AS CONSEQUÊNCIAS DAS ESCOLHAS
PRECIPITADAS
AS CONSEQUÊNCIAS DAS ESCOLHAS
PRECIPITADAS
TEXTO
ÁUREO = "O longânimo é grande em entendimento, mas o de
ânimo precipitado exalta a loucura."
(Pv 14.29)
VERDADE
PRÁTICA = Não sejamos precipitados em nossas escolhas, pois a
precipitação gera crises e erros irreparáveis.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE= Gênesis
13. 7-18
INTRODUÇÃO
A vida de Abraão foi
marcada por uma série de altos e baixos. Ele era um homem de verdadeira fé, e
como todos os santos, ele passou por períodos de declínio espiritual. Após a
sua queda no capítulo 12, ele estava brilhando novamente para Deus no capítulo
13 de Gênesis.
A
restauração de Abraão - versículos 1-4.
Embora Abraão tenha
falhado com Deus no Egito, o Senhor não o abandonou [Salmo 37:23-24]. Através
do castigo ele foi restaurado novamente para Deus [Hebreus 12:6-11]. Embora a
fé das pessoas regeneradas possa falhar de vez em quando, ela nunca é vencida
[Hebreus 12:2; Lucas 22:32]. Abraão voltou para Canaã e à comunhão com Deus.
Ele estava confiando em sua própria sabedoria quando ele desceu ao Egito. Cada
passo de descrença o envolveu em maiores dificuldades. Depois de ser castigado
e lembrado da habilidade de Deus em cuidar de Seus filhos, ele retornou ao
lugar onde havia abandonado a Deus, e então começou novamente a ter comunhão
com Ele. A oração de Abraão sem dúvida incluiu uma confissão de seu pecado [I
João 1:7-9].
Um
Problema - versículos 5-7.
Os Cristãos nunca vão
muito longe sem se depararem com problemas. Deus havia enriquecido tanto a
Abraão e a Ló, que se tornou difícil para eles viverem perto um do outro.
Começou a ocorrer um atrito entre seus pastores, que aumentou dia a dia. Não
podemos afirmar, mas imaginamos que em parte este problema veio pela
desobediência inicial de Abraão, que falhou em se separar totalmente de sua
parentela [Gênesis 12:1].
O versículo 7 nos
mostra que os habitantes originais de Canaã estavam presentes lá. Uma
importante lição deveria ser observada aqui. Os Cristãos terão sempre suas
diferenças e desacordos. No entanto devemos lembrar que o mundo e os inimigos
de Deus estão assistindo. O mundo adora ver os Cristãos brigando e desonrando a
Deus. Vamos sempre ser cuidadosos em nosso comportamento quando tratarmos com
outros crentes, de maneira que venhamos a agradar a Deus [I Coríntios 6:1-7
ilustra isto].
Uma
Resposta Espiritual - versículos 8-9.
Abraão verdadeiramente
manifestou um espírito Cristão aqui. Lembrando-se de que ele e Ló eram
“irmãos”, demonstrou que não queria brigar. Ele parecia valorizar seu
relacionamento com o povo de Deus. Em sendo um homem mais velho, ele poderia
ter decidido as coisas a sua maneira, mas rebaixou-se para Ló [I Pedro 5:5; I
Coríntios 6:7]. Em tudo isso ele agiu como um homem de mente espiritual [I
Coríntios 3:1-3].
Perceba que enquanto
nós nunca deveríamos desenvolver uma raiz de amargura contra outro Cristão, às
vezes a separação é a melhor opção. Como ocorreu com Paulo e Barnabé, às vezes
os homens mortais não podem se encarar face a face [Atos 15:36-41]. Entretanto,
o amor Cristão deveria permanecer.
Uma
Decisão Carnal - versículos 10-13.
Ló era um verdadeiro
filho de Deus [II Pedro 2:6-9]. Infelizmente, ele ilustrou a verdade de que os
santos podem fazer decisões carnais e sofrerem grandes perdas.
Note os erros de Ló:
A. Ele se casou com uma
mulher que não temia a Deus e teve graves conseqüências em sua vida como
resultado dessa decisão.
B. Ele tomou decisões
sem primeiro orar [Provérbios 3:5-6]. Diferente de Abraão, a Bíblia não
menciona que ele tivesse muita comunhão com Deus.
C. Suas decisões foram
baseadas somente em fatores mundanos [vers. 10], sem nenhuma preocupação das
implicações espirituais [vers. 13]. Quando sua vida é explanada diante de nós,
vemos que ele estava constantemente ocupado nos negócios deste mundo.
Vejamos
o que Ló perdeu em razão de sua vida espiritual descuidada:
A.
Ele perdeu a paz e a alegria de espírito [II Pedro 2:7-8].
B.
Ele perdeu sua família. Sua mulher e alguns de seus filhos
morreram quando Sodoma foi julgada. Suas outras duas filhas deram muitas
evidências de que não conheciam a Deus.
C.
Ele perdeu na sua influência. Não há evidências de
nenhuma conversão em Sodoma. Até mesmo sua família não levou a sério as suas
advertências espirituais [Gênesis 19:14].
D.
Seus descendentes se tornaram uma maldição para o povo de Deus
[Gênesis 19:36-38].
E.
Ele caiu em pecados grosseiros [Gênesis 19:30-38].
F.
Parece que ele foi corrigido por Deus [Gênesis 14], mas não
tirou proveito disso, o que levou Deus a exercer uma disciplina mais séria de
Gênesis 19.
G.
Em geral podemos dizer, que enquanto a alma de Ló estava salva, sua vida foi
perdida. Consideremos a importância de caminharmos em
obediência com o Nosso Salvador.
Andando
com Deus - versículos 14-18.
Enquanto Ló estava
aprendendo que este mundo não pode dar satisfação, Abraão estava desfrutando da
comunhão com Deus. Vamos meditar seriamente neste contraste. Porventura Abraão
não escolheu a melhor parte? Uma vez mais Deus faz promessas a Abraão. Estas
promessas se referem à Aliança da Palestina. A terra da Palestina foi dada como
uma concessão perpétua a Abraão e sua semente. É fascinante ver Israel hoje de
volta à sua terra.
