A Promessa de Vida Abundante
TEXTO ÁUREO
“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância.” (Jo 10.9,10)
Se alguém entrar por mim – seja pastor ou ovelha. será salvo – o grande objetivo do ofício pastoral, como de todos os arranjos divinos para a humanidade. e entrará, e sairá, e achará pasto como lugar de segurança e repouso; como “pastagens verdejantes e águas tranquilas” (Salmo 23:2) para nutrição e renovação, e tudo isso só é transferido para outro clima, e desfrutado de outra maneira, no final desta cena terrena (Apocalipse 7:17).
O inimigo traz a morte; o verdadeiro Pastor, a vida. As três personagens aqui não devem confundidas. O ladrão é o impostor religioso, o herege, o faccioso e o perseguidor. O mercenário é o pastor mundano, aquele que considera unicamente seu próprio interesse. O lobo é o diabo; apresentando-se em todas as formas externas de tentação, pecado e destruição. Oposto a tudo isso é o Bom Pastor, com seu rebanho abençoado de verdadeiros pastores, que, como ovelhas também, tomam lugar no rebanho dEle.
O ladrão não vem, senão para roubar, matar, e destruir – ou então, “O ladrão vem apenas para furtar, matar e destruir” (NVI).
E a tenham em abundância – ou seja, a plenitude de uma vida imortal, celestial e glorificada.
VERDADE PRÁTICA
O Senhor Jesus tem uma promessa de vida abundante para quem se relaciona com Ele de maneira plena.
Entenda a Verdade Prática
Ao contrário de um ladrão, o Senhor Jesus não vem por razões egoístas. Ele vem para dar, não para receber. Ele vem para que as pessoas tenham nEle uma vida significativa, intencional, alegre e eterna. Recebemos essa vida abundante no momento em que o aceitamos como o nosso Salvador.
LEITURA BÍBLICA = João 10:7-18
João 10.7-18
7. Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas.
Sou a porta das ovelhas – isto é, o caminho para o rebanho, com todos os privilégios abençoados, tanto para pastores como para ovelhas (compare Jo 14:6; Efésios 2:18).
8. Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram.
Todos quantos vieram antes de mim – os falsos profetas; não como reivindicando as prerrogativas do Messias, mas como perverter o povo do modo de vida, todos apontando para Ele (Olshausen).
As ovelhas não os ouviram – o instinto de seus corações divinamente ensinados, preservando-os dos sedutores, e ligando-os aos profetas enviados pelos céus, dos quais se diz que “o Espírito de Cristo estava neles” (1Pedro 1:11).).
9. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.
João 10.9 e 10, Esses dois versículos são uma maneira proverbial de insistir que a fé em Jesus como o Messias e o Filho de Deus é o único meio para ser "salvo" do pecado e do inferno, e receber vida eterna. Somente Jesus Cristo é a única fonte verdadeira de conhecimento de Deus e a única base para a segurança espiritual.
10. O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância.
11. Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
Eu sou o bom Pastor – enfaticamente, e, no sentido pretendido, exclusivamente assim (Isaías 40:11; Ezequiel 34:23; Ezequiel 37:24; Zacarias 13:7).
O bom Pastor dá sua vida pelas ovelhas – Embora se possa dizer de pastores literais que, mesmo para o seu rebanho bruto, encontraram, como Davi, “o leão e o urso” com o risco de suas próprias vidas, e ainda assim mais pastores fiéis que, como os primeiros bispos de Roma, foram os principais a enfrentar a fúria de seus inimigos contra o rebanho comprometido com seus cuidados; todavia, aqui, sem dúvida, aponta para a luta que deveria ser dada na entrega voluntária da própria vida do Redentor, para salvar Suas ovelhas da destruição.
12. Mas o mercenário, que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa.
A quem as ovelhas não pertencem – quem não tem propriedade neles. Com isso, Ele aponta para sua própria relação peculiar com as ovelhas, as mesmas que as de seu Pai, o grande proprietário e senhor do rebanho, que o molda “Meu Pastor, o homem que é meu companheiro” (Zacarias 13:7).
