29 de outubro de 2013

O CUIDADO COM AQUILO QUE FALAMOS



O CUIDADO COM AQUILO QUE FALAMOS

TEXTO ÁUREO  = “Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os osso? (Pv 16.24)

VERDADE PRÁTICA = As nossas palavras revelam muito do que somos, pois a boca fala do que do coração está cheio.

LEITURA BIBLICA = Prov. 6:16-19 = 15:1,2,23 = 16: 21,24

INTRODUÇÃO

Uma das grandes necessidades dos cristãos, hoje, está no cuidado que devem ter com aquilo que falam; pois, como diz o Talmude: “a língua do homem é como a abelha: tem mel e tem ferrão”. Através do ensino constante desta seção da Epístola de Tiago, o Espírito Santo quer nos ajudar a manter a nossa língua sob freios do temor do Senhor.

O Poder da Palavra

Tiago no capítulo 3 fala sobre o poder da palavra, ou da língua, uma vez que a palavra é articulada pela língua. O rei Salomão no seu livro de Provérbios, 18v21, diz que a vida e a morte estão no poder da língua. Vamos pensar sob este assunto, o poder da palavra, em quatro pontos principais.

Primeiro, ela é um dom de Deus. Já pensaram o que seria de nós ao sentir vontade de cantar, sem poder usar a língua, ou pregar a palavra de Deus, ou conversar? Como fariam os locutores de rádio ou de televisão sem poder usar a língua? Como faria o cristão quando desejasse falar com Deus, ou o jovem que desejasse pedir a sua namorada em casamento? É por isso que dizemos que a língua ou a palavra é um dom de Deus. E Tiago nos adverte do perigo de fazermos mau uso da palavra: com ela bendizemos a Deus ou amaldiçoamos aos homens.

Segundo. A língua pode matar uma pessoa. Isto faz-nos lembrar do suicídio do nosso presidente, Dr. Getúlio Vargas. Alguém fez denuncias contra ele, verdadeiras ou falsas, gerando murmúrios em todo Brasil; levando-o a cometer o suicídio. Muitos choravam dizendo ser um grande presidente; enquanto outros diziam o contrário. O importante disto a considerar, é o poder da palavra de matar uma pessoa. Ela mata o ânimo, destrói a fé, macula o amor, destrói o entusiasmo; ou ainda o prazer de viver. Quanta responsabilidade pesa sobre cada um de nós no uso deste membro tão importante de comunicação. Por isto mesmo o Senhor Jesus nos adverte, dizendo que daremos contas no dia do juízo por toda a palavra ociosa que dissermos. Por isso todo o cuidado é pouco. Saibamos usar bem este maravilhoso dom que Deus nos deu.

Terceiro. Diz Tiago que a língua é um fogo, cujo fogo ele traz do inferno. Diz ele que um pequeno fogo destrói um grande bosque; e a língua um pequeno membro que incendeia o curso da natureza, Deus criou os homens para viverem em paz. E pergunta:
 “De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vem disto, a saber, dos vossos deleites, que em vossos membros guerreiam?” (Tiago 4:1).

 Maldizer o nosso semelhante é cometer um homicídio; porque a palavra tem o poder como foi citado acima. Vejam por ex: a televisão e o radio e ainda o computador, são instrumentos dados por Deus para promover o bem-estar do nosso semelhante, ou ainda de toda comunidade. Lamentavelmente estes instrumentos são usados muitas vezes para deturpar a verdade e estimular na prática do mal muito mais do que do bem. É o poder da palavra.

Quarto. A palavra vivifica. Exemplos: Jesus deu ordem e o defunto Lázaro saiu da sepultura. (João 11 43). O paralítico do tanque de Betesda, e o de Cafarnaum, ao ouvirem a palavra: “Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua casa” (João5: 8e9. Mt 9: 6e7).Uma boa palavra pode criar um bom animo; criar entusiasmo e glorificar a Deus, como diz Tiago, “Com ela bem dizemos a Deus, ou amaldiçoamos os homens; com ela nós damos uma nova vida à igreja, e promovemos o reino de Deus. Então distinto leitor de que modo você usa este dom que Deus lhe deu que é a língua ou a capacidade de pronunciar palavras? Você está contribuindo que na igreja haja muitas conversões, ou está barrando o crescimento dela? Está usando a sua língua para vivificar uma pessoa, ou para matá-la? Quanta responsabilidade! A sua palavra, é para vivificar ou matar? Use-a para dar vida pois o mundo precisa de vida.

TROPEÇANDO NAS PALAVRAS

Conforme Tiago, todos, principalmente os líderes, têm a responsabilidade e serão julgados com maior rigor por aquilo que falarem ou pregarem, mesmo sabendo que tropeçamos em muitas coisas; mas se alguém não tropeça em palavras, pode considerar-se perfeito sendo capaz de controlar todo corpo. Se é capaz de controlar todo corpo, a língua é membro do corpo a ser controlada.

AS PALAVRAS FEREM E MATAM

Não há nada mais penetrante do que as palavras ditas com intuito de machucar. Dependendo de como ela é aplicada ou da gravidade, pode até deixar um indivíduo psicologicamente arrasado. Elas são como espada ou flecha mortífera (Jr 9.8) na mão do valente, elas transpassam o coração. A língua é como veneno de cobra (Jó 20.16; Sl 140.3; Rm 3.13,14), é como um fogo que abrasa um bosque (Tg 3.5b); é como uma navalha afiada (Sl 52.2,4; 57.4; 64.3; Sl 73.9). 

Ela proclama mentiras e difamação (Gn 39.13,14,15; Pv 6.24; Sl 15.3; Sl 119.2; Pv 6.17; Jr 9.3,5,8); produz rosto irado e odeia a quem ela tem ferido (Pv 25.23; Pv 26.28), além de se gloriar das grandes coisas (Tg 3.5). Do açoite e lisonjas da língua somente Deus nos livra (Jó 5.21; Sl 31.20; Sl 120.2; Pv 6.24), e das imprecações (Sl 91.10 -12)Isa 54.17). A língua perversa será destruída(Pv 10.31).

