17 de junho de 2020

A CONDUTA DO CRENTE EM RELAÇÃO À FAMÍLIA


A CONDUTA DO CRENTE EM RELAÇÃO À FAMÍLIA

Texto Áureo

Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa carne.
Efésios 5.31

Aqui Paulo relembra as palavras de Adão em Gênesis 2.23,24. Podemos dizer, simbolicamente falando que: “Cristo deixou seu Pai para se unir a esposa (isto é, a “igreja”). Paulo apela para Gênesis 2.24, que é a primeira declaração nas Sagradas Escrituras concernente (que tem relação) ao casamento. O compromisso de casamento tem a precedência sobre todos os outros relacionamentos humanos.

numa carne significa, ligados intimamente. O termo (numa só carne) mostra o padrão bíblico de relacionamento pactual, conjugal heterossexual, de um casal e exclui a poligamia e o adultério. O relacionamento amoroso entre homem e mulher (dentro dos padrões bíblicos) é primariamente um desejo e uma benção divinas para o ser humano.
1-   A Conduta do Crente Como Marido

1.     O papel do marido como líder da família.

Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo varão, e o varão, a cabeça da mulher; e Deus, a cabeça de Cristo.
1 Coríntios 11.3

É preciso haver um relacionamento correto entre marido e esposa, e tal relacionamento deve ser de acordo com a vontade de Deus. Paulo ensina que em Cristo há perfeita igualdade espiritual entre homem e mulher, como herdeiros da graça de Deus, mas é uma igualdade que envolve a ordem e a subordinação no tocante a autoridade (Gálatas 3.28).

(Subordinação: ordem estabelecida entre as pessoas e segundo a qual umas dependem das outras, das quais recebem ordens ou incumbências; dependência de umas pessoas em relação a outras).

Embora haja igualdade espiritual entre homens e mulheres, os homens permanecem homens e as mulheres permanecem mulheres (Gênesis 1.27), os padrões que Deus lhes atribuiu no casamento e na sociedade permanecem imutáveis (1 Pedro 3.1-4; Efésios 5.22,23).

A relação dentro do lar é explicada na frase “o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja” (Efésios 5.23). Ela mostra o modelo de relacionamento do casamento cristão, isto é, o marido deve liderar a sua casa, do mesmo modo como Cristo lidera a igreja visando seu absoluto bem-estar (Efésios 5.29). A responsabilidade do homem como líder da casa é muito grande, o homem deve ser o exemplo espiritual, moral e ético para a sua família.

Note que o homem que não honra (respeita) sua esposa tem as suas orações impedidas.*
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Igualmente vós, maridos, coabitai com ela com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações.
1 Pedro 3.7

O homem que não dá o devido respeito a sua esposa cria uma barreira entre suas orações e Deus (Colossenses 3.19), tendo o seu relacionamento com Deus prejudicado.
Para o homem ser o líder espiritual de seu “lar” da maneira que Deus deseja, é fundamental, orações constantes, conhecimento bíblico aprofundado e disciplina. Se o homem não estiver disposto a “seguir essa receita”, irá fracassar em seu papel como líder espiritual de sua família.

2.     O amor como elemento primordial.

Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.
1 João 4.8

O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
João 15.12

 Vós, maridos, amai a vossa mulher e não vos irriteis contra ela.
Colossenses 3.19

O amor não faz mal ao próximo; ..
Romanos 13.10

Perceba que, “Sem o amor, nenhum relacionamento será duradouro”.
O amor é uma palavra que envolve muitas ações, o marido aprovado por Deus, mostra a sua esposa através de várias ações diárias que a ama. 

Um simples “eu te amo” ou um simples “bom dia meu amor”, ou ainda um pequeno gesto de “pegar um copo de água para sua esposa sem que ela peça” são “pequenas ações” que contam muito aos olhos de sua esposa e também aos olhos de Deus.

