NOVOS CÉUS E
NOVA TERRA
Texto Áureo = “Porque eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá
Lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão.” (Is 65.17)
Verdade Prática = Os crentes viverão eternamente com Jesus
Cristo na cidade santa, a Nova
Jerusalém.
Leitura
Bíblica = Apocalipse 21: 1-5, 24-27
INTRODUÇÃO
Os capítulos 21 e 22 de Apocalipse
transportam-nos ao fim do ciclo da história humana e ao começo da eternidade.
Começo para o homem, pois Deus é eterno.
Satanás e seus cúmplices já estarão no
lago de fogo, e a sua influência mal4fica, totalmente anulada. Deus então nos
introduzirá numa nova terra e novo céu. onde não haverá qualquer vestígic de
pecado ou mal, e onde estare mos para sempre com o Senhor
NOVO CÉU E NOVA TERRA
Em suas visões, João viu que este céu
e esta terra passarão, e haverá novos céus e nova terra (Ap 21.1). Você pode
ler isto noutras passagens bíblicas (Is 34.4; 51.6; 65.17: 66.22: 2 Pe
3.10-12).
NOVO
OU RECICLADO
Alguns acreditam que Deus destruirá
completamente a terra e o céu existentes, e criará outros totalmente novos.
Outros pensam que Ele reaproveitará o que já existe, fazendo apenas uma
transformação. Nada podemos afirmar com certeza, pois a Bíblia não entra em
detalhes. O que nos interessa é saber que habitaremos uma Nova Terra plena de
justiça, paz, e perene comunhão com Deus. Será a nossa morada eterna, preparada
por Deus para os seus filhos (João 14.2).
INTERLIGADOS
A nova Jerusalém, que hoje está no
céu, é a cidade que almejamos. Todos os fiéis, desde Abrão, esperam entrar
nesta cidade (Fp 3.20; Hb 11.8-16). Ela foi vista descendo do céu (V.) Isto da
a entender que nova terra estarão
formando um todo, e a nova
Jerusalém será a capital eterno de
Deus.
FELIZES PARA SEMPRE
Desde o Eden, satanás vem tentando
separar o homem de Deus (Gn 3). Mas como estudamos na semana passada, Ele não
triunfará. Será lançado para sempre no lago de fogo, e nós estaremos com o
Senhor para todo o sempre! João ouviu uma voz anunciar: Eis aqui o tabernáculo
de Deus com os homens, pois com eles habitará” (vv.1,2).
O próprio Deus estará para sempre com
os seres humanos, que então possuiremos corpos como os dos anjos (1 Co 15.35-
44). Jamais seremos separados de Deus outra vez. Tudo o que Deus idealizou para
nós será realizado todas as suas promessas, cumpridas. Desfrutaremos plena e
eternamente de toda a alegria e amor que Ele nos reservou!
LAGRIMAS NUNCA MAIS
No céu, você não mais terá motivos
para chorar. As lágrimas espelham dodas
as fraquezas humanas, tristeza, maldade.
Mas lã no céu, nada disto haverá. O próprio Deus enxugará dos seus olhos
toda lágrima (v4). Você não apenas deixará de ter motivos paro chorar, como
também não se lembrará das coisas que aqui o fizeram sofrer (Is 65.17).
A HERANÇA DO VENCEDOR
Você se lembra de todos os prêmios
prometidos aos vencedores, nas cartas às igrejas da Ásia? (Ap 2.1-3.22). Agora
a promessa é repetida: “Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu
Deus, e ele será meu filho” (v.7). Herdará todos aqueles prêmios: herdará todas
as bênçãos e alegrias da vida eterna a que tem direito como filho de Deus. Vaie
a pena conservar-se fiel a Jesus, a despeito do mundo em que vivemos.
A CONDENAÇÃO DO PERDEDOR
Contrastando com a bem-aventurança dos
vencedores está a condenação dos perdedores. O verso 8 apresenta oito classes
de pessoas que merecerão o lago de fogo e enxofre a segunda morte. Encabeçando
a lista estão os tímidos, também chamados de covardes e medrosos, que,
perseguição, abandonaram a Cristo. Infelizmente, há há pessoas que nem precisam
enfrentar perseguições para negar a Jesus. Basta a desaprovação dos colegas
descrentes para que desistam de seguir ao Senhor. Estão mais preocupados com
relacionamentos terrenos que com a sua lealdade ao Salvador. Importam-se mais
com a opinião humana que com a aprovação divina.
A NOVA JERUSALEM
Um anjo convidou João a conhecer a
noiva, a esposa do Cordeiro, e então lhe mostrou a nova Jerusalém (vv.9,10).
Esta bela cidade foi comparada a uma noiva adornada paro o esposo (vi), e Agora
é identificada como a esposa do Cordeiro, porque a Igreja habitará nela. É
chamada de “nova” porque jamais foi utilizado. Desde a princípio Deus a vem
preparando para ser a morada do seu povo (Jo 14.2,3).
Quando tudo estiver consumado, ela
descerá dos céus, resplandecente como uma jóia preciosa, e pousará sobre a nova
terra Seus portões se abrirão, e alvos de todas as épocas ENTRAREMOS nela.
Aleluia!
DOZE PORTAS E DOZE FUNDAMENTOS
Conta-nos João que a cidade a alta
muralha de jaspe, portões - cada um, robre os quais estão das doze tribos de
Israel. O muro é edificado sobre doze
fundamentos, com os nomes dos doze apóstolos (vv.12-21).
O brilho e a pureza das gemas que
compõem a cidade dão uma idéia dá glória de Deus que a encherá. A muralha falo
da segurança que ali desfrutaremos, e indica a separação de um povo santo. Mal
algum transporá aqueles muros. Pecado nenhum atravessará aqueles portões
guardados por anjos. Mas nós, os remidos, poderemos entrar e sair livremente
por eles, a fim de explorar a nova terra em toda a sua extensão.
A menção das doze tribos israelitas e
dos doze apóstolos significa que Israel e os gentios estão unidos num só corpo
- a Igreja de Cristo.
A MEDIDA DA CIDADE
João observou o anjo medir a cidade santa
(vv. 15-17). Considerando que um estádio equivale cerca de 185 metros,
concluímos que a nova Jerusalém tem forma cúbica, e mede aproximadamente dois
mil e duzentos quil6metros. Ah, mas o que importa mesmo é que nela haverá
espaço suficiente para todos os salvos.
COISAS QUE NÃO HÁ
João não viu templo na nova cidade,
pois estaremos diretamente na presença de Deus. A cidade não precisa de sol nem
de luo, porque a glória de Deus e do Cordeiro a iluminará, O dia será eterno:
jamais haverá noite (21.22,23; 22,5). Pecado e maldição não chegarão lá,
tampouco entrará qualquer pessoa que não tenho seu nome escrito no livro da
vida do Cordeiro (21.27; 22.3 ).
COISAS QUE LÁ EXISTEM
João viu na NOVA Jerusalém o rio da
vida, cristalino fluindo do trono de Deus. No meio dela da praça viu a árvore
da vida simbolizando que lá não haverá
sofrimento ou
qualquer desconforto (22.1,2).
Lá também está o trono de Deus e do
Cordeiro, e, o que é melhor, nós veremos o rosto do Senhor, e a serviremos J
(v.3.4). Quem disse que o vida no céu é “parada”?
QUEM ESTRA QUE FICA DE DORA
Entrarão pelos portas da nova Cidade
aqueles que lavaram os suas vestiduras no sangue do Cordeiro, isto é, que
receberam o Cristo como Salvador, e tiveram os seus pecados apagados por seu
sangue (v.14). De fora ficarão os cães, isto é, aqueles que são considerados
imundos por não fazerem parte do povo de Deus; os feiticeiros os adúlteros, os
homicidas, os idólatras e os mentirosos (v 15).
JESUS ESTÁ VINDO
“Eis que cedo venho, e o meu galardão
está comigo, para dar a cada um segundo o sua obra” (v.12). Seis vezes, no
livro de Apocalipse, Jesus repete a promessa de que virá sem demoro (2,5,16;
3.11; 22.7,12,20). Você está pronto paro subir com Ele? Então responda: Amém!
