INTRODUÇÃO
O tema da
presente lição trata dos poderes ocultos das trevas e de como se proteger deles
pela força do poder de Deus. Embora o apóstolo Paulo não apresente a origem nem
a biografia do príncipe das trevas, ele nos ensina a importância de conhecer as
astutas ciladas do nosso Inimigo. 0 Diabo já perdeu a peleja, mas continua
fazendo estrago nesse período entre o início e o final da jornada da Igreja.
I
- Breve análise de Efésios 6.10 Finalmente, fortalecei-vos no Senhor e na força
do seu poder.
A preparação do soldado cristão consiste em admitir que por sua própria força, ele não é capaz de vencer a batalha e admitir como Paulo: Porque quando estou fraco, então é que sou forte II Co 12.10.
A preparação do soldado cristão consiste em admitir que por sua própria força, ele não é capaz de vencer a batalha e admitir como Paulo: Porque quando estou fraco, então é que sou forte II Co 12.10.
A
expressão quanto ao mais significa finalmente ou quanto ao
restante. É como se ele estivesse falando assim: “eu já falei isso e isso,
agora só falta falar mais uma coisa”. Paulo nos dá uma ordem: sede
fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. A expressão sede
fortalecidos está no presente passivo no texto original. O tempo presente
indica que algo está sendo feito agora. A voz passiva indica que algo está
sendo feito em alguém. Isso significa que o ato de ser fortalecido é algo que
está acontecendo agora e que alguém está fazendo isso em nós. Com base no texto
podemos descobrir que é Deus quem nos fortalece e a origem desse poder está
nele. É Deus quem nos fortalece nele e em seu poder. A voz passiva sugere que
nós mesmos não podemos fazer isso.
Este
poder que vem de Deus é o mesmo que foi mencionado em Ef 1.19 e Ef 3.16.
Em Ef 1.19, Paulo diz que Deus ressuscitou Cristo por meio do seu poder, e em
Ef 3.16 lemos que este poder nos é dado por meio do Espírito Santo para que
Cristo habite em nós.
Ef 6.11:
Revesti-vos de toda armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as
ciladas do diabo.
Paulo
fala sobre nos revestirmos em Rm 13.12-14; 2Co 6.7; 1Ts 5.8. Em Is 59.17 Deus é
descrito vestindo uma armadura. O texto de Ef 6.11 deixa bem claro esta
armadura pertence a Deus e não a nós – armadura de Deus. A
palavra armadura no texto grego é panoplía e se refere à armadura
de um soldado fortemente armado da cabeça aos pés. Esta armadura serve para que
haja defesa contra as ciladas do diabo. Paulo introduz o nosso
inimigo, e nos diz que seu nome é Diabo. A palavra diabo significa “acusador”.
Como
já foi dito, essa armadura serve par nos defender das ciladas do nosso
acusador. A palavra “ciladas” no texto grego significa tramas, truques.
Estas ciladas são os truques de Satanás para enganar os cristãos (2Co 11.14).
As ciladas são também as tentações à incredulidade, ao pecado e à conformidade
com o mundo. Paulo teve experiências com essas ciladas e nos adverte: “não
ignoreis os seus ardis” (confira: 1Co 7.5; 2Co 11.3,14; 1Ts 2.18).
Ef 6.12:
Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os
principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra
as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.
Paulo
deixa claro que não lutamos contra forças humanas, porque ele diz que a nossa
luta não é contra o sangue e a carne. Nossos inimigos são invisíveis aos
nossos olhos. São eles: principados, potestades, dominadores do mundo e forças
espirituais. Alguns intendem que os principados, potestades e os dominadores
são uma e a mesma coisa: as forças espirituais do mal, os seres espirituais que
o diabo governa. Outros interpretam como sendo classes hierárquicas do exército
de Satanás.
Paulo
menciona esses seres espirituais em Ef 1.21; 2.2; 3.10; Rm 8.38,39; Cl 1.13. o
texto de Ef 1.21 nos chama a atenção. O texto diz que Cristo está acima de todo
“principado, e potestade, e poder, e domínio”. Quando lemos o texto de Ef 6.12
à luz de Ef 1.21 aprendemos que Satanás está debaixo da autoridade de Cristo.
