16 de setembro de 2021

O REINADO DE JOSIAS

 

O REINADO DE JOSIAS

3º Trimestre/2021

 

Texto Base: 2 Reis 22:3-5,8; 23:2-5,21,22,25

 

“Então, disse o sumo sacerdote Hilquias ao escrivão Safã; achei o livro da Lei na Casa do Senhor. E Hilquias deu o livro a Safã, e ele o leu” (2Rs.22:8).

 

V.P.: “Nos dias de hoje, Deus ainda levanta homens e mulheres dispostos a combater a cultura da idolatria que se perpetua através das gerações”.

2 Reis 22:

3.Sucedeu, pois, que, no ano décimo-oitavo do rei Josias, o rei mandou o escrivão Safã, filho de Azalias, filho de Mesulão, à Casa do SENHOR, dizendo:

4.Sobe a Hilquias, o sumo sacerdote, para que tome o dinheiro que se trouxe à Casa do SENHOR, o qual os guardas do umbral da porta ajuntaram do povo.

5.E que o deem na mão dos que têm o cargo da obra e estão encarregados da Casa do SENHOR; para que o deem àqueles que fazem a obra que há na Casa do SENHOR, para repararem as fendas da casa:

8.Então, disse o sumo sacerdote Hilquias ao escrivão Safã: Achei o livro da Lei na Casa do SENHOR. E Hilquias deu o livro a Safã, e ele o leu.

2Reis 23:

2.E o rei subiu à Casa do SENHOR, e com ele todos os homens de Judá, e todos os moradores de Jerusalém, e os sacerdotes, e os profetas, e todo o povo, desde o menor até ao maior; e leu aos ouvidos deles todas as palavras do livro do concerto, que se achou na Casa do SENHOR.

3.E o rei se pôs em pé junto à coluna e fez o concerto perante o SENHOR, para andarem com o

SENHOR, e guardarem os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus estatutos, com todo o coração e com toda a alma, confirmando as palavras deste concerto, que estavam escritas naquele livro; e todo o povo esteve por este concerto.

4.E o rei mandou ao sumo sacerdote Hilquias, e aos sacerdotes da segunda ordem, e aos guardas do umbral da porta que se tirassem do templo do SENHOR todos os utensílios que se tinham feito para Baal, e para o bosque, e para todo o exército dos céus; e os queimou fora de Jerusalém, nos campos de Cedrom, e levou as cinzas deles a Betel.

5.Também destituiu os sacerdotes que os reis de Judá estabeleceram para incensarem sobre os altos nas cidades de Judá e ao redor de Jerusalém, como também os que incensavam a Baal, ao sol, e à lua, e aos mais planetas, e a todo o exército dos céus.

21.E o rei deu ordem a todo o povo, dizendo: celebrai a Páscoa ao SENHOR, vosso Deus, como está escrito no livro do concerto.

22.Porque nunca se celebrou tal Páscoa como esta desde os dias dos juízes que julgaram a Israel, nem em todos os dias dos reis de Israel, nem tampouco dos reis de Judá.

25.E antes dele não houve rei semelhante, que se convertesse ao SENHOR com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças, conforme toda a Lei de Moisés; e, depois dele, nunca se levantou outro tal.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos do reinado de Josias, que governou o reino de Judá no período de 639-609 a.C. Ele tinha apenas oito anos quando se tornou rei das duas tribos meridionais de Israel - Judá e Benjamin; reinou trinta e uno anos (2Cr.34:1). Quando começou a reinar era muito jovem, por isso, no começo, alguns mais experientes o ajudaram a governar.

