20 de fevereiro de 2019

Nossa Luta não é contra Carne e Sangue


INTRODUÇÃO
O tema da presente lição trata dos poderes ocultos das trevas e de como se proteger deles pela força do poder de Deus. Embora o apóstolo Paulo não apresente a origem nem a biografia do príncipe das trevas, ele nos ensina a importância de conhecer as astutas ciladas do nosso Inimigo. 0 Diabo já perdeu a peleja, mas continua fazendo estrago nesse período entre o início e o final da jornada da Igreja.
I - Breve análise de Efésios 6.10 Finalmente, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.

A preparação do soldado cristão consiste em admitir que por sua própria força, ele não é capaz de vencer a batalha e admitir como Paulo: Porque quando estou fraco, então é que sou forte II Co 12.10.

A expressão quanto ao mais significa finalmente ou quanto ao restante. É como se ele estivesse falando assim: “eu já falei isso e isso, agora só falta falar mais uma coisa”. Paulo nos dá uma ordem: sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. A expressão sede fortalecidos está no presente passivo no texto original. O tempo presente indica que algo está sendo feito agora. A voz passiva indica que algo está sendo feito em alguém. Isso significa que o ato de ser fortalecido é algo que está acontecendo agora e que alguém está fazendo isso em nós. Com base no texto podemos descobrir que é Deus quem nos fortalece e a origem desse poder está nele. É Deus quem nos fortalece nele e em seu poder. A voz passiva sugere que nós mesmos não podemos fazer isso.

Este poder que vem de Deus é o mesmo que foi mencionado em Ef 1.19 e Ef 3.16. Em Ef 1.19, Paulo diz que Deus ressuscitou Cristo por meio do seu poder, e em Ef 3.16 lemos que este poder nos é dado por meio do Espírito Santo para que Cristo habite em nós.
Ef 6.11: Revesti-vos de toda armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo.
Paulo fala sobre nos revestirmos em Rm 13.12-14; 2Co 6.7; 1Ts 5.8. Em Is 59.17 Deus é descrito vestindo uma armadura. O texto de Ef 6.11 deixa bem claro esta armadura pertence a Deus e não a nós – armadura de Deus. A palavra armadura no texto grego é panoplía e se refere à armadura de um soldado fortemente armado da cabeça aos pés. Esta armadura serve para que haja defesa contra as ciladas do diabo. Paulo introduz o nosso inimigo, e nos diz que seu nome é Diabo. A palavra diabo significa “acusador”.
Como já foi dito, essa armadura serve par nos defender das ciladas do nosso acusador. A palavra “ciladas” no texto grego significa tramas, truques. Estas ciladas são os truques de Satanás para enganar os cristãos (2Co 11.14). As ciladas são também as tentações à incredulidade, ao pecado e à conformidade com o mundo. Paulo teve experiências com essas ciladas e nos adverte: “não ignoreis os seus ardis” (confira: 1Co  7.5; 2Co 11.3,14; 1Ts 2.18).

Ef 6.12: Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.

Paulo deixa claro que não lutamos contra forças humanas, porque ele diz que a nossa luta não é contra o sangue e a carne. Nossos inimigos são invisíveis aos nossos olhos. São eles: principados, potestades, dominadores do mundo e forças espirituais. Alguns intendem que os principados, potestades e os dominadores são uma e a mesma coisa: as forças espirituais do mal, os seres espirituais que o diabo governa. Outros interpretam como sendo classes hierárquicas do exército de Satanás.

Paulo menciona esses seres espirituais em Ef 1.21; 2.2; 3.10; Rm 8.38,39; Cl 1.13. o texto de Ef 1.21 nos chama a atenção. O texto diz que Cristo está acima de todo “principado, e potestade, e poder, e domínio”. Quando lemos o texto de Ef 6.12 à luz de Ef 1.21 aprendemos que Satanás está debaixo da autoridade de Cristo. Muitas vezes ouvimos tanto que Satanás “tem poder” que parece que ele é um poder independente, poderoso igual a Deus, mas que anda na direção contrária. Isso é um erro muito grave. Satanás não é deus, ele não é igual a Deus e ele só vai até onde Deus lhe permitir. Ele está debaixo do domínio de Cristo. O livro de Jó nos prova isso quando Satanás tocou na vida de Jó e só pôde ir tocar onde Deus lhe permitiu. Devemos entender que quando a Bíblia diz que Satanás tem poder, isso se refere ao fato de que ele é mais forte do que nós seres humanos, e não que ele é poderoso em si.