E, embora os fieis pastores sejam tão do interesse de seu Mestre, que eles sintam uma medida de Sua própria preocupação com o encargo deles, a linguagem é estritamente aplicável apenas ao “Filho sobre a sua própria casa” (Hebreus 3:6).
Vê o lobo vir – não o diabo distintamente, como alguns tomam [Stier, Alford, etc.], mas geralmente quem chega ao rebanho com intenção hostil, em qualquer forma: embora o iníquo, sem dúvida, esteja no fundo de tais movimentos [Luthardt].
13. Ora, o mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado das ovelhas.
O contratado foge. Estas palavras são novamente um acréscimo ao texto, e devem ser omitidas com a grande maioria das melhores autoridades. Se as omitirmos este verso deve ser imediatamente ligado ao que precede, cuja última cláusula é um parêntese – “Mas aquele que é mercenário, e não o pastor, de quem não são as ovelhas, vê o lobo chegando, deixa as ovelhas e foge (e o lobo as apanha, e faz estragos), porque é mercenário, e não se importa com as ovelhas”. O sentido não é afetado pela omissão, e as palavras foram aparentemente acrescentadas como um gloss para deixar claro o significado. O pensamento do mercenário é repetido para expressar a natureza do homem, e para reforçar o contraste com o Bom Pastor que se segue imediatamente.
14. Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.
Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas – no sentido peculiar de 2Timóteo 2:19.
E pelas minhas sou conhecido – a resposta da alma à voz que interna e eficazmente a chamou; pois desse conhecimento amoroso mútuo, o nosso é o efeito dele. “O conhecimento do Redentor de nós é o elemento ativo, penetrando-nos com o Seu poder e vida; a dos crentes é o princípio passivo, a recepção de Sua vida e luz. Nesta recepção, entretanto, ocorre uma assimilação da alma ao sublime objeto de seu conhecimento e amor; e assim se desdobra uma atividade, ainda que derivada, que se mostra em obediência aos Seus mandamentos” (Olshausen). A partir desse conhecimento mútuo, Jesus se eleva a outra reciprocidade do conhecimento.
15. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai e dou a minha vida pelas ovelhas.
Como o Pai me conhece, assim também eu conheço o Pai – Que pretensão de igualdade absoluta com o Pai poderia exceder isso? (Veja em Mateus 11:27).
E dou a minha vida pelas ovelhas – Que sublime isso, imediatamente após a elevada afirmação da sentença precedente! São as riquezas e a pobreza do “Verbo feito carne” – uma Pessoa gloriosa, alcançando imediatamente o Trono e caindo até o pó da morte, “para que possamos viver através Dele”.
Uma interpretação sincera das palavras, “Para as ovelhas”, deve ir longe para estabelecer a relação especial da morte vicária de Cristo com a Igreja.
16. Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.
Ainda tenho outras ovelhas que não são deste curral; a estas também me convém trazer – Ele quer dizer os gentios que perecem, já Suas “ovelhas” no amor do Seu coração e o propósito da Sua graça de “trazê-los” no devido tempo.
E ouvirão minha voz – Esta não é a linguagem da mera visão de que eles acreditariam, mas a expressão de um propósito para atraí-los para Si por um chamado interior e eficaz, que infalivelmente resultaria em sua espontânea ascensão a Ele.
E haverá um rebanho – antes “um só rebanho” (pois a palavra “dobra”, como nos versos precedentes, é bem diferente).
Tenho outras ovelhas. Embora os apóstolos depois da morte de Cristo dificilmente pudessem ser induzidos a consentir em reunir os gentios na Igreja Cristã, mesmo assim o Espírito trouxe à sua lembrança ocasiões em que anunciou o chamado dos gentios.
Eles também devem se lembrar que os profetas do Antigo Testamento, por mais restritos que sua dispensação às vezes seja considerada, proclamaram em termos exaltados a missão do Messias ao mundo gentio.
Deste aprisco. Cristo tem uma Igreja invisível mesmo no paganismo. A união de judeus e gentios em uma Igreja, sem superioridade de privilégio para nenhum deles, foi o início do cumprimento desta promessa de trazer as outras ovelhas. Mas a manifestação completa de um rebanho ainda está para acontecer quando a plenitude dos gentios vier e todo o Israel for salvo.
