AMÓS — A JUSTIÇA SOCIAL COMO PARTE
DA ADORAÇÃO
Ev. José Costa Junior
CONSIDERAÇÕES
INICIAIS
Amós vivia num período histórico de grande prosperidade ilusória. A
nação de Israel, no norte da Palestina, tinha experimentado no reinado do
inteligente monarca Jeroboão II um desenvolvimento inigualado. Em 803 A. C., Adade-Nirari III, da Assíria, infligiu uma
esmagadora derrota sobre a confederação síria. Esse enfraquecimento do vizinho
nortista de Israel e subseqüente preocupação da Assíria com outros locais, deu
a Jeoás e a seu filho, Jeroboão II, uma supremacia na parte norte da Palestina
e na Síria provavelmente desconhecida por qualquer de seus predecessores.
Israel estava novamente livre para apropriar-se de novos territórios e isso fez
com o maior zelo, particularmente, às expensas da Síria. Todas as principais
estradas estavam em suas mãos e Samaria, a capital, se tornou ponto de encontro
dos mercadores que viajavam entre a Mesopotâmia e o Egito. Ali se juntavam as
caravanas vindas de várias partes do mundo oriental e Samaria se tornou o
empório de mercadorias de toda espécie. As crescentes atividades comerciais
trouxeram a Israel enormes lucros e uma poderosa classe comerciante se
desenvolveu, o que teve largas repercussões sobre o resto dos habitantes.
Essa prosperidade comercial deu origem a um grande programa de
edificação de "casa de inverno" e "casa de verão" (Am
3.15), bem como "casa de marfim". Samaria contava com muitos palácios
(Am 3.10) que pertenciam não só ao próprio rei, mas aos ricos
príncipes-comerciantes que se tinham enriquecido no comércio. Essas grandes
casas se tornaram, antes de muito tempo, depósitos de toda espécie de luxos (Am
3.12; Am 6.4). A oportunidade de enriquecer tornou os comerciantes ansiosos
para aumentar seus lucros, tanto por meios honestos como por artifícios
desonestos. Mostravam-se impacientes para com os sábados e as luas novas (Am
8.5). Nesse tráfico mundano eram impelidos por suas mulheres, que exigiam luxos
cada vez maiores (Am 4.1).
O ditado que "o dinheiro corrompe" foi verdadeiramente
exemplificado no reino do norte durante os dias de Jeroboão II. O desejo de
riquezas teve resultados desastrosos, tanto para o comerciante como para o
pobre aldeão. Os ricos príncipes-comerciantes se tornaram desmoralizados,
corruptos e injustos; os pobres eram oprimidos, roubados e maltratados. Amós
pertencia à classe pobre dos aldeões e provavelmente sabia, por amarga
experiência própria, a que indignidades haviam sido sujeitados os pobres e
oprimidos. Os ricos ficavam cada vez mais ricos e os pobres tornavam-se cada
vez mais empobrecidos. Qualquer propriedade possuída pelo pequeno proprietário
tinha de ser vendida, devido à força bruta de circunstâncias adversas. Para
Amós, pois, não havia justiça na terra. Os que emprestavam dinheiro tomavam as
próprias roupas das pessoas para servirem de garantia pela dívida. Os juízes
eram influenciados pelo suborno e isso significava vitória para a injustiça e
derrota para a verdade (Am 8.6). Nenhuma testemunha honesta podia ser encontrada
nos tribunais. "O homem honesto perdia o direito da verdade, da
propriedade e da vida".
A piedade tornou-se uma qualidade rara e os pobres eram mantidos
com as costas na parede (Am 2.6). O pequeno proprietário independente e o
proprietário aldeão, lutavam numa batalha perdida. As áreas menores de terreno
eram absorvidas nas propriedades mais vastas.