CONTROLANDO A LINGUA

O controle da língua é imprescindível. Todos os membros do corpo podem ser dominados pelo homem, principalmente a língua (Tg 3.2), e quem não consegue controlá-la sofrerá as consequências. Ela serve de tropeço ao próprio homem (Sl 64.8; Sl 78.36; Isa 3.8; Os 7.16); e pode até levá-lo ao abismo (Pv 17.20). Assim não devemos ser precipitados no falar, mas, prontos para ouvir e tardios no falar (Ec 5.2; Tg 1.19).

A LINGUAS DO JUSTO

A língua do justo deve ser árvore de vida (Pv 15.4),  deve ser como a pena de um destro escritor (Sl 45.1),deve revelar sabedoria e conhecimento (Isa 50.4; Sl 15.2); ser como prata escolhida (Pv 10.20); produzindo saúde (Pv 12.18) e propagar as boas novas (Sl 35.28), e produzindo justiça e defendendo o direito dos pobres (Pv 31.8,9).



A Obediência no Falar

Na Bíblia, nossa língua é chamada de “mundo de iniqüidade... que contamina o corpo inteiro... Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus” (Tg 3.6,9).

Na Palavra de Deus encontramos diversas instruções e exortações em relação ao uso da língua. Por exemplo: “Desvia de ti a falsidade da boca e afasta de ti a perversidade dos lábios” (Pv 4.24). Uma tradução livre do texto seria: “Não permitas que tua boca fale qualquer inverdade; que teus lábios pronunciem difamação ou engano”. Tudo o que é inverdade, tudo o que torce a verdade e tudo o que engana é mentira. O mais difícil para nós realmente é obedecer com a língua, não é mesmo? Uma pesquisa entre jovens alemães a partir de 14 anos revelou que as pessoas engendram alguma mentira a cada oito minutos: “São aproximadamente 200 inverdades durante o dia” (Topic, 4/2002).

A Bíblia declara com muita propriedade: “a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero. Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim” (Tg 3.8-10).

Uma história ilustra todo o poder do que falamos ou deixamos de falar:

Um homem riquíssimo tinha convidado muitas pessoas para uma festa. Encarregou seu cozinheiro-chefe de comprar os melhores alimentos. Este foi ao mercado e comprou línguas – somente línguas e nada mais. Apresentou-as como primeiro prato, segundo prato, etc., servindo somente línguas aos hóspedes. Os convivas elogiaram a composição da refeição e a idéia original do cozinheiro. Mas, aos poucos começaram a ficar saturados de tanto comer línguas. O anfitrião se irritou e mandou chamar o cozinheiro: “Não mandei que você comprasse o que há de melhor no comércio?” Ele respondeu: “Existe algo melhor do que língua?

Ela é o vínculo na vida social, a chave para todas as ciências, o órgão que proclama a verdade e a razão. Graças ao poder da língua, edificam-se cidades e as pessoas se tornam letradas e cultas. “É verdade”, concordou o dono da casa. E mais uma vez encarregou o cozinheiro de preparar outro banquete para o dia seguinte, com a ressalva de comprar o que de pior houvesse na feira. Novamente este comprou línguas, somente línguas. Preparou-as das mais variadas maneiras para o banquete. Já que os convidados eram os mesmos, enojaram-se rapidamente do cardápio. O anfitrião sentiu-se ridicularizado e envergonhado, e gritou com seu chefe de cozinha: “Não mandei que você preparasse o que há de mais ruim? O que você está pensando? Por que serviu línguas outra vez?

Ele respondeu: “A língua também é o que há de pior no mundo, a mãe de todas as contendas e discórdias, a fonte de todos os processos judiciais, das diferenças de opinião e o instrumento que incita à guerra e à destruição. Ela é o órgão que propaga enganos e difamações. Pessoas são levadas ao mal, cidades são destruídas e vidas são aniquiladas pelo poder da língua”.

O perigo de uma língua sem freios

Uma língua que não está sob o domínio do Espírito Santo anula qualquer ministério espiritual: “Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã” (Tg 1.26). Como ilustração, vejamos mais um relato:

Um senhor idoso foi solicitado a conversar com um jovem de sua comunidade que havia roubado a seu chefe e estava na prisão. “Parece que eu o conheço de algum lugar”, disse o homem ao jovem, “você não me é estranho”. “Com certeza”, respondeu o prisioneiro, “já faz mais de dez anos, mas parece que foi ontem, pois lembro-me claramente de nosso encontro. O senhor é o culpado de eu me encontrar nesta prisão”. – “Mas como?”, surpreendeu-se o visitante. “Em toda a minha vida não lhe fiz mal algum!” – “Não propositalmente; mas certa vez eu vinha com meu pai de uma evangelização, quando encontramos o senhor no caminho.

Meu coração estava profundamente tocado pela pregação que ouvira e eu queria voltar para derramá-lo diante do evangelista. Mas aí ouvi o senhor ridicularizando o pregador, dizendo que ele era inculto e não sabia pregar direito. Essas palavras despertaram em mim um desprezo pela pregação que acabara de ouvir, e a partir de então parei de buscar a salvação de minha alma. Comecei a andar em más companhias e hoje estou aqui na prisão”.

Certa vez o Senhor Jesus disse que os homens prestarão contas de qualquer palavra frívola que tiverem falado (Mt 12.36). Portanto, tudo o que falamos fica registrado no céu.

Tudo é revelado na luz da glória de Deus

Quando o profeta Isaías viu a glória de Deus, ficou imediatamente consciente de seus lábios impuros: “No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! 

Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” (Is 6.1,5).

O rei Davi também sabia o mal que pode ser causado por palavras ditas impensadamente. Por isso, orou: “Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios. Não permitas que meu coração se incline para o mal...” (Sl 141.3-4).

A Bíblia Viva diz: “Ó Senhor, ajuda-me a tomar cuidado com o que falo; ajuda-me a não falar o que não te agrada. Não permitas que o meu coração seja atraído para o pecado...”
Por que alguém mente? Porque há falsidade em seu coração: “Vou descrever para vocês um homem vazio, inútil, um homem que não presta para nada. Suas palavras são mentirosas... Seu coração está cheio de maldade...” (Pv 6.12,14, A Bíblia Viva).

Áreas perigosas – onde devemos vigiar nossa língua

Existem três áreas potencialmente perigosas em relação ao nosso falar:

1. A mentira

No Antigo Testamento Deus já alertou: “Não furtareis, nem mentireis...” (Lv 19.11). E no Novo Testamento somos exortados: “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros” (Ef 4.25). Em outras palavras: ninguém pode passar por cima da mentira; ela é séria demais e sempre deve ser exposta à luz. Uma meia-verdade é uma mentira completa.

