A
CONDUTA DO CRENTE EM RELAÇÃO À FAMÍLIA
Texto
Áureo
Por isso, deixará o homem seu
pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa carne.
Efésios 5.31
Aqui Paulo relembra as palavras de Adão em Gênesis 2.23,24. Podemos dizer, simbolicamente
falando que: “Cristo deixou seu Pai para se unir a esposa (isto é, a “igreja”).
Paulo apela para Gênesis 2.24, que é a
primeira declaração nas Sagradas Escrituras concernente (que tem relação) ao
casamento. O compromisso de casamento tem a precedência sobre todos os outros
relacionamentos humanos.
numa carne significa,
ligados intimamente. O termo (numa só carne)
mostra o padrão bíblico de relacionamento pactual, conjugal heterossexual, de
um casal e exclui a poligamia e o adultério. O relacionamento amoroso entre
homem e mulher (dentro dos padrões bíblicos) é primariamente um desejo e uma
benção divinas para o ser humano.
1-
A Conduta do Crente
Como Marido
1. O
papel do marido como líder da família.
Mas quero que saibais que
Cristo é a cabeça de todo varão, e o varão, a cabeça da mulher; e Deus, a
cabeça de Cristo.
1 Coríntios 11.3
É preciso haver um relacionamento correto entre marido
e esposa, e tal relacionamento deve ser de acordo com a vontade de Deus. Paulo
ensina que em Cristo há perfeita igualdade espiritual entre homem e mulher,
como herdeiros da graça de Deus, mas é uma igualdade que envolve a ordem e a
subordinação no tocante a autoridade (Gálatas
3.28).
(Subordinação: ordem estabelecida entre as
pessoas e segundo a qual umas dependem das outras, das quais recebem ordens ou
incumbências; dependência de umas pessoas em relação a outras).
Embora haja igualdade espiritual entre homens e
mulheres, os homens permanecem homens e as mulheres permanecem mulheres (Gênesis 1.27), os padrões que Deus lhes atribuiu
no casamento e na sociedade permanecem imutáveis (1
Pedro 3.1-4; Efésios 5.22,23).
A relação dentro do lar é explicada na frase “o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a
cabeça da igreja” (Efésios 5.23).
Ela mostra o modelo de relacionamento do casamento cristão, isto é, o marido deve
liderar a sua casa, do mesmo modo como Cristo lidera a igreja visando seu absoluto
bem-estar (Efésios 5.29). A responsabilidade
do homem como líder da casa é muito grande, o homem deve ser o exemplo
espiritual, moral e ético para a sua família.
Note que o homem que não honra (respeita) sua esposa
tem as suas orações impedidas.*
*(Para saber mais sobre os motivos que impedem as
nossas orações, peça gratuitamente o micro e-book: Fatores que impedem
nossas orações através da página SUBSÍDIOS EBD ANDRADINA no FACEBOOK ou
pelo whatsapp: 18 9 9691-1591).
Igualmente vós, maridos, coabitai com ela com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações.
1 Pedro 3.7
O homem que não dá o devido respeito a sua esposa cria
uma barreira entre suas orações e Deus (Colossenses
3.19), tendo o seu relacionamento com Deus prejudicado.
Para o homem ser o líder espiritual de seu “lar” da
maneira que Deus deseja, é fundamental, orações constantes, conhecimento
bíblico aprofundado e disciplina. Se o homem não estiver disposto a “seguir
essa receita”, irá fracassar em seu papel como líder espiritual de sua família.
2. O
amor como elemento primordial.
Aquele que não ama não
conhece a Deus, porque Deus é amor.
1 João 4.8
O meu mandamento é este: Que
vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
João 15.12
Vós, maridos, amai a vossa mulher e não vos irriteis contra ela.
Colossenses 3.19
O amor não faz mal ao
próximo; ..
Romanos 13.10
Perceba que, “Sem o amor, nenhum relacionamento
será duradouro”.
O amor é uma palavra que envolve muitas ações, o
marido aprovado por Deus, mostra a sua esposa através de várias ações diárias
que a ama.
Um simples “eu te amo” ou um simples “bom
dia meu amor”, ou ainda um pequeno gesto de “pegar um copo de água para
sua esposa sem que ela peça” são “pequenas ações” que contam muito aos
olhos de sua esposa e também aos olhos de Deus.