Amós era nativo de Tecoa, uma pequena cidade cerca de dez
quilômetros de Belém. Não era cortesão como Isaías, nem sacerdote como
Jeremias, mas pastor e cultivador de sicômoros. Por meio das comparações que
ele freqüentemente empregou, fica claro que ele estava plena e pessoalmente
familiarizado com as dificuldades e perigos da vida de boieiro. A vida lhe era
difícil e havia pouco luxo. Por outro lado, seu negócio o levava certamente a
cidades e mercados importantes onde, sem dúvida, se encontrava com caravanas de
muitas terras. Um homem de seu calibre sempre mantém os ouvidos abertos para as
notícias sobre homens e seus feitos em outros lugares. Isso explica seu
surpreendente conhecimento sobre outras terras e outros povos. Conforme mostram
os capítulos iniciais de seu livro, ele sabia muita coisa sobre a história, as
origens e feitos das nações circunvizinhas. Devido a tais experiências e
moldado por sua observação pessoal e condições na terra desenvolveu-se ele como
homem duro e severo, grande combatente, legítimo campeão dos pobres.
Embora não pertencesse à linha de profetas, nem à escola de
profetas, foi chamado, à semelhança de Eliseu, das atividades diárias de seus
deveres para a dignidade do ministério profético. Para Amós, seu caso não foi que se tornou
profeta a fim de ganhar a vida; mas se tratava de abandonar suas atividades
para tornar-se profeta. Ele não fazia tentativa para esconder sua vida passada
ou emprego e não se envergonhava de tornar conhecido seu nascimento humilde. O
fogo de Deus queimava em sua alma e, à semelhança do apóstolo Paulo, séculos
mais tarde, bem poderia ele ter dito "Ai de mim se eu não falar". Ele
via a corrupção, o pecado e a vergonha do povo a quem Deus havia tirado do
Egito e não podia fazer silêncio. A vereda para a qual foi chamado a palmilhar
não era de sua escolha. O Deus das extremidades da terra, com Quem ele tinha
comungado freqüente e longamente na solidão do deserto de Tecoa, tinha uma
mensagem a Seu povo rebelde do norte e era por intermédio de Amós que essa
mensagem de justiça e julgamento devia ser anunciada.
Amós amava a Deus, o Deus da justiça, o
Deus que ampara o pobre e necessitado. Como conciliar esta contradição na terra
santa do Senhor Deus de Israel? O jovem crente no Senhor não pôde silenciar
frente à desigualdade social. Começou a pregar com o vocabulário simples e
direto de vaqueiro, falando do Deus verdadeiro e justo que ama o seu povo, e
anunciando um juízo divino contra uma sociedade materialista e opressora. Por
mais inverossímil que pareça, dois anos depois de Amós iniciar sua nova
carreira de pregador leigo, houve um sinal confirmador da sua mensagem. Ocorreu
um abalo sísmico de severidade inédita (1.1). Os pobres desabrigados das casas
de taipa perderam pouco, mas a demolição das mansões e dos palacetes
representou uma perda estarrecedora. Para o pregador sertanejo, não podia haver
indicação mais clara da intervenção divina.
A mensagem de Amós se fundamenta na firme
convicção que Jeová é Deus de justiça. Essa justiça está em conflito com a
injustiça do homem e havia-lhe declarado guerra. O resultado desse conflito
seria o juízo mais severo possível contra o homem. O ensino de Amós é de caráter
ético, mas, tal como os outros profetas do oitavo século antes de Cristo, ele
não baseava seu ensino sobre o que havia de bom e reto no homem, mas sobre o
que sabia sobre a natureza de Deus. Para Amós, portanto, o "pecado" é
mais que a mera transgressão, mais que o mero lapso moral em vista de algum
código estabelecido; é rebelião contra Deus. Israel estava em relação de
aliança com Jeová. Essa relação impunha-lhe deveres e seu pecado consistia em
haver repudiado os deveres inerentes a essa relação divino-humana. Israel se
havia rebelado contra Jeová.
O objetivo deste estudo é trazer
algumas informações, colhidas dentro da literatura evangélica, com a
finalidade de dissertar a respeito da vida pessoal de Amós, provando que a
justiça social é um empreendimento bíblico. Não há nenhuma pretensão de esgotar
o assunto ou de dogmatizá-lo, mas apenas trazer ao professor da EBD alguns
elementos e ferramentas que poderão enriquecer sua aula.
