A Promessa de Um Coração Novo
TEXTO ÁUREO
“E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne.” (Ez 36.26)
Essa seção está entre as mais gloriosas passagens em toda a Escritura, que versam sobre a restauração de Israel ao Senhor e sua salvação nacional.
Essa salvação está descrita no v. 25, como uma purificação que eliminará o pecado. Essa eliminação era simbolizada nos ritos mosaicos de purificação (cf. Nm 19.17-19; Sl 119.9; ls 4.4; Zc 13.1).
Para uma visão do conceito da aspersão para purificação, veja Sl 51.7,10; Hb 9.13; 10.22.
Essa é a lavagem da qual Paulo escreveu em Ef 5.26 e Tt 3.5.
Em Jo 3.5, Jesus tinha em mente essa promessa. O que estava figurativamente descrito no v.25 é explicado de modo literal nos vs. 26-27.
A doação de um "coração novo" significa o novo nascimento, que é a regeneração produzida pelo Espírito Santo (cf. 11.18-20).
O "coração" representa toda a natureza. O "espírito" indica o poder que governa a mente e que direciona os pensamentos e a conduta.
Um "coração de pedra" é obstinado e rebelde. Um "coração de carne" é dócil e sensível.
A inclinação má será eliminada e substituída por uma nova natureza. Esse é o caráter na Nova aliança como em Jr. 31.31-34.
O Senhor também dará o seu "Espírito" aos judeus fiéis (cf. Ez 39.29; Is 44.3; 59.21; Jl 2.28-29; At 2.16ss.).
Quando Israel se tornar o verdadeiro povo de Deus (v. 28), a promessa de castigo de Os 1.9 será anulada.
Toda a natureza experimentará as bênçãos da salvação de Israel (vs. 29-30). Quando os judeus tiverem experimentado tamanha graça, eles se tornarão ainda mais inclinados ao arrependimento — um sinal da conversão verdadeira (v. 31), Ezequiel proclamou com profundidade as doutrinas da conversão e da vida espiritual, ele incluiu o perdão (v. 25), a regeneração (v. 26), a habitação interior do Espírito Santo (v. 27) e a obediência sensível à lei de Deus (v. 27).
Isso ludo foi claramente apresentado enquanto profetizava a conversão de Israel. Como nação, eles verdadeiramente conhecerão o seu Deus (v. 38), odiarão os seus pecados (vs. 31-32) e glorificarão o seu Salvador (v. 32).
VERDADE PRÁTICA
O salvo em Cristo Jesus tem um coração novo, voltado para a Palavra de Deus e disposto a fazer a sua vontade.
Entenda a Verdade Prática
No texto bíblico acima, Deus está prometendo um coração novo a Israel, coração de carne, em lugar do seu duro e impassível coração de pedra. É uma palavra que foi dada a esse povo, através do profeta Ezequiel.
Para o crente, isso implica em desejar as coisas de Deus. O abandono das coisas antigas pelas boas novas do Evangelho é uma consequência lógica, normal e espontânea da conversão (da mudança de rumo).
Apegamos-nos a novos valores, que são melhores que os "valores" da vida passada, da vida distante de Deus, da vida de pecado.
LEITURA BÍBLICA = Romanos 2:25-29 – Jeremias 31:31-34
Romanos 2.25-29
25. Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão.
Circuncisão. Veja Gn 17.11. Tem valor. Como um ato de obediência e um lembrete do relacionamento de aliança que eles tinham com Deus (veja Gn 17.9-14).
Incircuncisão. O relacionamento salvador com Deus de um judeu que transgride continuamente a lei de Deus não é diferente do relacionamento de um gentio incircunciso. O símbolo exterior nada vale sem a realidade interior.
26. Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura, a incircuncisão não será reputada como circuncisão?
Considerado como circuncisão. Deus considerará o gentio fiel de modo tão favorável quanto um judeu circuncidado e que crê.
27. E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará, porventura, a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei?
A obediência humilde de um gentio à lei serve como dura repreensão o um judeu que, apesar de suas grandes vantagens, vive em desobediência.
28. Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne.
