27 de dezembro de 2011

A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE


A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE


TEXTO ÁUREO - “Muitos me dirão naquele Dia Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?” (Mt 7.22).


VERDADE PRÁTICA - Centrando sua mensagem na saúde física e no acúmulo de bens terrenos, os teólogos da prosperidade menosprezam a salvação em Cristo e os bens celestes.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - MATEUS 7.15-23


INTRODUÇÃO


A Confissão Positiva não é uma denominação ou seita, mas um movimento introduzido sutilmente entre as igrejas pentecostais, enfatizando o poder do crente em adquirir tudo o que quiser. É conhecida também como «Teologia da Prosperidade”, “Palavra da Fé” ou “Movimento da Fé”. As crenças e práticas desse movimento são aberrações carregadas de perigosas heresias.


HISTÓRICO


1. Sua origem. A Confissão Positiva é uma adaptação, com roupagem cristã, das idéias do hipnotizador e curandeiro Finéias Parkhurst Quimby (1802-1866). Os quimbistas criam no poder da mente, e negavam a existência da matéria, do sofrimento, do pecado e da enfermidade. Deles surgiram vários movimentos ocultistas como o Novo Pensamento, as seitas Ciência da Mente e Ciência Cristã, de Mary Baker Eddy. Seus promotores procuram se passar por cristãos evangélicos (v. 15).


2. Principal fundador: Essek W. Kenyon. O movimento surgiu de forma gradual por meio de Essek William Kenyon (1867-1948). Kenyon, aproveitando-se dos conceitos de Mary B. Eddy empenhou-se em pregar a salvação e a cura em Jesus Cristo. Dava ênfase aos textos bíblicos que falam de saúde e prosperidade, além de aplicar a técnica do poder do pensamento positivo.

Kenyon, que pastoreou várias igrejas e fundaram outras, não era pentecostal. Ele foi influenciado pelas seitas Ciência da Mente, Ciência Cristã e a Metafísica do Novo Pensamento. Hoje, é reconhecido como o Pai do movimento Confissão Positiva, tendo exercido forte influência sobre Kenneth Hagin.


3. Principal divulgador: Kenneth Hagin. Nasceu em 1917 com problema de coração e ficou inválido durante 15 anos. Em 1933, converteu-se ao evangelho e, no ano seguinte, o Senhor Jesus o curou. A partir de então, começou a pregar.

Ele recebeu o batismo no Espírito Santo em 1937. Estudando os escritos de Kenyon, divulgou- os em livros, cassetes e seminários, dando sempre ênfase à confissão positiva. Em 1974, fundou o Centro Rhema de Adestramento Bíblico, em Oklahoma.


 FONTES DE AUTORIDADE


1. Revelação ou inspiração de seus líderes. Hagin fazia diferença entre as palavras gregas rhêma e logos, pois ambas significam “palavra”. Ainda hoje, os seguidores dessa crença afirmam que logos é a palavra de Deus escrita, a Bíblia; e rhéma, a palavra falada por Deus em revelação ou inspiração a uma pessoa em qualquer época. Desse modo, o crente pode repetir com fé qualquer promessa bíblica, aplicando a sua necessidade pessoal e exigir o seu cumprimento.


2. Confissão positiva do crente. Os adeptos da Confissão Positiva crêem ser a Bíblia a inerrante e inspirada Palavra de Deus, mas não a única, pois admitem que a palavra do crente tenha a mesma autoridade. Para eles, as fontes de autoridade são: a Bíblia, as revelações de seus líderes e a palavra da fé.

O crente deve declarar que já tem o que Deus prometeu nos textos bíblicos e, tal confissão, confirmar-se-a. A confissão negativa é reconhecer a presença das condições indesejáveis. Basta negar a existência da enfermidade e ela simplesmente deixará de existir. É a doutrina de Quimby, da Ciência Cristã e do Movimento Nova Era.


3. A autoridade para a vida do cristão. Atribuir tanta autoridade assim às palavras de uma pessoa extrapola os limites bíblicos. A emoção também caiu com a natureza humana e, por isso, a fé não pode ser fundamentada em experiências (Jr 17.9). As experiências pessoais são marcas importantes na vida dos pentecostais.

Cremos em um Deus que se comunica com os seus filhos por sonhos, visões e profecias  (At 2.17,18), mas essas experiências são para a edificação pessoal e não para estabelecer doutrinas. O cristianismo autêntico não deve ir além das Escrituras Sagradas (Is 8.20; 1 Co 4.6). A Bíblia é a única autoridade para a vida do cristão.

RHÉMA E LOGOS


1. Termos sinônimos. O vocábulo rhèma aparece 68 vezes e, logos, 330 no texto grego do Novo Testamento. Como não existem sinônimos perfeitos, exatamente iguais, aqui também não é diferente. O termo rhéma significa “palavra, coisa”; enquanto em logos, os léxicos apresentam uma extensa variedade de significados como: “palavra, discurso, pregação, relato, etc.”. Mas ambos os termos coincidem-se (Lc 9. 44, 45).

O conceito de rhéma e de logos, inventado por Hagin, não resiste à exegese bíblica. Não é verdade que haja a tal diferença entre as referidas palavras.


2. Termos usados para designar as Escrituras. Ambos os termos são igualmente usados para identificar as Escrituras Sagradas. Encontramos no texto grego do Antigo Testamento (Septuaginta) a expressão rhéma tou theou, “palavra de Deus” em Isaías 40.8.

Nas páginas do Novo Testamento, a mesma passagem é citada pelo apóstolo Pedro  (I Pe 1.25).

Mas, encontramos também, logon tou theou, “palavra de Deus”, com o mesmo significado (Mc 7.13).
Esses exemplos provam, por si só, que o conceito de Hagin é falacioso, sem base bíblica.


3. Falácias da Confissão Positiva. O conceito de confissão positiva e negativa é falso; não se confirma na Bíblia ou na prática da vida cristã. Deus é soberano; nós, os seus servos. Jesus ensinou-nos: “Seja feita a tua vontade, tanto na terra corno no céu” (Mt 6.10). Basta tão-somente esse versículo para reduzir a cinzas a insolência dos promotores da Confissão Positiva. A Bíblia ensina, ainda, que devemos confessar nossas culpas para sermos sarados  (Tg 5.16), e isso, não parece ser confissão positiva.


