9 de março de 2016

O JUÍZO FINAL


O JUÍZO FINAL

 

Texto Áureo = “E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.” (Ap 20.11)

 

Verdade Prática = Todos os ímpios terão de prestar conta dos seus atos perante o

Supremo Juiz.

 

LEITURA BÍBLICA  = João 3.18,19; Apocalipse 20.11-15

 

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

 

Esta preciosa lição trata do fato de que haverá um grande julgamento final para todos os incrédulos. Já foram ensinadas premissas, durante os vários anos de existência da nossa Escola Bíblica Dominical, que esclarecem a natureza deste evento. Senão, vejamos: Nosso conceito de DEUS não é um DEUS abstrato, mas revelado, e revelado em CRISTO. Nosso conceito de cosmos é teleológico, criado para teatro do drama divino. Nesse drama o que se está em jogo é o encontro com o homem, interlocutor de DEUS, isto é, SUA imagem e semelhança. Toda doutrina de pecado e de salvação, que ocupa o âmago do sistema teológico, é a demonstração do propósito de DEUS de restaurar a comunhão do homem consigo mesmo. A vocação de Israel e da Igreja, toda doutrina eclesiológica, é expressa na base do serviço para a restauração dessa comunhão. A natureza do homem tem que ser vista em termos de sua relação, e esta é expressa pela vontade. O pecado é a quebra da comunhão com DEUS, por não haver acordo de vontade entre o pecador e DEUS. CRISTO é o homem perfeito porque SUA vontade era fazer a vontade de DEUS.

 

Ora, a possibilidade do pecador entregar-se aos seus caprichos é limitada ao contexto de sua vida terrestre. Aqui ele quebra a comunhão com DEUS, mas chegará o momento em que a situação vai se transformar. É na morte e na consumação. Na morte, porque ela trás um juizo individual para cada um dos que morrem; na consumação, porque então a própria natureza será transformada, haverá a ressurreição e os termos da revelação do homem com DEUS chegará ao seu termo. A vontade de DEUS será feita; os salvos se regozijarão, porque já se afeiçoaram à vontade de DEUS. Os ímpios terão o desgosto de ser constrangidos a fazerem o que não querem. Relação com DEUS jamais deixará de existir, visto que DEUS criou o homem para um destino imortal de relação com ELE. No caso dos salvos, a relação é de comunhão, de plena comunhão. No caso dos perdidos, relação de juizo.

 

 
De acordo com a nossa posição (dispensacionalista), haverá diferentes julgamentos: o “julgamento das nações”(Mt 25;31-46) ao final da Grande Tribulação, o “tribunal de CRISTO” após o arrebatamento – julgamento, na glória, das obras dos crentes em que os mesmos receberão galardões em diferentes níveis (IICo 5;10) e o “Grande Trono Branco” ao final do milênio (Ap 20;11-15) para declarar o castigo eterno para os incrédulos.

 

Em Zacarias 14;4 o SENHOR JESUS descerá do céu para julgar os inimigos de Israel, firmará SEUS pés sobre o monte das Oliveiras (v.4), no mesmo lugar onde subiu aos céus (At 1;9-11). Em Mt 25;31-46 vemos então um acontecimento solene. O SENHOR JESUS está sentado no trono da SUA glória e todos os povos (nações) se acham diante de SEU trono. Muitos pensam que se trata aqui do mesmo acontecimento do capítulo 20 do Apocalipse. Porém, lendo atentamente as duas passagens, vemos precisamente o contrário. Em Apocalipse 20 trata-se de juízo final: os mortos estão diante do Trono Branco e são julgados segundo suas obras.

 

Após tal julgamento e sentensas (morte, inferno e incrédulos são lançados no lago de fogo) dá-se a Eternidade (Ap 21;1-8). Mas aqui, em Mateus 25, não são os mortos, mas os vivos - as nações – que estão diante do trono do FILHO DO HOMEM. Este trono não se acha na eternidade onde “...a terra e o céu fogem ante a presença d’AQUELE que está assentado” (Ap 20;11). Aqui o trono está na terra, no Reino do FILHO DO HOMEM. Trata-se do julgamento dos vivos. O SENHOR julgará os vivos e os mortos: os vivos no Milênio (julgamento das nações) e os mortos ao final do Milênio (Grande Trono Branco).

 

No julgamento das nações as mesmas não serão julgadas por todas as suas obras, mas sim pela sua conduta para com aqueles que o REI chama de SEUS irmãos. O fato de terem ajudado os judeus, principalmente o remanescente fiel, ou de os terem perseguido decide a sua sorte. Os povos que os tiverem ajudado entram nas bênçãos do Milênio. Os demais serão julgados. Este julgamento será muito severo. Assim como, no tempo de Noé só uma pequena parte foi salva do julgamento para viver na terra purificada, do mesmo modo só um remanescente de Israel não será alcançado pelo juizo, e o mesmo caso se dará com todas as nações. Porém, o restante dos povos experimentará as gloriosas bênçãos do reino. O remanescente de Israel anunciar-lhe-á a glória de DEUS (Is 66;18,19).

 

Durante o Milênio o PRÍNCIPE DA PAZ reinará com justiça (Is 9;5,6), julgando os povos e repreendendo a muitos (Is 2;4), de modo que: “Irão muitos povos, e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor” (Is 2;3).

 

Contudo, o pecado não será tirado completamente da terra. O coração humano é mau. Todas as bênçãos do reino de paz não conseguirão melhorá-lo. O resultado será que os homens, depois de haverem desfrutado as bênçãos do governo glorioso do SENHOR JESUS durante mil anos, O aborrecerão da mesma forma como antes. À primeira chamada de Satanás , colocar-se-ão de novo sob o seu poder, seguindo-o na luta contra o SENHOR.

 

Porém, durante mil anos, Satanás não poderá enganar os homens. Logo no princípio é preso, amarrado e lançado no abismo (Ap 20;2,3) e os seus servos, os demônios, com ele (Lc 8;31 e Is 24;21,22). Deste modo, os incrédulos ficarão sem chefe ou quem os induza a sublevarem-se, a não ser os seus próprios corações. Apesar disso, alguns revoltar-se-ão. Mas todo o pecado declarado será imediatamente julgado com a morte (Is 65;20). “O que usa de fraude não habitará em minha casa; o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos. De manhã em manhã destruirei todos os ímpios da terra, para desarraigar da cidade do Senhor todos os que praticam a iniqüidade” (Sl 101;7,8).

 

Por esta razão, a grande maioria submeter-se-á simultaneamente. São impotentes e terão de dobrar os joelhos perante o SENHOR (Fp 2;10), reconhecendo-O como SENHOR. Contudo, nos seus corações não haverá sinceridade (Sl 18;44 e 66;3). Os julgamentos públicos serão uma terrível advertência para eles durante o Milênio. “E sairão, e verão os cadáveres dos homens que transgrediram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e eles serão um horror para toda a carne” (Is 66;24).