Exteriormente. Refere-se aos descendentes físicos de Abraão que foram devidamente circuncidados (cf. 9.6; Mt 3.9).
29. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.
Porém judeu. Um verdadeiro filho de Deus. A verdadeira semente espiritual de Abraão. (Veja 4.1b; Gl 3.29).
Circuncisão, a que é do coração. O rito exterior só tem valor quando reflete a realidade interior de um coração separado do pecado para Deus. Cf. Dt 10.16; 30.6.
Espirito... Letra. A salvação é o resultado da atuação do Espírito de Deus no coração, e não, meramente, dos esforços exteriores para se conformará essa lei.
Jeremias 31:31-34
31. Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá.
Nova aliança, Em contraste com a aliança feita com Moisés, sob a qual Israel falhou, Deus prometeu uma nova aliança com uma dinâmica espiritual e divina pela qual todos os que o conhecerem participarão das bênçãos da salvação.
O cumprimento dela é tanto individual como também para Israel como nação (v. 36; Rm 11.16-27).
EIa é estabelecida 1) na estrutura do restabelecimento em sua própria terra (p. ex., caps. 30-33; vs. 38-40);
2) no tempo depois do dia da maior de todas as dificuldades (30.7).
Em princípio, essa aliança, que também foi anunciada por Jesus Cristo (Lc 22.20), começa a ser exercitada com os aspectos espirituais cumpridos pelos crentes judeus e gentios na era da igreja (1 Co 11.25; I Ib 8.7-13; 9.15; 10.14-1 7; 12.24; 13.20).
Ela já entrou cm vigor com “um remanescente segundo a eleição da graça" (Rm 11.5), e também será cumprida pelo povo de Israel nos últimos dias, incluindo o seu restabelecimento na sua terra natal, a Palestina (caps. 30—33). Os rios das alianças abraâmica, davídica e Nova se encontrarão no reinado milenar do Messias.
32. Não conforme o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, porquanto eles invalidaram o meu concerto, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor.
O pacto que fiz com seus pais – o pacto do Antigo Testamento, em contraste com o nosso pacto do evangelho (Hebreus 8:8-12; 10:16-17, onde essa profecia é citada para provar a revogação da lei pelo evangelho), das quais as características distintivas são a garantia, por meio de uma expiação adequada, do perdão dos pecados e do inworking da graça eficaz, assegurando a obediência permanente.
Uma seriedade disto é dada parcialmente na atual Igreja eclética ou eleita, reunida de judeus e gentios.
Mas a promessa aqui a Israel nos últimos dias é nacional e universal, e efetuada por um derramamento extraordinário do Espírito (Jeremias 31:33-34; Ezequiel 11:17-20),
Independente de qualquer mérito da sua parte. (Ezequiel 36:25-32; 37:1-28; 39:29; Joel 2:23-28; Zacarias 12:10; 2Coríntios 3:16). levou … por … mão – (Deuteronômio 1:31; Oséias 11:3).
Ainda que eu tenha me casado com eles – (compare Jeremias 3:14; Oséias 2:7-8).
Mas a Septuaginta, o siríaco e o são Paulo (Hebreus 8:9) traduzem: “Eu não os considerava”; e Gesenius, etc., justificam esta tradução do hebraico do árabe. Os hebreus não consideravam a Deus, por isso Deus não os considerava. [Fausset, aguardando revisão]
33. Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.
Darei minha lei em seu interior. Naturalmente, não o Pentateuco, mas os princípios dos quais as leis do Pentateuco eram a aplicação temporária. Não se nega aqui que havia, ou poderia haver, alguns sob a dispensação do Antigo Testamento que tinham a Lei Divina em seu coração (veja alguns dos salmos), mas falando do povo como um todo, deve ser dito que a Lei era uma imposição externa em vez de uma amiga do peito, uma regra mecânica em vez de um λόγος ἴμφυτος (Tiago 1:21).
34. E não ensinará alguém mais a seu próximo, nem alguém, a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior, diz o Senhor; porque perdoarei a sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.