CRENÇAS E PRÁTICAS


1. Teologia. De maneira genérica, os adeptos da Confissão Positiva seguem uma linha ortodoxa no que tange aos pontos cardeais da fé cristã. Não se trata de uma seita, mas de um movimento que permeia as igrejas; daí a diversidade de ensinos entre seus adeptos. Sobre Deus, uns são unicistas; outros deificam o homem. Essa falta de padrão doutrinário existe, sobretudo, a respeito do Senhor Jesus e de sua obra. Os ensinos da Confissão Positiva, por conseguinte, é um desvio das doutrinas bíblicas apesar de sua aparência ortodoxa.


2. Sua marca. As marcas distintivas do movimento são: a prosperidade e a pregação restrita aos pobres e enfermos, oferecendo-lhes riquezas e saúde. No entanto, deixa de lado o essencial: a salvação. A mensagem dos profetas da prosperidade pode fazer sentido nos países ricos onde as oportunidades são mais amplas, mas, nas regiões pobres do planeta, são irrelevantes. Isso é mais uma prova de que se trata de um evangelho humano, contrário à Bíblia, pois o evangelho de Jesus Cristo é para todos os seres humanos em todas as épocas (Mt 28.19, 20; Tt 2.11).


3. A salvação. Em vez de trazer riquezas materiais aos pobres e saúde aos enfermos, o propósito principal da vinda de Jesus ao mundo foi salvar os pecadores (I Trn 1.15), muito embora o seu ministério tenha sido coroado de êxito no campo da cura divina e da libertação (At 10.38).

O que esses pregadores fazem não passa de espetáculo, contrariando o verdadeiro propósito do evangelho. Não foi essa a mensagem pregada pelos apóstolos. Paulo afirma haver se contentado com a abundância e com a escassez (Fp 4.11-13).


A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE - Texto: Ap 3.14-22

A teologia da prosperidade traz o ensino diabólico de que o cristão não deve ser pobre, adoecer ou sofrer; em outras palavras o cristão não deverá aceitar estas coisas em sua vida. Segundo esta teologia, o cristão deve ser próspero em todos os sentidos. Quando um crente tem problemas de saúde ou dinheiro é porque alguma coisa está errada em sua vida. Para a teologia da prosperidade, ter dinheiro significa ter fé!

Usam textos como: Sl 37.25; Mt 18.18-19; Lc 17.6; Jo 14. 12-14; Rm 8.31; Fp 4.13.
Citam exemplos de personagens do Antigo Testamento, como por exemplo: Abraão (Gn 24.1) ,Jacó (Gn 30.43), José (quando governador do Egito), o rei Davi, o rei Salomão, Daniel (quando morou no palácio do rei) etc...
Na aula de hoje estudaremos sobre a verdade bíblica quanto à prosperidade financeira, nas aulas seguintes continuaremos a estudar sobre a questão financeira, sobre a saúde e sobre o culto a personalidade respectivamente. Preste bastante atenção neste tema, pois ele faz parte do ensino de muitas seitas evangélicas e é defendido e divulgado através de pregações de homens que se dizem de Deus.


A prosperidade financeira


A teologia da prosperidade afirma que todo cristão deve ganhar bem e jamais passar qualquer tipo de aperto financeiro; afirma ainda que aqueles que não são bem sucedidos financeiramente; estão debaixo de maldição, ou não tem fé; ou ainda não aprenderam que precisam determinar e não aceitar a pobreza. Dizem os pregadores da prosperidade que aqueles que não aceitam esta doutrina, pregam um Evangelho de misérias e vivem derrotados. Até que ponto estas declarações e ensinos são verdadeiros? Vamos passar agora a analisar a questão financeira a luz da Bíblia.


O contraste entre as bênçãos para Israel e as prometidas para a Igreja.


Por qual motivo, quando é mencionado um personagem próspero, este personagem está no Antigo Testamento? Simples:
Deus prometeu bênçãos na Terra para a nação de Israel, mais para a Igreja está reservado o céu (Ef 1.3), coisa muito superior! Abraão, Isaque, Jacó, Daniel, Davi, Salomão, etc... ; todos estes personagens estão no Antigo Testamento e pertenciam à nação de Israel, entretanto, quando olhamos para a Igreja, vemos justamente o oposto. Observe At 3.1-8; I Co 1. 26-31; II Co 6. 4-10.
Pouquíssimos ricos entregam a vida verdadeiramente a Cristo! Na realidade, é raro isto acontecer. Jesus disse que é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha (porta estreita existente nas muralhas que rodeavam as cidades) do que um rico entrar no reino dos céus( Mt 19. 16-30)! Nesta passagem vemos que o coração daquele homem era tão preso aos bens materiais que o impediram de seguir a Jesus. Todo o ensino de Jesus nos Evangelhos deixa bem claro que não devemos nos apegar as coisas desta vida (Mt 6.19- 33; Lc 12. 13-21).

Incentivando a avareza! O amor ao dinheiro é chamado de avareza, aquele que ama ao dinheiro o tem por primeiro em sua vida; seus alvos e objetivos giram sempre em torno de adquirir para si mesmo grande quantidade de bens. Quem ama o dinheiro quer sempre mais, nunca se conforma com o que tem; se ele tem um carro, ele quer um avião; se tiver uma casa, quer uma fazenda e assim vai, sempre querendo mais! Para este não importa se o irmão está necessitado. A avareza é uma forma de idolatria (Cl 3.15) e a teologia da prosperidade gera homens avarentos! Esta teologia incentiva tanto à prosperidade financeira quanto torna as pessoas escravas do dinheiro. Leia Mt 6.24.


