28 de setembro de 2021

O MUNDO DO APÓSTOLO PAULO

 

O MUNDO DO APÓSTOLO PAULO

 

Texto Áureo

Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel.

Atos 9.15

Deus escolheu Paulo para proclamar sua graça a todos os homens (Gálatas 1.1;

1 Timóteo 2.7; 2 Timóteo 1.11). Paulo começou seu ministério pregando aos judeus

(Atos 13.13-48; 14.1; 17.1,10; 18.4;19.8). Mas a sua missão principal foi junto aos gentios (termo que abrange todas as nações, menos Israel, Romanos 2.9; 3.9; 9.24), veja Romanos 11.13 e 15.16. Deus também o chamou para ministrar a reis tais como Agripa (Atos 25.23 a 26.32) e possivelmente a César (Atos 25.10-12; 2 Timóteo

4.16,17).

A fé em Cristo traz grandes bençãos e, consequentemente grandes lutas também, Paulo sofreria por sua nova (Veja 2 Coríntios 11.23-27), Deus nos chama para um compromisso, não ao conforto. Mas ele (Deus) promete estar conosco durante o sofrimento e a dificuldade (Salmo 91.15; Hebreus 13.5b) e muitas vezes Deus não nos poupa destes. Paulo aprenderia isso com o passar do tempo.

 

1 O Mundo de Paulo no Império Romano

 

1.  Entendendo a origem de Paulo.

Vemos em Atos 13.9 que Paulo tinha dois nomes.

Paulo (nome romano que quer dizer pequeno) também chamado Saulo,(nome hebraico que significa procurado ou pedido). Foi um líder na igreja primitiva, cujo ministério foi principalmente direcionado aos gentios.

Paulo nasceu em Tarso na região da Cilícia (Atos 9.11; 21.39; 22.3). Pouco se sabe sobre a sua família diretamente. Eusébio Sofrônio Jerônimo (teólogo e historiador do século 4 d.C.) registra uma tradição que sugere que seus pais originalmente vieram de uma cidade na Galiléia chamada Gischala, e que eles fugiram para Tarso durante a devastação romana da Palestina no séc. 1 a.C.

 

Provavelmente eles eram bem de vida, pois se ele era romano por nascença (Atos 16.37,38; 22.25- 29), sua família tinha de ter alguma riqueza e posição. Pela referência autoconsciente de estar trabalhando com as nossas próprias mãos”, em 1 Coríntios 4.12, e por suas palavras , talvez até desajeitadas de gratidão, em razão da oferta em dinheiro em Filipenses 4.14-19, pode se conjeturar que ele fala como alguém cujo lugar natural na sociedade era o contrário de qualquer posição proletária (isto é, posição social mais baixa).

A lei judaica determina que um garoto inicie seus estudos das Escrituras com cinco anos de idade e o estudo das tradições legais com dez. Josefo relata que tanto as Escrituras quanto as tradições eram ensinadas em todas as cidades aos garotos “desde bem jovens”

Sem dúvida, Paulo estava mergulhado como garoto também em tal currículo, sendo ensinado na escola da sinagoga e em casa. O sentimento judaico também asseverava a nobreza do trabalho manual, e aconselhava que o valor intelectual e a atividade física caminhassem juntas.

Um remoto tratado judaico diz: “Aquele que não ensina trabalho ao seu filho, ensina-o a roubar”. Assim, Paulo era também iniciado na habilidade de um fabricante de tendas (Atos 18.3), o que, embora pareça uma ocupação bastante humilde, talvez tenha “o dedo” de seus pais, pois ele não apenas fora selecionado para o estudo rabínico avançado, mas veio a Jerusalém para estudar sob os cuidados de um dos maiores rabinos do século 1 — Gamaliel (Atos 22.3). E ao longo de seus estudos, o jovem teólogo judeu chegou a superar a maioria de seus contemporâneos, ficando extremamente zeloso das tradições de seus pais (Gálatas 1.14).

Quanto à sua aparência física, só existe informação indireta e bastante alusiva do NT. O fato dos residentes em Listra, em seu ardor mal direcionado, terem identificado Barnabé com Zeus, o principal dos deuses olímpicos, e Paulo com Hermes (ou Mercúrio), o arauto (embaixador, mensageiro) alado dos deuses, provavelmente indica a estatura relativa dos dois mensageiros (Atos 14.12). Bamabé era provavelmente a figura mais firme e imponente, sendo Paulo fisicamente menor, embora de temperamento mais ativo.

 

 

Esta sugestão de uma aparência pouco atraente é tirada do comentário desdenhoso de seus antagonistas em Corinto: “As cartas, com efeito, dizem, são graves e fortes; mas a presença pessoal dele é fraca” (2 Coríntios 10.10).