(Ora, vem, Senhor Jesus).
CONCLUSÃO
O livro de Apocalipse inicia com uma
promessa de benção ao que l, ouve e guarda o que nele está escrito (1.3). E
encerra ordenando, “Não sele as palavras da profecia deste livro, porque
próximo está o tempo” (22.10). Ou seja, no se cale a respeito deste livro.
Propague a sua mensagem. Conte a todos que Jesus está voltando!
Evangelista
Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lição
Bíblicas - CPAD
O novo céu e a nova terra (Apocalipse 21)
Versículo1 e 2: E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já
o primeiro céu e a primeira terra passaram e o mar já não existe. E eu, João,
vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém,que de Deus descia do céu, adereçada como
uma esposa ataviada para o seu marido.
Haverá “um
novo céu e uma nova terra” (v.la). Entendemos aqui que a nossa terra e céu
serão feitos novos. Apresente criação dará lugar a uma nova criação, onde não existirá
mais os terríveis efeitos do pecado. Será destruída para que possa ser purgada
de todo o mal (Isaías 65.17;66.22 e 2 Pedro 3.12, 13).
A expressão
“céu” ou “céus” aqui, não se refere ao 3º., céu ou o paraíso também conhecido
como Eporânios, onde está o trono de Deus (Salmos 148.4 e 2 Crônicas 6.18), mas
sim, ao Iº. e 2º. céus conhecidos como Auronos e Mesorânios; o céu inferior, a
face da expansão, a atmosfera(conforme Mateus 24.30 e Lucas 12.56), e o céu
intermediário,estelar e astronômico (Apocalipse 6.13, 14).
Pergunta-se: Qual o motivo para a destruição do primeiro e segundo céus? Existem
pelo menos duas razões para que isto aconteça:
1. A necessidade de uma purificação espiritual. O espaço
foi contaminado quando da queda de Lúcifer o qual tornou-se o “príncipe das
potestades do ar” (Efésios 2.2; conforme Lucas 10.18e Apocalipse 12.4, 8 e 9).
2. A necessidade de uma purificação astronômica. As
explorações espaciais, as descobertas científicas e a curiosidade do homem fizeram
do céu estelar uma verdadeira “lixeira” espacial.
O jornal
Zero Hora, em sua edição do dia 16 de abril de 2008,trouxe um artigo intitulado
“A poluição do lixão espacial”, em que afirma: “Um dos principais problemas
ambientais no mundo,o lixo, não dá dor de cabeça apenas na superfície da Terra.
A Agência Espacial Européia divulgou ontem imagens impressionantes do lixo
espacial que orbita em volta do nosso planeta.
Conforme a
agência, entre o primeiro lançamento, em 1957, e janeiro de 2008, cerca de 6
mil satélites já foram enviados para a órbita - desses, apenas 800 continuam
ativos. Além dos satélites desativados, as imagens mostram resíduos, como
fragmentos de aeronaves espaciais que se quebraram, explodiram ou foram abandonadas.
Segundo a agência, cerca de 200 novos objetos são lançados todos os anos. Tanto
lixo pode prejudicar a ciência no futuro. Em 2001, os pesquisadores americanos
Donald Kessler e Philip Anz-Meador afirmaram que, em 20 anos, talvez não seja mais
possível realizar missões em órbitas mais próximas da Terra.
Como se não
bastasse a ação devastadora do homem aqui na Terra poluindo o meio ambiente,
ele também têm poluído o próprio espaço”.
A criação do
novo céu e da nova terra é o ato preparatório final que antecipa o reino eterno
de Deus. Um reino no qual “habita a justiça” (2 Pedro 3.13).
A dissolução
do céu e da terra atuais ocorrerá no fim do Milênio.
Quanto a
purificação da terra, sabe-se que por causa do pecado de Adão no Éden, Deus
colocou uma maldição sobre a terra(Gênesis 3.17 e 18). Torna-se necessário,
portanto, retirar o último vestígio dessa maldição da terra antes da manifestação
do Apocalipse, a Revelação Final 163reino eterno (Mateus 24.35; Hebreus 1.10 a
12; Apocalipse 20.11;2 Pedro 3.7, 10 a 13).
“O mar não
mais existirá” (v. lb). Vejamos o significado deste texto e porquê na
eternidade o mar não existirá mais:
1. O mar é símbolo de coisas ocultas e de mistérios
(Salmos104.25 e 1 Coríntios 13.12).
Quantos
mistérios existem neste imenso mundo aquático! Quantas coisas nos intrigam
nessa vida, coisas que gostaríamos tanto de saber, mas que estão ocultas nas profundezas
do grande mar da vida humana. No entanto, o dia chegará em que Deus há de
trazer à tona o que está oculto e há de revelar ao seu povo todas as coisas que
hoje nos são encobertas.
2. O mar é símbolo de coisas impuras (Isaías 57.20). Assim como
o mar lança de si lama e lodo, o homem que vive longe de Deus lança de si
impurezas, contaminações e coisas semelhante sem tantos setores da sociedade,
como por exemplo, na política,na família, no comércio e na religião, entre
outros. Deus tem declarado em sua Palavra que na vida futura não haverá mais
lugar para coisas ou pessoas impuras e contaminadas (Apocalipse 21.8,27 e
22.14, 15).
3. O mar é símbolo de separação e de limitações (Gênesis 1.9,10 e
Provérbios 8.29). O mar separa continentes, coisas e até mesmo pessoas. Imaginemos
o que isso representava para o velho apóstolo João na ilha de Patmos, separado
daqueles a quem amava e desejava servir (Apocalipse 1.9). Assim sendo, o mar tipifica
morte e separação de nossos parentes e amigos, a quem amamos. Quantas pessoas
que estão sepultadas no mar! No entanto,um dia terão que sair de lá (Apocalipse
20.13) Para os salvo sem Cristo Jesus, ao chegar o grande dia da eternidade,
não haverá mais o mar, as separações, os “adeus”, as despedidas ou as lágrimas;
e nem sequer algum tipo de limitação (Apocalipse17.15 e Lucas 21.25).
4. O mar é símbolo de inquietações e desordens. Ele
representa as condições inquietantes da humanidade sem Deus. A consciência do
homem sem Cristo é como um mar tempestuoso, agitado e revolto. A paz e tranqüilidade
só podem ser encontrada sem Cristo. Deus mostrou a João algo semelhante a um
“mar de vidro” ao redor do seu trono (Apocalipse 4.6 e 15.2), revelando assim
como será a paz, a calmaria e a bonança dos redimidos no céu. Anelamos
ansiosamente o dia quando as turbulências da vida aqui terminarem e os salvos
do Senhor a uma só voz poderão dizer: O mar já não existe! Nota: O versículo 2
é comentado nos versículos 9 e 10.
Versículos 3 a 7: E ouvi uma grande voz do céu, que dizia:
“Eisa qui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará e eles
serão o seu povo e o mesmo Deus estará com eles e serão seu Deus. E Deus
limpará de seus olhos toda lágrima e não haverá mais morte, nem pranto, nem
clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas. E o que estava
assentado sobre o trono disse: “Eis que faço novas todas as coisas". E
disse-me:
“Escreve,
porque estas palavras são verdadeiras e fiéis”. E disse-me mais: “Está
cumprido; Eu sou o Alfa e Ômega, o Princípio e o Fim. A quem quer que tiver
sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. Quem vencer, herdará todas
as coisas e Eu serei seu Deus e ele será meu filho ”.
O
tabernáculo (v. 3) indica a comunhão inquebrável entre Deus e o seu povo para
sempre. Graças à presença divina, ali não haverá mais tristeza. Por certo, nada
que possa nos entristecer será lembrado na eternidade (Isaías 65.17).
“Não haverá
mais morte” (v. 4a). Atualmente não existe lar onde a morte não entre; porém,
no lugar para onde vamos, não mais haverá cemitérios, nem enterros e nem
despedidas.
