29 de abril de 2014

DONS DE ELOCUÇÃO



DONS DE ELOCUÇÃO

Ev. JOSÉ COSTA JUNIOR

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A continuidade dos Dons Espirituais na história da igreja recebeu contestações, durante séculos, de grupos cessacionistas que diziam que tais dons foram dados somente durante a era apostólica, como “sinais” para credenciar os apóstolos durante o estágio inicial da pregação do evangelho. Afirmavam que esses dons não são mais necessários hoje como sinais e cessaram no final da era apostólica, provavelmente no final do primeiro século d.C. ou começo do segundo.

A Assembléia de Deus, desde sua criação, vem levantando a bandeira do pentecostalismo; a atualidade dos dons espirituais. As experiências práticas no uso dos dons espirituais e a vitalidade do culto pentecostal, esvaziaram, pela constatação prática da atuação DIVINA nas vidas de seus membros, os argumentos cessacionistas. O cenário do final do século passado e início deste século mudou. As igrejas neopentecostais e suas práticas heterodoxas, o catolicismo carismático-mariólatra e as chamadas “novidades” (unções espirituais, sopros divinos etc…) trouxeram o pêndulo da doutrina dos dons espirituais de uma extremidade cessacionista a outra: dos exageros que tangenciam a heresias.

Novamente se faz necessário levantar a bandeira do pentecostalismo, agora trazendo aos crentes uma visão mais analítica e equilibrada dos dons do ESPÍRITO SANTO, em particular agora, os de elocução.

Acreditamos nas Escrituras Sagradas como fonte completa e suficiente das palavras de DEUS para o seu povo e único instrumento em autoridade na tarefa de dar direção acerca da SUA vontade. Não obstante a isso, o dom de profecia, variedade de línguas e interpretação da mesma não é invalidado, mas sim, se mostra cooperativo com essas assertivas.

O objetivo deste estudo é trazer algumas informações, colhidas dentro da literatura evangélica, com a finalidade de ampliar a visão dos dons de elocução. Não há nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou de dogmatizá-lo, mas apenas trazer ao professor da EBD alguns elementos e ferramentas que poderão enriquecer sua aula.


I-DOM DE PROFECIA


Registram-se dois tipos de profetas no Novo Testamento: Os que ocupam o cargo de profeta (Ef 4:11) e os que possuem o dom da profecia. Os da primeira categoria estão entre os dons de ministério; os da segunda poderiam incluir qualquer crente cheio do Espírito. Nem todos poderiam ocupar o cargo de profeta (porque “estabeleceu DEUS na Igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas…”), mas segundo I Coríntios 14:31, “todos podereis profetizar, um após outro”. Assim sendo, o dom da profecia não torna a pessoa um “profeta” (dom ministerial).

Entre os dons citados por Paulo em I Coríntios, a profecia é o dom mais desejável (14:1,5,24,25,39). Sua importância é indicada pelo fato de que alguma forma da palavra é encontrada vinte vezes em I Co 12 e 14. O dom da profecia é definido como: ”Mas o que profetiza…fala aos homens edificando, exortando e consolando” (I Co 14:3). A Versão Ampliada interpreta o v.3: “O que profetiza…fala aos homens para edificar, para seu progresso espiritual construtivo, encorajamento e consolo”. A previsão de eventos futuros não está associada ao dom de profecia; esta era uma função do cargo profético. O dom opera para edificar (espiritualmente) o corpo da igreja local. Quando a Igreja enfrenta um problema de omissão de fatos ou a necessidade de sabedoria para um curso prático de ação, a palavra de conhecimento ou de sabedoria pode operar em conjunto com o dom de profecia. Em geral, na operação do dom de profecia, o Espírito unge o crente para falar ao corpo de CRISTO não palavras premeditadas, mas as supridas espontaneamente pelo ESPÍRITO: para animar e encorajar, instigar à obediência e serviços fiéis, e transmitir conforto e consolo.

Quanto à autoridade do dom de profecia, sabemos que não é igual a das Escrituras Sagradas e, por conseqüência, não pode ser considerada “palavras de DEUS”. Segundo Bruce Yocum, autor pentecostal, “a profecia pode ser impura – nossos pensamentos ou idéias podem misturar-se a mensagem que recebemos – quer recebamos diretamente as palavras, quer recebamos só uma noção de mensagem”. Devemos dizer que, na prática, muita confusão resulta no costume de prefaciar profecias com frases veterotestamentárias tipo “…assim diz o SENHOR”, “eis que vos falo”, “EU SOU o DEUS que falo contigo”, “MEU servo…”, frases jamais proferidas por nenhum profeta do Novo Testamento. Isto é desastroso porque dá a impressão de que as palavras que se seguem são as palavras do próprio DEUS, enquanto o Novo Testamento não justifica tal posição. DEUS traz a mente algo que deva ser relatado a igreja e o ESPÍRITO SANTO faz com que ecoe com o máximo de poder no coração dos que precisam ouvir, sem a necessidade de revestir tais palavras com a autoridade que elas não tem. Relatar com suas palavras algo que DEUS lhe trouxe de maneira espontânea à mente não equivale à Palavra de DEUS, em autoridade.

Paulo escrevendo aos tessalonicenses diz: “não desprezeis as profecias, mas ponde tudo à prova. Retende o que é bom” (I Ts 5:20,21); Ele dá a entender que as profecias contêm alguns elementos bons e outros nem tanto quando incentiva os tessalonicenses a reter “o que é bom”. Jamais se poderia dizer isso das palavras de um profeta do Antigo Testamento ou dos ensinos autorizados de um apóstolo do Novo Testamento. A profecia é um dom valioso e atual, assim como muitos outros dons, mas é nas Escrituras que DEUS e somente DEUS nos fala com SUAS palavras, ontem como hoje, por toda nossa vida.