 

O objetivo deste estudo é trazer algumas informações, colhidas dentro da literatura evangélica, com a finalidade de ampliar a visão sobre o Juízo Final. Não há nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou de dogmatizá-lo, mas apenas trazer ao professor da EBD alguns elementos e ferramentas que poderão enriquecer sua aula.

 

I.     O FIM DO MILÊNIO

 

Como temos visto, habitarão sobre a terra maus e bons. Não podemos falar propriamente de crentes, visto que no Milênio não se exige fé num SALVADOR ausente e rejeitado. Então trata-se unicamente de aceitar o FILHO DO HOMEM, vindo em glória. Cujo poder é sentido e reconhecido por cada um (Jo 20;29).

 

Sem dúvida isto não quer dizer que o poder e a glória manifestados levem todos os homens a aceitar o SENHOR JESUS. O coração humano é completamente mau. Então o homem terá de nascer de novo para poder servir a DEUS (Jo 3;3-6). Porém, os que são nascidos de novo não poderão mostrar publicamente a sua fé confessando o SENHOR JESUS rejeitado e participando do SEU sofrimento.

Em contrapartida, todo pecado manifestado será imediatamente punido com a morte, de modo que será vantajoso para os incrédulos servir ao SENHOR, embora com hipocrisia. Portanto, DEUS permitirá no fim uma grande prova para que seja manifestado o estado do coração de cada um.

 

No fim do Milênio, DEUS solta Satanás na terra, por um pouco de tempo. É então que se verifica quem nasceu verdadeiramente de novo e quem se sujeitou com hipocrisia. Estes últimos prestam de boa vontade ouvidos à chamada de Satanás para a sublevação. Para fazer uma prova perfeita, o SENHOR JESUS retira, aparentemente, por um pouco de tempo, o SEU poder. Doutro modo não seria possível que os maus se reunissem, cercando o arraial dos santos e a cidade amada. Mas assim que o inimigo tiver produzido a separação entre os nascidos de novo e os que não são, descerá fogo do céu que consumirá estes últimos.

 

Neste momento vivem na terra somente os nascidos de novo. E nos sepulcros estão todos os incrédulos. Os crentes, desde Abel até o arrebatamento da Igreja, foram ressuscitados na Vinda do SENHOR. Em Apocalipse 4, vemo-los exemplificados nos vinte quatro anciãos vestidos de roupas brancas e com coroas de ouro, assentados sobre tronos no Céu (doze representavam as tribos de Israel – Velha Aliança e doze representavam os Apóstolos – Nova Aliança). No capítilo 19 vêm com o SENHOR, do Céu, e em 20;4 são-nos apresentados assentados sobre tronos, e foi-lhes dado o poder de julgar.

 

Nos versículos seguintes são-nos apresentados os crentes que foram mortos depois do arrebatamento da Igreja. Deles se diz:”... e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos”, em contraste com o versículo 5, onde é dito que “Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se completassem”. Em seguida afirma-se que esta é a “primeira ressurreição”: é claro que são crentes ressuscitados.

 

Não conheço nenhuma passagem da Escritura que dê motivo para pensar que os nascidos de novo hão de morrer durante o Milênio. Pelo contrário, passagens como Isaías 65 indícanos que não morrerão. A morte, durante o Milênio, será só sob juízo de DEUS para os incrédulos “...porque o menino morrerá de cem anos; mas o pecador de cem anos será amaldiçoado”. Isto é compreensível, Satanás estará preso e CRISTO reinará com justiça. Aquele que tem o império da morte estará ausente e AQUELE que tem o império da vida presente.

 

No momento em que tem lugar o último julgamento, segundo Apocalipse 20, há somente santos ressuscitados e glorificados no Céu e santos vivendo na terra. Quanto aos crentes, até o último que estiver morrido, estes já foram ressuscitados, ou na volta do SENHOR JESUS ou no princípio do Milênio.

Isto já havia sido profetizado por Isaías “Aniquilará a morte para sempre” bem como por Paulo “tragada foi a morte na vitória” (Is 25;8 e ICo 15;54). Como “a corrupção não herdará a incorrupção”, haverá um momento em que estes nascidos de novo (os vivos no Milênio) terão de ser transformados para poderem entrar na Eternidade (novo Céu e nova Terra). A Escritura não nos diz quando terá precisamente lugar este acontecimento. Mas, segundo o sentido geral da Escritura, acerca do que ocorre no momento em que será introduzida a plena glória, (ICo 15;47-53) isto acontecerá quando terminar o Milênio; porém, antes que sejam revelados novo Céu e nova Terra com seus bem aventurados habitantes. Assim, ao fim do Milênio, todos os incrédulos estarão mortos, e todos os santos que morreram já estarão ressuscitados. Logo, quando se fala de mortos no Juízo Final, estes são somente os incrédulos.

 

II.  O JUIZO FINAL

 

A verdade fundamental da Escritura quanto ao juízo de DEUS encontramo-la em Hebreus 9;27 onde lemos que: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo”. O versículo seguinte limita a regra: CRISTO aparecerá àquelea que O esperam para salvação. Estes também não serão julgados. Todos os que estão ligados ao primeiro Adão morrerão  e serão depois julgados. E todos os que tiverem passado da família do primeiro Adão para a família do último Adão são justificados e não entram em condenação (Rm 5;16,18,19 ICo 15;22,45,49).

 

Cada qual tem parte na posição do chefe de família. Os de Adão, depois da queda; os do SENHOR JESUS, depois da SUA obra na Cruz. O SENHOR JESUS disse isto claramente no mesmo capítulo que fala da ressurreição da condenação: “Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida” (Jo 5;24).

 

Em Apocalipse 20;11-15, encontramos a ressurreição da condenação e o próprio julgamento. O trono não está na terra – a terra e o céu fogem da presença d’AQUELE que está assentado sobre o trono, “...e não se achou lugar para eles”. Os mortos estão diante do trono. Como temos visto, trata-se de todos os incrédulos, desde a Criação até ao fim. Não se encontram crentes entre eles.

 

Quem é AQUELE que está assentado no trono? O SENHOR JESUS dá-nos a resposta em João 5;21-23. Vemos nesta passagem dois aspectos da SUA glória: “Pois, assim como o Pai levanta os mortos e lhes dá vida, assim também o Filho dá vida a quem ele quer”. É DEUS o FILHO igual a DEUS o PAI. Só DEUS pode dar vida. E no versículo 25 ELE dá vida a todos os mortos espirituais que ouvirem a SUA voz.

 

São os que têm sido vivificados que O honram, reconhecendo quem ELE é (Mt 16;16). Porém os incrédulos não O reconhecem (Jo 5;18). Por isso, o PAI deu todo o juízo ao FILHO, que é igual a SI, mas ocupando um lugar de sujeição, “para que todos honrem o Filho, assim como honram o Pai”(v.23), “e deu-lhe autoridade para julgar, porque é o Filho do homem” (v.27). É a sabedoria de DEUS que faz julgar os homens por AQUELE que foi rejeitado e morto por eles. O Homem JESUS CRISTO, que, como mediador entre DEUS e os homens, tão ofendido tem sido por eles na sua incredulidade. É precisamente isto que os homens não podem suportar. Quando o apóstolo Paulo disse aos atenienses que DEUS há de julgar o mundo por um homem que morreu, eles começaram a escarnecer dele e não quiseram ouvi-lo mais (At 17;31-33). Mas em Apocalipse 20 já não há resistência possível! Quem se poderá opor ÀQUELE “de cuja presença fugiu terra e céu”? Então todo o joelho se dobrará perante ELE!