Não ensinará mais ninguém a seu próximo. Traçamos nessa esperança para o futuro o profundo sentimento de fracasso que oprimiu a mente do profeta, como tem oprimido a mente de muitos verdadeiros mestres desde então.
Que bem tinha vindo de toda a engrenagem do ritual e do ensino que a Lei de Israel tinha proporcionado de forma tão abundante? Aquelas repetidas exortações por parte de profetas e pregadores de que os homens deveriam “conhecer o Senhor”, o que eles apresentaram senão a monotonia monótona como de uma velho sermão comido por minhocas?
Conhecê-lo, como de fato Ele é, exigia nada menos que uma revelação especial de Sua presença ao coração e ao espírito de cada homem, e essa revelação foi agora, para seu conforto, prometida para todos os que estavam dispostos a recebê-la como o dom especial do futuro próximo ou distante que se abriu a sua vista em sua visão de um Israel restaurado.
Aqui também as palavras de Jeremias ecoam as de um profeta mais antigo (Isaías 54,13), e encontram sua realização nas palavras de Cristo (Jo 6,45).
Porque perdoarei a maldade deles, e nunca mais me lembrarei mais de seus pecados. A segunda frase repete a promessa da primeira, de uma forma que é, talvez, a partir da necessidade do caso, segundo a maneira dos homens.
Nosso pensamento de Deus como o Todo Conhecedor exclui a ideia de qualquer limitação de Seu conhecimento, tais como as palavras “não me lembrarei mais” implicam. O que se quer dizer é que Ele será para aquele que se arrepende e O conhece como Ele realmente é, em Sua justiça e amor essenciais, como os homens são para os homens quando eles “esquecem e perdoam”.
Ele tratará as ofensas passadas, mesmo que suas consequências inevitáveis possam continuar, como se nunca tivessem sido, na medida em que afetam a comunhão da alma com Deus. Ele, na linguagem de outro profeta, “apagará” os pecados que ainda pertencem ao passado indelével e irrevogável (Isa. 43:25; Isa. 44:22).
INTRODUÇÃO
Os hebreus, tendo como base o texto de Levíticos 17 entendiam que o "coração" era a própria vida das pessoas e assim os escritores bíblicos o empregaram pelo todo, pelo indivíduo, o considerando a sede da vida intelectual e emotiva, como o símbolo do amor e de todas as emoções.
E, é dessa forma que até os dias atuais, poetas, compositores, amantes, e o povo em geral o consideram.
I. O CORAÇÃO NA PERSPECTIVA BÍBLICA
1. O coração na Bíblia. A maioria das citações bíblicas afirma ser o coração a sede das faculdades e da personalidade, é nele que nascem os pensamentos, sentimentos, palavras, decisões e ações, e só Deus o conhece profundamente, quaisquer que sejam as aparências.
O "coração" é o centro da consciência religiosa e da vida moral, é nele que o homem procura a Deus, o ouve, o serve, o louva e o ama.
Em Gênesis 8:21, o próprio Deus diz que os desígnios do "coração" são maus desde a sua infância;
O profeta Jeremias inspirado por Deus diz que o pecado dos judeus – consequentemente o nosso também – está escrito com estilete de ferro, gravado com ponta de diamante na tabuinha e nos altares do "coração".
O Senhor Jesus Cristo afirmou que as impurezas não estão nas coisas ingeridas pela boca, mas pelas palavras que dela sai procedente do "coração", - a boca fala aquilo que do qual o "coração" está saturado – ou seja, é no "coração" que reside as más intenções, assassínios, adultérios, prostituições, roubos, falsidades e difamações (Mt 15:15 a 20).
Deus ordenou ao profeta e sacerdote Ezequiel que dissesse aos judeus exilados na Babilônia: eu os purificarei de todas as imundícies, tirarei dos seus peitos o "coração" de pedra e no lugar colocarei um "coração" de carne; essa promessa também nos foi feita pelo Senhor Jesus Cristo mediante o seu sangue, o sangue da Nova Aliança, ou seja, pelo seu sangue purificou nosso "coração" e substituiu a pedra por carne.