No Apocalipse há menção específica de que os mentirosos não entrarão no reino dos céus e acabarão no lago que arde com fogo e enxofre (Ap 21.8,27).

2. Calúnia e difamação

É muito fácil acabar com a reputação de alguém falando apenas algumas poucas palavras. É por essa razão que a calúnia e a difamação devem ser levadas muito a sério, pois fazem parte das piores atitudes nos relacionamentos humanos. Lemos no Salmo 15.1-4: “Quem, Senhor, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte? O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade; o que não difama com sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança injúria contra o seu vizinho; o que, a seus olhos, tem por desprezível ao réprobo, mas honra aos que temem ao Senhor; o que jura com dano próprio e não se retrata”.

3. Exagerar ou minimizar os fatos

Exageramos com facilidade quando se trata de nossas boas ações, mas quando contamos alguma coisa boa acerca de alguém, tendemos a diminuir suas qualidades. Foi o que levou o salmista a orar: “Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios. Não permitas que meu coração se incline para o mal, para a prática da perversidade na companhia de homens que são malfeitores...” (Sl 141.3-4).

Um menino disse a seu pai: “Papai! Papai! Eu vi um cachorro do tamanho de um elefante!” O pai retrucou: “Já avisei milhões de vezes que você iria apanhar se continuasse exagerando tanto!”

Exagero ou minimização devem ser equilibrados como os pratos das antigas balanças: o ponto certo é alcançado quando os ponteiros estão na mesma altura.

Confessando a culpa e recebendo perdão

Depois da conquista da cidade de Jericó, Acã tomou para si despojos proibidos, e todo o povo de Israel caiu em desgraça. Mais tarde esse pecado veio à luz, e mesmo que o culpado já tivesse sido revelado, Josué disse a Acã: “Filho meu, dá glória ao Senhor, Deus de Israel, e a ele rende louvores; e declara-me, agora, o que fizeste; não mo ocultes” (Js 7.19). Acã respondeu: “Verdadeiramente, pequei contra o Senhor, Deus de Israel, e fiz assim e assim” (v.20). Então, segundo a Lei, Acã teve de morrer.

Hoje ninguém é condenado à morte por ter mentido, caluniado, difamado, exagerado ou minimizado os fatos. A graça de Jesus está acima da Lei. Mas o pecado somente será perdoado quando for confessado: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça” (1 Jo 1.9).


O conceito da Bíblia.

Após uma conversa educada com uma mulher idosa que acabara de conhecer e sem saber que o microfone ainda estava ligado, o primeiro-ministro a chamou de intolerante e resmungou dizendo que sua equipe deveria tê-la impedido de se aproximar dele. O país inteiro ficou chocado com a descrição que ele fez da mulher. Com sua reputação manchada, o primeiro ministro perdeu a reeleição apenas oito dias depois.

Nenhum humano consegue controlar a língua com perfeição. (Tiago 3.2). Mesmo assim, o incidente mencionado acima mostra que é importante tomar cuidado com o que você fala. Sua reputação, sua carreira e até mesmo seus relacionamentos dependem disso.

Mas sabia que há mais coisas em jogo? Segundo a Bíblia, o que você diz revela o que você é por dentro. Jesus disse: “É da abundancia do coração que a boca fala. (Mt.12.34). Visto que suas palavras refletem os pensamentos e sentimentos que o tornam único, é importante que você analise com atenção o seu jeito de falar. Será que a Bíblia pode ajudar? Considere o seguinte.

Como melhorar suas conversas:

As palavras se originam de pensamentos. Se quiser melhorar o que diz, precisa melhorar o que pensa. Por em prática a Palavra de Deus pode influenciar seus pensamentos, que por sua vez influenciam o que diz. Veja como fazer isso.

Encha o coração com coisas boas:

A Bíblia descreve essas coisas boas ao dizer: “Todas as coisas que são verdadeiras, todas as que são de séria preocupação, todas as que são justas, todas as que são castas, todas as que são amáveis, todas as coisas de que se fala bem, toda virtude que há e toda coisa louvável que há, continuai a considerar tais coisas”. (Filipenses 4.8).

Seguir esse excelente conselho o ajudará a descartar pensamentos impróprios. Lembre-se que seus pensamentos, são alimentados e intensificados pelo que você vê e lê. Assim, para evitar pensamentos negativos e impuros, evite influências negativas. Isso significa ficar longe de diversão violenta e obscena. (Sl. 11.2; Efésio 5.3,4) Pense em coisas puras e positivas. A Bíblia pode ajudá-lo. Por exemplo, leia (Provérbios 4.20-27; Efésio 4.20-32; e Tiago 3.2-12). Seguir os princípios contidos nesses textos pode ajudar a melhorar suas conversas.

Pense bem antes de falar:

“Existe aquele que fala irrefletidamente como que com as estocadas (golpes) duma espada, mas a língua dos sábios é uma cura”, diz Provérbios 12.18.
Se você perceber que costuma “golpear” ou ferir, os sentimentos de outros, seria bom se esforçar para pensar antes de falar. Siga o excelente conselho de Provérbios 15.28; “O coração do justo medita a fim de responder, mas a boca dos iníquos borbulha com coisas más”.

O que dizemos afeta nossa reputação e nossos relacionamentos:
Estabeleça uma meta. Durante o próximo mês, esteja determinado a não dizer a primeira coisa que lhe vem a mente, principalmente quando for provocado. Pense nos textos citados neste artigo e faça um esforço de falar de modo sábio, amoroso e calmo. (Provérbios 15.1-4) Mas isso não é tudo.

Ore pedindo ajuda de Deus:

Um escritor bíblico orou: “As declarações de minha boca e a meditação de meu coração, tornem-se elas agradáveis diante de ti, ó Deus” (Sl. 19.14) Conte a Deus o seu desejo de usar a fala de um modo que Lhe agrade e torne sua companhia agradável para outros. Provérbios. 18.20,21 diz: “O que você diz pode salvar ou destruir uma vida; portanto, use bem as suas palavras.” – Bíblia da linguagem de Hoje.