O dinheiro na Bíblia A Palavra de Deus deixa bem claro que o amor ao dinheiro é a raiz de todo mal! I Tm 6.10(a).
Podemos ver este princípio nitidamente no mundo. Grandes empresas por amor ao dinheiro destroem o meio ambiente, políticos permitem certas coisas em troca do dinheiro, autoridades são corrompidas por amor ao dinheiro, guerras existem devido ao grande desejo por dinheiro. No mundo isso não é de espantar, mais quando vemos este princípio na igreja, isso nos deixa perplexos!
Devido ao amor ao dinheiro no coração de alguns que se dizem irmãos a igreja sofre, irmãos vivem necessitados, a obra de evangelização e missões não é realizada e almas estão deixando de ouvir a Palavra de Deus.
Analisando o texto de ITm 6.3-11, podemos perceber algumas verdades importantes: O Evangelho não deve ser visto como fonte de lucro, como muitos pastores fazem hoje em dia (v.5). Veja ainda o texto de II Pe 2. 1-3 (especialmente o v.3[a] )
O lucro que temos na obra de Deus é espiritual(v.6)!
Para recebermos a recompensa de Deus no futuro, precisamos aprender a nos contentarmos com o presente (v.6-8).
Almejar a riqueza é um grande laço (v.9).
O amor ao dinheiro traz muitos outros pecados consigo(v.10).
O apego ao dinheiro leva ao fracasso espiritual(v.10).
Devemos fugir desta busca pelo sucesso financeiro(v.11), e buscarmos coisa superior ainda mesmo nesta vida, que são a justiça, piedade, fé, amor, paciência e mansidão.
Paulo continua o raciocínio em I Tm 6, orientando a Timóteo que a recompensa dele virá quando Cristo voltar (v.12-16) e logo depois aconselha àqueles que possuem bens, a não confiarem em suas riquezas incertas, mais sim, a guardarem riquezas no céu, estando prontos a praticarem a fé (v.17-19).


 O exemplo de Jesus - Andam dizendo por aí que Jesus era muito rico e que entrou em Jerusalém montado em um jumento zero Km. Dizem ainda que por Jesus ser rei, nós somos filhos do rei e, portanto, devemos ter do bom e do melhor.
Primeiramente acho que na Bíblia dos mestres da prosperidade não existe o texto de Zc 9.9, que afirma ser Jesus um rei justo, salvador e humilde. Este foi um dos motivos pelos quais os judeus não o receberam, pois esperavam um messias/rei, forte, com um grande exército armado, envolto de riquezas, aos moldes dos antigos reis de Israel; um rei que os libertasse das mãos dos romanos.

Também quero deixar claro para os ignorantes que o transporte dos ricos eram carruagens e camelos. As pessoas também andavam a cavalo. Os reis eram acompanhados por comitivas e caravanas, à frente deles vinha o arauto e geralmente o rei era acompanhado de uma guarda. Jumento era animal de carga!

Deveriam os mestres da prosperidade, rasgar de suas Bíblias textos como o de Fp 2.5-11 que mostra a humildade de Jesus e o seu amor, que o levou a abdicar de tudo por amor a cada um de nós!
Deveriam ainda eliminar o texto no qual Jesus afirma que o seu reino não é deste mundo ( Jo18.36). Somos filhos do rei! Sim, verdadeiramente somos filhos do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, entretanto, o seu reino não é deste mundo! Um dia reinaremos com ele, mais enquanto isso precisamos participar por um pouco de tempo, das suas aflições!

Laodicéia

Na Bíblia vemos no livro do Apocalipse a carta endereçada a igreja de Laodicéia como símbolo da Igreja que não será arrebatada. Encontramos Laodicéia estampada na cara de certas igrejas e pastores nos dias de hoje; estão enriquecidos e se vangloriam das suas riquezas (Ap 3.17).

TEOLOGIA DA PROSPERIDADE - Texto: II Pe 3.15-17


 Meus amados; nesta aula iremos continuar a análise de alguns textos bíblicos que a teologia da prosperidade costuma usar para justificar as suas mentiras.
Distorcer a Palavra de Deus é a especialidade da teologia da prosperidade, conhecer a Bíblia é a obrigação de todo cristão, defender a Verdade é questão de gratidão e respeito à Palavra de Deus!


Lc 17.6 -- Este texto comumente é distorcido pelos supostos mestres da fé para justificar a pretensão de que os crentes podem fazer coisas “tremendas” em nome da fé. Quando não conseguimos sucesso; como, por exemplo, o emprego que determinamos, ou a cura que declaramos, obviamente e por falta de fé, que no caso do infeliz, não teve fé nem do tamanho de um grão de mostarda.


Verdade bíblica: O texto em pauta está em uma passagem que se inicia em Lc 17.3 e vai até o versículo 10. Mais uma vez a teologia da prosperidade tira um texto do contexto. Esta passagem refere-se ao dever do cristão de perdoar.
Jesus estava falando sobre o perdão Lc17.3,4 ; este perdão deveria ser acompanhado de longanimidade. Os discípulos, que tinham o coração endurecido; quando viram que era necessário perdoar várias vezes, disseram: aumenta a nossa fé, ou seja, se é para perdoar tanto, nos dê fé para isso! Lc 17.5 .
 

O Senhor então responde dizendo que não era necessário fé para perdoar, uma pequena fé faria grandes coisas, conclui ao contar uma parábola (vs 7-9) que o perdão é questão de obediência somente! Lc 17.10 .Quando perdoamos não estamos fazendo nenhuma proeza, mais apenas a nossa obrigação, um cumprimento de ordem!


Jo 14. 12-14 -- Afirmam que este versículo diz que podemos fazer coisas maiores do que as que Jesus fez. Por exemplo: Se Jesus ressuscitou um defunto que esteve morto por quatro dias, poderíamos ressuscitar um que já estivesse morto faz um mês! Citam o exemplo de Pedro, o qual a sua sombra curava; afirmam ser este um sinal mais poderoso do que os feitos pelo Senhor! Nisto tudo há um sentido de comparação, disputa e orgulho. É extremamente excitante para o mestre da prosperidade pensar que pode fazer coisas mais poderosas do que Jesus fez!


Obviamente que a passagem não está dizendo isto. Seria impossível querer comparar a operação de Deus na vida de Jesus com a de qualquer homem; Jesus acalmou a tempestade e o mar, andou por sobre as águas, multiplicou os pães, deu vista aos cegos, ressuscitou os mortos e deu a sua própria vida para depois ressurgir dentre os mortos!
Mais maravilhoso ainda foram as suas palavras, entretanto, a sua obra mais importante foi a nossa redenção, coisa que homem algum poderia fazer ou jamais fará igual! Devemos considerar ainda que qualquer apóstolo do passado ou cristão de hoje, quando realizada um milagre, este milagre foi realizado em nome de Jesus! Quando a sombra de Pedro curava, na verdade não era a sua sombra e sim o poder de Deus em sua vida. Em todo milagre Jesus continua fazendo a sua obra! (At 3.12-16)


Significado do texto: Quando Jesus disse que faríamos obras maiores isso tem um sentido bastante profundo, vejamos:


1)No versículo 6, Jesus afirma ser o Caminho, a Verdade e a Vida e que ninguém vai ao Pai se não for por intermédio dele. Segue-se o ensino de que aquele que conhece a Jesus conhece o Pai; Felipe pediu para que Jesus mostrasse o Pai e o Senhor respondeu que ele e o Pai são um e que se ele não estava vendo isto; ao menos ele deveria reconhecer as obras que ele fazia como sendo as mesmas do Pai (vs 7-11). Aquele que nele cresse faria a mesma coisa, ou seja, através de todas as nossas atitudes revelaríamos o nosso Pai! Assim como as obras de Jesus revelavam que verdadeiramente ele era o Filho de Deus, as nossas obras mostram que somos filhos de Deus também, embora por adoção, através do novo nascimento.