Em oposição à visão dos escritores bíblicos, dos poetas, dos compositores, sabe-se que o "coração" é apenas o órgão responsável por bombear o sangue levando-o a todas as partes do corpo, um órgão desprovido de qualquer tipo de sentimento ou de emoção.
2. A circuncisão do coração. A circuncisão era um sinal de que Abraão já possuía fé e de que Deus já o havia declarado justo, mesmo antes de ele ser circuncidado.
Portanto, Abraão é o pai daqueles que têm fé mas não foram circuncidados. Eles são considerados justos por causa de sua fé (Rm 4.11).
Na Nova Aliança, com a vinda do Senhor Jesus Cristo, a circuncisão já não é uma exigência pactual. A circuncisão física da aliança com Abraão serviu apenas como um símbolo da aliança espiritual que o cristão tem com Cristo, pela fé. No início da Igreja houve muito debate sobre se os cristãos deviam ser circuncidados.
Alguns judeus que tinham se convertido ao cristianismo achavam que sim, mas outros achavam que não (Atos dos Apóstolos 15:1-2).
Os apóstolos discutiram o assunto e chegaram à conclusão que a circuncisão não era necessária. O sinal físico e íntimo no corpo do homem (judeu) era um sinal da comunhão que este e a sua casa tinham com o soberano Senhor.
Do mesmo modo, em Jesus Cristo, todos (judeus e não judeus) podemos ter uma comunhão íntima e verdadeira com Deus. Pela fé, recebemos o selo do Espírito Santo em nosso coração, que é a confirmação da nossa aliança com Deus. “Portanto, circuncidem o coração de vocês e deixem de ser teimosos” (Dt 10.16).
A circuncisão do coração é a circuncisão espiritual dos fiéis ao Senhor. Essa circuncisão é feita por meio da fé no coração daqueles que confiam e obedecem ao Senhor. Tanto na Antiga quanto na Nova Aliança ela é a mostra verdadeira do amor e compromisso dos filhos de Deus.
A Bíblia explica que o mais importante é a “circuncisão do coração”. Deus se preocupa com o interior, não com cerimônias exteriores. Quem tem o coração marcado pela presença de Jesus Cristo faz parte da Nova Aliança e é verdadeiramente circunciso (Fp 3.3).
A aparência exterior não afeta o interior, mas o interior afeta a vida toda. Por isso o cristão não precisa nem deve se circuncidar exteriormente. Mas marcar o seu coração com a presença de Cristo (Cl 2.11).
3. Um coração novo. Um coração de carne é conhecido por sua sensibilidade acerca do pecado. Tolerar pensamentos impuros ou permitir que uns desejos pecaminosos permaneçam em nós por um momento que seja, é suficiente para que um coração de carne se aflija diante do Senhor.
O coração de pedra chama uma grande iniquidade de “é assim mesmo, ou, fazer o que né!?”, mas o coração de carne é sensível a sermos um culto racional diante de Deus.
O coração de carne tem consideração pela vontade de Deus, logo o coração de pedra tem como base a vontade humana (que é tendenciosa ao pecado) é uma grande fanfarrona, e é difícil sujeitá-la à vontade de Deus, mas quando o coração de carne é concedido, a vontade humana treme como folha de álamo como qualquer sopro do céu e curva-se como o salgueiro como qualquer brisa do Espirito de Deus.
A vontade natural do homem (que é tendenciosa ao pecado) é como se fosse um metal frio e endurecido ao tentar moldar esse tipo de aço, o mesmo pode entrar no grau de plasticidade severa levando a peça a ruptura, logo esse coração não se deixa forjar pela mão do Criador.
Logo o coração de carne é a vontade renovada, se parece como metal fundido, que rapidamente é moldada pela forja da graça de Deus, coração de carne é moldável nas mãos de Deus.
Quando eu tinha um coração de pedra, eu era mais egoísta, mais orgulhoso, mais arrogante, ainda continuo sendo tudo isso citado (em escala menor), porém lutando contra as minhas vontades carnais, tentando ser um filho melhor, tentando ser um marido melhor, tentando ser um pai melhor, e tentando ser um servo desse maravilhoso Deus.
