13 de fevereiro de 2009

EXPERIMENTANDO A VITÓRIA À MANEIRA DE DEUS

EXPERIMENTANDO A VITÓRIA À MANEIRA DE DEUS

Texto Bíblico = Josué 8:1-29

Há um mistério divino que jamais conseguirei compreender, pelo menos enquanto viver aqui na terra. No entanto, sei que é uma verdade. Deus pode transformar os frutos da fraqueza humana em nosso próprio bem se lhe dermos liberdade de ação (Rm 8:28).

Com demasiada freqüência vejo isto ocorrer em minha vida.
Algumas das maiores lições que já aprendi resultaram dos meus próprios erros, ou dos erros de outras pessoas, que afetaram minha vida.
Veremos esta verdade ilustrada neste capítulo. Deus aproveitou-se dos frutos do pecado de Israel e usou-os para dar-lhes a vitória sobre Ai.

TRAGÉDIA EM ISRAEL

A derrota humilhante de Israel, diante dos habitantes de Ai, e os trágicos eventos envolvendo a casa de Acã deixaram Josué temeroso e desanimado. A ordem para executar Acã e sua família deve ter sido terrivelmente difícil, e além disso Josué estava cercado por milhares de israelitas desanimados e frustrados. A tristeza e o desespero pairavam sobre todo o Israel.

Tudo aconteceu muito rápido

Desde que o Senhor falou com Josué depois da morte de Moisés, assegurando-lhe sua bênção sobre ele como novo líder de Israel, Josué respondera com coragem e força interior. Creu e confiou na palavra de Deus. Seus temores se dissiparam e sua fé se fortaleceu. Guiou triunfalmente os filhos de Israel através do Jordão. Com ousadia, liderou a campanha contra Jericó, sabendo que a vitória era certa.
Subitamente, porém, no espaço de poucas horas, Josué viu-se experimentando velhas frustrações e ansiedades. Sua fé triunfante transformou-se em medo paralisante. Sentiu-se derrotado e sem esperança. Não via saída para a situação.

Não te desampararei”

Apesar da nuvem escura de tristeza que oprimia a alma de Josué e que pairava sobre todo o Israel, Deus não havia abandonado seu servo ou seu povo (Js 1:5). Ele não faria isso e nem poderia! Tinha prometido dar-lhes aquela terra, desde que lhe obedecessem. Josué obedeceu às suas ordens concernentes a Acã e por isso “o Senhor apagou o furor da sua ira” (Js 7: 26). Imediatamente o Senhor tomou providências para garantir que estava com ele e que o ajudaria a liderar Israel em novas vitórias.

Voltando aos velhos caminhos

Embora Josué não fosse responsável pelo pecado que causou a derrota de Israel, não estava isento de culpa, devido à forma como conduziu o ataque contra Ai.
Tomou a situação em suas próprias mãos, em vez de consultar ao Senhor e receber direção específica (v. 2). Além disso, sua reação diante da derrota não refletiu o homem de Deus maduro que era. Num momento de fraqueza, ele voltou aos velhos caminhos.

CERTEZA! = Depois de tratar da causa fundamental dos problemas (veja os vv. 10,11), Deus rapidamente garantiu a Josué que não tinha abandonado a nação:

Disse o Senhor a Josué: Não temas, não te atemorizes; toma contigo toda a gente de guerra, e dispõe-te, e sobe a Ai; olha que entreguei nas tuas mãos o rei de Ai, e o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra. Farás a Ai e a seu rei como fizeste a Jericó e a seu rei. Josué 8:1,2a

Com esta revelação direta e bem detalhada, Deus estava ajudando Josué a superar seu profundo senso de insegurança. Deu-lhe uma garantia de vitória!

Reiteração = Note também que as palavras de encorajamento de Deus a Josué “não temas, não te atemorizes” foram as mesmas proferidas por Moisés anos antes, diante do povo em Cades-Barnéia, antes de enviar os doze homens para espiar a terra de Canaã (Dt 1:21). Também foram as mesmas palavras que Moisés disse a Josué 40 anos mais tarde, quando entregou em suas mãos a liderança da nação, depois da experiência no deserto (31:8). Neste momento da vida de Josué, depois de uma derrota humilhante, Deus o lembrou de sua promessa.

Embora fosse grave, o pecado de Acã não significava que o Senhor tinha abandonado Israel. Nem tampouco a reação imatura de Josué significava que Deus não continuaria a usá-lo como seu líder escolhido.

Este fato é um conforto para todos nós! Deus não retira permanentemente sua bênção quando nós o decepcionamos. Pelo contrário, ele nos disciplina com amor e nos ajuda a voltarmos para o centro de sua vontade. Também é um consolo saber que não somos totalmente responsáveis pelos fracassos de outrem, quando estamos na liderança. Pessoalmente, posso me identificar com Josué. Como líder, muitas vezes me culpo pelo fracasso dos outros. Embora eu seja responsável pelos meus erros (mas a responsabilidade termina aqui), preciso da garantia que não terei de assumir toda a culpa.

