31 de julho de 2018

A Doutrina do Culto Levítico


A Doutrina do Culto Levítico

 

TEXTO ÁUREO = “Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam.” (Sl 24.1)

 

VERDADE PRÁTICA = Tudo quanto existe pertence ao Senhor e ao Senhor deve ser consagrado, principalmente o nosso ser.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Levítico 9.1-14

 

OBJETIVO GERAL

Explicar que tudo quanto existe pertence ao Senhor e ao Senhor deve ser consagrado, principalmente o nosso ser.

 

HINOS SUGERIDOS: 3, 23, 25 da Harpa Cristã

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

 

I. Saber que a Terra é do Senhor

II. Mostrar que os animais e vegetais são do Senhor;

III. Compreender que o ser humano é do Senhor.

 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

 

Professor (a), na lição de hoje estudaremos três princípios bíblicos expostos no capítulo 9 do livro de Levítico que todo israelita deveria observar:

1) tudo quanto existe foi criado por Deus;

2) sendo Ele o Criador de todas as coisas, somente Ele deve ser adorado; e

 

3) tudo quanto há deve ser consagrado ao Deus Único e Verdadeiro. Embora o livro de Levítico tenha sido escrito na Antiga Aliança, num tempo e contexto social diferente do nosso, tais princípios também devem ser observados pela Igreja e crentes da atualidade. Que venhamos como filhos de Deus, alcançados pela graça, consagrar tudo a Ele e em especial todo o nosso ser.

 

INTRODUÇÃO

 

No livro de Levítico, há uma teologia sublime e altamente devocional, cujo objetivo é levar o crente israelita a reconhecer três verdades:

1) tudo quanto existe foi criado por Deus;

2) sendo Ele o Criador de todas as coisas, somente Ele deve ser adorado; e

3) tudo quanto há deve ser consagrado ao Deus Único e Verdadeiro.

Se observasse esse princípio, o povo de Israel ver-se-ia livre dos resquícios da idolatria do Egito, prevenindo-se didaticamente quanto às abominações de Canaã.

 

Nesta lição, veremos que a essência do culto levítico é conduzir o crente a adorar a Deus e a consagrar-lhe tudo quanto tem. Porque tudo pertence ao Senhor, pois Ele tudo criou e tudo preserva. Essa consagração, porém, só terá eficácia se começar pelo nosso próprio ser (Rm 12.1-3).

 

A TERRA É DO SENHOR

 

Deus é o Criador dos Céus e da Terra. Deus criou o universo do nada; é a chamada creatio ex nihilo da teologia judaico-cristã revelada na Bíblia. A narrativa do primeiro capítulo de Gênesis é entendida à luz do contexto bíblico. O ponto de partida da criação é: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). O verbo hebraico “criou” é bará, e este apresenta características peculiares: o sujeito da afirmação é sempre Deus, o Deus de Israel, e nunca foi aplicado a deuses estranhos; é um termo próprio para referir-se à ação criadora de Deus a fim de distinguir-se de toda e qualquer realização humana. Essa ideia do fiat divino, ou seja, do “faça-se”, é apoiada em toda a Bíblia. Deus trouxe o universo à existência do nada e de maneira instantânea, pela sua soberana e livre vontade (Sl 33.9; Hb 11.3; Ap 4.11).

 

A narrativa da criação em Gênesis 1. No primeiro dia, Deus trouxe à existência a luz (Gn 1.3); no segundo, criou a expansão ou firmamento (vv.6-8); e, no terceiro, “disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca” (v.9). A essa porção seca Ele chamou terra e ao ajuntamento das águas, mares (v.10). Ainda no terceiro dia, surgiram os continentes com seus relevos e a vegetação (vv.9-13). Os corpos celestes: o sol, a lua e as estrelas aparecem no quarto dia (vv.14-19). As aves e os animais marinhos surgem no quinto dia (vv.20-23).

 

Deus é o Libertador de Israel. Deus ordenou que Moisés renovasse a confiança dos israelitas. Ele tinha de lhes dizer que seriam libertos da servidão egípcia, que Deus os resgataria com braço estendido e com juízos grandes sobre os opressores. Israel seria o povo especial de Deus e lhe daria a terra da promessa por herança. Estas palavras tranqüilizadoras foram apoiadas pela declaração: Eu, o SENHOR.