O amor implica “sacrifícios”, alguém que não quer sacrificar o orgulho ou a satisfação pessoal inúmeras vezes, não poderá jamais amar com “verdadeiro amor” (com profundidade).

O amor que Cristo mostrou (e mostra) pela igreja é altruísta e incondicional, assim deve ser o amor do marido pela esposa.

O amor é uma das marcas da maturidade cristã (podemos dizer que as outras marcas da maturidade cristã são fé e esperança). Quem ama de verdade pensa primeiro em Deus, depois no próximo e por último em si mesmo, o marido que ama de verdade a Deus, amará de verdade a sua esposa.

Uma pergunta para você refletir se está amando de verdade ou não é:
Você morreria por sua esposa?

Se a dúvida para responder esta pergunta durar mais do que 2 segundos, podemos dizer que, possivelmente, você não ama de verdade a esposa que Deus te deu.


3.     O cuidado do marido para com a esposa.

Tem uma frase que diz: “Você não é o que você sente, você não é o que você fala, você é o que você faz”.

Como já dito acima, aquilo que você faz para sua esposa conta muito aos olhos dela e de Deus.

Faça a seguinte pergunta a sua esposa:
(chame-a pelo nome e diga) Se você pudesse voltar atrás, você se casaria comigo novamente?

Se ela demorar mais de 4 segundos para responder, significa que você não tem demonstrado um “verdadeiro cuidado para com sua esposa”.
A Escritura enfatiza que a esposa é parte do marido ao declarar “quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo” (Efésios 5.28b).

Mas, se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel.
1 Timóteo 5.8

2-   A Conduta da Crente como Esposa

1.     O conceito de submissão cristã.

Submissão não significa ser castigado (a) ou maltratado (a) ou inferiorizado ou desprezado (a).
Vincent Cheung faz uma observação digna de nota sobre a submissão das mulheres, veja:

Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas ao vosso próprio marido, para que também, se algum não obedece à palavra, pelo procedimento de sua mulher seja ganho sem palavra,
1 Pedro 3.1

O versículo acima não diz que toda mulher deve se submeter a todo homem, mas sim que, toda mulher deve se submeter a seu marido. Embora muitos cristãos tenham dificuldade em aceitar, isto é um ensinamento das Escrituras (Efésios 5.22,33; Colossenses 3.18; Tito 2.5). Paulo disse:

22. Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor;
23. porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo.
24. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido.
Efésios 5.22-24

Se a submissão das mulheres não significa (também) “obediência”, então a submissão da “igreja” a Cristo também excluiria a obediência. A submissão (da esposa) deve ser “assim como a igreja está sujeita a Cristo” (Efésios 5.24).

Percebemos que, dentro do contexto bíblico a submissão feminina tem o sentido de obedecer ao marido, mas também de ceder de maneira voluntária, assumir responsabilidades, levar a “carga” junto com alguém, a mulher que é submissa ao marido é uma auxiliadora idônea.

A mulher que é submissa ao marido mostra que reconhece o valor que seu marido tem.
John Stott, é outro estudioso bíblico a observar que a verdadeira submissão é uma entrega (obediência) voluntária e não forçada.

As Escrituras ensinam a sujeição de “uns aos outros no temor de Deus” (Efésios 5.21).
sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus.
Efésios 5.21

Note que, a esposa deve estar sujeita ao marido naquilo que é lícito e direito e não em coisas erradas. Se o marido demonstra uma conduta pecaminosa e exige que a esposa participe de sua conduta pecaminosa abandonando as “coisas de Deus”, a esposa não está sob a obrigação de obedecer o marido nestes casos. Pois (diante destes casos) seu Deus e sua alma tem prioridade (Mateus 22.37; Lucas 14.26,27).

Paulo em Efésios 5.24 deixa claro que, as mulheres devem se sujeitar aos maridos como a “igreja” está sujeita a Cristo. E isto, é claro, demanda muita responsabilidade e a mulher assim como o marido, deve ter vida de oração constante, conhecimento aprofundado da Palavra de Deus e disciplina.

