” (I Co 6.6; 7.I2-I5; 2 Co 4.4; 6.15; I Tm 5.8). Quando não
reconhecida, combatida, nem abandonada por seu portador, a incredulidade se
torna um pecado capital (Mt 17.17; Mc 9.24; Lc 17.5). A permanência nela foi a
causa de a maioria do povo israelita, oriundo do Egito, não ter entrado em
Canaã (Hb 3.15-19). Da mesma forma, os incrédulos contumazes serão lançados no
Lago de Fogo (Mc 16.16b; Jo 3.36).
4) Os abomináveis.O termo
“abominável” (gr. ebdelygmenois) e sinônimo
de repugnante, detestável, odioso (lit. “que faz alguém se afastar como que de
um mau cheiro”); esta associado a idolatria, impureza e mentira (Ap 21.27). A
Palavra de Deus descreve assim os abomináveis: “Confessam que conhecem a Deus,
mas negam-no com as obras, sendo abomináveis [gr. bdelyktos], e desobedientes, e reprovados para toda a boa
obra” (Tt I.I6; cf. Ap 3.14-16).
5) Os homicidas.Nas
passagens em apreço, o termo phoneus (gr.)
significa “homicida”, “assassino”. De acordo com o código penal vigente em cada
pais, quem comete um homicídio com a intenção de matar, se julgado e condenado,
pode ser submetido a prisão perpetua ou ate a pena de morte. Mas, qual e a pena
para quem mata espiritualmente alguém (I Jo 3.15)? O crente que permanece nessa
pratica esta sujeito a pena capital do sofrimento eterno constante do Código
Divino (Mt 5.22).
6) Os fornicarios. O termo
“fornicario” (gr. pornois), literalmente
“homem que se vicia em formicação ou prostituição”, possui significação vasta e
aplicação abrangente; implica permanência numa vida de imoralidade e maus
pensamentos, além de pratica continuada e sem arrependimento do sexo ilícito e
de outros pecados contra o corpo (Ap 22.15). A relação intima, dentro do
casamento, e algo puro diante de Deus (Hb 13.4). Fora dele, constitui-se pecado
digno de pena capital (ICo 6.19,20; 7.9; Mt 5.28).
7) Os feiticeiros.Este termo
(gr. pharmakois) também e vasto em sua aplicação (Ap 22.15).
Pode envolver o manuseio de drogas e poções, embora o seu sentido usual e comum
esteja associado a praticas como feitiços, encantos, necromancia, espiritismo,
uso de rituais mágicos, bruxaria, evocação de espíritos, emprego de diversas
formas de adivinhação, uso de amuletos e talismãs, etc.
8) Os idolatras. O vocábulo “idolatra” (gr. eidololatrais) traduz um
amor excessivo, uma paixão exagerada, a um idolo (gr. eidolon, “aquilo que e visto”). Pode um crente
tomar-se idolatra? Ora, para quem Paulo escreveu: “Não vos façais, pois,
idolatras”? Aos crentes de Corinto (I Co 10.7). Para quem João disse:
“Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (I Jo 5.21)? O amor mal direcionado
constitui-se idolatria (Mt 10.37; I Jo 2.I5-I7; I Tm 6.10; Ef 5.5). E a
permanência nesse pecado conduz a perdição (Ap 22.15).
9) Os mentirosos.A palavra pseudes (gr.) significa “mentiroso”, “falso”. O servo de Deus deve deixar
a mentira (Cl 3.9), pois a Palavra do Senhor diz: “Antes, seguindo a verdade em
caridade, cresçamos em tudo naquele que e a cabeça, Cristo... deixai a mentira,
e falai a verdade...” (Ef 4.15,25). Os que permanecerem amando e cometendo a
mentira serão lançados no Inferno (Ap 22.15).
Cada um será julgado segundo as
suas obras. Nesse
julgamento, cada um será responsabilizado pelos seus atos. Se a máxima
predestinalista “Uma vez salvo, salvo para sempre” fosse verdadeira, o Juízo
Final seria uma grande contradição. Afinal, admitiríamos que o Justo Juiz, que
de antemão ordenara uns para vida e outros para a perdição, agora os condena
“segundo as suas obras”!