 

Israel é o templo de Deus.  A teologia de Levítico tinha por objetivo também conscientizar Israel de sua vocação divina (Lv 20.26). Logo, toda a nação israelita era (e no futuro o será) um templo de adoração ao Senhor (Lv.10.3). Isso significa que o povo hebreu não se limitava a ser uma mera teocracia, mas a comunidade de adoração por excelência ao Senhor (Lv 9.23).

 

 

OS AIMAIS E OS VEGETAIS SÃO DO SENHOR

 

1. No Egito, os animais eram deuses. Os egípcios não faziam distinção entre o Criador e a criação, nem estavam preocupados em distinguir os animais limpos dos impuros. Por isso, adoravam o boi, o crocodilo, o falcão e até o gato (Rm 1.25). Eis porque Deus, ao punir o Egito com as dez pragas, mostrou quão inúteis eram os deuses egípcios.

 

O panteão egípcio, diferentemente do grego, parecia mais um zoológico do que um depósito de deuses. Examinemos o caso de Thot. Patrono dos estudos, da escrita e dos cálculos, era representado por um homem com uma imensa cabeça de macaco. No Levítico, o babuíno nem mencionado é. Mas os egípcios veneravam-no como divindade.

 

2. Os animais e a adoração a Deus. Ao contrário dos egípcios, os israelitas não se davam ao culto dos animais. Mas os apresentavam em sacrifício ao Senhor (Lv 1.2). Além disso, faziam distinção entre os animais limpos e impuros (Lv 11). O povo de Israel sabia que os animais não são deuses, e, sim, criaturas do Deus que as sustenta (Sl 104.14).

 

Quanto aos egípcios, tinham eles como deus o boi que, em sua mitologia, representava dois deuses: Osíris e Ptá. A primeira divindade era, às vezes, descrita como um morto-vivo; um amedrontador zumbi. Em Israel, de acordo com as recomendações levíticas, o gado vacum tinha apenas três finalidades: trabalho, alimentação e adoração ao Senhor.

 

Lembremo-nos do carneiro. Na mitologia faraônica, era o deus Knum, cuja função era moldar, qual oleiro, a aparência de deuses e dos homens. No sistema levítico, iria logo para o altar, quer para representar um sacrifício pacífico, quer para oficiar uma oferenda pelo pecado.

 

3. Os vegetais e a adoração a Deus. O mesmo Deus que preconiza a preservação da natureza condena a sua idolatria; prática corriqueira entre os antigos cananeus (I Rs 14.23). Já em Israel, os frutos da terra serviam para duas coisas: nutrir o povo e adorar a Deus; gratidão àquEle que “(faz) a terra dar a sua messe e, a árvore do campo, o seu fruto” (Lv 23.10; 26.4,5, ARA).

 

Que Deus nos guarde da idolatria. Às vezes, sem o percebermos, tornamo-nos tão idólatras quanto os egípcios do Faraó. Se retivermos o fruto da terra, e deixarmos o faminto perecer de fome, o que é isso senão avareza; abjeta idolatria (Cl 3.5)? A Terra é do Senhor. Logo, todas as suas novidades e produtos lhe pertencem. Então, que tudo seja-lhe apresentado em ações de graça.

 

 

 

O SER HUMANO É DO SENHOR

 

O ser humano é a Imagem De Deus

 

O conceito de imagem de Deus é o coração da antropologia cristã. Precisamos entender bem este conceito. O homem distingue-se das demais criaturas de Deus, porque foi criado de uma maneira singular. Apenas do homem é dito que ele foi criado à imagem de Deus. Esta expressão descreve o homem na totalidade de sua existência, ele é um ser que reflete e espelha Deus. (Gn 1:26-28).

 

Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.

 

E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. (Gn 1:26-28).

 

A imagem de Deus no homem não é algo acidental, mas é algo essencial à natureza humana. O homem não pode ser homem sem a imagem de Deus. O homem é a imagem de Deus, não simplesmente a possui, como se fosse algo que lhe foi acrescentado.

 

No Velho Testamento encontramos apenas três passagens que tratam de forma específica a questão da imagem de Deus. (Gen. 1:26-28; 5:1-3; 9:6).