Josias foi um dos poucos bons reis de Judá; aliás, foi o último dos reis bons de Judá. Depois de já ter sido rei por sete anos, ele começou a buscar ao Senhor. O cronista escreveu dizendo que no oitavo ano de seu reinado, ou seja, quando tinha 16 anos de idade, o rei “começou a buscar o Deus de Davi, seu pai” (2Cr.34:3). Diferente de seu pai e avô, Josias prezou pelo culto ao verdadeiro Deus; ele seguiu o exemplo dos reis bons, tais como Davi, Jeosafá e Ezequias. Quando ele soube o que estava escrito no Livro da Lei, após ser encontrado dentro do Templo, iniciou em todo o reino a maior e mais impactante renovação religiosa e espiritual vista entre todas as tribos de Israel. Assim como fez Ezequias, ele expurgou o reino de Judá de todas as falsas divindades ali colocadas por seus ancestrais. Depois dele nunca mais houve um rei que se voltasse para o Senhor de todo o coração.

I. JOSIAS REPARA O TEMPLO

1. “Achei o Livro da Lei no Templo do Senhor”

No décimo oitavo ano de seu reinado, quando estava com 26 anos de idade, Josias liderou uma campanha de arrecadação de dinheiro e materiais para reparar o Templo, que estava abandonado. O dinheiro arrecadado para a reforma foi entregue a trabalhadores para custear a mão de obra e materiais. Uma vez que os trabalhadores eram honestos, não se pediu que prestassem conta do dinheiro que lhes foi entregue (cf. 2Reis 22:1-7). Nessa época, as Escrituras Sagradas estavam totalmente perdidas e esquecidas; por causa da longa sucessão de reis perversos, a Palavra de Deus perdeu-se; foi achado no meio dos entulhos que tinham se acumulado no interior do Templo. Enquanto os trabalhares faziam os reparos, o sumo sacerdote Hilquias encontrou uma cópia do Livro da Lei, talvez o Pentateuco completo ou o livro de Deuteronômio - “Então, disse o sumo sacerdote Hilquias ao escrivão Safã: Achei o livro da Lei na Casa do SENHOR. E Hilquias deu o livro a Safã, e ele o leu” (2Rs.22:8). Isto demonstra com clareza como estava o nível de espiritualidade do povo de Judá; havia um claro desinteresse pelas coisas de Deus, e até mesmo o sumo sacerdote estava conivente e responsável direto por este desprezo pela Palavra de Deus; era ele quem deveria zelar, não apenas pelo Livro Sagrado, mas pelo cumprimento dos ditames divinos expressos nele.

Quando a Palavra de Deus foi encontrada, e ao saber do conteúdo do santo Livro, o escrivão Safã levou-o imediatamente ao rei Josias e o leu diante dele (2Rs.22:10). O rei Josias ao ouvir a leitura da Palavra de Deus, se deu conta do quanto a nação havia se afastado do Senhor; logo percebeu que eram necessárias drásticas mudanças para que o reino estivesse de acordo com os mandamentos do Senhor. Em nossos dias temos a Palavra de Deus em nossas mãos; que mudanças, então, devemos fazer a fim de adequar nossa vida aos padrões da Bíblia Sagrada?

2. O rei rasgou suas vestes

O rei Josias ficou tão fascinado diante da realidade de o povo haver descumprido o conteúdo do Livro Sagrado, que numa demonstração de profunda tristeza e amargura, rasgou as suas vestes e chorou (2Rs.22:11,19); ele não culpou a ninguém, simplesmente se humilhou rasgando suas vestes, demonstrando piedade no seu coração. Josias logo desejou entender, com maior certeza, o que Deus faria com o seu povo diante de tão vis pecados cometidos. Então enviou seus oficiais para consultar o Senhor, pois percebeu que o furor de Deus pairava sobre Judá por causa de seus pecados (2Rs.11-13).

“Sucedeu, pois, que, ouvindo o rei as palavras do livro da Lei, rasgou as suas vestes. E o rei mandou a Hilquias, o sacerdote, e a Aicão, filho de Safã, e a Acbor, filho de Micaías, e a Safã, o escrivão, e a Asaías, o servo do rei, dizendo: Ide e consultai ao Senhor por mim, e pelo povo, e por todo o Judá, acerca das palavras deste livro que se achou; porque grande é o furor do Senhor que se acendeu contra nós, porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro, para fazerem conforme tudo quanto de nós está escrito”.