 

E ali permanecerão os mortos “...o mar entregou os mortos que nele havia; e a morte e o além entregaram os mortos que neles havia”, os que não serviram a DEUS antes do Dilúvio e os que depois dele não contaram com ELE. Os que antes de CRISTO não se converteram a DEUS e os que rejeitaram e crucificaram o SENHOR JESUS. Os que no presente não obedecem ao Evangelho, e os que, mais tarde, adorarão a Besta. Numa palavra: Todos os que, havendo feito parte da humanidade, não se converteram a DEUS. Não faltará nenhum só!

 

Nem todos os mortos são iguais. Há grandes e pequenos. Há homens, a respeito dos quais ninguém pode dizer coisa alguma. Há os que tem amaldiçoado a DEUS e blasfemado do SENHOR JESUS. Há também os que cumpriram fielmente os seus deveres religiosos. Há imperadores e reis, políticos poderosos, empresários riquíssimos, industriais, artistas famosos e grandes sábios. E há homens simples, sem posição ou ambição, pobres e analfabetos. Mas nenhum deles, durante a sua vida na terra, fez caso da Palavra do SENHOR JESUS e por isso vêm a juízo. 

 

Serão julgados segundo as suas obras. Quem quer que seja, a sentença pronunciada é sempre a mesma: “FOI LANÇADO NO LAGO DE FOGO”!! Os livros do céu estão em ordem. “E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas” (Hb 4;13). O juízo é exercido segundo a natureza da perfeição da santidade de DEUS (o Trono Branco) e conforme a responsabilidade do homem perante DEUS. DEUS pôs o homem na terra para que O servisse. Por isso todos os atos praticados em independência de DEUS são de sua responsabilidade pessoal; ”o pecado é a transgressão da lei” (IJo 3;4). Portanto, cada pensamento, cada palavra, cada ato, por muito bom que seja, segundo o pensamento humano, será julgado por DEUS se não tiver sido feito em obediência ao SENHOR.
 

III.   O JULGAMENTO DA BESTA, DO FALSO PROFETA E DO DRAGÃO

 

Para tratarmos deste assunto devemos voltar na cronologia dos fatos apresentados até agora, para um momento no final da Grande Tribulação quando o Rei dos reis triunfa sobre seus inimigos na batalha final, o Armagedom (Ap 16; 19-21). Essa será a peleja do Grande Dia do Deus Todo-poderoso (Ap 16:14). Os exércitos que acompanham a Cristo não lutam. Mas, Jesus Cristo destruirá o anticristo com o sopro da sua boca pela manifestação da sua vinda (2 Ts 2:8). Todas as nações da terra o verão e o lamentarão (Ap 1:7). Quando os inimigos do Cordeiro se reunirem, então, sua derrota será total e final (Ap 19:19-21). Esta batalha Jesus a vence não com armas, mas com a sua Palavra, a espada afiada que sai da sua boca (Ap 19:15).

 

Aquele dia será dia de trevas e não de luz para os inimigos de Deus. Ninguém poderá escapar. Aquele será o grande dia da ira do Cordeiro e do juízo de Deus. O anticristo e o falso profeta serão lançados no lago do fogo, onde a meretriz também estará queimando (Ap 19:3,20). Eles jamais sairão desse lago. Serão atormentados pelos séculos dos séculos (Ap 20:10).

 

Satanás (o Dragão), o agente principal do mal, tem sua derrota descrita em um momento posterior. Durante mil anos Satanás não poderá enganar os homens. Logo no princípio do Milênio é preso, amarrado e lançado no abismo. Ao final do Milênio, DEUS solta Satanás na terra, por um pouco de tempo para enganar as nações. Então descerá fogo do céu que consumirá a todos os que seguiram pós Satanás.  Após este evento a Bíblia relata: ”e o Diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados pelos séculos dos séculos” (Ap20;10). Sua condenação será eterna. Satanás não é rei nem no lago do fogo. O fogo eterno foi preparado para ele para os seus anjos (Mt 25:41).

 

IV.   O JULGAMENTO DA MORTE E DO INFERNO

 

A morte é o estado e o hades é o lugar. Esses dois andam conectados (Ap 6:8). Quando a morte e o inferno são lançados no lago do fogo, finda também a autoridade que exerciam no tempo cósmico. A morte é o último inimigo a ser vencido. O inferno é lugar onde os ímpios são atormentados no estado intermediário. Depois da segunda vinda e do juízo não haverá mais separação entre o corpo e a alma nem no céu nem no inferno. A vitória de Cristo sobre os seus inimigos será completa a final.


CONCLUSÃO

A Bíblia não ensina universalismo nem aniquilacionismo. Antes fala de penalidades eternas. O sofrimento dos ímpios no lago do fogo é indescritível (Lc 16:19-31). O lago do fogo é estado e lugar. Enquanto os salvos têm seus nomes no livro da vida, os ímpios serão lançados no lago do fogo.

Na confecção deste pequeno estudo, buscamos consultar literatura que mais se aproxima com o pensamento de nossa denominação, tentando não perder a coerência teológica. Evitamos expressar conceitos e opiniões pessoais sem o devido embasamento na Palavra, pois a finalidade é agregar conhecimentos, enriquecer a aula da escola dominical e proporcionar ao professor domínio sobre a matéria em tela. Caso alcance tais finalidades, agradeço ao meu DEUS por esta grandiosa oportunidade.

Igreja: Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

 

Pr. JOSÉ COSTA JUNIOR

 

O JUÍZO FINAL

 

Texto Áureo = “E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.” (Ap 20.11)

 

Verdade Prática = Todos os ímpios terão de prestar conta dos seus atos perante o

Supremo Juiz.

 

LEITURA BÍBLICA  = João 3.18,19; Apocalipse 20.11-15

 

INTRODUÇÃO

 

O Juízo do Grande Trono Branco. Após esse juízo, a humanidade inteira entrará na eternidade, permanecendo os homens na situação determinada pelo modo como cada um viveu diante de Deus neste mundo. Para que todas as coisas sejam feitas às claras, e para que não possam existir dúvidas, serão todos chamados a comparecer diante do Trono Branco, para ouvirem pessoalmente da boca do grande juiz a palavra decisiva.

 

A. NO FIM DOS TEMPOS HAVERÁ UM GRANDE JULGAMENTO

 

1. As profecias falam claramente dum dia de juízo.

a. As profecias do Velho Testamento falam deste julgamento, Dn 7.11; 51 9.7,8. 1 Rs 16.33; Si 50.1-6; Ec 3.11; Is 1.27,28.