O equipamento: Ef 6.13-17.
Tendo introduzido o nosso inimigo, agora Paulo introduz a armadura de Deus. Lembre-se que esta armadura não pertence a nós, mas a Deus. Outra coisa que precisamos lembrar é o fato de que o apóstolo Paulo estava preso junto a um soldado romano da guarda pretoriana. A armadura do soldado romano serviu de instrumento para Paulo montar sua metáfora da armadura de Deus.
Políbio (210 a.C. – 120 a.C.) escreveu diversos livros de história e por isso se tornou autoridade em táticas de guerra. Em um de seus livros, ele fez uma descrição completa da vestimenta que a infantaria romana usava. Paulo omite duas peças essenciais: as grevas, parte da armadura que cobria as pernas desde os joelhos aos pés, e as lanças. Entretanto, alguns estudiosos entendem que Paulo não estava se baseando totalmente na figura do soldado romano, mas que ele tinha em mente a figura do Antigo Testamento que descreve Deus como um guerreiro nos textos de Is 11.4,5; Is 59.14-17.

Não há nada de surpreendente na armadura. O que encontramos nela é o velho “feijão com arroz” que aprendemos na Escola Dominical: oração, leitura da Palavra, vida justa reta diante de Deus etc. O que Paulo nos apresenta aqui é apenas uma ilustração daquilo que caracteriza a vida cristã. Essas características são tudo aquilo que Cristo conquistou na cruz para nós.

Ef 6.13: Portanto, tomai a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mal e, depois de terdes vencido tudo, permaneceis inabaláveis.
Este versículo é crucial para entendermos o papel do soldado que Paulo está descrevendo. É muito comum ouvirmos dizer que a igreja tem que ir ao ataque os demônios, ir contra os poderes do mal. No entanto, não é essa a figura que Paulo pinta aqui. A figura de Paulo diz respeito a um soldado que está em terreno conquistado, mas que está sofrendo ataque e precisa se defender. Esta ideia torna-se mais clara quando percebemos a expressão ficar firmes do versículo 11 e permanecer inabaláveis do versículo 13. Embora na tradução em português haja duas palavras diferentes, no texto grego é o mesmo verbo. Este verbo é usado num sentido militar indicando assumir um posto de vigia ou também significa sustentar-se numa posição crítica durante a batalha.

Paulo repete a exortação de Ef 6.11 sobre tomar a armadura de Deus. Perceba que o texto insiste em deixar claro que a armadura pertence a Deus. O objetivo de tomar essa armadura é para “resistir o dia mal”. Em Ef 5.16 lemos que os dias são maus. O “dia mal” de Ef 6.13 é o dia do conflito da nossa alma, e pode ser qualquer luta espiritual em nossa vida. Lembremo-nos do que diz o Sl 34.19: “Muitas são as aflições do justo, mas Senhor de todas o livra”.

Ef 6.14: Estai, pois, firmes, cingindo-vos com verdade e vestindo-vos da couraça da justiça.
A palavra firme aparece novamente no texto e é o mesmo verbo utilizado nos versículos 11 e 13 (vide acima). A NVI traduziu a frase estais, pois, firmes por “assim, mantenham-se firmes”. A NTLH traduziu por “portanto, estejam preparados”. Cingir significa por à cintura, apertar.

Os versículos 14 ao 17 nos apresentam seis peças da armadura: quatro são mencionadas de modo específico, mas o cinturão e as sandálias estão implícitos. Neste versículo o apóstolo Paulo nos apresenta as duas primeiras ferramentas da armadura de Deus: o cinturão e a couraça. Começaremos pelo cinto ou cinturão. A primeira coisa que temos que saber é que cingir significa por à cintura, apertar. O cinto era uma correia ou tira que cercava a cintura com uma só volta a fim de apertá-la, e era também usada como suporte para as bainhas das espadas (2Sm 20.8). Alguns cintos eram de couro. O cinto era a peça que mantinha firme todas as peças da armadura; o cinto é  o elemento que mantém a estrutura. Esta estrutura é chamada verdade. No versículo 11, o nosso inimigo nos é apresentado com o nome de diabo, nome de significa acusador. Em Jo 8.44, Jesus nos diz que o diabo é o pai da mentira. Sendo assim, só poderemos resistir-lhe se estivermos fundamentados na verdade. Se, pois, estivermos cingidos com a verdade, nosso inimigo, que nos acusa e que é mentiroso, não terá argumentos válidos para lançar contra nós, pois estamos alicerçados na verdade. Para Paulo, a verdade é um atributo essencial. Essa verdade pode ser integridade, autenticidade e honestidade. Devemos seguir a verdade em amor (Ef 4.15). Falar a verdade é uma das características de uma vida santificada (Ef 4.25).