A intenção deste autor, quando trata do dom de profecia, não é diminuir-lhe a importância dentro da igreja hoje, mas colocá-la de acordo com a Palavra de DEUS, dentro de uma visão pentecostal equilibrada. O dom de profecia é fato e contemporâneo, mas assim como na Igreja de Corinto, ainda hoje carece, em alguns lugares, de uma iluminação Bíblica para que possa realmente edificar, exortar e consolar. Donald Gee, em Spiritual Gift for the Work of Ministry Today : Gospel Publishing House, 1963, comenta: “-Muitos de nossos erros no que diz respeito aos dons espirituais surgem quando queremos que o extraordinário e excepcional torne-se freqüente e habitual. 

Que todos os que desenvolvem um anseio excessivo por ‘mensagens’ mediante dons sejam alertados pelo naufrágio de gerações passadas, bem como contemporâneas […] As Escrituras são lâmpada para nossos pés e luz para nossos caminhos”.

II.VARIEDADE DE LÍNGUAS

Variedade de línguas é a expressão falada e sobrenatural duma língua nunca estudada pela pessoa que fala; uma palavra enunciada pelo poder do Espírito Santo, não compreendida por quem fala, e usualmente incompreensível para o ouvinte. Nada tem a ver com a facilidade de assimilar línguas estrangeiras (poliglotismo): tampouco tem a ver com o intelecto. É a manifestação da mente de Deus por intermédio dos órgãos da fala do ser humano (glossolalia).

Este dom é até certo ponto menor que o de profecia, conforme declara Paulo ao discorrer sobre os dons espirituais na igreja em Corinto: "E eu quero que todos vós faleis línguas estranhas; mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior do que o que fala línguas..." (1 Co 14.5). Entretanto, o apóstolo ressalva: "... a não ser que também interprete".

Devemos ter em mente que está em foco a variedade, e não meramente o dom de línguas, comumente desfrutado pelos cristãos batizados com o Espírito Santo.

Alguns estudiosos explicam as línguas faladas no dia de Pentecoste como o resultado da memória sobrenatural vivificada, reproduzindo nos judeus e prosélitos frases e orações ouvidas por eles e guardadas no inconsciente, as quais precisavam usar sob circunstâncias normais.

O escritor sagrado diz que o fenômeno sobrenatural deixou todos pasmados, a ponto de dizerem: "Pois quê! Não são galileus todos esses homens que estão falando? Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascido?" (At 2.7,8).

O fenômeno contribuiu para destacar a universalidade da mensagem cristã, em contraste com a expressão nacional do judaísmo. Além disso, o Espírito Santo dava cumprimento a mais um vaticínio das Escrituras, que dizia: "Pelo que por lábios estranhos e por outra língua, falará a este povo" (Is 28.11). Qualquer pessoa ficaria impressionada ao ouvir de um estrangeiro algo em sua língua nativa, sem erros gramaticais e sem sotaque, e de modo eloqüente. Uma vez assim impressionada, passaria a dar maior atenção à mensagem. Depois veio o resultado: "Naquele dia, agregaram-se quase três mil almas".

O dom de variedades de línguas ocorre em pelo menos três lugares, no Novo Testamento. Apesar de não estarem essas ocorrências vinculadas a grandes concentrações de visitantes de outras terras, o Espírito Santo operou eficazmente, com demonstração de poder. Estes lugares foram:

a. Cesaréia. "E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar línguas e magnificar a Deus" (At 10.44-46).

b. Éfeso. "E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam" (At 19.6).

c. Corinto. "E a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas..." (1 Co 12.10).

É possível que Paulo, ao falar sobre "línguas dos homens e dos anjos", em 1 Coríntios 13.1, estivesse aludindo ao dom de variedade de línguas - exatamente como aconteceu no dia de Pentecoste, onde "foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo".

O dom de variedade de línguas possibilita a expressão, por meios sobrenaturais, de línguas estrangeiras, naturais e humanas, e também de algum idioma celestial. Depende da necessidade e vontade do Espírito Santo (At 2.4).

O dom de variedade de línguas tem sido comumente chamado pelos teólogos de "glossolalia", e particularmente de "línguas estranhas" pelos cristãos em geral. Inúmeras vezes Deus, através deste dom e de sua interpretação, tem edificado, exortado e consolado milhares de pessoas na igreja e até fora dela.

A igreja em Corinto foi agraciada por Deus com todos os dons já manifestos pelo Espírito Santo, a ponto de o apóstolo Paulo comentar: "Porque em tudo fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento (como foi mesmo o testemunho de Cristo confirmado entre vós). De maneira que nenhum dom vos falta..." (1 Co 1.5-7).

Deus se manifestava e falava de diversas maneiras. Falava por "meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina". Em outras ocasiões, Deus também falava por meio de "salmos... de línguas e sua interpretação". Outros dons do Espírito Santo eram também manifestos para exaltar o nome de Jesus como Senhor.

O apóstolo mostra a harmoniosa sintonia entre os dons, cooperando cada um em determinada área da igreja, de acordo com a distribuição feita pelo Espírito Santo: como o corpo, sendo um mas composto de muitos membros com funções diferentes (1 Co 12.12-27). Nenhum membro deve ser desprezado ou considerado "mais fraco" ou "menos honroso" - todos são necessários.

III.INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS

A razão deste dom está em 1 Coríntios 14.5: "Para que a igreja seja edificada"; "Não havendo interpretação, fique calado... falando consigo mesmo e com Deus" (1 Co 14.28).

A pergunta pentecostal feita por Paulo não afirma nem ordena que todas as línguas estranhas sejam interpretadas, mas ensina que seja o uso regularizado pela doutrina. Como exemplo e para melhor compreensão do assunto, temos os Capítulos 12, 13 e 14 da Primeira Carta aos Coríntios, que se ocupam exclusivamente dos dons espirituais.

Alguns indoutos, que são inimigos da obra pentecostal, estão sempre a firmar que é necessário que as línguas estranhas sejam interpretadas e, para isso, citam I Coríntios 14.13, sem observar o que está escrito no versículo anterior, 14.11: "Se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro". Perguntaríamos por que se preocupam tanto essas pessoas com os dons espirituais se elas não crêem na obra do Espírito Santo?