Os
teólogos predestinalistas insistem em argumentar que a salvação e a condenação ocorrem
por decreto divino, independentemente de as pessoas decidirem por esta ou
aquela. Eles supervalorizam o poder da graça de Deus, em detrimento do livre
arbítrio (essas doutrinas são analisadas com muita clareza no capitulo 7 desta
obra). Que culpa terão os pecadores diante do Juiz, posto que ja vieram ao
mundo destinados ao Inferno?
A
luz da Palavra de Deus, o Senhor anuncia a todos os homens, em todos os
lugares, que se arrependam, pois tem determinado um dia em que, com justiça, ha
de julgar o mundo por meio do Senhor Jesus Cristo (At 17.31). Sim, o Juiz de
toda a Terra, que ofereceu oportunidade de salvação a todos (I Tm 2.4; Hb 2.9),
ha de julgá-los mediante a livre aceitação ou não de seu plano redentor (Jo
3.16,36).
Como será 0 julgamento dos que
tiverem morrido sem ouvir 0 evangelho?Estes,
certamente, serão julgados, mas não sabemos ao certo quais serão os critérios,
exceto quanto a infalível justiça divina. Principalmente por se tratar de uma
exceção, o Justo Juiz não deixara de tratar desse caso com imparcialidade. Como
disse Abraão ao Senhor, em sua intercessão por Ló, “Longe de ti que facas tal
coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de
ti seja. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” (Gn 18.25).
Não
cabe a nos tirar conclusões precipitadas, porem o texto de Romanos 2.12-16 (ARA)
lança luz sobre o assunto, apresentando algumas certezas quanto ao Juízo Final
no que concerne as pessoas mortas sem nunca terem ouvido a mensagem salvadora
do evangelho de Cristo:
1) Tendo
conhecido ou não o evangelho, todos serão julgados segundo as suas obras; e os
pecadores impenitentes serão condenados: “Assim, pois, todos os que pecaram sem lei
também sem lei perecerão; e todos os que com lei pecaram mediante lei serão
julgados” (v. 12). Em Ezequiel 18.20-24 fica claro que Deus pune a alma pecadora
(v.20), além de considerar tanto o arrependimento do ímpio (w.2I-23), quanto o
desvio do justo (v.24).
2) O
julgamento não se dará com base no que uma pessoa dizia ser, e sim no que de
fato ela praticou na Terra: “Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de
Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (v. 13).
3) A lei
aqui não e propriamente o evangelho, mas aquilo que a pessoa assimilou durante
a sua vida em relação a Deus: “Quando, pois, os gentios, que não tem lei,
procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles
de lei para si mesmos” (v. 14).
Como
aqueles que não tem lei pode- riam proceder de acordo com ela? O Senhor não se
revela ao ser humano apenas pela sua Palavra. A própria criação manifesta a sua
gloria e a sua divindade ("Sl 19.1-3; Rm 1.20).
4) Essa lei
fica gravada no coração dos homens, e as suas consciências e os seus pensamentos
os acusam ou os defendem, a fim de que não tenham reclamações, naquele Dia: “Estes mostram a norma da lei gravada no seu
coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos,
mutuamente acusando-se ou defendendo-se” (v. 15).
5) Tudo o
que esta gravado no coração dos seres humanos, na parte mais profunda de seu
ser, vira a tona. Os livros se abrirão no dia do juízo, e Deus, por meio de Cristo
Jesus, julgara os segredos de cada um: “... no dia em que Deus, por meio de
Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu
evangelho” (v. 16).
Os
livros. Quanto aos livros abertos no ultimo grande julgamento, o pastor
Antonio Gilberto afirmou:
Alguns
desses livros devem ser:
O livro da consciência (Rm 2.15;
9.I).
O livro da natureza (Jo 12. 7-9; Sl 19.1-4; Rm 1.20).
O livro da Lei (Rm 2.12; Is 34.16).