INJUSTIÇAS SOCIAIS
Embora cidadão do reino do sul, a mensagem de Amós era dirigida
para e contra o reino do norte. De fato, ele foi o último profeta enviado ao
reino do norte. No todo, bem pouco ele diz sobre seu próprio povo. Esse
silêncio, contudo, não deve ser entendido como a querer ensinar que o reino do
sul estava livre daqueles pecados que o profeta via no norte e que tão
veementemente denunciava. Ele fora chamado para falar a Israel, que estava
maduro para o juízo e se confinou quase exclusivamente a essa parte da nação.
"Assim diz o SENHOR: por três transgressões de Israel e por quatro
. . ." (2.6)
Tendo preparado o
caminho, chamando a atenção de Israel para certos pecados cruéis de que seus
vizinhos eram culpados, e tendo presumivelmente, despertado sua justa
indignação contra eles, o profeta, agora, chega àquele que era seu propósito
principal, a saber, denunciar os próprios pecados e crimes de Israel. Uma lista
mais completa sobre estes é dada no caso de Israel do que no de qualquer das
outras nações. O primeiro crime é o da escravidão; vendem o justo por
dinheiro (6). A lei permitia que um homem pobre vendesse a si mesmo como
escravo (Lv 25.39; Dt 15.12), mas não sancionava a venda de um devedor
insolvente, o que, evidentemente, está em foco aqui (2Rs 4.1; Ne 5.5).
O pobre era vendido em troca de um par de sapatos (6) ou,
como diríamos "por um nada". Outro de seus pecados é a cobiça. Os
ricos se mostravam tão gananciosos que chegavam a suspirar pelo pó da terra
sobre a cabeça dos pobres (7). O homem pobre (em heb., dallim, isto é,
"fraco", "desfalecido", "magro") lançava sobre a
cabeça um punhado de poeira, como sinal de sua miséria, mas o ganancioso senhor
de terras desejava até mesmo aquela poeira, tão grande era a fome de terra dos
ricos. A iniqüidade da injustiça vem em seguida.
Os poderosos e ambiciosos ricos pervertem o caminho dos mansos
(7; em heb. anawim); isto é, os humildes seguidores de Jeová (Is 11.4), e para
eles não havia justiça nos tribunais. Em
adição a todos esses crimes, havia o mal da imoralidade. A prostituição no
santuário era uma característica regular dos cultos cananeus e evidentemente
fora introduzida nos santuários de Israel. Dt 23.17 proíbe estritamente essa
prática iníqua. Sobre roupas empenhadas (8).
A referência parece ser a penhores perdidos e aqui vemos novamente
a acusação contra a ganância. À ganância e à desumanidade é adicionado o mal da
intemperança (8b, 12a). Os versículos 9-12 apresentam o pecado da indiferença
de Israel para com tudo quanto Jeová tinha feito aos amorreus, a quem Ele
desapossara, e a Israel, que Ele tinha tirado do Egito, guiara pelo deserto e
fizera entrar na Terra Prometida. Em adição, havia levantado no seio da nação,
profetas e nazireus -vidas consagradas e ascéticas. Quanto à lei dos nazireus
ver Nm 6.1-21. Eles eram os
separados, os consagrados, e faziam voto de total abstinência de bebidas
alcoólicas.
O maior pecado de Israel, porém, era o da intimidação (12b); diz
Deus que aos profetas ordenastes (intimidastes) para que não
profetizassem, para que suas consciências calejadas não fossem perturbadas. Eis
que eu vos apertarei (13). Segundo algumas versões, isso significaria que
Jeová estava pressionado e sobrecarregado sob o peso dos graves e multiformes
pecados de Seu povo (Is 43.24), ou , seguindo esta versão, pode significar que
Deus trilharia a nação como "um carro de trilhar pressionava os feixes que
enchiam a eira".
Porém, talvez a primeira interpretação seja a melhor, pois o
pecado tem conseqüência não apenas para o pecador; mas afeta profundamente o
próprio Deus. Os versículos 14-16 descrevem o inescapável julgamento que cairia
sobre todos. Assim como um leão se prepara para saltar sobre a presa,
igualmente Jeová estava pronto para visitar Seu povo com julgamento. A terra
inteira sentiria o impacto desse julgamento. Por muitas e muitas vezes Israel
havia sido advertida, mas sem o menor proveito. Quando o povo continua a
desviar os ouvidos da vontade de Deus, então tem de arcar com as conseqüências.