Alguns têm perguntado
como as promessas de Deus a respeito de uma herança terrena, pode se encaixar
com a passagem de Hebreus 11:8-10. Lembre-se de que Abraão será ressuscitado
para reinar com Cristo aqui na terra [Mateus 8:11]. Um dia o reino de Deus se
manifestará visivelmente na nova e transformada terra. Abraão morreu sem
possuir um acre da terra de Canaã [Atos 7:2-5], no entanto, ele desfrutará
desta herança por toda a eternidade.
Evangelista Isaias
Silva de Jesus
Igreja Evangélica
Assembléia de Deus Ministério Belém Setor I - Em Dourados – MS
Bibliografia
Livro - Um Guia de
Estudo do Livro de Gênesis = Ron Crisp, Pastor
AS CONSEQUÊNCIAS DAS ESCOLHAS
PRECIPITADAS
TEXTO
ÁUREO = "O longânimo é grande em entendimento, mas o de
ânimo precipitado exalta a loucura."
(Pv 14.29)
VERDADE
PRÁTICA = Não sejamos precipitados em nossas escolhas, pois a
precipitação gera crises e erros irreparáveis.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE= Gênesis
13. 7-18
INTRODUÇÃO
1.
A primeira chamada de Abraão. Quando Abraão ainda
morava em Ur, o Deus da glória lhe apareceu e lhe deu uma chamada que
compreendia três diferentes ordens: sai da tua terra", "sai da tua
parentela, e dirige-te à terra que eu te mostrar" (At 7.2,3).
2.
Abraão sai de Ur com sua família. O relato bíblico
sugere que Abraão falou com sua família sobre a ordem que havia recebido de
Deus, e esta mostrou- se disposta a ir à mesma terra que Deus prometera mostrar
a Abraão. Assim, diz a Bíblia: 'Tomou Terá a Abrão seu filho, e a Ló, filho de
Ara, filho de seu filho, e Sarai sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu
com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; e vieram até Harã. e
habitaram ali" (Gn 11.31). Parece que Abraão nem teve oportunidade de
emitir opinião.
3.
Obediência incompleta. Quando Abraão saiu de Ur, seu pai
era o patriarca da família. O resultado desta incompleta obediência à ordem de
Deus foi negativo. Nenhuma das três ordens de Deus havia sido atendida: Abraão
não deixou a sua terra, pois parou em Harã, outra cidade do mesmo país; Abraão
não saiu de sua parentela, pois seu pai era o líder da peregrinação; a promessa
de que Deus lhe mostraria uma terra não foi aproveitada, uma vez que a direção
estava com Terá.
O CUIDADO COM AS ESCOLHAS
1.
A fome, uma grande prova. Uma das maiores provas a que
alguém pode ser submetido é a da falta de alimentos, a falta da subsistência.
Todavia, para aquele que confia no Senhor, ela toma-se uma oportunidade do
crente glorificar a Deus. Veja He 3.17-19. Diz a Bíblia: E havia fome naquela
terra (Gn 12.10). Abraão, iniciante no caminho da fé. não tinha ainda
enfrentado obstáculos e dificuldades na sua caminhada. Não tinha ainda
experiência quanto à maneira de proceder quando as coisas começassem a aparecer
contrárias. E a provação veio para o servo de Deus. Abraão possuía um grande rebanho
que dependia de bons pastos, e a situação era realmente preocupante. Mas que
contradição! Veio a seca e a consequente fome na terra da promessa!
2.
Deus sempre permanece fiel. Desde que iniciara sua caminhada
de acordo com a chamada de Deus, Abraão havia experimentado que o Senhor havia
em tudo cumprido a sua palavra. Deus havia dito: E eu te mostrarei" (Gn
12. l), e assim foi. O percurso de Abraão até aquele momento havia sido o
trilho da direção divina. A seca que castigou aquela terra colocou a fé de
Abraão em prova. Deus havia dito: E abençoar-te-ei" (Gn 12.2). Onde estava
agora a bênção prometida? É importante lembrar que Deus nunca prometeu que a
nossa vida de fé seria livre de provações. Mas prometeu que seria nosso refúgio e fortaleza e socorro bem
presente na angústia' (SI 46.1). “E ainda: 'Invoca-me no dia da angústia; eu te
livrarei, e tu me glorificarás" (SI 50.15).
3.Abraão
desce ao Egito. Abraão havia passado por Betel onde
havia edificado um altar a Deus e invocado seu nome (Gn 12.8). A situação de
fome que passou a castigar a terra de Canaã colocou Abraão numa verdadeira
encruzilhada: continuar a peregrinar na terra para a qual Deus o havia trazido,
mas onde havia fome, ou fugir para o Egito à busca de uma solução. (SH) Não há
na Bíblia evidência de que Deus tivesse orientado Abraão a peregrinar no Egito.
“Contudo está escrito: E desceu Abraão ao Egito para peregrinar ali" (Gn
12.10).
Pelo menos duas vezes
lemos na Bíblia acerca de pessoas que foram orientadas por Deus para irem ao
Egito. Jacó, já velho, foi convidado por seu filho José para ir ao Egito. (SC)
Deus apareceu a Jacó em visões de noite e disse: "Não temas descer ao
Egito, porque eu te farei ali uma grande nação. E descerei contigo ao
Egito..." (Gn 46.1- 5). No Novo Testamento encontramos a orientação dada
por Deus a José de fugir para o Egito com Maria e o menino Jesus, a fim de
escaparem da perseguição de Herodes (Mt2.13).
No caso de Abraão, a decisão de descer ao Egito foi resultado de
considerações humanas. Quem sabe a ideia partiu de Ló que era extremamente
materialista.
4.
Abraão pagou caro a sua precipitação. Para aquele que deseja
andar no caminho da fé, lançar mão de soluções precipitadas para problemas e
sofrimentos é sempre perigoso. Abraão pagou caro ter-se precipitado, indo para
o Egito sem a direção de Deus. Esperar
em Deus é sempre a melhor solução. Deus tem em todas as circunstâncias a
solução do mais alto nível. Devemos, portanto, cuidar a fim de que não nos
precipitemos criando saídas humanas para dificuldades que venhamos a enfrentar.
LÓ É ATRAIDO POR AQUILO QUE VÊ
1.
A chamada pessoal. Abraão foi chamado para ir sozinho a
Canaã, (SH) pois a sua chamada não se referia apenas à salvação de sua alma.
Havia ainda uma chamada específica: Abraão seria feito uma grande nação. Deus
queria levantar uma grande nação e estava levantando o patriarca para ela.