Um rebanho, e um pastor. As palavras descrevem lindamente o dia em que de todas as raças haverá um rebanho, um pastor! Aqui o último vestígio de figura, no termo ovelha, desaparece, e nosso Senhor desdobra em termos de simplicidade severa o mistério de sua morte voluntária para a humanidade.
17. Por isso, o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la.
Por isso o Pai me ama, porque dou a minha vida… – Como o ato mais elevado do amor do Filho ao Pai foi o estabelecimento de Sua vida pelas ovelhas em Seu “mandamento”, assim o Pai ‘ amor a Ele como Seu Filho encarnado alcança sua consumação, e encontra sua mais alta justificação, naquele mais sublime e mais tocante de todos os atos.
Para tomá-la de volta – Sua vida de ressurreição sendo indispensável para a realização do fruto de Sua morte.
18. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la. Esse mandamento recebi de meu Pai.
Ninguém a tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e tenho poder para tomá-la de volta – É impossível que a linguagem expresse de forma mais clara e enfática a absoluta voluntariedade da morte de Cristo, tal voluntariedade como seria presunção manifesta em qualquer mera criatura para afirmar sua própria morte.
Está além de toda dúvida a linguagem de Alguém que estava consciente de que Sua vida era a Sua própria (que nenhuma criatura é) e, portanto, de Sua entrega ou retenção à vontade. Aqui estava a glória do Seu sacrifício, que era puramente voluntário. A alegação de “poder para tomá-lo novamente” não é menos importante, pois mostrar que Sua ressurreição, embora atribuída ao Pai, no sentido que veremos no presente, foi, todavia, sua própria afirmação de seu próprio direito à vida assim que os propósitos de Sua morte voluntária foram cumpridos.
Este mandamento – para dar a vida a Deus, para que Ele possa tomá-la novamente.
Recebi de meu Pai – De odo que Cristo morreu de uma vez por “comando” de Seu Pai, e por tal obediência voluntária àquele mandamento que o fez (por assim dizer) infinitamente querido ao Pai. A necessidade da morte de Cristo, à luz dessas profundezas, deve manifestar-se a todos, menos ao estudante superficial.
INTRODUÇÃO
A promessa de vida em abundância em Jesus é um conceito central no cristianismo, baseado em João 10:10, onde Jesus diz: "Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância." Esta palavra "abundante" no grego é perisson, que significa "muito, muito bem, além da medida, mais, supérfluo, uma quantidade tão abundante que chega a ser mais do que era de se esperar ou antecipar." Em suma, Jesus nos promete uma vida muito melhor do que poderíamos imaginar, um conceito que lembra 1 Coríntios 2:9: "Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam."
O apóstolo Paulo nos diz que Deus é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós (Efésios 3:20).
I. JESUS, A FONTE DE VIDA ABUNDANTE
1. A fonte de verdadeira vida. A parábola ou ilustração (v. 1-5) que Jesus usou não era de todo nova para os seus ouvintes.
Em Ezequiel 34, aparece o mesmo exemplo do pastor e das ovelhas. Ali os governantes são condenados como negligentes, tirânicos, não se importando com as suas responsabilidades (4). Eles abusam da sua função (3) e se alimentam, ao invés de alimentar as ovelhas (2-3,8).
Como resultado, as ovelhas se espalham (5) e tornam-se presas fáceis para todas as feras do campo (8). Consequentemente, Deus irá julgar os pastores indignos (10), e Ele mesmo irá reunir o rebanho desgarrado (12), alimentá-lo (14) e dar-lhe abrigo (15). irá indicar um Pastor, da raiz de Davi (o Messias), e Ele mesmo alimentará o rebanho e será o seu Pastor (23). Então o rebanho terá paz, segurança (25), e possuirá todas as bênçãos da terra bem regada (26). O rebanho é Israel (30) e pertence ao Senhor Deus (31).
Outros usos do mesmo exemplo no Antigo Testamento são encontrados em Salmos 23; 74.1; 78.52, 71; 79.13; 80.1; 95.7; 100.3; Isaías 40.11; Jeremias 23:1-4.
Falsos pastores aparecem em alguns casos; por exemplo, em Jeremias 2.8; 10.21; 12.10; Zacarias 11:3-9, 15-17.
