26 de fevereiro de 2014

UM LUGAR DE ADORAÇÃO A DEUS NO DESERTO



UM LUGAR DE ADORAÇÃO A DEUS NO DESERTO 

TEXTO ÁUREO =  “E me farão uni santuário, e habitarei no meio deles” (Êx 25.8).

VERDADE PRÁTICA = Deus deseja habitar entre nós, para que Ele seja o nosso Deus e para que nós sejamos o seu povo.

LEITURA BIBLICA = Exodo 25: 1-9

INTRODUÇÃO

O ALTAR DOS HOLOCAUSTOS

Temos uma descrição do Altar dos Holocaustos em Êxodo 27:1-8. Em Êxodo 30:28 o altar é conhecido como o Altar dos Holocaustos

A Descrição do Altar

O Altar dos Holocaustos ficava no pátio externo entre a entrada e do Lugar Santo. Era o primeiro objeto que alguém via ao entrar no pátio. Entre este altar e o Tabernáculo se encontrava a Pia.

O altar era uma caixa quadrada de madeira de acácia coberta de bronze, medindo cinco côvados de comprimento, cinco de largura e três de altura. Tinha pontas de bronze em cada um dos quatro cantos. O Altar era oco e com uma grelha dentro dele. As cinzas caíam num recipiente. Ele era transportado através de varas cobertas de cobre que passavam pelas quatro argolas. Como nas outras peças da mobília, há diferenças de opinião quanto aos detalhes da sua construção.

Neste altar queimava um fogo de origem divina (Levítico 9:24). Ele permanecia constantemente aceso (Levítico 6:13). Ali as ofertas queimadas e de alimentos eram consumidas pelo fogo. O altar era usado diariamente.

 O Simbolismo do Altar dos Holocaustos

O Altar dos Holocaustos ficava diante da porta do pátio do tabernáculo. Isto era uma figura do sacrifício de Cristo no Calvário. A localização do altar nos lembra que só podemos entrar na presença de Deus pelo caminho da cruz (João 14:6). Nós entramos em uma posição de comunhão espiritual e bênçãos através de Cristo (Efésios 1:3).  Vamos ver os diversos usos do 
Altar dos Holocaustos que tipificam a obra salvadora de Cristo:

A. O altar era o lugar de oferta queimada (Êxodo 30:28). Esta oferta mostra Cristo como nosso substituto, sofrendo a penalidade pelos nossos pecados. Bronze significa ?julgamento? e prefigura Cristo como sendo julgado em nosso lugar (II Coríntios 5:21). O fogo que consumia o sacrifício é uma figura do julgamento que cairia sobre o Salvador enquanto Ele sofria a ira de Deus em nosso lugar.

Tudo isso é plenamente visto em Levítico 1:1-7 onde as instruções para a oferta queimada foram dadas. No versículo 4 nos é dito que a oferta era uma expiação pelo pecado. Nos versículos 13 e 17 a oferta é chamada de cheiro suave ao Senhor. Efésios 5:2 deixa claro o que isto tipifica. A morte do filho de Deus foi um sacrifício agradável á Deus, pois satisfez a Sua justa lei e nos fez aceitáveis em Cristo (Efésios 1:6). Estes sacrifícios eram para ser oferecidos como uma pública confissão de fé no Salvador prometido por Deus (Salmo 50:5).

B. O Altar dos Holocaustos era o lugar onde as ofertas de alimentos eram feitas (Levítico 2:1-3). Novamente isto aponta para Cristo. A flor de farinha representava a perfeita natureza humana de Cristo. O azeite revelava Cristo sendo ungido pelo Espírito Santo. Parte desta oferta era queimada no Altar dos Holocaustos como uma figura da obediência de Cristo até a morte. O restante era utilizado pelos sacerdotes como alimento (Levítico 2:1-3), assim como Cristo é o nosso alimento espiritual (João 6:35).

C. O Altar dos Holocaustos também tinha significado em outras áreas do Tabernáculo onde Cristo foi tipificado. As brasas usadas para queimar incenso no Altar de Incenso vinha do Altar dos Holocaustos. Isto revelava que a morte de Cristo era a chave que abria a porta das orações ao Pai. O sangue aspergido no Propiciatório vinha de um sacrifício oferecido no Altar dos Holocaustos.  Novamente nós vemos que a morte de Cristo era a chave para que Ele chegasse a presença do Pai para interceder por nós.

D. Finalmente, o Altar dos Holocaustos era um lugar de refúgio. Homens em apuros fugiam para se agarrar as pontas do altar (I Reis 1:50-51). A ponta era um símbolo de força. Cristo é a ponta da salvação (Lucas 1:68-69). Ele é o poder de Deus para salvação (Romanos 1:16). Pela fé em Cristo nós nos apoderamos da força salvadora do Senhor (Isaías 27:5).

O PÁTIO

Em Êxodo 27:9-19 temos a descrição do pátio que cercava o Tabernáculo. Como tudo que pertence a este assunto, há várias verdades preciosas reveladas aqui.

Descrição

O pátio media cem côvados de comprimento por cinqüenta de largura. Ele era cercado por cortinas de linho fino torcido que eram fixadas através de colunas de cobre e madeira, sendo que as colunas também eram fixadas em encaixes de cobre. O cálculo feito da quantidade de cobre utilizado no Tabernáculo prova que foi utilizado madeira nas suas colunas. Havia sessenta colunas como estas.

Uma porta de vinte côvados de largura permitia a entrada no pátio pelo lado oriental. Ela era feita do mesmo material utilizado na confecção dos véus do Tabernáculo e era fixada através de quatro colunas.

Quando alguém entrava por esta porta dava de frente com o Altar dos Holocaustos, depois com a Pia e finalmente com o Tabernáculo propriamente dito. A localização exata de cada uma destas coisas era significativo.

A Tipologia do Pátio

A. As paredes e o pátio protegiam o Tabernáculo de alguma profanação acidental ou intencional. Isto nos lembra que devemos chegar à presença de Deus de maneira séria e reverente (Eclesiastes 5:1-6). Também somos lembrados que as coisas de Deus como a Sua igreja, ordenanças e adoração devem ser separadas do mundo.

(Salomão, que foi uma figura de Cristo, era protegido enquanto dormia em suas viagens por sessenta soldados. Muitos têm a suposição que o número de soldados é uma alusão as sessenta colunas do Pátio. Esta referência está em Cantares de Salomão 3:6-7).

B. O piso do Pátio e do Tabernáculo era a próprio solo. Isto nos lembra o fato de que quando Cristo, em Sua encarnação e origem humana era uma !raiz de uma terra seca? (Isaías 53:2). Não há glória terrena em Seu nascimento.

C. O Pátio tipificava para nós a comunhão e adoração que os santos gozam na igreja. Como a igreja é a casa de Deus hoje (I Timóteo 3:15) o Tabernáculo era o lugar onde Deus encontrava com Seu povo e onde o evangelho era tipificado em suas ordenanças simbólicas. No pátio o povo de Deus adorava e oferecia seus sacrifícios (Salmo 84:1-2, 65:4, 100:1-4, 27:4-6).

Os Cristãos hoje são todos sacerdotes que devem servir á Deus através da Igreja (I Pedro 2:5). (É interessante lembrarmos que a primeira igreja se reuniu para adoração nos pátios do Templo, como vemos em Atos 2:46. Sem dúvida, os eventos do dia de Pentecostes ocorreram no pátio do Templo e não no cenáculo, como muitas vezes é declarado).

D. A parede do Pátio é de difícil interpretação. Talvez as considerações abaixo são mais simples e mais corretas.

Os encaixes de cobre revelam nosso pecado sendo julgado na cruz. A madeira é uma figura de Cristo tomando a forma humana. A prata usada nas colunas, era do que restara da prata recolhida como dinheiro da redenção e utilizada para a confecção dos encaixes do Tabernáculo. Ela revelava a redenção que nos foi comprada, enquanto Cristo era julgado pelos nossos pecados. A prata sustentava as cortinas de linho torcido. As cortinas de linho tipificavam a justiça (Apocalipse 19:8). Se juntarmos todos os itens, a parede poderia ser interpretada de duas maneiras:

1. A redenção que nos foi feita pelo sofrimento de Cristo sustenta a justiça de Deus em perdoar os nossos pecados (Romanos 3:25-26).

2. Poderíamos também ver no linho, um tipo da justiça imputada de Cristo, pois cobre todo o que entra na presença de Deus pela fé em Cristo (II Coríntios 5:21).

E. A Porta ! Certamente a porta é uma figura de Cristo como a porta e o caminho para a presença de Deus (João 10:9, 14:6). Havia somente uma porta para a presença de Deus. Ela fica em frente ao Altar de Bronze, o qual, é uma figura de Cristo sofrendo pelos nossos pecados.

Que lição há aqui! A primeira visão de quem entrava no Tabernáculo era o altar. Nós vamos chegar ao lar celestial pelo caminho da cruz. Os Judeus entravam na presença de Deus vindo primeiramente com um sacrifício para ser oferecido neste altar. Nós entramos na presença de Deus pela fé no Cordeiro do Calvário.

AS VESTES

Êxodo 28:2 e 40 explica que vestes especiais de !glória e beleza? eram para serem feitas para os sacerdotes. Sabendo que o ofício e trabalho do sacerdote simbolizava a obra sacerdotal de Cristo, é fácil entendermos que as vestes também tinham um significado simbólico.  As vestimentas nas Escrituras muitas vezes representam os deveres e atributos espirituais daqueles que as usam (Efésios 6:13-17, Isaías 11:5).

Os Sábios de Coração! versículos 2-5

Deus concedeu á certos indivíduos a habilidade para fazer o que era necessária na Sua obra. Estas pessoas dotadas deviam cumprir explicitamente as ordens do Senhor. Assim também, hoje em dia, os Cristãos são abençoados com dons espirituais que os capacitam a servir em várias áreas da igreja.  Da mesma forma, nós também devemos seguir a orientação das Escrituras em tudo que fazemos. Nós não temos maior liberdade do que aqueles homens !sábios de coração? tinham e não podemos fazer as coisas a nossa própria maneira.

O Éfode! versículos 6-14

O Éfode somente era usado pelo sumo sacerdote. Esta vestimenta era semelhante a um avental duplo fixado por um ?cinto especial? que era assim chamado para distingui-lo do cinto comum usado pelos outros sacerdotes (versículo 40). Tanto o cinto especial quanto o éfode eram confeccionados com o mesmo material utilizado nos véus e nas cortinas interiores do tabernáculo.