 

b. Jesus anunciou um juízo vindouro, Mt 10.15; 16.27; Jo 5.25-29; 12.48.

 

c. Os apóstolos também anunciaram o julgamento vindouro, Hb 9.27; Rm 2.16. Paulo afirmou que a ressurreição de Jesus é a garantia de que o julgamento se realizará, At

17 .25-31.

 

2. A Bíblia diz que esse julgamento será “no fim”, 1 Co 15.24. Será após o Milênio, quando a última revolta de Satanás tiver sido esmagada, Ap 20.10,11. Esse dia já está determinado por Deus, Rm 2.4.

 

B. O JUIZ DESSE JULGAMENTO.

 

Deus Pai é Juiz, Rm 2.16. Mas Ele entregou ao Filho todo o juízo, Jo 5.22,27; At 10.42; 17.31; 2 Tm 4.1. Assim o mesmo Jesus que fora o Salvador dos homens, e que na Terra tinha poder para perdoar pecados (Mc 2.10), será Juiz.

 

Aqui Jesus afirmou: “Vinde a mim, todos...”, Mt 11.25. Disse também “... tampouco eu te condeno” (Jo 8.11), porque Ele fora dado por Deus como propiciação pelos nossos pecados, Rm 3.25. Mas nesse último dia, Jesus estará pronto para julgar, 1 Pe 4.5.

 

Como assistente nesse julgamento, Jesus terá a seu lado a Igreja glorificada (1 Co 6.2,3), que estará à sua disposição.

 

C. A AUTORIDADE DO JUIZ CONVOCANDO TODOS A SUA PRESENÇA PARA

SEREM JULGADOS FARÁ EXECUTAR A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS.

 

Jesus disse que todos os que estiverem nos sepulcros ouvirão a voz do Filho do homem, Jo 5.28. Agora a ressurreição será em duas fases distintas:

 

1. “A morte deu os mortos que nela havia”, Ap 20.13. Os sepulcros se abrirão, e os mortos ressuscitarão. Assim como os corpos mortos dos santos foram ressuscitados na vinda de Jesus (1 Ts 4.16-18), também ressuscitarão todos os ímpios que morreram em seus pecados, At 24.15; Jo 5.29. Enquanto viviam na terra pelo corpo do pecado, serviram ao pecado, Rm 6.13,16,19-21.

 

Agora esses ímpios ressuscitarão, como os salvos em um corpo imperecível, mas carregado de pecado. Também os corpos dos salvos que morreram durante o Milênio ressuscitarão nesse momento, mas estes, sim, com um corpo de glória.

 

2. O Hades deu os mortos que nele havia, Ap 20.13. Os espíritos dos ímpios estão no Hades, aguardando a ressurreição para condenação. Diante da convocação de Jesus, o supremo Juiz, esses espíritos deixarão o Hades para se unirem aos seus corpos ressuscitados, numa ressurreição para vergonha e desprezo eternos, Dn 12.2. Suas consciências estarão lembrando todos os males que praticaram enquanto viviam na Terra.

 

3. Os que comparecerão diante do Trono Branco, para julgamento:

 

a. Todos os ímpios que morreram, desde o princípio da criação até o fim do Milênio ressuscitarão nesse dia, e todos comparecerão juntamente diante do Trono Branco. Ali estarão Caim, Judas Iscariotes, Pôncio Puatos, Herodes, e todos os outros pecadores que morreram sem salvação desde o princípio do mundo. Também aqueles que durante a Grande Tribulação tomaram sobre si o sinal da Besta, e ainda os que acompanharam Satanás na última revolta, no fim do Milênio; todos esses ressuscitarão e comparecerão diante do Tribunal.

 

b. Todos os salvos que morreram durante o Milênio.

 

c. Todos os que estiverem vivos ainda, no fim do Milênio, quer salvos, quer ímpios, também comparecerão. Certamente irão morrer para depois ressuscitar, mas cremos que receberão corpos imperecíveis, para vida ou para morte, assim como os salvos receberam corpos glorificados na vinda de Jesus. Num dado momento, aquilo que é passageiro deixará de existir: surgirá a eternidade, pois a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, 1 Co 15.25-54.

 

d. Os anjos caídos serão convocados para receber o seu julgamento. Uns estiveram presos (Jd 6; 2 Pe 2.4), outros soltos, servindo ao Diabo, mas todos serão julgados.

 

4. Todos comparecerão diante do Grande Trono Branco. Será uma visão majestosa, e muito imponente. A terra e o céu fugirão da presença desse trono, e o trono não poderá ser construído sobre a terra, Ap 20.11. Provavelmente será instalado nalgum lugar do espaço celestial. Será um trono importante, muito importante, porque o Juiz será grande e glorioso! O trono resplandecerá de brancura, pois a santidade e a justiça de Deus assim o exigem, Si 45.6,7. Que seriedade: O supremo Juiz assentado sobre o trono, a sua Igreja glorificada e vestida de branco, pronta para atender às suas ordens; e, perante o trono, bilhões e bilhões de homens e de anjos, para serem julgados!

 

D. DEUS EXECUTARÁ JUÍZO SOBRE A TERRA, QUEIMANDO-A

 

“De sua presença fugiu a terra e o céu...”, Ap 20.11. A respeito disso lemos em 2 Pe 3.7-12. Um grande estrondo de Deus assolará a terra e o céu, Hb 12.26; 1.10,12. Jesus disse: “Céu e terra passarão”, Mt 24.35. A terra será queimada, pois foi nela que os homens pecaram; e o céu (as alturas) será queimado também, pois serviu de quartel-general ao Diabo e aos seus anjos, Ef 6.12; Ap 12.7-9. A finalidade dessa catástrofe é criar novos céus e nova terra, Ap 21.1; 2Pe 3.13; Is 65.17; 66.22-24. Que visão majestosa, e que prova de poder sem limite! Multidões incalculáveis diante do Grande Trono Branco para serem julgadas, e o universo físico, o céu e a terra, ardendo em fogo. Toda aquela grande multidão estará muda guardando respeito total pela seriedade do momento; e ouvirão a sentença da boca do Juiz, cuja voz será como o som de muitas águas.

 

E. COMO SE PROCESSARÁ O JULGAMENTO?

 

1. A sentença será totalmente justa, feita de acordo com o que tiver escrito nos livros de Deus acerca dos homens. Nada se fará ao acaso. Nenhum julgamento será coletivo: todos comparecerão individualmente diante do trono, e todos serão julgados segundo a situação espiritual de cada um, tal como registrado nos livros de Deus.  Pelo menos dois livros serão abertos como autos naquele tribunal. Todos os que ali estiverem para. serem julgados encontrarão seu nome em um dos livros: ou no “Livro das Obras”, onde estão registradas as obras dos homens, segundo o seu procedimento na terra (Ap 20.12), ou no “Livro da Vida”.