A mesma linguagem metafórica também aparece em outras partes do Novo Testamento; por exemplo, em Marcos 6.34; 14.27; Lucas 12.32; 15:3-7; Mateus 9.36; 15.24; 18:11-13; 26.31; Hebreus 13.20; 1 Pedro 2.25; 5.4.
A razão para o uso frequente do exemplo pastor-rebanho é, sem dúvida, o fato de que os judeus tinham sido um povo pastoril durante muitas gerações. Este tipo de linguagem era fácil de ser entendido por todos. À medida que Jesus utiliza o exemplo aqui, todos os elementos essenciais aparecem: o rebanho, o aprisco, a porta, o pastor, os ladrões, os mercenários e os estranhos. Seria uma violência para a parábola tentar encontrar um equivalente exato e constante para cada um dos elementos, embora algumas coisas sejam evidentes.
Primeiramente, só existe uma entrada verdadeira para o curral. Aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador (1). O motivo e o método de abordagem do rebanho marcam as diferenças entre o ladrão e o pastor. O pecado e os seus agentes querem enganar e destruir, ao passo que o Bom Pastor (14) dá a sua vida pelas ovelhas (15).
Em segundo lugar, existe o Bom Pastor (11), que entra no aprisco pela porta Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas (2). A palavra pastor é anarthrous em grego, e consequentemente "fixa a atenção no caráter, como algo distinto da pessoa". "O pastor não é um exemplo na parábola, ele é o exemplo; e é sobre a descrição do seu comportamento que se apoia a narrativa, para que a atenção dos leitores possa se concentrar ali.
Não somente as ovelhas são as suas próprias ovelhas; não apenas ele tem toda a autoridade para aproximar-se delas; não apenas ele chama as suas ovelhas pelo nome; não apenas elas ouvem a sua voz, mas ele as traz para fora e, quando faz sair todas as suas ovelhas, vai diante delas, e elas o seguem".'
Em terceiro lugar, Ele é o Criador da nova sociedade de crentes, isto é, daqueles que crêem nele. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz (3-4). A menção do porteiro ou guarda do portão é incidental na história. Mas uma coisa é importante.
Existe um relacionamento entre o Pastor e as ovelhas que se baseia na natureza do Pastor — a sua voz, o seu conhecimento das ovelhas, a sua liderança, a sua orientação. Estas palavras devem ter significado muito para o homem que tinha sido curado da sua cegueira, e que fora excomungado da sua sinagoga (Jo 9.34) e expulso da sua família. Agora, ele era um membro da nova sociedade, um seguidor do Bom Pastor. A palavra usada para tirar para fora é a mesma traduzida como "expulsar" em Jo 9.34. Assim, realmente, ser expulso, sob o ponto de vista de Deus, é ser chamado para fora. Assim é a ekklesia (lit., "os chamados para fora"), a Igreja, a nova sociedade.
Em quarto lugar, aqueles que pertencem a esta nova sociedade, a Igreja, são submissos a uma única voz, ... Porque conhecem a sua voz. Mas, de modo nenhum, seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos (4-5). Existe uma gloriosa exclusividade em ser um membro do rebanho de Cristo — existe somente uma voz, um caminho, uma vontade que realmente importa. Em uma época de uma vida excessivamente complexa, o caminho garantido para a paz de espírito, para o enfoque nos propósitos corretos, e o comprometimento significativo é encontrado quando reconhecemos somente a sua voz. Esta "audição seletiva" é uma proteção não somente contra a heterodoxia, mas também contra a desintegração da personalidade (cf. 14-15). Thomas R. Kelly chama isto de "orientação habitual de todo o ser para aquele que é o Foco".
2. A fonte de vida abundante. Outra vez Jesus se declara como sendo a porta (9), mas desta vez retrata os benefícios que vêm àquele que entra. Se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens (9). É agora um assunto de vida ou morte para as ovelhas. A única e verdadeira entrada significa a vida — a salvação, a segurança, o sustento.
Mas a morte é encontrada no caminho falso, pois o ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir (10) — perda, morte, destruição. Contra este cenário se delineia o tema supremo do evangelho — a vida abundante pela fé em Cristo. Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância.