Um presbítero na província da Ásia, no século 2, descreveu Paulo como “um homem de estatura pequena, careca e com pernas tortas, em boas condições físicas, com sobrancelhas se encontrando e nariz um tanto curvado, muito amigável; pois ele ora parecia um homem, e ora tinha o rosto de um anjo”. Embora se possa apenas inferir dos dados do próprio NT, pode ser que esta descrição se apoiasse em recordações genuínas de um tempo remoto.

Provavelmente nunca será estabelecido de modo conclusivo se Paulo era casado ou não, embora pareça mais provável que ele tenha permanecido solteiro por toda a vida. O argumento de que, por ser membro do Sinédrio ( Atos 26.10), era necessário que fosse casado e fosse pai não tem força. Não seria crível que Paulo aconselhasse aos solteiros e viúvos de Corinto “que permanecessem como eu (1 Coríntios 7.8), se ele fosse casado.

(Fonte: Enciclopédia da Bíblia Merrill Chapin Tenney vol.4)

 

2.  A geografia do mundo de Paulo.

O Império Romano é considerado a maior civilização da história ocidental. Durou cinco séculos: começou em 27 a.C. e terminou em 476 d.C. Estendia-se do Rio Reno para o Egito, chegava à Grã- Bretanha e à Ásia Menor. Assim, estabelecia uma conexão com a Europa, a Ásia e África.

No sistema político de império, o poder político estava concentrado na figura do imperador. Embora haja alguma divergência entre historiadores, calcula-se que sob o domínio do Império Romano dos tempos de Paulo estavam 6 milhões de habitantes. Roma, nessa fase, foi habitada por cerca 1 milhão de habitantes. No século 2 d.C., havia cerca de 1 milhão de habitantes em Roma e cerca de 50 milhões de pessoas sob o domínio de Roma.

Observe (no mapa da próxima página) a vastidão do império romano. Mesmo assim Paulo não olhou para as dificuldades e trabalhou na evangelização com firmeza.

Hoje temos os modernos meios de comunicação, transporte e aprendizado que Paulo e os cristãos da “Igreja primitiva” não tinham. Em menos de 100 anos alcançaram todas as partes do mundo antigo, sem celulares, internet ou aviões.

Será que estamos usando todos os meios possíveis para evangelizar o mundo atual? Não, claro que não..

Tenha em mente que, a melhor forma de evangelizar é através do exemplo. Como disse Billy Graham:

“Nós somos as Bíblias que o mundo está lendo… Nós somos os sermões que o mundo está prestando atenção”.

 

Dwight Lyman Moody disse:

“De cem homens, um lerá a Bíblia; 99 lerão o cristão”.

 

Veja abaixo um mapa da geografia do mundo gentílico:


 

3.  Paulo, chamado para os gentios.

Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus, (Romanos 1.1)


 

Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus: (Efésios 1.1)

Paulo deixa claro em algumas de suas epístolas que ele era apóstolo de Cristo pela vontade de Deus. Ele não era apóstolo dos homens, nem por vontade dos homens, mas de Deus.

Desde o início do ministério de Paulo Deus deixou claro que o objetivo de Paulo seria anunciar o Evangelho principalmente aos gentios;

Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel (Jimmy Swaggart observa que os "gentios" são colocados em primeiro lugar, pois a vocação de Paulo era levar o Evangelho aos não judeus).

Deus continua a chamar pessoas para funções específicas em sua “Igreja”. É preciso que tanto os chamados, quanto as lideranças estejam sensíveis a voz e aos sinais que Deus dá, pois Deus chama a pessoa certa para o lugar certo, por assim dizer.

Atos 9.15

 

2– O Mundo Cultural de Paulo

 

 

1.  A língua mundial daqueles dias era o grego.

2.  O mundo cultural do apóstolo Paulo.

3.  A influência da filosofia grega.

O grego era a língua mais popular nos dias de Paulo. O NT foi escrito em grego porque a língua grega era a mais popular (a mais falada). Se o NT fosse escrito hoje, certamente seria escrito em “Inglês” que atualmente é a língua mais falada no mundo. O império romano era a maior potência ocidental da época ( O lado ocidental é a região oeste do polo da Terra.) , mas a cultura, a língua, a filosofia, a literatura, a dramaturgia a ideia moderna de democracia e o poder militar dos gregos dominavam o mundo conhecido ( A Grécia é um país estrategicamente localizado no cruzamento entre a Europa, a Ásia, o Oriente Médio e a África).

Pelo fato de o império romano (e também o grego) ser politeísta (isto é, acreditar na existência de vários deuses), isto facilitou a propagação do Evangelho em Roma, Grécia e demais partes do mundo. Mas isto também gerou inevitáveis conflitos.

Como bem observou o comentarista da lição, a influência filosófica grega era muito forte, especialmente o gnosticismo. O gnosticismo influenciou o pensamento de muitos cristãos naqueles dias, assim como o chamado “evangelho da prosperidade” e o “catolicismo” influencia muitos dos chamados “cristãos” hoje em dia.