O éfode era um símbolo das funções e deveres sacerdotais. Em cada ombro havia uma pedra de ônix fixada por engastes de ouro. Os nomes de cada uma das tribos de Israel estavam gravados nestas pedras. Temos aqui uma preciosa verdade em ilustração. Quando o sumo sacerdote comparecia diante de Deus, ele carregava os nomes do povo da aliança. Ele os representava em seus deveres e intercedia por eles diante de Deus. As pedras estavam nos seus ombros para revelar que sua força estava prometida para o bem estar deles.

Isto tipifica Cristo, que é a força, o representante e intercessor do Seu povo. Nossos nomes estão no livro do Seu decreto e aliança ! o da vida do Cordeiro (Apocalipse 13:8). Ele nos representou no Calvário e agora vive para levar os nossos nomes diante do Pai (João 17:9). Ele é a nossa força e salvação.

O cinto era usado para amarrar o manto para o trabalho ou quando em viagem.  Nas Escrituras, o cinto simboliza força e prontidão.  Cristo é sempre pronto para atuar ao favor do Seu povo (João 13:3-5).  O Seu trabalho e serviço é sempre feito em justiça, querendo Ele abençoar o Seu povo ou julgar os inimigos deles (Isaías 11:5).

O Peitoral! versículos 15-29

O peitoral tinha aproximadamente 23 centímetros quadrados e era incrustado com doze pedras preciosas gravadas com os nomes das tribos de Israel. Ele era fixado ao éfode e o cinto especial, através de cadeiazinhas de ouro e do cordão azul.

Assim como os nomes gravados nas pedras de ônix revelavam a força do nosso Salvador, 
estas outras revelam o Seu amor. Nós estamos sempre no coração do nosso grande Sumo Sacerdote (versículo 29) do mesmo modo que as tribos de Israel estavam sobre o coração de Arão. É maravilhoso saber que Cristo intercede por nós porque nos ama. Nós somos Suas jóias (Malaquias 3:16-17). Ele nunca comparece perante o Pai sem levar os nossos nomes em Seu coração.

O Urim e Tumim! versículo 30

As palavras ? Urim? e !Tumim? significam !luz? e ?perfeição?. Estes objetos que estavam sempre associados ao Éfode e ao Peitoral estavam relacionados com o serviço sacerdotal de discernir a vontade de Deus (Números 27:21; I Samuel 23:9-11 e 28:6; Esdras 2:61-63). Elas revelam Cristo como conselheiro e como aquele que revela a vontade de Deus (Isaías 9:6).

O que estas pedras eram e como elas funcionavam tem sido objeto de extenso debate. Basicamente há duas teorias pelas quais os homens têm feito muitas especulações.

A. Muitos acreditam que o Urim e Tumim eram duas pedras ou objetos guardados no bolso criado pelo duplo peitoral (versículo 16). De alguma maneira isto era usado para discernir a vontade de Deus. Alguns acreditam que elas eram gravadas com um !sim? e um ?não? e de certo modo revelavam a resposta de Deus quando os homens buscavam Sua direção.

B. Outros acreditam que o Urim e Tumim eram simplesmente as doze pedras do peitoral que eram designadas como !luz? e ?perfeição?. O sumo sacerdote o vestia em razão de ser 
o representante oficial de Israel perante o Senhor. Em virtude da posição do sumo sacerdote, acredita-se que Deus falava ao povo através dele.

Mesmo que o autor se inclina mais para a segunda teoria, não podemos esquecer que Deus poderia perfeitamente ter dado todos os detalhes se Ele achasse conveniente. O importante a ser visto no Urim e Tumim é que Cristo como nosso Sumo Sacerdote é também nosso profeta e revelador da vontade do Pai.

O Manto! versículos 31-35

Por baixo do éfode havia um manto azul. Os mantos parecem simbolizar posição, ofício e caráter (Isaías 61:10). Nosso Salvador é descrito vestindo um manto (Apocalipse 1:13).

Por que o manto do sumo sacerdote era azul? Era para nos lembrar da origem celestial de Cristo? Embora isto seja provável, Números 15:37-40 parece nos dar mais informações específicas. Os filhos de Israel deviam usar cordões azuis a fim de lembrá-los da lei de Deus. Cristo que perfeitamente cumpriu e honrou a lei de Deus é tipificado pelo sumo sacerdote vestindo o manto azul.

Por baixo das bordas do manto eram fixadas, em ordem alternada, romãs azuis, púrpura e carmesim. Campainhas de ouro eram colocadas entre as romãs.

Qual era o significado disto? Talvez seja melhor vermos as romãs como um tipo de frutificação espiritual e as campainhas como um tipo da confissão religiosa. Aprendemos aqui, que diferente dos falsos cristos, nosso Senhor foi perfeito em obras e palavras (João 7:46; Marcos 7:37). Ele foi tudo o que professou ser. Que possamos também nos esforçar para fazer o mesmo (Mateus 5:16).

A Lâmina e a Mitra! versículos 36-38

Sobre a cabeça do sumo sacerdote estava a !mitra?. Esta palavra vem do hebraico e significa !envolver?. Era provavelmente um tipo de turbante.

Uma lâmina de ouro gravada com as palavras !Santidade ao Senhor? era colocada na sua testa. A interpretação disto não parece difícil. A testa nas Escrituras simboliza a intenção de um individuo. Cristo, nosso Sumo Sacerdote era perfeitamente santo e totalmente devotado à vontade de Deus. Como tal, Ele pode morrer pelos nossos pecados e tornar possível a nossa aceitação diante de Deus (Efésios 1:6). É também através de Cristo que nossos ofertas e serviços são aceitos pelo Pai. Até mesmo nossas orações são dirigidas em nome de Jesus?

A Túnica de Linho Fino? versículo 39

A túnica de linho fino era a roupa mais intima da vestimenta do sumo sacerdote e era a primeira a ser vestida por ele após a sua purificação (Levítico 8:7). O linho fino é símbolo nas Escrituras de retidão (Apocalipse 19:8). Sem dúvida isto serve para nos lembrar que da cabeça aos pés, por dentro e por fora, nosso Salvador era santo (I João 3:5).

Vestimenta dos Sacerdotes Comuns! versículo 40-43

Apesar de haver algumas tipologias especiais ligadas ao sumo sacerdote, todo sacerdote Levítico era um tipo do nosso Salvador. Eles eram vestidos de branco para refletir Sua pureza. Nenhuma falta de modéstia era permitida, pois a nudez, desde a Queda do homem, reflete a pecaminosidade da natureza humana. 

O ALTAR DE INCENSO = ÊXODO 30: 1-10

Êxodo 30:1-10 nos dá uma descrição do Altar de Incenso (Altar de Ouro). Aparentemente, ele parece estar fora de lugar, já que as outras mobílias do Lugar Santo foram vistas em Êxodo 25. Entretanto, sabendo que a Bíblia é inspirada, ficamos certos que há uma boa razão para isto. Ao darmos prosseguimento, ficará claro, que o Altar de Incenso não poderia ser entendido até que o altar dos holocaustos e seus sacrifícios se tornassem familiares ao leitor. De fato, o Altar de Incenso não poderia ser usado até que o altar dos holocaustos entrasse em serviço.

A Descrição do Altar de Incenso

O Altar de Incenso ficava no Lugar Santo, diante do Véu. Ele era pequeno, medindo um côvado de comprimento por um de largura e dois de altura. Ele tinha uma coroa de ouro ao redor do topo e pontas em cada um dos seus cantos. Como a Arca e a Mesa dos Pães, ele também era carregado através de varais cobertos de ouro. Quando transportado, o altar era coberto com um pano azul e sobre ele uma outra coberta de peles de texugo (Números 4:11).

O Altar de Incenso não era usado para sacrifícios. Incenso era queimado na parte de cima do altar de manhã e à tarde (versículos 7-10). O incenso era de um tipo especial, o qual estudaremos mais à frente (versículos 34-38). Não havia grelha no altar, e nem fogo era aceso nele. O incenso era queimado com as brasas provenientes do altar dos holocaustos.

IA Obra Intercessória de Cristo.

O Altar dos Holocaustos era um símbolo da morte expiatória de Cristo no Calvário (Romanos 5:8). Ele revelava o julgamento de Deus sobre o Filho enquanto sofreu em nosso lugar (Isaías 53:10). O Altar de Incenso era uma figura da atual obra intercessória de Cristo.

Ele agora vive no céu, para testificar através de Sua presença, que a nossa dívida de pecado foi paga. Este atual ministério de Cristo é um tema principal das Escrituras (Romanos 5:10; Romanos 8:34; Hebreus 9:24; I João 2:1).

O incenso é uma figura da influência intercessória de Cristo em nosso favor. Seu cheiro suave revelava que o Pai ficou satisfeito com a obra redentora de Cristo na cruz (Efésios 5:2). O uso diário do incenso mostrava o Senhor Jesus vivendo sempre para realizar esta obra (Hebreus 7:25).

A ligação entre o incenso e a expiação feita no altar dos holocaustos é vividamente retratada em Números 16:46-48. O incenso relembrava Deus da expiação feita no altar dos holocaustos, ficando assim encerrado o julgamento.

Pelo fato de Cristo viver sempre na presença do Pai, as marcas do Calvário estão sempre presentes, como um lembrete de que nossos pecados foram pagos. Mesmo em glória Ele carrega as evidências dos Seus antigos sofrimentos (Apocalipse 5:6). Por isso os remidos nunca podem ser condenados (Romanos 8:34).

Uma maneira de gravarmos melhor a ênfase simbólica do Altar de Incenso é contrastarmos ele com o altar dos holocaustos. Desta maneira poderemos ver como cada um apontava para os diferentes aspectos da obra salvadora de Cristo.

O cobre nas Escrituras tipifica o julgamento. O Altar dos Holocaustos, de bronze/cobre aponta para o Gólgota, onde Cristo foi julgado por nossos pecados. O ouro do Altar de Incenso revelava Cristo em Sua atual posição em glória, onde Ele vive para interceder por Seu povo.

O Altar dos Holocaustos ficava fora do Tabernáculo, para tipificar o sofrimento de Cristo diante do mundo, enquanto o Altar de Incenso ficava dentro do Lugar Santo.