"Interpretam todos?" Paulo não estava proibindo o uso deste maravilho dom, mas ensinando aos que não sabiam usá-lo, ou seja, estava corrigindo o abuso. Não há uma regra bíblica que nos obrigue a interpretar ou deixar de interpretar línguas estranhas. Quando o nosso espírito fala mistérios com Deus em línguas estranhas, elas não precisam ser interpretadas. Por outro lado, quando uma expressão em línguas é interpretada, é Deus que fala ao homem. Não esqueçamos de que é pelo dom de profecia que Deus fala ao povo. Sobre os dons espirituais, Donald Gee, grande doutrinador, em linhas gerais diz: "O propósito de dom de interpretar é tornar as enunciações conhecidas dos ouvintes, tornando-se compreensíveis a todos, pela interpretação".

A interpretação de línguas estranhas como dom vem por revelação e por inspiração em momentos de consagração e de profunda comunhão com Deus, quando o que fala é tomado pelo Espírito. Não se pode admitir que àquele que interpreta seja necessário o conhecimento de outras línguas naturais, como alguns entendem.

O cuidado de Paulo de fazer a pergunta pentecostal é evitar o "sonido incerto" (I Co 14.8). Por esse motivo acrescenta: "Se não houver interprete, esteja calado, e fale consigo mesmo e com Deus" (II Co 14.28). E para evitar que a igreja metodizasse em forma mecânica o dom de línguas, diz Paulo: "Não proibais falar línguas" (I Co 14.39).

"Interpretam todos?" — "Não!" é a resposta certa. Acontece, porém, que o Espírito Santo é soberano, Ele faz "como quer" (I Co 12.11). Pode acontecer que uma mensagem profética venha através de línguas com o dom de interpretação. Não podemos ensinar que o interprete seja um profeta, pois ele foi, apenas, usado por Deus através do dom de interpretação. Cremos que os dons são distintos em sua operação, e que o dom normal para transmitir uma mensagem profética é o dom de profecia, mas tudo de acordo com o que está escrito: "Ele faz como quer" (I Co 12.11).

Assim sendo, em resposta à pergunta de Paulo, o uso desse dom é uma necessidade na Igreja, como também o uso dos demais dons. Portanto, haja maiores aplicações desse dom maravilhoso na igreja, para edificação. Outrossim, quando o nosso espírito fala mistérios com Deus em línguas estranhas, elas não precisam ser interpretadas.


O capítulo 13 de I Coríntios caracteriza aqueles que recebem os dons, dando condições para o Espírito Santo operar: "o amor". Não havendo esta característica a operação é considerada como "metal que soa... sino que retine" (I Co 13.1). O capítulo 14 regulariza pela doutrina o uso dos dons, especificando o seu valor para edificação da Igreja.

CONCLUSÃO

Na confecção deste pequeno estudo, buscamos consultar literatura que mais se aproxima com o pensamento de nossa denominação, tentando não perder a coerência teológica. Evitamos expressar conceitos e opiniões pessoais sem o devido embasamento na Palavra, pois a finalidade é agregar conhecimentos, enriquecer a aula da escola dominical e proporcionar ao professor domínio sobre a matéria em tela. Caso alcance tais finalidades, agradeço ao meu DEUS por esta grandiosa oportunidade.



                                                       Ev. JOSÉ COSTA JUNIOR

22 de abril de 2014

OS DONS DE PODER



OS DONS DE PODER

TEXTO ÁUREO = “Aquele, pois, que vos d o Espírito e que opera maravilhas entre vós,o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?”(Gl 3. 5)

VERDADE PRÁTICA = Por meio dos dons da fé e de maravilhas o Espírito Santo revela aos homens o seu poder sobrenatural.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = 1 CORÍNTIOS 12.9, 10; = ATOS 8.5-8, 13

INTRODUÇÃO

Neste domingo estudaremos a respeito dos dons espirituais de poder. Esses dons foram concedidos à igreja a fim de auxiliá-la na propagação do evangelho, para que o nome do Senhor seja glorificado. Não devemos jamais nos gloriar por termos recebido de Deus qualquer dom. Toda a honra e glória devem ser dadas Àquele que nos dotou de tal bênção. Tanto a Igreja Primitiva como a Assembléia de Deus tem registrado em sua trajetória a manifestação dos dons. Busquemos, pois, incansavelmente os dons que o Senhor prometeu à sua Igreja.

A operação sobrenatural de Deus, através dos dons de poder, são sinais e maravilhas realizados pelo Senhor, com propósitos específicos, e que fogem à compreensão humana. Supliquemos, pois, a Deus que se manifeste sempre em nosso meio através dos dons de poder, confirmando assim a sua Palavra.

DEFINIÇÃO

Dons de poder são capacidades extraordinárias concedidas pelo Senhor à sua Igreja para que esta aja sobrenaturalmente na proclamação do Evangelho. São também chamados “dons de ação”, pois operam na área física, material. Fazem parte desse grupo o dom da fé, o dom de operar maravilhas e os dons de curar.

1. No Antigo Testamento. Entre tantas referências acerca dos dons de poder, podemos mencionar as seguintes:

a) Fé. Vemos tal operação nas vida de: Josué, quando o sol e a lua foram detidos segundo a palavra desse grande servo de Deus(Js 10.12); Elias, quando este orou para que caísse fogo e chuva dos céus (1 Rs 18.20-22, 4 1-46) etc.

b) Maravilhas. Este dom pode ser visto nas vidas de: Moisés, quando as pragas vieram sobre o Egito (Ex 7.20; 8.6, 17, 24; 9.10, 23, 26; 10.13, 22); quando o mar Vermelho se abriu (Ex 14.2!), e quando as águas de Mara tornaram-se doces; Filas, quando da multiplicação da farinha e do azeite da viúva (1 Rs 17.16) e dos demais milagres realizados pelo profeta.

2. No Novo Testamento. Os dons de poder operavam intensamente no período do Novo Testamento. Vejamos:

a) Fé. Vemos essa operação nas vidas de: Pedro, pela certeza do livramento, quando estava no cárcere (At 12.6);  Paulo, pela certeza que tinha da vitória, em meio ao temporal (At 27.25), e quando mordido pela serpente (At 28.5) etc.

b) Maravilhas. Esse dom operava eficazmente nas vidas de: Pedro, na ressurreição de Dorcas (At 9.40); Paulo, na cegueira que veio sobre Elimas (At 13.11), nos sinais e prodígios que fez em Icônio (At 14.3), e nas maravilhas extraordinárias que o Senhor operava por suas mãos (At 19.11) etc.