Gnosticismo: A palavra “gnosticismo”. vem do grego gignoskein (“saber”), referindo-se a um movimento dedicado à obtenção de um conhecimento genuíno maior, por meio do qual, segundo seus adeptos criam, poderia ser obtida a salvação. O gnosticismo, tal como as religiões misteriosas dos gregos, reivindicavam possuir uma sabedoria esotérica, que se tornaria propriedade dos iniciados, em contraste com os de fora, que não seriam assim privilegiados. Segundo esse sistema, os iniciados eram os eleitos, ao passo que os demais (os não gnósticos) não eram passíveis da redenção, não podiam obter qualquer coisa que fosse espiritual. Conhecimento místico, ritos e práticas mágicas eram promovidos pelo sistema gnóstico. Esse sistema fez competição com o cristianismo bíblico durante cerca de cento e cinquenta anos.

Muitas variedades dessa heresia chamada “Gnosticismo” se espalhavam por diversas áreas do mundo antigo; o que é dito aqui serve apenas de caracterização geral.

 

3       O Mundo Religioso de Paulo

 

1.  Paulo se identifica como judeu.

2.  Paulo foi criado dentro da judaica.

1.  Varões irmãos e pais, ouvi agora a minha defesa perante vós.

 

2.  ( E, quando ouviram falar-lhes em língua hebraica, maior silêncio guardaram. ) (Paulo provavelmente falou em aramaico, o idioma comum aos judeus daquele local, ele usou este idioma não apenas para se comunicar com seus ouvintes, mas também para mostrar que realmente era judeu e tinha respeito pelos costumes e leis judaicas) E disse:

3.  Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia*, mas criado nesta cidade aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso para com Deus, como todos vós hoje sois (Estas palavras significam que Paulo era um erudito na Lei Mosaica e tais palavras fizeram com que seus acusadores se identificassem mais com ele).

Atos 22.1-3

 

*Tarso era um centro comercial importante, cidade universitária e encruzilhada de estradas. Havia judeus em Tarso desde que Antíoco Epifânio a refúndou, em 171 a.C., e Paulo pertencia a uma minoria que possuía cidadania romana. Paulo deve ter chegado ainda muito jovem a Jerusalém. Provavelmente Paulo chegou a Jerusalém com idade suficiente para começar a ser educado por Gamaliel. Gamaliel era o rabino mais honrado do século 1 d.C., os argumentos de Paulo mostraram a multidão o quanto suas palavras tinham peso e todos ficaram pasmados com seus argumentos, sobre ser judeu e ter sido instruído pelo renomado Gamaliel.

 

3. O mundo: Palco da mensagem de Paulo ao povo gentílico.

A cultura geral que Paulo havia adquirido ao logo da sua vida tornou-o capaz de enfrentar os oponentes do Evangelho com ousadia e ciência. Diante de reis, governadores, tribunos e autoridades religiosas de sua época, Paulo era excelente orador e arguto (capaz de perceber rapidamente as coisas mais sutis, engenhoso, estudioso, observador) no conhecimento de várias ciências. Paulo tinha uma personalidade forte e dinâmica, orientada por convicções fundamentais. Ele perseguia os seus objetivos com desvelo (cuidado, dedicação) e grande envolvimento emocional. O mundo do apóstolo foi o mundo aberto por Deus para que ele comunicasse o Evangelho de Cristo.

Paulo era um homem estudioso, letrado, filósofo, poliglota, hábil, e Deus usou os talentos que Paulo adquiriu em prol do Evangelho. Hoje Deus age da mesma forma, caso o ser humano permita, Deus usa os talentos (as habilidades e conhecimentos) que seus servos adquiriram e adquirem para benefício da pregação do Evangelho. Por isso tenha em mente que, tudo o que você aprendeu e aprender, Deus usará em prol da propagação do Evangelho.

 

 

Conclusão:

Use suas habilidades para a propagação do Evangelho, assim como Paulo usou as dele, quais são seus talentos (suas habilidades)? O que você pode usar para lhe ajudar a propagar o nome do SENHOR?

 

Fontes:

 

Comentário Expositivo Hagnos,

Variantes Textuais do Novo Testamento – Roger L. Omanson,

Atos, Série Cultura Bíblica – Ian Howard Marshall,

Bílbia de Estudo MacArthur,

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal,

Bíblia do Expositor, Bíblia de Estudo Pentecostal,

Bíblia de Estudo Explicada,

A Bílbia Interpretada Versículo por Versículo – Russel Norman Champlin,

Comentário Judaico do Novo Testamento,

Enciclopédia Temática da Bíblia de A a Z – Russel Shedd,

Dicionário Bíblico Ilustrado Holman,

Bíblia de Estudo Arqueológica,

Livro de Apoio 4º Trimestre de 2021,

Enciclopédia da Bíblia- Merrill Chapin Tenney,

Apontamentos teológicos professor José Junior.