O Altar dos Holocaustos tinha grelha e fogo. O Altar de Incenso não tinha nenhum dos dois, mas queimava incenso com as brasas emprestadas do altar dos holocaustos. Este ponto é muito importante. O perfume do incenso subiu pela virtude do poder (as brasas) emprestado do altar dos holocaustos. Isto claramente mostra, que o sucesso da atual intercessão de Cristo, está baseada na Sua morte, ocorrida anteriormente no Calvário (Romanos 8:34). Sem o altar dos holocaustos o Altar de Incenso seria inútil. Estas verdades nos ensinam porque o uso de !fogo estranho? era uma ofensa tão séria (Levítico 10:1-3). Isto era o mesmo que ensinar que poderia haver aceitação diante de Deus por outros meios além da cruz de Cristo. Aqueles que pregam a salvação através dos méritos humanos estão trazendo !fogo estranho? diante do Senhor.

O Altar dos Holocaustos era um lugar de sofrimento e tristeza. O Altar de Incenso era um lugar de triunfo e alegria. Quão cegos são aqueles que pensam que Cristo está ainda se oferecendo como um sacrifício perpétuo pelos nossos pecados. Nenhum sacrifício era oferecido no Altar de Incenso.

Cristo morreu uma vez e agora vive para ver que aqueles que foram comprados pelo Seu sangue nunca perecerão.

O Altar dos Holocaustos não tinha coroa. O Altar de Incenso tinha uma coroa para tipificar a presente glória de Cristo.

Nossas Orações

O Altar de Incenso também nos lembra das orações do povo de Deus. Incenso é uma figura das orações nas Escrituras (Salmo 141:1-2; Apocalipse 5:8). O povo de Israel orava enquanto o perfume do incenso diário subia (Lucas 1:8-10).

Nós não estamos nos contradizendo quando vemos no incenso uma figura tanto das orações de Cristo quanto das nossas orações. De fato, há uma harmonia maravilhosa. Por causa do pagamento feito por Cristo pelo pecado, Ele pode se chegar ao Pai em nosso favor . Da mesma forma, através do Calvário, nós temos acesso ao Pai. Tanto nós quanto as nossas orações somos aceitos através da obra consumada de Cristo. Esta é a razão de orarmos em nome de Jesus (João 16:23). Este é o quadro pintado em Apocalipse 8:3-5. O incenso do precioso nome e obra de Cristo sobe com as nossas orações e por esta razão são ouvidas.

Assim como o incenso era queimado diariamente pela manhã e à tarde, vamos então ser constante em orar.

O AZEITE DA UNÇÃO E DO INCENSO = ÊXODO 30: 22-38

Êxodo 30:22-38 fala das instruções para a preparação do azeite da unção e do incenso utilizado nos cultos do tabernáculo.

O Azeite da Unção! versículo 22-23

Os sacerdotes e o tabernáculo eram ungidos com este óleo especialmente preparado. Apesar todos os sacerdotes eram ungidos (Levítico 8:30), parece que havia uma unção especifica para o sumo sacerdote (Levítico 8:12). O sumo sacerdote recebia uma unção mais copiosa (Salmo 133) a fim de melhor tipificar nosso Senhor Jesus (Hebreus 1:8-9).

Ao explicar que o azeite era para ser preparado segundo a arte de um perfumista, devemos muito provavelmente entender que somente a essências de especiarias faziam parte do azeite. O azeite aromático se tornava um coroa para o sumo sacerdote (Levítico 21:12) e deveria produzir um cheiro suave em todo o tabernáculo.

A. O azeite é certamente uma figura do Espírito Santo. Tanto o sacerdócio quanto o tabernáculo tinham que ser ungidos, pois eram uma figura de Cristo. Tanto a palavra !Cristo? quanto a palavra !Messias? significam !O Ungido? . Nosso Senhor Jesus foi tanto homem quanto Deus.

 Como homem Ele foi ungido pelo Espírito Santo e serviu também pelo Espírito (Lucas 4:16-21; Atos 10:38; João 1:32-34). Da mesma forma que o sumo sacerdote, nosso Senhor recebeu uma copiosa e ilimitada unção (Hebreus 1:8-9). Num grau menor nós que somos cristãos e sacerdotes-cristãos, fomos ungidos com a presença do Espírito Santo (I João 2:20 e 27).

B. Advertências! Êxodo 30:31-33

1. Este azeite não deveria ser de uso secular ou pessoal. O Espírito de Deus trabalha para a glória de Deus e não para o lucro dos homens ou para fins pessoais. (Atos 8:14-24). Hoje em dia muitos que reivindicam terem uma !unção especial? estão apenas interessados em recompensas financeiras. Pense na conduta horrorosa de muitos !curandeiros da fé?.

2. O azeite da unção não deveria ser imitado. Muitas vezes no círculo religioso vemos coisas que são feitas como sendo obra do Espírito. O homem tenta imitar a verdadeira espiritualidade. Em muitos casos a participação de um espírito imundo é feita, alegando ser o ministério do Espírito de Deus (I João 4:1, II Coríntios 11:4).

3. O azeite não devia ser derramado na carne dos homens, mas sobre os sacerdotes quando estivessem devidamente paramentados. O homem natural e o Espírito Santo não têm comunhão (Gálatas 5:17).

O Incenso! versículos 34-38

Aqui temos a receita para o incenso queimado sobre o altar de incenso (Compare versículo 36 com Êxodo 30:1-9). Como notamos nas lições anteriores, o incenso era uma figura das orações e intercessão (Salmo 141:2). Cristo intercedeu pelo Seu povo e os cristãos podem orar por si mesmos e pelos outros .

O incenso em particular nos lembra da morte expiatória de Cristo (Efésios 5:2). Sua expiação é o poder por detrás da Sua intercessão e é também a única coisa que fazem nossas orações aceitáveis à Deus (Apocalipse 8:3-4). Este é o motivo de orarmos em nome de Jesus (João 16:23). Porque Cristo pagou pelos nossos pecados é que o Pai pode nos receber.

Nota do autor: O material que pertence ao capítulo 31 foi coberto pelos estudos anteriores e por isso não há um estudo separado dele.

A ALIANÇA RESTAURADA = ÊXODO 34

Israel tinha quebrado a aliança, porém a intercessão de Moisés tinha sido bem sucedida. Êxodo 34 nos conta como a relação de aliança foi restaurada entre Deus e Israel.

I. Moisés é Instruído! versículos 1-3

Moisés recebeu os detalhes a respeito da renovação da aliança que fora quebrada. Aqui Moisés tinha que talhar as tábuas de pedra. As que haviam sido quebradas vieram diretamente de Deus (Êxodo 32:15-16).

II. O Senhor Revelado- versículos 4-7

Ao restaurar a aliança Deus revela Sua glória a Moisés. A glória de Deus é Seus atributos. Ele é !Jeová?, o Deus auto-existente. O Senhor possui todos os atributos bons, incluindo a ira justa pelo pecado e a determinação de julgá-lo. As pessoas imaginam um deus que pode amar e ainda seja incapaz de sentir ira ou a justa indignação. Tal ser seria um pervertido disfarçado. Não pode ser bom quem não odeia o mal.

III. O Senhor Adorado! versículos 8-9

A resposta adequada à glória de Deus é a Sua adoração. O maior benefício é a Sua presença. O maior desejo de Moisés para Israel é que Deus estivesse !no arraial?.

IV. A Grande Promessa de Deus! versículos 10-11

Nunca houve sobre a face da terra uma nação que tivesse um relacionamento com Deus como a nação de Israel. Ele prometeu fazer grandes obras em favor deles e expulsar aqueles que possuíam suas terras.

V. Israel Avisado! versículos 12-17

Quando Israel fosse conquistar a terra prometida eles iriam enfrentar um perigo. Não era a resistência armada que representava perigo, mas a contaminação moral e espiritual. Eles deveriam tomar cuidado em formar alianças ou imitar os caminhos dos povos pagãos.

Mesmo hoje, corremos o mesmo tipo de perigo. Não é a perseguição, mas a contaminação que é o nosso maior perigo no mundo. Nós devemos ser um povo separado. Seguir os caminhos da religião mundana é adultério espiritual (Tiago 4:4). Ninguém pode ser amigo do mundo e de Deus ao mesmo tempo (II Coríntios 6:16-18). Deus é zeloso para com Seu povo. Infidelidade espiritual provoca a Sua ira.

VI. Os Termos da Aliança! versículos 18-27

Estes assuntos foram tratados numa lição anterior. Israel aqui é lembrado dos deveres da aliança.


VII. Quarenta Dias -- versículo 28

Este jejum era humanamente impossível. Sua duração prova que Moisés foi objeto do cuidado divino. Deus estava sustentando Moisés para que ele pudesse interceder por Israel (Deuteronômio 9:18). É interessante notarmos que quando Elias estava tentando renovar a aliança de Deus, ele jejuou quarenta dias no Monte Sinai (I Reis 19:8).

VIII. Moisés com Rosto Velado? versículos 29-35

Moisés desceu do monte com o seu rosto resplandecendo por estar na presença de Deus. Como isto assustou Israel, ele cobriu o seu rosto quando falava com eles. No Novo Testamento Paulo explica o significado ou figura disto:

A. O rosto resplandecente de Moisés revelava a glória da Velha Aliança (II Coríntios 3:7-9). Embora a Velha Aliança seja substituída pela Nova, ainda havia uma maravilhosa revelação do poder e santidade de Deus na Velha Aliança.

B. A obscuridade da Velha Aliança é vista no véu de Moisés (II Coríntios 3:12-13). A Velha Aliança conduzia a Cristo, mas não tinha a clareza da Nova Aliança.

C. O véu no rosto de Moisés nos ensina algo a respeito da cegueira dos Judeus (II Coríntios 3:14-15). Mesmo hoje, quando o Velho Testamento é lido, o seu sentido é velado (oculto) ao entendimento deles. De fato, todos os que não são salvos têm um véu em seus corações (II Coríntios 4:3-4).

Conclusão

Este capítulo conclui o nosso estudo no livro de Êxodo. Os capítulos 35 a 40 relatam como o tabernáculo foi levantado. Estes assuntos foram cobertos pelo nosso estudo nos capítulos 25 a 31.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS


BIBLIOGRAFIA

Bíblia de Estudo Pentecostal
 www.palavraprudente.com.br

UM LUGAR DE ADORAÇÃO A DEUS NO DESERTO



UM LUGAR DE ADORAÇÃO A DEUS NO DESERTO

TEXTO ÁUREO =  “E me farão uni santuário, e habitarei no meio deles” (Êx 25.8).