O DOM DE OPERAR MARAVILHAS

1. Definição. Conhecido também como operação de milagres, o dom de maravilhas é a capacitação sobrenatural que o Espírito Santo concede à Igreja de Cristo para que esta realize sinais, maravilhas e obras portentosas.

2. O que é a operação de maravilhas. O dom espiritual da operação de maravilhas é a capacidade sobrenatural que o Senhor Jesus, mediante o Espírito Santo, concede a sua Igreja, a fim de que esta opere sobrenaturalmente no terreno do natural, com o objetivo de demonstrar o poder de Deus e a autenticidade da mensagem evangélica (1 Co 12.10).

A expressão “maravilhas” significa que a Igreja de Cristo habilita-se, por este dom e de acordo com a vontade divina, a operar de forma sobrenatural nas mais diversas circunstâncias. Um exemplo desse dom, temos num clássico episódio de Atos dos Apóstolos (At 13.4-12).

3. A atualidade do dom da operação de maravilhas. O livro de Atos confirma a operação desse dom em diversas passagens (Atos 4.16,30; 14.3; 15.12; 28.3-6). Devemos entender, porém, que as maravilhas somente se manifestam de acordo com a fé de quem ministra e dos que ouvem a proclamação da Palavra. A incredulidade impede a manifestação dos dons espirituais (Mt 13.58).

4. A importância desse dom para a Igreja. A operação de maravilhas traz o sobrenatural de Deus ao mundo natural dos homens. É o Espírito Santo manifestando a glória de Deus, para que Ele seja louvado e enaltecido e para que o seu Reino expanda-se até aos confins da terra (Lc 19.37; At 9.36-42). Que o Senhor distribua abundantemente os seus dons entre os seus santos, e que o seu nome seja eternamente exaltado.

2. Utilidade. Manifestar operações extraordinárias provindas de Deus, que envolvem:

a) Ressurreição de mortos. Como ocorreu com o filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17), a filha de Jairo (Mt 9.18, 19, 24), Lázaro (Jo 11.43, 44) etc.

b) Castigos. Como ocorreu com Ananias e Safira, que mentiram ao Senhor (At 5.1-11), e com Elimas, que foi ferido de cegueira, por estar perturbando a pregação de Paulo (At 13.7-12) etc.

c) Intervenção nas forças da natureza. Por intermédio deste dom, o Senhor altera as leis da natureza.

Exemplo: Moisés, ao dividir as águas do mar Vermelho (Ex 14.2 1); Eliseu, ao separar as águas do Jordão (2 Rs 2.14); Pedro, ao andar sobre as águas (Mt 14.28-31) etc.

Os “sinais, prodígios e maravilhas” eram manifestados tão poderosamente na vida de Paulo, que este os chama de “sinais do meu apostolado”. Eram suas credenciais (At 19. 11, 12).

3. Atualidade. Esse dom é para os nosso dias; Deus não mudou (Hb 13.8; 1 Co 12.4-6). Lamentamos que esse dom não se manifeste com tanta intensidade hoje.
                                                                                                                                                                           Pois a maior necessidade dos nossos dias é voltar às fontes do cristianismo primitivo. Tudo se moderniza, mas o caminho de Deus é sempre o mesmo. Se nos enchermos do Espírito (Ef 5.18), e permanecermos em humildade, os dons passarão a operar abundantemente em nós (Hb 2.4; Ef 3.7; Rm 12.6-8; 1 Co 12.11). Estes sinais hão de acompanhar a Igreja até o fim (Mc 16. 15-20).

O DOM DA FÉ

Há, pelo menos, três tipos de fé: natural, salvadora e extraordinária, que é o dom da fé.

1. Fé natural. Leva a pessoa a acreditar em qualquer coisa examinada à luz da razão. E a fé intelectual. A pessoa acredita, por exemplo, que há um pólo norte, que o remédio prescrito pelo médico vai curá-lo, que o piloto do avião, em que se encontra, vai conduzi-lo bem etc.

Alguns até crêem na existência de um Ser Supremo através do testemunho da natureza. Mas este tipo de fé serve apenas para as relações terrenas entre os homens (Tg 2.19; J0 20.29).

1.1. A distinção entre o dom da fé e a fé natural. O texto sagrado fala literalmente do “dom da fé” ou “fé maravilhosa” (1 Co 12.9). Isso indica que não podemos confundi-la com a “fé natural” que é implícita e inerente ao ser humano. Através da fé natural, o ser humano possui a capacidade necessária para crer na existência de Deus (Rm 1.19,20). Mesmo a pessoa mais ímpia sabe que Deus existe (Tg 2.19). Portanto, é clara a distinção entre o dom da fé e a fé natural.

2. Fé Salvadora. E através desta que passamos a crer no Senhor para a nossa salvação; é definida como um dom Deus (Ef 2.8). Ao ouvir a Palavra, o coração do homem é despertado por ela (At 16.14), abrindo- se-lhe aporta da salvação (At 14.27). E, assim, Deus nos concede a graça de crer (Fp 1.29).

Ao crer em Jesus, o pecador é levado a obedecer a fé (Rm 16.26); e, dessa forma, é purificado e salvo por esta fé (At 15.9; Ef 2.8; Rm 10.9, 10).
Há que se mencionar, ainda, a fé como fruto do Espírito (Gl 5.22).

3. Nem todos possuem o dom da fé. Embora todos os salvos possuam a fé salvadora, nem todos são agraciados com o dom da fé, que é concedido pelo Espírito Santo para o crescimento, desenvolvimento e expansão do Reino de Deus.

3. O dom da fé.

a) Definição. É a capacidade, ou faculdade, de se confiar em Deus de modo sobrenatural. É uma fé especial, diferente de qualquer outro tipo de fé; manifesta-se apenas em ocasiões especiais.