Ora, a
Lei revela
O pecado
(Rm 3.20).
O livro do Evangelho (Jo 12.48; Rm
2.16).
O livro da nossa memória (Lc 16.25:
“Filho, lembra-te...”; Mc 9.44 — ai deve ser uma alusão
ao remorso constante no Inferno). (Ver 0contexto:
vv.44-48 e Jeremias 17.1.)
O livro dos atos dos homens (Ml 3.16; Mc 12.36; Lc 12.7; Ap
20.12).
O livro da vida (Sl 69.28; Dn 12.1;
Lc 10.20; Fp 4.3; Ap 20.12).
A presença do livro da vida nessa
ocasião e certamente para provar aos céticos que estão sendo julgados que seus
nomes nao se encontram nele. (Ler 0incidente
de Mateus 1.22,23).
Os
mortos serão julgados de acordo com as coisas escritas nos livros, isto e,
segundo as suas obras (Ap 20.12). E aquele cujo nome não constar do livro da
vida será lançado no Lago de Fogo (Ap 20.15). Isso significa que o Senhor tem o
registro de tudo o que fazemos (SI 139.16; Ml 3.16; SI 56.8; Mc 4.22).
O que e 0livro da vida? E o registro de todos os salvos, de todas as
épocas (Dn 12.1; Ap 13.8; 21.27). Os teólogos predestinalistas tem afirmado que
Deus inseriu nesse livro apenas os nomes dos salvos antes da fundação do mundo.
Mas, em Apocalipse 17.8, esta escrito que os nomes estão relacionados no livro
da vida “desde a”, e não “antes da” fundação do mundo.
Ha
uma enorme diferença entre “antes da” e “desde a”. No grego, o termo “desde” (apoj significa “a partir de”. A expressão “desde a fundação do mundo”,
portanto, denota que os nomes dos salvos vem sendo inseridos no livro da vida
desde que o homem foi colocado na Terra criada por Deus (Gn I), e não que haja
uma lista previamente pronta antes que o mundo viesse a existir.
A
expressão em apreço foi empregada também em Apocalipse 13.8 para denotar que
todos os cordeiros mortos desde o principio apontavam para o sacrifício expiatório
do Cordeiro de Deus (Is 53; Jo 1.29).
Uma
pessoa só pode ter o registro do nome em cartório depois de seu nascimento;
ninguém e registrado antes disso. Da mesma forma, o nome de uma pessoa salva só
passa a constar do livro da vida apos o seu novo nasci- mento. Afinal, “aquele
que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3). Não existe
listagem previa dos eleitos, como pensam os predestinalistas. Na medida em que
os indivíduos creem em Cristo e o confessam como Senhor (Rm 10.9,10), eles são
inscritos no rol de membros da Igreja dos primogênitos, a Universal Assembleia
(At 2.47, ARA; Hb 12.23).
De
acordo com a Palavra de Deus, existe a possibilidade de pessoas salvas, que não
perseverarem ate ao fim, terem os seus nomes riscados do livro da vida do
Cordeiro (Ap 3.5). Em Exodo 32.32,33 vemos essa verdade na intercessão de
Moises pelo povo: “Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peco-te,
do teu livro, que tens escrito. Então, disse o Senhor a Moises: Aquele que pecar
contra mim, a este riscarei eu do meu livro”.
Serão
riscados os que permanecerem desviados do Senhor e em pecado (cf. Ap 3.3-5;
21.27). Em Lucas 10.20, Jesus disse aos discípulos da missão dos setenta,
provavelmente distintos dos doze (“outros setenta”, v.I): “alegrai-vos, antes,
por estar o vosso nome escrito nos céus”. Judas, porem, um dos discípulos do
Senhor, desviou-se do Caminho. Por isso, o apostolo Pedro afirmou: “[judas] foi
contado conosco e alcançou sorte neste ministério... se desviou, para ir para o
seu próprio lugar” (At 1.17,25).