 

a. O Livro das Obras. A lei, segundo a qual todos serão julgados, é a Palavra de Deus. O Senhor Jesus é o legislador e o Juiz, Tg 4.12. Tudo o que os homens fizeram violando a Palavra foi registrado no Livro das Obras. A Bíblia diz que até as palavras ociosas que os homens pronunciarem estarão registradas, para que no dia do juízo se exija prestação de contas por cada uma delas, Mt 12.36,37. Tudo está gravado, nada foi esquecido, Jó 34.11; Pv 24.12; Is 59.18; Jr 17.10; Ez 7.3,27; 16.59. Todas as más obras virão à luz como uma acusação aos seus autores. Os que buscaram o perdão de Jesus enquanto viviam na Terra, tiveram seus pecados e suas maldades riscadas do Livro das Obras, pois está escrito: “dos seus pecados e das suas prevaricações não me lembrarei mais”, Hb 8.12. Mas os que tiverem seus nomes escritos no Livro das Obras, estes recusaram o perdão e, por isso, serão julgados pelas obras que praticaram.

 

b. O Livro da Vida é o registro de todos os que aceitam a Jesus como Salvador, que por meio dele receberam a vida eterna, Jo 3.16,36; Lc 10.20; Dn 12.2; Fl 4.3; Êx

32.32,33; Ap 3.5; 13.8. Diante do Trono Branco estarão multidões incalculáveis que, durante o Milênio, creram em Jesus e foram fiéis, e permaneceram até o fim.

 

Quando Satanás pela última vez rebelou-se contra Jesus, esses não o acompanharam e, agora, estão diante do Trono Branco, sabendo que seus nomes estão no Livro da Vida.

 

2. O Juiz Glorioso — Jesus Cristo - manifestar-se-á no resplendor de sua glória. Seu brilho impregnará todos os que estiverem diante dele, pois está escrito que seus olhos são como chamas de fogo, que tudo manifestam, Ap 1.16; Dn 7.9,10. Quando Isaías se viu na presença de Deus, no santuário, sentiu o seu pecado (Is 6.5- 8), através da visão. Quanto mais quando Jesus trouxer todas as coisas à luz, e quando todos estiverem na sua presença pessoalmente, 1 Co 4.5! Tudo será descoberto, Hb 4.13; Rm 2.16. Ninguém escapará do juízo, 1 Tm 3.24; Lc 8.17; 12.2; Ec 12.14.

 

3. Nenhum dos acusados terá advogado de defesa. Não haverá corpo de jurados, porque o supremo juiz é infalível, pois Ele próprio é a justiça, Gn 18.25; 2 Tm 4.8; 1 Pe 2.23; 1 Co 1.30; Si 96.13; 98.9.

 

Todos os que estiverem perante ele para serem julgados terão lúcidas suas consciências. Será como Abraão falou ao homem rico no Hades: “Lembra-te...”, Lc 16.25.

 

Tudo o que o Juiz disser encontrará eco nas consciências dos réus, e todos verão que o Juiz não faz acepção de pessoas, Lc 20.21; At 10.34; Rm 2.11; Gl 2.6; Ef 6.9. Ali os reis e os escravos serão nivelados. Ninguém irá àquele tribunal, de carruagem luxuosa. Todos são iguais perante Deus! Enquanto viviam na Terra, todos os homens, sem exceção, foram convidados a aceitar a salvação, Rm 3.23-25. Agora serão todos julgados por terem recusado a graça divina, 1 Pe 1.17.

 

4. A sentença. Toda aquela grande multidão estará muda, por causa da seriedade do momento. Eles ouvirão a sentença da boca do Juiz.

 

a. Aqueles cujos nomes não estiverem escritos no Livro da Vida serão condenados a perder o Céu. É comovente observar a Palavra de Deus: “Aquele que não foi achado escrito no Livro da Vida foi lançado no lago de fogo”, Ap 20.15.

Não está escrito que somente aqueles que mataram, roubaram, adulteraram... serão condenados.

 

A condenação é para todos que recusaram o perdão que Deus lhes ofereceu com mão estendida; é por isso que seus nomes não estarão no Livro da Vida. Está escrito: “Quem não crer (em Jesus), já está condenado”, Jo 3.18; 16.9. Igualmente todos os demônios e todos os pecadores serão condenados ao mesmo lago de fogo. Muitos pretendem negar a existência do Inferno, mas esta negativa não elimina o fato. Os que semearem na carne, da carne ceifarão corrupção, Gl 6.8.

Embora saibamos que há diferentes graus de penalidade (Mt 11.21,22; Lc 10.14; 12.47,48; Mt 23.1; Ap 22.18), o certo é que uma sentença será comum a todos: todos serão privados de entrar no Céu; serão lançados para longe da presença de Deus, no Inferno. Com choro e gemidos, os condenados confessarão que a sentença foi reta, justa, merecida, Fp 2.10,11; Is 45.23,24. Que cena pavorosa! Que Deus nos guarde a todos debaixo do sangue de Jesus, para que possamos evitar o pecado que leva à perdição, e a fim de que, permanecendo salvos, possamos salvar outros pelo poder do Evangelho.

 

b. Aqueles cujos nomes estiverem escritos no Livro da Vida serão convidados a entrar no Céu. Que momento glorioso! O poder do sangue de Jesus é muito grande. Quando recebemos purificação no sangue, o poder desse sangue é tal que até na presença de Deus podemos permanecer de pé. Aleluia!

 

Escatologicamente, acabamos de estudar o último ato que se realizará neste mundo. Findo o julgamento do Grande Trono Branco, a humanidade entrará na eternidade propriamente dita. Os condenados, que têm existência eterna, permanecerão no lugar que Deus preparou para o Diabo e seus anjos, longe da face divina. Os salvos, que têm vida eterna, estarão no Céu que, para eles, foi preparado por Deus. O tempo deixará de existir: a eternidade começará: os remidos cantarão para sempre o seu louvor e a sua gratidão para com aquele que os comprou com o seu próprio sangue.

 

Caro leitor, você e eu precisamos conservar-nos em Jesus para podermos cantar aquele hino para todo o sempre. Amém.

 
Livro:- A Doutrina das Ultimas Coisas  = Eurico Bergstén

 

 

O JUIZO FINAL

 

“E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles” (Ap 20.11).

 

Em todos os tempos, os ímpios sempre fizeram suas maldades, seus crimes, e praticaram corrupção e ignomínia. E há até quem pense que Deus não está vendo, ou que não queira fazer nada, diante de tantos pecados e injustiças, violência, crueldade e todos os tipos de crimes. O salmista, refletindo sobre a situação dos ímpios, ficou bastante perturbado, a ponto de quase perder a visão da realidade espiritual, chegando perto de desviar-se de Deus (SI 73.3,13).

 

Mas a Palavra de Deus assegura que Deus não é injusto para deixar impune os que praticam a iniquidade; “o culpado não tem por inocente” (Nm 14.18). A aparente demora de Deus em castigar os ímpios não é sua leniência ou condescendência com os maus. E sua longanimidade, esperando que os homens reconheçam sua soberania e se arrependam de seus pecados. “Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade” (SI 103.8).