A segunda peça que nos é apresentada neste versículo é a couraça da justiça. A couraça era feita de couro duro ou de metal e envolvia o corpo todo do soldado, para que todo o tórax (onde estão os órgãos vitais) fosse protegido. A justiça da qual o texto se refere é aquilo que Cristo conquistou na cruz para nós: a justificação (2Co 5.12; Ef 4.24).
A Doutrina da Justificação pela Fé é uma doutrina fundamental para o cristão, mas que infelizmente tem caído no esquecimento na maioria das igrejas pentecostais e neopentecostais. Romanos 5.1 diz: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”. A justificação é o ato de Deus redimir os pecados dos culpados e admitir esses culpados como justos gratuitamente pela sua graça mediante a fé em Jesus Cristo, não por méritos dos pecadores, mas porque Jesus Cristo guardou a lei em nome deles e os redimiu (Rm 3.23-26; Rm cap. 4 ao 5). Porque todos pecaram, todos estão condenados à perdição (Rm 3.9,23). Ninguém poderá ser justificado mediante a guarda da lei de Deus, ou seja, por seus próprios esforços. Os crentes são “feitos justiça” diante de Deus porque ele os trata conforme o merecimento de Cristo. Os crentes são justificados em Cristo (Gl 2.17). Os que foram justificados por meio do sacrifício de Cristo são aqueles que foram predestinados desde a fundação do mundo, (Rm 8.29-30; Ef 1.3-7).
Em resumo, a justificação é algo que não depende de nossos esforços; nós a alcançamos por meio do sacrifício de Cristo. Outro ponto que devemos considerar é que somo justificados pela fé (Rm 5.1). A fé é um dom de Deus, ela não pertence ao ser humano (1C 12.9; Ef 2.8). É Deus quem nos concede a fé. Em Rm 10.11 lemos que “… a fé vem pela pregação…”, pois será pela pregação do Evangelho que os eleitos e predestinados serão convertidos. Para encerrar este assunto, em 2 Ts 3.2 lemos que fé não pertence a todos. Deus a dá para aqueles que ele predestinou desde a eternidade.

Ef 6.15: Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz.

Paulo nos apresenta agora as sandálias. As sandálias militares de um soldado romano eram calçados duros, de couro, para proteger os pés, que tinham tachas para manter o equilíbrio em terrenos acidentados proporcionando apoio aos pés. Paulo usa a ilustração da sandália para representar a preparação do evangelho. Isso pode significar duas coisas:

1) o Evangelho é o firme fundamento no qual os cristãos devem apoiar-se;
2) o soldado cristão deve estar preparado para seguir o Evangelho e levá-lo por onde andar para propagá-lo. Se calçarmos (calçai) as sandálias de Evangelho teremos os “pés formosos” de Is 52.7 (cf. Rm 10.15).

O evangelho da paz é a paz com Deus pela salvação através da pregação (Ef 2.17). Em toda a Carta aos Efésios, Paulo ressaltou como o Evangelho traz paz, reconciliando-nos com Deus. Em Efésios, a paz é o elo que mantém a unidade entre os cristãos. Esta paz é a mesma referida em Rm 5.1, a paz que temos com Deus por meio do sacrifício de Cristo na cruz do calvário. Outrora nossa condição perante Deus era de inimizade, pois quem ama o mundo odeia a Deus (1Jo 2.15). Mas agora, pelo sacrifício na cruz, temos paz com Deus, pois fomos reconciliados com ele mediante o Senhor Jesus. Deus não mais nos considera como inimigos, mas como filhos por meio da adoção, Ef 1.5 (cf. Rm 8. 15). É de fundamental importância salientar mais uma vez que este ato da soberania de Deus não nos é dado por nossos méritos, mas unicamente pelo sacrifício substitutivo de Cristo na cruz.

Ef 6.16: Embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.

O escudo aqui emocionado era aquele maior e mais pesado que protegia todo o corpo. Media cerca de 80 cm por 120 cm. Esses escudos eram escavados na madeira e coberto com couro. A referência é ao scutum dos soldados romanos que tinha uma estrutura metálica e, às vezes, uma massa de metal no centro. Frequentemente as várias camadas de couro eram ensopadas e socadas na água antes da batalha, a fim de apagar as setas incendiárias do inimigo.