Alguns,
ainda, afirmam que Deus relacionou toda a humanidade no livro da vida e só
risca quem não recebe a Cristo como Salvador. Não obstante, a promessa “de
maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida” (Ap 3.5) e dirigida aos
salvos que vencerem, e não aos pecadores que se converterem. Estes, conquanto
tenham os seus nomes arrolados no Céu ao receberem a Cristo, precisam
perseverar ate ao fim (Mt 24.13).
Em
Filipenses 4.3, o apostolo Paulo mencionou cooperadores “cujos nomes estão no
livro da vida”, porem antes ele asseverara: “estai sempre firmes no Senhor,
amados” (v.I). Não foi por acaso que os pastores das sete igrejas da Asia
ouviram do Senhor a mensagem: “Quem vencer” (Ap 2-3). A manutenção no nome de
alguém no livro da vida esta condicionada a sua vitória ate ao fim (Ap 3.5).
Somos filhos de Deus hoje (Jo I.I 1,12), mas em devemos atentar para o que diz
Apocalipse 21.7: “Quem vencer herdara todas as coisas, e eu serei seu Deus, e
ele será meu filho”.
Como será0sofrimento no Inferno. Alguns autores tem escrito livros
com “divinas revelações” do Inferno, mas tudo o que precisamos conhecer sobre o
assunto esta nas Escrituras. E sabemos que não se trata de um lugar de
sofrimentos fisicos, como os que conhecemos aqui, haja vista ter sido preparado
para o Diabo e seus anjos (Mt 25.41), seres espirituais. Os nomes do Inferno,
como vimos, revelam dao uma ideia de que será um lugar de terríveis e eternos
sofrimentos: “fogo eterno” (gr. pur
to aionion); “tormento
eterno” (gr. kolasin aionion) e “lago de
fogo” (gr. limnem tou puros).
Stanley
Horton afirmou:
A Bíblia e muito cuidadosa em
informar-nos que 0destino final dos perdidos e
horrível; vai além da imaginação. Envolvera tribulação, angustia, choro e ranger
de dentes (Mt 22.13; 25.30; Rm 2.9f E uma fornalha de fogo (Mt 13.42,50), que
resulta em prejuízo e destruição eternas (2 Ts 1.9). O seu fogo e por natureza
inextinguível (Mc 9.43), e a fumaça do seu tormento subira para todo 0 sempre; não terão descanso (Ap 14. II; 20.10). E neste
sentido que a Bíblia diz: “Horrenda coisa e cair nas mãos do Deus vivo” (Hb
10.31).
Evangelista
Isaias Silva de Jesus
Igreja:
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Teologia Sistemática Pentecostal
2º. Edição CPAD 2008
JUÍZO ETERNO
A) A BÍBLIA É UM LIVRO HISTÓRICO,
DOUTRINÁRIO E PROFÉTICO. O ESTUDO DE APOCALIPSE ABRANGE ESTAS TRÊS ÁREAS:
1) O Aspecto Histórico:
a) O mundo
já conheceu seis impérios: o Egípcio, o Assírio, o Babilônico, o Medo-persa, o
Grego e por fim o Romano. Todos estiveram diretamente envolvidos com Israel, o
Povo de Deus.
b) O Egito
tornou-se uma grande nação por causa de José, Filho de Jacó, e foi destruído
quando perseguia Israel no mar vermelho (Gênesis
39:1-2;
Êxodos 14:26-28).
c) O
Babilônico foi levantado para castigar Israel através de Nabucodonosor. Foi
destruído quando Belsazar abusou do Senhor, bebendo vinho nos jarros santos,
que seu pai havia tirado do templo em Jerusalém (2º Reis
25:8-10;
Deuteronômio 5:1-4).
d) O Assírio
foi derrubado por Deus quando Senaqueribe cercou Jerusalém e zombou do Senhor (2º
Reis 18:19).
e) O Império
Medo-Persa, este intimamente relacionado ao povo judeu, conforme registram os
livros de Neemias, Esdras e Ester, escritos nesta época.
f) O Império
Grego e sua queda foi vaticinada por Daniel no
capítulo 8:5, 16 e 21, onde é
feita uma alusão a Alexandre, o Grande, como o Bode Peludo que destruiria o
império Medo-Persa. Este império foi destruído quando um dos quatro reis,
sucessores de Alexandre (Daniel 8:23-24), que eram
seus generais, chamados Ptolomeu, Seleuco, Antípater e Filétero, invadiu
Jerusalém e sacrificou uma porca no altar, zombando de Deus (Daniel 11).
g) Jesus
nasceu durante o império Romano, profetizado por Daniel como o quarto reino que
se levantaria após o Babilônico (Daniel
2:39-40).