VERDADE PRÁTICA = Deus deseja habitar entre nós, para que Ele seja o nosso Deus e para que nós sejamos o seu povo.

LEITURA BIBLICA = Exodo 25: 1-9

INTRODUÇÃO

No período de quarenta dias em que Moisés permaneceu no monte, Deus lhe apresentou os métodos de adoração a ser dados ao povo. Moisés forneceu as instruções e o povo confeccionou os objetos usados na adoração. O fracasso de Israel enquanto Moisés esteve ausente está registrado entre a revelação dos projetos a Moisés e a fabricação e montagem do santuário. Esta seção final do Livro de Êxodo revela a paciência de Deus em lidar com seu povo rebelde e mostra os detalhes minuciosos que são requisitos para o povo adorá-lo.

A PLANTA DO TABERNÁCULO

As Ofertas para a Construção do Tabernáculo (25.1-9; cf. 35.4-19)

Antes da construção de um lugar de habitação para Deus, o povo teria de levar suas ofertas. Cada israelita daria conforme o coração o movesse voluntariamente (2). A oferta para a casa de Deus não era um imposto, mas uma doação de livre e espontânea vontade.

Os metais preciosos que Israel possuía nesta época eram provenientes da riqueza dos ancestrais e dos ricos presentes recebidos dos egípcios na saída do Êxodo. A pilhagem que os israelitas realizou entre os amalequitas angariou mais riquezas. A provisão de ouro (3) foi abundante; também levaram prata e cobre (bronze, provavelmente).

O azul, a púrpura e o carmesim (4) se referiam a fios de linho dessas cores. O linho fino era uma linha macia e branca torcida da fibra do linho. Pêlos de cabras eram comumente usados para confeccionar tendas, e tais materiais ainda hoje são utilizados para esse fim no Oriente Próximo.

O norte da África era famoso por suas peles de carneiros tintas de vermelho (5); Israel trouxe estes materiais do Egito. Visto que os texugos não eram naturais do norte da Africa, é provável que a palavra original se refira a alguma criatura marinha (cf. NVI, nota de rodapé; “peles finas”, ARA; NTLH). A madeira de cetim provinha da acácia, árvore encontrada com abundância na península do Sinai.

A descrição do azeite para a luz (6) é mais detalhada em 27.20. As especiarias eram necessárias para fazer o óleo da unção e o incenso. Não está claro o que seriam as pedras sardônicas (7).

Israel tinha de fazer um santuário no qual Deus habitaria (8). Embora o Senhor não possa ser contido em uma habitação, era do seu agrado se manifestar por meio de um edifício. O santuário seria feito de acordo com o modelo do tabernáculo mostrado no monte (9; cf. Hb 8.5).

O santuário, ou santo lugar, era alusão geral à totalidade das instalações do edifício, inclusive o pátio, ao passo que o termo tabernáculo ou “Tenda do Encontro” (27.21, NVI) se aplicava somente à tenda. Outros nomes usados para se referir ao santuário são o “tabernáculo do SENHOR” (Nm 16.9) e o “tabernáculo do Testemunho” (38.21). Mais tarde, o nome “templo” foi aplicado ao santuário depois de ficar mais permanentemente situado em determinado local (1 Sm 1.9; 3.3).

A Mobília do Tabernáculo (25.10-40; cf. 37.1-29)

A arca do Testemunho (25.10-22). O objeto mais sagrado do Tabernáculo era a arca (ver Diagrama A). Era chamada a arca do Testemunho (22), a “arca do SENHOR” (1 Sm 4.6), a “arca de Deus” (1 Sm 3.3) e a “arca do concerto do SENHOR” (Dt 10.8).

A arca era uma caixa ou baú feito de madeira de cetim (10), medindo aproximadamente um metro e 12,5 centímetros de comprimento por 67,5 centímetros de largura e profundidade. O côvado era medida linear de mais ou menos 45 centímetros. A arca era revestida de ouro puro (11) por dentro e por fora; tratavam-se provavelmente de lâminas de ouro. A coroa de ouro era uma “moldura de ouro que formava uma beirada”.

Nos quatro cantos da arca havia argolas de ouro (12). Por estas argolas, também revestidas de ouro (13), colocavam-se varas que serviam para carregar a arca (14). As varas, ou bastões, nunca deveriam ser removidas da arca (15), pois assim se evitava a necessidade de tocar na arca; também era lembrança constante da mobilidade de Deus.

Dentro da arca seria colocado o Testemunho que Deus daria a Moisés (16). O Testemunho era, provavelmente, as duas tábuas de pedra (31.18) contendo o Decálogo (cf. 16.34).

O propiciatório de ouro puro (17) era uma laje que servia de tampa para a arca (ver Diagrama A). Suas dimensões eram exatamente as mesmas da arca. Chamava-se propiciatório, porque era o lugar da expiação onde estava simbolizada a misericórdia. Os querubins (18), já mencionados como guardiões do jardim do Eden (Gn 3.24), constituíam uma alta categoria de anjos associada com a presença de Deus (19).

A idéia mais predominante é uma forma humana com asas, como o egípcio “ma, ou verdade, tão freqüentemente visto em arcas egípcias”, que abrigava um emblema de deidade.

Em cada lado, tinha de haver um querubim com as asas erguidas e estendidas sobre o propiciatório, enquanto as faces deles ficavam olhando para baixo em direção ao meio da arca (20). Desta maneira, eles vigiavam a revelação de Deus ao homem ao mesmo tempo em que viravam o rosto em ato de humildade para não ver a glória de Deus.

Lá, de cima do propiciatório, Deus prometeu comungar com Moisés e lhe revelar toda a sua vontade (22).

Há lições maravilhosas que a arca e o propiciatório ensinam sobre os fatos espirituais. O ouro puro era precioso, como é a presença santa de Deus. O ouro dentro da arca, que não podia ser visto, representava a pureza que Deus deseja no coração dos homens. Colocar os mandamentos na arca revestida de ouro tornou-os preciosos e belos, simbolizando a lei escrita no coração dos homens.

b) A mesa da proposição (25.23-30). Era uma mesa plana e lisa feita de madeira de cetim (23; “madeira de acácia”, ARA), como a arca, e revestida com ouro puro (24). Media cerca de 90 centímetros de comprimento, por 45 centímetros de largura e 67,5 centímetros de altura. Como decoração, havia uma coroa de ouro, ou borda, em torno da extremidade superior; este ornamento servia para impedir que o pão escorregasse da mesa.

A moldura ao redor, da largura de uma mão (25), era uma faixa de uns oito centímetros de largura colocado entre as pernas da mesa imediatamente abaixo da coroa de ouro. Esta faixa servia de suporte para as pernas da mesa. A coroa de ouro na faixa era uma borda ou beira de ouro para fins decorativos.

As argolas de ouro (26) para as varas eram semelhantes às argolas da arca. O versículo 27 indica que as argolas foram fixas na faixa perto do meio das pernas da mesa. Os varais (28), ou bastões, tinham as características das varas da arca e eram usados para transportar a mesa.

Os pratos (29) serviam para carregar o pão. As colheres eram “cálices para derramar o incenso sobre o pão, identificando-o como sacrifício (Lv 24.7). As cobertas (“taças”, NTLH) e tigelas eram para armazenar e despejar o vinho da oferta de bebida. Todos estes utensílios eram feitos de ouro puro.

Sobre a mesa na presença de Deus devia ficar continuamente o pão da proposição (30). Eram os “pães da Presença” (NVI). Não eram alimentos para Deus, mas símbolos do pão espiritual pelo qual Israel seria alimentado. Por sua qualidade, os pães lembravam que os israelitas dependiam de Deus para satisfação das necessidades cotidianas. Havia 12 pães, representando todas as tribos.

Os pães tinham de ser substituídos todos os sábados (Lv 24.5,8). O pão da proposição também significava a comunhão ininterrupta do povo de Deus com Ele. O pão indicava Cristo, o Pão Vivo (Jo 6.35).

c) O candelabro (25.31-40). Certos críticos bíblicos têm dúvidas sobre a origem do Tabernáculo durante os dias de Moisés e consideram que grande parte do material encontrado nestas descrições foi escrita em época muito posterior. Asseveram quem candelabro descrito neste texto só foi conhecido centenas de anos mais tarde. Contudo, recentes descobertas feitas por W. F. Albright confirmam a existência de candelabros de descrição similar já em 1200 a 1400 a.C. (ATA, nota de rodapé).

O castiçal (31), mais propriamente um candelabro ou suporte de lâmpadas, era feito de ouro puro (ver Diagrama A). Para seu fabrico foi usado um talento de ouro puro (39), cujo peso é cerca de 42,6 quilos. O pé e as canas são mais corretamente o “pedestal” e a “haste” (NVI), sendo que a haste é a hástea vertical do meio, chamada castiçal mesmo no versículo 34. As copas, maçãs e flores eram “seus cálices, suas romãs e seus botões” (“as taças, as flores e os botões”, NVI). Estes ornamentos eram para decorar a haste e seus braços ou hastes secundárias.

De cada lado da haste central saíam três canas ou braços — as seis canas (32) que, com a haste central, formavam sete recipientes ou suportes para as lâmpadas, como um candelabro. 

Havia três copos (cálices com formato de flor de amêndoa) em cada braço, cada um com sua maçã e flor (33), enquanto que na haste central havia quatro desses cálices (34).

Supomos que cada braço tivesse uma decoração de três cálices, um em cada ponta e mais um no centro, enquanto que a haste central tinha quatro cálices, um em cada ponto de onde saíam os braços (35) e mais um na ponta. As repetições no versículo 35 dizem simplesmente: “Haverá um cálice [a base verde do botão da flor] debaixo de cada par dos seis braços [que saem da haste central]” (VBB). Estes cálices eram impressos diretamente no material da haste central e dos braços (36).

As lâmpadas (37) eram colocadas em cima das seis canas ou braços e da haste central. O texto não descreve como eram, mas julgamos que tinham a forma de tigelas ou pires possivelmente com um lado comprimido formando uma beira estreitada. Estas lâmpadas eram acesas durante a noite para iluminar o ambiente. Colocava-se óleo no pires e havia um pavio que se estendia até à beira estreitada.