No original, significa literalmente “tende fé estando em Deus” (2 Co 10.15; 2 Ts 1.3). E um recurso especial do poder de Deus (1 Co 12.9), com o qual foram dotados os heróis mencionados na galeria da fé (Hb 11). Esse dom é concedido somente a algumas pessoas, visando a consecução de obras extraordinárias em tempos de crise, desafio e emergência (1 Co 12.29).

b) Utilidade. Através desse dom, o Espírito dá ao crente a fé que opera sinais e prodígios (Mt 17.20). O uso dessa fé libera o poder de Deus com abundância nas ocasiões que o Espírito dirigir (Tg 5.17; At 27.25). Esta capacidade sobrenatural de crer abre as portas para os milagres, onde “tudo é possível” (Mt 17.20; Mc 9.23; Lc 1.37; 18.27).

Esta fé dá autoridade diante dos problemas como ocorreu com: Josué, que orou a Deus, e em seguida ordenou que o sol e lua fossem detidos (Js 10.12); Elias, que orou, e fogo e chuva caíram do céu(l Rs 18.33-35, 41-46). Também promove uma confiança absoluta no poder de Deus, na resolução de dificuldades, como ocorreu com Daniel (Dn 6.16.23) etc.

IV. O USO CORRETO DOS DONS DE PODER

A operação dos dons de poder deve ser feita na direção do Senhor (Mt 14.28-31). Do contrário, haverá decepções ou fanatismo. Esse poder resulta em:

1. Glorificar o nome de Jesus.

Somente Deus faz maravilhas (SI 89.5; 150.2), demonstrando assim, por meio destas, a sua glória, poder e reino (lo 2.1l; 10.38; SI 62.11; 1 Co 4.20).
E, dessa maneira, confirma-se a sua Palavra (Hb 2.3, 4). Portanto, para que o portador desse dom continue a ser usado por Deus é necessário:

a) Humildade. Toda a glória deve ser dada a Deus (Is 42.8; 48.11). Há o perigo de o homem tomar para 5j a glória que pertence a Deus. Pedro e Paulo precaveram-se contra isso (At 3.12; 14.13-15).

b) Direção. Não somos nós que usamos o Espírito Santo. Ele opera quando, como e onde quiser. Ele nos usa de acordo com a sua soberana vontade. O Espírito é poderoso, e pode fazer mais do que pedimos ou pensamos (Ef 3.20). Mas é necessário pedir segundo a sua soberana vontade (I lo 5.14).

2. Expandir o Reino de Deus. Os milagres: confirmam a palavra pregada (Mc 16.16-18; Hb 2.3,4); expressam o amor compassivo de Cristo (At 10.38; Mc 8.2; Lc 7.13- 15); comprovam a divindade de Cristo (Jo 20.30, 31); atraem as almas para Deus (lo 7.31; At 19.11-20) etc.

Eis aí a grande razão dos milagres - a salvação das almas, como ocorreu logo após:

a) A cura do coxo, quando quase 5000 pessoas renderam-se a cristo (At 4.4).

b) Os sinais e prodígios realizados pelos apóstolos, quando muitos creram (At 5.12-14).

c) A ressurreição de Dorcas, quando não poucos passaram a crer (At 9.36-43) etc.
A operação do Espírito, por meio dos dons, é indispensável à Igreja de Cristo.

3. Fortalece a fé do povo de Deus. Quando os sinais se manifestam através desses dons do Espírito, a Igreja revive os dias apostólicos (Jo 14.12-16), e sua fé é grandemente fortalecida. O Espírito gera a fé (2 Co 4.13). Quando Ele opera por meio dos dons, o ambiente satura-se pelas imensas possibilidades alcançadas pala fé (Mt 19.26; Lc 1.37; Jr 32.17), levando o crente a confiar em Deus como Calebe (Nm 13.20).

1. Por que “dons de curar”? O fato de as duas palavras no original encontrarem-se no plural significa que o Espírito Santo habilita os que recebem os dons de curar a atuarem na cura sobrenatural das mais diversas enfermidades (1 Co 12.9). O Senhor Jesus, pois, capacita a sua Igreja, através desses dons, a curar todos os tipos de doenças: câncer, AIDS, lepra, paralisia, demência, etc.

2. O propósito dos dons de curar. Os dons de curar manifestam-se como intervenção especial e direta de Deus em favor daquele que sofre. Há dois propósitos básicos em seu exercício. O primeiro é atestar o poder do Evangelho com o objetivo de glorificar a Deus (Lc 5.23-26). E o segundo é amenizar o sofrimento humano, confirmando o amor do Eterno pela humanidade (Mt 9.36; Mc 1.41).

Alguns pregadores, usurpando a glória do Senhor, usam os dons de curar para se autopromover, não demonstrando nenhum respeito pelos que sofrem. Outros, fazendo comércio das coisas sagradas (At 8.17-21), espoliam as igrejas em campanhas que, de Deus, só têm o nome. Descompromissados e vaidosos, valem-se da simplicidade do povo e da omissão dos líderes, e, assim, vão ludibriando os incautos com técnicas psicológicas e hipnóticas como se estivessem sendo usados pelo Espírito Santo.

3. Os dons de curar e a doutrina da salvação. Apesar de a cura divina fazer parte da obra expiatória de Cristo (Is 53.4,5; Mt 8.14-17), devemos entender que a salvação da alma é mais importante do que a cura do corpo. Embora Jesus possa curar todas as enfermidades, não cura a todos os enfermos. Em sua soberania, Ele somente opera de acordo com a sua vontade.
Isto não nos isenta, porém, de orar pelos enfermos, nem de insistir na busca dos dons de curar. Além do mais, se nos pusermos a evangelizar e a fazer missões, os sinais nos seguirão e as curas divinas farão parte de nosso cotidiano (Mc 16.15-20).

CONCLUSÃO

Os dons de poder estão à disposição da Igreja. Sem eles, a Igreja está fadada a não ter êxito em sua tarefa de evangelização (Zc 4.6; 2 Co 10.4- 6). Busquemos, com perseverança e humildade, os dons que o Senhor Jesus, mediante o Espírito Santo, colocou-nos à disposição. É hora de voltarmos a evangelizar com poder.