O amor implica “sacrifícios”, alguém que não quer
sacrificar o orgulho ou a satisfação pessoal inúmeras vezes, não poderá jamais
amar com “verdadeiro amor” (com profundidade).
O amor que Cristo mostrou (e mostra) pela igreja é
altruísta e incondicional, assim deve ser o amor do marido pela esposa.
O amor é uma das marcas da maturidade cristã (podemos
dizer que as outras marcas da maturidade cristã são fé e esperança). Quem ama
de verdade pensa primeiro em Deus, depois no próximo e por último em si mesmo,
o marido que ama de verdade a Deus, amará de verdade a sua esposa.
Uma pergunta para você refletir se está amando de
verdade ou não é:
Você morreria por sua esposa?
Se a dúvida para responder esta pergunta durar mais do
que 2 segundos, podemos dizer que, possivelmente, você não ama de verdade a
esposa que Deus te deu.
3. O
cuidado do marido para com a esposa.
Tem uma frase que diz: “Você não é o que você
sente, você não é o que você fala, você é o que você faz”.
Como já dito acima, aquilo que você faz para sua
esposa conta muito aos olhos dela e de Deus.
Faça a seguinte pergunta a sua esposa:
(chame-a pelo nome e diga) Se você pudesse voltar atrás,
você se casaria comigo novamente?
Se ela demorar mais de 4 segundos para responder,
significa que você não tem demonstrado um “verdadeiro cuidado para com sua
esposa”.
A Escritura enfatiza que a esposa é parte do marido ao
declarar “quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo”
(Efésios 5.28b).
Mas, se alguém não tem cuidado
dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o
infiel.
1 Timóteo 5.8
2- A Conduta da Crente como Esposa
1. O
conceito de submissão cristã.
Submissão
não significa ser castigado (a) ou maltratado (a) ou inferiorizado ou
desprezado (a).
Vincent Cheung faz uma observação digna de nota sobre
a submissão das mulheres, veja:
Semelhantemente, vós, mulheres,
sede sujeitas ao vosso próprio marido, para que também, se algum não obedece à
palavra, pelo procedimento de sua mulher seja ganho sem palavra,
1 Pedro 3.1
O versículo acima não diz que toda mulher deve se
submeter a todo homem, mas sim que, toda mulher deve se submeter a seu marido.
Embora muitos cristãos tenham dificuldade em aceitar, isto é um ensinamento das
Escrituras (Efésios 5.22,33; Colossenses 3.18; Tito
2.5). Paulo disse:
22. Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor;
23. porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a
cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo.
24. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim
também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido.
Efésios 5.22-24
Se a submissão das mulheres não significa (também) “obediência”,
então a submissão da “igreja” a Cristo também excluiria a obediência. A submissão
(da esposa) deve ser “assim como a igreja está
sujeita a Cristo” (Efésios 5.24).
Percebemos que, dentro do contexto bíblico a submissão
feminina tem o sentido de obedecer ao marido, mas também de ceder de
maneira voluntária, assumir responsabilidades, levar a “carga” junto com
alguém, a mulher que é submissa ao marido é uma auxiliadora idônea.
A mulher que é submissa ao marido mostra que reconhece
o valor que seu marido tem.
John Stott, é outro estudioso bíblico a observar que a
verdadeira submissão é uma entrega (obediência) voluntária e não forçada.
As Escrituras ensinam a sujeição de “uns aos outros no temor de Deus” (Efésios 5.21).
sujeitando-vos uns aos
outros no temor de Deus.
Efésios 5.21
Note que, a esposa deve estar sujeita ao marido
naquilo que é lícito e direito e não em coisas erradas. Se o marido demonstra
uma conduta pecaminosa e exige que a esposa participe de sua conduta pecaminosa
abandonando as “coisas de Deus”, a esposa não está sob a obrigação de obedecer
o marido nestes casos. Pois (diante destes casos) seu Deus e sua alma tem
prioridade (Mateus 22.37; Lucas 14.26,27).