Isso só é possível porque o Senhor colocou em mim esse coração de carne! O coração duro de pedra não ama o redentor (Cristo), mas o coração renovado arde de amor pelo redentor.
O coração duro é egoísta e interpela friamente: por que deveria eu me preocupar com o pecado? Porque deveria eu amar o Senhor? Mas o coração de carne diz: O senhor sabe que eu o amo, ajuda-me Senhor, a amar-te ainda mais, me ajuda a combater esse pecado, tenha misericórdia de mim!
Muitos são os privilégios desse coração renovado: Aqui habita o Espirito, aqui Jesus repousa. Ele é adequado para receber qualquer benção espiritual e todas as bênçãos vêm até ele. Está preparado para ceder todo fruto celestial a honra de Deus e seu Louvor, e, portanto, nele o Senhor se deleita.
Um coração sensível é a melhor defesa contra o pecado e a melhor preparação para o céu. Um coração renovado coloca-se em sua torre de vigia, esperando a vinda do senhor Jesus. Qual seria o tipo do seu coração, carne (moldado pelo Senhor) ou pedra (controlado pelas vontades humanas)?
II. O CORAÇÃO DE QUEM ESTÁ EM DEUS
1. Um coração inclinado a Deus. A palavra “regenerado” significa “Dar nova vida”, “Revivificar”, “Gerar ou produzir novamente”.
É precisamente isso que Deus faz com o coração daqueles que se rendem aos pés do Senhor Jesus. Nada é mais urgente para o pecador do que ter o seu coração regenerado por Deus.
No livro de Jó 1.1, diz: “Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal”.
Aqui há um exemplo de um homem cujo coração foi regenerado por Deus.
No verso acima encontramos algumas das características de Jó: “Integridade”, “Retidão”, “se desviava do mal”.
No mundo corrompido pelo pecado, não podemos evitar de conviver com o mal, com a perversidade e a com a crueldade.
Mas podemos evitar de agir como os homens maus e perversos.
Jó era esse tipo de cristão. Por onde andava, ao deparar-se com o mal, sua atitude era de desviar-se. Esse é um dos efeitos da regeneração no coração transformado, ou seja, a consciência de que vivemos diante de Deus.
2. Um coração consciente. “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23).
“Guarda o teu coração” significa que você deve tomar cuidado com seus pensamentos, desejos e emoções.
Tudo de bom ou de ruim que você faz começa no coração. Por isso, é muito importante cuidar do coração.
Precisamos guardar o coração porque nossa vida depende dele.
Assim como nossa vida física depende de ter o coração saudável, nossa vida espiritual depende de nossos pensamentos, desejos e emoções.
Guardar o coração não significa se isolar nem reprimir tudo que você sente. Nosso coração não é uma prisão, onde ninguém pode entrar nem sair!
Guardar o coração significa filtrar tudo que acontece com seu coração, escolhendo as melhores influências e atitudes, de acordo com a vontade de Deus.
3. Deus vê o coração. As pessoas tendem a julgar o caráter e o valor dos outros apenas pelas aparências externas. Se uma pessoa é alta, bonita, em forma e bem vestida, então ela possui qualidades físicas que os humanos geralmente admiram e respeitam.
Frequentemente, essas são as qualidades físicas que buscamos em um líder.
Entretanto, Deus tem a capacidade única de ver dentro de uma pessoa.
Deus conhece o nosso verdadeiro caráter porque Ele "vê o coração". Em 1 Samuel 16, tinha chegado a hora de Samuel ir à casa de Jessé, em Belém, para ungir o próximo rei de Israel.
Quando Samuel viu o filho mais velho de Jessé, Eliabe, Samuel ficou impressionado com o que viu. "Certamente está diante do Senhor o seu ungido", disse o profeta (versículo 6).
Não obstante, Deus disse a Samuel: "Não olhe para a sua aparência nem para a sua altura, porque eu o rejeitei.
Porque o Senhor não vê como o ser humano vê. O ser humano vê o exterior, porém o Senhor vê o coração" (1 Samuel 16:7).
Saul, o primeiro rei de Israel, era alto e bonito. Samuel provavelmente estava procurando alguém como Saul, e a aparência de Eliabe foi bastante impressionante.