Os dons de poder são capacitações extraordinárias concedidas à Igreja de Cristo para a realização da missão proclamadora do Evangelho. Não podemos relegá-los a segundo plano. Busquemos os dons, a fim de cumprirmos ousadamente a obra que nos confiou o Senhor. Afinal, como pentecostais, acreditamos na atualidade do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais (Mc 16.17-20). Coloque-se na presença do Senhor e deixe que o Espírito de Deus o use.



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1988

Lições bíblicas CPAD 2011

http://www.estudantesdabiblia.com.br
BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. 4.ed., RJ: CPAD, 2005.

15 de abril de 2014

DONS DE REVELAÇÃO



DONS DE REVELAÇÃO

TEXTO ÁUREO = “Porque a um, pelo Espirito, é dada... a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo espírito, a palavra da ciência... e a outro o dom de discernir os espíritos” (1 Co 12.8, 10)

VERDADE PRÁTICA = Por meio dos dons de sabedoria, ciência e discernimento de espíritos Deus revela o que se acha oculto à sua Igreja

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

LEITURA BIBLICA = 1 CORÍNTIOS 12.8, 10; = 2 REIS 6.11, 12; = ATOS 16.16-18

INTRODUÇÃO

Quando Paulo iniciou o décimo segundo capítulo da carta aos Coríntios, tinha uma preocupação quanto à ignorância dos cristãos daquela cidade sobre os dons espirituais. ?Não quero, irmãos, que sejais ignorantes a respeito dos dons espirituais?. (I Co. 12:1). Ainda hoje a Igreja do Senhor continua em dificuldades a respeito deste assunto tão polêmico. Em algumas igrejas o assunto é esquecido e proibido falar, enquanto em outras , o excesso ultrapassa até o ensino bíblico.

Como a carta não foi direcionada a uma pessoa em particular, mas para a igreja de Corinto na sua totalidade, o conhecimento dos dons espirituais faz parte do crescimento espiritual do Corpo de Cristo. Assim como os cincos sentidos do homem ? Olfato, paladar, visão, audição e tato ? o fazem entrar em contato com o mundo ao seu redor, os noves dons espirituais faz o cristão entrar em contado com o mundo espiritual. Uma pessoa sem um dos sentidos é conhecida como ?deficiente físico?, uma igreja sem os dons é conhecida como ?deficiente espiritual?. Paulo faz uma lista de nove dons colocados em três grupos, mas inseparáveis:

1º) Dons de Revelação ou Conhecimento - São três que revelam algo :
a) Dom da Palavra de Sabedoria;
b) Dom da Palavra do Conhecimento;
c) Dom de discernimento de Espíritos.

Os dons de inspiração - sabedoria, ciência e discernimento de espíritos - são uma das grandes necessidades da Igreja do Senhor em nossos dias. Com eles, a Igreja saberá conduzir-se pela Palavra de Deus, e dificilmente será enganada por qualquer manifestação estranha ou bizarra.

1. O QUE SÃO DONS DE REVELAÇÃO.

1. Definição. Concedidos pelo Espírito Santo, estes dons revelam a sabedoria de Deus de maneira sobrenatural.
São também chamados “dons de saber” ou “dons de revelação”. Tratam-se de habilidades concedidas por Deus para se compreender a essência e o propósito das coisas, e descobrir-se os meios corretos para se realizar o propósito divino em cada vida, discernindo circunstâncias, relacionamentos e pessoas.

2. No Antigo Testamento. Vejamos a manifestação desses dons:

a) Sabedoria. Temos exemplos deste dom nas vidas de José: “Acharíamos um varão como este, em que haja o Espírito de Deus... ninguém há tão entendido como tu” (Gn 41.38, 39).

Moisés e Arão: “Vai pois agora, e eu serei com a tua boca, e te ensinarei o que hás de falar., e eu serei com a tua boca, ensinando-vos o que haveis de fazer”(Ex 4.12,15).

Josué: “E Josué, filho de Num, foi cheio do espírito de sabedoria” (Dt 34.9).
Salomão: “Havia nele a sabedoria de Deus.. e Deus deu a Salomão sabedoria e muitíssimo entendimento .. como a areia que está na praia” (1 Rs 3.8; 4.29, 30) etc.

b) Ciência. Vemos este dom operando nas vidas de:  Bezaliel: “E o enchi do Espírito de Deus... e de ciência, em todo artifício” (Ex 31.3).

Jovens hebreus: “Sábios em ciência, e entendidos no conhecimento” (Dn 1.4).
Hirão: (1 Rs 7.14) etc. “O temor do Senhor é o princípio da ciência” (Pv 1.7).

c) Discernimento. Exemplos do uso desse dom vemos nas vidas de:

Aías: “.. e entrando ela pela porta, disse ele: Entra, mulher de Jeroboão, porque te disfarças assim?” (1 Rs 14.1, 2,4, 6).

Eliseu: “Mas o profeta Eliseu, que está em Israel, faz saber ao rei de Israel as palavras que tu falas na tua câmara de dormir” (2 Rs 6.12).
Moisés (Ex 32.17, 18) etc.

3. No Novo Testamento. Sendo usados poderosamente com esses dons temos:

a) Sabedoria. Pedro e João (At 4.13); Estevão (At 6.6, 10); Paulo, (1 Co 2.13) etc. Jesus prometeu-nos esse dom: “Na mesma hora vos ensinará o Espírito Santo o que vos convenha falar”(Lc 12.11, 12).

b) Ciência. Paulo possuía este dom: “O Espírito Santo, de cidade em cidade me revela..”
(At 20.23).

c) Discernimento. Exemplos da operação desses dons: Pedro, no caso de Ananias e Safira (At 5.1-10); Paulo, nos casos de Elimas (At 13.6-12), e da jovem possessa de demônios (At 16.17, 18) etc.


