18 de junho de 2013

A FAMILIA E A IGREJA



A FAMILIA E A IGREJA

TEXTO ÁUREO = “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo” (At  5.42).

VERDADE PRÁTICA = É possível existir família sem igreja, isso precariamente e com graves prejuízos, mas igreja sem família, não.

LEITURA BIBLICA = ATOS 2.41- 47

INTRODUÇÃO

Conforme vimos na primeira lição deste trimestre, a família é a obra-prima de Deus. Ele a instituiu, visando a plena execução de seu plano redentor. Todas as instituições humanas foram criadas a partir da família que, historicamente, é definida como célula-mãe da sociedade. Aliás, até mesmo o povo de Deus, quer do Antigo, quer do Novo Testamento, foi estabelecido e formado a partir da família. A Igreja existiu primeiro no eterno plano e propósito de Deus (Ef 1.4), mas na história surgiu no Dia de Pentecostes. A Igreja aqui na terra é chamada na Bíblia de “família de Deus” (Ef 2.19). Nesta lição, estaremos vendo a relação entre a família e a igreja, como esta poderá auxiliar aquela e vice-versa. Constataremos que ambas, como projetos de Deus, requerem plenamente nossa atenção.

A ORIGEM DA FAMILIA

Com base nas Escrituras Sagradas podemos afirmar que a família é uma instituição de origem divina (Gn 5.1,2).
Após ter criado o homem, Deus fez uma avaliação de toda a Sua Obra e “viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31).

1. Os propósitos divinos. Deus não criou coisa alguma ao acaso. Tudo Ele criou com um propósito previamente estabelecido.

a. A criação do homem. O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26) para que tivesse domínio sobre toda a terra. O propósito divino incluía uma vida de felicidade e prazer. Mesmo com trabalho (Gn 2.15), porém sem preocupações, medo ou ansiedade.

b. A criação da mulher. Tudo aquilo que Adão necessitava para sua subsistência havia ali naquele jardim. Contudo, faltava-lhe algo. Deus notou a sua solidão e então providenciou-lhe uma companheira. Deus reconheceu a necessidade de Adão e disse “não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele”. (Gn 2.18). Em outra versão (ARA) diz “uma auxiliadora que lhe seja idônea”.

2. Teorias errôneas. Muitos homens ilustres e estudiosos criaram teorias acerca da origem do homem.
Podemos afirmar, sem medo de errar, que tudo o que for escrito a esse respeito que exceda ou se contraponha à Palavra de Deus, é falso e mentiroso. Por essa razão não tem base para despertar credibilidade.

JESUS E A FAMÍLIA

Muitas cenas do ministério de Cristo (pregação, ensino, milagres, refeições, descanso) ocorreram em lares, envolvendo a família inteira, isto é, seus membros em geral. Isto pode ser facilmente visto nos Evangelhos. Quando Ele, da destra do Pai, enviou o Espírito Santo para formar a Igreja no Dia de Pentecostes, seus discípulos estavam reunidos e assentados numa casa de família (At 1.13; 2.2).

1. A família cristã. Na célebre e instrutiva passagem doutrinária sobre a família (Ef 5.22-33), vemos que num lar verdadeiramente cristão, o marido e a mulher, no seu modo de viver e de agir, figuram para a própria família, para a igreja e para o mundo, a união mística, perene e profunda entre Cristo e sua Igreja. A clássica passagem trata da família cristã, entretanto, o nome Igreja é mencionado seis vezes. Isto revela que a família e a igreja são entidades não apenas associadas, mas entretecidas e interdependentes.

2. A importância da família nos planos divinos. Deus deu origem a raça humana mediante uma família: Adão e Eva. Ele fundou a nação escolhida utilizando uma família: Abraão e Sara. Trouxe o Salvador Jesus ao mundo através de uma família: José e Maria, O primeiro ato de Deus após criar a família foi abençoá-la: “E Deus os abençoou” (Gn 1.28). Deus continuou dispensando esta bênção à família, como é patente em Gênesis 5.2; 12.3; 2 8.14, e através de toda a Bíblia.