Mas Deus tinha um homem diferente em mente para ungir como o próximo rei de Israel. O Senhor já havia revelado a Samuel que buscava um homem segundo o Seu próprio coração (1 Samuel 13:14).
Samuel olhou para todos os sete filhos mais velhos de Jessé, mas o Senhor rejeitou-os todos como a Sua escolha para rei.
Deus estava procurando alguém que tivesse um coração fiel.
Davi, o filho mais novo de Jessé, a quem nem se preocuparam em chamar, estava cuidando das ovelhas.
Depois que Samuel rejeitara os outros filhos, finalmente chamaram Davi e o Senhor disse: "Este é ele" (1 Samuel 16:12).
Davi foi a escolha de Deus — imperfeito, mas fiel, um homem segundo o coração de Deus.
Embora a Bíblia diga que era bonito (versículo 12), Davi não era uma figura impressionante. Mas Davi havia desenvolvido um coração segundo Deus.
Em seu tempo sozinho nos campos, pastoreando os rebanhos, Davi passou a conhecer a Deus como o seu Pastor (ver Salmo 23).
As aparências podem enganar. A aparência externa não revela como as pessoas são. A aparência física não mostra o valor, o caráter, a integridade ou a fidelidade de uma pessoa a Deus.
As qualidades externas são, por definição, superficiais.
As considerações morais e espirituais são muito mais importantes para Deus. Deus vê o coração.
O coração nas Escrituras é a vida moral e espiritual no interior de uma pessoa. Provérbios 4:23 explica que tudo o que fazemos flui de nossos corações.
O coração é o núcleo, a essência interior de quem somos: "A pessoa boa tira o bem do bom tesouro do coração, e a pessoa má tira o mal do mau tesouro; porque a boca fala do que está cheio o coração" (Lucas 6:45).
Para todos que o viram, Judas Iscariotes parecia um discípulo fiel, mas a sua aparência era enganadora.
Os outros discípulos não tinham a menor ideia do que estava acontecendo dentro de Judas.
Jesus era o único que conhecia o coração de Judas: "Não é fato que eu escolhi vocês, os doze? Mas um de vocês é um diabo" (João 6:70).
A perspectiva de Deus é mais alta, mais profunda e mais sábia que a nossa (Isaías 55:8–9).
Segunda Crônicas 16:9 diz que os olhos de Deus estão continuamente passando por toda a terra para dar força àqueles cujo coração é totalmente dele.
Deus pode examinar os nossos corações, examinar as nossas motivações e saber tudo o que há para saber sobre nós (Salmo 139:1).
Deus sabe se uma pessoa será fiel.
Deus vê o que as pessoas não podem ver. O Rei Davi estava longe de ser perfeito. Ele cometeu adultério e assassinato (2 Samuel 11).
Mesmo assim, Deus viu em Davi um homem de profunda e permanente fé, totalmente comprometido com o Senhor.
Deus viu um homem que dependeria do Senhor para obter força e orientação (1 Samuel 17:45, 47; 23:2).
Deus viu um homem que reconheceria o seu pecado e fracasso e que se arrependeria e pediria perdão ao Senhor (2 Samuel 12; Salmo 51).
Deus viu em Davi um homem que amava o seu Senhor; um homem que adorava o seu Senhor com todo o seu ser (2 Samuel 6:14);
Um homem que havia experimentado a limpeza e o perdão de Deus (Salmo 51)
E passou a entender as profundezas do amor de Deus por ele (Salmo 13:5–6).
Deus viu um homem com um relacionamento sincero e pessoal com o seu Criador. Quando Deus olhou para o coração de Davi, Ele viu um homem segundo o Seu próprio coração (Atos 13:22).
Como Samuel, não podemos ver o que o Senhor vê, e devemos confiar nEle para obter sabedoria. E podemos confiar que, quando Deus olha para os nossos corações, Ele vê a nossa fidelidade, o nosso verdadeiro caráter e o nosso valor como indivíduos.