Essa atitude de piedade de Josias comoveu o coração de Deus, que teve misericórdia dele, e o ouviu. Está escrito: “Porquanto o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante o Senhor, quando ouviste o que falei contra este lugar e contra os seus moradores, que seriam para assolação e para maldição, e rasgaste as tuas vestes, e choraste perante mim, também eu te ouvi, diz o Senhor” (2Reis 22:19).

Josias demonstrou seu arrependimento de acordo com os costumes de sua época. Em nossos dias, quando nos arrependemos, não rasgamos nossas vestes, mas choramos, jejuamos, retratamo-nos ou pedimos perdão a Deus e ao próximo (caso o nosso pecado tenha envolvido outras pessoas); isto demonstra a sinceridade de nosso arrependimento. A parte mais difícil do arrependimento é mudar as atitudes que inicialmente produziram o comportamento pecaminoso.

Após apenas uma leitura da Palavra de Deus, Josias mudou o curso da nação; propôs imediatamente rigorosas reformas, não só no aspecto material, mas, principalmente, no aspecto religioso. Hoje muitas pessoas possuem Bíblias de muitas versões e traduções, em papel e em meios eletrônicos, mas poucas pessoas são influenciadas pelas verdades encontradas na Palavra de Deus.

3. Entendendo a vontade de Deus

Por ordem de Josias, o sumo sacerdote Hilquias e seus auxiliares foram consultar a profetisa Hulda, que morava na cidade baixa de Jerusalém, numa região ou bairro da cidade. Não procuraram Jeremias nem Sofonias, que também exerciam o ministério de profeta na época. Deus escolhe livremente os seus servos para realizarem a sua vontade – ricos ou pobres, homens ou mulheres, reis, súditos, livres ou escravos (Jl.2:28-30). Hulda era obviamente respeitada pelo povo de sua época.

Josias queria saber se os pecados de Judá tinham atingido o nível do juízo divino, e a profetiza Hulda confirmou o temor do rei: Deus castigaria Judá em breve por causa da corrupção do povo; acrescentou, porém, que o castigo não aconteceria em seu tempo, pois o povo se humilhara e demonstrara arrependimento (2Rs.22:14-20). Contudo, o avivamento espiritual por intermédio de Josias apenas adiou a destruição iminente de Judá, mas não pode evitá-la (Jr.11:9 17; 13:27).

Quando o povo de Deus persiste no pecado, atinge um ponto em que o castigo será inevitável. Em Israel e em Judá, o povo de Deus, por um excessivo número de anos, zombaram dos mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e escarneceram dos seus profetas, até que o furor do Senhor contra o seu povo subiu tanto que mais nenhum remédio houve que evitasse o juízo divino (2Cr.36:16).

Assim como aconteceu com Josias, as Sagradas Escrituras deveriam causar em nós ações imediatas no sentido de reformular nossa vida, a fim de trazê-la à harmonia com a vontade de Deus. Há um mornidão, sem par, nas igrejas locais; estamos vivendo, com certeza, os últimos dias da Igreja na terra, antes da volta de Jesus Cristo. Profetizou o apóstolo Paulo: “Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (2Tm.4:3,4). Realmente, isto é o que estamos vendo.

II. A RENOVAÇÃO DO PACTO COM O SENHOR

1. A leitura do Livro diante do povo

Quando a Palavra de Deus, que estava perdida na Casa do Senhor, foi encontrada houve um grande avivamento em Judá. Josias compreendeu que a reforma não teria êxito se todos não fossem envolvidos; então, ele ordenou que todos os homens de Judá, todos os moradores de Jerusalém, os sacerdotes, os profetas e todo o povo, desde o menor até ao maior se reunissem com ele diante do Templo; em seguida, todas as palavras do Livro da Aliança, que fora encontrado na Casa do Senhor, foram lidas diante deles:

“E o rei subiu à Casa do SENHOR, e com ele todos os homens de Judá, e todos os moradores de Jerusalém, e os sacerdotes, e os profetas, e todo o povo, desde o menor até ao maior; e leu aos ouvidos deles todas as palavras do livro do concerto, que se achou na Casa do SENHOR. E o rei se pôs em pé junto à coluna e fez o concerto perante o SENHOR, para andarem com o SENHOR, e guardarem os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus estatutos, com todo o coração e com toda a alma, confirmando as palavras deste concerto, que estavam escritas naquele livro; e todo o povo esteve por este concerto” (2Rs.23:2,3).