“Não haverá
mais pranto, nem clamor e nem dor” (v. 4b). Nos dias atuais, as tristezas nos
perseguem como uma sombra. Os homens entram no mundo com choro e saem com
gemidos. Aquino mundo, as dores e sofrimentos são permitidos por causa do pecado;
no entanto, a dor, que entrou no mundo com a queda de Adão, não se conhecerá na
nova terra.
Certo
cristão afirmou com propriedade: “Quando vim ao mundo, cheguei chorando e
muitos cantaram; quando eu partir daqui, irei cantando e muitos ficarão
chorando”.
Não há mais
qualquer motivo para desespero ou prantos.
Tudo isto já
faz parte do passado, da história da humanidade.
Tudo começa
em Deus, termina em Deus e continua em Deus!
Morte,
lamento e dor são características de um mundo de pecado que jazia no maligno.
Não fazem parte daquilo que Deus preparou para aqueles que o amam. Destacamos a
seguir alguns detalhes dessa bendita eternidade que nos aguarda:
1. Santidade perfeita (Apocalipse 21.27 e 22.3). O exaustivo
processo da santificação “sem a qual ninguém verá a Deus” terá chegado ao seu
estágio final (Mateus 5.8 e Hebreus 12.14).
2. Vida perfeita (Apocalipse 21.4, 27). A idéia de
uma vida perfeita nos fala da ausência de qualquer imperfeição na
eternidade,uma vez que viveremos eternamente num estado de glória e de
incorruptibilidade.
3. Governo perfeito (Apocalipse 21.3 e 22.3). Nunca mais
estaremos sujeitos às mazelas dos governos humanos, Deus mesmo será o Rei. Seu
reino será perfeito, eterno e glorioso.
4. Serviço perfeito (Apocalipse 22.3). Não haverá
inatividade alguma naquele novo mundo. Ao Senhor
serviremos em perfeita adoração e louvor.
5. Visão perfeita (Apocalipse 22.4). Na
eternidade, nossa visão não será como aqui, imperfeita e limitada. Veremos toda
a glória que Deus tem preparado para seu povo em toda a sua extensão e
plenitude.
6. Identificação perfeita (Apocalipse 22.4). Lá,
conheceremos e identificaremos todas as coisas ou pessoas como elas realmente são.
Aqui, nosso conhecimento é parcial e limitado; lá, porém,será perfeito em todos
os sentidos (1 Coríntios 13.12). No céu,vamos nos conhecer uns aos outros,
porém, não teremos lembranças das coisas passadas. Não só teremos um corpo
glorificado, como também uma mente renovada. Teremos também um novo nome
(Apocalipse 2.17). Seremos conhecidos pela nossa personalidade sem perguntar a
ninguém (conforme Lucas 9.28-36).
Iremos nos
reconhecer mutuamente, cada um no seu corpo glorificado,não mais na dimensão na
vida terrena, mas sim, na da celestial (conforme Marcos 12.18-25; 1 João 3.2 e
Apocalipse 21.5).
7. Deus será tudo em todos (1 Coríntios 15.20-28 e Efésios
2.7;3.11).
Isso significa a entrega do reino ao Pai, depois de Cristo ter destruído todo
domínio, autoridade e poder das pessoas e forças que se opõem a Ele. Então,
Deus reinará por toda a eternidade e com Ele o seu povo em um novo mundo onde
não existirá mais o pecado.
Versículo 8: Mas, quanto aos tímidos, os incrédulos e aos abomináveis;aos
homicidas, aos fornicadores, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os
mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, o que é a
segunda morte.
Temos aqui
uma lista detestável de pessoas que não entrarão na nova terra. Aquele santo
lugar será purificado de todos os enganadores e mentirosos, sejam eles de qual
for à espécie. Confira detalhes desta lista hedionda:
1. Os tímidos são os que não têm coragem de confessar o nome de
Jesus.
São estes os que se envergonham de Cristo (Mateus10.33; Lucas 12.9; Romanos
10.10; 2 Timóteo 2.12 e Hebreus 4.14).
2. O incrédulo é o oposto do fiel, e nesta
categoria estão incluídos muitos dos que já foram crentes, porém foram vencidos
pelo pecado.
3. Os abomináveis são os que foram poluídos pelas abominações da
terra e pelas coisas do paganismo (Apocalipse 17.5).
4. Os homicidas são aqueles que tiram a vida, ato este que somente
Deus tem o direito. Os tais serão julgados pela quebrado mandamento divino que ordena
não matar (Êxodo 20.13).
5. Os fornicadores são aqueles que vivem dissolutamente sem nunca
se arrependerem.Estes serão julgados e lançados no lago de fogo (Hebreus 13.4). A
fornicação é uma perversão ligada ao campo da sexualidade e tem sido nociva
tanto a Deus, como à família, bem como à sociedade em geral (conforme Efésios
5.5). E por certo, todos os que a praticam tal coisa ficarão fora do céu por
ser este um lugar de pureza, amor e
inocência.
6. Os feiticeiros. No grego, esta expressão que refere-se
literalmente àqueles que traficam drogas, embora as Sagradas Escrituras refiram-se
também a todos aqueles que se envolvem com o ocultismo, a magia negra e as
adivinhações.
A feitiçaria
está ligada ao mundo pagão e se entrelaça estritamente com o mundo das trevas.
São criaturas que se tornaram escravas dos demônios (conforme 1 Coríntios
10.20).
7. Os idólatras são tantos quantos endeusam para si não somente ídolos
e imagens, como também a fama, os prazeres ilícitos,a profissão, o homem e até
a si mesmos. Deus condena toda e qualquer forma de idolatria (Êxodo 20.4).
8. Os mentirosos são aqueles que se desviam da verdade e juntam-se
aos enganadores, especialmente os que negam que Jesus é o Cristo, o Filho de
Deus (1 João
2.22). Os mentirosos atuam também em muitas outras esferas da vida humana. Quem
mente se torna um agente do diabo, que é o pai da mentira (João 8.44).
A segunda
morte mencionada neste versículo, não se refere ao extermínio do corpo, mas sim
a um estado de eterna separação de Deus,
bem como de um eterno sofrimento.
Versículos 9 e 10: E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças
cheias das últimas sete pragas e falou comigo, dizendo:“Vem, mostrar-te-ei a
esposa, a mulher do Cordeiro ”. E levou-me em espírito a um grande e alto monte
e mostrou-me a grande cidade,a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu.
Não haverá
somente um novo céu e uma nova terra, como também haverá uma nova cidade, a
Nova Jerusalém. Será uma cidade literal, que tem fundamentos (Hebreus 11.10).
Paulo a chama de “a nossa cidade” (Filipenses 3.20).
Tudo sugere
uma cidade literal: ouro, ruas, dimensões e pedras. Ela desce do céu, pois é impossível
construir uma cidade santa aqui.
Versículo 11: E tinha a glória de Deus. A sua luz era semelhante a uma pedra
preciosíssima, como a pedra de jaspe e como o cristal resplandecente.
As cidades
terrenas sempre tiveram a glória dos homens, mas a Nova Jerusalém terá a glória
de Deus. Não será jamais poluída como as cidades terrestres, pois nela não
entrará coisa alguma que contamine (v. 27).
Versículos 12 a 14: E tinha um grande e alto muro com doze portas
e, nas portas, doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das
doze tribos de Israel. Da banda do levante, tinha três portas; da banda do
norte, três portas; da banda do sul,três portas; da banda do poente, três
portas. E o muro da cidade tinha doze fundamentos e neles, os nomes dos doze
apóstolos do Cordeiro.
A Nova
Jerusalém é o retrato do futuro lar de Deus para o seu povo. As doze tribos de
Israel representam os fiéis do Antigo Testamento; e os doze apóstolos
representam a Igreja. Durante o Milênio, esta santa cidade estará acima da
terra e será a morada de todos os salvos na eternidade. Com base nessas
declarações, então, pode-se afirmar que a cidade será habitada por Deus, pela
Igreja, pelos redimidos de Israel e pelos redimidos de todas as eras.