Em adição à corrupção moral que havia resultado em opressão social
e em injustiça legal, havia a questão dos falsos santuários de Betel e Gilgal.
Pois Deus abomina tão asquerosos rituais. Ele não tolerava suas festas, seus
festivais e suas ricas ofertas. Pois tudo não passava de zombaria; tudo era
estranho para Ele. No deserto, nos dias passados, nada disso havia. Qual a dose
de influência era exercida sobre Amós, para ele ser contrário à adoração em
Betel e Gilgal, pelo fato de ser ele do sul, não precisamos interrogar agora.
Pouca dúvida pode haver, contudo, que tais santuários, estabelecidos pouco
depois da divisão do reino salomônico, eram considerados, por todos verdadeiros
"ortodoxos" do reino do sul, como abominações contra o Senhor. Tais
santuários, anuncia o profeta, serão totalmente destruídos. Jeová já se
encontrava ao pé do altar (Am 9.1-4) e arruinaria totalmente o local.
Para esses
pecados-expressos para com o homem por meio da opressão social e da injustiça,
e para com Deus por meio das abomináveis práticas de Betel e Gilgal-só podia
haver um resultado-Israel ser completamente rejeitada. Se o privilégio é a
medida da responsabilidade, então a rebelião de Israel era imperdoável. Deus
havia tirado Israel do Egito, tinha-o guiado pelo deserto e havia-lhe dado
possessão de uma terra boa, além de ter posto profetas em seu meio. O castigo
para sua transgressão devia ser proporcional à sua gravidade; portanto, Israel
seria totalmente rejeitado. O fato que Jeová tinha tirado Israel do Egito agora
não significaria mais que os outros fatos que retirara os filisteus de Creta e
os sírios de Quir. A sentença já havia sido decretada e o julgamento seria
executado prontamente. Como o carro de uma eira, assim Ele esmagaria a nação
inteira (Am 2.13-16).
A
VERDADEIRA ADORAÇÃO
Existia
na nação um espírito profundamente religioso. Israel se gabava de sua cultura
religiosa e de seu espírito moderno de ampla tolerância. Em matéria de fé,
achava que toda religião era boa, e que não se devia condenar qualquer crença
praticada com sinceridade. Para mostrar ao mundo que a religião nacional tinha
raízes históricas profundas, o clero organizava uma romaria anual, visitando
os lugares santos. Os peregrinos em
festa chegavam primeiro em Betei, onde o patriarca Jacó tivera a visão da
escada celestial. A próxima parada era Gilgal, lugar do encontro de Samuel com
Deus. Em seguida, os romeiros iam até Berseba, oásis no deserto do Negev, para
relembrar a presença do pai Abraão naquele lugar santo,séculos antes.
Em
verdade, a romaria anual tinha mais o aspecto de festa do que de ato religioso.
Os comerciantes aproveitavam o ensejo com preços inflacionados. Muitos
peregrinos passavam mais tempo visitando amigos e parentes do que participando
das orações. E, felizmente, não havia pregações incômodas.
Na
ocasião da visita de Amós, todos se preparavam, como sempre, para a romaria.
Achavam que isso servia como demonstração positiva da sua fé, face às acusações
do jovem pregador. Para surpresa geral de todos, o profeta do sertão ergueu a
voz nos seguintes termos:
"Assim
diz o SENHOR à casa de Israel:
Buscai-me e vivei.
Porém não busqueis a Betei,
Nem venhais a Gilgal,
nem passeis a Berseba, ...
Buscai ao SENHOR e vivei,
para que não irrompa na casa de José
como um fogo que a consuma!" (5.4-6)
Buscai-me e vivei.
Porém não busqueis a Betei,
Nem venhais a Gilgal,
nem passeis a Berseba, ...