Feito isto, o rei se pôs em pé junto à coluna e fez aliança ante o Senhor, para O seguirem, guardarem os seus mandamentos, os seus testemunhos e os seus estatutos, de todo o coração e de toda a alma, cumprindo as palavras dessa aliança, que estavam escritas naquele livro; e todo o povo anuiu a esta aliança. Dessa forma, aconteceu um avivamento em Judá, quando o povo se arrependeu e retornou às práticas descritas por Deus em sua Palavra. Aquele avivamento trouxe maravilhosos resultados ao reino de Judá: os judeus puseram-se, com temor e com o coração cheio de júbilo, a celebrar as festas do Senhor (2Cr.35:18).

É muito difícil haver avivamento sem se voltar à Palavra de Deus, tendo-a como regra de fé e prática, como base de nossa vida espiritual. É preciso honrar e obedecer à Palavra de Deus, dando prioridade a ela, para que a nossa vida seja edificada e sejamos abençoados. É importante perceber que o Livro Sagrado foi perdido e abandonado dentro do Templo de Deus. Isto muitas vezes acontece em muitas igrejas na atualidade, as quais estão esquecendo a Palavra de Deus, excluindo quase por completo a liturgia do culto, dando prioridade ao louvorzão e entretendo os crentes com outras coisas, e o povo morrendo espiritualmente por falta do alimento espiritual, que é a Palavra de Deus. Tem muitas pessoas que dizem estar buscando uma renovação espiritual para sua vida, mas tem fastio de ouvir e de se alimentar da Palavra de Deus. Existem crentes que entra ano e sai ano, e ele não cresce espiritualmente, a sua vida espiritual é sempre raquítica e medíocre. O avivamento duradouro só virá se o crente ler e estudar a Palavra de Deus, e obedecê-la, com um coração contrito e piedoso.

2. A destruição dos ídolos

Quando Josias percebeu o terrível estado da vida religiosa e espiritual de Judá, fez algo urgente e necessário para corrigir isso: ele aboliu por completo a idolatria; destruiu todos os ídolos que existiam, aos quais o povo prestava culto. Com uma forte liderança, eliminou por toda a terra de Israel os sacerdotes idólatras sobre os altares nos quais prestavam sacrifícios aos deuses falsos; destruiu e profanou os objetos, altares, templos e monumentos aos deuses falsos. Para cumprir as palavras da Lei aboliu os médiuns, os feiticeiros, os ídolos do lar, os ídolos e todas as abominações que se viam na terra de Judá e em Jerusalém. Certamente, foi uma obra de grande envergadura, tendo, inclusive, destruído os “intocáveis” bezerros de ouro construídos por Jeroboão, porque ouviu a Palavra de Deus, porque procurou saber o que estava escrito naquele Livro sagrado que fora achado na Casa de Deus. Veja o que diz o texto Sagrado em 2Rs.23:4-20; a lista das suas ações sugere a extensão da apostasia de Judá:

4.E o rei mandou ao sumo sacerdote Hilquias, e aos sacerdotes da segunda ordem, e aos guardas do umbral da porta que se tirassem do templo do SENHOR todos os utensílios que se tinham feito para Baal, e para o bosque, e para todo o exército dos céus; e os queimou fora de Jerusalém, nos campos de Cedrom, e levou as cinzas deles a Betel.

5.Também destituiu os sacerdotes que os reis de Judá estabeleceram para incensarem sobre os altos nas cidades de Judá e ao redor de Jerusalém, como também os que incensavam a Baal, ao sol, e à lua, e aos mais planetas, e a todo o exército dos céus.

6.Também tirou da Casa do SENHOR o ídolo do bosque para fora de Jerusalém até o ribeiro de Cedrom, e o queimou junto ao ribeiro de Cedrom, e o desfez em pó, e lançou o seu pó sobre as sepulturas dos filhos do povo.