Use a Palavra de Deus como espelho.

A Bíblia é como um espelho que podemos usar para nos examinar, (Tiago.1.23-35) Por exemplo, ao pensar nos três princípios bíblicos a seguir, pergunte-se: ‘Em geral, como estão minhas conversas e reputação?’ “Uma resposta, quando brada, faz subir a ira.” (Prov.15.1) Você fala de modo calmo e pacífico? “Não saia da vossa boca nenhuma palavra pervertida, mas a que for boa para a edificação, conforme a necessidade, para que confira aos ouvintes aquilo que é favorável”. (Efésios 4.29) Suas palavras edificam os outros?

“Vossa pronunciação seja sempre com graça, temperada com sal, para que saibais como responder a cada um”. (Colossenses 4.6) Você procura mesmo em situações difíceis, falar “com graça” e de um jeito mais fácil de ser aceito pelos outros?

Quando você se olha no espelho e corrige algo que não está bom, você fica mais apresentável e se sente mais confiante. Esses são os benefícios que você terá se melhorar sua fala por usar o espelho da Palavra de Deus.

Você já se perguntou?

O que suas conversas revelam? Lucas 6.45
Como você deve falar com os outros? Efésios 4.29 Colossenses 4.6
Como você pode melhorar o que diz? Salmo 19.14 Filipenses 4.8.
Despertai...




CONCLUSÃO

Devemos ter muito cuidado com o que falamos, pois seremos responsáveis pelo que pronunciarmos. Ás vezes as nossas palavras pesam mais do que as nossas atitudes ou maneira de agir. Se alguém cuida ser religioso e não refreia a sua língua, engana o seu coração, a sua religião é vã. (Tg 1.26). Davi expressa dizendo: Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem enganosamente (Sl 34.13). Devemos ter muito cuidado para que as nossas palavras não nos comprometam. Davi pede a Deus para ser preservado nos momentos de tentações dizendo: - “Põe, ó SENHOR, uma guarda à minha boca, guarda a porta dos meus lábios.” (Sl 141:3).


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA


estudosgospel.com.br


A LÍNGUA - BÊNÇÃO OU MALDIÇÃO?

TEXTO ÁUREO  “Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém ao tropeça em palavra, o tal varão é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo’’ (Tg 3.2).

VERDADE PRÁTICA = As palavras que proferimos podem ser bênção ou maldição, podem edificar ou destruir.


TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Tg 3.1-12

INTRODUÇÃO

Uma das grandes necessidades dos cristãos, hoje, está no cuidado que devem ter com aquilo que falam; pois, como diz o Talmude: “a língua do homem é como a abelha: tem mel e tem ferrão”. Através do ensino constante desta seção da Epístola de Tiago, o Espírito Santo quer nos ajudar a manter a nossa língua sob freios do temor do Senhor.

OS MALES CAUSADOS PELO USO DA LÍNGUA

Tiago ensina basicamente que as palavras que proferimos, tanto podem ser bênção como maldição; tanto podem contribuir para a edificação quanto para a destruição. Quanto a este assunto, dentre outras coisas, o apóstolo do Senhor nos ensina que:

1. Os mestres devem ter cuidado com as suas palavras (3.1). Textualmente diz Tiago: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo”. O ensinador das Escrituras é aquele que usa da Palavra de Deus para comunicar as verdades de Deus. Como tal deve ter dupla cautela: primeiro porque é mestre, e segundo porque está usando a palavra que pode levar à vida ou à morte.
Paulo sabia o que isto significava, quando escreveu: “... subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” (I Co 9.27).
Para o mestre da Igreja, já é prenúncio de juízo ele mesmo não viver aquilo que prega aos outros.

2. Todos tropeçam em muitas coisas (3.2). Estas “muitas coisas” aqui mencionadas pelo apóstolo incluem necessariamente o falar. Quem, sinceramente, não se lembra de uma ou mais ocasiões em que fez mau uso da língua para expressar ira, murmuração ou para prejudicar a reputação do seu semelhante?
Salomão encara esta questão com extremo realismo quando diz: “Tampouco apliques o teu coração a todas as palavras que se disserem, para que não venhas a ouvir que o teu servo te amaldiçoa. Porque o teu coração também já confessou muitas vezes que tu amaldiçoaste a outros” (Ec 7.21,22).
Por isso a advertência de Jesus deve sempre ressoar em nossos corações: “Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado” (Mt 12.37).

3. A língua é humanamente indomável (3.8). Tiago diz que se pode disciplinar o cavalo e guiá-lo com rédeas, bem como o navio se deixa navegar sob o comando dum pequeno leme, “mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal (v.8). Um cavalo sem rédeas pode tornar-se um destruidor, tal como um navio sem leme pode ser destruído ou causar a destruição de outros. Da mesma forma, a menos que o homem discipline o seu falar, a língua poderá torná-lo destrutivo e auto-destrutível.

4. Com a língua tanto se bendiz quanto se amaldiçoa (3.9). Como é possível que um mesmo instrumento tenha a capacidade de ser usado para fins tão opostos entre si?
A língua é capaz disto. Ela tanto bendiz ao Deus Criador como amaldiçoa o homem, feito à semelhança divina. Aturdido, em face de esta duplicidade no uso da língua, suplica o apóstolo do Senhor:  “Meus irmãos, não convém que isto se faça assim” (v.10). Que Deus nos guarde do mau uso da língua!


ILUSTRANDO O PODER DAS PALAVRAS

Não pode haver duplicidade na palavra do cristão. O dúplice pensar não deve fazer parte do estilo de vida do seguidor de Jesus Cristo. Procurando ilustrar o que isto significa, Tiago pergunta: “Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa? Meus irmãos podem também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce” (vv.11.12).  Atentemos, pois, para esta tríplice ilustração do poder das palavras, feita pelo apóstolo:

1. A fonte que jorra dois tipos de água. “Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?” (v.11). A resposta óbvia a esta pergunta é que uma mesma fonte não produz água doce e água amargosa.
Da mesma maneira, a língua do cristão, diferente da língua do ímpio, não pode produzir dois tipos de palavras, a de bênção e a de maldição. Cada fonte produz um tipo de água. Um é o falar do cristão. Outro é o falar do ímpio. O ideal divino para o cristão é que a sua palavra seja “temperada com o sal” do temor a Deus, para que saiba como convém responder a cada pessoa (Cl 4.6).