Os espevitadores (38) serviam para aparar, pela manhã, o morrão do pavio das lâmpadas. O excesso de cinza era cortado do pavio e colocado nos apagadores, onde também ficavam os espevitadores.

O versículo 40 é uma recomendação de Deus para que Moisés fizesse todas estas coisas de acordo com o modelo que lhe fora mostrado no monte. Pelo visto, Deus lhe apresentara em visão o Tabernáculo e sua mobília, e depois forneceu instruções mais detalhadas.

Na Bíblia, é freqüente a luz ser usada como símbolo de Deus; Jesus é a Luz do Mundo. Estas lâmpadas no Tabernáculo geravam luz pelo óleo, tipo do Espírito Santo. Israel tinha de ser luz no mundo, como hoje os cristãos devem ser. João falou sobre as “sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete Espíritos de Deus” (Ap 4.5), indicação clara ao Espírito Santo.

O Tabernáculo (26.1-37; cf. 36.8-38)

a) As coberturas (26.1-14). A armação do Tabernáculo propriamente dito tinha 4,5 metros por 13,5 metros (ver Diagrama A), As cortinas (1, coberturas) iam por cima da estrutura de madeira (18-30) e serviam de teto e telhado, Estas cortinas para cobrir eram feitas de linho fino colorido com formas de querubins tecidas no pano. Devia haver dez cortinas, cada uma medindo cerca de 12,6 metros por 1,8 metro. Estas eram enlaçadas (costuradas) uma na outra em grupos de cinco (3), fazendo duas coberturas amplas de 12,6 metros por 9 metros cada.

No lado que media 12,6 metros de cada uma destas coberturas amplas, havia cinqüenta laçadas (4). A juntura é a borda ou extremidade do tecido. As laçadas serviriam de encaixe (5), de forma que estas duas cortinas grandes se prendessem uma na outra com cinqüenta colchetes (6), ou ganchos, de ouro, formando uma cobertura grande de 12,6 metros por 18 metros. O propósito de poderem ser divididas em duas partes era para facilitar o transporte. Esta cobertura era colocada em cima da estrutura santa.

O registro bíblico não detalha exatamente como isso era feito. Imaginamos que houvesse bastões longitudinalmente dispostos em cada ponta da cobertura com uma viga mestra de telhado no meio. A cortina era bastante grande (18 metros) para cobrir todos os 13,5 metros da armação do Tabernáculo, sobrando 4,5 metros na parte da frente, formando um tipo de varanda, ou na parte de trás, ou parcialmente em ambas as extremidades. Também sobrava alguma coisa dos lados, dependendo da altura da viga mestra de telhado, e era firmada no chão com cordas e estacas.

Em cima desta primeira cobertura era colocada uma segunda cortina feita dos pêlos de cabras (7). Esta cortina era feita de modo semelhante que a primeira, exceto que as cortinas eram 90 centímetros mais compridas (8; ou seja, cada uma media 13,5 metros por 1,8 metro), e havia onze peças (9). Juntadas, estas cortinas formavam a segunda cobertura grande 90 centímetros mais larga e 1,8 metro mais comprida que a primeira (ou seja, esta segunda cobertura grande media 13,5 metros por 19,8 metros).

As duas seções, uma formada com cinco cortinas e a outra com seis, eram unidas por cinqüenta colchetes de cobre (11, bronze) em vez de ouro. Colocada em cima da cobertura interna, esta se estendia por 45 centímetros a mais de cada lado (13), como uma sanefa. O comprimento extra era dobrado parcialmente, formando um detalhe decorativo na frente do Tabernáculo (9) e o comprimento restante ficava dependurado na parte de trás (12).

Mais duas coberturas, uma feita com peles de carneiro e a outra com peles de texugo (ver comentários em 25.5), foram confeccionadas para serem postas em cima das duas primeiras (14). Estas coberturas eram mais impermeáveis, mantendo a chuva e o calor do lado de fora. 

O texto não diz qual era o tamanho dessas peles, mas com certeza eram bastante grandes para cobrir a área superior que ficava rente ao Tabernáculo propriamente dito.

b) A estrutura de madeira (26. 15-30). As tábuas para o tabernáculo (15), feitas de madeira de cetim (acácia), mediam 4,5 metros de comprimento por 67,5 centímetros de largura (16). Não há menção da espessura. Levando em conta que as árvores de acácia nesta região eram baixas, estas tábuas foram feitas pela junção de várias peças. As tábuas eram colocadas em pé, lado a lado, em torno do edifício, formando os dois lados e a parede de trás. As duas coiceiras eram pinos (lit., “mãos”) que ficavam na ponta inferior de cada tábua para prendê-las por encaixe nas bases de prata (19).

Em cada lateral do Tabernáculo (18,20) tinha de haver vinte tábuas, cada uma com duas bases de prata, bastante pesadas (ver 38.27), para a fundação de cada tábua (19,21). As duas coiceiras em cada tábua se encaixavam com firmeza a estas duas bases, firmando a tábua em pé. Para a banda do meio-dia, ao sul (18) significa literalmente “no lado sul, à direita”. Os nativos do Oriente ficavam de frente para o leste quando ensinavam caminhos. Visto que o Tabernáculo era face leste, o sul seria à direita, o norte ficaria à esquerda e o oeste estaria atrás.

No lado ocidental devia ter seis tábuas (22) com mais duas tábuas para formar os dois cantos do tabernáculo (23). O texto não detalha como eram dispostos estes pilares de canto (24). Pelo visto, eram fixos de certa forma a manter a largura do edifício em dez côvados (seis tábuas dão somente nove côvados) ou 4,5 metros. As oito tábuas (25) deste lado tinham o mesmo número de bases e coiceiras como as outras. No total, perfaziam 48 tábuas e 96 bases.

Para unir as tábuas, foram feitas barras de madeira de cetim (26), cinco para cada lado e cinco para a parte de trás do Tabernáculo. A última frase do versículo 27 é mais bem traduzida por “para as tábuas na parte de trás do tabernáculo, para [formar] a parede que fica no lado ocidental” (ATA). Uma barra, no meio, colocada transversalmente e a meia distância nas tábuas verticais (28), ia de ponta a ponta das paredes laterais e dos fundos.

Aparentemente as outras quatro barras de cada parede eram mais curtas. Todas estas tábuas e barras eram revestidas de ouro (29), com também eram as argolas nas tábuas pelas quais as barras eram colocadas.

Novamente Deus lembra Moisés que construísse este edifício de acordo com o padrão mostrado no monte (30). A imagem mental do bloco construtivo formada até aqui está ganhando nitidez. Com tábuas de 4,5 metros de altura, havia dois lados emparedados de 13,5 metros de extensão cada, uma parede de 4,5 metros de largura na parte de trás e uma frente aberta. Em cima desta estrutura estava esticada uma cortina de quatro camadas, provavelmente sobre uma viga mestra de telhado cobrindo totalmente a construção.

c) O véu e o biombo (26.31-37). Um véu (31), de confecção semelhante à primeira cobertura (1), dividia o Tabernáculo em dois compartimentos (33). Para pendurar o véu, havia quatro colunas de madeira de cetim cobertas de ouro (32) fixadas sobre quatro bases de prata semelhantes às tábuas das paredes. O número par de colunas sugere que eram de comprimento igual e, portanto, não chegavam à altura do telhado da tenda presumindo que o telhado fosse inclinado.

O véu era pendurado debaixo dos colchetes (33), ou ganchos (6,11), unindo-se com as coberturas. A menos que esta declaração seja muito geral, significaria que o véu que divide os dois compartimentos foi colocado mais ou menos na metade do Tabernáculo. Aceitamos que o santuário (o Lugar Santo) tivesse 9 metros de comprimento e o lugar santíssimo (o Santo dos Santos), 4,5 metros, embora em nenhum lugar da Bíblia encontremos esta informação. E possível que a sobra de 4,5 metros da cobertura grande (ver comentários no v. 6) ficasse na parte de trás do Tabernáculo. Com este arranjo, a junção da cobertura grande se situaria exatamente em cima do lugar tradicional do véu. E interessante destacar que a teoria de um telhado plano descrita por Davis também permite este tipo de divisão.

4. O Altar Grande (27.1-8; cf. 38.1-7)

Um altar de bronze fazia parte importante da adoração de Israel. Situado fora do santuário propriamente dito, era o primeiro objeto que se via quando a pessoa chegava ao lugar santo. 

Era lembrança constante da necessidade de expiação e arrependimento. Neste altar, o animal sacrifical era oferecido a Deus como expiação pela culpa.

Este altar (1) era feito de madeira de cetim (acácia) revestida de cobre (2, bronze). Tinha formato quadrado, medindo 2,25 metros de cada lado por 1,35 metro de altura. Era uma caixa oca e (8) aberta de ambos os lados. Tinha varas colocadas em argolas com a finalidade de transportá-la (6,7) de modo semelhante à mobília do Tabernáculo.

Considerando que Israel só devia fazer altares de terra ou com pedras naturais, sem uso de instrumentos de ferro (20.24,25), julgamos que este altar semelhante a caixa era cheio de terra sempre que Israel assentava acampamento. Os animais sacrificais eram colocados em cima da terra que enchia a armação de madeira e bronze.

Nos quatro cantos do altar havia pontas (2) que faziam parte da estrutura. Tinham provavelmente a forma de chifre de animal. Eram importantes como símbolos de poder e proteção (1 Rs 1.50). Os chifres eram besuntados com o sangue do animal sacrificado (Lv 4.7). 

Estes chifres, apontando para o céu, “falavam do Deus a quem o altar fora construído, e indicava a capacidade divina em ajudar, proteger e socorrer os seus adoradores”. Denotavam a vitória do homem sobre o pecado mediante a expiação simbolizada pelo altar.

Os instrumentos usados com relação ao altar eram feitos de bronze. Havia caldeirinhas (recipientes) para recolher as cinzas (3), pás para remover as cinzas, bacias para receber o sangue, garfos para organizar os pedaços de carne e braseiros, usados provavelmente para levar as brasas de fogo para o altar de incenso. Não está claro para que servia o crivo de cobre em forma de rede (4,5), ou onde era colocado, pois é impossível identificar o cerco do altar (5). Poderia ter sido uma grade próxima do topo do altar para pegar pedaços dos animais que caíssem, ou poderia ficar na base para impedir que os pés dos sacerdotes tocassem o altar.