A submissão aqui não se trata de uma sujeição irracional ao domínio de alguém, mas de obediência voluntária e de grata aceitação do amor e cuidado do marido.
Por isso, nada há de depreciativo nessa conduta, pois retrata o alto nível
de relacionamento entre Cristo e a sua amada igreja.

2.     A condição da mulher cristã.

Sobre este subtópico 2, devemos tomar cuidado para não presumir uma ideia errada sobre a condição das mulheres nos tempos da “igreja primitiva”.

As mulheres nos tempos da igreja primitiva eram sim depreciadas em relação aos homens, mas havia diferença na forma como a sociedade da época enxergava as mulheres judias, romanas e gregas.

 Geralmente imagina-se que todas as mulheres do mundo antigo eram vistas como inferiores e sem nenhum direito, mas não era bem assim, havia diferenças entre a forma como as mulheres judias (de origem judaica), romanas e gregas eram “vistas”.

Na sociedade judaica a mulher era vista como um ser inferior ao homem e era considerada parte da propriedade de um homem (Gênesis 31.14,15). É por isso que em Êxodo 20.17 e Deuteronômio 5.21 vemos as seguintes declarações:

 Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.
Êxodo 20.17

E não cobiçarás a mulher do teu próximo; e não desejarás a casa do teu próximo, nem o seu campo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.
Deuteronômio 5.21

Ainda é muito mencionada a oração que o judeu ortodoxo recitava diariamente, agradecendo ao Senhor por não ter nascido nem gentio, nem escravo, nem mulher.

Na sociedade romana as mulheres não eram tão inferiorizadas (quanto as judias e gregas). A mulher romana lidava com as responsabilidades do dia a dia, portava as chaves da casa e gerenciava os servos domésticos. Algumas mulheres romanas eram conhecidas por sua sabedoria e virtudes, as mães romanas tinham uma “alta honra” na sociedade. Embora as mulheres romanas tivessem de fato, menos direitos que os homens, elas ainda tinham direitos e geralmente (salvo algumas exceções) desfrutavam de profunda afeição do marido, pai e irmãos.

Na sociedade grega a “visão” sobre as mulheres não era tão diferente da “visão judaica” sobre as mulheres (mas havia diferença). Havia na sociedade grega cultos religiosos (pagãos) em que era permitido só as mulheres participarem. E os gregos cultuavam muitos deuses pagãos, dentre eles várias deusas, tais como; Ártemis, Afrodite, Íris, Hera, Atena, Maia, Deméter e outras. O que mostra que a “figura feminina” era, de certa forma, levemente, mais bem conceituada que a visão judaica sobre a “figura feminina”, por assim dizer. Na ilha de Creta e na cidade de Esparta (ambas na Grécia) as mulheres pareciam ter bem mais direitos do que as mulheres de outras partes da Grécia (mas isto já é assunto para outro estudo, em momento oportuno).

A mulher cristã desfruta de plena liberdade em Cristo e não está sujeita a nenhum sistema de escravidão (Gálatas 5.13).


3.     A reverência devida ao marido.

Reverência significa: veneração pelo que se considera sagrado ou se apresenta como tal, respeito profundo por alguém ou algo, em função das virtudes, qualidades que possui ou parece possuir; consideração, deferência.

Reverência devida ao marido significa, em resumo, respeitá-lo com amor, cuidado, carinho, atenção. 

Não se vestir e nem se comportar de forma que envergonhe o marido. Ser uma ajudadora fiel e amiga.

Vemos que Sara tinha tanto respeito por Abraão que o chamava de Senhor (1 Pedro 3.6). A esposa deve ter total respeito pelo marido.

Vemos que Salomão chamava sua amada de “amiga minha” (Cantares 4.1,7 versão ARC). Assim deve ser a esposa uma amiga para seu marido.