As doze portas
estão abertas em todas as direções, para todo o povo de Deus. As portas das
cidades antigas precisavam ser fechadas por causa de um possível ataque, bem
como as portas das nossas casas. Porém, na cidade que nos espera, não estaremos
mais preocupados com essas coisas.
O número 12
ocorre mais de 400 vezes na Bíblia, levando-se em conta seus variados sentidos,
e é extremamente importante.
Em
Apocalipse ocorre cerca de 20 vezes e permeia o governo patriarcal, apostólico
e nacional.
Versículos 15 a 17: E aquele que falava comigo tinha uma cana de
ouro para medir a cidade, as suas portas e o seu muro. E acidade estava situada
em quadrado; e o seu comprimento era tanto como a sua largura. E mediu a cidade
com a cana até doze mil estádios; e o seu cumprimento, largura e altura eram
iguais. E mediu o seu muro, de cento e quarenta e quatro côvados, conforme a
medida de homem, que é a de um anjo.
Essas
medidas são múltiplas de 12, o número do povo de Deus.
A altura, a
largura e o comprimento são iguais: doze mil estádios,ou seja, aproximadamente
2.240 km. Uma dimensão equivalente à distância entre Jerusalém e Roma. Nosso
novo lar será perfeito, na cidade cujo artífice e construtor é o próprio
Deus(Hebreus 11.10).
Este lugar
foi preparado para abrigar todo o povo de Deus por toda a eternidade.
Calcula-se que, se apenas 25%desse espaço fosse usado para habitações,
acomodaria confortavelmente vinte bilhões de pessoas. Há, portanto, nessa
cidade maravilhosa, lugar para todo aquele que crer em Cristo.
Versículos 18 a 26: E a fábrica do seu muro era de jaspe, e
acidade, de ouro puro, semelhante a vidro puro. E os fundamentos do muro da
cidade estavam adornados de toda pedra preciosa. O primeiro fundamento era
jaspe ; o segundo, safira; o terceiro,calcedônia; o quarto, esmeralda; o
quinto, sardônica; o sexto,sárdio; o sétimo, crisólito; o oitavo, berilo; o
nono, topázio; odécimo, crisópraso; o undécimo, jacinto ; o duodécimo,
ametista.
E as doze
portas eram doze pérolas: cada uma das portas era uma pérola: e a praça da cidade,
de ouro puro, como vidro transparente. E nela não vi templo, porque o seu
templo é o Senhor, Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro. E a cidade não necessita
de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus atem
alumiado e o Cordeiro é a sua lâmpada. E as nações andaram a sua luz e os reis da terra trarão para ela
a sua glória e honra. E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá
noite. E a ela trarão a glória e honra das nações.
O ouro
mencionado no versículo 18 é de qualidade celestial.
Será um ouro
transparente, presumivelmente de uma qualidade desconhecida na terra. Será um
ouro celestial, de origem divina.
O ouro é o
emblema da natureza divina (Jó 22.25).
O templo era
o principal lugar da adoração. Nenhum templo será necessário na Nova Jerusalém,
porque Deus mesmo estará presente em toda a parte. Ele será adorado em toda a
cidade e nada nos impedirá de estar com Ele. A existência do sol e da lua será
coisa do passado (v. 23).
Aqui vemos
também que no reino milenar, as nações andarão sob a luz da Nova Jerusalém e a
ela trarão a sua glória (vv. 24 e26. Conforme Isaías 60.1-3). Na era presente,
a honra e a glória que pertencem a Deus têm sido dedicadas a outras criaturas
(conforme Isaías 42.8; 48.11 e Romanos 1.19). Porém, na cidade do Senhor,
somente Deus e o Cordeiro receberão honras e glórias.
Nos
versículos 24 e 26, encontramos os termos “nações e reis da terra”. Uma vez que
este capítulo trata da eternidade e não do reino milenial, somos de parecer que
ambos os termos referem se ao povo de Deus, do grego laoi, e não da palavra
laos, que refere-se às nações em sentido geral (conforme v.3; 22.2; 1 Pedro
2.9,10 e Tito 2.14).
Durante o
reino milenar, a Nova Jerusalém estará suspensa no espaço (Apocalipse 22.24). No
entanto, quando houver “novos céus e nova terra”, descerá para a terra e será a
morada dos salvos eternamente. O que aqui afirmamos é possível, pois Deus suspende
a terra sobre o nada (conforme Jó 26.7). Grande é o seu poder!
Versículo 27: (...) E não entrará nela coisa alguma que contamine e cometa
abominação e mentira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do
Cordeiro.
A forma de
admissão na Nova Jerusalém é ter o nome escrito no livro da vida do Cordeiro.
Confie nele hoje, para assegurar a sua cidadania nessa nova criação.
É também
digno de nota que na Nova Jerusalém celeste não poderão sobreviver seres
humanos, mas, só celestiais. As nações convertidas durante o Milênio serão
transformadas quando o céu e a terra passarem (Apocalipse 20.11; 2 Pedro 3.10,
12, 13).
Bibliografia
Apocalipse,
a Revelação Final / Paixão, Waldemar Pereira
NOVOS CÉUS E
NOVA TERRA
Texto Áureo = “Porque eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá
Lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão.” (Is 65.17)
Verdade Prática = Os crentes viverão eternamente com Jesus
Cristo na cidade santa, a Nova
Jerusalém.
Leitura
Bíblica = Apocalipse 21: 1-5, 24-27
INTRODUÇÃO
Os discípulos perguntaram a Jesus: “que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mt
24.3). Como já vimos, ha muitos sinais indicadores da Segunda Vinda, os quais
evidenciam que o “começo do fim” esta próximo. Contudo, depois de todos os
acontecimentos ja mencionados, chegara de fato o fim do mundo (2 Pe 3.7,10-12),
que ensejara um novo inicio, o começo do “dia da eternidade” (Lc 20.35; 2 Pe
3.18; Ap 21-22).
Apos o Juízo Final, o
Universo dará lugar a um novo Céu e uma nova Terra (2 Pe 3.13; Mt 5.5), na qual
haverá uma Santa Cidade (Ap 21.1,2). Joao viu que a Nova Jerusalém “descia do
céu, adereçada como uma esposa para o seu marido”.
Ouvir-se-á, então, uma grande
voz, dizendo: “Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles
habitara, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu
Deus” (v.3).
Não haverá mais tristeza, pranto, dor e clamor. O Senhor limpara dos olhos
toda lagrima (Ap 21.4). Alguns tem perguntado: “Quer dizer então que no Céu
ainda haverá lagrimas?” Na verdade, a referencia ao enxugamento das lagrimas
denota que, no estado glorioso em que os salvos se encontrarem, não experimentarão
nenhuma tristeza ou dor. Afinal, tudo isso decorre do pecado, que já estará
definitivamente superado (Rm 5.12; Is 35.10; 65.19).
Por que gememos tanto hoje,
como esta escrito em Romanos 8.23 e 2 Coríntios 5.2? Porque ainda estamos numa
vida de sofrimento, dor, injustiças... Mas, na eternidade, só teremos motivo
para louvar a Deus e ao Cordeiro, pois as primeiras coisas já terão passado, e
o Senhor dirá: “Eis que faço novas todas as coisas” (v.5).
Não haverá mais morte.
Esta já terá sido definitivamente aniquilada (Ap 20.14;
21.4). Apesar de a morte ser descrita como o ultimo inimigo (I Co 15.26), e,
figuradamente, como um agente (I Co 15.55; Ap 20.14), não devemos acreditar que
ela seja uma pessoa ou um espírito superior ao próprio Satanás.
O termo “morte” tem vários
sentidos, de acordo com o contexto em que e empregado, mas relaciona-se a um
estado de separação:
1) A morte como cessação da
vida, isto e, morte física (Hb 2.14), que implica a separação entre o corpo
(parte física) do “homem espiritual” (espírito+alma).
2) A morte como ausência de
comunhão com o Senhor; separação temporária de Deus, por causa do pecado (Rm
6.23).
3) A morte como separação
eterna, definitiva, do Criador em razão da permanência no pecado (Ap 21.8).