5. O Pátio (27.9-19; cf. 38.9-28)

E interessante assinalar que o altar foi descrito antes do pátio que rodeava o tabernáculo (9), como ocorreu com a mobília do Tabernáculo, que foi detalhada antes da estrutura propriamente dita (25.10—26.30). Este pátio servia de recinto cercado para os israelitas que iam adorar diante do Tabernáculo. Era espaço reservado para os adoradores se separarem do mundo exterior e conferia santidade na aproximação à presença de Deus.

O pátio era um retângulo de 45 metros de comprimento por 22,5 metros de largura. Em cada lado, no sul e no norte (9-11), havia vinte colunas com as bases feitas de cobre (bronze). O lado do ocidente precisava de dez colunas (12). Quanto à expressão ao lado do meio-dia, para o sul (9), ver comentários em 26.18.

6. O Óleo para as Lâmpadas (27.20,2 1)

Moisés recebe instruções relativas ao óleo para as lâmpadas que estavam no Lugar Santo. O azeite puro de oliveiras (20, óleo) era batido em vez de ser moído em moinho. O óleo mais puro, que dava melhor queima, era obtido por este método, usando azeitonas selecionadas pouco antes de amadurecer. Este procedimento exigia mais cuidados que o processo habitual; o óleo é amplamente considerado tipo do Espírito Santo.

O óleo era para fazer arder as lâmpadas continuamente. Não significava dia e noite, visto que havia iluminação das lâmpadas acesas à tarde (30.8; 1 Sm 3.3). Este fogo tinha de estar aceso sempre pela noite inteira.

O versículo 21 toma por certo o sacerdócio da família de Arão e designa a seus integrantes a tarefa de cuidar do óleo das lâmpadas e das atividades que vão desde a tarde até pela manhã. A orientação fora do véu se refere ao Lugar Santo, à frente da cortina que fecha o Santo dos Santos. Porão em ordem quer dizer “farão”. Manter as lâmpadas acesas era serviço “a favor dos filhos de Israel” (ARA). Os ministros de Deus devem manter a luz de Deus brilhando constantemente.

7. A Indumentária dos Sacerdotes (28.1-43; cf. 39.1-31)

a) Introdução (28.1-5). Deus escolheu Arão, o irmão de Moisés, e seus descendentes, para servir de sacerdotes. Até este momento, Moisés era o único mediador, mas foi a família de Arão, e não a de Moisés, que foi escolhida para administrar perante Deus a favor de Israel (1). As vestes destes sacerdotes eram especiais e consideradas santas (2). Típico da pureza interior do povo de Deus, os objetos externos eram separados para propósitos santos. Estas roupas também eram para glória e ornamento. Seria incompatível e desprovido de glória o sacerdote ministrar com roupas simples e sem brilho no Tabernáculo graciosamente colorido. Deus, o Autor de tudo que é bom e bonito, deseja que seu povo seja formoso e que haja beleza nos procedimentos de adoração.

Deus concedeu espírito de sabedoria (3) a homens sábios para capacitá-los a fazer estas vestes. Deus, que criou a beleza, dá ao homem a apreciação divina pela beleza e a aptidão divina para criá-la. Certas produções que o mundo chama arte não passam de imoralidade, mas a verdadeira arte é de Deus.

No versículo 4, há uma lista dividida em grupos dos artigos para o sumo sacerdote, os quais são detalhados separadamente nos versículos seguintes. Os materiais eram os mesmos para as cortinas do Tabernáculo (5), exceto que havia ouro.

b) O éfode (28.6-14). Esta peça de roupa era um colete com a frente e as costas unidas por tiras em cima de cada ombro e por um cinto à cintura (68).22 Cinto de obra esmerada (8) é melhor “faixa habilmente tecida” (RSV). Era rico em cores (6). Nas tiras dos ombros havia incrustações de pedras sardônicas nas quais estavam gravadas os nomes dos filhos de Israel (9), seis tribos em cada pedra (10). Segundo as suas gerações diz respeito à ordem de nascimento. Logicamente alguns israelitas aprenderam a arte da lapidação quando eram escravos no Egito. Os nomes eram fixos nas pedras engastadas ao redor em ouro (11), ou seja, com engastes de filigranas de ouro.

Estes nomes eram levados aos ombros do sacerdote enquanto ele ministrava diante do SENHOR (12), símbolo da responsabilidade dos ministros em levar o povo a Deus.

Os nomes ficavam perante Deus quando o sacerdote estava na presença santa. Esta era a garantia de que Deus cuida dos seus filhos e se lembra deles.

Pelo visto, os engastes de ouro (13) também eram fechos ou prendedores para as cadeiazinhas, ou correntes (ARA), de ouro puro (14) que as prendiam ao éfode. Talvez fossem usados para firmar o peitoral ao éfode (ver 2226).

c) O peitoral (28.15-30). O peitoral do juízo era firmado com segurança ao éfode e feito do mesmo material que este (15). Aqui, juízo significa “oráculo” ou “judicial”; era meio “pelo qual a vontade de Deus era buscada e normalmente encontrada” (VBB, nota de rodapé). Obra esmerada seria “trabalho de perito” (RSV). O material era dobrado para formar uma algibeira com cerca de um palmo (22 centímetros) quadrado (16).

Havia nele quatro ordens (“fileiras”, NVI; «carreiras”, NTLH) de três pedras preciosas cada (17). Desconhecemos a verdadeira natureza das pedras, embora haja esforços para identificá-las. Os engastes (20) seriam as filigranas das pedras. Os nomes das doze tribos de Israel eram gravados nestas pedras (21). Em cima, o peitoral era preso às tiras dos ombros do éfode com as cadeiazinhas, ou correntes (ARA), de ouro puro unidas aos anéis de ouro (22-26; ver tb. 13,14). Na parte de baixo do peitoral, havia dois outros anéis que eram fixados ao cinto do éfode (27) com um cordão de pano azul (28).

Assim, o sumo sacerdote levava os nomes dos filhos de Israel sobre os ombros, lugar de força, e sobre o coração (29), para com sabedoria e compaixão ser o mediador do povo perante Deus. O Urim e o Tumim (30) eram provavelmente pedras colocadas no peitoral que representavam juízo concernente à vontade de Deus. O sumo sacerdote era o juiz do povo e fazia suas resoluções servindo-se destas pedras.27 Simbolizavam poder e sabedoria na tomada de decisões.

d) O manto do éfode (28.31-35). Esta roupa era tecida em uma peça única, sem emendas, com uma abertura para a cabeça (32). A palavra hebraica traduzida por colar de cota de malha é de significado incerto. Pelo visto, o conceito é de uma extremidade reforçada com bainha para evitar rasgos. O manto provavelmente não tinha mangas. Era de cor azul (31) e usado debaixo do éfode e do peitoral. O contraste entre o manto e o peitoral daria destaque a este. Ao longo da borda, ou barra (NTLH), desta peça de roupa que ia até os joelhos, havia alternadamente romãs feitas de material colorido e campainhas de ouro (33,34).

Há discordância sobre o significado das decorações na bainha do manto. As romãs simbolizam fertilidade ou possivelmente nutrição para a alma. As campainhas, ou sininhos (NTLH), tocam louvores a Deus e representam a alegria no serviço. O sonido dos sininhos era ouvido pelos israelitas no pátio, enquanto o sacerdote ministrava diante de Deus no santuário. Assim, os adoradores participavam com o sumo sacerdote na oração e louvor enquanto o ouviam, embora não pudessem ver. A ameaça para que não morra (35) foi feita para avisar o sacerdote a não deixar de fazer com que os sininhos continuassem emitindo sons para o povo ouvir.

Hoje, o ministério dos servos de Deus deve ser de modo que as pessoas participem na adoração a Ele e não sejam meras espectadoras. A adoração vira formalidade quando a congregação fica apenas observando.

e) O turbante e o camisão (28.36-39). O sumo sacerdote usava à cabeça uma mitra (37), artigo que melhor entendemos por turbante, algo semelhante a uma coroa. Era feito de linho fino (39). Na frente do turbante havia uma lâmina de ouro puro (36), na qual estavam gravadas as palavras Santidade ao SENHOR. Quando o sumo sacerdote se colocava diante do povo, os primeiros objetos do traje sacerdotal que chamavam a atenção eram o peitoral enfeitado com jóias e trazendo os nomes de Israel e a placa de ouro em sua testa proclamando santidade a Deus.

Sempre devemos anunciar que o Deus de Israel é santo e justo. As religiões pagãs criavam deuses como os homens, profanos e impuros. Mas Deus se relevou a Israel como Ser absolutamente puro e santo. O propósito desta revelação não era deixar os israelitas continuamente envergonhados de si mesmos, mas inspirá-los a se tornar como Deus. “Para que sejais santos; porque eu sou santo” (Lv 11.45), era mandamento que o povo de Deus sempre tinha de obedecer. A falta de santidade em seu povo se destacava todas as vezes que viam esta placa de ouro.

O sacerdote entrava na presença de Deus levando a iniqüidade das coisas santas (38), quer dizer, fazendo expiação pela culpa criada pelo pecado do homem. Constatamos, então, ousadia diante do “trono de graça” neste ministério desenvolvido por um sacerdote pecador em prol de pessoas pecadoras quando se punha com confiança diante de um Deus santo esperando receber aceitação (Hb 4.16). Quando o sacerdote ficava diante do propiciatório fazendo expiação pelos integrantes do povo, ele e os integrantes do povo por meio dele recebiam o perdão de Deus; mas quando viam a santidade divina, eram “transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2 Co 3.18).

E hipocrisia ministrarmos diante de Deus com os dizeres Santidade ao SENHOR estampados na testa, ao mesmo tempo em que abrigamos iniqüidade no coração. Proclamar a necessidade de pecaminosidade contínua por parte do adorador dedicado ao Santo degrada o poder de Deus em purificar. Com certeza, um Deus santo que deseja um povo santo pode “purificar para si” as pessoas a fim de serem como ele mesmo (Tt 2.14). O trabalho do ministro é levar o povo de Deus à “santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

A roupa de baixo dos sacerdotes era uma túnica de linho fino (39), mais corretamente um camisão ou túnica e um cinto. O camisão tinha mangas e ia até aos tornozelos. Ficavam de fora as mangas e o pedaço do camisão que aparecia abaixo do manto.