Neste empreendimento Ló não tinha nenhuma participação. A chamada era para
Abraão, e a presença de Ló viria a ser bastante prejudicial ao futuro patriarca
de Israel.
2.
A falta de espaço. Tomou-se um impedimento à convivência
de ambos a falta de espaço. Tanto Abraão como Ló tinham rebanhos, vacas e
tendas (Gn 13.5). E não tinha capacidade a terra para poderem habitar juntos,
porque a sua fazenda era muita, de maneira que não podiam habitar juntos (Gn
13.6). E houve contenda entre os pastores do gado de Abraão c os pastores do
gado de Ló (Gn 13.7). Abraão não queria de modo algum que a contenda entre os
pastores viesse a gerar problema entre ele e seu sobrinho. Abraão zelava pelo
bom testemunho deles diante dos povos em cujo meio peregrinavam.
DEUS ORIENTOU ABRAÃO NA SUA
SEPARAÇÃO DE LÓ
1. Abraão abordou o assunto. Abraão havia recentemente renovado o
altar do Senhor (Gn 13.4). Certamente ele se sentiu impulsionado a completar a
obediência total diante de Deus, para assim desfrutar de modo pleno das bênçãos
prometidas na sua chamada inicial.
2.
A proposta de Abraão a Ló. Sem constrangimento disse Abraão a
Ló: "Não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus
pastores, porque irmãos somos. Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois.
aparta-te de mim; se escolheres a esquerda, irei para a direita; e se a direita
escolheres, eu irei para a esquerda" (Gn 13.8-9).
3.
O direito de escolha. Abraão, sendo o mais velho e o líder
desta peregrinação em Canaã, por direito poderia ter escolhido primeiro, mas
deixou que Ló o fizesse. Abraão era homem de fé, e a fé opera por amor" (Gl 5. 6). O amor não
busca o seu interesse (l Co 13.5). Na sua fé em Deus, Abraão confiava que Deus
ia tomar a frente dele e de sua esposa não só quanto àqueles problemas então
presentes, mas também nos tempos que estavam por vir. E os que confiam no
Senhor não serão confundidos (Is 49.23).
A
ESCOLHA DE LÓ. Ante
a proposta generosa de Abraão, diz a Bíblia: "Então Ló escolheu para si
toda a campina do Jordão, e partiu Ló para o oriente, e apartaram-se um do
outro" (Gn 13. 11). Não houve um rompimento entre eles. Não houve uma
separação brusca, tão-somente Ló deixou a companhia de Abraão para viver a sua
vida particular em região de sua própria escolha.
l.
A escolha materialista de Ló. A escolha de Ló só
levou em conta vantagens materiais. A vida que havia levado até então na terra
de Canaã tinha sido aquela de peregrinos e forasteiros. Moravam em tendas.
Talvez Ló almejasse estabelecer-se de modo mais permanente. E as campinas bem
regadas que havia escolhido, eram muito promissoras. Certamente uma bela
escolha, dentro de uma visão puramente material.
Ló esqueceu-se de
avaliar as consequências espirituais de sua escolha. 0ra, eram maus os varões
de Sodoma. e grandes pecadores contra o Senhor (Gn 13.13). Certamente Ló
conhecia estas características dos habitantes de Sodoma, mas as vantagens
materiais eram irresistíveis. Assim, LÓ habitou nas cidades da campina, e armou
as suas tendas até Sodoma (Gn 13.12).
2.
Consequências da escolha de Ló. Ló e toda a sua
família foram bastante prejudicados pela escolha feita. Vejamos:
a)
Armou as suas tendas até Sodoma. Ló, depois de armar as
suas tendas até Sodoma, passou a habitar naquela cidade (Gn 14.12). Mais tarde,
passou a assentar- se à porta da mesma, lugar das autoridades municipais (Gn
19.1).
b)
Perdeu a autoridade sobre a esposa. A mulher de Ló
envolveu-se de tal forma com a sociedade de Sodoma, que quando os anjos, quase
arrastado-a para fora da cidade, para livrá-la da destruição iminente, lhe
ordenaram que não olhasse para trás ela desobedeceu e ficou convertida em uma
estátua de sal (Gn 19.16.26; Lei 7.32).
c)
Suas filhas se corromperam. A? filhas de Ló, por ocasião da
destruição de Sodoma, tinham contratado casamento com pessoas que consideraram
Ló um zombador quando este os avisou da destruição da cidade e queria salvá-los
dela (Gn 19.14). Já salvas da destruição, as filhas de Ló mostraram que tinham
assimilado a devassa moral de Sodoma (Gn 19.31-38).
3.
Uma advertência sempre atual. O exemplo de Ló é,
para nós, uma séria advertência. Jesus disse: "Como também da mesma
maneira aconteceu nos dias de Ló... assim será no dia em que o Filho do homem
se há de manifestar (Lc 17. 28-30). Vivemos às vésperas do Arrebatamento, e
precisamos atentar para o exemplo de Ló. o qual fez as suas escolhas pensando
em vantagens materiais. Jesus deu-nos um aviso muito sério: Olhai por vós, não
aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e
dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia"
(Lc21.34).
ABRAÃO APÓS A SEPARAÇÃO DE LÓ
l.
Obediência integral. Após a partida de Ló para a região que
escolhera, Abraão finalmente entrou no trilho da obediência integral à ordem
que Deus lhe dera de deixar não só a sua terra, mas também a sua parentela.
Fica bem claro nesta experiência que não existem detalhes insignificantes numa
ordem dada por Deus. Tudo é importante, e tudo deve ser obedecido. Abraão
precisou consertar uma falha na sua obediência. Será que nós também temos uma
necessidade semelhante? Será que temos plena certeza de estarmos obedecendo a
Deus à risca? O salvo deve ter purificada a sua alma na obediência à verdade (l
Pé l .22), pois é eleito 'para a
obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo (l Pé l.2).
Nunca devemos nos
sentir tranqüilos se estivermos vivendo alguma desobediência, ou abrigando
algum vício. Aprendamos com Abraão. Ele se consertou com Deus. Não sejamos
rebeldes: Porque a rebelião é como pecado de feitiçaria". Fujamos, pois,
de todo pecado. Sigamos nas pisadas de nosso pai Abraão!
2.
O Senhor fala novamente a Abraão. "E disse o Senhor
a Abraão depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os teus olhos, e olha
desde o lugar onde estás, para a banda do norte e do sul. e do oriente e do ocidente;
porque toda esta terra que vês te hei de dar a ti e à tua semente para sempre
(Gn 13.14- 15). Observem que a promessa incluía a terra que Ló passou a ocupar!