2. A árvore que produz frutos segundo a sua espécie. “Pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos?” (v.12). Por uma questão de sensatez todos hão de concordar que a figueira produz figos e não azeitonas, e que a videira produz uvas e não figos.
Isto é, cada árvore produz frutos segundo a sua espécie, de acordo com a sua natureza.
Através desta oportuna pergunta do apóstolo Tiago, o Espírito Santo dirige a nossa atenção no sentido de refletirmos no fato de que não deve haver duplicidade de frutos em nosso viver. Produza, então, o cristão o fruto que dele se espera.

3. A fonte que produz um só tipo de água. “Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce” (v.12). Se pudermos tomar a fonte que produz água salgada como tipo do homem não regenerado, então a fonte de água doce seria um tipo do homem convertido, do crente.
É desta fonte que o mundo precisa beber a água cristalina, que é a Palavra de Deus, ou seja, precisam ouvir boas palavras, palavras de consolo, de ajuda e de edificação.
Agora, se nos falta essa palavra de esperança de quem o mundo a ouvirá?

CONCLUSÃO

Após considerar as possibilidades do mau uso da língua e do tropeço no falar, diz Tiago: “Meus irmãos, não convém que isto se faça assim” (v.10). Então, o que deve fazer o cristão para exercer o governo sobre a sua língua? Entre outras coisas ele deve compreender que:

1. Deus quer que tenhamos linguagem sã. “Em tudo te dá, por exemplo, de boas obras... linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós” (Tt 2.7,8). O crente tem de possuir linguagem compatível com a sua vida de santidade.

2. Deus mesmo pode purificar a nossa língua. Após contemplar a glória da majestade divina e confessar a sua impureza de lábios Isaías viu que um serafim, enviado por Deus, chegou com uma brasa viva e com ela tocou nos seus lábios, dizendo:  “Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e purificado o teu pecado” (Is 6.1-7).  Nenhum homem pode dominar a sua língua a menos que a submeta à autoridade de Deus.

3. Deus quer que a nossa língua seja veículo de bênçãos. Diz o sábio Salomão que
“Há alguns cujas palavras são como pontas de espada, mas a língua dos sábios é saúde” (Pv 12.18). Eurípedes, um ilustre homem da antiguidade, disse: “O sábio tem duas línguas: uma para dizer a verdade; a outra, para dizer o que é oportuno”.
A Bíblia, no entanto, condena a língua dobre, e Jesus disse: “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna” (Mt 5.37) veja também Mt 12.33-37.


Lições bíblicas CPAD 1989



22 de outubro de 2013

LIDANDO DE FORMA CORRETA COM O DINHEIRO



LIDANDO DE FORMA CORRETA COM O DINHEIRO – Ev. José Costa Junior


CONSIDERAÇÕES INICIAIS

            O assunto desta lição diz respeito a como lidar de forma correta com o dinheiro dentro do contexto da sabedoria de DEUS para uma vida vitoriosa.
            É ensino claro da Palavra de Deus que toda a riqueza a ele pertence, enquanto nós somos simples despenseiros dela. Só Deus tem o direito de propriedade e o cristão somente o direito de posse, isto é, o direito de usar os bens materiais enquanto estiver neste mundo. O cristão verdadeiro reconhece que Deus é quem lhe dá forças para adquirir riquezas (Dt. 8:18).

            O homem trabalha certo número de horas por dia e recebe em troca certo número de reais. Esse dinheiro representa uma porção de sua energia física e mental, transformada em dinheiro, com o qual ele pode adquirir o necessário para o seu sustento. É o resultado do seu trabalho por determinado tempo, é parte da sua vida gasta numa certa atividade, que visa diretamente contribuir para o desenvolvimento da coletividade. Não exageramos, portanto, quando dizemos que o dinheiro é personalidade armazenada ou, por assim dizer, parte da vida transformada em moedas e papel.

            Não há muito tempo, faleceu um homem que legou à filha uma pequena fortuna. O advogado que cuidava dos interesses do pai da moça entregou-lhe uma carta, deixada em seu poder pelo falecido. Era o seguinte o seu teor: "Deixo-lhe uma quantia no banco e espero que seja suficiente para fazer face às suas despesas. Quero que pense nessa quantia não apenas como dinheiro, mas gostaria também que se lembrasse de que é parte de minha vida, dedicada ao seu bem-estar e à sua felicidade. Estão empregadas naquele dinheiro muitas das minhas melhores horas, horas de todos os dias, durante muitos anos. Está empregado também, nessa quantia, o meu cérebro, isto é, as melhores idéias que tive durante a minha vida de comerciante. Minha força física, minha energia e meu amor estão todos armazenados nesse dinheiro, que passa agora para o seu poder. Espero também que se lembre de que, ao usar o dinheiro que lhe estou legando, estará de fato usando a vida de seu pai. Peço-lhe, portanto, que não o desperdice, mas que o use como usaria meu tempo, meu esforço e meu amor. Alegro-me em lhe entregar, agora que não mais estou ao seu lado, parte da minha vida, para resguardá-la da necessidade e falar-lhe do meu amor."

            As vezes se interpreta equivocadamente as palavras de Jesus no sermão do monte: "Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam nem roubam; porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração (Mt 6:19-21). Aqui, o ponto para onde Jesus dirige nossa atenção é a durabilidade comparativa dos dois tesouros. Deveria ser fácil decidir qual dos dois ajuntar, ele dá a entender, porque tesouros sobre a terra são corruptíveis e, portanto, inseguros, enquanto que tesouros no céu são incorruptíveis e, conseqüentemente, seguros. Afinal, se nosso objetivo é ajuntar tesouros, presumivelmente nós nos concentraremos na espécie que vai durar mais e que pode ser armazenada sem depreciação ou deterioração.