Paulo em Efésios 5.24 deixa
claro que, as mulheres devem se sujeitar aos maridos como a “igreja” está
sujeita a Cristo. E isto, é claro, demanda muita responsabilidade e a mulher
assim como o marido, deve ter vida de oração constante, conhecimento
aprofundado da Palavra de Deus e disciplina.
A submissão aqui não se trata de uma sujeição
irracional ao domínio de alguém, mas de obediência voluntária e de grata aceitação
do amor e cuidado do marido.
Por isso, nada há de depreciativo nessa conduta, pois
retrata o alto nível
de relacionamento entre Cristo e a sua amada igreja.
2. A
condição da mulher cristã.
Sobre este subtópico 2, devemos tomar cuidado para não
presumir uma ideia errada sobre a condição das mulheres nos tempos da “igreja
primitiva”.
As mulheres nos tempos da igreja primitiva eram sim
depreciadas em relação aos homens, mas havia diferença na forma como a
sociedade da época enxergava as mulheres judias, romanas e gregas.
Geralmente imagina-se
que todas as mulheres do mundo antigo eram vistas como inferiores e sem nenhum
direito, mas não era bem assim, havia diferenças entre a forma como as mulheres
judias (de origem judaica), romanas e gregas eram “vistas”.
Na sociedade judaica a mulher era vista
como um ser inferior ao homem e era considerada parte da propriedade de um
homem (Gênesis 31.14,15).
É por isso que em Êxodo 20.17 e Deuteronômio 5.21 vemos as seguintes declarações:
Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a
mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi,
nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.
Êxodo 20.17
E não cobiçarás a
mulher do teu próximo; e não
desejarás a casa do teu próximo, nem o seu campo, nem o seu servo, nem a sua
serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.
Deuteronômio 5.21
Ainda é muito mencionada a oração que o judeu ortodoxo
recitava diariamente, agradecendo ao Senhor por não ter nascido nem gentio, nem
escravo, nem mulher.
Na sociedade romana as mulheres não eram tão
inferiorizadas (quanto as judias e gregas). A mulher romana lidava com as
responsabilidades do dia a dia, portava as chaves da casa e gerenciava os
servos domésticos. Algumas mulheres romanas eram conhecidas por sua sabedoria e
virtudes, as mães romanas tinham uma “alta honra” na sociedade. Embora as
mulheres romanas tivessem de fato, menos direitos que os homens, elas ainda
tinham direitos e geralmente (salvo algumas exceções) desfrutavam de profunda
afeição do marido, pai e irmãos.
Na sociedade grega a “visão” sobre as mulheres não era
tão diferente da “visão judaica” sobre as mulheres (mas havia diferença). Havia
na sociedade grega cultos religiosos (pagãos) em que era permitido só as
mulheres participarem. E os gregos cultuavam muitos deuses pagãos, dentre eles
várias deusas, tais como; Ártemis, Afrodite, Íris, Hera, Atena, Maia, Deméter e
outras. O que mostra que a “figura feminina” era, de certa forma, levemente,
mais bem conceituada que a visão judaica sobre a “figura feminina”, por assim
dizer. Na ilha de Creta e na cidade de Esparta (ambas na Grécia) as mulheres pareciam
ter bem mais direitos do que as mulheres de outras partes da Grécia (mas isto
já é assunto para outro estudo, em momento oportuno).
A mulher cristã desfruta de plena liberdade em Cristo e
não está sujeita a nenhum sistema de escravidão (Gálatas
5.13).
3. A
reverência devida ao marido.
Reverência
significa: veneração pelo que se considera sagrado ou se apresenta como tal, respeito
profundo por alguém ou algo, em função das virtudes, qualidades que possui ou
parece possuir; consideração, deferência.
Reverência devida ao marido significa, em resumo,
respeitá-lo com amor, cuidado, carinho, atenção.
Não se vestir e nem se comportar de forma que
envergonhe o marido. Ser uma ajudadora fiel e amiga.
Vemos que Sara tinha tanto respeito por Abraão que o
chamava de Senhor (1 Pedro 3.6). A esposa
deve ter total respeito pelo marido.
Vemos que Salomão chamava sua amada de “amiga minha” (Cantares 4.1,7 – versão
ARC). Assim deve ser a esposa uma amiga para seu marido.