III. PROMESSAS PARA O CORAÇÃO
1. Um coração feliz. Provérbios 17.22, nos conta que um coração alegre paga dividendos, é tão atual quanto a terapia psicossomática (cf. 3.8; 12.25). Estar alegre é estar preparado para receber a outros com uma bem-vinda, uma palavra de fôlego, um entusiasmo pela tarefa entre mãos e uma perspectiva positiva para o futuro. Tais pessoas se recebem como medicina que alivia a dor. A relação da mente para a saúde do corpo é algo descoberto há muito tempo. Moffatt interpreta este versículo: "O coração alegre ajuda e cura.
2. Um coração cheio de amor. "Amor" é o capeamento de todos os blocos construtivos do edifício moral. É o princípio ético fundamental e a suma de toda a lei moral (Rm 13:10; Gl 5:14). O amor é considerado o vínculo da perfeição ou a "cinta" que prende a "roupa" que acabou de ser "vestida". As graças e os crentes são unidos pelo amor (agape, "amor divino"), que é dado com o Cristo que neles habita. Está a "perfeição cristã" devidamente chamada.
Assim uma justiça minuciosa, que contempla uma reconciliação que é mundial em seu campo de ação potencial, acompanha a reconciliação divino-humana.
A relação horizontal tem de combinar com a relação vertical. Cristo, que habita no crente, lhe dá sua mente e espírito em todas as coisas. O "velho homem" de ódio e inimizade está morto.
O amor que mantém a igreja unida e ligada ao seu Cristo é primariamente direcionado para a "família" dos santos (Rm 12:13; Gl 6:10), quer dizer, àqueles que são da comunhão cristã. Aí, então, o amor tem de ser direcionado "para com os que estão de fora" (4.5)," isto é, o mundo dos incrédulos, a fim de atraí-los para o círculo dos "eleitos".
3. O penhor do Espírito no coração. O Espírito é também chamado de penhor da nossa salvação (2 Co 1.22; 5.5; Ef 1.14) – indicando assim, o “primeiro pagamento”, “depósito”, o “sinal” de compra com o compromisso solene de efetivar a transação. O Espírito é o sinal e penhor daquilo que teremos no futuro. Ele é a demonstração divina de Sua intenção e promessa. O Espírito é o adiantamento da compra já efetivada e que não será desfeita. Deus é fiel; Ele preserva e cumpre a Sua promessa. Este símbolo permanece até a consecução de toda a transação: “Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção” (Ef 4.30).
O Espírito é a garantia de que os eleitos o são para sempre; ninguém poderá, em tempo algum, sob nenhuma circunstância, nos arrancar das mãos de Deus. A nossa segurança, portanto, repousa em Deus, não em nós mesmos.
O Espírito Santo é o selo de Deus sobre o Seu povo, a Sua reivindicação sobre nós como pertencentes a Ele. A palavra grega traduzida como "garantia" nestas passagens é arrhabōn que significa "penhor, entrada", isto é, parte do dinheiro de compra ou de propriedade dada antecipadamente como garantia para o resto.
O dom do Espírito para os crentes é um sinal da nossa herança celestial que Cristo nos prometeu e garantiu na cruz. É porque o Espírito nos selou que temos a certeza da nossa salvação. Ninguém pode quebrar o selo de Deus.
CONCLUSÃO
Devemos estar atentos aos olhos perscrutadores de Deus. Muitos não entendem, às vezes, o que há de errado com suas vidas, quando julgam ser sinceras diante de Deus; elas julgam terem atitudes honestas, dignas de um cristão saudável.
Seria a chamada “vida politicamente correta”, uma rotina cristã recheada de práticas (talvez diria, honestas). Entretanto, nós esquecemos do elevado padrão de justiça de Deus e de Sua onisciência. Deus, de fato, se preocupa com nosso íntimo, o nosso coração. Porque, na verdade, nós somos o que somos no íntimo.
São nossas intenções que são julgadas por Ele. Sonde seu coração agora mesmo. Peça para Deus julgá-lo. Vigie seus sentimentos e intenções. Tenha cuidado para não ofender a Deus. Ao invés disso, tenha um coração grato, crente e cheio de louvores ao Senhor!
Boa aula