3. A igreja do lar. Em termos humanos e terrenos, a igreja depende do lar, assim como o lar é dependente da igreja. Uma igreja não pode ser forte, viva e santa com famílias fracas na fé, amortecidas espiritualmente e sem santificação, por adotar o modo de viver do mundo.

4. Cada lar cristão uma igreja. “Lar” vem do latim “lare” que significa parte da cozinha onde se acendia fogo para preparar os alimentos e aquecer o ambiente; daí vem o termo “lareira”. O lar, pois, é o ambiente onde vive a família; ele deve ser aquecido não só pelo “amor do Espírito”, mas também do coração humano o “calor humano”, hoje tão raro, e que tanto ameaça a família. Cada lar cristão deve ser aqui e agora uma igreja do Senhor em miniatura, onde Deus seja conhecido, refletido, visto, obedecido e amado, a piedade seja cultivada e o cristianismo bíblico, praticado.

A FAMÍLIA NA IGREJA PRIMITIVA

1. A Igreja nasceu em um lar. A igreja na sua expressão visível e local nasceu em um lar, como já vimos em Atos 1.13; 2.2 (o cenáculo era um compartimento amplo, acolhedor, mobiliado e arrumado para a ceia). Nos três primeiros séculos da era cristã, provavelmente por razões financeiras, já que era difícil comunidades pequenas e pobres — que normalmente compunham as igrejas locais construírem templos, os irmãos reuniam-se nas casas particulares para partir o pão e comê-lo com alegria e singeleza de coração (At 2.46). Um exemplo disso era a Igreja em Roma: os crentes romanos congregavam-se em casas espalhadas pela cidade, por isso a expressão “a igreja que está em sua casa” (Rm 16.5; 1 Co 16.19; Cl 4.15; Fm v.2).

2. A família no Novo Testamento: quase sinônimo de Igreja. Havia uma perfeita integração entre a família e a igreja. Tão perfeita, que era difícil saber onde terminava a igreja e começava a família. Ambas achavam-se engajadas na expansão do Reino de Deus. E, assim, a igreja caía na graça do povo e crescia diariamente (At 2.47). Não fosse tal integração, a Igreja não teria chegado tão cedo à capital do Império Romano. Além do livro de Cantares de Salomão, que aborda o relacionamento conjugal, a Bíblia não contém mais livros completos sobre a família porque, como já vimos no Novo Testamento, tal instituição é quase sinônimo de igreja, e nos primeiros séculos, as igrejas não tinham templos; congregavam-se em casas de famílias abastadas. A doutrina da família não era apenas ouvida; era vista ao vivo, no lar.

Que este exemplo possa ser seguido rigorosamente! Só pode haver uma igreja forte espiritualmente se as famílias também estiverem fortes, e entre ambas houver perfeita harmonia. Se é verdade que a igreja local e visível procede do lar, logo, o que ocorre diuturnamente na família refletirá na igreja.

A HARMONIA NA FAMÍLIA (Fp 2.2,3)

1. A família comparada à Igreja. Paulo ressaltou a grande importância da família comparando-a à Igreja. Na Igreja existe a cabeça — Cristo, donde emana toda a autoridade e liderança. Da mesma forma deve acontecer com a família.
Assim como a Igreja está sujeita a Cristo voluntariamente, da mesma forma a mulher deve, por amor, estar sujeita ao seu marido.

a. Jesus e a Igreja — um modelo de vida. O homem é chamado a amar sua esposa da mesma forma como Cristo amou a sua Igreja.
Cristo amou a sua Igreja ao ponto de entregar-se por ela. É um amor que significa uma entrega de si mesmo.

2. Como manter uma família feliz (Sl 119.11; At 2.28; Pv 31.30). Viver para Deus é o segredo da felicidade. Ninguém pode sentir-se totalmente realizado se de fato não tem o coração mudado pelo amor de ,Jesus.

a. O crescimento de todos os membros. A família é considerada como um organismo vivo e como tal deve haver um notado crescimento por parte de todos os seus membros.
Este crescimento integral implica na satisfação das necessidades fundamentais e na concretização e realização dos desejos indispensáveis à vida, cumprindo-se assim o propósito divino.