E Abraão armou as suas tendas nos carvalhais de Manre, junto a Hebrom.
Agradecido a Deus pelas muitas bênçãos, Abraão edificou ali um altar ao Senhor
(Gn 13.18).
ABRAÃO SOCORRE LÓ E SUA FAMÍLIA
1.
Situação política da planície de Sodoma. Durante 12 anos cinco
reis da planície de sodoma haviam sido tributário do rei Quedorlaomer. Sabendo
que este rei, juntamente com outros três aliados. estava em campanha militar
contra nações que habitavam nas redondezas, os cinco reis da planície
resolveram aproveitar a ocasião para libertarem-se da opressão, e saíram para
guerrear contra ele (Quedorlaomer) e seus aliados.
2.
Ló é levado cativo. No confronto militar, os reis da
planície de Sodoma ficaram em desvantagem. Os reis de Sodoma e de Gomorra
fugiram. Suas cidades foram despojadas e seus habitantes levados cativos,
inclusive Ló e sua família.
3.
Abraão é informado. Um homem que escapara da batalha veio a
Abraão e contou-lhe o que acontecera. E Abraão sentiu necessidade de levar a
sua ajuda a seu parente em perigo. Como prisioneiro de guerra Ló poderia até
ser vendido como escravo. Ló sofria as consequências da escolha que fizera...
Neste acontecimento, também, Abraão deu o exemplo de crente fiel. Diz a
Escritura: "Mas se alguém não tem cuidado dos seus. e principalmente dos
da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel (l Tm 5.8). Abraão se prontificou
a ajudar, mas esta tarefa era muito difícil. (SH) Seus recursos eram pequenos,
seus homens poucos em relação ao exército inimigo. Mas certamente ponderou como
Jônatas se expressou séculos mais tarde: "Porventura obrará o Senhor por
nós. porque para com o Senhor nenhum impedimento há para livrar com muitos ou
com poucos (l Sm 14.6)
4.
Abraão entra em ação. Ao tomar conhecimento do que havia
acontecido com Ló, Abraão não ficou indeciso quanto ao que deveria fazer. (SD)
Diz a Escritura: "Armou os seus
criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Da (Gn
14.14). Acompanharam-no três confederados. Escol. Manre e Aner. Usou a
estratégia de dividir seus poucos homens em vários grupos e fazê-los todos,
simultaneamente, atacar o acampamento inimigo à noite (Gn 14.15).
Tirou portanto proveito
da surpresa e da escuridão. O exército dos quatro reis foi derrotado e fugiu.
Dos quatro reis alguns morreram (Hb 7.1). Assim, Abraão lutou contra os
opressores e obteve vitória e tomou a trazer toda a fazenda, e tomou a trazer
também a Ló. seu irmão, e a sua fazenda, e também as mulheres, e o
povo"(Gn 14.16).
MELQUISEDEQUE ABENÇOA ABRAÃO
Ao voltar vitorioso da
guerra, Abraão encontrou-se com Melquisedeque.
1.
Quem era Melquisedeque? Era rei de Salém e sacerdote do
Deus Altíssimo (Gn 14.18). Certamente era um rei cananita que servia o Deus
verdadeiro. (SC)
2.
Melquisedeque, um tipo de Cristo. Consideremos alguns
pontos de coincidência entre os dois. Feito semelhante ao Filho de Deus (Hb 7.3).
a)
Seu nome. Melquisedeque significa "rei de justiça".
Jesus é a nossa justiça (Jr 23.6). Ele é Rei (l Tm 6.15). Melquisedeque era rei
de paz. Jesus é o Príncipe da Paz (Is 9.6). Ele é a nossa Paz (Ef 2.14).
b)
Seu ministério. A investidura de Melquisedeque no
sacerdócio do Deus Altíssimo não estava vinculada à condição de pertencer à
tribo de Lê vi, pois este ainda nem existia. Melquisedeque era cananeu. Deus
falou por Davi uma mensagem profética a respeito de Jesus: Tu és sacerdote eterno, segundo a ordem de
Melquisedeque" (SI 110.4). Assim como Melquisedeque, Cristo foi chamado
por Deus para ser o Sumo Sacerdote.sem ter vínculo com a tribo de Levi. Jesus,
enquanto homem ,nasceu na tribo de Judá.
c)
Sua genealogia. "Sem pai, sem mãe, sem genealogia,
não tendo princípio nem fim de dias" (Hb 7.3). Estes dados acerca de
Melquisedeque não ficaram registrados na história da sua vida. E esta omissão
foi aproveitada pelo Espírito Santo como uma alegoria de Cristo, o qual é Deus
de eternidade a eternidade e não teve pai terreno (SI 90.2).
d)
Seu ministério gentílico. Melquisedeque era cananeu e portanto sacerdote em um país gentílico.
Cristo veio para trazer salvação a todos os homens, isto inclui os gentios. E
no seu nome os gentios esperarão" (Mt 12.21).
e)
Melquisedeque confortou Abraão com pão e vinho (Gn 14.18).
Cristo nos convida à sua mesa, para com o pão e o vinho, símbolos de sua morte,
tonificar a vida daqueles que estão empenhados numa luta que não é contra a
carne e o sangue, mas. sim. contra as hostes espirituais da maldade nos lugares
celestiais (Ef 6.12).
3.
A bênção sobre Abraão. Melquisedeque abençoou Abraão em
nome do Deus Altíssimo (Gn 14.19). Dessa maneira, Melquisedeque glorificou a
Deus porque Ele (não a força de Abraão) havia sido a causa da vitória sobre os
inimigos naquela peleja (Gn 14.20).
Conclusão
Não espere que as
coisas aconteçam e a ira de Deus se manifeste como foi com Salomão (I Rs
11:9-13) e você perca a promessa. Não se precipite como Arão e Saul, indo atrás
de outros e movidos pelas circunstâncias. Não faça como Sansão e Salomão que
movidos pela paixão as mulheres perderam o reino e a unção. Não votes a Deus
precipitadamente , nem imponhas suas mãos diante de alguém que Deus não ungiu
(Ec 5,Pv 29:20, I Tm 5:22). Não se precipite em ficar rico, mas seja fiel a
Deus e será cumulado de bênçãos (Pv 28:20), pois também a pressa excessiva leva
a pobreza(Pv 21:5).