Todo o propósito da missão de Jesus é dar a vida (20.31), e que esta vida seja de qualidade suprema (eterna), assim como infinita em quantidade (cf. Jo 1.16; 2.6ss.; Jo 4.14; 6.13; 7.38).
O propósito e o plano de Deus não são apenas salvar o homem da morte, da destruição, da culpa, mas também torná-lo santo, "conforme a imagem do seu Filho" (Rm 8.29). Tal propósito só pode ser atingido de uma maneira; por meio da morte voluntária de Jesus. Simplesmente por ser o bom pastor, Ele dá a sua vida pelas ovelhas (11). Literalmente, o bom pastor pode ser traduzido como "O Pastor, aquele que é bom".
A sua bondade é tão grande que Ele não encontra comparação — não existe Pastor como Ele. Alguns levantaram a questão de como Cristo pode ser ao mesmo tempo a Porta e o Pastor.
Mas isto significa estar limitado pelos detalhes da parábola, porque Ele certamente é a Porta do aprisco, a única Entrada para a vida, e Ele é o Pastor das ovelhas, o Único que se preocupa o suficiente para dar a sua vida pelas ovelhas (cf. Jo 6.51).
3. A fonte de amor. Jesus tomou outra expressão dos vs. 1-5, isto é, ele é "o bom pastor" em contraste com a liderança perversa de Israel dessa época (9.40-41). Essa é a quarta das sete afirmações "Eu sou" de Jesus (veja vs. 7,9; 6.35; 8.12).
O termo "bom" traz a ideia de "nobre" e está em contraste com "mercenário" que cuida apenas por interesse pessoal. O verdadeiro pastor dá a vida pelas ovelhas, isso é uma referência à morte vicária de Jesus na cruz em favor dos pecadores. Cf. v, 15; 6.51; 11.50-51; 17.19; 18.14.
A exclusividade deste caminho de fé em Cristo nunca foi melhor colocada do que quando Jesus disse: Eu sou a porta. Cristo é o Caminho para Cristo, pois Ele é ao mesmo tempo a Porta e o Aprisco — não existe Pastor como Ele. Alguns levantaram a questão de como Cristo pode ser ao mesmo tempo a Porta e o Pastor.
Mas isto significa estar limitado pelos detalhes da parábola, porque Ele certamente é a Porta do aprisco, a única Entrada para a vida, e Ele é o Pastor das ovelhas, o Único que se preocupa o suficiente para dar a sua vida pelas ovelhas (cf. Jo 6.51).
II. A VIDA ABUNDANTE
1. O conceito de vida abundante. Antes de começarmos a ter visões de casas luxuosas, carros caros, cruzeiros por todo o mundo e mais dinheiro do que poderíamos usar, precisamos parar e pensar sobre o que Jesus ensina a respeito desta vida abundante. A Bíblia nos diz que a riqueza, prestígio, posição e poder neste mundo não são as prioridades de Deus para nós (1 Coríntios 1:26-29).
Em termos de status econômico, acadêmico e social, a maioria dos cristãos não vem das classes privilegiadas. Claramente, então, a vida abundante não consiste de uma abundância de coisas materiais. Se fosse esse o caso, Jesus teria sido o mais rico dos homens. Entretanto, o oposto é verdadeiro (Mateus 8:20).
2. A vida abundante também influencia a família. A pessoa deve crer que Jesus é quem ele afirmava ser (Jo 20.31) e crer no que ele fez (1Co 15.3-4; Rm 1.16).
Na ocasião registrada em At 16.31, todas as pessoas da família do carcereiro, servos e hóspedes compreenderam o evangelho e creram; Todos os que se encontravam sob a autoridade e o cuidado dele que compreenderam o evangelho e creram no mesmo (cf. 16.15,31).
Isso não incluiu as crianças. Assim, devemos compreender que, é preciso entender que, para que haja salvação tem que haver fé e confissão! Como o comentarista coloca aqui (A salvação em Cristo não se aplicaria apenas ao carcereiro mas, de maneira abrangente, a toda a sua casa), fica confusa caso não compreendamos o que é necessário para a salvação. Vida abundante é a vida eterna, uma vida que se inicia no momento em que vimos a Cristo e o recebemos como Salvador, e essa vida dura por toda a eternidade.