Estratégia diferente com o mesmo resultado

Para enfatizar ainda mais este ponto, o Senhor disse aJosué que Israel capturaria Ai da mesma forma que capturou Jericó. A estratégia seria diferente, mas o resultado seria o mesmo. Israel teria a vitória.

Havia outra diferença. Quando capturaram Jericó, tudo na cidade foi colocado sob maldição. Em Ai, porém, o Senhor disse que poderiam tomar posse do espólio da conquista (Js 8:2).

Uma lição para todos nós = Que ironia! Se Acã tivesse esperado, resistindo à ganância e ao egoísmo, poderia ter tudo aquilo que queria e precisava.

Lamentavelmente, ele se antecipou a Deus, assumiu o controle da situação, violou as ordens divinas e trouxe castigo sobre si e toda sua família.

UM PLANO ESTRATÉGICO = Depois de garantir a Josué que não abandonara Israel, o Senhor lhe disse como devia capturar Ai. Deviam fazer “emboscadas à cidade, por detrás dela” (8:2b)
Nos versículos 2 a 17, surgem alguns problemas singulares concernentes aos detalhes específicos da estratégia. Entretanto, a seqiiência que apresentamos abaixo parece ser a explicação mais consistente, embora haja outras opiniões entre os estudiosos do Antigo Testamento.

Uma unidade “comando” = Josué selecionou “trinta mil homens valentes e os enviou de noite” para se posicionarem atrás da cidade de Ai (pelo lado ocidental). Estes homens compunham uma unidade tipo “comando”, incumbida de entrar na cidade e incendiá-la (vv. 3,4)

Tropas de retaguarda = Atrás deste primeiro contingente havia outro grupo de emboscada, composto de cinco mil homens (v. 12). Quando Josué desse o sinal combinado, eles deviam seguir os trinta comandos dentro da cidade como uma força de retaguarda, dando apoio à emboscada (v. 13).

Iscas = Como parte do plano de ataque, Josué empregou uma tática de engodo. Ele e vários outros homens subiram na direção de Ai, usando a mesma rota do grupo que fora derrotado anteriormente. Passaram a noite acampados no vale diante da cidade, bem à vista dos inimigos.

Funcionou = Quando o rei de Ai viu o grupo de Josué no vale, ordenou que seu exército atacasse os israelitas como tinham feito antes. Desde que não sabia que havia soldados esperando atrás da cidade, não deixou nenhuma tropa na retaguarda (v. 14).

O plano funcionou perfeitamente. Josué e seus homens “se houveram como feridos diante deles e fugiram pelo caminho do deserto”. Os homens de Ai saíram em sua perseguição, deixando a cidade desguarnecida (vv. 15-17). No momento certo, Josué fez sinal para que fosse iniciado o ataque pela retaguarda (v. 18) . Ergueu sua lança e o sinal foi sendo retransmitido, até chegar aos soldados atrás da cidade.
Eles atacaram! Entraram em Ai sem encontrar resistência; “apressaram-se e nela puseram fogo” (v. 19).

Apanhados de surpresa

Imagine a expressão no rosto dos soldados de Ai! O medo se abateu em seus corações! Quando olharam para trás, viram nuvens de fumaça subindo ao céu. Toda a cidade estava em chamas. Antes que pudessem se recuperar da surpresa, Josué e seus homens voltaram e atacaram. Os cinco mil homens que entraram na cidade por trás também saíram da cidade e atacaram os soldados de Ai pela retaguarda. Conseqüentemente, o inimigo “ficou no meio de Israel” e foi totalmente destruído (v. 22).

Cai o juízo = Ao derrotar o exército de Ai, Israel trouxe o juízo divino sobre toda a população, como acontecera em Jericó. A Bíblia diz que “os que caíram aquele dia, tanto homens como mulheres, foram doze mil, todos os moradores de Ai” (v. 25).
O rei, porém, foi preso e levado a Josué. Posteriormente foi executado e enterrado na entrada da cidade, debaixo de um monte de pedras (vv. 23, 29).
Ai fora conquistada! Novamente Deus provou sua fidelidade a Israel. Não somente tinham derrotado o inimigo, como também receberam uma recompensa. Tiveram permissão de saquear “o gado e os despojos daquela cidade” (v. 27).

TORNANDOSE UM HOMEM DE DEUS HOJE

Existem pelo menos três lições claras e bem práticas emergindo desta história:

1: Deus jamais abandona seus filhos, não importa o quanto estes o tenham abandonado.