“Era preso ao corpo por uma faixa ou cinto ricamente colorido e bordado como as tapeçarias decorativas do santuário. Este cinto e a maior parte do camisão não ficava à mostra.

Mas mesmo assim, as roupas íntimas também tinham de ser perfeitas, já que Deus as vê, da mesma forma que os motivos do crente têm de ser puros, visto que Deus conhece até nossos pensamentos mais secretos.

f) As roupas para os filhos (28.40-43). O vestuário dos sacerdotes comuns era simples, comparado com as roupas do sumo sacerdote, mesmo que consideremos que o linho fino era um tecido suntuoso e altamente valorizado naqueles dias. Estes sacerdotes menos importantes usavam uma túnica (40), que era um casaco ou camisa presa na cintura com cinto ou faixa. As tiaras ou “gorros” (NVI) eram prováveis faixas de linho ou solidéus. Esta roupa, embora simples, era branca, símbolo da pureza dos santos. Quanto ao verbo santificarás (41), ver comentários em 13.2. A outra peça de roupa, calções de linho (42), era calças compridas ou ceroulas usadas pelos sacerdotes comuns e pelo sumo sacerdote.

Os sacerdotes tinham de usar esta indumentária sempre que ministrassem no santuário. O termo santuário no versículo 43 também indica o pátio, onde estava o altar de bronze. Os sacerdotes eram considerados culpados se negligenciassem o traje adequado nas ministrações, estando sujeitos à pena de morte. Este estatuto era perpétuo.

8. A Consagração dos Sacerdotes (29.1-46)

Depois de descrever o traje sacerdotal, Deus disse a Moisés como ordenar os sacerdotes para os deveres santos. Estes sacerdotes tinham de oferecer sacrifícios pelos próprios pecados, ser vestidos com as roupas, ungidos com o óleo santo e comer das ofertas sacrificais.

a) Introdução (29.1-9). Em preparação à cerimônia de posse do sacerdócio, foram predispostos um novilho, e dois carneiros sem mácula (1), com pão asmo, bolos asmos e coscorões (ou filhós) asmos em um cesto (2,3). Asmos quer dizer “sem fermento” (NVI). 

Amassados com azeite, ou óleo, significa “misturados com óleo”, e untados com azeite tem o sentido de “aspergidos com óleo” (VBB). Estes itens deviam ser levados com Arão e seus filhos à porta da tenda da congregação, ou seja, do Tabernáculo. Ali, os sacerdotes seriam lavados com água. Esta lavagem exterior é símbolo da limpeza interior e corresponde ao batismo nas águas. Os sacerdotes usavam a pia de cobre (30.17-2 1) para este propósito.

Nestes versículos, a investidura de Arão é descrita com muita brevidade (5,6). Em Levítico 8.7-9, há um relato mais completo onde o procedimento é desdobrado em nove atos. Moisés vestiu Arão com: 1) o camisão de linho, 2) o cinto debaixo, 3) o manto do éfode, 4) o éfode, 5) o cinto do éfode, 6) o peitoral, 7) 0 Urim e Tumim, 8) o turbante e 9) a placa no turbante.

Aqui em Êxodo, a descrição do vestuário omite os passos dois e sete, a ordem cinco e seis está invertida e a placa de ouro no turbante é chamada coroa da santidade. Este nome indica o caráter da realeza do sumo sacerdote.

O azeite da função (7), descrito em 30.22-33, seria derramado na cabeça de Arão, ato simbólico do batismo com o Espírito Santo. Os filhos de Arão, em três ações, seriam vestidos com os camisões, cintos e gorros (8,9). Estes atos de investidura e unção empossavam estes homens e seus sucessores no ofício sacerdotal para o resto da vida em estatuto perpétuo. Só em Cristo cumprimento da eternidade deste ofício (Hb 5.6).

b) As ofertas (29.10-18). Os sacerdotes fariam primeiramente a oferta pelo pecado e o holocausto. Considerando que eram homens e pecadores, tinham de oferecer pelos próprios pecados e também pelos pecados cio povo (Hb 5.3). O novilho (10) seria morto depois de ser levado ao altar e de Arão e seus filhos terem posto as mãos sobre a cabeça do novilho. Este ato significa que os pecados destas pessoas foram postos no p animal. A morte imediata mostrava a pena do pecado, mas também indicava a expiação no sacrifício de Jesus na cruz.

A ação de pôr o sangue do novilho (12) nas pontas do altar e em sua base enfatizava a necessidade de dar a vida pela salvação, Partes do corpo do animal, inclusive a gordura, eram queimadas sobre o altar e o restante era levado para fora do acampamento, a fim de ser queimado (13,14), tipificando Cristo que “padeceu fora da porta” (Hb 13.11,12). O redenho era o “lóbulo ou apêndice” do fígado. Nenhuma parte desta oferta era comida pelos sacerdotes, como geralmente não se comiam as ofertas pelo pecado (Lv 4.11,12; cf. Lv 10.17-20).

O holocausto (18) era um dos carneiros levado à cerimônia de consagração (1). Era morto de modo semelhante à oferta pelo pecado e o sangue era aspergido sobre o altar. O versículo 17 fica mais claro assim: “Corte o [carneiro] em pedaços, lave as vísceras e as pernas e coloque-as ao lado da cabeça e das outras partes” (NVI). O carneiro inteiro era queimado no altar como cheiro suave (18) para o SENHOR. No holocausto, a idéia intencional era de abnegação e não de expiação. Esta abnegação é agradável a Deus, visto que a oferta pelo pecado nunca era considerada de cheiro suave. Esta oferta representava a entrega das pessoas a Deus para servi-lo em espírito de adoração.

e) O sacrifício da posse (29.19-37). O segundo carneiro (19), chamado carneiro das consagrações (22), era morto da mesma maneira que os outros animais (19). Parte do sangue era colocada primeiramente na orelha direita, no dedo polegar da mão direita e no dedo polegar do pé direito de cada um dos sacerdotes (20). Em seguida, o restante do sangue era derramado sobre o altar. Desse sangue que estava ali, junto com óleo, era aspergido sobre .Arão, seus filhos e suas vestes (21).

O sangue na ponta da orelha direita dedicava a audição a Deus; no dedo polegar da mão direita, o sangue consagrava simbolicamente os serviços feitos pelas mãos; o sangue no dedo polegar do pé direito devotava a Deus o andar nesta vida. A mistura de sangue com óleo “simboliza a união íntima que existe entre a justificação e a santificação — o sangue expiatório e a graça santificadora do Espírito Santo”. A pessoa e as vestes dos sacerdotes eram santificadas (21), quer dizer, tornadas santas por serem dedicadas ao serviço santo.

Moisés poria nas mãos dos sacerdotes partes deste carneiro das consagrações, junto com porções do pão, bolos e coscorões que estavam na cesta (22,23; ver v. 2). Por um movimento horizontal em direção ao altar, os sacerdotes tinham de apresentá-los como oferta ritualmente movida, simbolizando entrega a Deus (24). Depois, Moisés queimava a porção de Deus no altar (25) por cheiro agradável ao Senhor. Retinha o peito do carneiro das consagrações para si (26), a parte que normalmente ia para o sacerdote que oficiava a oferta do peito do movimento.

O peito e o ombro dos sacrifícios pacíficos — como pode ser chamado este tipo de oferta (28) — eram porções habituais para o sacerdote (27). O peito era movido em movimento horizontal e o ombro era alçado (ou erguido) em movimento vertical em atos simbólicos de dá-los a Deus. Quanto à palavra santificarás, ver comentários em 13.2.

As vestes santas (29) do sumo sacerdote eram passadas para o filho na ocasião da consagração deste para a função sacerdotal (29). A cerimônia de posse do novo sacerdote durava sete dias (30).

Depois de uma digressão nos versículos 27 a 30 para descrever os aspectos permanentes deste ritual, o registro bíblico volta à consagração. Arão e seus filhos (32) tinham de cozinhar (31) e comer, junto com o conteúdo que restasse do cesto de pão (cf. 23), as porções de carne não queimadas no altar ou dadas a Moisés. Esta refeição sacrifical também ocorria no oferecimento dos sacrifícios pacíficos, quando os ofertantes comiam parte do sacrifício.

Este comer os santificava e os consagrava, tipo do pão e carne de Cristo que dá vida e santidade ao crente. Neste caso em particular, somente os sacerdotes podiam comer e tudo que sobrasse do sacrifício até a manhã seguinte tinha de ser queimado (33,34). Este repasto sacrifical era marca de comunhão com Deus e dos sacerdotes entre si. Quanto ao termo santificá-los (33), ver comentários em 13.2.

O período da cerimônia de consagração durava sete dias (35), o número perfeito de Deus. Pelo visto, a oferta pelo pecado era repetida a cada dia (36). A mesma oferta que limpava e consagrava os sacerdotes também dedicava o altar. Este era ungido (Lv 8.11,15) e considerado santíssimo (37; cf. comentários em 13.2). Tudo que tocasse o altar tinha de ser santo ou o altar seria profanado.

d) Conclusão (29.38-46). Influenciado pela consagração dos sacerdotes, o escritor passa a mostrar os requisitos para os sacrifícios diários sobre o altar (38). A oferta diária era dois cordeiros novos, simbolizando entrega imediata a Deus, um pela manhã e o outro à noite (39). Com estes dois sacrifícios havia ofertas de carne e de libação com pão e vinho (40), em grande parte para a comodidade dos sacerdotes. A décima parte de um efa era cerca de três litros, e a quarta parte de um him era mais ou menos 5,7 litros. Tudo isso era um cheiro suave a Deus (41), agradável a Ele, em contraste com a idéia de que a maldade dos ímpios é uma fumaça em suas narinas.

Quando as pessoas fizessem suas ofertas a Deus, Ele as encontraria (42) enquanto falava com o sacerdote, o representante divino, O verdadeiro poder santificador é a glória de Deus (43), não os objetos materiais que Ele santificou. A obediência de Israel a Deus nestas cerimônias era a garantia do poder santificador divino (cf. comentários em 13.2). Deus santificaria o Tabernáculo e o altar para uso especial, e a casa de Arão para sua obra peculiar (44). Por causa desta santificação, os israelitas seriam filhos de Deus e Deus habitaria entre eles (45). Assim, eles saberiam que eu sou o SENHOR, seu Deus (46).