Evangelista Isaias
Silva de Jesus
Igreja Evangélica
Assembléia de Deus Ministério Belém Setor I - Em Dourados – MS
ABRAÃO LÓ E AS CAMPINAS DO JORDÃO
Amando ao Senhor, teu Deus, dando
ouvidos à sua voz e te achegando a ele; pois ele é a tua vida e a longura dos
teus dias; para que fiques na terra que o Senhor jurou a teus pais, a Abraão, a
Isaque e a Jacó, que lhes havia de dar.— Deuteronômio 30.20
O caminho que Abrão
teria que percorrer traçado por Deus não era um caminho sem as dificuldades
próprias que surgem na caminhada. Mas seria um caminho sob a égide de Deus, e
Abrão não teria o que temer, porque Deus cuidaria dele e tudo quanto possuía.
Entretanto, Abrão se deixou dominar pelo sentimentalismo familiar e permitiu
que seus parentes interferissem na sua caminhada traçada por Deus para a “Terra
Prometida”.
Quando Deus o chamou,
fez-lhe um desafio em que a obediência seria o ponto-chave do sucesso do
projeto de Deus na sua vida. Esse projeto revelado a Abrão acerca da Terra
Prometida não incluía seus parentes, mas Abrão não conseguiu dizer não para os
seus familiares, e estes criaram várias dificuldades ao longo da sua
peregrinação desde que saiu de Ur dos Caldeus (Gn 12.1).
Havia um sobrinho
chamado Ló que tinha família formada e estava instalado naquela terra. Ele era
ambicioso e sonhador, por isso, sem que Abrão pudesse explicar que o plano não
o incluía, Ló juntou seus pertences, levando mulher, filhos, servos e servas,
seu gado e tudo quanto poderia carregar em seus animais seguindo a mesma rota
do caminho de Abrão. Na realidade, o plano original de Deus para Abrão foi
interceptado por aqueles parentes que lhe trouxeram muitos problemas. Essa
interferência foi mantida por muitos anos, mas Deus, paciente e amoroso, soube
esperar o momento certo para agir e liberar Abrão e Sarai daquelas amarras
familiares.
No capítulo 13, Abrão
ainda era identificado pelo nome de família, “Abrão”, bem como sua esposa,
“Sarai”. Depois alguns anos, desde que saiu de Harã, já com 99 anos de idade,
Deus promove um encontro pessoal com Abrão, lhe faz promessas e muda o seu nome
de Abrão para “Abraão”, com o significado de “pai de uma multidão de nações”.
Também trocou o nome de Sarai para “Sara”, cujo significado é “mãe de nações”,
e lhe promete um filho em sua velhice (Gn 17.1,4,5,15). Da semente de Abrão
formaram-se muitas nações.
Entretanto, essa
história vem demonstrar ao povo de Deus hoje, a Igreja, que as interferências
humanas e materiais podem prejudicar os projetos de Deus para a nossa vida.
Abrão deveria, tão somente, obedecer e fazer a vontade de Deus e, então, todas
as coisas fariam seu curso normal porque Deus garante o que diz. Embora Deus
determine todas as coisas, Ele o faz respeitando a vontade do homem, seu
livre-arbítrio. Por isso, cada um de nós é responsabilizado pelas decisões que
tomamos. Deus tem sua vontade soberana e pode determinar o que quiser, mas, ao
mesmo tempo, Ele faz valer suas misericórdias quando não correspondemos
plenamente o que Ele nos ordena fazer.
Por isso, Deus não
desistiu de Abrão porque sabia que ele o amava e queria fazer a sua vontade.
Deus sabia também que Abrão, como homem, tinha as limitações próprias que
poderiam criar algumas dificuldades.
O CUIDADO COM NOSSAS ESCOLHAS
Interferência
de Provações Imprevisíveis
Nossas escolhas podem
influenciar nossas decisões para bem e para o mal. Muito das nossas escolhas
tem a ver com a questão da vontade, a nossa vontade e o confronto com a vontade
de Deus. Todos queremos fazer a vontade de Deus, mas sabemos que fazer a
vontade de Deus, quase sem exceção, envolve riscos, ajustes, decepções,
sucessos e derrotas e, também, mudanças. Normalmente amamos tudo aquilo que for
familiar e conhecido por nós; gostamos em especial das coisas que podemos
controlar.
Nossas escolhas
pessoais envolvem esses elementos. Em relação a Deus, queremos entregar a Ele
nossos desejos e alinhá-los com o seu querer. Porém, quando temos de escolher
um caminho de renúncia que Ele nos mostra para percorrer, temos dificuldades
com a aceitação desse desafio.
Abrão, mesmo percebendo
a dureza do caminho que lhe mostrara, creu em Deus, mas, como homem, cometeu
alguns deslizes que resultaram em consequências ruins.
Há momentos na vida de
um servo de Deus que se tornam dificeis, principalmente quando se precisa tomar
decisões. A fé nas promessas de Deus era o estímulo maior para a peregrinação
de Abrão à Terra Prometida. Entretanto, ele teria que se manter fiel ao plano
original de Deus e saber que as provações seriam inevitáveis.
Ao deparar-se com “a
fome na terra”, deixou de buscar de Deus a direção para a sua vida e tomou a
decisão de ir para o Egito, terra que tinha pastagens para o seu gado e muita
riqueza. Ele baixou seus olhos para as coisas da terra e, então, fraquejou na
fé quando, mesmo com o empobrecimento da terra onde estava vivendo, não lhe
faltava nada. Ele mudou a visão da Terra Prometida por uma visão limitada e
materialista. Foi dominado por um sentimento de ambição material ao ouvir da
prosperidade da terra do Egito. Decidiu então sair de terra de Canaã e tomar o
caminho do Egito sem consultar a Deus. Abrão permitiu que a força da carne o
dominasse e seu coração se enchesse de ambição. Dominado por essa força carnal,
ele decidiu quebrar seus princípios éticos e morais e, para sobreviver sem ser
incomodado, mentiu e usou de engano (Gn 12.11).
No Egito, Abrão não
levantou um altar ao Senhor como sempre fez desde que havia saído de Hará. Por
pouco não perde tudo, inclusive com a ameaça de morte.