            E importante enfrentar franca e honestamente a questão: o que Jesus estava proibindo, quando nos disse para não ajuntarmos tesouros para nós mesmos na terra? Talvez seja melhor começarmos com uma lista do que ele não estava (e não está) proibindo.
Primeiro, não há maldição alguma quanto às propriedades em si; as Escrituras não proíbem, em parte alguma, as propriedades particulares. Segundo, "economizar para dias piores" não foi proibido aos cristãos, nem fazer um seguro de vida, que é apenas uma espécie de economia compulsória auto-imposta. Pelo contrário, as Escrituras louvam a formiga (estudado na lição passada) que armazena no verão o alimento de que vai precisar no inverno, e declara que o crente que não faz provisão para a sua família é pior do que um incrédulo. Terceiro, não devemos desprezar mas, antes, desfrutar as boas coisas que o nosso Criador nos concedeu abundantemente. Portanto, nem as propriedades, nem a provisão para o futuro, nem o desfrutar dos dons de um Criador bondoso estão incluídos na proibição dos tesouros acumulados na terra.

            O que está, então? O que Jesus proíbe a seus discípulos é a acumulação egoísta de bens ("Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra"); uma vida extravagante e luxuosa, a dureza de coração que não deixa perceber as necessidades colossais das pessoas menos privilegiadas neste mundo; a fantasia tola de que a vida de uma pessoa consiste na abundância de suas propriedades; e o materialismo que acorrenta nossos corações à terra. O Sermão do Monte repetidas vezes refere-se ao "coração" e, aqui, Jesus declara que o nosso coração sempre segue o nosso tesouro, quer para baixo para a terra, quer parao alto para o céu. Resumindo, "acumular tesouros sobre a terra" não significa ser previdente (fazer ajuizadas provisões para o futuro), mas ganancioso (como o sovina que acumula e os materialistas que sempre querem mais). Esta é a armadilha contra a qual Jesus nos adverte aqui. "Sempre que o Evangelho é ensinado", escreveu Lutero, "e as pessoas procuram viver de acordo com ele, surgem duas terríveis pragas: os falsos pregadores, que corrompem o ensino, e, então, a Sra. Ganância, que impede um viver justo."

            O objetivo deste estudo é trazer algumas informações e textos, colhidos dentro da literatura evangélica, com a finalidade de ampliar a visão a respeito de como lidar de forma correta com o dinheiro dentro do contexto da “sabedoria de DEUS para uma vida vitoriosa”. Não há nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou de dogmatizá-lo, mas apenas trazer ao professor da EBD alguns elementos e ferramentas que poderão enriquecer sua aula.

O CUIDADO COM AS FIANÇAS, EMPRÉSTIMOS E LUCRO FÁCIL

            Nos dias antigos, a lei comercial de Israel era direta. O empréstimo era necessário somente em emergências particulares e, assim sendo, receber juros de um compatriota israelita era estritamente proibido (exemplo, Lv 25.36), e se uma peça de vestuário fosse recebida como fiança por um empréstimo, aquela deveria ser devolvida ao cair da noite para que servisse de cobertor (Ex 22.25-27). A ação descrita no livro “O Mercador de Veneza” de William Shakespeare (1564-1616), gira em torno, naturalmente, desse ou de um outro costume semelhante. Talvez um profundo exame lance mais luz sobre o que em realidade é envolvido aqui. De qualquer modo, em nosso livro a fiança é uniformemente condenada. Davison provavelmente tenha apontado para a raiz da objeção quando disse: "O uso do dinheiro é um índice do caráter... O jovem que participa de movimentos monetários como aqueles que são condenados no livro de provérbios, em primeiro lugar é moralmente fraco, e em segundo lugar é praticamente desonesto, e em terceiro lugar, provavelmente provocará muito sofrimento àqueles que mereciam melhor tratamento de suas mãos" (The Wisdom Literature of the Old Testament,  págs. 193 e segs.).

É digno de atenção que o livro de Provérbios se preocupa especialmente com transações de fiança que envolvam estrangeiros (comerciantes estrangeiros?); ver, por exemplo, Pv 6.1; Pv 11.15; Pv 20.16; Pv 27.13.  Se deste a tua mão ao estranho” se refere ao ato de ratificação a uma transação. O fiador, à semelhança do ímpio do vers. 22, cai na armadilha de sua própria insensatez. Nos versículos que se seguem ele é exortado a fazer todos os esforços para livrar-se, importunando, se necessário for, aquele perante quem ele se obrigara a livrá-lo da dívida.

             Um israelita não podia cobrar juros de um seu compatriota (Êx 22.25; Lv 25.36,37; Dt 23.19,20). Muitos deles praticaram a agiotagem, a despeito disso ser-lhes vedado pela lei mosaica, onde é condenada como desonesta e imoral (Pv 28.28; Ez 18.13; 22.12). Todavia, juros podiam ser legitimamente cobrados de estrangeiros que pedissem   empréstimos (Dt 23.20).  Sabemos que, nos dias do Novo Testamento, os juros cobrados sobre os empréstimos eram a regra econômica da época (Mt 25.27; Lc19.23; Josefo, Guerras 2.17). Supõe-se que, na sociedade hebreia, a lei contra a cobrança de juros de algum irmão (compatriota israelita) prevalecia de modo geral, embora com abusos ocasionais. Jesus não condenou a prática de cobrar juros; mas não demonstrou apreciação pela prática da usura (Mt 6.19-21). Há um Senhor mais alto a quem devemos servir (Mt 6.24). Mateus 5.25-26 mostra-nos que Jesus preferia atitudes amigáveis e hospitaleiras como fatores para ajudar na solução de problemas surgidos entre credores e devedores, em lugar de coerção legal. No entanto, todos os cristãos devem pagar impostos nos países onde vivem. Essa é uma dívida legal e apropriada, conforme Romanos 13.6 em diante.

            A usura está intimamente ligada à cobrança excessiva de juros e, por isso, constitui crime no Direito Penal brasileiro; aquele que pratica a usura é popularmente conhecido como agiota. Tal expressão se refere não somente ao particular, mas também às pessoas jurídicas que especulam indevidamente e ultrapassam o máximo da taxa de juros prevista legalmente, praticando crime contra o sistema financeiro nacional (Lei nº 7.492/86).