Buscai ao SENHOR e vivei,
para que não irrompa na casa de José
como um fogo que a consuma!" (5.4-6)
O profeta ataca com mordente sarcasmo o
vazio ritualismo dos santuários cismáticos de Israel. Os adoradores eram muito
observantes dos detalhes na realização do ritual, ainda que a realidade moral e
espiritual tivesse desaparecido inteiramente. A denúncia é semelhante à
repreensão de Isaías contra Judá (Is 1.10 e segs.). Tal zombaria, vazia e sem significado,
divorciada de toda moralidade, pode apenas multiplicar as transgressões (4;4).
“Cada manhã trazei os vossos sacrifícios, e de três em três dias os vossos
dízimos” (4b). Agiam com correção ao trazer seus sacrifícios matinais, mas,
quanto ao trazerem dízimos de três em três dias, a sugestão é que usavam de três
dias para trazer seus dízimos, um em cada uma das três grandes festividades;
isto é, as festas dos pães asmos, da colheita e do armazenamento. A cena
inteira, em Betel e Gilgal, era de febril atividade e intenso zelo-disso
gostais (5). Os adoradores usavam de correção em tudo quanto pertencia à sua
adoração, porém suas mãos estavam poluídas e seus corações eram perversos.
Também os cultos profanos dos santuários eram,
evidentemente, praticados com grande assiduidade. As festas (5;21); em
heb., haggim; isto é, as três festividades em que todo homem
deveria estar presente -cfr. Êx 23.14,17), os holocaustos, as ofertas
de manjares e as ofertas pacíficas (5;22), estavam todas presentes,
mas faltava a justiça. A perversidade dessa separação fazia na separação entre
a religião e a moralidade. A mensagem do profeta, em sua pura essência, é
sumarizada no versículo 24 (“Corra, porém, o juízo como as águas, e a
justiça como o ribeiro impetuoso”).
Toda a paixão profética
acha-se aqui encerrada. Era a mensagem suprema de Deus para uma época de
corrupta moralidade social. No deserto, cuja idade áurea do passado era olhada
com grande saudade pelos profetas, não tinha havido coisa alguma daquele
elaborado ritualismo, segundo Amós parece deixar subentendido; não obstante,
foi um período quando Deus vivia com o Seu povo. Vosso Moloque, e o altar
das vossas imagens (5;26), ou, mais provavelmente, "Sacute e
Quevan", eram deuses assírios. Por meio de seu pecado e maus caminhos
Israel tinha, por implicação, tornado seus os deuses da Assíria. O profeta
contempla o futuro cativeiro de Israel na Assíria, além de Damasco (5;27).
Ela acabaria aceitando esses ídolos na terra de seu cativeiro e assim tornaria
explícito aquilo que antes tinha sido apenas implícito.
CONCLUSÃO
Conclui
o autor da lição que “a adoração ao verdadeiro Deus, nas suas várias formas,
requer santidade e coração puro. Trata-se de uma comunhão vertical com Deus, e
horizontal, com o próximo (Mc 12.28-33)”. O significado do presente tema para a
Igreja de Jesus, está melhor resumido no quinto parágrafo do Pacto de Lausanne:
“Afirmamos que Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto,
devemos partilhar Seu interesse pela justiça e pela reconciliação em toda a
sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão.
Porque a humanidade foi feita à imagem de Deus, toda pessoa, sem
distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade possui
uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não
explorada. Aqui também nos arrependemos de nossa negligência e de havermos,
algumas vezes, considerado a evangelização e a atividade social mutuamente
exclusivas. Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus,
nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos
que a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte do nosso
dever cristão. Pois ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca
de Deus e do homem, de nosso amor por nosso próximo e de nossa obediência a
Jesus Cristo.
A mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não
devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam. Quando
as pessoas recebem Cristo, nascem de novo em seu reino e devem procurar não só
evidenciar, mas também divulgar a retidão do reino em meio a um mundo injusto.
A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de
nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta”.
Concluindo,
espero em DEUS ter contribuído para despertar o seu desejo de aprofundar-se em
tão precioso ensino e ter lhe proporcionado oportunidade de agregar algum
conhecimento sobre estes assuntos. Conseguindo, que a honra e glória seja dada
ao SENHOR JESUS.
Ev. José Costa Junior