O caminho fora da
vontade de Deus induz aos caminhos tortuosos e pecaminosos. Sem dúvida, Abrão
entristeceu a Deus e não o consultou sobre qualquer decisão que tomou naquela
terra. Mesmo assim, Deus, que o amava, não desistiu de dele. Pelo poder
soberano divino, o Senhor interferiu naquele momento histórico em que Abrão e
Sarai corriam o risco de serem mortos por terem enganado o próprio rei do
Egito. O Senhor enterneceu o coração de Faraó para que o casal não fosse punido
no Egito. O cuidado de Deus ainda estava com o casal quando Abrão entendeu que
precisava começar tudo de novo e pedir o perdão de Deus pelo seu descaminho.
Abrão, então, deixou o
Egito e voltou para Betel, e naquele lugar onde Deus o abençoara tão
abundantemente, ele lembrou-se do Senhor e, mais uma vez, levantou um altar de
pedras ao Senhor” (Gn 12.4). Quando havia saído de Betel e tomou o caminho do
Egito, Abrão não ofereceu culto algum a Deus. Apesar dessa fraqueza de atitude,
Deus não o abandonou e manteve seu propósito com ele. Porém, Abrão ainda
enfrentou algumas dificuldades.
Interferência
no Plano de Deus
Depois que Abrão
decidiu voltar, também Ló o acompanhou de volta a Canaá. Ambos progrediram e
aumentaram seus gados e riquezas, mas começou a haver conflito entre os
pastores de ambos porque o espaço geográfico ficou pequeno para eles.
Abrão, desde que
voltara do Egito, mais que nunca, entendeu que Ló não fazia parte do plano de
Deus e ainda estava provocando problemas.
A lição difícil que se
aprende nessa história é que o fruto da desobediência é sempre amargo. Abrão
estava vivendo essa experiência por ter se deixado dominar por situações que
poderia ter evitado quando se dispôs sair da sua terra em Ur dos Caldeus. A
interferência de Ló começou a provocar problemas de ordem social dentro da
família. O tempo todo o seu sobrinho Ló havia saído com tudo o que possuía,
gados e pessoas para servi-lo e, onde chegavam, os seus pastores procuravam as
melhores pastagens em prejuízo do gado de Abrão. Começou a haver choque de
interesses, e Ló não teve o menor respeito por seu tio Abrão quando seus
pastores começaram a contender com os pastores os dele.
Ao deparar-se com o
problema, Abrão entendeu a gravidade do conflito e entendeu que era a hora de
definir a situação. Então, procurou fazer isso da melhor forma possível,
confiando na provisão e promessa de Deus que lhe daria sabedoria para
solucionar esse conflito. Essa interferência não invalidou a promessa de Deus
para Abrão, mas ele entendeu que, se não podia voltar ao início de tudo, pelo
menos podia amenizar o problema confiando que Deus o perdoaria. É sempre
perigoso quando permitimos interferências no plano de Deus para a nossa vida.
Interferência
de Sentimentalismos
Quando alguém toma
consciência do plano de Deus, deve desvencilhar-se de qualquer coisa
relacionada à sua vida pessoal que possa vir a ser um obstáculo ao plano
divino. No caso de Abrão foi o sentimento familiar que bloqueou sua decisão de
apenas obedecer a Deus e sair do meio de seus parentes indo para a terra que o
Senhor lhe havia prometido. Ao estabelecer esse requisito a Abrão, ele deveria
ter saído imediatamente daquela terra.
O desafio e a promessa
envolviam a conquista de uma terra de leite e mel (Gn 12.1), mas ele ficou
empolgado e revelou o projeto de Deus à família. A revelação do projeto fez
pulsar a ambição de toda a família, a partir do próprio pai Tera, além de Ló,
sobrinho de Abrão, filho de seu irmão Naor.
Então Abraão,
pressionado por seus parentes e, principalmente, pelo pai Tera, não conseguiu
sair só com sua esposa. Ele não conseguiu desvencilhar-se de seus parentes.
Sentimentos familiares interferiram no plano original e ele não conseguiu dizer
para a família que não estavam incluídos. Quando permitimos que os nossos
sentimentos pessoais interfiram no plano de Deus para a nossa vida, não
conseguimos evitar as consequências dessa atitude.
Interferência
no Espaço e Geográfico que Era Destinado para Abrão
A vontade de Deus para
Abrão era uma vontade específica que deveria, tão somente, ser obedecida sem
permitir que interferências a impedissem de ser concretizada. Entretanto, as
interferências no plano original de Deus para Abrão foram várias, a começar
pelos parentes; depois, pelo espaço fisico que deveria pertencer apenas a Abrão
e sua mulher. Mas o texto de Gênesis 13.6 diz literalmente que: “E não tinha
capacidade a terra para poderem habitar juntos”, então, começaram a surgir os
conflitos dentro desse espaço.
Há uma lei na ciência
da física que diz que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço.
Metaforicamente entendemos que Deus havia estabelecido um espaço dentro do seu
plano para Abrão e, portanto, aqueles familiares no contexto do plano original
de Deus eram excedentes e não faziam parte do plano divino. Na realidade, toda
essa situação tornou-se uma intromissão no plano de Deus, e Abrão se viu
obrigado a aceitar, trazendo-lhe péssimos resultados. Não se tratava apenas de
um espaço físico comprimido entre Abrão e Ló, mas significava uma intromissão
no espaço que Deus havia destinado apenas para Abrão e sua esposa Sarai.
Em nossos tempos, no
meio cristão, especialmente no seio da igreja, desenvolvem-se desacordos e
contendas por causa de campo de trabalho eclesiástico. Se não houver uma
solução cristã capaz de neutralizar a contenda, parte-se para a separação de
interesses.
Conflitos Modernos nos
Espaços Eclesiásticos
Lamentavelmente,
existem interferências e invasões de igrejas em campos alheios em que a ética
parece ter sido aposentada na cabeça de algumas lideranças, que justificam suas
atitudes em nome do crescimento da igreja. Não respeitam limites nem agem com
bom senso, sem levar em conta pelo menos um limite geográfico que respeite o
campo de trabalho do outro. Essas interferências não têm respaldo bíblico nem apoio
do Espírito Santo, porque tais atitudes promovem conflitos que não glorificam a
Deus.