7.Também derribou as casas dos prostitutos cultuais que estavam na Casa do SENHOR, em que as mulheres teciam casinhas para o ídolo do bosque.

8.E a todos os sacerdotes trouxe das cidades de Judá, e profanou os altos em que os sacerdotes incensavam, desde Geba até Berseba, e derribou os altos das portas, que estavam à entrada da porta de Josué, o chefe da cidade, e que estavam à mão esquerda daquele que entrava pela porta da cidade.

10.Também profanou a Tofete, que está no vale dos filhos de Hinom, para que ninguém fizesse passar a seu filho ou sua filha pelo fogo a Moloque.

11.Também tirou os cavalos que os reis de Judá tinham destinado ao sol, à entrada da Casa do SENHOR, perto da câmara de Natã-Meleque, o eunuco, que estava no recinto; e os carros do sol queimou a fogo.

12.Também o rei derribou os altares que estavam sobre o terraço do cenáculo de Acaz, os quais fizeram os reis de Judá; como também o rei derribou os altares que fizera Manassés nos dois átrios da Casa do SENHOR; e, esmigalhados, os tirou dali e lançou o pó deles no ribeiro de Cedrom.

13.O rei profanou também os altos que estavam defronte de Jerusalém, à mão direita do monte de Masite, os quais edificara Salomão, rei de Israel, a Astarote, a abominação dos sidônios, e a Quemos, a abominação dos moabitas, e a Milcom, a abominação dos filhos de Amom.

14.Semelhantemente quebrou as estátuas, e cortou os bosques, e encheu o seu lugar com ossos de homens.

15.E também o altar que estava em Betel e o alto que fez Jeroboão, filho de Nebate, que tinha feito pecar a Israel, juntamente com aquele altar, também o alto derribou; queimando o alto, em pó o desfez e queimou o ídolo do bosque.

16.E, virando-se Josias, viu as sepulturas que estavam ali no monte, e enviou, e tomou os ossos as sepulturas, e os queimou sobre aquele altar, e assim o profanou, conforme a palavra do SENHOR, que apregoara o homem de Deus, quando apregoou estas palavras.

19.De mais disso, também Josias tirou todas as casas dos altos que havia nas cidades de Samaria, e que os reis de Israel tinham feito para provocarem o Senhor à ira; e lhes fez conforme todos os atos que tinha praticado em Betel.

20.E sacrificou todos os sacerdotes dos altos, que havia ali, sobre os altares, e queimou ossos de homens sobre eles; depois, voltou a Jerusalém.

24.E também os adivinhos, e os feiticeiros, e os terafins, e os ídolos, e todas as abominações que se viam na terra de Judá e em Jerusalém, os extirpou Josias, para confirmar as palavras da lei, que estavam escritas no livro que o sacerdote Hilquias achara na Casa do Senhor.

Não é suficiente dizer que cremos no que é certo, devemos responder com atitudes e fazer o que a fé exige. Falar de necessidade de avivamento e arrependimento no meio do povo de Deus sem incluir mudança de atitude, significa que não há propósito real de mudança no coração e na maneira de viver de um povo. Verdade é que, após a morte de Josias, o povo, como em outros avivamentos, desviou-se, mas isto era consequência de séculos de inobservância da Palavra de Deus.

Também, não é de estranhar que em muitas de nossas igrejas, o ”Livro da Lei” de Deus esteja perdido; não no mundo, mas na própria Igreja Local, vemos a carência de que a pregação genuína e o ensino da Palavra de Deus sejam mais consistentes. Para que possamos ver o verdadeiro avivamento acontecer, precisamos retornar à Palavra. Nenhum avivamento é possível sem um retorno incondicional à Palavra de Deus. Enquanto ela não for achada, lida e crida, não poderá haver avivamento na Casa do Senhor. Urge que isto ocorra, senão, “quando vier Jesus, porventura, achará fé na Terra?” (Lc.18:8).