Não somente isto; faríamos obras maiores ainda em nome de Jesus, se crêssemos nele, ou seja, o mesmo Espírito Santo seria derramado em nossos corações e o que pedíssemos seria feito em nome de Jesus, provando mais uma vez que ele é o unigênito do Pai e que a sua obra redentora foi eficiente. Quando pedimos algo em nome de Jesus, Cristo é glorificado e, logicamente, o Pai também! (vs 12,14)
 

Não podemos esquecer que estas obras são feitas em nome de Jesus, caso o contrário, não seriam feitas obras que glorificassem a Deus. Jesus continua a realizar a vontade do Pai através da nossa vida, e quem nos capacita para isso é o Espírito Santo derramado em nossos corações. Mostramos a nossa fé através das nossas ações! Este princípio é visto no livro de Tiago (Tg 2.14-26).


2) “e outras maiores fará”, ou seja, a obra de Cristo era maravilhosa e se tornaria mais maravilhosa ainda quando manifesta em nossa vida. Cristo continuaria a agir através de nós. Continua a ser Cristo quem faz!


3) Observe o motivo: Porque ele iria para o Pai! Isto implica: Sua intercessão como sumo sacerdote; a conclusão da redenção; o derramar do Consolador em nossos corações!(Jo 16.7). Faríamos grandes obras porque o Espírito Santo habitaria em nosso coração! O mesmo Espírito que operou plenamente em Cristo!


4)Fazer as mesmas obras em qualidade. Veja o contexto: Jesus faz as mesmas obras do Pai e isto mostra que ele é o seu Filho!(Jo 14.10,11); da mesma forma, a obra de Jesus é manifesta em nossa vida, provando que Cristo está em nosso coração! Tudo o que Cristo realizou, deve continuar a ser feito através de cada cristão!


5)O Pai era glorificado em tudo quanto o Filho fazia; o filho é glorificado em tudo o que nós fazemos e, por conseguinte, o Pai é glorificado no Filho novamente (Jo 14.13,14).
A obra de Deus ampliou-se em nós! O mesmo Deus continua operando em nome do seu Filho Jesus Cristo! A obra de Jesus não era fazer milagres, mais sim fazer a vontade do seu Pai. Os milagres mostravam a sua autoridade. Todo o contexto de ações na vida de Cristo visava revelar o seu Pai. Seus ensinos, milagres, morte, ressurreição, redenção, etc...Tudo glorificava ao Pai. 

Tudo o que Jesus fez é obra, ou somente os milagres? Do mesmo modo a obra de Deus em nós, não são apenas milagres, mais a pregação do Evangelho, ensino, sofrimento e até mesmo a morte. Todo este conjunto deve mostra a presença de Deus em nossa vida! Obras grandiosas de Cristo em nossa vida!


6)Maiores em vista da nossa limitação: Jesus santo fez maravilhas; nós, homens pecadores, também fazemos, provando que ele nos transformou e está conosco!
Jesus obedeceu ao Pai, e nós, através do Espírito Santo, também obedecemos!
 

7)Maiores em extensão, pois cada cristão verdadeiro em todo mundo, glorifica a Cristo através da sua vida.

Rm 8.31 -- Neste versículo, a teologia da prosperidade apóia a afirmação de que nenhuma adversidade poderá vir sobre a nossa vida, quando na verdade o texto informa que passaremos provas e que Deus nos dará graça para vencer a todas! Veja o v. 28, por exemplo, e os vs. 29,30 que falam da garantia da salvação.
Se Deus nos deu esta garantia, o que então poderá interromper a nossa trajetória? As lutas não poderão roubar a nossa salvação! (Rm 8. 31-39)


Fp 4.13  -- Este é um dos prediletos da teologia da prosperidade. Em uma manobra bastante astuta, retiram este texto do seu contexto e afirmam: Você pode tudo! Você pode sair da miséria, ter um carrão do ano, ser um empresário bem sucedido; basta crê nesta Palavra de Fp 4.13!


A Verdade: Este texto diz exatamente o contrário: Paulo começa falando das dificuldades que passara e da ajuda vinda dos irmãos de Filipos (vs.10 e 11). Paulo continua dizendo que ficou feliz com a ajuda, mais que se esta ajuda não tivesse vindo, ele poderia perfeitamente sobreviver. Ter ou não dinheiro não significava nada para ele, pois Deus estava consigo lhe dando força para vencer todas as situações. (Fp 12-14). Nenhuma situação poderia abalar o apóstolo dos gentios!


Irmãos; dentro ainda da teologia da prosperidade, existe a afirmativa que o crente não pode ficar doente. É justamente sobre as enfermidades que nós iremos nos deter na aula de hoje. Iremos aprender sobre a origem das doenças e o porquê do crente também ficar doente.


A origem das doenças


Toda boa dádiva vem de Deus e todo mal não pode proceder dele (Tg 1.16,17; 3.11,12). Partindo destas verdades, concluímos que a doença não vem de Deus.
Quando o Senhor criou o homem, ele o fez para que não morresse e não adoecesse. O homem foi criado perfeito, porém o pecado trouxe a morte e todo tipo de problema não somente sobre o homem, mais também sobre toda a natureza (Gn 3.16-19 ; Rm 3.23; 5.12; 6.23; 8.19-23). Com a queda do homem houve um grande desequilíbrio na Terra.
Podemos resumir afirmando:


Assim como trouxe a morte, o pecado trouxe todos os tipos de doenças!

Por que o cristão fica doente?

1)Anteriormente afirmamos que a origem das doenças é o pecado.
Não estamos afirmando com isso, que todos os doentes estão em pecado, mais afirmamos que a origem das doenças no mundo é o pecado! Como estamos ainda no mundo, estamos sujeitos a ficarmos doentes.