RUPTURAS GERADAS POR ESCOLHAS MAL
FEITAS
Em meu livro A brado, a
Experiência de nosso Pai na Fé (CPAD), apresentei como resultado negativo do
conflito entre Abrão e Ló algumas rupturas que culminaram com a quebra de
relações familiares e a separação inevitável entre ambos. Além das
interferências circunstanciais a que havia se submetido, as rupturas provocadas
pela contenda com Ló fizeram com que Abrão, mais uma vez, levantasse um altar e
ali invocasse o nome do Senhor a fim de obter de Deus a graça para saber
administrar aquela situação entre ele e Ló. Abrão não queria cometer nenhuma
injustiça, mas sabia que, inevitavelmente, a decisão que tomaria traria pesar e
separação entre ambos. Ao oferecer sacrifício ao Senhor, Abrão foi fortalecido
em sua fé (Gn 12.8).
Anteriormente, Abrão já
havia experimentado o dissabor da sua estada no Egito, mas agora, o Senhor
desperta a sua mente para o reinício de sua caminhada de fé para a conquista
final do plano original. Entretanto, esse reinício seria palmilhado por algumas
rupturas produzidas por aquela contenda. Destacamos, pelo menos, três rupturas.
A
Primeira Ruptura Foi Social
Não foi fácil para
Abrão decidir a separação, porque ele tinha um coração generoso a despeito da
atitude egoísta de Ló, sua família e seus pastores. Mas ele precisou decidir,
mesmo sabendo do que iria incidir como resultado daquela decisão. E natural
que, quando tomamos uma decisão que atinge o nosso emocional, nos assaltem
dúvidas e hesitações que poderiam imobilizá-lo. Eram dúvidas que respondiam a
temores íntimos e que poderiam impedi-lo de agir com convicção. São os medos
interiores que embargam nossas ações e podem prejudicar o nosso futuro. Mas
Abrão foi capaz de superar esses medos, e mesmo com o coração partido, ele
precisou escolher a separação do seu sobrinho.
A separação entre ambos
foi, na verdade, produzida pela contenda entre os seus pastores, de Ló e de
Abrão, por causa das pastagens e água que não eram suficientes para os dois.
Abraão tinha consciência de que seu erro iniciou quando saiu de Harã para ir à
terra que Deus havia lhe prometido. Ló começou a agir de forma egoísta a ponto
de perder o respeito ao seu tio Abrão. Aceitou os argumentos de seus pastores
de ovelhas e cabras e permitiu que a contenda agisse como um vírus que
contagiou a relação com os pastores de Abrão.
Brigaram por causa dos
poços abertos sob a sua tutela e queriam se apossar desses poços. Abraão
entendeu que seria impossível viver pacificamente com seu sobrinho quando os
interesses estavam acima do respeito familiar e do temor a Deus.
A
Segunda Ruptura da Concessão
Para evitar maiores
confusões, Abrão estava consciente de que o que estava acontecendo era o fruto
de sua falha em ter permitido que Ló o acompanhasse. Mas, acima de tudo, Abrão
estava debaixo da bênção de Deus e estava disposto a pagar o preço pelo erro
passado. Quando ofereceu sacrifício ao Senhor em Betel, Abrão estava em paz
consigo mesmo porque naquele monte ele havia renovado seu pacto com Deus (Gn
13.4). A partir de então, ele estava pronto para assumir as responsabilidades
de seus atos e decidir sobre coisas que não mais restringiriam sua obediência
completa ao plano original feito por Deus.
Abraão sabia que sua
decisão implicaria na concessão de coisas, mesmo com perdas, para que o plano
divino não fosse obstruído por qualquer outra circunstância. Para que não
houvesse mais constrangimento entre ambos, eles deveriam separar-se
geograficamente (Gn 13.8,9).
Partiu de Abrão a
oportunidade oferecida de escolha. Em sua decisão, Abrão preferiu fazer
concessões que propiciassem a paz entre ambos, mesmo que se separados
geograficamente.
A
Terceira Ruptura Foi a Cobiça de Ló
Com essa concessão do
velho Abrão para o seu sobrinho Ló, percebe-se que a cobiça de Ló foi um dos
motivos da contenda entre ambos. A sombra da prosperidade de Abrão, o seu
sobrinho Ló ia tirando proveito com o aumento de sua fazenda e de sua riqueza,
mas Ló não tinha visão espiritual do projeto de Deus que só Abrão sabia e
conhecia. Não foi leal com seu tio quando não puderam mais conviver na mesma
terra. Por isso, com a opção da escolha concedida por Abrão, Ló expôs sua
ambição carnal e material, e não teve a menor consideração pelo seu tio Abrão.
A palavra “cobiça” pode
ser identificada na Bíblia como “avareza, avidez, ganância”. Na verdade, a
cobiça que dominou a mente e o coração de Ló era tão forte que ele não teve
escrúpulos em tirar proveito do seu tio Abrão. Mas o velho Abrão temia ao
Senhor, e sabia que Deus cuidaria dele e o abençoaria onde ele colocasse os
pés. Essa ruptura da cobiça aconteceu nas relações familiares e entre seus
pastores, porque ela sempre produz contenda e infecciona todo um ambiente de
paz (Pv 17.14; Fp 2.3,4). A cobiça de Ló o tornou ardiloso e insensível; por
isso, seu coração endureceu e a contenda provocada trouxe muitos espinhos que
feriram as relações de convivência entre as famílias.
Um dos mandamentos de
Deus para o povo de Israel, alguns séculos depois, destacava a cobiça como algo
que deveria ser punido no meio do povo. Era o décimo mandamento que condenava e
proibia a cobiça de tudo quanto é coisa que envolvesse a casa do vizinho, sua
esposa, servos, gado ou qualquer outra coisa alheia (Êx 20.17).
Existe uma história no
Antigo Testamento acerca do rei Acabe que, cobiçando a vinha de Nabote, não
teve qualquer escrúpulo juntamente com sua diabólica mulher Jezabel em mandar
matá-lo para possuir a vinha de Nabote, que era uma herança de seus pais (1 Rs
21.1-16). No Novo Testamento, a cobiça é condenada como uma forma de idolatria
(Cl 3.5, NTLH).
Na Carta aos Romanos
7.7, Paulo fala da cobiça como uma força da carne que precisa ser bloqueada
para obter uma vida cristá vitoriosa. Jesus condenou a cobiça, quando fala de
“avareza” em um dos seus discursos: “Porque do interior do coração dos homens
saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os
furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia,
a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o
homem” (Mc 7.21-23).