3-
A Conduta do Crente
Como Filho
1. A
responsabilidade dos pais.
Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando
envelhecer, não se desviará dele.
Provérbios 22.6
É um dever do pai e da mãe cristãos ensinar os filhos
o “caminho em que devem andar”. Se todos os pais cristãos levassem a sério os
conselhos bíblicos sobre a educação dos filhos, o mundo com certeza seria um
lugar melhor. Há uma frase que diz:
“Educação se aprende em casa, na escola se
aprende português, matemática, geografia e etc.”
Esta frase faz muito sentido! Atividades
como: Ensinar a criança a orar, a contribuir financeiramente com a “igreja”,
ler a Bíblia, a participação nos “cultos no lar”, são atividades que farão um
bem inexprimível para seus filhos a curto, médio e longo prazo.
Você sabia que a Bíblia é o livro mais
lido nas penitenciárias?
(Digo isso com propriedade, pois fiz cultos
missionários em penitenciárias por cerca de 3 anos).
Se
fosse o mais lido nos lares em geral, tal realidade certamente seria diferente.
2.
A conduta requerida dos filhos.
Vós, filhos, sede obedientes a
vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
Efésios 6.1
Os filhos são orientados pelo apóstolo a serem
obedientes aos pais. A única razão que torna a desobediência dos filhos
aceitável perante Deus é se, os pais solicitarem dos filhos algo que vá contra
Deus e sua Palavra.
Do contrário, toda desobediência aos pais é um pecado.
Frederick
Brotherton Meyer, (também conhecido como F.B. Meyer) diz que se nossa fé for
autêntica, ela afetará todos os relacionamento que temos (inclusive o
relacionamento dos pais para com os filhos e dos filhos para com os pais –
grifo pessoal meu), o primeiro dever dos filhos para com os pais é a
obediência, porquê isto é justo (Efésios 6.1).
Note que, o nosso primeiro dever para com Deus é a
obediência, pois se estamos em Cristo, somos seus filhos.
1. Vede quão grande caridade (amor) nos tem concedido o Pai: que
fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não
conhece a ele.
2. Amados, agora somos filhos de Deus,..
1 João 3.1,2a
3. O
mandamento com promessa.
2. Honra a teu pai e a tua
mãe, que é o primeiro mandamento com promessa,
3. para que te vá bem, e
vivas muito tempo sobre a terra.
Efésios 6.2,3
O pastor Elienai Cabral faz a seguinte observação a
respeito da passagem acima:
“Por que Deus faz promessas aos obedientes nesse
mandamento? Porque a célula mater da sociedade é a família. O bom
relacionamento entre pais e filhos dignificados com a honra, o amor e o respeito
trará resultados positivos. E a promessa surge logo no versículo seguinte: "... para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a
terra" (v. 3). Na verdade, Paulo faz a citação e reafirma o
texto que está em Êxodo 20.12.
A promessa tem um sentido presente e futuro. A obediência
desse mandamento para os filhos lhes trará bênçãos materiais e espirituais. O crente
deseja o Céu antes de tudo, mas a promessa é também "sobre a terra".
Jimmy Swaggart observa que “toda falha no ato de
obedecer gera uma consequência dolorosa”.
Conclusão
No modelo divino todos os membros da família cumprem
deveres específicos. O marido tem o dever de liderar e amar sua esposa. A
esposa o dever de submeter-se e respeitar a liderança de seu marido. Aos pais o
dever de educar seus filhos segundo as Escrituras. Aos filhos o dever de
obedecer e honrar seus pais. Assim, o amor, o respeito mútuo e a prosperidade
fazem parte da família que se porta conforme Deus planejou.
Fontes
Bíblia de
Estudo Pentecostal,
Bíblia de
Estudo Holman,
Bíblia de
Estudos Arqueológica,
A mensagem
de Efésios – John Stott, Comentário Bíblico F. B. Meyer,
Comentário
bíblico Efésios – Elienai Cabral ,
Livro de
apoio 2° Trimestre de 2020, Ebook Subsídios EBD 20 –
A igreja
Eleita, Bíblia do Peregrino, Bíblia do Expositor, Submissão das mulheres –
Vincent Cheung,
Apontamentos
teológicos professor José Junior.