Não haverá mais pecado, pecadores e maldição(Ap 21.17; 22.3). Nada que conta- mine e ninguém que cometa
pecados, como os mencionados em Apocalipse 21.8 e 22.15, entrarão na Santa
Cidade. Somente os purificados pelo sangue do Cordeiro, inscritos no livro da
vida, entrarão nela pelas portas (Ap 22.14). O pecado, e a maldição decorrente
dele (Gn 3.17; G1 3.13), serão, então, extingui- dos, cumprindo-se plenamente o
que esta escrito em João 1.29.
Não haverá mais templo・, Sol\ Lua e noite (Ap 21.22,23; 22.5). O Templo da Cidade será o Deus
Todo-Poderoso e o Cordeiro. Hoje, nos somos o templo de Deus (I Co 3,16; 6.19).
Na eternidade, Ele será o
nosso Templo! A existência de algum astro não fará sentido. O Universo de hoje
não mais existira. A gloria de Deus, pois, iluminara a Santa Cidade, e o
Cordeiro será a sua lâmpada. Apesar de não haver mais os luminares conhecidos
hoje, não haverá noite; o Senhor Deus nos alumiara, e reinaremos com Ele para
todo o sempre.
Haverá grande alegria, pureza e santidade (Ap 21.2,11). Não haverá morte, pranto, dor, lagrimas, mas uma grande
alegria, infinitamente superior a tudo o que já sentimos nesta vida, se fará
presente. Imaginemos qual será o sentimento de todos nos, ao vermos o rosto de
Deus e do Cordeiro (Ap 22.4).
A Santa Cidade, toda de
ouro, semelhante a vidro puro (v. 18), e descrita como uma esposa ataviada para
o seu marido, a “santa Jerusalém” (v. 10). A Cidade será toda iluminada com uma
luz “semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o
cristal resplandecente”.
Haverá um grande e alto
muro com doze portas (Ap 21.12). Um anjo estará
em cada porta, e os nomes das doze tribos de Israel, escritos sobre elas. As
portas serão perolas (vv. 13,21); sob elas haverá doze fundamentos de pedras
preciosas para o muro, nos quais estarão os nomes dos doze apóstolos do
Cordeiro (vv. 14,19,20). Elas não se fecharão, para que os reis das nações da
Terra tragam a Cidade gloria e honra (vv.24-26).
O rio e a arvore da vida (Ap 22.1,2,14,19). Na
Cidade, haverá uma praça de ouro puro, como vidro resplandecente (Ap 21.21), e
um rio puro da água da vida (Ap 22.1). Será claro como cristal e procedera do
trono de Deus e do Cordeiro. Quem recebe a Cristo hoje bebe aqui,
espiritualmente, da água da vida (Ap 22.17; Jo 4.10-15), mas haverá de beber
também ali: “A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da
vida” (Ap 21.6). No meio da praça estará a arvore da vida, que produzira doze
frutos em cada mês. As suas folhas serão para a saúde das nações.
Para sempre serviremos
ao Senhor (Ap 22.3). Toda a descrição que fizemos
acima só será plenamente compreendida quando estivermos no estado em apreço (Rm
8.18; I Pe 5.1). Alguns pensam que no Céu, na eternidade com Cristo, na Santa
Cidade, não haverá trabalho. Esquecem-se de que Deus, sendo perfeito em tudo,
trabalha (Jo 5.17; Is 64.4).
Aqueles que tiverem sido
servos do Senhor aqui hão de continuar a servi-lo ali: “os seus servos o
servirão”. Deus será tudo em todos (I Co 15.28). Gloria a Trindade para sempre!
Estejamos preparados para o glorioso Dia do Arrebatamento da Igreja, pois
“assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com
estas palavras” (I Ts 4.17,18).
Teologia
Sistemática Pentecostal 2º. Edição CPAD 2008
A NOVA
JERUSALÉM, 21.1—22.21
1. Um Novo Céu e uma Nova Terra (21.1-8)
Uma mudança
surpreendente de tópico ocorre nesse momento. Começando com a abertura dos sete
selos (cap. 6), vimos quase que exclusivamente apenas desordem e tribulação, julgamento
e morte. Agora, um novo e eterno estado é apresentado; o velho passou para
sempre.
a) As coisas antigas já passaram (21.1-4). João viu um
novo céu e uma nova terra (1). Já lemos que “fugiu a terra e o céu, e não se
achou lugar para eles” (20.11). Isso é reiterado aqui: Porque já o primeiro céu
e a primeira terra passaram. Céu aqui não significa o lugar eterno de Deus, mas
o espaço astronômico que o homem está agora preocupado em explorar com
telescópios e naves espaciais.
O conceito
de um novo céu e uma nova terra é encontrado no Antigo Testamento.
Isaías
profetizou em nome do Senhor: “Porque eis que eu crio céus novos e nova terra;
e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão” (Is 65.17).
Pedro também faz referência a isso (2 Pe 3.13).
A palavra
para novo não é neos, que descreve algo “que veio a existir recentemente”, mas
kainos, que ressalta “qualidade, o novo, como contrastando com o que é
desfigurado pelo tempo”. Tudo precisava ser completamente novo. Pode parecer
estranho o acréscimo da seguinte frase: e o mar já não existe. Mas para os
antigos, sem bússolas ou outros instrumentos modernos de navegação, o oceano
causava grande terror. Para muitos, o mar era um lugar de morte (cf. 20.13).
Especialmente para João ele significava separação de casa e dos seus
companheiros cristãos da Asia Menor. Na nova ordem, não haverá nem morte nem
separação.
O relato
continua: E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia
do céu, adereçada como iima esposa ataviada para o seu marido (2). A nova
Jerusalém toma o lugar da antiga “Babilônia” (caps. 17—18) como a grande
metrópole. Jerusalém já tinha sido mencionada como uma cidade “que desce do
céu, do meu Deus” (3.12).
Para o povo
antigo do Oriente, não havia nada mais bonito do que uma esposa ataviada para o
seu marido. Anteriormente, João tinha escrito que a esposa do Cordeiro havia se
aprontado (19.7).
Agora, ele
vai vê-la em toda a sua glória. A descrição das suas vestes ornamentais já
começa em 19.8. Uma das características do livro de Apocalipse é a menção por
antecipação daquilo que mais tarde é descrito em detalhes.
João ouviu
um anúncio importante: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com
eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o
seu Deus (3). Esse é um claro paralelo com Levítico 26. 11,12; Jeremias 31.33;
Ezequiel 37.27; Zacarias 8.8. Há, no entanto, uma mudança significativa. Na
Septuaginta, em cada uma dessas passagens do Antigo Testamento encontramos a
palavra laos, “povo”. Mas aqui em Apocalipse, o povo é chamado de laoi
(plural). O povo de Deus não era formado apenas por Israel, mas pelos povos
redimidos de todas as nações.
Tabernáculo
é skene. Habitará é skenosei — literalmente, “habitará no tabernáculo”. No
deserto, o Tabernáculo sempre era montado no centro do acampamento de Israel. A
Shekinah no Santo dos Santos do Tabernáculo era o símbolo da presença de Deus
no meio do seu povo. Agora Cristo é o “verdadeiro tabernáculo” (Hb 8.2), ou o
“maior e mais perfeito tabernáculo” (Hb 9.11).
Ele é
Emanuel, “Deus conosco” (Mt 1.23). A figura que João vê aqui é a obra completa
da redenção comprada por Cristo por um preço tão elevado, O propósito final
disso tudo era que homens redimidos pudessem viver para sempre na presença do
seu Criador.
Ele é “o Deus de toda consolação” (2 Co 1.3). Assim é
dito nessa passagem: E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá
mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são
passadas (4). Muitas vezes tem sido ressaltado que muitas coisas que têm o seu
início nos três primeiros capítulos de Gênesis têm o seu fim nos últimos dois
capítulos de Apocalipse. Um exercício muito produtivo é fazer uma lista de
todas as coisas que não haverá mais, e então ver quantas dessas coisas podem
ser encontradas em Gênesis 1—3.
b) Todas as coisas novas (21.5-8). A
declaração veio daquele que estava assentado sobre o trono: Eis que faço novas
todas as coisas (5). Swete observa: “O Narrador é agora, provavelmente pela
primeira vez em Apocalipse, o próprio Deus”.213 Ele já tinha dito por
intermédio de Isaías: “Eis que farei uma coisa nova” (Is 43.19). Mas isso se
aplicava somente à nação, agora inclui todo o universo.