Embora Israel tivesse violado as leis de Deus, e apesar de Josué ter inicialmente reagido de forma imatura à disciplina, o Senhor não os abandonou, como imaginaram. É verdade que posteriormente ele castigou Israel pela desobediência obstinada, espalhando-o pelas extremidades da terra (Dt 28: 64). Entretanto, também é verdade que, no final, Deus cumprirá suas promessas a Israel, a despeito de todos os fracassos do povo. Ele os reunirá dos confins da terra e os levará de volta à terra que deu como herança a seus pais (30:45).

“Eis que estou convosco todos os dias”

A promessa de Deus de estar com seus filhos é ainda profunda no Novo Testamento. Lemos em Hebreus 13:5: “De maneira alguma, te deixarei, nunca jamais te abandonarei”. Quando o Senhor pronunciou a Grande Comissão aos seus seguidores, prometeu: “Eis que estou convosco todos os dias, até à consumação do século” (Mt 28:20).

Se Deus é por nós, quem será contra nós?”

O apóstolo Paulo cria nesta verdade e a ensinava sem restrição. Veja o que escreveu em sua carta aos cristãos de Roma:

Que diremos, pois, à vista destas cousas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? (...) Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? (...) Em todas estas cousas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as cousas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar- nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. Romanos 8:31, 35, 37-39

Um Deus desapontado

Obviamente, Deus fica insatisfeito e desapontado quando pecamos contra ele e falhamos em fazer a sua vontade. No entanto, nenhum pecado ou fracasso pode nos separar espiritualmente dele. Ele nos prometeu a vida eterna e não pode mentir, não importa o quanto nós o decepcionamos.

Filhos ilegítimos

A Bíblia também ensina que nenhum cristão que conhece a vontade de Deus e que experimentou sua graça salvadora pode continuar a viver deliberadamente no pecado sem ser disciplinado. Sempre há esperança de que finalmente reconheça o pecado e volte para o centro da vontade divina (Hb 12:11). Como afirmamos no capítulo anterior, um verdadeiro filho de Deus será disciplinado pelo Pai celestial. Se não formos disciplinados, a Bíblia afirma explicitamente que somos “bastardos e não filhos” (Hb 12:8).

E quanto a você? Está vivendo deliberadamente fora da vontade de Deus? Talvez você ache que Deus o abandonou. Descanse e tenha a convicção de que ele não o abandonou. Ele está esperando que você se arrependa de seus pecados e experimente seu perdão (1 Jo 1:9).

Talvez os seus sentimentos de solidão e de abandono sejam o resultado do seu pecado. Seus sentimentos de alienação podem ser parte do processo de disciplina que Deus permitiu em sua vida, destinado a fazer com que volte para ele e aceite sua vontade. Deus está esperando pacientemente que você responda ao seu amor incondicional e à sua graça.

Você deve responder aceitando o perdão de Deus e também perdoando a si mesmo. Depois, viva na alegria do perdão, constantemente conformando sua vida à vida de Jesus Cristo.

2: Deus pega os erros dos seus filhos e usa-os para alcançar resultados positivos.

Foi o que ele fez com o erro que os israelitas cometeram ao atacar Ai sem estarem preparados espiritual e militarmente. No final ele usou a mesma estratégia que a princípio trouxe derrota e por meio dela enganou e derrotou os homens de Ai.

3: Deus nos dá liberdade para desenvolvermos um piano estratégico, mas este sempre deve estar em harmonia com suas diretrizes e princípios básicos.

Quando Deus deu a Josué um plano básico para atacar Ai, evidentemente não preencheu todos “os espaços em branco”. Deus deu-lhe liberdade para delinear os planos adicionais que estavam em harmonia com seu plano geral. Entretanto, enquanto elaborava seu plano, Josué mantinha-se atento à direção divina.

Atualmente, Deus nos dá direção clara e princípios por meio de sua Palavra, para que realizemos a sua vontade neste mundo.
Quando trabalhamos dentro desses parâmetros, temos a liberdade incomum de desenvolver estratégias únicas que ele abençoa. Não devemos, porém, assumir o controle da situação, negligenciando a vontade de Deus revelada para nossa vida.

Transformando limão em limonada

Somente Deus pode pegar nossos erros e suas conseqüências e fazer com que cooperem “para o [nosso] bem” (Rm 8:28).

Não quer dizer que não experimentaremos os efeitos negativos de nossas falhas, como aconteceu com Israel. Trinta e seis homens valorosos perderam a vida porque Israel afastou-se da vontade de Deus (Js 7:5). Além do mais, o medo e a ansiedade apertaram o coração do povo. Sentiram-se desmoralizados. Duvidavam do amor de Deus e esqueceram suas promessas. No entanto, Deus mudou todo este quadro em favor de Israel. Ele pode fazer o mesmo por nós também! Se permitirmos, ele pode transformar tolices em bênçãos. Amém

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar) Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS 1º- Trimestre 2009 – Lição 07 – Da Derrota a Vitoria Bibliografia:- Josué Um Modelo de Vida, Editora Mundo Cristão autor Gene A. Getz