 

 "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança" . Sobre o significado das palavras "Imagem e Semelhança" entendemos que elas não se referem a coisas diferentes, embora alguns defensores da fé do passado tivessem crido diferente (1).

 

Veja as razões porque entendemos que estes dois termos querem significar a mesma coisa: Em Gen. 1:26, aparecem as duas palavras "imagem e semelhança"; em 1:27 o autor usou apenas o termo "imagem"; em 5:1 ele resolve substituir o termo por outro - "semelhança", e, em 5:3, o autor novamente volta a usar as duas palavras , contudo em ordem diferente daquela usada em 1:26 - "semelhança e imagem" e em 9:6 ele volta a usar apenas um dos termos, optando agora pelo termo "imagem". Isto, deixa suficientemente claro para nós que "imagem e semelhança" são termos sinônimos, e que querem dizer a mesma coisa. Caso não fosse assim, o autor não faria estas mudanças alternando os termos

 

 

A vida humana é sagrada.

  

JEOVÁ é o verdadeiro Deus”, disse o profeta Jeremias. “Ele é o Deus vivente.” (Jeremias 10:10) Além do mais, Jeová Deus é o Criador de todas as coisas vivas. Criaturas celestiais disseram-lhe: “Criaste todas as coisas, e por tua vontade elas vieram à existência e foram criadas.” (Apocalipse 4:11) Num cântico de louvor a Deus, o Rei Davi disse: “Contigo está a fonte da vida.” (Salmo 36:9) A vida, portanto, é uma dádiva de Deus.

 

O nosso Deus também sustenta a nossa vida. (Atos 17:28) Ele provê o alimento que comemos, a água que bebemos, o ar que respiramos e o solo em que pisamos. (Leia Atos 14:15-17.) Jeová tem feito isso de um modo que torna a vida agradável. Mas, para levar uma vida satisfatória, temos de aprender as leis de Deus e obedecê-las. — Isaías 48:17, 18.

 

O ser humano é servo e adorador de Deus.

 

Se os israelitas observassem a Lei de Moisés, não teriam dificuldades em viver a essência de sua teologia. No livro de Levítico, seriam conduzidos a uma vida de santidade, pureza e serviço ao Senhor. Mas, em consequência de suas muitas apostasias, não puderam alcançar o cerne teológico das celebrações e sacrifícios prescritos. No tempo de Isaias, a situação espiritual da nação estava de tal forma degenerada, que Deus censurou-a energicamente. (Is 29.13, ARA).

 

O sacrificio pacífico.

 

Moisés estava agora ministrando instruções dos sacrifícios pacíficos – ou sacrifícios de comunhão ou sacrifícios de reconciliação -, cujo significado no hebraico parece associado à palavra shalom, que significa “paz” ou “bem-estar”, aos leigos, conforme também Lv 7:11, 28-34.

 

O significado preciso se perdeu, mas parece indicar harmonia e paz entre Deus e o adorador, uma posição que capacitava aos adoradores individuais, o compartilhamento do sacrifício.

 

O adorador deveria se identificar simbolicamente com o sacrifício e entregá-lo ao sacerdote, o qual aspergia o sangue em todos os lados do altar. Ele era muito peculiar pelo fato do adorador e sua família poderem comer grande parte da carne, sendo apenas uma porção dela entregue ao sacerdote ou queimada sobre o altar.

 

 

 

 

 

CONCLUSÃO

 

Somos uma geração centralizada no homem, mas a igreja não pode tornar-se antropocêntrica. A distração e o entretenimento da nossa era tecnológica não podem tornar-se o centro. Nosso desejo por santidade deve ser maior que o nosso desejo por felicidade. O culto pode e deve, sim, ser agradável às pessoas, mas com base na instrução bíblica apresentada e não no grau de satisfação pessoal alcançado. Que possamos dizer: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome da glória” (Sl 115.1).

 

 

Por: Evangelista Isaias Silva de Jesus

 

Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

 

Bibliografia

 

Comentário Bíblico Beacon

 


 


Lições Bíblicas CPAD - 3° Trimestre de 2017

Livro Adoração, Santidade e Serviço – lª. Edição CPAD –  Claudionor de Andrade