Muitas vezes ouvimos tanto que Satanás “tem poder” que parece que ele é um
poder independente, poderoso igual a Deus, mas que anda na direção contrária.
Isso é um erro muito grave. Satanás não é deus, ele não é igual a Deus e ele só
vai até onde Deus lhe permitir. Ele está debaixo do domínio de Cristo. O livro
de Jó nos prova isso quando Satanás tocou na vida de Jó e só pôde ir tocar onde
Deus lhe permitiu. Devemos entender que quando a Bíblia diz que Satanás tem
poder, isso se refere ao fato de que ele é mais forte do que nós seres humanos,
e não que ele é poderoso em si.
O
equipamento: Ef 6.13-17.
Tendo
introduzido o nosso inimigo, agora Paulo introduz a armadura de Deus. Lembre-se
que esta armadura não pertence a nós, mas a Deus. Outra coisa que precisamos
lembrar é o fato de que o apóstolo Paulo estava preso junto a um soldado romano
da guarda pretoriana. A armadura do soldado romano serviu de instrumento para
Paulo montar sua metáfora da armadura de Deus.
Políbio
(210 a.C. – 120 a.C.) escreveu diversos livros de história e por isso se tornou
autoridade em táticas de guerra. Em um de seus livros, ele fez uma descrição
completa da vestimenta que a infantaria romana usava. Paulo omite duas peças
essenciais: as grevas, parte da armadura que cobria as pernas desde os
joelhos aos pés, e as lanças. Entretanto, alguns estudiosos entendem que
Paulo não estava se baseando totalmente na figura do soldado romano, mas que
ele tinha em mente a figura do Antigo Testamento que descreve Deus como um
guerreiro nos textos de Is 11.4,5; Is 59.14-17.
Não
há nada de surpreendente na armadura. O que encontramos nela é o velho “feijão
com arroz” que aprendemos na Escola Dominical: oração, leitura da Palavra, vida
justa reta diante de Deus etc. O que Paulo nos apresenta aqui é apenas uma
ilustração daquilo que caracteriza a vida cristã. Essas características são
tudo aquilo que Cristo conquistou na cruz para nós.
Ef 6.13:
Portanto, tomai a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mal e,
depois de terdes vencido tudo, permaneceis inabaláveis.
Este
versículo é crucial para entendermos o papel do soldado que Paulo está
descrevendo. É muito comum ouvirmos dizer que a igreja tem que ir ao ataque os
demônios, ir contra os poderes do mal. No entanto, não é essa a figura que
Paulo pinta aqui. A figura de Paulo diz respeito a um soldado que está em
terreno conquistado, mas que está sofrendo ataque e precisa se defender. Esta
ideia torna-se mais clara quando percebemos a expressão ficar firmes do
versículo 11 e permanecer inabaláveis do versículo 13. Embora na
tradução em português haja duas palavras diferentes, no texto grego é o mesmo
verbo. Este verbo é usado num sentido militar indicando assumir um posto de
vigia ou também significa sustentar-se numa posição crítica durante a batalha.
Paulo
repete a exortação de Ef 6.11 sobre tomar a armadura de Deus. Perceba que o
texto insiste em deixar claro que a armadura pertence a Deus. O objetivo de
tomar essa armadura é para “resistir o dia mal”. Em Ef 5.16 lemos que os dias
são maus. O “dia mal” de Ef 6.13 é o dia do conflito da nossa alma, e pode ser
qualquer luta espiritual em nossa vida. Lembremo-nos do que diz o Sl 34.19:
“Muitas são as aflições do justo, mas Senhor de todas o livra”.
Ef 6.14:
Estai, pois, firmes, cingindo-vos com verdade e vestindo-vos da couraça da
justiça.