Eis aí o primeiro motivo pelo qual estamos sujeitos a ficar doente: Ainda não fomos glorificados (embora já tenhamos a plena garantia que isto ocorrerá). Temos domínio sobre o pecado, fomos redimidos e ganhamos a vida eterna. Temos a garantia de que seremos transformados; entretanto, algumas bênçãos já conquistadas serão concretizadas com a vinda de Jesus, logo, não vivemos na prática do pecado, pois temos domínio sobre ele, mais ainda pecamos; temos a vida eterna, mais ainda morremos biologicamente; ganhamos um corpo glorioso, mais ainda estamos neste! ( I Co 15. 50-55)
Do mesmo modo que este corpo ainda é sujeito a pecar, ele é sujeito a ficar doente! Assim como o sol nasce para todos e a chuva cai para ímpios e para crentes(Mt 5. 45) , assim como existem crentes morando onde há guerras, assim como em uma cidade atingida por um furacão moram cristãos e não cristãos, do mesmo modo quando há um surto de gripe, o crente também fica gripado!


Obs: O furacão pode passar, mais a vida do crente está nas mãos do Senhor! A diferença sempre estará no fato de que Deus está conosco sempre! Podemos até entrar na fornalha, mais Deus entrará conosco! ( Is 43.1,2)
Nem sempre uma pessoa quando fica doente é porque não tem fé, mais certamente poderá mostrar a sua fé no momento da enfermidade!

Como podem, os pregadores da prosperidade, afirmarem que os crentes não ficam doentes? Como podem, soberbamente, afirmarem que não adoecem? Por acaso gripe não é doença? Dor de barriga é normal? E o que dizer daquelas dores de cabeça que quase todo ser humano já teve ao menos uma vez? E a velhice? Por acaso todos não envelhecem? Velhice é o colapso das estruturas do corpo! Deus não criou o homem para ficar velho, mais o pecado trouxe, dentre muitos problemas, a velhice!


2) Além do citado anteriormente, o crente também pode ficar doente quando é provado. Embora a doença não venha de Deus, o Senhor poderá permitir quando houver algum propósito.


3) Existem doenças que são conseqüências dos nossos próprios pecados. Veja bem: Podemos adoecer devido ao pecado da raça humana, mais nem sempre uma doença será por causa de pecados que cometemos! Existem enfermidades que procedem do pecado. Ex: Um cristão que cai no pecado sexual e contrai uma doença; uma pessoa que fumou durante 50 anos de sua vida e depois se entrega a Jesus, neste caso ela pode ter uma doença devido aos longos anos que passou fumando.


4) Existe a doença espiritual. O cristão quando peca, fica doente espiritualmente ( I Co 11. 29,30).


5) As enfermidades da alma e do espírito, não podem atingir os salvos. Ex: Certos tipos de depressão. O crente deprimido precisa de concerto!
A possessão demoníaca não tem lugar no cristão!


6) Obras de feitiçaria não tem poder sobre a vida do salvo



CONCLUSÃO


Devemos combater os abusos e aberrações doutrinárias desses pregadores. Tomemos cuidado, porém, para não sermos levados ao ceticismo e ao indiferentismo religioso. Religião sem o sobrenatural é mera filosofia. Temos promessas de Deus. Aliás, a história, desde os tempos bíblicos, registra inúmeros testemunhos sobre sinais, prodígios e maravilhas (Mc 16.20). Mas os tais pregadores, a começar pela origem de sua teologia, estão fora do padrão bíblico.



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus


Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS


BIBLIOGRAGIA


Lições bíblicas CPAD 2006


23 de dezembro de 2011

A INTEGRIDADE DE UM LÍDER


A INTEGRIDADE DE UM LÍDER

TEXTO ÁUREO = “Se é ministério, seja em ministrar [...]; o que preside, com cuidado [..]”(Rm 12.7,8).

VERDADE PRÁTICA = Somente com lideres verdadeiramente chamados por Deus e comprometidos com a sua obra é que a Igreja de Cristo poderá cumprir integralmente a missão que lhe confiou o Senhor.

LEITURA BIBLICA = Neemias 1: 5 - 11

INTRODUÇÃO

LIÇÕES DA LIDERANÇA DE NEEMIAS

E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. (Ne 1.4)

A igreja do século 21 necessita de líderes autênticos que se J’i dediquem com afinco na obra do Senhor. Pode parecer sem sentido, em pleno século 21, buscarmos inspiração na liderança de um homem que viveu quase quinhentos anos antes de Cristo, mas a Igreja do Senhor Jesus, que se constitui dos que o aceitaram como Salvador carece de modelos autênticos de liderança pautados nos princípios da sua Palavra. Neemias, então, é um dos grandes exemplos para os nossos dias. Neste capítulo apresentamos um resumo da sua liderança com base nos textos já comentados.

A ciência da administração oferece subsídios que podem ser aplicados à liderança eclesiástica. Sem cair no tecnicismo, é possível examinar o que há de interessante nos compêndios de administração. Mas é na Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, que os líderes devem buscar a inspiração para exercer sua gestão à frente das igrejas locais. Muitos modelos de igreja têm sido formulados e divulgados em publicações e editoriais em todos os lugares. E vários desses modelos não passam de modismos que surgem, mas que em poucos anos não se ouve mais falar neles. Quando se examinam tais propostas dc organização de igrejas, verifica-se que não passam de tentativas de apresentar algo inédito no que diz respeito à administração eclesiástica.

Contudo, verificando as páginas da Bíblia, observamos modelos especiais de liderança que servem de referência para os que desejam conduzir a igreja local conforme a vontade de Deus. O livro de Neemias é um desses exemplos de administração que podem e devem ser valorizados. Não obstante tratar-se de uma experiência de liderança desenvolvida há tantos séculos, contém princípios e orientações de grande valor para os líderes atuais.


Deus sempre Tem alguém para Usar

Neemias era um desconhecido. De acordo com alguns padrões estabelecidos, somente as pessoas que estão em evidência podem ser usadas por Deus. Contudo, segundo os mandamentos bíblicos, Deus usa quem se coloca a sua disposição. Quando quer, chama alguém que não tem relevância aos olhos dos homens. Ainda que o cargo de copeiro, exercido por Neemias, fosse de alta confiança, sua ação restringia-se às paredes do palácio. Entretanto, por causa de seu caráter e relacionamento com Deus, foi chamado de forma especial para uma grande missão.

Ele era desconhecido para os homens, incluindo seus compatriotas que se achavam em Jerusalém sofrendo os resultados da grande crise que se abatera sobre eles. Mas não era desconhecido de Deus.