A definição bíblica da vida - a vida eterna especificamente - é fornecida pelo próprio Jesus: "E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (João 17:3).
Esta definição não menciona quantidade de dias, saúde, prosperidade, família ou ocupação. Na verdade, a única coisa que menciona é o conhecimento de Deus, que é a chave para uma vida verdadeiramente abundante.
3. Diversas bênçãos provenientes da vida abundante. O que é a vida abundante? Em primeiro lugar, a abundância é a abundância espiritual, não material. De fato, Deus não está muito preocupado com as circunstâncias físicas de nossas vidas. Ele nos garante que não precisamos nos preocupar com o que vamos comer ou vestir (Mateus 6:25-32, Filipenses 4:19).
Bênçãos físicas podem ou não ser parte de uma vida centrada em Deus; nem a nossa riqueza ou pobreza é uma indicação certa da nossa posição com Deus. Salomão tinha todas as bênçãos materiais disponíveis a um homem, e ainda achou tudo insignificante (Eclesiastes 5:10-15).
Paulo, por outro lado, estava contente em quaisquer circunstâncias físicas em que se encontrava (Filipenses 4:11-12). Em segundo lugar, a vida eterna, que é a vida mais importante ao cristão, não é determinada pela sua duração, mas por uma relação com Deus. É por isso que, quando somos convertidos e recebemos o dom do Espírito Santo, diz-se que já temos a vida eterna (1 João 5:11-13), embora não, é claro, em sua plenitude.
A duração da vida na Terra não é sinônimo de vida abundante. Por último, a vida de um cristão gira em torno de crescer "na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno" (2 Pedro 3:18).
Isso nos ensina que a vida abundante é um processo contínuo de aprender, praticar e amadurecer, bem como de falhar, recuperar, ajustar, resistir e superar porque, em nosso estado atual, "vemos como em espelho, obscuramente" (1 Coríntios 13:12).
Um dia veremos a Deus face a face, e vamos conhecê-lo completamente, assim como também seremos conhecidos completamente (1 Coríntios 13:12).
Não mais lutaremos contra o pecado e a dúvida. Esta será a vida abundante finalmente cumprida. Apesar de sermos naturalmente desejosos de coisas materiais, como cristãos, a nossa perspectiva sobre a vida deve ser revolucionada (Romanos 12:2).
Assim como nos tornamos novas criações quando viemos a Cristo (2 Coríntios 5:17), então o nosso entendimento de "abundância" deve ser transformado. A vida abundante verdadeira consiste de uma abundância de amor, alegria, paz e o restante dos frutos do Espírito (Gálatas 5:22-23), e não uma grande quantidade de "coisas". Trata-se da vida que é eterna e, portanto, o nosso interesse está no que é eterno, e não temporal. Paulo nos adverte: "Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus" (Colossenses 3:2-3).
III. O QUE IDENTIFICA A VIDA ABUNDANTE
1. A alegria do Senhor. A alegria do Senhor é a alegria do coração que vem de conhecer a Deus, permanecer em Cristo e ser cheio do Espírito Santo. Quando Jesus nasceu, os anjos anunciaram uma “boa-nova de grande alegria” (Lucas 2:10).
Todos os que encontram Jesus conhecem, com os pastores da natividade, a alegria que Ele traz. Mesmo antes do Seu nascimento, Jesus trouxe alegria, como atestado no cântico de Maria (Lucas 1:47) e pela resposta de João ao ouvir a voz de Maria enquanto ele “estremeceu de alegria” no ventre de sua mãe (Lucas 1:44).
Jesus exemplificou a alegria em Seu ministério. Ele não era um asceta melancólico; em vez disso, Seus inimigos o acusaram de ser alegre demais em certas ocasiões (Lucas 7:34).
Jesus descreveu a Si mesmo como um noivo desfrutando de uma festa de casamento (Marcos 2:18-20); Ele “exultou no Espírito Santo” (Lucas 10:21); Ele falou da “minha alegria” (João 15:11) e prometeu dar aos Seus discípulos um suprimento vitalício dela (João 16:24).