A
palavra firme aparece novamente no texto e é o mesmo verbo utilizado nos
versículos 11 e 13 (vide acima). A NVI traduziu a frase estais, pois,
firmes por “assim, mantenham-se firmes”. A NTLH traduziu por “portanto,
estejam preparados”. Cingir significa por à cintura, apertar.
Os
versículos 14 ao 17 nos apresentam seis peças da armadura: quatro são
mencionadas de modo específico, mas o cinturão e as sandálias estão implícitos.
Neste versículo o apóstolo Paulo nos apresenta as duas primeiras ferramentas da
armadura de Deus: o cinturão e a couraça. Começaremos pelo cinto ou cinturão. A
primeira coisa que temos que saber é que cingir significa por à cintura,
apertar. O cinto era uma correia ou tira que cercava a cintura
com uma só volta a fim de apertá-la, e era também usada como suporte para as
bainhas das espadas (2Sm 20.8). Alguns cintos eram de couro. O cinto era a peça
que mantinha firme todas as peças da armadura; o cinto é o elemento que
mantém a estrutura. Esta estrutura é chamada verdade. No versículo 11, o
nosso inimigo nos é apresentado com o nome de diabo, nome de significa acusador.
Em Jo 8.44, Jesus nos diz que o diabo é o pai da mentira. Sendo assim, só
poderemos resistir-lhe se estivermos fundamentados na verdade. Se, pois,
estivermos cingidos com a verdade, nosso inimigo, que nos acusa e que é
mentiroso, não terá argumentos válidos para lançar contra nós, pois estamos
alicerçados na verdade. Para Paulo, a verdade é um atributo essencial. Essa
verdade pode ser integridade, autenticidade e honestidade. Devemos seguir a
verdade em amor (Ef 4.15). Falar a verdade é uma das características de uma
vida santificada (Ef 4.25).
A
segunda peça que nos é apresentada neste versículo é a couraça da justiça.
A couraça era feita de couro duro ou de metal e envolvia o corpo todo do
soldado, para que todo o tórax (onde estão os órgãos vitais) fosse protegido. A
justiça da qual o texto se refere é aquilo que Cristo conquistou na cruz
para nós: a justificação (2Co 5.12; Ef 4.24).
A
Doutrina da Justificação pela Fé é uma doutrina fundamental para o cristão, mas
que infelizmente tem caído no esquecimento na maioria das igrejas pentecostais
e neopentecostais. Romanos 5.1 diz: “Justificados, pois, mediante a fé, temos
paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”. A justificação é o ato de
Deus redimir os pecados dos culpados e admitir esses culpados como justos
gratuitamente pela sua graça mediante a fé em Jesus Cristo, não por méritos dos
pecadores, mas porque Jesus Cristo guardou a lei em nome deles e os redimiu (Rm
3.23-26; Rm cap. 4 ao 5). Porque todos pecaram, todos estão condenados à
perdição (Rm 3.9,23). Ninguém poderá ser justificado mediante a guarda da lei
de Deus, ou seja, por seus próprios esforços. Os crentes são “feitos justiça”
diante de Deus porque ele os trata conforme o merecimento de Cristo. Os crentes
são justificados em Cristo (Gl 2.17). Os que foram justificados por meio
do sacrifício de Cristo são aqueles que foram predestinados desde a fundação do
mundo, (Rm 8.29-30; Ef 1.3-7).
Em
resumo, a justificação é algo que não depende de nossos esforços; nós a
alcançamos por meio do sacrifício de Cristo. Outro ponto que devemos considerar
é que somo justificados pela fé (Rm 5.1). A fé é um dom de Deus, ela não
pertence ao ser humano (1C 12.9; Ef 2.8). É Deus quem nos concede a fé. Em Rm
10.11 lemos que “… a fé vem pela pregação…”, pois será pela pregação do Evangelho
que os eleitos e predestinados serão convertidos. Para encerrar este assunto,
em 2 Ts 3.2 lemos que fé não pertence a todos. Deus a dá para aqueles que ele
predestinou desde a eternidade.
Ef 6.15:
Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz.