Diz o salmista: “Quem é como o Senhor, nosso Deus, que habita nas alturas; que se curva para ver o que está nos céus e na terra; que do pó levanta o pequeno e, do monturo, ergue o necessitado, para o fazer assentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo” (SI 113.5-8).

Ester era uma desconhecida. O rei Assuero, da Pérsia, tomado de um acesso de vaidade, resolveu exibir os dotes fisicos e a beleza de sua esposa, Vasti, perante os convidados na festa nacional celebrada com pompas e luxo. Como sua esposa recusou-se a desfilar como uma “miss”, foi destituída do trono. Para seu lugar foi determinado que se convocassem as mais belas moças do reino. Provavelmente, entre as “beldades” convocadas havia jovens ricas e de elevado nível de instrução. Entretanto, Deus entrou cm ação e fez com que uma jovem simples, órfã, criada por um primo, fosse a escolhida pelo rei. A jovem Ester, ou Hadassa, foi usada por Deus não apenas para ser rainha (Et 2.17), mas para ser instrumento em suas mãos a fim de livrar o seu povo da destruição.

Davi era um simples pastor de ovelhas. Quando o rei Saul perdeu a bênção de Deus em sua vida por ter desobedecido ao profeta Samuel, Deus determinou que o profeta fosse a Belém escolher um substituto para o desviado monarca. “Então, disse o Senhor a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche o teu vaso de azeite e vem; enviar-te-ei a Jessé, o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei” (1 Sm 16.1). Quem seria o escolhido? Abinadabe? Samá? O que tivesse uma boa aparência?

Não. O escolhido foi o jovem Davi, o filho mais novo de Jessé, que cuidava das ovelhas de seu pai. Não era conhecido entre seus concidadãos. Sua vida era apascentar ovelhas nas campinas verdejantes, às margens de fontes de água, cuidando do rebanho de seu pai. Mas Deus pôs os olhos nele e o escolheu para ser um dos maiores reis de Israel. “Então, mandou em busca dele e o trouxe (e era ruivo, e formoso de semblante, e de boa presença). E disse o Senhor:
Levanta-te e unge-o, porque este mesmo é. Então, Samuel tomou o vaso do azeite e ungiu-o no meio dos seus irmãos; e, desde aquele dia em diante, o Espírito do Senhor se apoderou de Davi. Então, Sa muel se levantou e se tornou a Ramá” (1 Sm 16.13).

Poderíamos também discorrer sobre José, o filho de Jacó. Odiado pelos irmãos, vendido a desconhecidos, caluniado por uma mulher ímpia e lançado no cárcere, contudo exaltado por Deus para ser o governador do Egito e salvar o seu povo da fome. Por que não falar de Elias, que imaginou ser o único sobrevivente, mas Deus tinha sete mil para fazer sua obra? Falaríamos também de Elizeu, Amós, Obadias, Pedro, Tiago, João e os demais apóstolos que foram homens simples, mas com qualidades que agradavam a Deus. Esses exemplos nos mostram que quando Deus decide usar alguém Ele não precisa de “pistolão” ou ser famoso. Para Deus o que de fato importa é disponibilidade do indivíduo, como já foi dito anteriormente.

Neemias um Líder Íntegro

Ele tinha integridade espiritual. Antes de tomar qualquer decisão, ele buscava a Deus em oração. “E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus” (Ne 1.4). Ele teve sensibilidade ao saber da realidade em que se encontrava seu povo. Ao tomar conhecimento da triste situação em que se encontrava Jerusalém, ele não permaneceu como estava, como se nada estivesse acontecendo. Ele tomou uma atitude, que revela sentimento de interesse sincero e amor por seu povo.

Assentei-me e chorei, e lamentei.” Neemias não tinha a cultura machista do mundo ocidental que alardeia que “homem não chora”. Ele interrompeu o que estava fazendo e aguardou o momento adequado, e assentou-se tomado de intensa emoção. Chorou e lamentou a situação de seu povo. Não será isso o que está faltando em nossos dias? Homens de Deus que chorem e lamentem diante da situação trágica do nosso povo? Quando falamos “nosso povo”, referimo-nos à Igreja de Cristo em todo o mundo. O que estamos fazendo como líderes? Estamos chorando e lamentando pela Igreja? Em termos gerais, parece que não.

Ele tinha integridade moral. Dizem que três coisas podem derrubar os líderes: dinheiro, sexo e poder. Ao observarmos a história e as experiências de Neemias como líder, não vemos qualquer referência que desabone sua conduta.

1) Na área do dinheiro. Não obstante ter administrado recursos financeiros e patrimoniais na reconstrução dos muros de Jerusalém, não usou indevidamente das contribuições. Não foi desonesto, nem desviou recursos destinados à obra do Senhor para proveito pessoal. Quando percebeu os desmandos cometidos por administradores da obra, Neemias protestou:
“Disse mais: Não é bom o que fazeis: Porventura, não devíeis andar no temor do nosso Deus, por causa do opróbrio dos gentios, os nossos inimigos? Também eu, meus irmãos e meus moços, a juro, lhes temos dado dinheiro e trigo.

Deixemos este ganho. Restituí-lhes hoje, vos peço, as suas terras, as suas vinhas, os seus olivais e as suas casas, como também o centésimo do dinheiro, do trigo, do mosto e do azeite, que vós exigis deles. Então, disseram: Restituir-lho-emos e nada procuraremos deles; faremos assim como dizes. Então, chamei os sacerdotes e os fiz jurar que fariam conforme esta palavra” (Ne 5.9-12). Silva acentua o caráter de Neemias como um líder exemplar: “Neemias não deixou que nenhuma tentação material, como a de fazer investimentos em terrenos, que lhe poderiam render boas rendas e dividendos, o desviasse de sua meta que era a tarefa de reconstruir o muro. Para isso Deus o houvera chamado e por isso ele teria que responder diante de Deus”.’

2) Na área do sexo. À medida que lemos o livro de Neemias, não o vemos envolvido em relacionamentos ilícitos. Era comum os líderes buscarem muitas mulheres para si, pois a cultura da época permitia que o líder possuísse várias esposas e também concubinas, que lhe atendiam a qualquer hora em suas necessidades sexuais. Davi teve esposas e concubinas. Salomão perdeu-se ao formar um harém jamais visto na história de Israel. Contudo, Neemias soube portar-se como um verdadeiro líder, não se deixou levar pelos instintos carnais buscando aproveitar-se dos prazeres do sexo. Hoje conhecemos dezenas de casos de líderes cristãos que se envolveram em escândalos sexuais corrompendo até menores de idade.