A alegria é refletida em muitas das parábolas de Jesus, incluindo as três histórias em Lucas 15, que mencionam a “alegria que existe diante dos anjos” (Lucas 15:10) e terminam com um pastor alegre, uma mulher alegre e um pai alegre. Neemias disse aos israelitas arrependidos que a alegria do Senhor seria a sua força (Neemias 8:10).
A igreja primitiva era caracterizada pela alegria e gozo do Senhor (Atos 2:46; 13:52), e a “alegria no Espírito Santo” é uma marca distintiva do reino de Deus (Romanos 14:17).
Aqueles que fazem parte do reino compartilham o deleite do reino.A alegria é parte do fruto do Espírito (Gálatas 5:22–23).
Na verdade, é nosso dever cristão nos regozijarmos no Senhor (Filipenses 3:1; 4:4; 1 Tessalonicenses 5:16).
Em Cristo, o crente sente “uma alegria indescritível e cheia de glória” (1 Pedro 1:8).
Por causa de sua origem sobrenatural, a alegria do Senhor – nossa alegria de coração – está presente mesmo nas provações da vida. Sabemos que somos filhos de Deus, e ninguém pode nos separar dEle (João 10:28–29).
Somos herdeiros de “uma herança que não pode ser destruída, que não fica manchada, que não murcha”, e ninguém pode roubá-la de nós (1 Pedro 1:4; Mateus 6:20).
Vemos o Autor e Consumador da nossa fé, o inimigo se enfurece ainda mais, e sabemos quem vence no final (Hebreus 12:2; Salmo 2).
A fé é a vitória que supera o mundo, e a alegria do Senhor é a nossa força. Circunstâncias adversas, em vez de atrapalhar a nossa fé, podem realmente aumentar a nossa alegria.
Paulo e Silas conheciam a adversidade enquanto se sentavam com os pés presos no tronco em uma cela de prisão filipense. Seus direitos legais foram violados. Eles foram presos sem justa causa e espancados sem julgamento. À meia-noite, como não conseguiam dormir, cantavam — em voz alta — os louvores ao Senhor que serviam (Atos 16:25).
Um milagre logo se seguiu (versículo 26). Os apóstolos em Jerusalém foram presos — duas vezes — e ordenados a não pregar em nome de Jesus. Na segunda vez que enfrentaram o tribunal, foram espancados. Imperturbáveis, eles voltaram para casa “muito alegres por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome” e prontos para pregar mais um pouco (Atos 5:41).
Naturalmente, os apóstolos estavam apenas seguindo o exemplo de nosso Senhor, que “em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, sem se importar com a vergonha” (Hebreus 12:2).
A alegria do Senhor pode ser inexplicável para quem não a possui. Mas, para o crente em Cristo, a alegria do Senhor vem tão naturalmente como uvas em uma videira. Ao permanecermos em Cristo, a Videira Verdadeira, nós, os ramos, estamos cheios da Sua força e vitalidade, e o fruto que produzimos, incluindo a alegria, é obra dEle (João 15:5).
2. Gratidão por tudo. A gratidão é um tema recorrente na Bíblia e é considerada uma virtude essencial para os cristãos. Ao longo das Escrituras, encontramos diversos exemplos de como a gratidão é valorizada e incentivada como uma atitude que deve ser cultivada em nossas vidas. E
m 1Ts 5.18, tratando de assuntos de disciplina, Paulo se volta naturalmente para as atitudes espirituais interiores subjacentes. Moffatt denomina estes versículos de "gotas de diamante"." A brilhante expressão da vitória cristã acha-se na forma de tríade que também forma uma unidade de pensamento.
Os três conselhos (16,17,18) fazem parte um do outro; um se edifica sobre o outro e cada um envolve os outros dois. É lógico que o coração alegre e dedicado à oração é grato, e nada menos que o coração grato é a chave para a oração e a alegria (cf. Fp 4.6). A gratidão é uma virtude cristã maravilhosa, mas o fator significativo acerca deste mandamento é a expressão em tudo, quer dizer, "em todas as circunstâncias" (NVI; cf. CH; NTLH; cf. tb. Ef 5.20).
Estas abrangem a alegria e a tristeza, a doença e a saúde, o ganho e a perda. A fé em Deus faz a diferença (Rm 8.28).