Paulo
nos apresenta agora as sandálias. As sandálias militares de um soldado romano
eram calçados duros, de couro, para proteger os pés, que tinham tachas para
manter o equilíbrio em terrenos acidentados proporcionando apoio aos pés. Paulo
usa a ilustração da sandália para representar a preparação do evangelho.
Isso pode significar duas coisas:
1)
o Evangelho é o firme fundamento no qual os cristãos devem apoiar-se;
2)
o soldado cristão deve estar preparado para seguir o Evangelho e levá-lo por
onde andar para propagá-lo. Se calçarmos (calçai) as sandálias de
Evangelho teremos os “pés formosos” de Is 52.7 (cf. Rm 10.15).
O
evangelho da paz é a paz com Deus pela salvação através da pregação (Ef
2.17). Em toda a Carta aos Efésios, Paulo ressaltou como o Evangelho traz paz,
reconciliando-nos com Deus. Em Efésios, a paz é o elo que mantém a unidade
entre os cristãos. Esta paz é a mesma referida em Rm 5.1, a paz que temos com
Deus por meio do sacrifício de Cristo na cruz do calvário. Outrora nossa
condição perante Deus era de inimizade, pois quem ama o mundo odeia a Deus (1Jo
2.15). Mas agora, pelo sacrifício na cruz, temos paz com Deus, pois fomos
reconciliados com ele mediante o Senhor Jesus. Deus não mais nos considera como
inimigos, mas como filhos por meio da adoção, Ef 1.5 (cf. Rm 8. 15). É de
fundamental importância salientar mais uma vez que este ato da soberania de
Deus não nos é dado por nossos méritos, mas unicamente pelo sacrifício
substitutivo de Cristo na cruz.
Ef 6.16:
Embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos
inflamados do maligno.
O
escudo aqui emocionado era aquele maior e mais pesado que protegia todo
o corpo. Media cerca de 80 cm por 120 cm. Esses escudos eram escavados na
madeira e coberto com couro. A referência é ao scutum dos soldados
romanos que tinha uma estrutura metálica e, às vezes, uma massa de metal no
centro. Frequentemente as várias camadas de couro eram ensopadas e socadas na
água antes da batalha, a fim de apagar as setas incendiárias do inimigo.
A
fé aqui descrita é a confiança em Deus. A fé que traz libertação é a fé
que nos guarda. Ela nos protege dos dardos inflamado do maligno. Satanás
lança dardo inflamados em nosso coração e em nossa mente: mentiras,
pensamentos blasfemos, pensamentos de ódio contra os outros, dúvidas e desejos
ardentes pelo pecado. Se não apagarmos esses dardos pela fé, eles começarão um
incêndio.
Ef 6.17:
Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra
de Deus.
O
capacete da salvação era um traje militar ajustado e mais leve para
proteger a cabeça e fazia com que o soldado parecesse mais alto e imponente. Os
capacetes romanos eram feitos de bronze e tinham uma camada de feltro ou
esponja. Satanás deseja atacar nossa mente, foi assim que ele derrotou
Adão (Gn 3). O capacete da salvação refere-se à mente controlada por Deus.[36]
A
espada do Espírito, ao contrário do que se pensa, não é uma arma de
ataque. Ela é uma arma de defesa! Na armadura de Deus (Ef 6.11) não há
peças de ataque, só de defesa. Lembre-se de que o soldado que Paulo descreve
aqui já está em terreno conquistado e ele tem que se defender do inimigo que o
ataca. A palavra grega para espada usada aqui é macaira (lê-se márraira).
Este tipo de espada era pequena, aquela que o soldado usava no combate corpo a
corpo. Não era a espada mais longa usada em combates. A expressão “espada do
Espírito” tem conotação possessiva: pertence ao Espírito, a espada é dele. Isso
fica claro uma vez que essa espada é a palavra de Deus e que o Espírito
Santo é seu autor (2Pe 1.20,21). Em termos práticos, essa espada é a Palavra
específica que precisamos desembainhar numa determinada situação. Para ter a
Palavra precisa à mão, o cristão deve conhecer intimamente toda a Bíblia (a
Palavra de Deus, ou seja, a espada) e saber manejá-la. Quando Jesus foi ao
deserto para ser tentado pelo diabo, ele resistiu aos ataques do diabo
respondendo com textos bíblicos: Dt 8.3; Dt 6.16; Dt 6.13 (Dt 10.20). Quando
Satanás vier te tentar, que texto você usará para rebater os ataques dele?