3) Na área do poder humano. Uma vez alguém declarou: “Quer saber quem é o homem? Dê-lhe poder”. A experiência geral parece confirmar essa ideia. Há pessoas que quando são simples congregados ou membros comportam-se de forma ética, respeitosa e séria. Entretanto, ao assumirem um cargo na administração da igreja local, mudam completamente. Muitos se esquecem dos princípios bíblicos e se corrompem. Determinado líder de uma grande igreja passou a usar o dinheiro dos dízimos e das ofertas para proveito próprio. Adquiriu terrenos, casa, postos de gasolina, moeda estrangeira, veículos, e registrou-os em seu nome. Contudo, esse mesmo homem era radical com a questão dos costumes. Disciplinava os seus membros, sobretudo os jovens, por qualquer deslize, mas era um corrupto. No entanto, Deus o fez cair do “trono”.

Neemias soube administrar o poder que lhe f’ora conferido por Deus para ser o líder da restauração dos muros da Cidade Santa. Neemias não se corrompeu. Lord Acton, historiador católico, fez a seguinte declaração: “O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente”. A história, portanto, confirma esse pensamento, pois grandes ditadores e líderes tornaram-se corruptos.


Neemias foi um exemplo de integridade no período em que administrou a reconstrução dos muros: “Também desde o dia em que fui nomeado seu governador na terra de Judá, desde o ano vinte até ao ano trinta e dois do rei Artaxerxes, doze anos, nem eu nem meus irmãos comemos o pão do governador. Mas os primeiros governadores, que foram antes de mim, oprimiram o povo e tomaram-lhe pão e vinho e, além disso, quarenta siclos de prata; ainda também os seus moços dominavam sobre o povo; porém eu assim não fiz, por causa do temor de Deus” (Ne 5.14,15 —grifo nosso).

Eis a razão por que um homem de Deus não se corrompe no uso do seu cargo ou função: “Por causa do temor de Deus”. Se não houver esse temor, será grande a probabilidade da corrupção administrativa ou moral no desenvolvimento das funções eclesiásticas ou administrativas. Que Deus nos guarde desse péssimo exemplo.

4) Lição para os líderes de hoje. Com o crescimento dos evangélicos, grande parte dos líderes está comemorando. Entretanto, grandes ministérios parecem não se importar com os muros da moral e da ética arruinados. As portas espirituais estão queimadas em função do ecumenismo; o satanismo, por exemplo, tem boa aceitação nas altas esferas da sociedade.

A corrupção está presente em todos os poderes do país. A prostituição e o homossexualismo já estão banalizados, isto é, as pessoas agem e reagem como se essas práticas fossem normais. Escândalos praticados por líderes evangélicos são divulgados, e nós não choramos e nem lamentamos diante de Deus. Ainda que pareça um jargão, podemos dizer que chorar é preciso! O profeta Joel também teve que chorar e exortar os sacerdotes de seu tempo por causa da calamidade espiritual de seu povo: “Cingivos e lamentai-vos, sacerdotes; gemei, ministros do altar; entrai e passai, vestidos de panos de sacos, durante a noite, ministros do meu Deus; porque a oferta de manjares e a libação cortadas foram da Casa de vosso Deus” (Jl 1.13).

Neemias valorizava a vida devocional. É de fundamental importância que o líder reserve em sua agenda momentos para o cultivo de sua vida devocionai, pois dessa forma estreita sua comunhão com Deus. Neemias era um líder que cuidava da sua vida secular, mas também zelava por sua vida espiritual.

1) A oração. “E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus” (Ne 1.4). Neemias sabia onde buscar o socorro ante os desafios da liderança. Há obreiros que são excelentes pregadores, ótimos cantores, mas são descuidados quanto à vida de oração. A oração é a base da vida ministerial ao lado da leitura bíblica.


O obreiro precisa orar todos os dias. Começar um dia de trabalho sem oração é correr um grande risco de enfrentar situações dificeis sem encontrar a solução para os elas. O exercício diário da oração é um reforço maravilhoso para a dinamização da igreja local. Há um ditado proferido nos púlpitos que declara: “Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder”. A oração é a chave que abre as portas do sobrenatural quando o líder está buscando a unção do Espírito Santo. Neemias era homem de oração. Davi orava três vezes ao dia (Sl 55.17); Daniel orava três vezes ao dia (Dn 6.10); Jesus orava diariamente (Mt 26.44a).

O salmista também tinha o costume de começar o dia orando e vigiando. Um hino antigo diz: “Bem de manhã, embora o céu sereno pareça o dia a calma anunciar, vigia e ora o coração pequeno, que um temporal pode abrigar”. Segundo o Pr. David Young Cho, pastor da maior igreja pentecostal, o segredo para uma boa liderança está na oração, se possível, feita mais de uma vez ao dia. O obreiro que ora tem ao seu dispor a energia e o poder de Deus para desenvolver seu ministério.

2) O estudo da Bíblia Sagrada. No sétimo mês do ano, Neemias reuniu o povo, na praça principal da cidade, para ouvir a leitura da Palavra de Deus (Ne 8.1). “E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação, assim de homens como de mulheres e de todos os entendidos para ouvirem, no primeiro dia do sétimo mês. E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei” (Ne 8.2,3).

Neemias era homem de Deus dedicado à leitura e ao estudo da lei, por isso, estava entre os que ensinavam o povo a Palavra de Deus. Após a reconstrução dos muros ele percebeu que precisava reconstruir a vida espiritual do povo. “E leram o livro, na Lei de Deus, e declarando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse. E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (Ne 8.8,9 — grifo nosso). Neemias era o tirsala, ou seja, o governador da cidade. Seu tempo era ocupado nas atividades administrativas, legais e sociais. Mas ele não se descuidava do cuidado com a Palavra de Deus. Para ensinar, ele gastava horas lendo e estudando a Palavra do Senhor.

3) Lição para os obreiros de hoje. Assim como Neemias, o obreiro precisa ler e estudar a Bíblia diariamente para que tenha o que transmitir à igreja. Os dias são maus, por isso há muitos motivos para que o obreiro dedique-se mais ao estudo da Palavra de Deus.