II. DESCRIÇÃO DOS DONS DE REVELAÇÃO

1. A palavra de sabedoria. Manifestação sobrenatural da sabedoria de Deus. Não se trata do resultado de qualquer esforço humano em se conhecer a sabedoria divina (1 Co 2.4, 6), nem tampouco do nosso crescimento espiritual. É um dom de Deus. Através desse dom é-nos revelada uma situação, ou problema específica para que, em palavras e atos, possamos agir de maneira adequada.

Importante analisarmos primeiro o que é a sabedoria. Como ensina o pastor João da Cruz Parente, articulista do Portal Escola Dominical, sabedoria é a “capacidade de tomar decisões corretas”.  Este mesmo pastor transcreveu o que diz a respeito a Bíblia de Aplicação Pessoal, que ora transcrevemos: “Sabedoria significa ‘discernimento prático’. Começa com o respeito a Deus, conduz a um viver correto, e resulta em habilidade aumentada para dizer o que é certo ou errado. Deus está disposto a nos dar esta sabedoria, mas seremos incapazes de recebê-la se os nossos propósitos forem egocêntricos e não estiverem centrados em Deus. Para conhecermos qual é a vontade de Deus, precisamos ler a sua Palavra e pedir que Ele nos mostre como obedecê-la. Então devemos fazer aquilo que Ele nos diz.” (Disponível em: http://www.evangelica.com.br/Artigos/artigos.info.asp?

Dom da Palavra da Sabedoria (12.8). Trata-se de uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do Espírito Santo. Tal mensagem aplica a revelação da Palavra de Deus ou a sabedoria do Espírito Santo a uma situação ou problema específico (At 6.10; 15.13-22). Não se trata aqui da sabedoria comum de Deus, para o viver diário, que se obtém pelo diligente estudo e meditação nas coisas de Deus e na sua Palavra, e pela oração (Tg 1.5,6).

Alguns, às vezes, chamam este dom de o DOM DA SABEDORIA. Isso não é correto. Devemos dar-lhe o nome que a Bíblia lhe outorga: DOM DA PALAVRA DA SABEDORIA - I Cor 12:8 Deus possui toda a sabedoria. Ele sabe tudo, mas nunca revela tudo quanto sabe; simplesmente nos revela uma “PALAVRA” (UMA PEQUENA PARCELA, OU PARTE, OU FRAGMENTO) de toda a Sua sabedoria. Por isso, não é dom da sabedoria, mas, sim, o dom da palavra da sabedoria que Deus, por meio de Sua onisciência, revela ao homem.

2. A palavra da ciência. Capacidade sobrenatural que propicia uma visão além da esfera material. Através desse dom, a Igreja tem acesso a fatos a respeito de pessoas, circunstâncias e de verdades bíblicas. É a penetração na ciência de Deus (Ef 3.3).

Há diferença entre sabedoria e ciência. Sabedoria é a habilidade de se aplicar bem a ciência; a ciência é a base para a sabedoria. A sabedoria ajuda-nos a sair de dificuldades; a ciência adverte-nos para que não entremos nelas. A sabedoria é o conhecimento em ação; a ciência, o conhecimento em si mesmo. De acordo com a Bíblia, a sabedoria e a ciência devem sempre andar juntas (Ef 1.17-19).

3. O dom de discernir os espíritos. Capacidade sobrenatural de se distinguir as várias fontes das manifestações espirituais. Vivemos em um mundo onde existem imitações. enganos e falsificadores de todo o tipo (At 5.1-11; 1 Tm4.1-4;2Ts2.9; Ap 2.2). Através desse dom, podemos discernir tais coisas, e ver se estas realmente procedem de Deus.

Trata-se de uma percepção sobrenatural, pela qual detectamos a procedência das manifestações espirituais. E um dom de Deus, apropriado para uma ocasião específica, sem o qual a Igreja seria presa fácil de falsos mestres, ensinadores de heresias e de manifestações anti- bíblicas.

A palavra “discernir”, no texto sagrado, traduz, em hebraico, no mais das vezes, o termo “yada’” (???), que o Dicionário Vine diz ter como significado “…(1) saber por observação e reflexão e (2) saber por experiência” (VINE, W.E. Diccionario expositivo de palabras del Antiguo y del Nuevo Testamento exhaustivo. Nashville: Caribe. Disponível em: http://www.semeadoresdapalavra.net/, p.83) (tradução nossa de texto em espanhol). Em ambos os significados, notamos que se trata de um saber que exige uma prévia reflexão, um prévio julgamento por parte daquele que vem a saber algo. O “discernimento” é, precisamente, um saber que vem de uma distinção, de uma análise, de um julgamento.

Os termos gregos correspondentes, a saber, “anakrino” (????????) (I Co.12:10) e “diakrino” (????????) (I Co.11:29), também revelam que o “discernimento” consiste numa distinção, num julgamento, numa reflexão, numa análise, visto que são palavras derivadas de “krino”, de onde vem a palavra “crítica”, que outra coisa não é senão julgamento.   Trata-se de uma dotação especial dada pelo Espírito, para o portador do dom discernir e julgar corretamente as profecias e distinguir se uma mensagem provém do Espírito Santo ou não (ver 14.29; 1Jo 4.1). No fim dos tempos, quando os falsos mestres (ver Mt 24.5 ) e a distorção do cristianismo bíblico aumentarão muito (ver 1Tm 4.1), esse dom espiritual será extremamente importante para a igreja.

O “discernimento”, portanto, é a capacidade de distinguir, de discriminar, de separar uma coisa da outra. O Senhor repreendeu duramente os sacerdotes por intermédio do profeta Ezequiel precisamente porque eles não faziam mais diferença, não distinguiam entre o santo e o profano (Ez.22:20) e prometeu que haveria tempo em que isto voltaria a ocorrer (Ez.44:23).

- Bem se vê, pois, que é fundamental para que alguém exerça seu ofício sacerdotal que saiba distinguir entre o santo e o profano e como a Igreja é o sacerdócio real, a nação santa (I Pe.2:9), torna-se indispensável que tenhamos o devido discernimento espiritual, não confundindo as coisas que são de Deus com as que não são.
 