3. A preservação de problemas na família (1 Co 14.40; Rm 12.2; Mt 6.10). Muitos problemas podem ser resolvidos e até mesmo evitados, se cada membro da família se propuser a servir ao Senhor de todo o coração, entregando-se totalmente a Ele, deixando de fato que Ele oriente.
Essa entrega total deve começar cedo, isto é, desde a escolha do cônjuge, e continuar pela vida afora em todas as situações.
Fazer da Bíblia o manual de estudos da família, ter cuidado em cultivar o culto doméstico, saber utilizar o tempo, podendo, dessa forma, reservar momentos agradáveis para reuniões em família, e ainda, que cada membro se conscientize da sua posição na família e cumpra os propósitos de Deus a seu respeito.

O PAPEL DA FAMILIA NA EXPANSÃO DA IGREJA

A Igreja de Cristo nasceu dentro da estrutura familiar no oriente. Estes viviam em comunidades de pessoas que eram ligadas por vínculos de matrimônio e parentesco e regida pela autoridade do pai. Esse sistema foi colocado a serviço de Deus para a edificação da igreja do Novo Testamento (At 10.24-48; 16.15, 31-33). A Escritora Dorothy Flory de Quijada em seu escrito sobre “A Família na missão de Deus” diz o seguinte: “o apóstolo Paulo menciona freqüentemente a família em seus escritos e usa termos de carinho para expressar suas próprias relações com o corpo de Cristo (Gi 1.2,3; 1 Tm 1.2) incluindo a imagem de uma mãe nutrindo e cuidando dos filhos (1 ‘Es 2.7)”. Essa declaração demonstra o quanto a igreja através dos seguidores de Cristo nutre a importância e a referência de uma família na configuração e desenvolvimento da Igreja de Cristo.

O PAPEL DA IGREJA COMO AUXILIADORA DA FAMILIA

A igreja atua como uma auxiliadora tanto na preparação quanto na preservação da família para o cumprimento de seus elevados propósitos e objetivos. Ela deve levar os pais a conscientizarem-se de sua responsabilidade na formação moral e espiritual de seus filhos.
Para que isso aconteça a igreja promove, o batismo (Mt 28.19; At 10.47, 48), a santa ceia (1 Co 11.23-27), a apresentação de recém-nascidos (Lc 2.22), cerimônias religiosas de casamento, que são precedidas de alguns encontros de orientação pastoral, curso e estudos com ênfase sobre a educação da família e seus aspectos primordiais, encoraja à prática da devoção e adoração no lar, promove a integração entre as famílias que compõem a igreja local. Essas e outras funções visam ao reconhecimento da salvação por intermédio de Jesus Cristo, da vida como um dom de Deus (Ef 1.3), traz à compreensão da natureza religiosa do matrimônio e da instituição da família (1 Co 7.10-17), e promove ações sociais (2 Co 8.1-7).
De acordo com o dicionário da língua portuguesa sociedade é o agrupamento de seres que convivem em estado gregário e em colaboração mútua. Dentro de uma concepção bíblica, Paulo procura resgatar através da igreja as condições saudáveis para se ter uma sociedade irrepreensível e sincera (Pp 2.15).
Podemos definir sociedade e seus aspectos sociedade como uma estrutura composta de famílias, cujas peculiaridades sáo descritas em termos das relações familiares nela existente. A estrutura social é formada por grupos que ligados entre si, são considerados como uma unidade onde todos participam e compartilham de uma mesma cultura com leis comuns.

A FAMÍLIA COOPERANDO COM A IGREJA

1. A família coopera eficazmente com a Igreja: através do seu bom testemunho perante o mundo, de uma vida no santo temor de Deus, da obediência às doutrinas bíblicas e observância das normas da igreja local através do seu pastor, uma vez que tudo esteja “conforme a sã doutrina”.

2. A freqüência normal e regular da família aos cultos e a outras atividades da igreja. A família deve apoiar os projetos e trabalhos da igreja não só orando e jejuando, mas também de várias outras formas, de acordo com o que for estabelecido pelo pastor.