 

Quando o homem não entende isso, enfrenta conflitos espirituais de grande perturbação, ou murmuram contra Deus, aumentando sua culpa diante do Todo-Poderoso. O destino dos ímpios, que não se arrependerem, já está definido: “Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus” (SI 9.17). Seu fim é a condenação eterna.

 

Além de se tornarem prósperos materialmente, e distanciarem-se de Deus, confiados em suas riquezas (Sl 49.6-9), os ímpios se voltam contra Deus de modo arrogante. Afrontam a Deus e expressam completa rebelião contra o Juiz do universo. “Por causa do seu orgulho, o ímpio não investiga; todas as suas cogitações são: Não há Deus” (S1 10.4).

 

Cientistas, intelectuais, estudiosos, pesquisadores, professores, catedráticos, e também alunos e aprendizes, dominados pelo materialismos, não percebem que a própria ciência revela um planejamento acurado em toda a Criação, e que esse planejamento exige a existência indispensável de um Planejador Sobrenatural. Eles vão prosperando em seu caminho de incredulidade. “Disseram os néscios no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem” (Sl 14.1).

 

Além de incrédulos, os ímpios se corrompem e se tornam “abomináveis em suas obras”. Aborto, crime hediondo, homossexualismo, “abominação ao Senhor” (Lv 18.22; 20.13), “paixões infames”, “torpeza”, ato “contrário à natureza”, “imundície” (Rm 1.24-27), toda essa iniquidade terá a sentença última e definitiva no Juízo Final.

 

I — EVENTOS QUE ANTECEDEM AO JUÍZO FINAL

 

1. A Última Revolta de Satanás

 

Certamente, parece estranho o fato de Satanás ter sido preso, no final da Grande Tribulação, e a Bíblia afirmar que o mesmo será solto, no final do Milênio. Diz o texto sagrado: “E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha.

E subiram sobre a largura da terra e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu e os devorou” (Ap 20.7-9). Mas Deus não faz nada sem propósito. A soltura de Satanás tem motivos a serem alcançados.

 

a) Solto por um pouco de tempo. Para Satanás, não há mais jeito. Os universalistas acreditam que, no final de tudo, “todos serão salvos”, inclusive Satanás e seus demônios! Mas essa falsa “doutrina” não tem o menor fundamento bíblico. Após mil anos, Deus vai soltar o Diabo. Para quê? Certamente, para provar os que nascerão no Milênio, e não terão tido oportunidade de ter sua fé provada diante das tentações malignas. E Deus quer que só estejam em sua presença os vencedores, os que passam pelas tribulações e confiam nEle de todo o coração. Os crentes passam por provações nesta vida “para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo” (1 Pe 1.7).

 

b) Para enganar as nações — Gogue e Magogue. Esses nomes são simbólicos; representam o ajuntamento de todas as nações do mundo, enganadas por Satanás, para se rebelarem contra Cristo, após terem experimentado uma “ordem mundial” de prosperidade jamais vista na história da Terra. Um mundo sem doenças, desfrutando plena paz, sem guerras, conflitos ou violência. Mas, mesmo assim, os pecadores que nascerem durante o Milênio darão lugar ao engano do Diabo, numa prova de que o pecado passou a todos os homens (Rm 5.12). Será um levante mundial contra Cristo, pelo poder persuasivo do Maligno. Isso mostra que o homem, em sua natureza carnal, não muda sem que se torne nova criatura (2 Co 5.17). Mesmo diante do Reino Milenial de Cristo, pleno de prosperidade e paz, ao serem confrontados com as tentações, desprezarão Jesus e aceitarão Satanás. O mesmo que fez a multidão que escolheu Barrabás e condenou Jesus (Mt 27.17-21),

 

c) Satanás ajuntará as nações. Para combater a Cristo e os povos que entrarão no Milênio, e cercarão Jerusalém (cidade eterna), para a última tentativa de destruir Israel, Serão inumeráveis as hostes, representadas por “Gogue e Magogue”, em número “como a areia do mar”. As nações serão enganadas e se voltarão contra Israel e contra Deus, sob a liderança satânica. Mas seu fim já está decretado em última instância, no Tribunal de Deus. Será preso para sempre, no Inferno.

 

2. A Prisão Eterna de Satanás

 

Pela segunda vez, Deus vai mandar seus mensageiros poderosos para prender “o Dragão”, “a antiga serpente” (Ap 20.2), que estava no “abismo” (Ap 20.3), lançando-o na prisão eterna para todo o sempre. “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre” (Ap 20,10).

Só depois da última rebelião do Maligno e de sua prisão para sempre, é que será estabelecido o Juízo Final,

 

II — O JUÍZO FINAL E SUAS CARACTERÍSTICAS

 

1. Quem Será o Juiz?

 

1) Jesus, o Supremo Juiz. Paulo afirma que Deus “há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos” (At 17.31 — grifo nosso; Hb 12.23). Ou seja: por meio de Jesus será exercido o julgamento, pois ele será o supremo Juiz, assentado no Trono Branco, no Juízo Final (Jo 5.22,27). “E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles” (Ap 20.11). A cor do trono indica que será um julgamento santo e puro, sem parcialidade. Jesus “há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino” (2 Tm 4.lb; Sl 9.8).

 

Nos julgamentos da terra, há sempre o magistrado, que julga as causas levadas ao Tribunal, advogados de acusação, ou promotores, bem como advogados de defesa dos réus. No entanto, no Juízo Final, perante o “grande trono branco” (Ap 20,11), não haverá advogado de defesa. Se alguém quer ser defendido da condenação eterna, tem que ser aqui, na terra, nos dias em que vivemos. Depois será impossível. Tarde demais.

 

2) Hoje, Advogado. No Juízo Final, o Promotor. No tempo presente, na dispensação da graça, o pecador tem em Cristo o Advogado santo, onipotente, que nunca perdeu uma questão, e está à disposição dos crentes e também de todas as pessoas que a Ele recorrerem. “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (1 Jo 2.1,2). Hoje, Jesus é Advogado de defesa. No Juízo Final, será Promotor e Juiz implacável, na última e absoluta instância da justiça divina, sem a menor possibilidade de revisão da pena dos condenados.

 

3) Todo joelho se dobrará diante de Jesus. Diante do Supremo Juiz do universo, os ressuscitados para o Julgamento Final estarão de pé, “diante do trono” (Ap 20.12). Mas todos se ajoelharão perante Jesus Cristo, queiram ou não. Ditadores, governantes, juízes, juristas, políticos, cientistas, militares de todas as patentes, milionários em sua soberba, arrogância e prepotência; também os pobres, analfabetos e miseráveis, se não tiverem aceitado a Cristo como Salvador, estarão no Juízo Final, e terão que dobrar seus joelhos perante o Trono Branco.

 

 

Diz a Bíblia: “Porque está escrito: Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14.11,12 — grifo nosso). Onde se instalará o Trono Branco? Segundo Bergstén,’“o trono não poderá ser construído na terra (Ap 20.11)”, e que será provavelmente instalado “nalgum lugar do espaço celestial [...]