III. A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA

A Páscoa é uma das mais importantes celebrações da Bíblia. Tais celebrações eram fundamentais para o povo se lembrar dos feitos do Senhor.

1. A celebração da Páscoa e a restauração do culto e dos ofícios do Templo

A sujeira espiritual da nação era tão grande que demorou um bom tempo para retirá-la. Somente depois de dezoito anos de reinado foi que Josias conseguiu comemorar a primeira Páscoa.

“E o rei deu ordem a todo o povo, dizendo: Celebrai a Páscoa ao Senhor, vosso Deus, como está escrito no livro do concerto. Porque nunca se celebrou tal Páscoa como esta desde os dias dos juízes que julgaram a Israel, nem em todos os dias dos reis de Israel, nem tampouco dos reis de Judá. Porém, no ano décimo oitavo do rei Josias, esta Páscoa se celebrou ao Senhor, em Jerusalém” (2Reis 23:21-23).

As reformas de Josias se estenderam até Samaria. Ao que parece, ele obtivera controle da região, em grande parte por causa do declínio do poder da Assíria. Após destruir todos os ídolos e os idólatras dessa região, ele retornou a Jerusalém. Ao chegar, reinstituiu a Páscoa, segundo a Palavra do Senhor que havia lido:

“Então, Josias celebrou a Páscoa ao Senhor em Jerusalém; e mataram o cordeiro da Páscoa no décimo quarto dia do mês primeiro. E Josias estabeleceu os sacerdotes nos seus cargos e os animou ao ministério da Casa do Senhor” (2Cr.35:1,2).

Uma vez que a terra se encontrava devastada pelos assírios, Josias proveu a maior parte dos animais para a festa (2Cr.35:7). Os príncipes e sacerdotes ajudaram dentro do possível. As prescrições mosaicas para a Páscoa e para a Festa dos Pães Asmos foram seguidas à risca. Com cânticos de louvor, o rei e o povo celebraram a Páscoa mais notável desde os dias de Samuel. Não foi a maior celebração ou a mais sofisticada, mas foi a mais agradável a Deus, talvez pela qualidade da adoração (2Cr.35:7-19).

Também, Josias reestabeleceu a liturgia do culto, o sacerdócio, e diversos ofícios que eram praticados no Templo; tais como, sacerdotes, levitas, cantores, guardas do Templo etc.

2. A maior Páscoa da monarquia

Assim como Ezequias, Josias incentivou os sacerdotes e levitas a desempenharem seus papéis; deu ordem para que colocassem a Arca sagrada de volta ao Templo (alguns estudiosos sugerem que, talvez, os sacerdotes tenham levado a Arca sobre os ombros de um lugar para outro, a fim de evitar que fosse profanada. Manassés ou outro rei idólatra pode ter ordenado sua remoção, ou Josias pode tê-la colocado em outro lugar enquanto o templo era restaurado), se organizassem em seus respectivos turnos, assumissem seus cargos no Templo e se purificassem e preparassem para celebrar a Páscoa.

A celebração dessa Páscoa, incentivada por Josias, foi a maior desde os dias de Samuel; o cronista narra que “nunca, pois, se celebrou tal Páscoa em Israel, desde os dias do profeta Samuel, nem nenhuns reis de Israel celebraram tal Páscoa como a que celebrou Josias com os sacerdotes, e levitas, e todo o Judá e Israel que ali se acharam, e os habitantes de Jerusalém” (2Cr.35:18).

A celebração da Páscoa deveria ser um feriado anual, celebrado em memória da grande libertação da nação israelita da escravidão do Egito (Ex.12), porém não era feita havia muitos anos; como resultado, “nunca se celebrou tal Páscoa como esta desde os dias dos juízes que julgaram Israel, nem durante os dias dos reis de Israel, nem nos dias dos reis de Judá” (2Reis 23:22).

Outras comemorações da Páscoa haviam sido maiores e mais sofisticadas, mas essa foi particularmente a mais fervorosa e mais agradável ao Senhor por causa do número e da devoção dos participantes, de seus sacrifícios e ofertas, e de sua exata observância dos ritos da festa.