João recebe
a ordem para escrever: porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. Isso é
repetido em 22.6. Essa frase é parecida com o que João escreve no seu
Evangelho: “Na verdade, na verdade”. Está cumprido (6) é literalmente: “Elas se
cumpriram”. A mesma expressão ocorre em 16.17, mas lá o verbo está no singular,
“Está cumprido”. Pelo que tudo indica aqui o sujeito é “todas as coisas” feitas
novas. Nos dois casos, a ênfase está nas profecias cumpridas.
O Alfa e o
Omega é repetição de 1.8 (veja comentários lá). O significado disso é expresso
como: o Princípio e o Fim (telos, alvo). Deus é o Criador e o Alvo da vida.
Paulo expressou a mesma idéia em Romanos 11.36: “Porque dele, e por ele, e para
ele são todas as coisas”. Uma promessa maravilhosa é oferecida: A quem quer que
tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. Swete observa: “A
Fonte e o Fim de toda vida é o generoso Doador da vida em sua mais completa
perfeição”. Quando Deus dá — e Ele está sempre dando — Ele o faz generosa e gratuitamente.
Quem vencer (7) nos lembra da promessa feita ao vencedor em
cada uma das cartas às sete igrejas (2.7, 11, 17, 26; 3.5, 12, 21). Aqui a
promessa inclui todas as outras: herdará todas as coisas. O melhor texto grego
traz: “essas coisas”; isto é, as coisas da nova criação que João tem
considerado. Todas as bênçãos do novo céu e da nova terra pertencem ao que
vence. A salvação inicial não é suficiente. Aquele que perseverar até o fim
será salvo e desfrutará das bênçãos eternas que a salvação traz (Mt 10.22).
O verbo
herdará ocorre somente aqui em Apocalipse. Dalman insiste que uma tradução
melhor é “tomará posse de”, e observa que “possuir o próprio eu da era futura”
era uma expressão judaica popular. 215 Mas a ênfase de Paulo de que o cristão,
como filho, é um “herdeiro de Deus” (Rm 8.17; 014.7), favorece a tradução
costumeira aqui. Porque a voz continua: e eu serei seu Deus, e ele será meu
filho,
Segue então
uma lista considerável daqueles que terão a sua parte [...] no lago que arde
com fogo e enxofre, o que é a segunda morte (8; cf. 20.14). Devemos destacar
que a lista é encabeçada pelos tímidos. A palavra grega (deiloi) significa
(covardes). Swete diz que eles são “membros da Igreja que, como soldados que
voltam as suas costas para o inimigo, fracassam diante da prova [...] os
covardes [.. .] no exército de Cristo”. O segundo da lista são os incrédulos,
que também podem ser interpretados como os “infiéis”. Esses dois estão
arrolados com os mais vis pecadores — uma advertência muito séria.
2. A Nova Jerusalém (21.9—22.5)
A descrição
da nova Jerusalém estende-se pelo restante desse capítulo até o início do
seguinte. Ela é um quadro pintado com cores vivas e tem despertado a imaginação
de muitos.
a) A noiva gloriosa (21.9-14). E veio um dos sete anjos que
tinham as sete taças cheias [...] e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei
(9). Tudo isso é repetição textual (no grego) de 17.1. Lá era a grande
prostituta que o anjo mostrou a João; aqui é a noiva pura do Cordeiro. A
semelhança da fórmula introdutória somente serve para ressaltar o contraste
impressionante entre as duas visões.
João foi
levado em espírito (cf. 1.10; 4.2; 17.3), — não no corpo — a um grande e alto
monte (10); isto é: ele foi elevado em espírito para que pudesse observar em
detalhes essa visão maravilhosa. Lá ele viu a grande cidade, a santa Jerusalém,
que de Deus descia do céu (cf. v. 2). O fato de essa Jerusalém ser identificada
como a esposa (noiva), a mulher do Cordeiro (9), não nos deixa interpretá-la
literalmente. O que segue é uma representação simbólica da beleza e glória da
noiva de Cristo refletida na imagem do seu lar — a cidade eterna de Deus.
A esposa
(noiva) é descrita como tendo a glória de Deus (11). Isso nos lembra as
palavras de Paulo em Efésios 5.27: “para a apresentar a si mesmo igreja
gloriosa”. Assim será a noiva de Cristo nas bodas do Cordeiro (cf. 19.7, 9). A
glória de Deus é sua presença Shekinah no meio do seu povo. Toda verdadeira
glória que temos é derivada dele.
Agora é
feita uma tentativa de descrever, em termos materiais, algo da beleza
espiritual da noiva. João diz que a sua luz era semelhante a uma pedra
preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente.
A combinação
das duas últimas frases tem causado alguma dificuldade aos comentaristas porque
a pedra de jaspe moderna não é transparente. Simcox escreve: “Embora a pedra de
jaspe seja a mesma palavra no hebraico, grego, latim e outras línguas modernas,
parece que ela mudou sua aparência. A mais preciosa pedra de jaspe era uma calcedônia
verde escura bastante transparente. Nossa pedra de jaspe fosca, a vermelha
pura, a verde e negra pura, eram todas usadas na gravação”. Tudo que podemos
dizer é que essa pedra de jaspe era de grande valor e brilhante.
A cidade
tinha um grande e alto muro com doze portas (12), guardadas por doze anjos, e
nomes escritos sobre elas (i.e., nas portas), que são os nomes das doze tribos
de Israel. Havia três portas (13) em cada um dos quatro lados da cidade.
Grande parte
dessa descrição é bastante parecida com o que lemos em Ezequiel acerca da nova
Jerusalém (Ez 48.31-34). Em relação às doze tribos, Swete diz: “O objetivo do
vidente em relação às tribos é simplesmente defender a continuidade entre a
Igreja cristã e a Igreja do AT”.
O muro da
cidade tinha doze fundamentos e, neles, os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro
(14). Jesus disse aos seus apóstolos: “também vos assentareis sobre doze
tronos, para julgar as doze tribos de Israel” (Mt 19.28). Paulo escreveu que a
Igreja é edificada “sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas” (Ef 2.20).
O simbolismo das doze tribos de Israel (12) e dos doze apóstolos do Cordeiro
(14) aponta para a nova Jerusalém
b) As dimensões da cidade (21.15-21). O homem que
falou com João tinha uma cana (vara) de ouro para medir a cidade, e as suas
portas, e o seu muro (15). A cidade estava situada em quadrado; na verdade, o
seu comprimento, largura e altura eram iguais (16). Essa cidade estava no
formato de um cubo perfeito, como era o Santo dos Santos no antigo Tabernáculo.
Isso talvez sugira a perfeição e santidade da Igreja. A medida era de doze mil
estádios (stadia), que equivale a aproximadamente 2.260 km. Alguns acreditam
que esse número representa a circunferência da cidade. Mas a maneira mais
natural seria aplicar esse número a cada medição.
O muro media
cento e quarenta e quatro côvados, conforme a medida de homem, que é a de um
anjo (17; “segundo a medida humana que o anjo estava usando”, NVI). Um côvado
representava meio braço, cerca de 45 centímetros. Assim, essa medida seria de
cerca de 65 metros. Uma vez que a altura da cidade já foi apresentada, é
possível que essa medida se refira à espessura do muro. De acordo com o
historiador grego Heródoto (i. 178), a antiga cidade da Babilônia tinha muros
de 90 metros de altura e 23 metros de espessura.
E a fábrica
do seu muro era de jaspe (18). O grego para fábrica é uma palavra rara,
endomesis, encontrada somente aqui (no NT). Uma vez que o verbo endomeo
significa “construir para dentro”, parece que o sentido aqui é que o muro tinha
jaspe “embutida” nele. Lenski traduz essa frase da seguinte forma: “A
introdução do jaspe tornou o muro mais brilhante como uma pulseira adornada com
diamantes”.