 

Que seriedade: O Supremo Juiz, assentado sobre o trono, a sua Igreja glorificada e vestida de branco, pronta para atender às suas ordens; e, perante o trono, bilhões e bilhões de homens e de anjos, para serem julgados!”. Mesmo que não haja certeza sobre a localização do Trono, deverá ser num lugar que permita que todos os julgados tenham acesso, inclusive os que estiverem vivos por ocasião do Juízo Final.

 

2. Quando Será o Juízo Final?

 

De acordo com a Bíblia, o Juízo Final (do trono branco) ocorrerá logo após a segunda prisão de Satanás, nos eventos finais após o Milênio (Ap 20.7,10), depois que enganar mais uma vez as nações. Será, sem dúvida, um espetáculo de dimensões cósmicas. Todo o universo, terra e céu, presenciará o juízo divino sobre todos os ímpios, desde que existe o ser humano sobre a terra. Será a resposta de Deus a todas as graves questões que tanto atormentam os povos: Até quando o mal prevalece? Até quando os ímpios têm permissão para agir, muitas vezes impunemente? Por que Deus, que é onipotente, permite tantas misérias? Onde estava Deus, que não evitou isso ou aquilo? “Por que razão vivem os ímpios, envelhecem, e ainda se esforçam em poder?  ( Jó 21.7). No juízo do Trono Branco, serão dadas as respostas finais, cabais, convincentes e definitivas pelo Supremo Juiz do universo.

 

Lockyer, descrevendo o Trono Branco, diz: “Neste trono, a posição do dia de Pilatos será invertida; então o Criador foi julgado pela criatura, mas agora a criatura aparece perante o Criador a fim de receber a sentença. Na sala de Pilatos, Deus ficou mudo perante um homem, mas aqui o homem está mudo na presença de Deus. O que foi condenado perante o tribunal terreno, agora decidirá os destinos“ a raça humana e revelara os princípios do governo divino”.

 

3. Quem Comparecerá Diante do Juízo Final?

 

1) Os que participarem da segunda ressurreição. De acordo com a Palavra de Deus, comparecerão ao Juízo Final todos os que não participarem da “primeira ressurreição”. “Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram.

Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos” (Ap 20.5,6). Os ímpios serão ressuscitados para prestarem contas de suas obras, cometidas em suas vidas, em desobediência a Deus, por sua incredulidade e desprezo ao Senhor. Se não se arrependerem, já estão condenados, como disse Jesus (Jo 3.18).

 

Mas morrem sem terem conhecimento da terrível condição que escolherem para suas vidas, longe de Deus. Enganados por Satanás, através das seitas e falsas religiões, iludidos pelos professores a serviço do Diabo, nas escolas, nas faculdades e universidades, portadores dos ensinos materialistas, no Juízo Final, ao lado dos enganadores, tomarão conhecimento da sentença de Deus sobre seus pecados, e serão enviados para o inferno (Sl 9.17).

 

Daniel viu as duas ressurreições. A primeira, para os salvos, que terão a vida eterna, em Cristo Jesus. A segunda, para a condenação eterna, prevista para os ímpios que não querem saber de Deus. “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna [primeira ressurreição], e outros para vergonha e desprezo eterno [segunda ressurreição]” (Dn 12.2). Jesus Cristo demonstrou as duas ressurreições, dizendo: “Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vicia; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” (Jo 5,28,29 - grifo nosso).

 

2) Os ímpios de todos os tempos. Responde a Bíblia: “E vi um grande trono branco e o quc estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono [...]” (Ap 20.11,12a — grifo nosso).

 

Não importa o status social daqueles mortos que haverão de ressuscitar para o julgamento final; “grandes” (ricos, magnatas, poderosos, mestres, doutores) ou “pequenos” (pobres, analfabetos, miseráveis, desvalidos), todos os que não houverem tomado parte na primeira ressurreição (Ap 20.4), por não terem crido em Deus, ou dado as costas para Ele, terão que ressuscitar (na segunda ressurreição) para comparecerem diante do trono branco, para serem julgados. Eles ressuscitarão para a condenação: “E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo.

Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo (Ap 20.13-15).

 

 

A palavra “morte” refere-se a toda a forma pelas quais os impios morreram, de doença, de velhice, de acidente, queimados, afogados, comidos pelos peixes, etc. Terão que ressuscitar, em corpo real, visível, em “espírito, alma e corpo” (1 Ts 5.23), para receberem a sentença final, plenamente conscientes de sua realidade última e eterna. O termo “inferno” se refere ao “hades”, ou lugar intermediário, onde estão todos os ímpios, de todos os tempos, aguardando o Juízo Final, para serem lançados no inferno final, o destino que escolheram, quando em vida desprezaram a Deus (SI 9.17).

 

Todos os ímpios, de todos os tempos, ressuscitarão para comparecer perante o Trono Branco. Será a resposta de Deus a todas as maldades, impiedades e iniquidades, cometidas pelos ímpios, ao longo dos séculos. Eles morreram, sem arrepender-se, mas Deus registrou todas as suas corrupções, atitudes, atos e até pensamentos, que elaboraram e praticaram contra sua Lei. Os que estiverem vivos, após o Milênio, e se aliarão a Satanás, terão que comparecer para o juízo. Certamente, ressuscitarão num “corpo imperecível, mas carregado de pecado”.

 

 “Ali, estarão Caim, Judas Iscariotes, Pôncio Pilatos, Herodes, e todos os pecadores que morreram sem salvação desde o princípio do mundo. [Também estarão ] aqueles que durante a Grande Tribulação tomaram sobre si o sinal da Besta, e ainda os que acompanharam Satanás na última revolta, no fim do Milênio; todos esses ressuscitarão e comparecerão diante do Tribunal”.

 

Os ímpios, que serão julgados no Juízo Final, não entrarão no céu, na habitação eterna dos justos, onde Jesus está, “à destra de Deus” (Cl 3.1). Não terão permissão para entrar na nova Jerusalém, a cidade santa, preparada por Deus para a habitação dos salvos: “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas. Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira” (Ap 22.14,15). As palavras “cães” e “timidos”, no texto, são as únicas que requerem explicação. A primeira refere-se, segundo estudiosos dos termos originais, a maus obreiros (Fp 3.2), e também aos que vivem na prática de imoralidades morais e sexuais.

 

No Antigo Testamento, o termo alude aos homossexuais, ao lado do termo rameira, que se refere a prostitutas, sendo ambos considerados abomináveis diante de Deus. A segunda, “tímidos”, refere-se aos covardes, aos apóstatas, que abandonam a fé. Não se refere a pessoas de temperamento introvertido, acanhadas.

No mesmo livro, outro versículo mostra a situação calamitosa dos ímpios, diante do Juízo de Deus:

 

“Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte” (Ap 21.8).