Como é frequente os mais desafortunados terem os corações mais gratos! Como que a evitar a objeção de que a vida nesse patamar está fora do alcance dos cristãos, Paulo acrescenta: Porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco (18; cf. 1Tes 4.4).
Semelhante vida de vitória é o desejo carinhoso do Pai Celestial para os seus filhos; é esse o seu propósito. Mas isso só é realizado em Jesus Cristo: revelado perfeitamente em sua pessoa; proporcionado graciosamente por sua paixão; concretizado pessoalmente e na prática por sua presença.
3. Vida no Espírito, vida de oração. Ser cheio do Espírito Santo é estar sob a influência do Espírito Santo, e significa que a pessoa está em comunhão com Deus e é guiada por Ele. Um versículo chave que discute a plenitude do Espírito Santo neste tempo é João 14:16, onde Jesus prometeu que o Espírito habitaria os crentes em caráter permanente.
É importante distinguir entre ter dentro de si o Espírito com estar cheio do Espírito. Ter permanentemente o Espírito habitando dentro de si não é para alguns poucos crentes, mas para todos. Há muitas referências nas escrituras que embasam esta conclusão.
A primeira é que o Espírito Santo é um dom dado a todos os crentes em Jesus, sem exceção, e nenhuma condição é imposta a isto, a não ser a fé em Cristo (João 7:37-39).
A segunda é que o Espírito Santo é dado no momento da salvação. Efésios 1:13 indica que o Espírito Santo é dado no momento da salvação. Gálatas 3:2 também enfatiza esta mesma verdade, dizendo que o selo e o ato de receber o Espírito aconteceram no momento em que se creu.
Terceiro, o Espírito Santo habita em cada crente permanentemente. O Espírito Santo é dado aos crentes como garantia ou validação de sua futura glorificação em Cristo (II Coríntios 1:22; Efésios 4:30).
Isto está em contraste com o mandamento para estarmos cheios do Espírito encontrado em Efésios 5:18.
Devemos ceder ao Espírito Santo de tal maneira que Ele possa nos possuir totalmente, e neste sentido, ficarmos plenos. Romanos 8:9 e Efésios 1:13-14 afirmam que Ele habita dentro de cada crente, mas que pode se entristecer (Efésios 4:30), e sua atividade dentro de nós pode se extinguir (I Tessalonicenses 5:19).
Quando permitimos que isto aconteça, não experimentamos a plenitude da operação e poder do Espírito Santo, dentro e através de nós. Para estarmos plenos do Espírito, Ele deve ter liberdade para ocupar cada parte de nossas vidas, nos guiando e controlando. Seu poder, então, pode ser exercitado através de nós a fim de que o que façamos produza frutos para Deus. Estar cheio do Espírito não se aplica somente a atos externos; também se aplica aos pensamentos mais secretos e motivações para nossos atos.
Salmos 19:14 diz: “Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!” O pecado é o que nos separa de estarmos cheios do Espírito Santo, e a obediência a Deus é a maneira pela qual continuamos cheios do Espírito.
Nosso foco deve ser a plenitude, como dito em Efésios 5:18, mas apesar disso, orar para estarmos cheios do Espírito Santo não é o que faz com que o sejamos. Somente nossa obediência aos mandamentos de Deus permite ao Espírito liberdade para trabalhar dentro de nós. Por sermos criaturas pecadoras, é impossível estarmos cheios do Espírito todo o tempo. Devemos lidar imediatamente com o pecado em nossas vidas, e assim renovar nosso compromisso em estarmos cheios do Espírito e por Ele guiados.
CONCLUSÃO
Jesus compara o objetivo dos ladrões com o Seu: O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir (Jo 10.10). Ele quer explorar os outros. Torna-se patente, no fim, que os seus objetivos são prejudiciais. Cristo veio para que tivessem vida e a tivessem em abundância. A frase relembra a superabundância da graça divina. O propósito de Cristo é de lhes proporcionar em abundância tudo o que enriquece a vida (Sl 23.1). Ter vida em abundância significa ser salvo por Jesus e ter a promessa da vida eterna. Jesus veio para nos dar vida em abundância, nos libertando do poder da morte e do pecado.
Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.
Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!
Dele seja a glória!
Amem