Também lemos
que a cidade era de ouro puro, semelhante a vidro puro — “i.e., ouro que
resplandecia com um brilho semelhante a um vidro altamente polido”. João pode ter pensado na abóbada de ouro do
Templo, como a havia visto brilhando à luz do sol. Josefo escreveu: “A parte
exterior na fachada do templo [...] era toda coberta com lâminas de ouro de
grande valor, e, ao nascer do sol, refletia um brilho impressionante”.
Em seguida,
temos uma descrição dos fundamentos do muro da cidade (19). Eles estavam
adornados (cosmeo, de onde vem a palavra “cosmético”) de toda pedra preciosa.
Segue então uma lista das doze pedras que descreviam os doze fundamentos (v-v.
19-20). Oito dessas pedras constavam entre as doze pedras do peitoral do sumo
sacerdote que ministrava no Tabernáculo (Ex 28.17-20).
R. II.
Charles ressalta o fato de essas doze pedras no livro de Apocalipse serem
exatamente as mesmas que eram encontradas nos monumentos egípcios e árabes e
que estão conectadas aos doze sinais do zodíaco — mas em ordem reversa.
Ele sugere
que João entende que “a Cidade Santa que ele descreve não tem nada que ver com
as especulações pagãs da sua época e de épocas passadas referentes à cidade dos
deuses”. Isto é, a nova Jerusalém é a verdadeira Cidade de Deus.
Um outro
aspecto impressionante da cidade era que suas doze portas eram doze pérolas:
cada uma das portas era uma pérola (21). Assim, o escritor busca descrever, em
linguagem humana, a beleza magnífica da Igreja glorificada. A praça (lit.:
caminho largo) da cidade também era de ouro puro, como vidro transparente. João
está estendendo a capacidade da linguagem finita para descrever o
indescritível. Mas ele não se delonga com esse pensamento; ele então descreve a
maravilha da contínua presença de Deus na cidade. Demorar-se demais na idéia de
caminhar em ruas de ouro na vida futura é malograr a verdadeira glória de viver
na presença de Deus. Essa atitude mostra uma mente materialista, não
espiritual.
c) A luz da cidade (21.22-27). João não viu um templo (22) na
nova Jerusalém. Ela não precisa, porque o seu templo é o Senhor, Deus Todo-Poderoso,
e o Cordeiro. O Templo era um lugar de encontro entre Deus e o homem. Mas na
nova Jerusalém, Deus sempre está presente para aqueles que estão lá, e assim
nenhum templo é necessário. Sua presença eterna torna toda a cidade um
santuário.
Além disso,
a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a
glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada (23). Exceto a
última frase, esse versículo é um reflexo de Isaías 60.19: “Nunca mais te
servirá o sol para luz do dia, nem com o seu resplendor a lua te alumiará; mas
o SENHOR será a tua luz perpétua, e o teu Deus, a tua glória”. No Novo
Testamento, não temos apenas a afirmação “Deus é luz” (1 Jo 1.5), mas também as
próprias palavras de Jesus: “Eu sou a luz do mundo”.
Essa luz brilhante
irradia por toda parte. Lemos: E as nações224 andarão à sua luz (24). Isso se
cumpriu parcialmente ao longo da era cristã, tal como a Igreja tem sido uma luz
para as nações. Infelizmente, na história da Igreja na terra houve algumas
épocas sombrias. O mesmo não se pode dizer da Igreja glorificada, a nova
Jerusalém. Lá tudo é luz. E os reis da terra trarão para ela a sua glória e
honra. O versículo 26 é praticamente uma repetição do versículo 24b. Essa
predição foi parcial- mente cumprida na era da Igreja.
As portas
dessa cidade não se fecharão de dia (25; cf. Is 60.11). Uma vez que ali não
haverá noite, isso significa que as portas da nova Jerusalém sempre estarão
abertas. Da mesma forma, as portas do Reino estão totalmente abertas hoje para
aqueles que querem entrar por elas.
Mas, embora
as portas estejam sempre abertas, não entrará nela coisa alguma que contamine e
cometa abominação e mentira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do
Cordeiro (27). Na Septuaginta, as palavras gregas para abominação e mentira são
usadas para ídolos. Não haverá idolatria, material ou imaterial, no céu.
Somente Deus será amado e adorado. Somente aqueles cujos nomes estão no livro
da vida podem entrar na nova Jerusalém.
d) O rio da vida (22.1-5). João viu o rio puro225 da água da vida,
claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro (1). A figura é
tirada de Ezequiel 47.1- 12. Ali as águas corriam do Templo. Aqui elas vêm do
trono.
De uma e da
outra banda do rio, estava a árvore da vida (2). Na visão de Ezequiel, “à
margem do ribeiro havia uma grande abundância de árvores, de uma e de outra
banda” (Ez 47.7). Mas aqui é a árvore da vida. Essa frase nos leva de volta ao
jardim do Eden (Gn 2.9). Ali o ser humano pecou e foi expulso do paraíso, para
que não tivesse mais acesso à árvore da vida (Gn 3.24). Mas na nova Jerusalém,
os redimidos a encontram crescendo em abundância.
Essa árvore
produzia doze frutos, dando seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são
para a saúde das nações. Ezequiel escreveu acerca de toda sorte de árvore à
beira do rio que “nos seus meses produzirá novos frutos [...] e a sua folha, de
remédio” (Ez 47.12).
Na nova
Jerusalém nunca mais haverá maldição (3). A palavra grega não é a habitual
anathema, encontrada diversas vezes no Novo Testamento, mas katathema, que
ocorre somente aqui. Behm diz que essa é “provavelmente uma forma mais severa
de anathema”. Ela significa uma “coisa amaldiçoada”. Glasson diz: “Esse aspecto
talvez lembre Gênesis 3.17-18. Depois da Queda [...] uma maldição foi imposta;
espinhos e cardos começaram a crescer [...] Agora a maldição é afastada. Assim,
os últimos capítulos da Bíblia equilibram os primeiros, e o Paraíso Perdido dá
lugar ao Paraíso Recuperado”.
Nenhuma
coisa má pode entrar na nova Jerusalém, porque o trono de Deus e do Cordeiro
está ali. E os seus servos o servirão (ou adorarão) sugere que a vida futura
não será um tempo de ócio ou inatividade (cf. 7.15). Além do mais, eles verão o
seu rosto em perfeita comunhão; e na sua testa estará o seu nome (4). Esse é um
sinal de completa consagração a Deus e absoluto domínio da sua parte.
Novamente
(cf. 21.25) lemos que ali não haverá mais noite (5). Conseqüentemente, não
necessitarão de lâmpada, nem mesmo da luz do sol (cf. 21.23); porque o Senhor
Deus os alumia — toda luz que temos vem dele — e reinarão para todo o sempre.
Isso não é apenas para os mil anos do Reino do milênio (20.5). Ao passarmos
para o capítulo 21, mudamos do tempo finito para a eternidade. Aqui todas as
coisas duram para sempre.
3. Epílogo (22.6-21)
Essa seção
final nos traz as últimas palavras do anjo (vv. 6-11), de Jesus (v 12-16), do
Espírito e da noiva (v. 17) e de João (vv. 18,19); a última promessa e oração
(v. 20) e a última bênção (v. 21).
a) As últimas palavras do anjo (22.6-11). Antes de
sair de cena, o anjo dá o seu endosso acerca do que tinha mostrado e contado a
João: Estas palavras são fiéis e verdadeiras (6). Isso repete o que lemos em
21.5. Estas palavras provavelmente referem-se a todo livro de Apocalipse. Elas
são fiéis e verdadeiras porque o Senhor, o Deus dos santos profetas, enviou o
seu anjo, para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer.
A última parte dessa afirmação é tomada literalmente (no grego) de 1.1. O
epílogo rememora o prólogo.