Daniel profetizou que o império Romano destruiria Jerusalém e o templo, após o
messias ter sido tirado (Daniel 9:25-26; Lucas
21:5-6),
o que Jesus confirmou.
Isto
aconteceu 70 anos depois de Cristo quando as legiões romanas cercaram Jerusalém
e destruíram a cidade e o templo. Um terço dos judeus morreu dentro da cidade,
outro terço foi crucificado ao redor da cidade e o último terço do povo foi
espalhado entre todas as nações, conforme a profecia. (Ezequiel
5:12; Lucas
21:20).
h) Todo o
desenrolar da história está profetizado na Bíblia e tem o povo de Israel como
centro dos acontecimentos.
1- A
profecia sobre a volta dos Judeus à terra prometida (Ezequiel 36:8-12;
37:21-23).
2 - Os
conflitos entre Árabes e Judeus (Ezequiel 36:33-36).
i) O último
império que o mundo conhecerá será o do anticristo. Ele será destruído quando
se levantar contra os Judeus , quando então eles olharão para quem
traspassaram, Jesus (Zacarias 12:10). Então o
Senhor voltará e toda a nação se converterá a Ele.
2) O Aspecto Moral:
a) Ao
sabermos que o Senhor breve virá para arrebatar a sua igreja, somos levados a
preocupar com a nossa santificação. Jesus conta uma parábola sobre as dez
virgens esperando a vinda do noivo, referindo-se à sua volta e ao arrebatamento
da igreja. Numa parábola, cinco virgens não tinham azeite em suas lâmpadas, por
isso não viram quando o noivo chegou e, como conseqüência não entraram nas
bodas.O arrebatamento está para acontecer, quando a igreja do Senhor Jesus será
tirada para não passar pela grande tribulação que virá sobre o mundo. Ele nos
exorta a ficarmos alertas porque virá como um ladrão à noite naquele dia. Jesus
virá para aqueles que O esperam.
1 - O
arrebatamento. Como será, quando será e quem subirá (1º Tessalonicenses 5:1-11; Marcos
13:28-37).
2 - O
arrebatamento será em um átomo de tempo. Primeiro os que dormem em Cristo
ressuscitarão, depois nós, os que estivermos vivos, teremos nossos corpos
transformados e subiremos para encontrar o Senhor, nos ares (1º Tessalonicenses 4:13-18).
3 - O Aspecto Profético
a) Daniel
profetizou que, nos últimos dias, a ciência se multiplicaria. Estamos vendo
isto acontecer (Daniel 12:4).
1 - Depois
de 1.900 anos espalhados pelo mundo, os Judeus retornaram em 1948 e lá estão
até hoje, contra tudo e todos (Ezequiel
38:8).
c) Após o
arrebatamento, o anticristo virá e estabelecerá o seu reinado com a ajuda de
dez nações e do Império Romano, que nunca caiu, pois até hoje Roma possui um
César cujo poder é reconhecido no mundo inteiro: o próprio Papa (Apocalipse
17). Este Império durarásete anos, quando então Jesus voltará para destruir as
forças satânicas.
1 - A 1ª
fase do reinado do anticristo - falsa paz (Daniel 9:27).