A impressão que o texto nos dá é “que durante todo o restante do reinado de Josias a religião floresceu e as festas do Senhor foram muito cuidadosamente observadas; mas nessa Páscoa, a satisfação que eles tiveram no concerto recentemente renovado, o andamento da reforma realizada, e o renascimento de uma ordenança cujo original divino eles tinham encontrado recentemente no livro da Lei, e que tinha sido negligenciado por muito tempo ou guardado sem cuidado, os colocou em grande entusiasmo de santa alegria”. A Escritura menciona apenas três celebrações da Páscoa no período da monarquia: a celebração de Salomão (2Cr.8), a de Ezequias (2Cr.30) e a de Josias.

O que aconteceu com o rei Josias depois de tudo isso?

A Bíblia não fornece informação alguma sobre os treze anos seguintes do reinado de Josias. O rei estava com 39 anos quando saiu para lutar contra Neco, rei do Egito (2Reis 23:29; 2Cr.35:20-24). O exército egípcio encaminhava-se para guerrear junto com os assírios contra os babilônios (2Rs.23:29), e a Bíblia diz que “Josias lhe saiu ao encontro” (2Cr.35:20). Mas, o monarca do Egito manda-lhe um recado, que ele dizia que era de Deus - ”Então, ele lhe mandou mensageiros, dizendo: que tenho eu que fazer contigo, rei de Judá? Quanto a ti, contra ti não venho hoje, senão contra a casa que me faz guerra; e disse Deus que me apressasse; guarda-te de te opores a Deus, que é comigo, para que não te destrua” (2Cr.35:21).

Josias não fazia ideia de que a mão de Deus estava por trás dos movimentos de Neco, e não consultou o Senhor para saber se as palavras de Faraó correspondiam à verdade. E o cronista narra que “Josias não virou dele o rosto; antes, se disfarçou, para pelejar com ele; e não deu ouvidos às palavras de Neco, que saíram da boca de Deus; antes, veio pelejar no vale de Megido” (2Cr.35:22). Apesar de ter se disfarçado, foi morto na batalha; aliás, ele foi mortalmente ferido em Megido, mas definitivamente veio a falecer depois de ser transportado para Jerusalém (cf. 2Cr.35:24). O povo lamentou profundamente a morte de Josias, e aqueles que criam na Palavra do Senhor sabiam que, com a morte de Josias, a fúria divina era iminente (2Cr.34:22-28).

O cronista diz que as palavras do rei do Egito “saíram da boca de Deus” (2Cr.35:22), mas o rei não obedeceu. Como interpretar estes fatos? Josias perdeu a salvação por causa da desobediência? Não, pois a profetiza Hulda afirmou que o rei morreria “em paz” (2Cr.34:28). Faraó Neco era profeta de Jeová? Não, pois Deus falara diretamente a reis pagãos em várias ocasiões sem lhes transformar o coração (cf. Gn.12:17-20; 20:3-7). Observe que Deus chamou Nabucodonosor, rei pagão e idólatra, de “meu servo” (Jr.27:6). Podemos concluir que o Senhor desejava manobrar o exército egípcio até o Eufrates para que Nabucodonosor destruíssem as tropas egípcias e assírias e, desse modo, cumprisse a advertência de que os babilônios conquistariam e disciplinariam Judá (cf.Jr.25:8-11).

CONCLUSÃO

O reinado e Josias, desde o início, foi de pleno zelo pela Palavra de Deus e pelo cumprimento dos mandamentos de Deus. O zelo de Josias era tão grande que foi motivado a livrar Judá de toda idolatria que dominava completamente o reino de Judá e Israel. O coração do crente cheio do Espírito Santo não tolera ídolos ou qualquer outra prática que desagrade ao Senhor. O que podemos apreciar sobre Josias é o seu exemplo de total compromisso. Nenhum de nós poderia fazer um pedido mais importante do que sermos como Josias, que se converteu ao Senhor de todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças (2Reis 23:25). 

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).

Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Comentário Bíblico Beaccon – volume 2.

Roy B.Zuck. A Teologia do Antigo Testamento.