A aqui descrita é a confiança em Deus. A fé que traz libertação é a fé que nos guarda. Ela nos protege dos dardos inflamado do maligno. Satanás lança dardo inflamados em nosso coração e em nossa mente: mentiras, pensamentos blasfemos, pensamentos de ódio contra os outros, dúvidas e desejos ardentes pelo pecado. Se não apagarmos esses dardos pela fé, eles começarão um incêndio.

Ef 6.17: Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.

O capacete da salvação era um traje militar ajustado e mais leve para proteger a cabeça e fazia com que o soldado parecesse mais alto e imponente. Os capacetes romanos eram feitos de bronze e tinham uma camada de feltro ou esponja. Satanás deseja atacar nossa mente, foi assim que ele derrotou  Adão (Gn 3). O capacete da salvação refere-se à mente controlada por Deus.[36]

A espada do Espírito, ao contrário do que se pensa, não é uma arma de ataque. Ela é uma arma de defesa! Na armadura de Deus (Ef 6.11) não há peças de ataque, só de defesa. Lembre-se de que o soldado que Paulo descreve aqui já está em terreno conquistado e ele tem que se defender do inimigo que o ataca. A palavra grega para espada usada aqui é macaira (lê-se márraira). Este tipo de espada era pequena, aquela que o soldado usava no combate corpo a corpo. Não era a espada mais longa usada em combates. A expressão “espada do Espírito” tem conotação possessiva: pertence ao Espírito, a espada é dele. Isso fica claro uma vez que essa espada é a palavra de Deus e que o Espírito Santo é seu autor (2Pe 1.20,21). Em termos práticos, essa espada é a Palavra específica que precisamos desembainhar numa determinada situação. Para ter a Palavra precisa à mão, o cristão deve conhecer intimamente toda a Bíblia (a Palavra de Deus, ou seja, a espada) e saber manejá-la. Quando Jesus foi ao deserto para ser tentado pelo diabo, ele resistiu aos ataques do diabo respondendo com textos bíblicos: Dt 8.3; Dt 6.16; Dt 6.13 (Dt 10.20). Quando Satanás vier te tentar, que texto você usará para rebater os ataques dele?

A energia: Ef 6.18-20.
Esta é a última seção que estudaremos sobre o texto que nos relata a batalha em que estamos inseridos. O assunto geral desta seção é a oração, o único meio de diálogo com o nosso Senhor, por isso não abordaremos cada versículo de forma isolada, mas os trataremos todos juntos.

Ef 6.18-20: Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos e também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo.

O versículo 18 parece fazer par com o versículo 13. É como se os versículos 14 ao 17 fossem parêntesis. Sendo assim, o meio pelo qual podemos tomar a armadura de Deus é por meio da oração. A frase oração e súplica quer dizer todo tipo de petição diante de Deus. Note que a oração não é uma das partes da armadura. A comunhão com Deus é a atividade mais elevada de que as pessoas são capazes. A doutrina bíblica da oração destaca o caráter de Deus e a necessidade de estar num relacionamento correto de aliança com ele (Jo 4.24). Em 1Ts 5.17 lemos: “orai sem cessar”.

II - A DEPENDÊNCIA DE DEUS

Portanto, é necessário se fortalecer no Senhor Jesus (I Pe. 5.10), buscando sua orientação, seus ensinamentos na palavra e sua proteção, é preciso esvaziar-se do conceito moderno de força que temos e nos dispormos em uma relação de Total Dependência com o Senhor. Pois o Senhor Jesus afirma: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza II Co. 12.9

Na batalha da vida o cristão precisa ser fortalecido na força do poder do Senhor.
Mas como ocorre este fortalecimento no poder de Deus?

- É necessário reconhecer que o poder que nos fortalece vem de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. "Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus." I Co 1.24, "Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus."I Co 1.18
"Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra." At 1.8


- É necessário que o Espírito Santo haja em seu homem interior. "para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais robustecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior;" Ef 3.16

 Para que o Consolador possa agir em seu interior, é necessário desfazer-se de todo o orgulho e auto-afirmação de sua própria força; é necessário admitir que você é barro, um vaso nas mãos do Senhor e aceitar que o poder que atua em você é da parte de Deus em nosso Senhor Jesus Cristo, " Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não da nossa parte." II Co 4.7

- É necessário também que o soldado se fortaleça pelo amor por Cristo e pelo próximo. " E, sobre tudo isto, revestí-vos do amor, que é o vínculo da perfeição." Co 3.14
Estes quatro pontos não encerram a forma como somos fortalecidos no poder de nosso Senhor Jesus, mas apresenta o aspecto principal que é a nossa Total Dependência a Cristo.
-Total Dependência a Cristo não significa anular nossos dons, qualidades, conhecimentos e sonhos, mas sim admitir que dependemos em tudo de nosso Senhor Jesus; Admitir que precisamos de sua força e poder para usá-los de maneira sábia, vencedora, motivadora e iluminadora.