Em 1 Timóteo 6.10, o
apóstolo Paulo declara que “o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de
males”. Foi o caso de Ananias e Safira, que mentiram por causa da cobiça e
avareza de seus corações (At 5.1-11). No caso de Ló, sua cobiça o fez perder o
bom senso e o respeito pelo seu tio.
DUAS ESCOLHAS
Abrão chegou a um ponto
no qual não podia mais voltar atrás; tinha que escolher uma decisão que pudesse
resolver o problema do conflito entre ele e Ló. Na história da Literatura
sul-americana, no Chile, o poeta Pablo Neruda declarou certa ocasião: “Você é
livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências”. Ele
disse, ainda:
“Escrevo isso porque
acredito mesmo que podemos decidir sobre aquilo que é melhor para nós”. Uma vez
que as nossas escolhas definem as consequências que teremos que viver mais à
frente.
A
Escolha de Ló
Saber fazer as escolhas
é sinal de sabedoria. Por outro lado, devemos entender que tudo o que
escolhemos fazer gera consequências para nós e atinge as pessoas do nosso
convívio. Até que ponto a nossa escolha afetará as pessoas ao nosso redor.
Parece-nos que Ló, dominado pela avareza em seu coração, não percebeu o mal que
estava fazendo para si mesmo e acabaria atingindo as pessoas do seu convívio.
O texto diz que
“levantou Ló os seus olhos e viu toda a campina do Jordão”. Pela ética
familiar, o direito de escolha era de Abrão, mas Abrão preferiu oferecer a Ló a
oportunidade de escolher.
Abrão subiu a um lugar
alto e mostrou a Ló os dois lados das terra à vista, do lado oriental e do lado
ocidental (Gn 13.10,11). A visão egoísta e materialista, sem pestanejar,
focalizou as melhores terras do lado Oriente, onde estavam as campinas do
Jordão, próximas das cidades de Sodoma e Gomorra. Havia grandes e vastos campos
para o seu gado e para o plantio. Abrão não duvidou da promessa de Deus e olhou
o outro lado onde havia enormes montanhas e que não inspiravam qualquer sonho
para a terra de Canaá e habitou ali (Gn 13.12).
Ter atitude de
respeito, compreensão, contribuição, cooperação, amizade, amor, tolerância e
gratidão são elementos positivos que encurtam o caminho de quem faz a vontade
de Deus. A escolha egoísta de Ló, não muito depois daquela decisão, com poucos
anos naquela terra que havia escolhido em prejuízo de seu tio Abrão,
converteu-se em morte e destruição para as cidades de Sodoma e Gomorra. Ao
escolher o que entendia ser a melhor parte, nas campinas do Jordão, não podia
imaginar o dedo de Deus naquele lugar onde perdeu tudo o que tinha, inclusive a
família.
Diz a Bíblia que Ló
armou as suas tendas até Sodoma e passou a habitar naquela cidade (Gn 13.12).
As consequências inevitáveis aconteceram e, mesmo que Ló procurasse ter uma
vida de retidão onde vivia, não conseguiu dominar o ímpeto de sua família,
perdendo a autoridade sobre sua mulher e suas filhas, as quais se corromperam
com o estilo de vida depravado daquela cidade (Gn 19.14,16,17). Ló escolheu
segundo o espírito do mundo representado por Sodoma e Gomorra.
A
Escolha de Fé de Abrão
Abrão, um homem de fé,
confiou na provisão de Deus e, por isso “armou as suas tendas, e veio, e
habitou nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom; e edificou ali um
altar ao Senhor”. Nos lugares que lhe restaram na terra de Canaá, não havia
campinas verdejantes nem terra fértil para o plantio. As fontes de água eram
poucas, porque era uma região pedregosa e montanhosa, mas Abrão sabia que,
aquilo que parecia ser o pior, era, de fato, o melhor, porque, ao depender de
Deus, o aparente prejuízo foi transformado em lucro.
No Egito, Abrão teve
que viver por “vista”, e não “por fé”. Por isso, sua visão apenas horizontal
para a prosperidade das terras egípcias roubou a sua visão vertical para Deus.
No Egito, ele enfrentou dissabores morais e espirituais que marcaram a sua
vida. Ló, enquanto estava à sombra de seu tio Abrão, tinha a bênção de Deus,
mas buscou liberdade para reger sua própria vida, a prosperidade conquistada
não durou muito tempo. Naquelas belas campinas do Jordão, Ló perdeu sua
família, seus bens e até a honra, mas Abrão recebeu a promessa de uma família
que encheria a terra. Quando Deus é o primeiro em nossa vida, não importa quem
é o segundo ou o último, O que parecia perda com a escolha gananciosa de Ló, na
verdade, converteu-se em lucro para o patriarca.
CONCLUSÃO
Jesus, em um dos seus
discursos, fez uma séria advertência aos seus discípulos, lembrando a triste e
decadente história de Ló e sua família em meio a uma geração corrompida, como
foi a de Sodoma e Gomorra. Com poucas palavras, apenas disse: “Lembrai-vos da
mulher de Ló” ( Lc 17.32). Em nossos dias, muitos cristáos se deixam levar pela
avareza e tornam seus corações ambiciosos, porque se deixam dominar pelo
espírito do mundo moderno, mas Jesus adverte-nos, dizendo: “E olhai por vós, para
que não aconteça que o vosso coração se carregue de glutonaria, de embriaguez,
e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia” (Lc 21.34).
Abraão creu no
invisível e foi abençoado pelo Senhor. A terra que ele teve que escolher era inóspita
e pedregosa, e não parecia produzir riqueza alguma, mas Abrão aprendeu a
depender de Deus, que o fez prosperar e crescer. Nessa história, a despeito de
algumas situações de fraqueza a que se rendeu Abrão, em nenhum momento deixou
de temer ao Senhor.
Se, por um pouco,
oscilou na fé e se descuidou da relação com Deus, seu caráter passou por uma
drenagem e limpeza para que ele aprendesse a não depender de ações
temperamentais. A partir de então, ele pôde iniciar a retomada do caminho da
fé. As decisões erradas de outrora seriam apenas lembranças de algo que ele não
cometeria mais. Seu caminho estava agora livre para alcançar a vitória do
Senhor.
Deus deu o livre-arbítrio ao homem
para que,
com inteligência e temor em seu
coração,
saiba escolher e decidir sobre sua
vida.
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério
Belém Setor I - Em Dourados – MS
Livro O Deus de Toda Provisão – 1ª. Edição CPAD - Elienai Cabral
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