4) Cremos
não haver dúvida de que a segunda vinda de Cristo se dará em duas fases:
Arrebatamento da igreja, e manifestação da pessoa de Cristo em glória.
a) Na
primeira fase, o arrebatamento da igreja, Jesus virá para os seus. Não tocará
os seus pés na terra, tampouco será visível ao mundo. Ele virá até às nuvens,
onde receberá a sua igreja para que com ele adentre às mansões celestiais (1º Tessalonicenses 4:17).
b) Já na
segunda fase, a manifestação propriamente dita, sete anos após a primeira,
Jesus virá com os seus. Nesse momento, sim, todo olho o verá, não como um
Cristo abatido e humilhado, mas exaltado e triunfante (Zacarias 14:4).
5) A Batalha
do Armagedom
a) A palavra
ARMAGEDOM significa monte de megido. Também conhecido como a planície de
Jezreel. Nesse amplo e espaçoso lugar, os exércitos do anticristo estarão
congregados para o ataque decisivo contra Jerusalém.
b) Quando
Jerusalém estiver cercada pelos exércitos do anticristo e aos Judeus não restar
escape, então eles clamarão angustiados pelo auxílio de Deus. Nesta hora,
dar-se-á a manifestação de Jesus, revestido com poder e glória (Isaias 52:8; Mateus 24:30).
c) O triunfo
de Jesus sobre os exércitos do anticristo será esmagador. Destruindo os
exércitos hostis a Israel, o anticristo e o falso profeta serão lançados no
lago de fogo e enxofre (Apocalipse 19:20).
6) O Milênio
a) Ao aprisionamento de Satanás, seguir-se-ão mil anos de paz e de
governo perfeito sob o reinado do Senhor Jesus, assinalando o começo de uma
nova dispensação (Apocalipse 20:6).
b) Esse período não é o princípio de um mundo novo, mas o fim de
um mundo antigo. O que o sábado judaico é para a semana, assim será o milênio
para a era presente.
c) Dois grupos de povos distintos tomarão parte no milênio: os
crentes glorificados, consistindo dos santos do antigo e do novo testamento, da
igreja triunfante, dos santos oriundos da grande tribulação; e os povos
naturais, em estado físico normal, vivendo na terra, a saber: judeus salvos
saídos da grande tribulação, gentios poupados no julgamento das nações e o povo
nascido durante o milênio propriamente dito.
d) No milênio, a igreja estará glorificada com Cristo na Jerusalém
celestial. A igreja exercerá a co-regência com Cristo durante esse período (Apocalipse 21:22-23) revestidos de um corpo
glorificado, os salvos estarão acima das limitações do tempo e do espaço
sujeitos quando ainda em seus corpos mortais. Terão um corpo como o de Cristo
Ressurreto, que se locomove sem obstáculos e sem barreiras.
e) A própria terra passará por transformações que alterarão
sensivelmente, para melhor, o seu clima e sua produtividade. Também os animais
sofrerão mudança na sua natureza durante essa época áurea. A ferocidade deles
será removida para dar lugar à docilidade. Não mais se atacarão, nem,
representarão qualquer ameaça ao homem. (Isaias 65:25).
f) Toda criação, afetada que foi pela queda do homem, de igual
modo participará das bênçãos decorrentes do governo milenar de Cristo (Romanos 8:18-23).
7) Terminado o milênio, Satanás será novamente solto por um breve
espaço de tempo (Apocalipse 20:7). Esta
soltura de Satanás servirá para:
a) provar às pessoas que nasceram durante o milênio;
b) demonstrar pela última vez quão pecaminosa é a natureza humana,
e que o homem por sí mesmo jamais se salvará, mesmo sob as melhores condições;
c)
demonstrar que o Diabo é completamente incorrigível.
8) Satanás
sai a ajuntar as nações da terra para a batalha, mas será derrotado e lançado
no lago de fogo e enxofre onde está a besta e o falso profeta (Apocalipse 20:8-10).
9) Após este
evento, será estabelecido o Juízo do grande trono branco, o Juízo Final. É
nessa época que todos os ímpios mortosressuscitarão para ouvir sua sentença
final diante do trono de Deus. Até mesmo a morte e o inferno serão lançados no
lago de fogo, a segunda morte. (Apocalipse
20:11-15).
Nenhum comentário:
Postar um comentário