Eis que
presto venho é a palavra de Cristo por intermédio do anjo. Uma bênção especial
é pronunciada sobre aquele que guarda as palavras da profecia deste livro (cf.
1.3). Swete entende que deste livro “aponta para o rolo quase concluído no joelho
do vidente; ao longo do livro de Apocalipse ele se apresentou como aquele que
escreve as suas impressões na época (cf. 10.4) [..J e a sua tarefa agora quase
chegou ao fim”.
João não só
viu, mas ouviu estas coisas (8). Ele estava tão dominado pela visão da nova
Jerusalém que novamente caiu aos pés do anjo para o adorar, talvez pensando que
fosse Cristo (cf. 19.10). Mas, como antes, ele foi admoestado a não fazê-lo (v.
9).
Então o anjo
ordenou-lhe: Não seles (não ocultes ou detenhas) as palavras da profecia deste
livro, porque próximo está o tempo (10). Uma ordem exatamente oposta foi dada a
Daniel. Foi-lhe dito: “tu, porém, cerra a visão, porque só daqui a muitos dias
se cumprirá” (Dn 8.26).
Mas aqui o
caso é diferente: porque próximo está o tempo. Uma exegese honesta parece
requerer uma interpretação que permita uma aplicação ao período da Igreja
Primitiva. E por isso que este comentário entende que a predição em Apocalipse
4—20 teve um cumprimento parcial no tempo do Império Romano, que tem tido um
cumprimento contínuo ao longo da era da Igreja e que terá um cumprimento
completo no futuro. Esse é o único ponto de vista que parece fazer justiça a
todos os fatores envolvidos.
O período da
provação acabou. Assim a voz diz: Quem é injusto (lit., aquele que erra) faça
injustiça ainda; e quem está sujo suje-se ainda; e quem é justo faça justiça
ainda; e quem é santo seja santificado ainda (11).
Notamos que
essas frases são equilibradas, o justo contra o injusto e o santo e o sujo.
Cada um dos quatro verbos que começa com quem está no imperativo aoristo. Isso
indica um caráter permanente (estabelecido), em vez de um processo contínuo.
Swete apresenta uma boa interpretação desse versículo.
Ele diz:
“Não é apenas verdade que as dificuldades nos últimos dias tenderão a
estabelecer o caráter de cada indivíduo de acordo com os hábitos que ele já
formou, mas haverá um tempo quando será impossível mudar — quando não haverá
mais oportunidade para arrependimento por um lado ou para apostasia do outro”.
b) As últimas palavras de Jesus (22.12-16). E eis que
cedo venho (12; cf. v. 7). A essa promessa da sua vinda, Cristo acrescenta: e o
meu galardão (misthos, recompensa ou salário) está comigo para dar a cada um
segundo a sua obra. Cada pessoa receberá uma recompensa de acordo com o que
fez.
O versículo
13 é uma combinação das palavras encontradas em 21.6 e 1.17; também 2.8. A
mesma honra que é conferida a Deus é reivindicada por Cristo (veja os
comentários em 1.17). Em várias versões bíblicas, os versículos 14 e 15 não
estão entre aspas indicando ser palavras de Jesus. Mas elas são incluídas por
Phillips. Por conveniência, nós as colocamos dessa maneira em nosso esboço.
Essas
palavras declaram uma bênção para aqueles que cumprem os seus mandamentos (v.
14, de acordo com a KJV) — o melhor texto grego diz: que lavam as suas
vestiduras — porque dessa forma terão direito à árvore da vida e poderão entrar
na cidade pelas portas.
Do lado de fora ficarão os cães (15. Esse é um
termo usado para pessoas impuras, tanto no Antigo (Sl 22.16) quanto no Novo
Testamento (Mt 7.6; Mc 7.27). Swete diz que nesse caso, cães significam
“aqueles que foram pervertidos por vícios repugnantes que corrompiam a
sociedade pagã”. O século XX tem visto uma recorrência alarmante do tipo de
viver pagão que caracterizava o primeiro século, de tal forma que essas
palavras recebem novo sentido.
Junto com os feiticeiros, e os que se prostituem (gr.,
fornicadores), e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a
mentira
— que é melhor traduzido por “pratica a mentira” (NASB, cf. NVI). Isso mostra a
seriedade do engano aos olhos de Deus. Obviamente é Cristo que fala agora, ao
dizer: Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas
igrejas (16). Ao longo do livro, desde o capítulo 3, são os anjos que
pronunciaram quase todas as falas. Agora Jesus coloca seu endosso pessoal nas
palavras que eles pronunciaram. Foi Ele que os enviou com as mensagens e visões
para as igrejas — primeiro, para as sete igrejas da Asia, e agora para todas as
igrejas em toda parte.
Jesus
declara em seguida: Eu sou a Raiz (cf. 5.5) e a Geração de Davi — a Raiz e o
Rebento (Renovo) da família de Davi —, a resplandecente Estrela da manhã. Essa
é uma figura bonita e um aspecto familiar para aqueles que levantam antes do
amanhecer e observam esse anunciador impressionante de um novo dia. Cristo é a
Estrela do Alvorecer, o que James Stewart chamou em uma assembléia em Edimburgo
de “a Estrela Escatológica”. Para cada cristão, Cristo é a Promessa de um novo
dia. Swete escreve: “A Estrela da manhã da Igreja brilha hoje com a mesma
intensidade que nos dias de João; Ela não cai ou se põe”.
c) As últimas palavras do Espírito e da esposa (22.17). E o
Espírito e a esposa dizem: Vem. A maioria dos comentaristas toma isso como o
Espírito profético na Igreja reagindo à promessa (v. 12) com um clamor: Vem.
Todos os que ouvem devem se unir a esse chamado para a sua vinda. Fausset
escreve: “Vem’ é a oração do Espírito na Igreja e nos crentes, em resposta ao
chamado de Cristo: ‘Eis que cedo venho’, clamando: Mesmo assim, ‘Vem’ (vv. 7,
12); o versículo 20 confirma isso”. Por causa da referência no versículo
anterior à “estrela da manhã”, provavelmente essa é a interpretação que deveria
ser adotada.
Isso requer
uma transição abrupta no meio do versículo. Porque o convite: E quem tem sede
venha, é claramente uni convite evangelístico para vir a Cristo. Isso fica
ainda mais evidente na frase seguinte: e quem quiser tome de graça da água da
vida. Somente ao fazermos isso estamos prontos para a vinda de Cristo.
d) As últimas palavras de João (22.18-19). Swete diz o
seguinte acerca desses dois versículos: “Certamente é Jesus quem continua
falando, e não João, como muitos comentaristas têm presumido”. Mas Plummer
escreve: “Aqui está o apêndice solene ou o selo da veracidade do livro,
semelhante às palavras introdutórias em 1.1-3. Esse é o cumprimento do dever
designado a São João em 1.1, não um anúncio do próprio Senhor (cf. as palavras
em 1.3). Pelo que tudo indica, a última idéia é a preferível.
De qualquer
forma, uma advertência séria é anunciada aqui contra todo aquele que ousar
adulterar o ensinamento desse livro. Ninguém deve acrescentar ou tirar
quaisquer palavras dele, sob pena de sofrer castigo muito sério. Essas
palavras, é claro, se aplicam ao escrito original como divinamente inspirado.
Essa regra
de procedimento não limita o trabalho paciente de estudiosos da Bíblia na
composição dos manuscritos existentes e no estudo de palavra por palavra, para
chegar ao texto mais correto possível. Essa ordem proíbe uma atitude que
despreza a autoridade da Palavra de Deus e acrescenta ou tira quaisquer
palavras do seu ensinamento.
e) A última promessa e oração (22.20). Aquele que
testifica estas coisas é Jesus (cf. v. 16). Ele diz: Certamente, cedo venho — a
última promessa da Bíblia. A última oração é: Amém. Vem, Senhor Jesus. Em
nossos dias, essa deveria ser cada vez mais a nossa oração.
f) A última bênção (22.21). Ela é breve, mas adequada: A graça de nosso
Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Isso é suficiente para toda alma
confiante.
Elaboração
pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Comentário
Bíblico Beacon
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