A
energia: Ef 6.18-20.
Esta
é a última seção que estudaremos sobre o texto que nos relata a batalha em que
estamos inseridos. O assunto geral desta seção é a oração, o único meio de
diálogo com o nosso Senhor, por isso não abordaremos cada versículo de forma
isolada, mas os trataremos todos juntos.
Ef 6.18-20: Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para
isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos e também por
mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com
intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador
em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre
fazê-lo.
O
versículo 18 parece fazer par com o versículo 13. É como se os versículos 14 ao
17 fossem parêntesis. Sendo assim, o meio pelo qual podemos tomar a armadura de
Deus é por meio da oração. A frase oração e súplica quer dizer
todo tipo de petição diante de Deus. Note que a oração não é uma das partes da
armadura. A comunhão com Deus é a atividade mais elevada de que as pessoas são
capazes. A doutrina bíblica da oração destaca o caráter de Deus e a necessidade
de estar num relacionamento correto de aliança com ele (Jo 4.24). Em 1Ts 5.17
lemos: “orai sem cessar”.
II
- A DEPENDÊNCIA DE DEUS
Portanto,
é necessário se fortalecer no Senhor Jesus (I Pe. 5.10), buscando sua
orientação, seus ensinamentos na palavra e sua proteção, é preciso esvaziar-se
do conceito moderno de força que temos e nos dispormos em uma relação de Total
Dependência com o Senhor. Pois o Senhor Jesus afirma: A minha graça te basta,
porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza II Co. 12.9
Na
batalha da vida o cristão precisa ser fortalecido na força do poder do Senhor.
Mas como ocorre este fortalecimento no poder de Deus?
Mas como ocorre este fortalecimento no poder de Deus?
-
É necessário reconhecer que o poder que nos fortalece vem de nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo. "Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus."
I Co 1.24, "Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que
perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus."I Co 1.18
"Mas
recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis
testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os
confins da terra." At 1.8
- É necessário que o Espírito Santo haja em seu homem interior. "para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais robustecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior;" Ef 3.16
Para que o Consolador possa agir em seu
interior, é necessário desfazer-se de todo o orgulho e auto-afirmação de sua
própria força; é necessário admitir que você é barro, um vaso nas mãos do
Senhor e aceitar que o poder que atua em você é da parte de Deus em nosso
Senhor Jesus Cristo, " Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para
que a excelência do poder seja de Deus, e não da nossa parte." II Co 4.7
-
É necessário também que o soldado se fortaleça pelo amor por Cristo e pelo
próximo. " E, sobre tudo isto, revestí-vos do amor, que é o vínculo da
perfeição." Co 3.14
Estes
quatro pontos não encerram a forma como somos fortalecidos no poder de nosso
Senhor Jesus, mas apresenta o aspecto principal que é a nossa Total Dependência
a Cristo.
-Total
Dependência a Cristo não significa anular nossos dons, qualidades,
conhecimentos e sonhos, mas sim admitir que dependemos em tudo de nosso Senhor
Jesus; Admitir que precisamos de sua força e poder para usá-los de maneira
sábia, vencedora, motivadora e iluminadora.
-Total
Dependência a Cristo abre portas para que nossas qualidades, dons,
conhecimentos e sonhos sejam direcionados de maneira propicia para servir ao
Senhor e aos outros de maneira adequada e nos trazer alegria.
-Total
Dependência a Cristo faz com que tenhamos sonhos que valem a pena realizar.
-Total Dependência a Cristo nos permite desenvolver dons e características que não conhecíamos, ou não sabíamos que possuíamos.
-Total Dependência a Cristo nos permite desenvolver dons e características que não conhecíamos, ou não sabíamos que possuíamos.