Hoje, estas verdades são cumpridas de forma gloriosa nos crentes em Cristo! Primeiramente, levaram seus pecados ao pé da cruz e, pela fé, receberam o perdão de Deus. Em obediência humilde, oferecem sacrifícios diários de louvor e oração que são aceitáveis a Deus. Com a lei escrita no coração, recebem a santidade de Deus pela obediência à verdade que o Espírito mostra (1 Pe 1.22) e, por fim, o Espírito de Deus habita neles continuamente.

No capítulo 29, vemos “Os Privilégios do Crente”: 1) A expiação em Cristo é vista na oferta pelo pecado, 10-14; 2) A entrega a Cristo é encontrada no holocausto, 15-18; 3) A consagração e santificação são reveladas no sacrificio da dedicação, 19-37; 4) A dedicação diária é observada nos sacrifícios ininterruptos, 38-42; 5) A plenitude do Espírito é prometida na habitação da deidade, 43-46.

9. Questões Relativas ao Santuário (30.1-38)

a) O altar de incenso (30.1-10). Não é fácil inferir a razão para que a análise dos assuntos tratados neste capítulo esteja neste ponto do relato mosaico. Ou Moisés descreve o que foi omitido nos capítulos anteriores ou Deus o dirigiu a colocar a matéria bíblica nesta ordem. Não há que duvidar que as instruções para o Tabernáculo estariam incompletas sem estas orientações.

O altar para queimar o incenso (1) tinha formato similar ao altar de bronze, exceto que era menor. Media 45 centímetros quadrados por 90 centímetros de altura (2).


A madeira de cetim (acácia) era revestida com puro ouro (3), e todas suas partes, inclusive a coroa de ouro, que provavelmente era uma beirada semelhante à da mesa da proposição, também eram revestidas de ouro. Seu transporte se dava como a outra mobília por meio de varais enfiados em argolas de ouro (4,5).

Este altar de ouro ficava diante do propiciatório, perto da arca, mas à frente do véu (6). Tinha necessariamente de estar no Lugar Santo, visto que o sumo sacerdote entrava no Lugar Santíssimo somente uma vez por ano e o incenso devia ser queimado diariamente (7). Sua localização perto do Lugar Santíssimo é responsável por ter sido listado em Hebreus 9.4 como peça que ficava dentro do véu. Era neste altar que Deus se encontrava particularmente com a pessoa que, dia a dia, oferecia o incenso.

A queima do incenso, cuja composição é descrita nos versículos 34 a 38, ocorria pela manhã (7), quando as lâmpadas eram acesas, e novamente à tarde (8). A idéia de incenso contínuo diz respeito à sua permanência diária e não à manutenção de fogo dia e noite. O altar de ouro era para uso exclusivo da combustão do incenso apropriado (9); incenso estranho seria uma oferta diferente do tipo designado (ver 34-38). Este altar não devia ser usado para fazer holocaustos, ofertas (“de cereal”, N’VI) ou libações; estas oblações eram oferecidas somente no altar de bronze.

Contudo, uma vez no ano, no Dia da Expiação, o sumo sacerdote colocava sangue nas pontas do altar de ouro para fazer expiação pelo altar (10). Até o altar de incenso precisava de expiação por causa dos pecados deliberados ou erros inconscientes dos homens.

O significado espiritual deste altar não deixa dúvidas. O incenso representava as orações dos santos (Ap 8.3). A expiação no altar de bronze reconciliava os adoradores com Deus, ao passo que o incenso de cheiro suave completava o procedimento com comunhão. “Sob este aspecto, a oferta de incenso não era só uma espiritualização e transfiguração do holocausto, mas uma completude dessa oferta.” Para os cristãos, esta oferta de oração é ininterrupta no sentido de constante atitude de oração e também nos períodos habituais de meditação e intercessão.

b) O dinheiro de resgate (30.11-16). Com toda a probabilidade, Moisés estava pensando em fazer um censo cuidadoso dos israelitas. O primeiro número obtido foi, talvez, uma estimativa. Deus agora o instruiu a exigir de cada israelita o resgate da sua alma (12). A palavra resgate significa expiação e transmite a mesma idéia encontrada no versículo 15. Anteriormente (25.2), Deus disse a Moisés que pedisse a Israel ofertas voluntárias. Mas aqui temos um tipo de imposto. O não pagamento deste tributo significaria que poderia haver uma praga nos transgressores.

A quantia exigida de cada homem não era grande, a metade de um siclo (13). Não se tratava de imposto arrecadado segundo a capacidade de pagar, mas baseado na verdade da igualdade de todos os homens perante Deus.

Aos olhos de Deus, o pobre sentiria igual ao rico; o rico não podia comprar o favor de Deus, visto que só tinha permissão de dar meio siclo (15). Este resgate devia ser pago somente pelos homens amadurecidos, de vinte anos para cima (14).

Por que é chamado dinheiro das expiações (16)? A oferta pelo pecado não fizera a devida expiação? Este pagamento era um reconhecimento da indignidade diante de Deus e da incapacidade de expiar os próprios pecados. Era uma declaração afirmativa de que só Deus pode pagar o preço da redenção; meio siclo era apenas um símbolo ou sinal da aceitação do concerto de Deus com Israel.

Este primeiro imposto era para ser dedicado ao serviço da tenda da congregação e foi usado para fazer as bases de prata para o Tabernáculo (38.25-28). Estas bases seriam lembrança constante da obrigação dos israelitas com Deus e da expiação que Deus lhes fizera. E possível que este imposto tenha se tornado obrigação anual (2 Cr 24.9). Provavelmente foi o imposto para o qual Pedro achou pagamento na boca do peixe (Mt 17.24-27).

c) A pia de bronze (30.17-21). Colocada entre a tenda da congregação e o altar de bronze (ver Diagrama B), havia uma pia feita de cobre (18, bronze). Não são dadas especificações, embora suponhamos que tivesse a forma de vaso com pedestal e base, tudo de metal sólido. 

Servia para o acúmulo de água para a lavagem cerimonial (19,20). E possível que houvesse “torneiras e bicas”. Este lavatório era usado pelos sacerdotes para se lavarem antes de ministrarem no Tabernáculo ou no altar de bronze.

Água é meio de purificar a carne e tipo do Espírito Santo que limpa a alma. A pia era lembrança constante da santidade que Deus exigia dos israelitas e ressaltava que a limpeza está de mãos dadas com a piedade.

d) O óleo da santa unção (30.22-33). Deus mandou Moisés fazer um óleo especial de unção. Os ingredientes eram pura mirra, canela aromática, cálamo aromático, cássia e azeite de oliveiras (23,24). Os siclos (23) aqui se referem diretamente a peso e não a valor monetário como ocorre no versículo 15. As quatro especiarias (duas vezes mais de mirra e cássia que os outros dois ingredientes) seriam misturadas com um him de azeite de oliva (cerca de 6,6 litros). O perfumista (25) era um farmacêutico ou boticário. Estes produtos aromáticos, por terem propriedades curativas e fragrância, tornavam a substância perfumada apropriadamente típica do Espírito Santo, que santifica e unge o povo de Deus.

Esta composição foi usada primeiramente para ungir a tenda da congregação (o Tabernáculo) e sua mobília (26-29). Estas peças sagradas ficariam santificadas (29), ou seja, seriam separadas para uso santo. Tendo sido santificada; a mobília do Tabernáculo só poderia ser tocada pelo que fosse santo (cf. comentários em 13.2).

Depois da consagração do Tabernáculo, Moisés ungiu os sacerdotes para a função especial que desempenhariam (30; cf. 29.21). Este ato os consagraria ao ofício sagrado, simbolizando a unção do Espírito Santo nos servos de Deus.

Moisés disse a Israel que este óleo tinha de ser permanente (31); nunca deveria ser usado na carne do homem (32), ou seja, para propósitos comuns; e sua fórmula nunca deveria ser copiada. Haveria uma maldição em quem fizesse um óleo santo como este, ou o aplicasse impropriamente (33).

O Espírito Santo é muito semelhante a esta combinação de substâncias odoríferas e óleo! Ele perfuma e cura a alma ungida; torna santo todos que o recebem; não pode ser falsificado e quem procura substituí-lo cai na condenação de Deus; não é dado ao mundo, mas a quem é redimido pelo sangue de Cristo; e sempre é o mesmo.

e) O incenso santo (30.34-38). O incenso que seria queimado no altar de incenso tinha um perfume especial. As especiarias usadas, quando corretamente misturadas, formariam um perfume (35) na forma de substância sólida; assim, as porções seriam quebradas para serem queimadas no altar. Um perfume segundo a arte do perfumista seria “um incenso misturado pelo perfumista” (RSV). O incenso era oferecido no altar onde Deus se encontrava com o sacerdote (36) e, por isso, tinha de ser considerado coisa santíssima. Não se deveria fazer cópia exata do incenso (37), porque era santo para o SENHOR. Todo aquele que reproduzisse a composição exclusiva seria extirpado de Israel (38).

O odor deste incenso ardente servia para lembrar os sacerdotes e o povo que eles tinham se dedicado a Deus e que Deus os aceitara.

10. A Nomeação de Bezalel e Aoliabe (31.1-11)

Para fazer com precisão os muitos detalhes exigidos na construção do Tabernáculo e de todas as suas mobílias e acessórios, Moisés precisava de trabalhadores especializados. Deus não ia produzir este lugar de adoração mediante um ato milagroso do seu poder, mas por meio de homens capacitados para o trabalho; esta era tarefa que seus filhos podiam e deviam fazer. 

Deus não faz para suas criaturas o que elas podem fazer por si mesmas.

11. As Tábuas do Testemunho (3 1.18)

Como conclusão à experiência vivida no monte durante os quarenta dias, Deus deu a Moisés duas tábuas do Testemunho, feitas de pedra e escritas pelo dedo de Deus.

Estas foram as tábuas mencionadas quando Deus pediu que Moisés subisse ao monte (24.12); tinham de ser colocadas na arca (25.16); foram estas tábuas de pedra que Moisés quebrou cheio de raiva (32.19). Depois, Deus fez outras (34.4) e Moisés as colocou na arca (40.20). Estas são as tábuas que davam significação ao Tabernáculo.

Nestas tábuas, o Decálogo foi inscrito pelo dedo de Deus. Com esta expressão, não devemos entender “uma mão literal, mas um poder divino invisível” (cf. Lc 11.20). Desconhecemos o método que Deus usou para produzir estas tábuas


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS


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