            Um artigo na revista “Ultimato” na web (http://www.ultimato.com.br/conteudo/corrupcao-aspectos-sociais-biblicos-e-teologicos) nos diz: A corrupção aflige a terra desde a Queda. Não é surpresa, portanto, que muitos a vejam como algo normal, inevitável; um mal necessário na condução dos negócios e a forma como o rico e o poderoso levam sempre vantagem sobre o pobre e o fraco. Porém as Escrituras deixam claro que a corrupção é uma injustiça e, mais do que isso, elas requerem um posicionamento contra a corrupção.                                              .                                                                                                                            
            O relato de corrupção, propina ou suborno mais conhecido da história está na Bíblia. Foram as 30 moedas de prata dadas pelos sacerdotes judeus a Judas Iscariotes para que ele os levassem até o Jardim do Getsemani, onde Jesus e os discípulos passavam a noite. Lá Judas mostrou a eles através do beijo da traição quem era Jesus. Judas era ganancioso e o dinheiro significava para ele, muito mais do que lealdade ou amor. Ele foi motivado por ganância e ganho pessoal. Quando ele se deu conta do mal feito e das consequências da sua traição, jogou as moedas no pátio do templo e cometeu suicídio (Mt 26 e 27; Mc 14; Lc 22). 
                                        .                                                                         
            Corrupção em forma de propina ou suborno é condenada ao longo de toda a Escritura Sagrada. Samuel foi o primeiro dos profetas do Antigo Testamento e um grande líder em Israel. Porém, mais tarde em sua vida, em sua casa, ele acusou os seus filhos de não andarem em seus caminhos. Foram avarentos, aceitaram subornos, torceram a lei (I Sm 8.3).

A distorção da justiça é uma das piores consequências do suborno porque permite que o rico explore o pobre. Na despedida que Samuel fez junto ao seu povo na coroação do rei Saul, ele perguntou: “…diga-me de quem recebi suborno e com ele encobri meus olhos, e eu vo-lo restituirei?” (I Sm 12.3). Ele teve uma vida exemplar e a multidão não hesitou em responder: “em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem recebeste coisa alguma da mão de ninguém” (I Sm 12.4).                                                                                                                                                          
            Davi, rei de Israel, fez uma pergunta retórica no Salmo 24: “Quem subirá ao monte do Senhor ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração. Que não entrega a sua alma à vaidade e nem jura enganosamente." No Salmo 26, porém, ele apresenta o homem que tem a mão direita cheia de subornos em contraste com o outro homem do Salmo 15.5 que “não empresta o seu dinheiro visando lucro e nem aceita suborno contra o inocente”.
            O profeta Isaías elogia “…aquele cuja mão não aceita suborno.” (Is 33.15). E o profeta Amós denuncia “vocês oprimem o justo, recebem suborno e impedem que se faça justiça ao pobre nos tribunais” (Am 5.12).

 O USO CORRETO DO DINHEIRO

            Os recursos financeiros têm como objetivo satisfazer nossas necessidades e proporcionar-nos alegria e prazer. João Calvino afirmou que a enorme variedade de cereais, verduras, frutas e demais ingredientes oferecidos para a nossa alimentação deixa claro que o Criador tinha em mente, além da nossa nutrição, o nosso prazer e satisfação. Isto se aplica também a todos os demais bens materiais.

            Parte dos nossos bens deve ser usada para ajudar o próximo. Quando entre ti houver algum pobre de teus irmãos, em alguma das tuas cidades, na tua terra que o Senhor teu Deus te dá, não endurecerás o teu coração, nem fecharás as tuas mãos a teu irmão pobre; antes lhe abrirás de todo a tua mão e lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade. Guarda-te, que não haja pensamento vil no teu coração, nem digas: Está próximo o sétimo ano, o ano da remissão, de sorte que os teus olhos sejam malignos para com teu irmão pobre, e não lhe dês nada; e ele clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado (Dt 15:7-9).

            Moisés ensinou aos filhos de Israel que tinham responsabilidade para com o irmão necessitado. Se a necessidade de um irmão chamasse a atenção de alguém e este lhe fechasse o coração e se recusasse a dar-lhe o de que necessitava, tal pessoa tinha um coração perverso- Esse indivíduo estava cego, e sua visão distorcida pela ganância. Admitia a necessidade, mas amava suas posses ao ponto de recusar contribuir para a necessidade do irmão. Moisés disse que tal atitude era prova de coração mau. O olho mau, da mesma maneira, revelava visão distorcida das coisas e refletia perversão moral.

            A mesma verdade é apresentada em Provérbios 23:6-7: "Não comas o pão daquele que tem olhos malignos, nem cobices os seus manjares gostosos. Porque, como imaginou na sua alma, assim é; ele te dirá: Come e bebe: mas o seu coração não estará contigo" (Ed. Rev. Cor.). Aqui Salomão falava do banquete de um homem rico. Se ele tiver olhos malignos, ressentir-se-á do alimento que você come e o coração dele será controlado pela amargura. Ele pode ter abundância, mas chora o que você come. Por isso Salomão disse: "Não comas o pão daquele que tem olhos malignos." O olho maligno falava de uma visão distorcida do valor das coisas.


            A mesma verdade se encontra em Provérbios 28:22: "Aquele que tem olhos invejosos corre atrás das riquezas, mas não sabe que há de vir sobre ele a penúria." Repetimos: o homem que se curva a qualquer esforço para acumular bens materiais tem olho mau, visão distorcida do valor e permanência da riqueza. Ele acha que reterá a riqueza para sempre e não percebe, como diz Paulo, que nada trouxe para este mundo, nem poderá levar dele coisa alguma. Ele toma o que é passageiro e lhe atribui valor eterno. Essa visão distorcida, disse Salomão, revela "olho mau".

            Desses textos do Antigo Testamento vemos que embora as palavras do Senhor nos pareçam estranhas porque não usamos as mesmas expressões idiomáticas, na mente dos seus ouvintes elas continham um conceito bem firmado. Nosso Senhor disse: "São os olhos a lâmpada do teu corpo." É o olho que traz luz de modo que o homem possa ver. É axiomático que onde não há luz não se pode ver. Nosso Senhor ensinou a lição moral e ética de que, se não houver luz vinda de Deus, não pode haver interpretação adequada do que tem verdadeiro valor. Até que a luz de Deus brilhe sobre algo, não conhecemos seu verdadeiro caráter.

            Ora, visto que esses judeus tinham uma opinião distorcida do valor dos bens materiais, nosso Senhor teve de dizer: "Se, porém, os teus olhos forem maus [como são, se tiverem uma opinião distorcida do valor dos bens materiais], todo o teu corpo estará em trevas" (6:23). Aquilo que os judeus julgavam ser bênção de Deus, Jesus disse que era prova de uma visão distorcida das trevas interiores.