3. A família contribuindo para a igreja. Os dízimos e ofertas da família devem ser entregues igreja como expressão da sua adoração, do seu amor e gratidão a Deus.

4. A freqüência normal e regular à Escola Bíblica Dominical. A principal agência de ensino da igreja é fundamental para toda a família: da criança ao idoso.

IV. A IGREJA COOPERANDO COM A FAMILIA

No capítulo 16 de sua Epístola aos Romanos, Paulo cita diversas famílias que muito o ajudaram em seu ministério, O apóstolo deixa bem patente que sem elas o seu trabalho seria infrutífero. Aliás, a mesma preocupação é manifestada em suas outras epístolas.
Por isto, deve a igreja ter um cuidado especial com as famílias, porque se estas forem bem constituídas, aquela também o será; se as segundas forem avivadas, a primeira haverá de experimentar um grande crescimento.

A igreja, por conseguinte, pode ajudar:

1. Orando pelas famílias. A família sofre os mais impiedosos ataques de Satanás. Por isto devem as igrejas estabelecer cultos de oração e intercessão pelos lares, a fim de que estes sejam fortes e espiritualmente sadios.

2. Aconselhando as famílias. É urgente que as igrejas, através de seu ministério, se dediquem ao aconselhamento das famílias. Desta forma, estaremos evitando conflitos e separações entre os cônjuges.

3. Visitando as famílias. As famílias devem ser visitadas regularmente por seus pastores, para que elas se sintam inseridas e engajadas no Reino de Deus. Receber o anjo da igreja, em casa, é sempre uma bênção.

4. Marcando reuniões específicas para as famílias. Nessas reuniões, o pastor da igreja terá oportunidade de dispensar um tratamento especial às famílias, ajudando-as a superar dificuldades e a solucionar problemas, Os temas serão específicos: conflitos conjugais, criação de filhos, finanças etc.

O LUGAR DA FAMÍLIA NA IGREJA

1. Cooperação nos cultos (Hb 10.19-25). Ao que tudo indica os crentes hebreus estavam negligenciando a assistência ao culto. Há muitos pais que se descuidam e não dão muita importância ao fato de levar seus filhos à Igreja.

2. Cooperação nos trabalhos. Todas as famílias da Igreja devem estar envolvidas nos trabalhos. E tempo de todo o crente estar ativo. Há muito trabalho para ser realizado (Rm 12.11).

3. Completando a vida espiritual do lar. (1 Co 16. 15-16). Os pais são os responsáveis diretos pelo bem estar espiritual de seus filhos, mas Deus instituiu a Igreja para os ajudar a cumprir esta árdua tarefa.

CONCLUSÃO

Portanto, não podemos separar a igreja da família, nem esta daquela; ambas fazem parte do grande projeto de Deus para a humanidade. Estava tão consciente disso o apóstolo Paulo que, em sua Epístola aos Efésios, explica ele mistério da Igreja, fazendo um belíssima alegoria com o casamento (Ef 5.22-32).
Esforcemo-nos, pois, a fim d que o nosso lar seja realmente um perfeita simbologia da Igreja. Somente assim, haveremos de glorificar a Deus através de nossa pie dosa atitude.
A família é o principio norteador da sociedade a igreja opera pelo equilíbrio espiritual sendo fonte para a família e referencial para a sociedade. Entendemos que a comunidade cristã tem tarefas que ultrapassam as fronteiras das famílias que a compõem. Por isso estas famílias são chamadas a vivenciar sua vocação cristã e influenciar a sociedade. A família está sendo desafiada nos dias atuais para ser igreja e viver as funções básicas da vida comunitária entre si, crescer espiritualmente, ou ouvir a palavra bíblica orar e cantar, bem como apoiar-se, ajudar-se, aconselhar-se e com isso alcançar o crescimento que é proposto pelo exercício da fé em amor no meio a uma geração corrompida.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas BETEL 2010
LIÇÕES BIBLICAS CPAD 2004
LIÇÕES BIBLICAS CPAD 1990
LIÇÕES BIBLICAS CPAD 1985