 

3) Os ímpios que estiverem vivos no Milênio. As nações que estiverem vivas, que escaparem da Grande Tribulação e entrarem no Milênio, terão que encarar o Juízo do Trono Branco (Mt 25.31-46). Os pecadores que morrerem no Milénio, sem conversão a Cristo, estarão ali. E os atuais ateus, materialistas e rebelados contra Deus, se não acordarem de sua arrogância, se não se arrependerem de suas investidas contra o Senhor, Criador dos céus e da Terra, se estiverem vivos, irão direto para o juízo do Trono Branco.

 

Se estiverem mortos, terão que ressuscitar para serem julgados e receberem da boca de Jesus, o Juiz divino, a sentença definitiva contra sua rebelião contra Deus. Diante do Trono Branco, estarão presidentes de nações do primeiro mundo e também governantes de países pobres, magistrados, juízes e políticos dos parlamentos que desprezaram a Palavra de Deus, aprovando leis contra os princípios divinos. Vivos ou mortos, não escaparão do tribunal divino, Não haverá contemplação (Sl 9.17).

 

4) Os anjos caídos. Esses também serão julgados no Juízo Final. Segundo Bergstén, “Os anjos caídos serão convocados para receber o seu julgamento. Uns estiveram presos (Jd 6; 2 Pe 2.4), outros soltos, servindo ao Diabo, mas todos serão julgados”. O apóstolo Pedro diz que os anjos rebeldes foram lançados no inferno, “a fim de serem reservados para o juízo” (2 Pedro 2.4) , e Judas diz que os anjos rebeldes foram guardados por Deus sob trevas “para o juízo do grande Dia” (Jd 6).

 

Isso significa que ao menos os anjos rebeldes ou demônios também estarão sujeitos ao juízo no último dia, A Escritura Sagrada não indica claramente se os anjos santos também estarão sob uma espécie de avaliação por seus serviços, mas é possível que estejam incluídos na afirmação de Paulo: “Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?” (1 Co 6.3).

 

E provável que isso inclua anjos santos, porque não há nenhuma indicação no contexto de que Paulo esteja falando de demônios ou anjos caídos, e a palavra anjos sem qualquer qualificação adicional no Novo Testamento deve ser normalmente entendida como referência aos anjos santos. Mas o texto não é explícito o suficiente para que tenhamos certeza do que afirmamos.
 

Horton ressalta que os salvos durante o Milênio não deverão passar pelo Juízo Final. Ele entende que “parece provável que eles receberão a plenitude da salvação, incluindo novos corpos, e se ajuntarão ao restante dos santos glorificados assim que forem salvos e se comprometerem com Jesus”. Nem tudo está claro na escatologia. Mas o que Deus, em sua bondade para conosco, quis revelar-nos, abrindo o “véu da eternidade”, é suficiente para nos alertar para a realidade dos acontecimentos que marcarão o fim da História, e da trajetória de pecado do homem ao longo de sua existência, desde o Eden até o “perfeito estado eterno”.

 

III - AS BASES DO JUIZO FINAL

 

1. A Palavra de Deus

 

Jesus declarou: “Quem me rejeitar a mim e não receber as minhas palavras já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último Dia” (Jo 12.48). O Promotor, que será Jesus, usará a Palavra de Deus como base para embasar a condenação dos ímpios.

 

2. Os Livros Divinos

 

“E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os litros. E abriu-se outro livro, que é o da vida, e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas rios livros, segundo as suas obras, E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras” (Ap 20.12,13 — grifo nosso). Nos céus, existem os registros divinos, chamados de “os livros”.

 

Podem ser chamados de “livros dos registros dos atos dos ímpios”, em que estão anotados e devidamente registrados todas as obras e até pensamentos deliberados dos ímpios contra Deus e sua Palavra. As palavras são expressões do pensamento (Mt 15.19; Lc 6.45). Todas as atitudes e ações dos homens começam no seu interior. Na lei de Cristo, até em pensamento o homem pode adulterar (Mt 5.28). “Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no Dia do Juízo, Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado” (Mt 12.36, 37).

 

3. Cada um Será Julgado por suas Obras

 

Todas as obras dos homens, bons ou maus, estão sendo registradas nos “livros”, ou seja, nos registros divinos, A expressão “livros” é metafórica. Deus não precisa de elementos materiais para se lembrar dos atos dos seres humanos.

Por ocasião do julgamento, sem dúvida, cada pessoa comparecerá diante de Jesus (o Juiz) e tomará conhecimento de sua sentença, e será notificado dos motivos pelos quais estará sendo condenada.

 

No Juízo Final, além da abertura dos “livros”, será também aberto o “Livro da Vida”. Neste livro, estão inscritos apenas os nomes dos salvos. Nos “livros” das obras, estão inscritos todos os ímpios. O Livro da Vida será aberto, segundo se pode entender, apenas para que o condenado saiba que seu nome não está ali. No último Juízo, não será definido se o destino será o céu ou o inferno. Não será um julgamento semelhante ao que ocorre nos tribunais terrenos. Neste, há o promotor, que acusa o réu, há o advogado de defesa, os jurados e o Juiz, que dá a sentença. No Juízo Final, não há advogado de defesa; a acusação já terá sido realizada na terra (ver Jo 12.48). Somente o Juiz: Jesus! O problema é que já houve um julgamento, e a condenação já estava definida na terra.

 

Diz a Bíblia: “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más”  ( Jo 3.18,19 - grifo nosso). Esse texto nos mostra que os homens são condenados não só pelo fato de cometerem suas más obras, mas por não crerem em Jesus.

 

Podemos dizer que, no Juízo Final, serão julgados os ímpios, e suas más obras de perdidos, de pessoas que, além de pecarem, rejeitam a graça de Deus; e será confirmada a sentença já dada na terra. A condenação atual, de ímpios, pode ser anulada? A resposta é “sim”, desde que os pecadores se arrependam e creiam no evangelho. Jesus disse: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24). Sim, é possível passar “da morte” espiritual para “a vida” eterna com Cristo.

 

Poderá Deus condenar alguém sem lhe dar direito a defesa? Certamente, não. O Advogado de defesa está à disposição de todos os que nEle creem: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1 Jo 2.1 — grifo nosso). Assim, a acusação é aqui na terra; a defesa, também. Aqui, Jesus é o Advogado. Lá no céu, será apenas o Juiz! Diante de Deus, o homem é quem escolhe o julgamento e a sentença; é quem escolhe o seu destino eterno. “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Ap 20.15).

 

Após o Juízo Final, “a morte e o inferno” serão “lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte” (Ap 20.14), Segundo René Pache, a morte física e o “lugar dos mortos” (sheol ou hades) são provisórios. Após o Juízo Final, não serão mais necessários.

 

E por isso que o crente em Jesus deve fazer tudo para permanecer fiel ao Senhor. Jesus disse: “[--.1 alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus” (Lc 10.20). O crente em Jesus tem sua salvação garantida, e jamais passará pelo Juízo Final: “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito” (Rm 8.1). Vale a pena fazer parte da “igreja que vai subir”.

 

Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja: Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

 

Livro: O Final de Todas as Coisas = Esperança e glória para os salvos = Autor Elinaldo Renovato  = 1ª Edição CPAD 2015

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