3-   A Conduta do Crente Como Filho

1.     A responsabilidade dos pais.

 Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele.
Provérbios 22.6

É um dever do pai e da mãe cristãos ensinar os filhos o “caminho em que devem andar”. Se todos os pais cristãos levassem a sério os conselhos bíblicos sobre a educação dos filhos, o mundo com certeza seria um lugar melhor. Há uma frase que diz:
“Educação se aprende em casa, na escola se aprende português, matemática, geografia e etc.”

Esta frase faz muito sentido! Atividades como: Ensinar a criança a orar, a contribuir financeiramente com a “igreja”, ler a Bíblia, a participação nos “cultos no lar”, são atividades que farão um bem inexprimível para seus filhos a curto, médio e longo prazo.

Você sabia que a Bíblia é o livro mais lido nas penitenciárias?
 (Digo isso com propriedade, pois fiz cultos missionários em penitenciárias por cerca de 3 anos).
 Se fosse o mais lido nos lares em geral, tal realidade certamente seria diferente.

2.     A conduta requerida dos filhos.

Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
Efésios 6.1

Os filhos são orientados pelo apóstolo a serem obedientes aos pais. A única razão que torna a desobediência dos filhos aceitável perante Deus é se, os pais solicitarem dos filhos algo que vá contra Deus e sua Palavra.
Do contrário, toda desobediência aos pais é um pecado.

 Frederick Brotherton Meyer, (também conhecido como F.B. Meyer) diz que se nossa fé for autêntica, ela afetará todos os relacionamento que temos (inclusive o relacionamento dos pais para com os filhos e dos filhos para com os pais – grifo pessoal meu), o primeiro dever dos filhos para com os pais é a obediência, porquê isto é justo (Efésios 6.1).

Note que, o nosso primeiro dever para com Deus é a obediência, pois se estamos em Cristo, somos seus filhos.

1. Vede quão grande caridade (amor) nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não conhece a ele.
2. Amados, agora somos filhos de Deus,..
1 João 3.1,2a

3.     O mandamento com promessa.

2. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa,
3. para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.
Efésios 6.2,3
O pastor Elienai Cabral faz a seguinte observação a respeito da passagem acima:

“Por que Deus faz promessas aos obedientes nesse mandamento? Porque a célula mater da sociedade é a família. O bom relacionamento entre pais e filhos dignificados com a honra, o amor e o respeito trará resultados positivos. E a promessa surge logo no versículo seguinte: "... para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra" (v. 3). Na verdade, Paulo faz a citação e reafirma o texto que está em Êxodo 20.12

A promessa tem um sentido presente e futuro. A obediência desse mandamento para os filhos lhes trará bênçãos materiais e espirituais. O crente deseja o Céu antes de tudo, mas a promessa é também "sobre a terra".

Jimmy Swaggart observa que “toda falha no ato de obedecer gera uma consequência dolorosa”.

Conclusão

No modelo divino todos os membros da família cumprem deveres específicos. O marido tem o dever de liderar e amar sua esposa. A esposa o dever de submeter-se e respeitar a liderança de seu marido. Aos pais o dever de educar seus filhos segundo as Escrituras. Aos filhos o dever de obedecer e honrar seus pais. Assim, o amor, o respeito mútuo e a prosperidade fazem parte da família que se porta conforme Deus planejou.


Fontes

Bíblia de Estudo Pentecostal,
Bíblia de Estudo Holman,
Bíblia de Estudos Arqueológica,
A mensagem de Efésios – John Stott, Comentário Bíblico F. B. Meyer,
Comentário bíblico Efésios – Elienai Cabral ,
Livro de apoio 2° Trimestre de 2020, Ebook Subsídios EBD 20 –
A igreja Eleita, Bíblia do Peregrino, Bíblia do Expositor, Submissão das mulheres – Vincent Cheung,
Apontamentos teológicos professor José Junior.