-Total
Dependência a Cristo nos faz fortes na força e no poder do Senhor Jesus.
Somente pelo poder de Deus.
Nenhum ser humano tem condições de, sozinho, enfrentar
os demônios e sair vitorioso. Os demônios existem de fato, mas não passam de um
inconveniente diante do poder de Jesus; são entidades destituídas de poder na
presença do Senhor Jesus (Mc 1.23-26; 3.11). No entanto, os humanos não podem
desafiá-los com suas próprias forças.
III - CONTRA OS
PODERES DAS TREVAS
1. Carne e
sangue.
O apóstolo
começa apresentando a luta interna do cristão: "porque não temos que lutar
contra carne e sangue" (v.12a). O termo "carne" tem vários
significados na Bíblia, mas a combinação "carne e sangue", que só
aparece três vezes no Novo Testamento (v.12; Mt 16.17; 1 Co 15.50), parece
indicar um significado físico. Nesse caso, essa combinação diz respeito à
pessoa, ser humano, que pode ser o outro ou nós mesmos em conflito interno, no
sentido de: "a carne cobiça contra o Espirito, e o Espírito, contra a
carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis"
(Gl 5.17).
2. Os
principados e potestades.
Os dois
termos aqui, "contra os principados, contra as potestades" (v,12b),
aparecem juntos pelo menos dez vezes no Novo Testamento. Os
"principados", archai, em grego, cuja ideia é primazia no
poder; as "potestades", exousíai, denotam liberdade para agir.
O apóstolo Paulo emprega o termo tanto para os anjos (Rm 8.38; Cl 1.16) como
para os demônios (1 Co 15.24; Cl 2.15) investidos de poder. Desse modo, a
expressão refere-se a governos ou autoridades tanto na esfera terrestre como na
espiritual.
3. "Os
dominadores deste mundo tenebroso" (v.12b, ARA).
A ARC emprega
"os príncipes das trevas deste século"; a TB cita "governadores
do mundo destas trevas"; e a Nova Almeida Atualizada mantém as mesmas
palavras da ARA. O termo grego mais usado para "príncipe" é archon,
que aparece 37 vezes no Novo Testamento, traduzido também como
"governador". É usado para se referir a Belzebu, "príncipe dos
demônios" (Mt 12.24).
O apóstolo
começa apresentando a luta interna do cristão: "porque não temos que lutar
contra carne e sangue" (v.12a). para Satanás, como "príncipe deste mundo"
(Jo 12.31; 14.30; 16.11); e, ainda, ao "príncipe das potestades do
ar" (Ef 2.2).
Mas, aqui,
o apóstolo Paulo emprega um termo diferente, kosmokrátor, "senhor
do mundo", de kosmos, "mundo", e krateo,
"dominar". O uso plural mostra que Paulo não está se referindo ao
próprio Satanás, mas às hostes dominantes do mundo das trevas.
4. Os
lugares celestiais.
O apóstolo
acrescenta ainda "contra as hostes espirituais da maldade nos lugares
celestiais". Parece que aqui Paulo coloca todos esses anjos decaídos num
mesmo bojo. A expressão "lugares celestiais" indicada aqui é
intrigante. Essas palavras, ou "regiões celestiais", aparecem em
Efésios para designar o céu, onde Cristo está sentado à destra de Deus, onde os
salvos estão com Cristo (1.3,20) e onde habitam os anjos eleitos (3.10). Como
podem essas hostes infernais estar nas regiões celestiais? Uma explicação
convincente é que se trata da esfera espiritual invisível em oposição ao mundo
material (Ef 1.3).
CONCLUSÃO
Com base
nas palavras do apóstolo Paulo, ficamos sabendo de que existem diferentes
classes de espíritos maus que são enumerados aqui como "principados,
potestades, príncipes das trevas, hostes espirituais da maldade". O
universo é um campo de batalha e nisso não precisamos enfrentar apenas o ataque
de outras pessoas, mas também as forças espirituais que se opõem a Deus e ao
seu Povo.
Por: Pb. Mickel Porto
Referências