O discernimento espiritual é algo indispensável para todos os salvos. O apóstolo Paulo diz que o salvo tem de ser um homem espiritual, que tudo discerne e de ninguém é discernido (I Co.2:12-16). O salvo tem a mente de Cristo e, por isso, pode muito bem saber quando algo provém da parte de Deus e quando não.

•Ef 2:2; 6:11-12; Hb 1:12-14 - Na dimensão espiritual, há espíritos bons e malignos, há o Espírito Santo e há o espírito humano, com suas tendências boas ou más.

DISCERNIR significa: “JULGAR PERFEITAMENTE”, “DISTINGUIR”, “VER”, de modo que a pessoa está discernindo ou vendo no âmbito dos espíritos. Tem o sentido de penetrar por baixo da superfície, desmascarando e descobrindo a verdadeira fonte dos motivos e da animação. O Senhor achou por bem conferir à Sua Igreja uma parcela desse poder.

DISCERNINDO OS ESPÍRITOS EM REALÃO ÀS ENFERMIDADES - Mt 12:22; Mc 9:25; Lc 8:29; 13:11-16 - Não estamos ensinando e não cremos que em todos os casos semelhantes de enfermidades sejam as doenças causadas por espíritos maus. Porém, quando isto acontece, só há cura quando o espírito causador de tal enfermidade é expulso pelo poder de Deus. Nas doenças causadas por espíritos ou demônios, os meios empregados no tratamento são diferentes do tratamento de uma enfermidade comum.

III. A FUNÇÃO DOS DONS DE REVELAÇÃO

1. Conhecer sobrenaturalmente. A utilidade dessa categoria de dons se prende: ao governo e à administração (Gn 41 .33-39); à criatividade e invenções (Ex 31.1-6); ao comando; a julgamentos (1 Rs 3.16- 28); a esclarecimentos de dúvidas (Jó 33.33); à elucidação de enigmas (Dt 1.17).

É grande o seu valor em interpretar sonhos e dar conselhos (At 7.10); no trato de assuntos complicados e difíceis (At 6.3); e, na habilidade de se ganhar as pessoas que estão fora da Igreja (Cl 4.5).

E de valor inestimável na evangelização, capacitando o crente na entrega das verdades cristãs (Cl 1.28) e na defesa do Evangelho (Fp 1.16), pois, na hora necessária, o Espírito Santo se manifesta capacitando o crente de maneira extraordinária (Lc 12.12; 21.15; Mt 10.16; Pv 24.5; Ec 9.16).

2. Revelar sobrenaturalmente as “riquezas encobertas” (Is 45.3), que estão em Cristo (Cl 2.3). Essa categoria de dons é uma arma contra as heresias (Ef 4.12, 14); revela o que está oculto aos olhos do homem (1 Sm 16.7; Jo 1.47, 48; 2.24, 25; 4.16, 18).

Através desses dons, o crente passa a ter conhecimento das coisas que pertencem a Deus, como apresentadas nos Evangelhos. Essa categoria de dons proporciona também inteligência e entendimento (Ef 3.19), conhecimento da fé cristã (Rm 15.14; 1 Co 1.5).

Também revela os diversos mistérios de Deus como o de Deus-Cristo, da piedade (1 Tm 3.16), de Cristo em  nós (Cl 1.26,27), dafé (1 Tm 3.9), da Igreja (Ef 5.32), do Evangelho (Ef 6.19), da vontade de Deus (Ef
1.19), do arrebatamento (1 Co 15.51) etc.

3. Discernir sobrenaturalmente. Nessa categoria de dons, o dom de discernir capacita-nos a distinguir o espírito que opera no meio do povo de Deus. Neste particular, devemos levar em consideração:

a) Fonte de inspiração. Pode ser: divina (At 15.32; 1 Co 14.3), humana (Ez 13.2, 3) e diabólica (1 Rs 22.19-24; Jr 23.13; Ap 2.20-24).

b) Espíritos. Podem ser de: mentira (At 5.3; Ap. 21.27; 22.15); apostasia (2 Ts 2.3; 2 Co 6.17); traição (2 Sm 3.27); ciúme (Nm 11.29); falsidade (Mt 7.15); ecumenismo (Ap 13.12; Gn 11.1); prostituição (Os 5.4); demônios (Mt 17.21; 1 Co 10.21); adivinhação (At 16.16-18); enfermidade (Lc 13.10-16) etc.

c) Meios utilizados. Podem ser discernidos pela: Palavra, pois ela é a verdade (Jo 17.17), como também o Espírito que está em nós é a verdade (Jo 16.13); pelos frutos, pelos quais desmascaramos a hipocrisia e as manifestações malignas (Mt 7.15-23); pela mente espiritual da Igreja, pois somente sentimos comunhão com os que “estão na luz” (1 Jo 1.7), e só reconhecemos a voz do Sumo Pastor (Jo 10.4, 5); pela confissão a respeito de Jesus: se há confissão de que o Senhor veio em carne esse espírito é de fonte divina (1 Jo 4.1-3).

d) Resultado. Desse modo, o dom de discernir revela: confissões falsas influenciadas por espíritos, como ocorreu com Ananias e Safira (At 5.1-11); a trapaça de Geasi (2 Rs 5.26, 27); a intenção profana de Simão (At 8.18-24); o espírito da jovem adivinhadora (At 16.16-18).

Desmascara pessoas que se fazem de líderes sem terem sido designadas por Deus (Jd 11); condena doutrinas erradas (1 Tm4.1-4; Gl 2.4; 1 J0 4.1-4); identifica certas manifestações com “fogo estranho” (Lv 10.1-4; Ap 2.20-24). Esse dom é um dos mais eficientes meios de julgamento de profecias.

CONCLUSÃO

Vivemos nos últimos dias. Manifestações estranhas à Palavra de Deus fervilham em todas as igrejas (2 Ts 2.9; Ap 13.13). É necessário buscar os dons de sabedoria, ciência e discernimento para se manter a pureza da doutrina cristã. Daí, a grande necessidade desses dons em nossos dias, principalmente na vida dos líderes. Se os buscarmos com todo o empenho, certamente Deus no-los dará.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1988