            Os rabinos haviam ensinado que o meio de conservar a saúde da alma era dar generosamente. Ser avarento era distorcer a visão. Se alguém era avarento, o olho da alma estaria cego. Porém os fariseus ignoravam o ensinamento dos rabinos, e nosso Senhor disse que eles estavam em cegueira ou em trevas.

            Se a pessoa não tiver visão correta das coisas materiais, terá visão distorcida da vida como um todo. Se ela tem visão dupla concernente às coisas materiais, adotará um conjunto de alvos inteiramente falsos para a vida. Mais cedo ou  mais tarde a pessoa se sujeitará às coisas materiais, e elas a escravizarão. A ganância pelas coisas ou pelo dinheiro é um senhor muitíssimo implacável. Os desejos dos entes queridos; as necessidades dos parentes e amigos; as exigências do país, da honra, do conforto e até da própria saúde podem ser menosprezadas; o homem abandona tudo quando a aquisição de dinheiro se torna a obsessão da vida. A avareza é o senhor mais impiedoso do mundo. Jesus encareceu este ponto ao dizer que ninguém pode ser fiel a dois senhores ao mesmo tempo: "Ou há de aborrecer-se de um, e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas" (v. 24).

            "Riquezas" ou "Mamom" é uma personalização do principal rival de Deus ― dinheiro ou bens materiais. Nosso Senhor considerava a aquisição de riquezas como um alvo que leva o homem à mais abjeta escravidão, que o impede de desincumbir-se de sua responsabilidade de servo de Jesus Cristo. Pelo contrário, ele se escraviza ao dinheiro e não pode servir a ninguém mais, muito menos a Deus. Quando o homem é consumido pela paixão do acúmulo de bens materiais, não há lugar para outro amor. O Senhor não condenou a posse de riquezas. Ele condenou ser possuído por elas. Ele considerava o amor do dinheiro como brutal idolatria.



            Paulo escreveu: "Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno, e a avareza, que é idolatria" (Cl 3:5). Avareza é idolatria. Os filhos de Israel, no Antigo Testamento, menosprezaram a Deus que tinha o direito de governar sobre eles, por ter ele tirado o povo do Egito, e se submeteram aos deuses das nações entre as quais habitavam. Paulo disse que quando o homem ama ao dinheiro, igualmente rejeita o direito do Deus que o redimiu de governar sobre ele, e se submete a outro deus. Assim como Israel caiu em toda sorte de práticas abomináveis por seguir em pós de falsos deuses, assim, disse Paulo, o homem que faz do amor ao dinheiro a finalidade de sua vida encontrar-se-á cedendo a práticas abomináveis.

            A riqueza é vista, na Bíblia, como algo dado em confiança. Nunca é considerada como um fim, mas como um meio de atingir um fim. É vista como uma bênção de Deus, que, como tal, traz consigo responsabilidade. O que Deus confia ao homem não deve ser usado para desfrute egoísta, mas para benefício e bênção de outros. O homem não pode ser justo e avarento ao mesmo tempo, assim como não pode ser piedoso e ganancioso. O homem não pode, concomitantemente, amar a Deus e às coisas materiais. Não pode, ao mesmo tempo, ser servo fiel de Jesus Cristo e vender-se como escravo ao dinheiro.

            Nosso Senhor lidava não apenas com ações mas também com atitudes básicas para com a vida. Em realidade, ele formulava uma pergunta: "Para você, qual é o mais alto bem na vida?" Em nossa época, multidões teriam de confessar que medem a virtude pelas posses materiais acumuladas. Diz-se que o homem está realizado quando se enquadra numa alta faixa de impostos. Essa é uma revelação da visão distorcida que nosso Senhor disse mergulhar a alma toda em trevas morais. Essa passagem convida-nos a examinar bem as coisas às quais damos valor, e perguntar: "Se esses bens me fossem tomados repentinamente, qual seria minha riqueza?" Ouça de novo a Palavra do Senhor: "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um, e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro." Não podemos servir a Deus e ao principal rival de Deus, as coisas materiais. Que é, realmente, que importa na vida? O ouro ou a piedade?

            Não podemos esquecer, também, a nossa contribuição para a Igreja. Todas as instituições necessitam de recursos financeiros para cumprir sua tarefa. E a Igreja não é exceção. Ela necessita de dinheiro para construir e manter seus templos, para pagar o salário de seus funcionários e para executar seus projetos. Esse dinheiro não cai do céu. Ele vem da contribuição dos fiéis. Por isso, parte dos nossos bens deve ser dedicada à obra de Deus.
            Os bens materiais, honestamente adquiridos, são bênçãos que Deus nos concede. Eles devem ser usados para a nossa manutenção, conforto, alegria e prazer, bem como para ajudar o próximo e sustentar a Igreja e suas instituições. Usá-los como forma de auto-afirmação, de ostentação, ou como instrumento de dominação e opressão, é deturpar os fins para os quais eles nos foram dados.

CONCLUSÃO
           
            Uma música popular diz que "tem que pagar para nascer, tem que pagar para viver, tem que pagar para morrer". E é verdade. Tudo na vida tem um preço. Quando você recebe alguma coisa sem pagar, é porque alguém está pagando por você. Por isso o dinheiro é importante, mas não a coisa mais importante da vida.
            O dinheiro é um meio para chegar a um fim. Ele é um instrumento para adquirir coisas de que necessitamos. O dinheiro honestamente adquirido é bênção de Deus. Mas quando invertemos a ordem dos valores, quando abrimos mão de coisas mais importantes para nos apossar do dinheiro, ele se transforma em maldição. E no lar, quando o casal briga por causa de dinheiro - seja pelo excesso, seja pela escassez -, eles estão trocando o amor, a harmonia e a paz por bens materiais, estão trocando o essencial pelo secundário, o melhor pelo menos importante. Estão fazendo um péssimo negócio.
            Concluindo, espero em DEUS ter contribuído para despertar o seu desejo de aprofundar-se em tão difícil tema e ter lhe proporcionado oportunidade de agregar algum conhecimento sobre estes assuntos. Conseguindo, que a honra e glória seja dada ao SENHOR JESUS.





Ev. José Costa Junior