-Total Dependência a Cristo abre portas para que nossas qualidades, dons, conhecimentos e sonhos sejam direcionados de maneira propicia para servir ao Senhor e aos outros de maneira adequada e nos trazer alegria.

-Total Dependência a Cristo faz com que tenhamos sonhos que valem a pena realizar.
-Total Dependência a Cristo nos permite desenvolver dons e características que não conhecíamos, ou não sabíamos que possuíamos.
-Total Dependência a Cristo nos faz fortes na força e no poder do Senhor Jesus.




Somente pelo poder de Deus.

Nenhum ser humano tem condições de, sozinho, enfrentar os demônios e sair vitorioso. Os demônios existem de fato, mas não passam de um inconveniente diante do poder de Jesus; são entidades destituídas de poder na presença do Senhor Jesus (Mc 1.23-26; 3.11). No entanto, os humanos não podem desafiá-los com suas próprias forças.

III - CONTRA OS PODERES DAS TREVAS

1. Carne e sangue.

O apóstolo começa apresentando a luta interna do cristão: "porque não temos que lutar contra carne e sangue" (v.12a). O termo "carne" tem vários significados na Bíblia, mas a combinação "carne e sangue", que só aparece três vezes no Novo Testamento (v.12; Mt 16.17; 1 Co 15.50), parece indicar um significado físico. Nesse caso, essa combinação diz respeito à pessoa, ser humano, que pode ser o outro ou nós mesmos em conflito interno, no sentido de: "a carne cobiça contra o Espirito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis" (Gl 5.17).

2. Os principados e potestades.

Os dois termos aqui, "contra os principados, contra as potestades" (v,12b), aparecem juntos pelo menos dez vezes no Novo Testamento. Os "principados", archai, em grego, cuja ideia é primazia no poder; as "potestades", exousíai, denotam liberdade para agir. O apóstolo Paulo emprega o termo tanto para os anjos (Rm 8.38; Cl 1.16) como para os demônios (1 Co 15.24; Cl 2.15) investidos de poder. Desse modo, a expressão refere-se a governos ou autoridades tanto na esfera terrestre como na espiritual.

3. "Os dominadores deste mundo tenebroso" (v.12b, ARA).

A ARC emprega "os príncipes das trevas deste século"; a TB cita "governadores do mundo destas trevas"; e a Nova Almeida Atualizada mantém as mesmas palavras da ARA. O termo grego mais usado para "príncipe" é archon, que aparece 37 vezes no Novo Testamento, traduzido também como "governador". É usado para se referir a Belzebu, "príncipe dos demônios" (Mt 12.24).

O apóstolo começa apresentando a luta interna do cristão: "porque não temos que lutar contra carne e sangue" (v.12a). para Satanás, como "príncipe deste mundo" (Jo 12.31; 14.30; 16.11); e, ainda, ao "príncipe das potestades do ar" (Ef 2.2).
Mas, aqui, o apóstolo Paulo emprega um termo diferente, kosmokrátor, "senhor do mundo", de kosmos, "mundo", e krateo, "dominar". O uso plural mostra que Paulo não está se referindo ao próprio Satanás, mas às hostes dominantes do mundo das trevas.

4. Os lugares celestiais.

O apóstolo acrescenta ainda "contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais". Parece que aqui Paulo coloca todos esses anjos decaídos num mesmo bojo. A expressão "lugares celestiais" indicada aqui é intrigante. Essas palavras, ou "regiões celestiais", aparecem em Efésios para designar o céu, onde Cristo está sentado à destra de Deus, onde os salvos estão com Cristo (1.3,20) e onde habitam os anjos eleitos (3.10). Como podem essas hostes infernais estar nas regiões celestiais? Uma explicação convincente é que se trata da esfera espiritual invisível em oposição ao mundo material (Ef 1.3).

CONCLUSÃO

Com base nas palavras do apóstolo Paulo, ficamos sabendo de que existem diferentes classes de espíritos maus que são enumerados aqui como "principados, potestades, príncipes das trevas, hostes espirituais da maldade". O universo é um campo de batalha e nisso não precisamos enfrentar apenas o ataque de outras pessoas, mas também as forças espirituais que se opõem a Deus e ao seu Povo.

Por: Pb. Mickel Porto

Referências