Meditação: O salmista tinha prazer em ler e meditar na Palavra de Deus: “Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!” (SI 119.97). “Antecipei-me à alva da manhã e clamei; esperei na tua palavra” (Si 119.147). Thomas E. Trask: “Todos os dias, das cinco às sete da manhã, estudo a Bíblia e oro” (Trask, p. 17).

Prevenção: É necessário ter a palavra no coração para não pecar
(SI 119.11).

Consolo: “Isto é a minha consolação na minha angústia, porque a tua palavra me vivificou” (Si 119.50).

Direção divina: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho” (Sl 119.105).

Ordenamento ministerial: “Ordena os meus passos na tua palavra, e não se apodere de mim iniquidade alguma” (Sl 119.133).

Espelhando-se em Neemias, o obreiro que lê a Bíblia diariamente toma-se sábio para dirigir o rebanho que lhe confiou o supremo Pastor.

O Obreiro e a Santificação

A vida espiritual do obreiro requer santificação, pois ela é condição indispensável para chegar-se a Deus. Sem santificação ninguém verá o Senhor(Hb 12.14). Já vimos, no estudo do livro de Neemias, que ele era homem íntegro diante de Deus e do povo. A integridade é componente indispensável à santificação.

A santificação pessoal. Talvez seja uma das exigências que dê mais trabalho para ser alcançada. Normalmente, os obreiros envolvem-se tanto com as tarefas eclesiásticas e ministeriais que se esquecem de cuidar da sua própria alma, e isso é um grande perigo. Para santificação pessoal, o obreiro precisa considerar algumas coisas:

1) Apresentando-se a Deus. Antes de apresentar-se à igreja, às pessoas, o obreiro precisa ter consciência de que deve apresentar-se a Deus, e a Bíblia nos diz como devemos fazê-lo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da Verdade” (2 Tm 2.15).

2) O cuidado de si mesmo. “Tem cuidado de ti mesmo, e da doutrina...” (1 Tm 4.16). Esse versículo enfatiza dois aspectos importantes na vida do obreiro. Primeiro, o cuidado de si mesmo. Segundo, o cuidado com a doutrina. Esses dois cuidados precisam andar juntos, um não pode ser bem-sucedido sem o outro. O cuidado de si mesmo pode ser visto de modo abrangente. O obreiro precisa cuidar de sua vida espiritual, moral, social, familiar e financeira.
O cuidado com a doutrina refere-se ao zelo na ministração da Palavra e pelo fiel cumprimento da doutrina do Senhor. Para alcançar esse objetivo (esse cuidado), faz-se necessário que o obreiro seja disciplinado consigo e zeloso.

Como ter a santificação. O líder precisa desenvolver a santificação, que é o processo para alcançar a santidade. De acordo com a Bíblia, podemos anotar alguns cuidados a serem observados:

l) Andar em espírito (Gi 5.16,17);
2) Não deixar o pecado reinar em nosso corpo (Rm 6.12;
1 Ts 4.3);
3) Mortificar as obras do corpo (Rm 8.13);
4) Apresentar o corpo em sacrificio vivo e agradável a Deus (Rm 12.1);
5) Glorificar a Deus no corpo (1 Co 6.19,20).
6) Conservar o corpo irrepreensível para a vinda do Senhor (1 Ts 5.23).

O apóstolo Paulo declara: “Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia e à maldade para a maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para a santificação (Rm 6.19). “Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação” (1 Ts 4.7).

A santificação no ministério. O ministério pastoral é um dos maiores desafios na vida de um homem. É glorioso e espinhoso ao mesmo tempo. É agradável e pesado, de igual modo. Somos obreiros “chamados” e “separados” por Deus (Rrn 1.5,6) para uma obra que muitos desejam, mas poucos possuem as características exigidas por Deus. Dentre essas características, a santidade aparece em destaque como condição indispensável para a realização da missão.

O grande problema do ministério é que o obreiro é um “vaso de barro” que pode se quebrar a qualquer momento, e que contém dentro dele um “tesouro” que lhe é entregue por Deus “para que a excelência do poder seja de Deus”, não do obreiro (cf. 2 Co 4.7). Para que “o vaso” (o obreiro) não se rache e não se quebre, é necessário que haja um exercício contínuo e permanente de santificação. É o cuidado de si mesmo e da doutrina (cf. 1 Tm 4.16).

O adversário do ministério, o Diabo, está de plantão 24 horas por dia tentando derrotar obreiros, ministros e pastores. A santificação do ministério exige do obreiro a crucificação com Cristo, e isso implica a crucificação do eu, de forma que tudo o que fazemos na igreja seja colocado em sacrificio santo e agradável a Deus no altar do serviço ao Senhor. A santificação do ministério pode ser vista sob alguns ângulos das tarefas pastorais:



A santificação do ministério da palavra. Certamente, a missão do pastor é mais desenvolvida através da transmissão da Palavra, da mensagem propriamente dita, para a igreja. Um obreiro, pastor ou líder, à frente do trabalho, precisa ter mensagens para transmitir ao rebanho. A verdadeira mensagem é aquela que vem de cima, que flui do Espírito de Deus para o espírito do mensageiro, e passa para a igreja, com unção e graça, de modo que todos são tocados pelo poder de Deus, transbordando em amor, temor e alegria espiritual.

Esse tipo de mensagem só pode existir se o obreiro buscar a presença de Deus com oração e jejum. Certo pregador dizia que muitos lhe indagavam sobre o segredo de ter tanta unção para transmitir mensagens ao povo. Veja a sua resposta: “O segredo é que muitos oram cinco minutos para pregar uma hora; eu oro uma hora para pregar cinco minutos”.

Paulo, extraordinário pregador, não confiou em sua formação privilegiada aos pés de Gamaliel. Escrevendo aos coríntios, ele disse: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder” (1 Co 2.4).

Ele confiava na eloquência do poder, em vez de se firmar no poder da eloquência. O ministério da palavra é santificado por uma vida pessoal de devoção e adoração a Deus. Sem exageros, podemos dizer que o livro de Neemias é um verdadeiro manual de liderança para os que têm a tarefa de estar à frente de uma igreja ou de um departamento. As lições daquele homem de Deus são válidas para a administração eclesiástica nos nossos dias, em que os desafios são cada vez maiores e mais dificeis de serem confrontados. Contudo, com a graça de Deus e a unção do Espírito Santo, é possível alcançarmos os objetivos da obra do Senhor seguindo os padrões de liderança que emanam de sua Palavra.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Livro de Neemias – Integridade e Coragem em Tempo de Crise – Elinaldo Renovato